Você está na página 1de 8

INTRODUÇÃO

Todos os processos geológicos estão de certa maneira dependentes das propriedades dos
minerais e rochas. Erupções vulcânicas, movimentos tectónicos, os efeitos das acções de erosão
e alteração, e mesmo as vibrações sísmicas, envolvem sempre determinadas características dos
minerais e rochas. Consequentemente, um conhecimento básico dos materiais constituintes da
terra é essencial para a compreensão de todos os fenómenos geológicos. Os materiais rochosos
utilizados na construção civil na forma granular são denominados agregados e, em placas são
denominadas rochas ornamentais ou pedras de revestimento. Desde a antiguidade o Homem
utiliza as rochas como materiais de construção em forma bruta ou pouco trabalhada. Nos tempos
atuais, é utilizada nas mais variadas formas (bruta, britada, moída, etc) e para diferentes usos
(filtros, lastro de ferrovia, drenos em obras civis, etc). No entanto, apesar da contínua demanda
da sociedade moderna por esse material, principalmente nas obras de construção civil, a
exigência ambiental além do alto custo de transporte são alguns dos desafios enfrentados pela
atual mineração de agregados (MELLO E CALAES, 2006).
MATÉRIA PRIMA DOS AGREGADOS

Os materiais naturais utilizados como agregados na construção civil são rochas consolidadas e
sedimentos como areias e cascalhos. As rochas podem passar por processos de britagem e
moagem para atingir as especificações de granulometria.

ROCHA

Rocha é um material consolidado composto por um conjunto de minerais resultantes de um


processo geológico determinado. Pode ser formada por um ou mais minerais, dispostos segundo
as condições de temperatura e pressão existentes durante sua formação. Pode também ser
formada por material não cristalino como o vidro vulcânico e por material sólido orgânico como
o carvão.

CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS

Para classificarmos as rochas, podemos dividi-las em três diferentes grupos: Magmáticas,


Sedimentares, Metamórficas. Dentro desses grupos, de forma geral, a textura e a composição
mineral são os critérios para a identificação dos diferentes tipos de rochas ou tipos litológicos.

ROCHAS ÍGNEAS OU MAGMÁTICAS

As rochas ígneas ou magmáticas são formadas a partir da consolidação do magma em


profundidade (rocha ígnea plutônica) ou em superfície (rocha ígnea vulcânica) e “apresentam
limites pouco definidos, influenciados, sobretudo pela composição química das rochas
submetidas ao aquecimento e à presença de minerais hidratados que favorecem os mecanismos
de fusão em detrimento do metamorfismo’’ (LLAMBÍAS 2001;p.07). O magma é uma fusão
silicatada, contendo gases e elementos voláteis, gerada em altas temperaturas no interior da
Terra. Quando o magma resfria lentamente, usualmente em profundidades de dezenas de
quilômetros, ocorre a cristalização de minerais formando as rochas plutônicas cuja granulação
varia de fina (milimétrica) à grossa (até 3 cm).

Características das rochas ígneas

A principal característica das rochas ígneas é a sua textura. Ou seja, como se descreve a forma da rocha
de acordo com o seu tamanho, forma e disposição dos cristais. Costumam encontrar-se na parte superior
da crosta terrestre, geralmente debaixo de rochas metamórficas e sedimentares. Graças a este tipo de
rochas é possível compreender como se compõe o manto terrestre e por isso ler eventos tectónicos
passados.

Classificação das Rochas Ígneas

Classificar os diferentes tipos de rochas ígneas, pode dar-nos muita informação das condições
em que se formaram. Apesar dos diferentes tipos de classificação de rochas ígneas que existem,
nós vamos centrar-nos na distribuição segundo a sua textura e origem. A temperatura da
cristalização das rochas ígneas pode alcançar desde 1000ºC a 1250ºC, dependendo do tipo de
magma.

Rochas ígneas segundo a sua origem

Dependendo de onde e como de arrefece o magma, podemos dividir as rochas ígneas da seguinte
forma:

 Rochas plutônicas ou intrusivas;


 Rochas vulcânicas ou extrusivas.

