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1. O barramento dum rio numa dada secção e a criação duma albufeira originam D.

D. No projeto básico, realiza-se o planeamento para a escolha de locais passíveis de serem barrados
uma curva de regolfo, com alturas de escoamento superiores às que ocorriam em uma determinada bacia hidrográfica.
antes da construção. Argumente a afirmação.
E. Na fase da viabilidade, são desenvolvidos estudos para acompanhar o comportamento da obra
durante a operação.
R: Com o bloqueio de um rio numa dada secção as velocidades de escoamento
tornam-se mais baixas, levando à deposição dos sedimentos. Esta deposição inicia- 7. Durante o processo da construção das barragens de terra, a compactação das camadas lançadas
se com os materiais mais grosseiros, na medida em que o rio entra pela albufeira as é feita em cada:
velocidades vão sendo cada vez mais menores causando deposição de sedimentos
mais finos. A. 20m de altura B. 0.02m de altura C. 2m de altura D. R: 0.2m de altura

a) Mencione os possíveis inconvenientes originados pela deposição de 8. Nas características de barragens de enrocamento, é errado afirmar que
sedimentos no fundo da albufeira.
A. Possibilidade de utilização direta do material proveniente da escavação. B. Constituída por
pedras maiores; C. R: Núcleo permeável – Elemento vedante formada por material fina (arenoso-
R: Os possíveis inconvenientes originados pela deposição de sedimentos no fundo siltoso). D. Pequena largura do vale;
da albufeira são:
9. Pretende-se construir uma barragem para retenção de grandes quantidades de água sobre tudo
 Provoca a diminuição da capacidade útil; para o abastecimento de água de zonas residenciais, agrícola e produção de energia elétrica. O
 Eleva os níveis de cheia a montante da albufeira, devido à sobreelevação do estudo preliminar constatou-se que a zona residencial abrangem duas cidades com cerca de
leito à entrada da albufeira; 1,820,000 habitantes e 1940 hectares para serem irrigados com um caudal igual 60m 3 /s.
Dimensionou-se a área media da albufeira sendo igual a 90km 2 onde cerca de 162,000,000 m3
 Diminui a qualidade da água na albufeira;
evaporara anualmente na albufeira, para a geração de energia foi projectada tomada de agua que
 Reduz a jusante os nutrientes transportados pelos sedimentos finos. passara pela conduta com a forca de gravidade ate as turbinas com fluxo de 90m 3 /s e a descarga do
2. Mencione e descreve os elementos de caracterização da albufeira indicada na fundo para a manutenção do sistema ecológico a jusante é de 18m 3 /s.
figura abaixo.
a) Determine a altura mínima da capacidade útil da albufeira.

R: elementos de caracterização da albufeira indicada na figura são

1. Folga é a altura livre entre o nível máximo de cheias e a crista da barragem;


2. Volume de escoamento das cheias permite controlar os níveis de cheias do projecto
ou à montante;
3. Descarga das cheias é um canal construído especificamente para acompanhar a
descarga das águas de modo a evitar o impacto que as águas poderiam causar
devido a sua queda;
4. Descarga do fundo é a saída destinada a evacuar volumes de águas que garantem a
manutenção ecológico na jusante;
5. Capacidade útil é a diferença entre a capacidade e o volume morto já que qualquer
volume de água armazenado.
6. Volume morto é a parcela da capacidade da albufeira que se destina a ser
preenchida com os sedimentos transportados pelo rio.
7. NME é o nível mínimo de exploração. Corresponde à cota a que se colocam as
entradas das descargas de fundo.
8. NPA é o nível de pleno armazenamento. É a máxima cota atingida pela água
armazenada, correspondendo à cota do topo das comportas do descarregador de
cheias ou à da crista da soleira do descarregador se este não tiver comportas.
9. NMC é o nível máximo de cheia. Quando ocorre a “cheia de projeto”, o caudal de
pico da cheia é superior à capacidade de vazão do descarregador o que origina que, O armazenamento é feito em reservatórios que podem ser naturais ou artificiais. Uma barragem
durante um certo período de tempo. cria um reservatório artificial que se designa por albufeira. Uma albufeira pode servir diversas
finalidades:

