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ANGOLA
FACULDADE DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
2º ANO
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
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CAPITULO III – Pedras Naturais
▪ Conceito sobre os Minerais;
▪ Rochas e sua classificação;
▪ Pedras Naturais e suas Características;
▪ Causa da alteração das Pedras Naturais;
▪ Patologia das Pedras Naturais;
▪ Pedras Ornamentais e suas funções na Engenharia Civil;
▪ Aplicação e Utilização das Pedras Naturais na Construção Civil.
Introdução
O Estudo das rochas sempre foi valorizado pelo homem, por ser um material de
origem natural. Os minerais da rocha, tornam-se importantes por serem os
principais constituintes das rochas.
(Ex: Arenito - que é uma rocha formada por Quartzo. Já o famoso Granito - é composto pelos minerais de
quartzo, feldspato e mica).
Objectivo
Neste capitulo, focar-se-á as PEDRAS NATURAIS, cuja utilização em obras,
especialmente como revestimento de paredes, agregado do betão, calçadas,
exige que alguns conceitos relativos a sua utilização e aplicação sejam
estudados.
Minerais
Minerais
É uma substância sólida natural, inorgânica e homogênea, que possui
composição química definida e estrutura atômica característica. Na natureza, os
minerais se formam por cristalização, a partir de líquidos magmáticos ou
soluções termais, pela recristalização em estado sólido ou, ainda, como produto
de reacções químicas entre sólidos e líquidos.
Alguns minerais são amorfos “não tem forma própria), por não apresentarem
estrutura interna definida” e não amorfos “ocorrem como cristais, que são
corpos com forma geométrica, limitados por faces, arranjadas de maneira
regular e relacionadas com a orientação da estrutura atômica”.
O estudo dos minerais constitui o objecto da MINERALOGIA.
Classificação Química dos Minerais
Os minerais podem ser classificados de
acordo com sua composição química e são
listados abaixo na ordem aproximada de
abundância na crosta terrestre.
▪ Silicatos;
▪ Carbonatos;
▪ Sulfatos;
▪ Halóides;
▪ Óxidos;
▪ Sulfetos;
▪ Fosfatos.
Também podem ser corpos de material
mineral não cristalino, como o vidro
vulcânico (obsidiana) e materiais sólidos
orgânicos, como o carvão.
Rochas
Rochas
Rocha é um corpo sólido natural, resultante de um processo geológico
determinado, formado por agregados de um ou mais minerais, arranjados
segundo as condições de temperatura e pressão existentes durante sua
formação.
Por exemplo, muitos dos minerais das rochas que se formam em zonas profundas
da litosfera, alteram-se quando chegam à superfície, dando origem a outros
minerais que vão participar na formação de rochas sedimentares. Estas rochas,
com o decorrer do tempo geológico, podem ser sujeitas a novas condições
termodinâmicas, originando rochas metamórficas e mesmo magmáticas quando
há fusão do material.
A Litosfera é uma camada formada essencialmente de rochas, sua espessura varia
entre 10 km e 13 km, nas regiões oceânicas e, em média, é de 35 km nas regiões
continentais, alcançando até 60 km nas regiões de montanhosas.
A parte da crosta continental da litosfera é constituída predominantemente de
rochas graníticas ricas em Si e Al, já a crosta oceânica é composto
predominantemente de rochas de natureza basáltica, ricas em Si e Mg.
Rochas Sedimentares
Os materiais resultantes dos processos erosivos constituem a base para a
formação das rochas sedimentares. A palavra sedimentar ilustra a natureza destas
rochas uma vez que significa o resultado do processo de deposição dos
sedimentos em suspensão ou transportados por um fluido, normalmente a água e
ou vento.
Rochas Metamórficas
Grandes áreas de rochas metamórficas estão expostas em todos os continentes,
em regiões relactivamente planas, conhecidas por escudos. Outras, constituem
uma parte importante de muitas cadeias de montanhas.
Características Mecânica
As propriedades de resistência a flexão, ao corte e à tracção para uma pedra, têm
pouca importância e consideram-se geralmente nulas. Interessam essencialmente
as resistências à compressão e ao desgaste. Na verdade, o papel da pedra na
construção é, sobretudo, de resistir a compressão e ao desgaste.
▪ Resistência à Compressão
Muito embora a aplicação das pedras naturais ser cada vez mais ornamental, pelo
que outras características vão sobressaindo. Essa resistência varia com o efeito de
cintagem, podendo-se para a mesma pedra encontrar valores distintos devido a
este factor.
Por isso é que se utilizam altos coeficientes de segurança para as pedras, podendo
atingir o valor de 10. Quanto mais saturada está a pedra menor é a sua
resistência.
▪ Resistência ao Desgaste
A resistência ao desgaste tem particular importância para as pedras aplicadas na
fabricação de concreto e em locais de circulação intensa, ficando assim sujeitas a
solicitações de abrasão frequente, como ladrilhos, lajetas de pavimentos,
cobertores de degraus, etc. O desgaste influi não só na perda de espessura/peso
dos elementos, como na manutenção do seu brilho e mesmo visibilidade da sua
matriz decorativa, sendo um parâmetro essencial na aferição de desempenho de
uma pedra natural.
▪Resistência ao Funcionamento
Tomemos um provete e coloquemos sobre ele uma pastilha de aço a que se
aplica uma força. A área tende a expandir-se lateralmente, pois está sendo
comprimida. Essa expansão está impedida e aumenta assim a resistência. Por
outro lado, há ainda a considerar a resistência ao corte do provete.