Rochas plutónicas ou intrusivas

As rochas ígneas plutónicas ou intrusivas, originam-se a partir da solidificação de magma no


interior da crosta terrestre. O magma arrefece lentamente, permitindo aos minerais formar
grandes cristais visíveis a olho nu. Assim, as rochas plutónicas são consideradas rochas de
granulação grosseira. O granito é um ótimo exemplo de uma rocha ígnea plutónica. As rochas
magmáticas ou ígneas plutónicas como esta têm origem em intrusões magmáticas chamadas
plutões (daí o seu nome).

Este tipo de rochas só aparecem a superfície, uma vez que a erosão que cobre a intrusão é
removida pelas rochas. Normalmente as rochas ígneas intrusivas apresentam uma estrutura
maciça. A sua estrutura mais corrente é granular, isto é, os minerais apresentam-se
equidimensionais ligados entre si. Um exemplo desse tipo de rocha é o Granito.
Figura 1 : Granito, rocha magmática mais abundante

Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=5280

Rochas Extrusivas (Ou Vulcânicas)

As rochas ígneas extrusivas (conhecidas também como vulcânicas ou efusivas) são formadas a
partir do resfriamento do material expelido pelas erupções vulcânicas atuais ou antigas. A
consolidação do magma, então, acontece na superfície da crosta ou próximo a ela. O
resfriamento é rápido, o que faz a que estas rochas, por vezes, apresentem uma textura vidrosa,
ou seja, uma textura que não apresenta cristais (a olho nu), ou ate mesmo uma textura
hemecristalina, isto é, apresenta alguns cristais no seio de uma massa amorfa. O basalto é um
exemplo típico de rochas vulcânicas, sendo o principal constituinte da crosta oceânica.

Figura 2: Basalto

Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=5280
Sedimentos e Rochas Sedimentares

Rochas sedimentares são compostas por sedimentos que incluem partículas sólidas originadas
dos intemperismos mecânico e químico, assim como minerais precipitados de soluções por
processos químicos e também minerais secretados dos organismos. Assim, todo sedimento é
originado dos processos de intemperismo ou meteorização, da erosão e transporte, e da
deposição como um agregado solto de partículas numa bacia sedimentar.

Características das Rochas sedimentares

 São rochas formadas na superfície do planeta, e sua formação está condicionada


diretamente aos processos superficiais;
 Perfazem 5% da crosta terrestre. No entanto, estão amplamente espalhadas em uma fina
camada sobre rochas ígneas e metamórficas;
 Possuem em geral estratificação e estruturas sedimentares;
 Podem incluir materiais de proveniência biológica, tais como: carvão, xisto betuminoso,
turfa, etc.
 São formados em diferentes ambientes de sedimentação, tais como: Lagos, desertos, rios,
delta e plataforma continental.

Classificação das Rochas Sedimentares

A classificação das rochas sedimentares em rochas detríticas, quimiogénicas e biogénicas,


corresponde à classificação de Prothero e Schawb (1996). Esta classificação também é seguida

por Costa (1985), Melendez & Fuster (1984), Hamblin & Christiansen (2001).
Rochas Detríticas

Constituem mais de 75% do total das rochas sedimentares existentes à superfície da Terra e
formaram-se a partir de detritos obtidos de outras rochas preexistentes. Na maior parte dos casos,
os sedimentos sofreram transporte antes de serem depositados. Durante o transporte, os
sedimentos são arredondados e calibrados, refletindo por isso, a força e duração do agente que os
transportou. Os detritos resultantes da desintegração das rochas podem ser formados
por materiais de dimensões muito diversas. Os sedimentos podem apresentar-se
soltos,constituindo rochas não consolidadas, ou então podem estar ligados formando
rochas consolidadas.

Rochas quimiogénicas

As rochas químiogénicas formam-se por precipitação de substâncias dissolvidas na água. E como


consequência, da precipitação de substâncias dissolvidas nas águas, formam-se minerais, os
quais originam, se existirem as condições necessárias, rochas quimiogénicas.