Através da regularização de caudais


3. De que depende o volume de armazenamento necessário dispor que os
 abastecimento urbano e industrial;
caudais numa secção de um curso de água satisfaçam um determinado  irrigação;
consumo? Justifique.  controlo de cheias;
 A variabilidade dos caudais nos rios;  produção de energia hidroeléctrica;
 As características do consumo;  navegação;
 E a garantia pretendida. A garantia que o volume útil possa dar  controlo de poluição por diluição;
4. Dispõe-se de apenas um tipo de solo, uma argila siltosa, para a construção de uma barragem  contenção da intrusão salina;
de terra homogênea. Como você dividiria a secção dessa barragem em zonas, variando os
parâmetros de compactação, para tirar o máximo de proveito do solo compactado? Através do próprio volume de água armazenado na albufeira
Justifique.
 recreio;
R: Nos espaldares, faria o uso de solo compactado abaixo da umidade ótima,  piscicultura;
 retenção de sedimentos;
que apresentará maior resistência, pois é o necessário para garantir a
estabilidade dos taludes de montante e de jusante. No núcleo da barragem, o
Através da queda criada pela barragem
ideal é usar o solo compactado acima da umidade ótima, para ter baixa
permeabilidade garantindo a estanqueidade da estrutura.  produção de energia hidroeléctrica.

5. Para que servem os descarregadores do fundo numa barragem? Em Moçambique existem algumas grandes albufeiras, destacando-se a de Cahora-Bassa no rio
Zambeze que possui uma das maiores capacidades de armazenamento em todo o mundo. Para
R: Descarga do fundo é a saída destinada a evacuar volumes de águas que além de Cahora Bassa, devem referir-se as albufeiras de Massingir (rio dos Elefantes), Chicamba (rio
garantem a manutenção ecológico na jusante; Revué), Corumana (rio Sabié) e Pequenos Libombos (rio Umbelúzi). O quadro 1 apresenta as
principais características dessas albufeiras. Moçambique dispõe ainda de outras albufeiras de
menores dimensões como as de Macarretane (rio Limpopo), Mavúzi (rio Revué), Ulongué (rio
6. O projeto de uma barragem é executado em fases sucessivas, cujos objetivos e metodologia
Maué), Nacala (rio Muecate), Nampula (rio Monapo) e Locumué (rio Lucheringo).
variam não só em função da escala de estudo, mas principalmente em decorrência do
progressivo detalhamento que as fases mais decisivas passam a exigir. Acerca do exposto,
assinale alternativa correta.

A. Na fase do inventário, se define a exata posição do eixo barragem, o melhor tipo de


barragem, as diferentes soluções de arranjo de obras e, principalmente, a viabilidade
técnica e econômica do empreendimento.

B. O plano diretor é realizado durante a construção da obra com o objetivo de possibilitar a


modificação de algumas feições do projeto em decorrência de problemas surgidos na
construção.

C. R: Além dos estudos relacionados com o projeto da barragem, no projeto


executivo são ainda desenvolvidos estudos para acompanhar o comportamento da
obra durante a operação.
2 o ) Desenha-se a mesma curva deslocada para cima na vertical duma distância igual à capacidade
útil da albufeira. A curva superior representa as situações de albufeira vazia enquanto a curva
inferior representa as situações de albufeira cheia, figura 11.

3 o ) A partir dos vários pontos de início de estiagem na curva inferior, procura-se a recta de maior
declive (que corresponde, portanto, ao maior caudal) possível a qual pode ser tangente à curva
superior (a albufeira fica vazia) mas não pode intersectá-la.

