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NOÇOES DE OPERAÇÃO DE ESTAÇÃO DE

TRATAMENTO DE ESGOTO

H2O Ambiental
Ítalo Antonio Pereira Silva - Engenheiro Químico
Diogo Sergio Vieira - Químico Industrial
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Remoção de
matéria orgânica

Remoção de sólidos Por que Remoção de


em suspensão tratar os nutrientes
esgotos?

Remoção de
organismos
patogênicos
CARACTERIZAÇÃO DO ESGOTO
ETE
• O que é uma ETE – Estação de Tratamento de Efluentes?
Constitui-se no conjunto de obras, instalações e serviços, destinados a coletar,
tratar e afastar os esgotos (águas usadas), tendo como principal objetivo a
disseminação da saúde pública e a conservação do meio ambiente natural.
Tecnicamente, podemos descrever um Sistema como sendo formado pelas etapas de
coleta, afastamento e transporte, tratamento e disposição final de esgotos sanitários.

LODO
EFLUENTE TRATADO
BIOGAS
OBS: EM MEDIA PARA CADA 400L DE ESGOTO, SÃO GERADOS 2L DE LODO CONCENTRADO
Tratamento Biológico
Bactéria
É um ser vivo, microscópico, formado por uma única célula
(unicelular) que produz enzimas específicas necessárias que
quebram compostos orgânicos para digeri-los. Bactérias
específicas são cientificamente adaptadas para digerir
específicos compostos como detergentes, papeis, óleos,
graxas, hidrocarbonos e fenóis.
Tratamento Biológico
DQO – Demanda Química de Oxigênio – mede a quantidade de oxigênio necessária
para a oxidação química das substâncias orgânicas e inorgânicas presentes em uma
amostra. Seu resultado é expresso em mgO2/L

DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio – mede a quantidade de oxigênio utilizada


por bactérias para a metabolização do conteúdo orgânico presente na amostra. Seu
resultado também é expresso em mgO2/L

Despejos com elevada DQO e DBO, ao adentrarem o


corpo receptor, podem provocar a morte de peixes e
outros organismos aeróbios do habitat, visto que o
oxigênio ali presente poderá ser consumido em processos
de oxidação que nada tem a ver com a respiração destes.
Tratamento Biológico
TECNOLOGIAS DO TRATAMENTO

• disposição no solo
• lodos ativados
• lagoas de estabilização
• sistemas anaeróbios simplificados
• filtros biológicos
• biofiltro aerado submerso
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Tratamento de Esgoto

Níveis de tratamento:

Preliminar
Primário
Secundário
Terciário
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Tratamento Preliminar
• Remove apenas sólidos grosseiros, flutuantes e matéria mineral
sedimentável. O tratamento preliminar segue os seguintes
processos:
• - Grades
• - Desarenadores (caixas de areia)
• - Caixas de retenção de óleo e gordura
• - Peneiras
• Medidores de Vazão
Tratamento Preliminar
Medidor de Vazão

Calha Parshall Vertedouro Triangular

30 l/s a 300 l/s


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Tratamento Primário
Remove sólidos inorgânicos e matéria orgânica em suspensão. A
DBO é removida parcialmente e os sólidos em suspensão quase que
totalmente. Esse nível de tratamento segue os seguintes processos:

- Decantação primária ou simples


- Reatores anaeróbios com baixa eficiência
- Flotação
- Neutralização
- Precipitação química com baixa eficiência
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Tratamento Secundário
Esse nível de tratamento remove os sólidos inorgânicos e matéria
orgânica dissolvida e em suspensão. A DBO e sólidos inorgânicos são
removidos quase totalmente. Dependendo do sistema adotado, a
eficiência de remoção é alta. Nesse nível os processos são:

- Processos de lodos ativados


- Lagoas de estabilização (exceto lagoa anaeróbia única)
- Reatores anaeróbios com alta eficiência
- Lagoas aeradas
- Filtros biológicos
- Precipitação química com alta eficiência

matéria mais
+ bactérias H2O + CO2 +
orgânica bactérias
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Tratamento Terciário
Esse nível de tratamento é para obter um efluente de alta qualidade,
ou a remoção de outras substâncias contidas nas águas residuárias.
Os processos de tratamento terciário são os seguintes:

