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Centro de Formação Profissional de Águas e Saneamento –

CFPAS

Curso: Gestão Operacional de Recursos Hídricos – 3 Semestres


Turma: B

Sala: 2

Cadeira:

Irrigação e Drenagem
Docente: Carlos José A. Jopela

Discente:

Maura Alberto Nhar

Maputo, Outubro de 2020

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Conteúdo
1. Introdução...............................................................................................................................................3

2. Objetivos.................................................................................................................................................3

3.Metodologia.............................................................................................................................................3

4. A Irrigação e o Meio Ambiente...............................................................................................................4

4.1 Modificação do meio ambiente............................................................................................................4

4.2 Salinização do solo................................................................................................................................5

4.3 Contaminação dos recursos hídricos (rios e águas subterrâneas).......................................................5

4.4 Consumo exagerado da disponibilidade hídrica da região..................................................................5

4.5 Consumo elevado de energia...............................................................................................................6

4.6 Problemas de saúde pública.................................................................................................................6

4.7 Contaminação dos mananciais Hídricos..............................................................................................6

4.8 Cobrança pelo uso da água para a irrigação........................................................................................7

5. Conclusão................................................................................................................................................8

6. Referências Bibliográficas.......................................................................................................................9

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1. Introdução
A cobrança do uso de valor de água é defendida por maior parte dos países como sendo a única
forma viável para garantir à sustentabilidade e racionalização do uso de recursos hídricos pelo
ser humano dado que a eficácia da sua melhor gestão dependa exclusivamente do uso sustentável
e garantir a sua reserva. No presente trabalho, irei falar da irrigação e o meio Ambiente,
Contaminação dos mananciais Hídricos e da Cobrança pelo uso da água pela irrigação.

2. Objetivos
2.1 Objectivos Gerais

 A irrigação e o Meio Ambiente.


 Contaminação dos Mananciais Hídricos.
 Cobrança pelo uso da água pela irrigação.

2.2. Objetivos específicos

 Saber os impactos da irrigação para o meio ambiente;


 Saber como ocorre a contaminação nos mananciais hídricos( Superficiais e
Subterrâneos);
 Saber como é feita a cobrança pelo uso da água na irrigação.

3.Metodologia

Para a elaboração deste trabalho, foi usada como metodologia a consulta bibliográfica à manuais
relacionados com o tema.

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4. A Irrigação e o Meio Ambiente
A irrigação, como toda tecnologia empregada na produção agrícola, pode causar modificações
ambientais e impactar os recursos naturais (solo, recursos hídricos, fauna e flora). Esses impactos
no meio ambiente pode ter tanto uma abrangência local (propriedade agrícola), regional (bacia
hidrográfica) ou mesmo nacional (poluição dos mares). O conhecimento do desempenho de
sistemas de irrigação existentes, aliado aos estudos de metodologias de avaliação, permite tanto
conhecer e quantificar os impactos destas tecnologias como visualizar possíveis soluções para
optimizar o uso destes recursos.

A irrigação é responsável pela utilização de grande parte da água potável. Mais da metade da
água consumida é destinada a irrigar campos cultivados. Em uma época como a actual em que já
se tem falta de água para o consumo em diversos locais, essa informação por si só já se configura
como uma preocupação ambiental importante;

A retirada da cobertura vegetal original para o plantio (desmatamento) em conjunto com a


irrigação e utilização de minerais correctivos é a combinação ideal para o surgimento de erosões
no solo. Mesmo no período em que o solo está recebendo plantações, podem ocorrer, quando a
drenagem da água não é bem feita, erosões que podem comprometer, inclusive, a produção.

Um dos principais parâmetros de controle do impacto ambiental advindo da irrigação, será uma
política intensiva de melhoria no manejo da irrigação. Política esta, compreendendo mais
estudos, mais pesquisas e sobre irrigação passiva tanto de de fiscalização. Do mesmo modo, de
repressivas por parte , quando necessárias, pois água de boa qualidade torna-se, cada, um bem
muito escasso.

As fases de planeamento e dimensionamento do projecto são os momentos adequados para


diagnosticar os possíveis impactos ambientais resultantes da irrigação e realizar os ajustes
necessários, de modo que os possíveis efeitos adversos, oriundos da implementação do projecto,
sejam minimizados.

A seguir serão analisados os seis principais tipos de impactos ambientais inerentes à irrigação, ou
seja, modificação do meio ambiente, salinização do solo, contaminação dos recursos hídricos
(rios e águas subterrâneas), consumo exagerado da disponibilidade hídrica da região, consumo
elevado de energia e problemas de saúde pública.