O modelo de simulação parte duma situação em que o sistema está perfeitamente definido, i.e.,
são conhecidos a priori:

 a capacidade da albufeira e as curvas V(h) e A(h);


 os consumos (abastecimento, irrigação, controlo da poluição, navegação, etc.) e a sua
distribuição ao longo do ano;
 outras utilizações da água (controlo de cheias, produção de energia, níveis mínimos na
albufeira para pesca e recreio, etc.);
 a hidrologia do sistema (escoamentos afluentes à albufeira e em outras secções do mesmo e
outros rios, precipitação e evaporação na albufeira, etc.);
 as regras de operação da albufeira. Com estes dados, a aplicação sequencial do balanço
hidrológico permite conhecer o comportamento do sistema em cada período de tempo
(volume armazenado, volume evaporado, descargas efectuadas para diversos fins, energia
(P) - finalidade principal do aproveitamento a) – a potência actualmente instalada é de 2075 MW
produzida, etc.). No final da simulação, é possível fazer a determinação de:
(central Sul) b) – a central hidroeléctrica ainda não foi instalada c) – o abastecimento a Chimoio a
 fiabilidades atingidas pelos diversos consumos, calculadas a partir das falhas registadas em
partir da albufeira da Chicamba apenas se iniciou em 1996 d) – a capacidade actual é de cerca de
cada período;
1,200 M m3 , enquanto não forem instaladas as comportas do descarregador de cheias e) – a
 energias firme e secundária produzida anualmente;
capacidade actual é de cerca de 700 M m3 , enquanto não forem instaladas as comportas do
 cheias verificadas e caudais máximos descarregados;
descarregador de cheias
 ......
ELEMENTOS DE CARACTERIZAÇÃO DAS ALBUFEIRAS A figura 2 representa esquematicamente uma
Quando se pretende utilizar um modelo de simulação para determinar a capacidade útil duma
barragem e a respectiva albufeira. Ela permite ilustrar as seguintes características da albufeira: •
albufeira necessária para garantir determinados consumos com dadas fiabilidades, é preciso seguir
NPA é o nível de pleno armazenamento. É a máxima cota atingida pela água armazenada,
um processo iterativo:
correspondendo à cota do topo das comportas do descarregador de cheias ou à da crista da soleira
do descarregador se este não tiver comportas. O NPA pode ser mantido por longos períodos de
tempo. • NMC é o nível de máximo cheia. Quando ocorre a “cheia de projecto” , o caudal de pico 1o Arbitra-se um certo valor de capacidade;
da cheia é superior à capacidade de vazão do descarregador o que origina que, durante um certo
período de tempo, parte do escoamento afluente se acumule na albufeira, elevando o seu nível. O 2o Efectua-se a simulação e determinam-se as fiabilidades;
NMC é o nível máximo atingido nessas condições. Uma albufeira não pode armazenar água em
permanência acima do NPA, portanto esta é uma situação que ocorre apenas durante cheias, num 3o Se as fiabilidades forem muito altas, reduz-se a capacidade e repete-se a simulação;
intervalo de tempo relativamente curto. • Volume morto é a a parcela da capacidade da albufeira inversamente, se as fiabilidades forem baixas, aumenta-se a capacidade e repete-se a simulação;
que se destina a ser preenchida com os sedimentos transportados pelo rio e que, retidos pela
barragem, se depositam. Quando a barragem acaba de ser construída, o volume de sedimentos 4o Repete-se o passo anterior até se alcançarem as fiabilidades desejadas
depositado é praticamente nulo; esse volume vai sempre crescendo até ao fim da vida útil da
albufeira. O volume morto corresponde à situação atingida no fim da vida útil. • NME é o nível DEFINIÇÕES. TIPOS DE BARRAGENS
mínimo de exploração. Corresponde à cota a que se colocam as entradas das descargas de fundo.
O NME é definido tendo em conta o volume morto para garantir que as descargas de fundo não Define-se genericamente como barragem uma estrutura capaz de reter e armazenar água com
fiquem colmatadas durante a vida útil da albufeira. • Capacidade da albufeira é o volume total de segurança.
água que ela armazena quando o nível da água é o NPA. Capacidade útil é a diferença entre a
capacidade e o volume morto já que qualquer volume de água armazenado abaixo do NME não é A existência duma Comissão Internacional de Grandes Barragens (CIGB/ICOLD) tornou popular a
normalmente utilizável. • Volume de encaixe de cheias é a diferença entre o o volume armazenado definição de grande barragem dada por essa Comissão. A CIGB classifica como grande barragem:
quando o nível da água é o NMC e a capacidade da albufeira. Constitui um elemento importante
para o estudo do amortecimento (laminagem) da cheia pela albufeira pois quanto maior for esse • uma barragem com mais de 15m de altura, contada desde o ponto mais baixo da fundação até ao
volume de encaixe tanto menor será o caudal de pico descarregado pela barragem. coroamento;