- Adsorção em carvão ativado


- Osmose reversa
- Eletrodiálise
- Troca iônica
- Filtros de areia
- Remoção de nutrientes
- Oxidação química
Tratamento Biológico
Funções das etapas de tratamento
Processo Anaeróbio
A digestão anaeróbia é um processo biológico no qual um consórcio de diferentes
tipos de microrganismos, na ausência de oxigênio molecular, promove a
transformação de compostos orgânicos complexos (carboidratos, proteínas e
lipídios) em produtos mais simples como metano e gás carbônico
Os reatores anaeróbios para o tratamento de esgotos possuem boa possibilidade
de uso em nosso país, que apresenta temperatura elevada em grande parte de
seu território e em praticamente o ano todo.
Os custos de implantação dos reatores anaeróbios podem ser considerados
baixos, mas é na operação que reside a principal vantagem devido à não
necessidade de aeração.
A produção de lodo é mais baixa do que as que decorrem de processos aeróbios
como lodos ativados ou filtros biológicos
Processo Anaeróbio
• Remoção de matéria orgânica na
ausência de O2.
• Geração de odor
• Conversão da matéria orgânica a
• Baixa capacidade de
metano, dióxido de carbono e água.
absorver cargas tóxicas
• Baixa produção de lodo • Necessidade de pós
• Unidades com menores volumes tratamento para atender PE
• Menor custo de implantação e e remoção de nutrientes e
operação organismos patogênicos
• Maior tolerância a altas cargas
orgânicas
• Eficiência DBO 45 a 75%.
Sistemas Anaeróbios

• Fossa Séptica
– Primeiro sistema de tratamento utilizado pelo homem.
– Tempo de detenção de 12 a 24 horas.
– Sedimentação de 60 a 70% de sólidos que serão degradados por
bactérias anaeróbias.
– Formação de escuma formada por óleos, graxas e gorduras e
gases.
Sistemas Anaeróbios – Tanque séptico
Sistemas Anaeróbios - Filtro Anaeróbio

– Pós tratamento de Fossa Séptica, formando sistema “Fossa-


Filtro”.
– Unidade preenchida com meio suporte por onde o efluente percola
em fluxo ascendente e entra em contato com biofilme aderido ao
meio suporte.
– Eficiência DBO 80 a 85%
Sistemas Anaeróbios – Filtro Anaróbio
Reator de Manta de Lodo (UASB – Upflow Anaerobic Sludge Blanket)
DAFA - RAFA
• Nos reatores anaeróbios, a depuração decorre de um intenso contato entre o
esgoto e um manto de lodo suspenso, previamente maturado no equipamento, rico
em micro-organismos anaeróbios (bactérias acidogênicas, acetogênicas e
metanogênicas).
• Quando o esgoto entra no reator pela caixa de distribuição é enviado para o fundo
do equipamento, há mistura do material orgânico fresco com o lodo biológico
maturado presente na zona de digestão, estabelecendo-se então a digestão
anaeróbia, resultando na produção de biogás e no enriquecimento do lodo.
• A camada de escuma forma-se naturalmente no processo, na câmara de gases
podendo dificultar a oclusão das bolhas, caso acumule-se em quantidade excessiva
ou ocorra o seu ressecamento, deve-se realizar descargas rotineiras para evitar o
problema.
• Ao mesmo tempo, as bolhas de biogás (metano) que se formam na zona de digestão
sobem na fase líquida, são desviadas pelos elementos defletores do separador de
fases e continuam em trajetória ascendente até encontrarem a interface líquido-
gás, situada na parte superior interno do separador (câmara de gás).
Sistemas Anaeróbios
RAFA - Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente
– Biomassa cresce dispersa no reator e concentração de sólidos é bastante elevada.
– Fluxo do efluente ascendente.
– Degradação de matéria orgânica no leito e manta de lodo.
– Formação de gases que são separados na estrutura “separador trifásico” na parte
superior.
– Tempo de detenção de 6 a 10 horas.
– Eficiência DBO 60 a 75%
– Necessita tratamento complementar para atendimento de PE.
Sistema Anaeróbios - RAFA
Sistema Anaeróbios - RAFA
Sistema Anaeróbios - RAFA
OPERAÇÃO DO RAFA
• OPER. NORMAL DO REATOR ANAER. DE FLUXO ASCENDENTE (RAN)
• Abrir válvulas EEF , SEF , SGA e DGA ;
• Manter fechadas válvulas DLD , DLA , DES , DSE , DRN , AL1 , AL2 , AL3 e AL4 .
• OPERAÇÃO DE DESCARGA DE SOBRENADANTE
• Abrir tampa superior do RAN, observar se existe lodo ou outros materiais na superfície do
efluente;
• Havendo sobrenadante, se for materiais grosseiros (madeiras, trapos, gorduras, etc.)
destinar o material para o sistema de adensamento/secagem de lodo. Se houver somente
material característico de lodo, encaminhar as descargas para a elevatória, da seguinte
forma:
• Abrir a válvula DSE para descartar o material.
• Abrir a válvula de By-pass no TAL caso o material for enviado para a elevatória.
Sistema Anaeróbios - RAFA
OPERAÇÃO DO RAFA
• OPERAÇÃO DE DESCARGA DE ESCUMA
• Abrir a válvula DES e verificar na caixa de by-pass do TAL a inexistência de escuma, fechar
em seguida a válvula DES .
• Se existir materiais grosseiros (cabelos, madeiras, gorduras, etc.) deverá ser encaminhado
para o TAL.