4.1 Modificação do meio ambiente


Esse problema está mais associado principalmente ao aproveitamento das várzeas inundadas para
o uso de sistemas de irrigação por superfície, notadamente por inundação ou sulco. A drenagem
de grandes áreas contínuas e seu cultivo intensivo tem causado distúrbios às condições naturais
da área, eliminando a vegetação nativa e, como consequência imediata, alterando a microflora e

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fauna regional, a produção de peixes, a população de insetos e as condições de erosão e
sedimentação na bacia hidrográfica.

4.2 Salinização do solo


A salinização do solo afecta a germinação, a densidade e o desenvolvimento vegetativo das
culturas, reduzindo suas produtividades e, nos casos mais intensos, levam as plantas à morte. As
principais causas da salinização nas áreas irrigadas são os sais provenientes da água de irrigação
e/ou, do lençol freático, quando este se eleva até próximo à superfície do solo.

Com as irrigações sucessivas, o sal vai-se acumulando quando não é removido por lixiviação e
drenagem. Na ausência de lixiviação e drenagem, o sal se acumula na superfície do solo devido
ao fluxo ascendente de umidade decorrente da evapotranspiração, criando os chamados solos
salinos. Portanto, em áreas irrigadas, o requerimento básico para o controle da salinidade é a
existência de lixiviação e drenagem natural ou artificial, garantindo que o fluxo de água com sal
abaixo da zona radicular das culturas não eleve o lençol freático acima de certos limites.

4.3 Contaminação dos recursos hídricos (rios e águas subterrâneas)


A contaminação de rios e córregos é mais rápida e acontece imediatamente após a aplicação da
água na irrigação por superfície, ou seja, por sulco, faixa e inundação.

A contaminação de rios e córregos também pode ocorrer de um modo pouco mais lento, por
meio do lençol freático sob superficial que arrasta os elementos como sais solúveis, fertilizantes
(N, P e nitratos), resíduos de defensivos e herbicidas, elementos tóxicos, sedimentos, exceto os
sedimentos.

A contaminação da água subterrânea é muito mais lenta. O tempo necessário para a água
percolada atingir a água subterrânea aumenta com o decréscimo da permeabilidade do solo e
com a profundidade do lençol freático. Na poluição da água subterrânea, os sais dissolvidos, os
nitratos, os pesticidas e os metais pesados são as substâncias químicas mais preocupantes.

4.4 Consumo exagerado da disponibilidade hídrica da região


Com a demanda crescente por água, pelos vários setores da sociedade, associada aos
movimentos ecológicos que conscientiza a população sobre a importância do meio ambiente
mais saudável (menos poluído), sem dúvida haverá pressão para que a irrigação seja conduzida
com maior eficiência, de modo a causar o mínimo de impacto possível no meio ambiente,
notadamente no que diz respeito à disponibilidade e qualidade de água para as múltiplas
actividades.
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4.5 Consumo elevado de energia
Dentre às actividades rurais, a irrigação é uma das práticas utilizada na produção agrícola que
mais consome energia. Actualmente ao se fazer análise e avaliação de projectos de irrigação em
funcionamento, as modificações sugeridas para melhorar a eficiência da irrigação, ou seja,
optimizar o uso da água, tem como consequência direita a redução do consumo de energia.

4.6 Problemas de saúde pública


Com relação a esses problemas, são três casos: contaminação do irrigante durante a condução da
irrigação, contaminação da comunidade próxima à área irrigada e contaminação do usuário de
produtos irrigados. Nos dois primeiros os, tem-se observado a propagação da esquistossomose e
a proliferação de mosquitos. No terceiro caso, de um modo geral, tem-se verificado a ocorrência
de verminoses, cuja contaminação se dá por meio do consumo de horticulas contaminados pela
água de irrigação.

4.7 Contaminação dos mananciais Hídricos


Também conhecido como “mina de’água”, “olho-de’água” ou “nascente”, um manancial é a
fonte de água doce superficial ou subterrânea que pode ser usada para consumo doméstico após
tratamento e para o desenvolvimento de actividades enconomicas. A preservação desse bem
natural é primordial, já que a água utilizada nas actividades industriais e agrícolas também
depende dos mananciais.

O esgoto sem tratamento acaba atingindo os mananciais e elevando os índices de contaminação


da água. Todo o tipo de impurezas decorrentes dos objectos biológicos principalmente
coliformes fecais tem como destino final as fontes das águas.

Assim, não apenas a qualidade, mas também a possibilidade de uso dessas águas fica
extremamente prejudicada. Assim sendo, é necessário que as autoridades governamentais e a
iniciativa privada unam-se em prol da preservação dos mananciais.

