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Ciclo Geológico

Há vários milhões de anos que a Terra se encontra


num ciclo contínuo de grandes transformações no
seu interior e exterior.

Os efeitos visíveis, são:


Ciclo hidrológico
•Erupção vulcânica
•Terramotos/sismos
•Formação de cadeias montanhosas

Existem forças externas e internas operam, tal


como tantas outras, em ciclos. Três desses ciclos,
Ciclo litológico
no seu conjunto, formam o ciclo geológico: são eles
o ciclo hidrológico, o ciclo litológico e o ciclo
tectónico.

Ciclo tectónico
CICLO LITOLÓGICO
O ciclo litológico é eterno, está sempre a operar a diferentes fases em diferentes partes
do Mundo, formando e erodindo montanhas num lugar e depositando e afundando os
sedimentos erodidos noutro lugar. As rochas que constituem a Terra sólida são
continuamente “recicladas”.
CICLO HIDROLÓGICO
A água movimenta-se de forma cíclica entre os principais reservatórios: os
oceanos, a atmosfera e os continentes.
Por evaporação a água passa dos oceanos para a atmosfera,
consequentemente precipita sobre os continentes e oceanos e, por infiltração ou
escorrência dirige-se para os cursos de água que acabarão voltando para os
oceanos). Este percurso continuo constitui o ciclo hidrológico.
CICLO TECTÓNICO
O ciclo tectónico assenta no mergulho de placas nas zonas de subducção, bem
como no afundamento e subsidência dos sedimentos, levantamentos da crusta
por encontro de placas de igual densidade e fenómenos de vulcanismo subaéreo
ou submarino. Estes movimentos geram compressões e distensões várias que
induzem dobramentos, falhamentos e metamorfismo.
Nos limites convergentes, quando os
bordos de duas placas continentais
colidem há um regime de compressão
do material rochoso de ambos,
causando enrugamento e
levantamento do maciço rochoso,
originando cadeias montanhosas.

Nesse tipo de limites o


desaparecimento da crosta oceânica
é dado pela subdução dessa sobre a
placa continental, onde a placa
oceânica (mais densa), mergulha
sob a placa continental (menos
densa). As rochas que compõem a
litosfera oceânica, mergulham no
manto (astenosfera), fraturando-se e
fundindo (sob a influência de altas
pressões e temperaturas) até se
transformar em magma.
ROCHAS MAGMÁTICAS

As rochas magmáticas formam-se a partir da consolidação de


magmas.

• Os magmas podem ser gerados por fusão parcial do manto e de


rochas da crusta.
• O magmas são fundidos silicatados que podem conter
cristais em suspensão e teores variáveis de voláteis
(H2O, CO2, SO2).

A velocidade de arrefecimento do magma


determina a textura das rochas, gerando dois tipos de rochas distintas

•Extrusivas ou vulcânicas
•Intrusivas ou plutónicas
Formação das Rochas Magmáticas

Piroclastos

Extrusivas

Intrusivas

Porfiros
Cristalização
parcial
Rochas Magmáticas Intrusivas
ou Plutónicas
Intrusivas
Granito
Em geral, o arrefecimento é lento e
em profundidade (no interior da
Terra), ocorre a cristalização de
todos os seus minerais (textura
holocristalina)

Gabro
Rochas Magmáticas Extrusivas
ou Vulcânicas
Extrusivas
Riolito
Arrefecimento rápido na superfície
da Terra, e geralmente
apresentam material vítreo, (textura
vítrea) ou alguns cristais no seio de
uma massa amorfa  (textura
hemicristalina)

Basalto
Génese de magmas: fusão parcial
A fusão parcial produz um magma que é mais félsico que a rocha-fonte
(protólito)

O mesmo protólito pode dar origem a magmas com composição diferente,


dependendo da % de fusão
Evolução dos Magmas

À medida que o magma solidifica,


a composição do líquido modifica-
se.
Os minerais com maior ponto de
fusão cristalizam primeiro, o
líquido fica empobrecido nos
elementos que foram incorporados
na estrutura cristalina desses
minerais.

Processos que modificam a composição do magma:

• Cristalização fracionada
• Assimilação
• Mistura de magmas
Assimilação Misturas de Magmas
Incorporação e subsequente fusão Dois ou mais magmas com composições
de fragmentos da rocha diferentes entram em contacto, podendo
envolvente por um magma em misturar-se e produzir magmas com
ascensão composição intermédia entre os dois termos
extremos

Cristalização
fracionada
Implica a separação dos cristais
que cristalizaram primeiro.
ROCHAS METAMÓRFICAS

As rochas metamórficas são o produto da transformação de qualquer tipo de


rocha pré-existente (sedimentares, ígneas ou metamórficas), levada a um
ambiente onde as condições físicas (pressão, temperatura) são muito distintas
daquelas onde a rocha se formou. Nestas condições, alguns minerais tornam-se
instáveis e reagem formando outros minerais, estáveis nas condições vigentes.