• OPERAÇÃO DE DESCARGA DE LODO ALTO


• Verificar o aumento da incidência de lodo sobrenadante, aumentando a frequência de
descarte de sobrenadante. Verificar a concentração de lodo no cone de Imnoff na amostra
AL1 (>100mL/L) realizar o descarte de lodo alto.
• Abrir válvula DLAde 30 a 60 segundos. Encaminhando o lodo para oTAL .
Sistema Anaeróbios - RAFA
OPERAÇÃO DO RAFA
• OPERAÇÃO DE DESCARGA DE LODO DIGERIDO
• Verificar o aumento da incidência de lodo sobrenadante, aumentando a frequência de
descarte de sobrenadante. Verificar a concentração de lodo na amostra AL2 , AL3 e AL4
(>100mL/L) realizar o descarte de lodo digerido.

• Abrir válvula DLD de 30 a 60 segundos. Encaminhando o lodo para o TAL.


• Repetir a análise da concentração de lodo na amostra AL4 .
• OPERAÇÃO DE DESCARGA DE AREIA DA COLUNA CENTRAL
• Abrir a válvula DAC ,encaminhar para a elevatória através do by-pass no TAL, observando a
incidência de areia na caixa do by-pass.
• Se, a incidência de areia e/ou outros materiais inertes aumentar nas descargas diárias,
indica que deverá ser melhorado a retirada da areia na caixa de retenção do material no
pré-tratamento.
LAVADOR DE GASES
• OPERAÇÃO NORMAL DO LAVADOR DE GÁS (LVG)

• A solução química (Cal Virgem) deverá permanecer no nível de 30 a


50cm em relação ao fundo do equipamento, visualizado diariamente no
visor de nível.
• O operador deverá monitorar o borbulhamento do biogás na solução
química do equipamento, através da audição.
• NOTA: A inexistência de borbulhamento, após a partida dos reatores,
poderá significar a ineficiência do ran, entupimento das tubulações de
gás ou falta de solução química
PREPARO DA SOLUÇAO DE LAVAGEM DOS GASES

• Preparar a solução (Leite de Cal) colocando a quantidade indicada na tabela acima de Cal
Virgem no seu respectivo volume de água, misturar bem e deixar a Cal sedimentar,
geralmente é recomendado fazer a preparação pelo menos 24h antes da substituição para
garantir que todo o material sólido da solução não seja transferido para o lavador de gás;
• Transferir somente a solução para o lavador de gás (LVG), através o funil instalado na tampa
superior, até alcançar o nível de 50 cm, em seguida fechar a válvula ESQ .
• A solução química (Leite de Cal) do lavador de gás (LVG) deverá ser substituída a cada 30
dias
• Abrir válvula DRN e esperar o esvaziamento total do lavador. Essa solução (saturada)
mesmo encaminhada para a elevatória ou para o poço de visita final, não modificará
significativamente a qualidade do efluente a qual foi destinado;
• Pós-Tratamento de Efluentes de UASB
Tratamento Biológico
Microorganismos encontrados no sistema
• Algas – Organismos multicelulares de várias formas e tamanhos, geram oxigênio por
fotossíntese.
• Bactérias – Organismos unicelulares, que se apresentam de
várias formas e tamanhos.
• Fungos – São de importância secundária nos sistemas de estabilização, pois, apesar de
estabilizarem a maioria dos compostos orgânicos têm o inconveniente de não formar
flocos.
• Protozoários – Responsáveis pela redução de bactérias.
• Animais superiores – Rotíferos, encontrados nos sistemas aeróbios, úteis na
matabolização de partículas não estabilizada pelos protozoários.
Tratamento Biológico
Fases do crescimento bacteriano
Tratamento Biológico
Tratamento biológico otimizado do processo
natural
• Processo natural:
Microorganismos (bactérias) presentes nos corpos
d’água (rios e lagos) oxidam matéria orgânica
usando o oxigênio dissolvido na água.
Remoção da matéria orgânica necessita de :
Microorganismos + oxigênio (OD)
• Tratamento Biológico – Lodos Ativados:
Muito Microorganismo (Lodo) + Muito Oxigênio( Ar
dos aeradores, sopradores ou Oxigênio puro
Tratamento Biológico
Biodegradabilidade
Para avaliar a biodegradabilidade de um efluente
industrial não é sempre fácil, depende dos
compostos presentes no meio. Um critério para
avaliação é analisar a relação DQO/DBO.
• Facilmente Biod. relação DQO/DBO <2,5.
• Razoavelmente Biod. Relação DQO/DBO entre 2,5 a
5,0.
• Dificilmente Biod. Relação DQO/DBO >5,0
Tratamento
Biológico
Fornecimento de oxigênio para o sistema
Aeradores superficiais ou submerso
Tratamento Biológico
Fornecimento de oxigênio para o sistema
Ar difuso
Tratamento Biológico
Degradação aeróbia
Processos Aeróbios