CURVAS CARACTERÍSTICAS DE ALBUFEIRAS Tanto o dimensionamento duma albufeira como a sua • uma barragem com altura entre 10 a 15m desde que se verifique uma das seguintes condições: o
exploração tornam necessário conhecer as suas curvas características, sendo as principais: Um desenvolvimento do coroamento superior a 500m;

 a curva dos volumes armazenados V (h);  Capacidade da albufeira superior a 1 hm3 ;


 a curva das áreas inundadas A (h);  Capacidade do descarregador de cheias superior a 2000 m3 /s;
 a curva de vazão do rio numa secção imediatamente a jusante da barragem.  Problemas especiais de fundações; o Projecto não convencional.

A curva dos volumes armazenados estabelece uma relação biunívoca entre a cota h da água na Por exclusão de partes, uma pequena barragem é aquela que não é classificada como uma grande
albufeira e o correspondente volume armazenado V. barragem.

Nos estudos de dimensionamento de albufeiras, determina-se a capacidade total (soma da Em Moçambique, são classificadas como grandes barragens as de Cahora-Bassa, Massingir,
capacidade útil e do volume morto) e o volume de encaixe de cheias necessários para satisfazer Corumana, Chicamba, Pequenos Libombos e ainda diversas outras barragens de menor dimensão
respectivamente a demanda de água e garantir a segurança da obra. A curva V(h) permite então como:
determinar a cota h que corresponde à capacidade total mais o volume de encaixe de cheias. Essa
cota, adicionada à folga, permite calcular a altura necessária para a barragem. A curva V (h) permite  - Nacala (17 m de altura, 4 hm3 de armazenamento);
ainda determinar a carga sobre o descarregador e as descargas de fundo que é uma variável  - Nampula (17.5m, 4 hm3 );
necessária para se calcular o caudal descarregado; permite igualmente obter a queda para o cálculo  - Chimoio (15m);
da potência e da energia produzida nas turbinas.  - Macarretane (12m, 3 hm3 );
 - Locumué (17.5m, 1.7 hm3 ).
A curva das áreas inundadas estabelece uma relação biunívoca entre a cota da água h e a
correspondente área A da superfície de inundação da albufeira. As barragens podem ser classificadas de acordo com:

DETERMINAÇÃO DO VOLUME MORTO Um rio transporta não apenas água mas também  A sua finalidade;
sedimentos de maiores ou menores dimensões. Com excepção do sedimento muito fino (“wash  O seu funcionamento hidráulico; e
load”) que se mantém em suspensão mesmo em águas praticamente paradas, duma maneira geral  Os materiais que compõem a sua estrutura.
a capacidade dum escoamento transportar sedimentos aumenta exponencialmente com a
velocidade. O barramento dum rio numa dada secção e a criação duma albufeira originam uma
Na classificação de acordo com a sua finalidade, as barragens designam-se por:
curva de regolfo, com alturas de escoamento superiores às que ocorriam antes da construção.
Consequentemente, as velocidades do escoamento tornam-se mais baixas, levando à deposição dos
 Barragens de armazenamento – criam albufeiras destinadas a regularizar os escoamentos;
sedimentos. Esta deposição inicia-se com os materiais mais grosseiros; à medida que o rio entra
 Barragens de derivação – destinam-se a elevar o nível da água para cotas que permitam a
pela albufeira, as velocidades vão sendo cada vez menores, causando a deposição dos sedimentos
sua derivação para canais de irrigação ou outros sistemas de adução. A barragem de
mais finos, conforme se esquematiza na figura 5.
Macarretane é um exemplo típico.
 Barragens de retenção – destinam-se a retardar a progressão de cheias ou a reter
A deposição de sedimentos originada pela albufeira tem numerosos inconvenientes:
sedimentos.
 provoca a diminuição da capacidade útil, essa diminuição é de 0.5 – 1% da capacidade útil
Na classificação de acordo com o seu funcionamento hidráulico, as barragens dividem-se em
por ano.
galgáveis e não galgáveis.
 eleva os níveis de cheia a montante da albufeira, devido à sobreelevação do leito à entrada
da albufeira;
As barragens galgáveis permitem descargas por cima do coroamento e têm, por isso, de ser
 provoca erosões no leito e margens a jusante da barragem, devido ao facto da barragem
construídas em materiais não erodíveis pela água, tais como betão ou alvenaria. As barragens de
descarregar caudal desprovido do sedimento de que carece para uma situação de equilíbrio;
aterro (terra, enrocamento) são não galgáveis, pois, o galgamento provocaria sérias erosões
 diminui a qualidade da água na albufeira;
podendo levar ao colapso da barragem. Por vezes, considera-se uma barragem composta
 reduz a jusante os nutrientes transportados pelos sedimentos finos.
consistindo duma parte central galgável em betão ladeada por diques laterais em terra, como é o
caso da barragem dos Pequenos Libombos.
O método de Rippl permite também resolver o problema inverso: dada a capacidade útil da
albufeira, determinar o máximo caudal garantido (i.e., caudal que é sempre igualado ou excedido).
A classificação mais habitual e mais útil em termos de projecto é a baseada nos materiais que
Para a resolução deste problema, o procedimento é o seguinte:
compõem a estrutura da barragem. De acordo com esta classificação, as barragens dividem-se em:
1 o ) Constroi-se a curva dos escoamentos afluentes acumulados, tal como no caso anterior.
 barragens de betão (incluindo barragens de alvenaria);
 barragens de aterro (terra ou enrocamento).
As barragens de betão, por sua vez, podem ser classificadas como barragens gravidade, barragens
arco ou abóbada e barragens de contrafortes, de acordo com as suas formas e correspondente
funcionamento estrutural. 4 PROJECTO DE FUNDAÇÕES

As barragens de terra também se subdividem, habitualmente, em barragens homogéneas e As fundações podem dividir-se em três grupos:
barragens zonadas.
 fundações em rocha;
A CIGB define do seguinte modo os vários tipos de barragens:  fundações em material grosseiro (areia, cascalho);
 fundações em material fino (argila, silte).
a) Barragem de aterro – qualquer barragem construída de materiais naturais escavados, colocados
sem adição de ligantes. As fundações em rocha não apresentam geralmente nenhum problema de capacidade de suporte
para pequenas barragens. Podem, no entanto, apresentar problemas de permeabilidade devido a
b) Barragem de terra – é uma barragem de aterro composta principalmente de terra compactada falhas, juntas, fissuras e diaclases que podem existir
(mais de 50%), podendo ser homogénea ou zonada.
Fundações em areia e cascalho nestas fundações, o problema principal é a permeabilidade,
A barragem é considerada homogénea quando é composta dum único material, impermeável; ou raramente se colocando problemas a sua capacidade resistente. Um problema pode surgir com
zonada quando compreende, na secção transversal, áreas especiais de material impermeável, e fundações em areia limpa, de granulometria uniforme e baixa densidade: esta areia tem uma
outras de material permeável - areia, cascalho e enrocamento. estrutura instável, e sob acção dum choque (como, por ex: o provocado por um sismo), pode sofrer
um reajustamento dos grãos para uma estrutura mais densa.
c) Barragem de enrocamento – é uma barragem de aterro cuja estabilidade é assegurada por
grandes áreas de enrocamento (mais de 50%). A barragem tem de conter um núcleo impermeável, Fundações impermeáveis de silte e argila As fundações de silte e argila são sufecientemente
habitualmente de argila, acompanhado de filtros e drenos. A impermeabilização é, por vezes, feita impermeáveis para dispensarem a necessidade de tratamento com visto a percolação e "piping". O
no paramento de montante o qual pode ser de betão, betão betuminoso ou outro material principal problema com estas fundações é o da sua estabilidade. Podem distinguirse as situações de
impermeável. fundações saturadas e fundações relativamente secas.