Os processos
metamórficos ocorrem
no estado
sólido, a temperaturas
compreendidas entre
~200ºC e ~800ºC.
Metamorfismo envolve a alteração de
 Rochas Magmáticas
 Rochas sedimentares
 Outras rochas metamórficas
Protólito: Argilito

Aumento do grau metamórfico


E formação de novos minerais com novas
texturas.

Ardósia

Micaxisto
Formação de rochas metamórficas envolve várias alterações (textura, foliação,
etc) e vários processos (períodos de tempo mais ou menos longos!)

1) Recristalização

2) Mudança de fase

3) Alteração e formação de novos

minerais

4) Deformações plásticas
Alinhamento dos Minerais Recristalização dos minerais
(ex., os minerais argilosos das rochas
pelíticas cristalizam, formando lâminas
de clorite e mica orientados na direção
perpendicular à compressão).

Mudança da forma dos grãos


Fatores do metamorfismo
Pressão
A pressão aumenta com a profundidade.

Temos dois tipos de pressão:

Litostática/confinante – é igual em todas as direções.


Dirigida/direta – não é igual em todas as direções.

• Formam-se novos minerais, estáveis a pressões elevadas


• A pressão dirigida provoca a formação da foliação
Temperatura

• A temperatura aumenta com a profundidade


• A temperatura aumenta nas proximidades das intrusões ígneas

- Formam-se novos minerais, estáveis a altas temperaturas


− Libertam-se fluidos (ex., minerais argilosos => micas + H2O)
− As rochas se tornam mais fracas e deformam com maior facilidade
Fluídos

São catalisadores das reações metamórficas, facilitando os


intercâmbios iónicos durante a recristalização
• Os fluidos que são libertados durante o metamorfismo são:
− H2O dos minerais hidratados
− CO2 dos carbonatos

Alteração da composição Química


Minerais das rochas metamórficas
• Durante o metamorfismo, formam-se novos minerais, estáveis nas
condições metamórficas.
• A composição mineralógica das rochas metamórficas depende,
principalmente:
– Da composição da rocha parental (protólito) e do grau
metamórfico (intensidade do metamorfismo)
• Influência da composição da rocha parental (protólito)

– Em linhas gerais, a composição química da rocha metamórfica é a mesma


que a do seu protólito.
– Geralmente, durante o metamorfismo formam-se novos minerais. Contudo,
se os minerais do protólito são estáveis nas condições metamórficas ocorre
apenas uma mudança na textura, sem modificações na mineralogia.

Exemplos:

• quartzo-arenito (protólito) => quartzito (rocha metamórfica)


• calcário (protólito) => mármore (rocha metamórfica)

– Rochas parentais que possuem uma mineralogia mais diversificada, dão


origem a rochas metamórficas com novos e diversos minerais.
– É o caso dos argilitos e siltitos (rochas sedimentares
pelíticas).
– Com o aumento da intensidade do metamorfismo, a composição
mineralógica das rochas metamórficas se modifica.
Alguns minerais são bons indicadores das condições de Pressão e
Temperatura do metamorfismo (minerais índice).
– É o caso dos três polimorfos de Al2SiO5 (andaluzite, distena e
silimanite)
Grau de Metamorfismo e
zonas metamórficas
Tipos de Metamorfismo (continuação)

Tipo de
Descrição Efeitos comuns Exemplos
Metamorfismo

Dinâmico Resposta a deformações Alteração da estrutura Milonitos, brechas de falha


intensas

Reacções quimicas que


Hidrotermal resultam de entrada de Metassomatismo Skarns
fluidos

Gera a formação de minerais de


alta densidade normalmente
Impacto Impactos de meteoritos Quartzito de impacto
formados apenas a grandes
profundidades
Metamorfismo de
contacto
Metamorfismo regional
Tipos de Metamorfismo
Tipos de Descrição Efeitos comuns Exemplos
Metamorfismo

Crescimento de novos minerais


O principal fator é a
temperatura. A pressão é
relativamente baixa.
Aquecimento devido a • As rochas que resultantes do
Contacto intrusões igneas e de metamorfismo de contacto Corneana
vulcões. apresentam uma textura não-
foliada e recebem a designação
genérica de corneanas.