• DEFINIÇÕES
• O tratamento biológico por lodos ativados é atualmente o mais utilizado
para a depuração de efluentes sanitários e industriais caracterizados por
contaminação de carga orgânica e produtos nitrogenados,
representando um sistema de tratamento com baixo custo de
investimento e alta taxa de eficiência (remoção de DBO/DQO).
• O princípio geral deste processo consiste em acelerar o processo de
oxidação e decomposição natural da matéria orgânica que acontece nos
corpos hídricos receptores.
Processos Aeróbios
As seguintes unidades são partes integrantes da etapa biológica do processo de lodos ativados:

• tanque de aeração (reator biológico): local onde ocorrerá os processos


de biodegradação;
• sistema de aeração: fornecimento de oxigênio necessário a
biodegradação aeróbia;
• tanque de decantação (decantador secundário): separação da água
tratada da biomassa formada;
FILTRO SUBMERSO AERADO - FSA

• Líquida: Composta pelo líquido que percola através do meio suporte;


• Gasosa: Formada pela aeração artificial (sopradores de ar) e em menor
escala pelos gases produzidos pelo processo biológico;
• Sólida: Constituída do enchimento de Meio Suporte Sintético (MSS) e
pelas colônias de micro-organismos que nele se desenvolvem, sob a
forma de um filme biológico (biofilme) fixo;
• O FSA é uma unidade constituída de um tanque para a formação do
filtro biológico e de um segundo que é um decantador para separação
do lodo e o efluente clarificado.
FILTRO SUBMERSO AERADO - FSA
• reduzem o teor de compostos orgânicos e outros elementos
remanescentes do tratamento anaeróbio por um processo biológico,
destruindo a matéria orgânica degradável na presença de oxigênio livre.
• No primeiro tanque, o seu interior é preenchido com Meio Suporte
Sintético (MSS), possui um sistema de distribuição de ar e um sistema
de distribuição de efluente, ambos localizados na parte inferior do
equipamento.
• O segundo tanque é um decantador, composto de um sistema de
distribuição de efluente no fundo, poço de lodo, lamelas de decantação
e conjunto de coleta do efluente clarificado com retenção e descarte de
sobrenadante e descarte de lodo de forma continua e manualmente.
FILTRO SUBMERSO AERADO - FSA
• (Decantador lamelar – DCL) de tratamento para remoção dos sólidos
sedimentados pelo o processo de decantação de alta taxa, de fluxo
laminar (placas paralelas inclinadas), forçando o lodo adensar no fundo
do poço para descargas rotineiras retornar para o início do processo,
enquanto no sentido de fluxo ascendente o efluente clarificado é
coletado e encaminhado para a desinfecção.
• Eventualmente ocorrerá lodo flutuante (sobrenadante) no nível de
coleta do efluente, porém o mesmo é retido pelas cortinas de proteção
da calha coletora e devolvido para a elevatória de esgoto bruto para
reiniciar o tratamento. Evitando assim a contaminação do efluente
tratado e daí encaminhado ao tanque de desinfecção (TCD).
FILTRO SUBMERSO AERADO - FSA
FILTRO SUBLMERSO AERADO - FSA
FILTRO SUBMERSO AERADO - FSA
FILTRO SUBLMERSO AERADO - FSA
MANUTENÇÃO DO EQUIPAMENTO - FSA
• A LIMPEZA DO SISTEMA DE AERAÇÃO
• Semanalmente no dia e no horário de menor contribuição, realizar o by-pass do FSA
e aumentar o fluxo de ar o máximo possível para desobstrução dos orifícios no caso
de destruição por tubulações perfuradas;
• A LIMPEZA DOS COMPONENTES INTERNOS VISÍVEIS
• As canaletas do efluente e partes não submersas das paredes devem ser escovadas
e lavadas com esguicho de mangueira sempre que haja um mau aspecto,
aglomeração de resíduos ou afluência de moscas, ou sempre que for necessário;