d) Barragem de gravidade – é uma barragem de betão ou alvenaria de pedra cuja estabilidade é


assegurada fundamentalmente pelo seu peso próprio.

e) Barragem arco ou abóbada – é uma barragem de betão apresentando em planta curvatura


simples (arco) ou dupla (abóbada) e que descarrega a maior parte da carga a que está sujeita
lateralmente nos encontros e não na fundação. A curvatura é dirigida para montante.

f) Barragem de contrafortes – é uma barragem de betão em que o paramento de montante,


impermeável, é suportado do lado de jusante por uma série de apoios que são os contrafortes.

As barragens de aterro têm uma série de méritos que tem contribuído para serem o tipo
largamente dominante:

 São adequadas quer para vales apertados quer para vales muito abertos;
 Adaptam-se a condições muito variadas de fundações;
 Utilizam materiais naturais, minimizando a necessidade de importar e transportar grandes
quantidades de cimento e inertes;
 Com um projecto adequado, podem incluir na mesma secção diversos tipos de materiais
naturais;
 O processo de construção é altamente mecanizado e efectivamente contínuo.

As desvantagens das barragens de aterro são poucas:

 Estão sujeitas a grandes erosões e mesmo a destruição se forem galgadas, exigindo uma
estrutura separada para o descarregador de cheias;
 São vulneráveis à percolação que pode originar fenómenos de "piping" e erosão na
barragem e na fundação.

Por sua vez, os principais méritos das barragens de betão são os seguintes:

 Podem ser utilizadas tanto em vales apertados como em vales abertos desde que se
disponha duma fundação em rocha sã a pequena profundidade;
 Podem ser galgadas, o que lhes permite a colocação de descarregadores por cima do
coroamento (garantindo o necessário controlo da erosão a jusante);
 Podem alojar descargas de fundo e outros equipamentos auxiliares em câmaras e galerias
alojadas no próprio corpo da barragem.

As principais desvantagens das barragens de betão em relação às barragens de aterro são:

 A exigência de melhores condições de fundação (rocha sã);


 A exigência de cimento e materiais naturais processados (inertes) em grande quantidade;
 A construção tradicional em betão é mão-de-obra intensiva, relativamente descontínua,
exigindo trabalhadores especializados para cofragens, betonagens, etc.
 O custo unitário do m3 colocado em obra é muito mais elevado para o betão em massa do
que para o aterro compactado.

Para poderem cumprir as suas funções de regularização de escoamentos, descargas para diversos
fins e simultaneamente serem estruturas que se mantém seguras durante a passagem de cheias, as
barragens tem de dispor, para além do corpo da barragem propriamente dito (em aterro ou em
betão), duma série de outros órgãos, nomeadamente:

 -Descarregador de cheias;
 - Descargas de fundo e meio-fundo;
 - Circuito hidráulico para turbinas;
 - Drenagem interna;
 - Impermeabilização das fundações;
 - Galerias e poços de inspecção.

O descarregador de cheias tem por função passar para jusante, de forma segura, os caudais de
cheias afluentes quando a albufeira está já ao nível de pleno armazenamento.

As Descargas de fundo e meio-fundo para regularização dos escoamentos.

Circuito hidráulico para turbinas - Quando a barragem tem uma central hidroeléctrica associada,
ela deve dispor do correspondente circuito hidráulico englobando comportas de controlo da
entrada de água, condutas forçadas e depois a central propriamente dita, com as turbinas e o
caudal de fuga.

Drenagem interna

Impermeabilização das fundações- Quer a fundação duma barragem seja em rocha quer um solo
arenoso, o problema da impermeabilização da fundação coloca-se frequentemente seja por causa
da permeabilidade natural do material (areia, silte), seja porque a camada superficial da rocha está
muito alterada, seja porque a rocha apresenta fendilhação profunda.

Galerias e poços de inspecção

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