Envolve deposição com aumento


de pressões e temperaturas
Associado aos processos
orogénicos.
Metamorfismo de larga Durante o metamorfismo, as
escala (resultado de rochas estiveram sujeitas a
Regional Xistos ,gneisses
movimentos tectónicos ou pressões
deposição de sedimentos). dirigidas, pelo que, geralmente,
apresentam textura foliada.
METEORIZAÇÃO
Conjunto de fenómenos que leva a alterações das características iniciais de uma
rocha ou solo, por ação de processos físicos e químicos que ocorrem na
superfície terrestre.

Erosão, transporte e deposição

Novos solos

Solo: camada superior da crosta terrestre, formada por partículas minerais


(resultantes da meteorização), matéria orgânica, ar e água.
METEORIZAÇÃO

depende de

Fatores intrínsecos Fatores extrínsecos

Fatores próprios da natureza Fatores externos às rochas


da rocha (composição (orografia, temperatura,
química e mineralógica, humidade, pH, atividade
textura, estrutura,) biológica)

Tempo e intensidade dos


fatores
Fatores intrínsecos
• Tipo e intensidade de ligações existentes na estrutura mineralógica

Menos estáveis Mais estáveis


Fatores intrínsecos
• Polimerização: capacidade de compartilhar Oxigénio, que os tetraedros de
sílica apresentam.

Maior grau de polimerização aumenta a estabilidade


do mineral

• Presença de catiões metálicos diminui a estabilidade do mineral.

Série de Goldich: grau de vulnerabilidade à alteração com base nos


aspectos estruturais e químicos dos minerais.
METEORIZAÇÃO

FÍSICA QUÍMICA
Desagregação Transformações dos
mecânica das rochas minerais
METEORIZAÇÃO FÍSICA

• Desagregação em fragmentos cada vez menores


• Conservação das características do material original
• Aumento da superfície de exposição aos agentes de
meteorização
MECANISMOS DE
METEORIZAÇÃO FÍSICA
CICLOS MOLHAGEM

FRATURAS TERMOCLASTIA

CRIOCLASTIA

HALOCLASTIA

AÇÃO BIOLÓGICA

DESCOMPRESSÃO
CICLOS DE MOLHAGEM | mecanismo de meteorização física

Os ciclos consecutivos de humedecimento/molhagem versus secagem provocam


variações volumétricas com a entrada e saída de água que geram contrações e
distensões e consequente fracturação.
TERMOCLASTIA | mecanismo de meteorização física

As variações de temperatura provocam dilatações e contrações alternadas dos


minerais, que reagem de diferentes modos por terem diferentes coeficientes de
dilatação.
CRIOCLASTIA | mecanismo de meteorização física

1. A água ocupa os espaços vazios já existentes nas rochas;

2. A descida de temperatura faz com que a água congele. A água congelada


ocupa um maior volume que a água líquida.

3. Aumento da abertura das fraturas existentes e formação de novas fraturas.


HALOCLASTIA | mecanismo de meteorização física

1. A água com sais dissolvidos preenche fraturas já existentes na rocha;

2. A evaporação da água faz com que ocorra a precipitação e cristalização de


sais, que exercem uma força expansiva contribuindo para a desagregação
das rochas.

2
AÇÃO BIOLÓGICA | mecanismo de meteorização física

1. Raízes ou líquenes ocupam fraturas já


existentes nas rochas;

2. O crescimento das raízes ou líquenes


fazem com que as fraturas existentes
alarguem;
DESCOMPRESSÃO | mecanismo de meteorização física

1. As rochas que se formam a elevada


profundidade formam-se também sob uma
elevada pressão.

2. Quando essas rochas afloram, ocorre o


fenómeno de descompressão, que geram
fracturação por alivio de pressão.
METEORIZAÇÃO QUÍMICA

• Instabilidade da estrutura dos minerais gerados em


profundidade;
• Remoção ou introdução de elementos químicos na sua
estrutura interna;
• Conversão noutros minerais mais estáveis ou em produtos
solúveis;
• Água, oxigénio, dióxido de carbono e substâncias produzidas
pelos seres vivos são agentes de meteorização química
MECANISMOS DE
METEORIZAÇÃO DISSOLUÇÃO/CARBONATAÇÃO
QUÍMICA

OXIDAÇÃO / REDUÇÃO

HIDRATAÇÃO / DESIDRATAÇÃO

HIDRÓLISE

QUELAÇÃO / TROCA IÓNICA


CARBONATAÇÃO | mecanismo de meteorização química

Ex: carbonatação

Ocorre a reação dos minerais com a


água ou com um ácido. A ligação
entre os diferentes iões é quebrada e
o iões livres ficam dissolvidos numa
solução.

 
OXIDAÇÃO/REDUÇÃO | mecanismo de meteorização química

São reações que se devem à ação do


oxigénio e são o processo pelo qual
um átomo ou um ião da estrutura
mineral perde (oxidação) ou ganha
(redução) eletrões.