• LAVAGEM DO EQUIPAMENTO
• As superfícies externas dos equipamentos deverão ser mantidas limpas e as
lavagens poderão ser feitas com jatos de aguas e sabão;
• A remoção de eventuais materiais tais como, incrustações formadas por escumas,
que podem ocorrer, principalmente, no inicio do processo, também através da
limpeza com agua e sabão;
CONJUNTO DE PREPARO E DOSAGEM QUÍMICA (CDQ)
TANQUE DE ADENSAMENTO DE LODO - TAL

• O Tanque de Adensamento de Lodo é a unidade destinada ao


armazenamento e descarte de lodo digerido e produzido
constantemente pelo reator anaeróbio, a partir do momento que este
atinge o seu estado estacionário. O lodo digerido é estabilizado, isto é, o
seu conteúdo residual orgânico é insuficiente para produzir emanação
de mau cheiro. Além disso, coleta o lodo do Filtro Submerso Aerado
(FSA), que poderá ser descartado diretamente no TAL ou recirculado a
parte de liquida de volta para a Estação Elevatória de Esgoto – EEE. A
recirculação tem por objetivo completar a estabilização do material
biodegradável restante no lodo.
TANQUE DE ADENSAMENTO DE LODO - TAL
Tratamento Biológico
Principais parâmetros do processo
• Cor
• Turbidez
• Temperatura
• Potencial hidrogeniônico
• Condutividade
• Oxigênio dissolvido
• Demanda Bioquímica de Oxigênio
• Carbono Orgânico Total
• Demanda química de oxigênio
• Nitrogênio
• Fósforo
• Nutrientes – Relação DBO:N:P (100:5:1)
• Toxicidade
• Óleos e Graxas
• Sólidos Suspenso
• Resíduos sedimentáveis em 30’
• Índice volumétrico de lodo
• Idade de Lodo
• Remoção de matéria orgânica
Tratamento Biológico

Controle operacional
Tratamento Biológico
Controle operacional
Parâmetros de Qualidade e Emissão
Físicos Químicos Biológicos

Sólidos pH Coliformes
Cor DQO e DBO Toxicidade
Turbidez OD
Odor Óleos e Graxas
Temperatura Nitrogênio
Fósforo
Parâmetros de controle para operação de ETEs
TEMPERATURA
 Intensidade de calor;
 Origem: - Natural: Radiação, condução, convecção (solo e
atmosfera).
- Antropogênica: Águas de sistema de rsfriamento,
Despejos industriais.
 Unidades de medida: ° C (graus Celsius);
 Padrões de leitura:
- Acima de 30ºC: Desequilibrio biologico,
redução solubilidade dos gases, mau cheiro.
- Entre 20 – 26 °C: Condições normais.
- Inferior a 20°C: Desequilíbrio do tratamento.
Parâmetros de controle para operação de ETEs
PH – POTENCIAL HIDROGENIÔNICO
 Concentração de íons H+ e OH-;
 Constituinte: Sólidos dissolvidos, gases dissolvidos;
 Origem: - Natural: Dissolução das rochas, absorção de gases da
atmosfera, oxidação da matéria orgânica.
- Antropogênica: Resíduos Domésticos e resíduos industriais;
 Unidade de medida: Escala 1 – 14 pH;
 Padrões de leitura: pH < 7: condições ácidas
pH = 7: neutralidade
pH > 7: condições básicas
Parâmetros de controle para operação de ETEs
OD – OXIGÊNIO DISSOLVIDO
• É um dos parâmetros mais importantes no campo de controle de
poluição das águas;
• Fundamental ao metabolismo dos microrganismos;
• Possui relação com a Matéria orgânica;
• Constituinte: Gás O2 dissolvido;
• Origem: - Natural: Fotossíntese.
- Antropogênica: Difusão, Aeração mecânica.
• Unidade de medida: mg/L O2.
• Padrões de leitura: - < 0.5 - anaerobiose.
- > 0.5 >1.0 – Facultativo.
- < 1.0 aeróbico.
Parâmetros de controle para operação de ETEs
SS – SÓLIDOS SEDIMENTÁVEIS
Parâmetros de controle para operação de ETEs
IVL – ÍNDICE VOLUMÉTRICO DE LODO