Neste grupo salientam-se as rochas carbonatadas (calcários) e as rochas salinas (sal-gema e


gesso). Os componentes maioritários das rochas carbonatadas são a calcite (CaCO3) e a dolomite
(MgCO3), minerais de cor branca, brilho vítreo e baixa dureza. Estas rochas reconhecem-se
facilmente pela efervescência que apresentam, quando em contacto com os ácidos, e que
corresponde à libertação de CO2.

Os calcários compactos têm, geralmente, origem quimiogénica, a partir da precipitação de


bicarbonato contido nas águas de circulação. É o caso, por exemplo das estalactites e
estalagmites e do travertino. Estes calcários de grão muito fino, têm um aspeto compacto e
homogéneo.

Rochas Biogénicas

As rochas sedimentares biogénicas formam-se como consequência da atividade dos seres vivos


que se pode manifestar através de vários processos. Os materiais que compõem as rochas
biogénicas podem ser constituídos por detritos orgânicos ou por materiais resultantes de uma
ação bioquímica.
A grande quantidade de restos de organismos, sobretudo marinhos, contida em muitos calcários
denuncia uma origem biogénica de grande parte destas rochas, que pela acumulação de restos
dos organismos (espículas, carapaças, conchas), quer devido à sua própria atividade - calcário de
edificação - como por exemplo os corais. O calcário forma-se por precipitação do carbonato de
cálcio (CaCO3), esta precipitação é desencadeada, nas águas marinhas, em consequência, da
diminuição do teor do CO2.

Esta diminuição pode ser consequência da atividade dos seres vivos (fotossíntese). O calcário
recifal é um calcário de edificação, que resulta da fixação de carbonato de cálcio por seres vivos,
nomeadamente os corais.O calcário conquífero é um calcário de acumulação, que resulta, por
exemplo, de conchas de moluscos.

Os combustíveis fósseis onde se incluem o carvão, petróleo e o gás natural - constituem a maior
fatia das fontes de energia primárias a nível mundial. E a energia, como sabemos, é fundamental
para o bem-estar das pessoas e para o desenvolvimento da sociedade, tal como a conhecemos nos
dias de hoje, sendo essencial, em termos de futuro, produzir e utilizar energia de forma
sustentável (Flores, n.d.).

Intemperismo

O ciclo sedimentar inicia com a alteração e desagregação das rochas. Os fragmentos desse
processo podem sofrer transporte e deposição em bacias de sedimentação, formando os
sedimentos. O conjunto de processos que ocorrem na superfície terrestre e conduzem à alteração
e desagregação das rochas chama-se intemperismo. É uma adaptação dos minerais das rochas às
novas condições ambientais, muito diferentes daquelas em que se formaram.

Classificação do Intemperismo

O intemperismo é classificado de acordo com os mecanismos que se operam para promover a


alteração ou fragmentação das rochas., onde encontramos o intemperismo físico, físico-
biologicoe químico.

Intemperismo Físico ou Mecânico

Ocorre por ação de forças físicas que quebram os materiais das rochas em fragmentos menores,
mas mantendo a composição original da rocha. Os agentes que promovem esse tipo de
intemperismo nas rochas incluem ação do congelamento, expansão e contração termal, alívio de
pressão, atividade orgânica e crescimento de sais.

Intemperismo físico-biológico

Manifesta-se pela ação mecânica de vegetais ou animais que favorecem a quebra ou rompimento
das rochas, como raízes de árvores e animais escavadores.

Intemperismo químico

Refere-se aos processos químicos decorrentes da decomposição pela alteração do material


parental. O intemperismo químico se dá por solução, oxidação, redução, hidratação, hidrólise ou
dissolução. Minerais que formam as rochas têm diferentes graus de resistência ao intemperismo
químico.

Andesito.

 Basáltico.
 Dacito.
 Dolerite (também chamado de diabásio).
 Gabro.
 Diorito.
 Peridotito.
 Nefelina.
 Obsidiana.

Você também pode gostar