O excesso de água aplicada na irrigação retorna aos rios, por meio do escoamento superficial e
sob superficial ou vai para os depósitos subterrâneos, por percolação profunda, arrastando
consigo resíduos de fertilizantes, de defensivos, de herbicidas e de outros elementos tóxicos,
denominados de sais solúveis. Os recursos hídricos assim contaminados requerem tratamento
apropriado quando destinados ao suprimento de água potável.

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A contaminação das águas superficiais, notadamente de rios e córregos, é rápida e acontece
imediatamente após a irrigação. Tem-se verificado sérios problemas decorrentes da aplicação de
herbicidas na irrigação por inundação; na irrigação por sulco, além de herbicidas, fertilizantes,
defensivos e sedimentos. Também pode ocorrer de forma mais lenta por meio do lençol freático
sob superficial, que recebe fertilizantes, defensivos e herbicidas dissolvidos na água aplicada.
Essa contaminação pode ser agravada se houver sais solúveis no solo, pois, ao se infiltrar, a água
já contendo os sais aplicados na lavoura ainda dissolverá os sais do solo, tornando-se mais
prejudicial.

A contaminação da água subterrânea é bem mais lenta. O tempo necessário à percolação até o
lençol subterrâneo aumenta com o decréscimo da permeabilidade do solo e com a profundidade
do lençol. Para atingir um lençol freático situado a cerca de 30 m de profundidade, dependendo
da permeabilidade do solo, podem ser necessários de 3 a 50 anos. Aí reside um sério problema,
pois só muito tempo após a acção poluidora é que se saberá que a água subterrânea vem sendo
poluída; esse problema se agrava os poluentes são sais dissolvidos, nitratos, pesticidas e metais
pesados.

Quanto maiores as perdas por percolação e por escoamento superficial na irrigação, maiores
serão as chances de contaminação dos mananciais e da água subterrânea. Torna-se necessário,
cada vez mais, dimensionar e manejar os sistemas de irrigação com maior eficiência, bem como
usar a medida correcta os fertilizantes, herbicidas e defensivos.

4.8 Cobrança pelo uso da água para a irrigação


Com o intuito de mostrar o real valor da água, de incentivar o seu uso racional e de obter
recursos financeiros para recuperação das bacias hidrográficas do país, a União iniciou um
instrumento de gestão da Política Nacional de Recursos Hídricos com a cobrança pelo uso da
água.

A cobrança pelo uso da água na agricultura irrigada, baseada nos princípios de direito ambiental
usuário-pagador e poluidor–pagador, a aplicação dos princípios protector-recebedor e
participação, bem como a educação ambiental, são ferramentas de gestão de recursos hídricos
com efeito indutor do uso racional da água, fomentando a consciência de conservação nos
usuários irrigantes.

5. Conclusão
A água é considerada como um bem com valor económico e social, sendo importante para o
desenvolvimento e melhoramento das condições sanitárias de modo que assegurem os

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serviços financeiramente viáveis dado que o preço de água deverá reflectir o seu valor
económico procurando cobrir o custo do abastecimento (REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE,
1995).

A irrigação pode causar modificações ambientais e impactar os recursos naturais (solo, recursos
hídricos, fauna e flora). Esses impactos no meio ambiente podem ter tanto uma abrangência local
(propriedade agrícola), regional (bacia hidrográfica) , como forma de reduzir esses impactos
deve se ter conhecimentos dos sistemas de irrigação existentes .

São considerados mananciais corpos de água como rios, lagos, represas, lençóis freáticos e
aquíferos.

Os recursos hídricos contaminados requerem tratamento adequado quando destinados ao


consumo.

Contaminação dos mananciais hídricos, onde foi resumidamente explicada a definição de


contaminação e os principais agentes contaminadores dos mananciais bem como a sua
ocorrência. E por fim, abordou-se a respeito da cobrança pelo uso de água na irrigação, onde foi
dito que a cobrança é um instrumento de gestão de recursos hídricos voltado para gerar a
racionalização do uso da água, e não inviabilizá-lo, e que está deve ser avaliada nos critérios dos
caudais efluentes de cada bacia e a demanda do seu uso para suprir as necessidades da irrigação e
de outras actividades no geral.

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6. Referências Bibliográficas

https://www.infoescola, Mananciais.com

https://agrosmart.com.br/blog/cobranca-pelo-uso-da-agua-agricultura

VITO, Marco (2007), avaliação de riscos de contaminação de Mananciais para o abastecimento;


o caso da bacia da barragem Descoberto ( Distrito Federal) 2007.

FAGANELLO, Célia Regina Ferrari, Fundamentação da cobrança pelo uso de água para a
agricultura irrigada, na micro bacia do Ribeirão do Martins, Piracicaba/SP.

AUTOR DESCONHECIDO, in IMPACTO AMBIENTAL DA IRRIGAÇÃO NO BRASIL.

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