IVL representa a sedimentabilidade do lodo- 50 a 150mg/l

SS – sólidos sedimentáveis 30 minutos


SSTA – sólidos susp toatais tanque de aeração
Tratamento
Biológico
Parâmetro do processo
IL – IDADE DO LODO

Faixa ideal: 5 – 15 dias


Tratamento Biológico
Parâmetro do processo
Tratamento
Biológico
Parâmetro do processo
 Fator de carga (“food / microrganisms”)

 Faixa ideal: 0,15 – 0,3


Tratamento
Biológico
DBO(Kg/m3) x Q( m3/h) x 24 h Parâmetro do processo
F/M =
SSV( Kg/m3) x Vol. TQaeração ( m3)

É necessário manter um F/M ideal no TQ de aeração para ocorrer a remoção da


matéria orgânica e gerar menor quantidade de lodo.
• F/M alto = muito alimento, lodo Sub-oxidado,expansivo, decanta mal, gera muito
lodo.
• F/M baixo = Pouco alimento, lodo super-oxidado, gera pouco lodo
• Faixa de F/M:
0,09 a 0,15 – Difício biodegradabilidade
0,15 a 0,3 – Fácil biodegradabilidade
>0,3 – Inibe a nitrificação (transf. da amônia em nitratos)
Tratamento Biológico
Parâmetro do processo
Descarte de lodo
Tratamento
Biológico
Parâmetro do processo
Remoção da matéria orgânica

DQOi - DQOf x 100


RMO =
DQOi

DBOi - DBOf x 100


RMO =
DBOi
Critérios e padrões para lançamento de
efluentes líquidos
Alguns Padrões para lançamento:
• pH = 5,0 a 9,0
• Temperatura = <40ºC
• Materiais sedimentáveis = Máx.: 1,0 ml/l
• Óleos e graxas = Máx.: 20 mg/l
• Fósforo total = 1,0 mg/l P
• Nitrogênio Total = 10,0 mg/l N
• DBO = Remoção Mín.: 60% ou 120mg/l
• DQO = < 250 mg/l
• Toxicidade = <8,0 UT
• MBAS – Surfactante aniônico = Máx.: 2,0 mg/l
FUNCIONAMENTO DA ETE
• O funcionamento da ETE consiste em operações de sistemas semiautomáticos,
como as bombas que trabalham em rodizio automático e sopradores, de sistemas
biológicos, aeróbios e anaeróbios e de sistemas com descargas manuais. As
unidades eletromecânicas de transferências como as bombas submersíveis,
sopradores de ar, válvulas solenoides, sensores de níveis, etc. são controladas
automaticamente pelo o centro de comando de motores (CCM).
• É importante que sejam realizadas limpezas nas unidades de pré-tratamento, para o
melhor funcionamento do sistema, a limpeza destas unidades são manuais, e deve
ser realizada de acordo com as instruções que estão localizadas neste manual.
• No tratamento biológico o biogás produzido na unidade anaeróbia, especialmente o
Metano são descartado depois de coletado e lavado em solução alcalina.
• O lodo sedimentado no Decantador Lamelar retorna, através de descargas manuais,
para o início do sistema (EEE) para a completa digestão no reator anaeróbio.
• No tratamento de desinfecção é importante salientar que a alimentação química é
manual, porém com dosagem automática.
Processos Aeróbios
CONDIÇÕES CRITICAS DE OPERAÇÃO
• Paradas prolongadas para manutenção da ETE: Aqui o tempo de parada
é superior a duas horas. A primeira providência a ser tomada é desviar
o efluente bruto na chegada, para uma bacia de emergência ou de
contenção. Após a retomada, esse efluente desviado deverá ser
alimentado em doses homeopáticas ao sistema, juntamente com o
efluente normalmente alimentado, de modo a evitar sobrecarga. Além
disso, devem ser tomados os mesmos cuidados adotados para as
paradas breves citados acima
Processos Aeróbios