  Formação da ferrugem: transformação do Fe2+ em Fe3+

  Transformação da pirite em hematite

Transformação da piroxena em limonite


 
HIDRATAÇÃO/DESIDRATAÇÃO | mecanismo de meteorização química

Envolve a combinação química de minerais com a água (hidratação) ou a sua


remoção (desidratação). A hidratação implica o aumento do volume dos
minerais facilitando a desintegração da rocha.

Hidratação da hematite para formar limonite

Desidratação do gesso para formar anidrite


HIDRÓLISE | mecanismo de meteorização química

É a substituição de catiões da estrutura de


um mineral por iões de hidrogénio, com
origem na água ou num ácido. Formam-se
novos e diferentes minerais ou o mineral
original desintegra-se completamente.

Dissolução parcial do feldspato produzindo sílica dissolvida e minerais de argila:


 

Desintegração total da olivina:


 
Atenção:
ANTES : DEPOIS :

RESISTÊNCIA
TEMPO
DEFORMABILIDADE
5%

25%

75%
95%

VOLUME DA CROSTA ÁREA À SUPERFÍCIE TERRESTRE


COMO SE FORMAM?

METEORIZAÇÃO E EROSÃO

TRANSPORTE

SEDIMENTAÇÃO

DIAGÉNESE
(1) METEORIZAÇÃO E (2) EROSÃO

Alteração das características iniciais de uma


rocha, por acção de processos físicos e químicos

Ex: crioclastia

Conjunto de processos físicos


que são responsáveis pela
remoção dos materiais
resultantes da meteorização

Ex: erosão eólica – Grand Canyon (EUA)


(3) TRANSPORTE
Agentes de transporte:

Vento Água Gelo

Tipos de transporte:

- Saltação
- Arrastamento
- Rolamento
- Suspensão
- Solução
Grau de arredondamento
Diagrama de Hjulström

DIÂMETRO DAS PARTÍCULAS (mm)

Grãos Grãos Grãos muito


VELOCIDADE DO FLUXO (cm/s)

angulosos subarredondados arredondados

CURTO LONGO
TRANSPORTE

Granosselecção

Sedimentos Sedimentos Sedimentos


mal calibrados moderadamente bem calibrados
calibrados
(4) SEDIMENTAÇÃO

DEPOSIÇÃO
o agente de transporte deposição dos
perde energia sedimentos

Ambientes sedimentares:
(5) DIAGÉNESE
Conjunto de processos físico-químicos que transformam os sedimentos não
consolidados em rochas sedimentares consolidadas.
após deposição

COMPACTAÇÃO CIMENTAÇÃO

A ESTRATIFICAÇÃO
é uma característica
própria das rochas
sedimentares
CONSOLIDAÇÃO ≠ COMPACTAÇÃO CIMENTAÇÃO

Compressão de sedimentos pelas Preenchimento dos espaços entre os


camadas superiores que sobre eles se sedimentos por novos minerais, que
foram depositando, com consequente resultam da precipitação de
expulsão de água e diminuição do seu substâncias químicas dissolvidas na
volume água (sílica, carbonato de cálcio,
óxidos de ferro, etc.). Estes materiais
formam um cimento que liga as
partículas, formando uma rocha
consolidada.
TIPOS DE ROCHAS SEDIMENTARES

CONSOLIDADAS

DETRÍTICAS
NÃO
CONSOLIDADAS
ROCHAS
SEDIMENTARES
QUIMIOGÉNICAS
NÃO
DETRÍTICAS
BIOGÉNICAS
ROCHAS SEDIMENTARES DETRÍTICAS
Rochas predominantemente constituídas por sedimentos de origem
detrítica (resultantes da meteorização e erosão de rochas pré-existentes).

Classificam-se em
função do tamanho dos
grãos.
ROCHAS SEDIMENTARES NÃO DETRÍTICAS
ROCHAS SEDIMENTARES NÃO DETRÍTICAS
QUIMIOGÉNICAS

Rochas formadas pela litificação de materiais resultantes da precipitação


de substâncias em solução, condicionada pela concentração do soluto,
condições ambientais (temperatura, pH, etc.) e evaporação.

Formação de evaporitos (sal-gema)


Calcário

Doma salino Gesso


ROCHAS SEDIMENTARES NÃO DETRÍTICAS
BIOGÉNICAS

Rocha formada por restos de seres vivos ou por substâncias provenientes


da sua decomposição - sedimentos biogénicos.

Carvão
(lignito)

Menor % Água e voláteis


Calcário recifal Tempo | % carbono

Calcário conquífero

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