CONDIÇÕES CRITICAS DE OPERAÇÃO


• Paradas breves para manutenção da ETE: São feitas para execução de
pequenos serviços de manutenção elétrica, mecânica, instrumentação
e caldeiraria (tubulações). Duram até duas horas e ao se religar o
sistema de aeração, deve-se fazê-lo de forma progressiva, para evitar a
expulsão abrupta de odores. Além disso, deve-se manter aumentada a
taxa de recirculação por um período igual ao tempo de parada, de
modo a evitar a super-oxidação do lodo
CONDIÇÕES CRITICAS DE OPERAÇÃO

• Excesso de carga na ETE – Sobrecarga: Aqui trata-se de uma carga


adicional relativamente alta àquela à qual o sistema se encontrava
submetido. Geralmente ocorre pelo aumento na concentração de
DBO/DQO do efluente bruto, sem aumento de vazão. Os casos de
sobrecarga hidráulica (aumento na vazão) são mais graves e requerem
revisão em todo o projeto do sistema.
Sistemas de ar difuso (se for o caso) com fluxo de ar insuficiente

CONDIÇÕES CRITICAS DE OPERAÇÃO

• Problemas com o Tanque de Aeração:Os problemas nos tanques de


aeração estão associados à deficiência de oxigênio nos tanques, a qual é
identificada por meio de medidores de oxigênio dissolvido (oxímetros).
As principais causas de deficiência de oxigênio são as seguintes:
• Aeradores mecânicos com submergência insuficiente.
• Sistemas de ar difuso com fluxo de ar insuficiente
• Aeradores subdimensionados
• Cortes no suprimento de energia elétrica
O que faz um Operador de ETE/ETA?
Síntese dos deveres do cargo: coletar amostras, executar e registrar amostras físico-
químicas e bacteriológicas em água e esgoto; operar e controlar as instalações
eletromecânicas nas estações de tratamento de água e de esgoto, segundo normas
previamente estabelecidas; elaborar planilhas, gráficos e relatórios diversos.
• Verificação e registro do funcionamento dos equipamentos eletromecânicos
(bombas,
• sopradores, eletrodos de níveis, dosadores, válvulas automáticas, agitadores, etc),
• juntamente ao centro de comandos de motores;
• • Realizar as tarefas relacionadas ao monitoramento:
• Coletar as amostras diárias nos pontos previstos para medições;
• Realizar e registrar as medições das amostras coletadas;
• Repetir as medições em caso de dúvidas ou de leituras fora dos padrões normais do
• cotidiano;
• Informar imediatamente a supervisão/coordenação em caso de medições
fora dos
• padrões;
• • Realizar a limpeza das grades e drenos de materiais grosseiros no pré-
tratamento;
• • Realizar a limpeza dos materiais inertes no pré-tratamento;
• • Realizar a remoção adequada dos materiais retidos no pré-tratamento;
• • Realizar as tarefas relacionadas à limpeza da estação:
• Limpar e manter limpa, toda a área da estação externa e internamente,
calçadas, sala de
• química, laboratório, bases dos equipamentos e dos equipamentos, etc.;
• Obs. Estações com aspectos de abandono, dificilmente os resultados são
adequados.
• Lavagem de filtros;
• Processamento do lodo;
• Remoção do lodo desidratado;
• Manter em pleno funcionamento o sistema de captação de água bruta;
• Realizar as tarefas relacionadas à operação dos equipamentos de
tratamento:
• Efetuar manobras das válvulas para manter as vazões, lavagens dos
filtros, circulação do
• lodo, dosagem química, filtração, descarte e adensamento do lodo
digerido, ar dos
• sopradores, desidratação do lodo digerido no Decanter, etc.
• Monitorar e efetuar a coleta de amostras, centrifugação de lodo e
adensado, circulação
• do lodo;
• Manter limpo os eletrodos, boias de níveis e outros instrumentos de
verificação de
• níveis, sondas, etc.;
• Manter limpos toda a instrumentação e vidrarias do laboratório
operacional;
• Verificação periódica do funcionamento de todas as válvulas e registros
dos sistemas;
• Preparação e substituição das soluções de produtos químicos;
• Reabastecimento do grupo gerador;
• Receber e registrar o recebimento de produtos químicos, material de
limpeza, Ferramentas,
• equipamentos de manutenção externa, EPI’s, equipamentos novos para
substituição e/ou
• reserva;
• Informar os estoques dos itens consumíveis da estação;
• Registrar as operações no “Registro de Monitoramento Diário da
Estação”, incluindo
Pré-Requisitos para Operação das Estações
• Equipamentos eletromecânicos instalados, lubrificados testados e funcionando.
• Fornecimento estável de energia elétrica.
• Lista de telefones úteis para manutenção e emergências.
• Instrumentos de medições operacionais.
• Equipamentos de proteção individual e coletiva.
• Ferramentas, materiais de limpeza e de higiene disponíveis.
• Combustível e lubrificante para o grupo gerador, quando existente na planta.
• Fornecimento estável de água potável para solução química e limpeza geral.
• Materiais de expediente para anotações (formulários e livro de ocorrências).
• Manuais de instruções e de manutenção disponibilizados.
Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e Coletiva (EPC)
 EPI
• Botinas de segurança em couro.
• Botinas de segurança em PVC.
• Cinto de segurança.
• Luva de mão descartável.
• Macacão de Tyvek.
• Máscara descartável com filtro.
• Óculos de segurança.
• Respirador semi-facial com filtro de vapores orgânicos.
 EPC
Os equipamentos para proteção coletiva e de combate
ao fogo, devem ser dimensionados por profissional da
área de segurança do trabalho, obedecendo as condições
operacionais do local.
Suprimentos
Principais Ferramentas Materiais de Limpeza

• Rastelo para limpeza da grade/dreno. • Vassouras.


• Materiais de Limpeza (Sabão, água sanitária,
• Alicate Universal. desinfetante, etc.).
• Caixa de ferramentas com cadeado. • Materiais de higiene pessoal (operadores) –
• Chaves de fenda pequena, média e grande. detergentes, álcool, sabão, etc.
• Balde de plástico.
• Chave do tipo fixa ou combinada (1.1/8”, • Sacos para lixo
15/16”, 3/4", 9/16”, 1/2”, 5/32”...)
• Pá especial para retirada da areia em materiais Produtos Químicos Necessários
inertes.
• Mangueira Flexível ¾’’, aproximadamente 50 Os produtos para a preparação das soluções químicas,
metros (limpeza geral). para auxiliar na desinfecção, coagulação, floculação,
• Alicate amperímetro portátil digital. clarificação, controle de pH, etc. são discriminadas e
quantificadas no Plano Operacional e Manutenção
(PLM) especifica de cada estação de tratamento.
Competências
• Noções básicas de eletricidade, quadro elétrico, hidráulica;
• Noções de organização do trabalho;
• Registro das ocorrências;
• Preenchimento do formulário do registro de monitoramento diário;
• Comunicação;
• Executar as rotinas;
• Seguir as programações de manutenção;
• Comunicação e relações interpessoais;
• Segurança, higiene e saúde aplicadas à atividade profissional;
• Manusear os materiais, ferramentas e equipamentos necessários à execução do trabalho;
• Identificar os diferentes tipos de produtos químicos;
• Manter as identificações de válvulas, das tubulações e dos fluxos dos sistemas;
• Manter organizado o posto de trabalho;
• Adotar comportamentos assertivos na relação com o público
Supervisores ou Coordenadores

• Os Supervisores ou Coordenadores das estações são os profissionais que realizam as


atividades de direcionamento e acompanhamento dos operadores nas estações,
programando ou readequando as rotinas de acordo com os resultados.
• Coleta os dados registrados na operação, analisa e elabora os relatórios oficiais de
desempenho das estações, inclusive acompanha o pessoal que faz a coleta de amostras
que serão submetidas as análises em laboratório (externo) credenciados pelos os
órgãos fiscalizadores.
• Os coordenadores e/ou supervisores devem ler os manuais de todos os
equipamentos eletromecânicos, e elaborar a programação das manutenções preditivas
ou preventivas dos mesmos.
Competências

• Treinamento teórico e prático de operação de estações compactas de tratamento;


• Treinamento em trabalho em altura;
• Noções básicas de eletricidade, quadro elétrico e hidráulica;
• Noções de organização do trabalho;
• Registro das ocorrências;
• Produtos químicos;
• Treinamento em trabalho em altura;
• Formulação de soluções químicas;
• Cálculos de volumes;
• Cálculo de vazões e velocidades de águas e esgotos em condutores tubulares;
• PROCEDIMENTOS SEREM TOMADOS:
• INFORMAR A GERÊNCIA LOCAL E SUPERVISOR DA H20 IMEDIATAMENTE
• MONTAR PLANO DE EXECUÇÃO DA TAREFA
• ESTIMAR O TEMPO DE PARADA PARA CORREÇÃO DO PROBLEMA
• REPASSE AO ORGAO COMPETENTE
Consequências para o Meio Ambiente

Redução do Oxigênio
Dissolvido na água
Consequências para o Meio Ambiente

Vídeo 01
Vídeo 02

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