▪ Resistência ao Choque
Trata-se de uma importante propriedade a ser quantificada nas pedras naturais,
dado que as mesmas estão frequentemente sujeitas a acções dinâmicas, ainda que
baixa intensidade.
Associada directamente a grandezas como a fractura, a resistência ao choque é de
primordial importância em elementos sujeitos a acções externas com significados,
como o trânsito de viaturas e mesmo pessoas.
Características Físicas
A estrutura cristalina e a composição química dos minerais são responsáveis por
diversas propriedades físicas dos minerais, úteis para sua determinação
macroscópica. Dentre elas, que maior relevância apresentam na análise duma
pedra natural, como material de construção, são:
▪ Estrutura e Textura
A textura diz respeito, principalmente, às dimensões forma e arranjo dos
materiais constituintes e à existência ou não de matéria transparente/vítrea
(onde os tipos fundamentais de textura: holocristalina e vítrea). A estrutura
refere-se essencialmente ao sistema, mais ou menos ordenado, formado pelas
diáclases e juntas do maciço rochoso (dando, então, lugar aos tipos de estrutura:
laminar, em bancos, colunar, estratificada, etc). Está relacionada com o aspecto
granular da pedra. Assim se classificam por ex. “os granitos em grão fino, médio,
grosso, etc. O granito grão fino é fácil de trabalhar e adere bem às argamassas.
As estruturas e a textura das pedras são propriedades interessantes, uma vez que
permitem uma avaliação preliminar das restantes propriedades, dado que influi sobre as
qualidades de resistência mecânicas, homogeneidade, porosidade, clivagem e/ou
fractura, etc. Dando-nos, também, uma ideia sobre a trabalhabilidade da pedra e sua
aderência às argamassas.
▪ Brilho
Aspecto apresentado pela superfície de fractura recente do mineral, ao refletir a
luz incidente. O brilho pode ser metálico, vítreo, resinoso ou graxo, sedoso,
perláceo, adamantino, fosco, etc.
▪ Cor
Está relacionada com defeitos estruturais, composição química ou impurezas
contidas no mineral. Pode ser característica de um determinado mineral, como,
por exemplo, a cor amarelo latão da pirita.
Mas, no geral, é variável para um mesmo mineral. O quartzo pode apresentar
ampla variação de cores, correspondendo as variedades denominadas ametista
(lilás), citrino (amarelo-queimado), etc.
▪ Traço
É a cor do pó mineral que se observa quando este risca uma superfície áspera de
porcelana branca e dura. Nos minerais opacos de brilho metálico (óxidos e
sulfetos), esta é uma das propriedades diagnósticas para a identificação da
espécie.
▪ Clivagem
Superfície de fratura plana, paralela a uma face real ou possível do cristal. O tipo
da estrutura cristalina determina a presença ou ausência de plano de clivagem,
segundo uma ou mais direções. É qualificada como perfeita, boa, distinta e
imperfeita.
▪ Fractura
Superfície de quebra do mineral, independente do plano de clivagem, podendo
ser do tipo irregular ou concóide, esta última igual a do vidro. A fractura refere-se
ao aspecto que apresentam as superfícies de rotura, normalmente obtida por
percussão da pedra. O exame destas superfícies permite reconhecer os
constituintes da pedra e a sua forma de agregação, bem ainda como o grau de
dificuldade da sua produção/origem.
Uma pedra homogênea não deve apresentar veios (fissuras delgadas preenchidas
por matéria mole), crostas ou geodes (cavidades preenchidas com matéria
cristalizada). Por exemplo, uma pedra é de boa qualidade quando a sua rotura
(por percussão com o martelo) se dá com projeção de suas partículas, ela será de
má qualidade caso se desfaça em pequenos grãos.
▪ Compacidade
Se atendermos a que as massas específicas dos seus constituintes (quartzo,
feldspato, micas, calcite, etc.) variam, na generalidade, de 2600 a 3200 Kg /m3
constacta-se o interesse do conhecimento da grandeza que relaciona a densidade
aparente (γa) com a densidade absoluta(γ).
▪ Porosidade
A porosidade é a relação entre o volume de vazios e o volume total. Porém, no
estudo das pedras, não é aquele o conceito com mais interesse, mas sim a relação
entre o volume máximo possível de água absorvida e o volume total, isto é, o grau
de saturação dos poros do material.
▪ Higroscopicidade
A higroscopicidade é a faculdade que os materiais, as pedras têm de absorver e
reter a água por sucção capilar.
▪ Permeabilidade
A permeabilidade é a propriedade que os materiais têm de se deixarem atravessar
pela água, ou outros fluidos, segundo certas condições. Esta propriedade
depende, fundamentalmente, da porosidade do material, da comunicação entre
os seus poros e dos diâmetros destes.
▪ Gelividade
A gelividade de uma pedra é a característica que ela apresenta de se fragmentar
quando, por acção de abaixa temperatura, a água que contém nos seus poros
solidifica com consequente aumento de volume. Conclui-se, assim, que uma pedra
nestas condições será porosa, higroscópica e de fraca resistência, pois absorve
água e não resiste ao acréscimo de volume devido à congelação.
▪ Baridade
A baridade define-se como o quociente da massa da pedra pelo volume por esta
ocupado em dadas condições de compactação. A baridade varia de pedra para
pedra. No calcário a baridade é muito mais baixa que no basalto por exemplo. Até
na mesma pedra a baridade é muito variável. Normalmente nos granito e
calcários a resistência aumenta com a baridade.
▪ Condutibilidade Térmica
O coeficiente de condutibilidade térmica é a quantidade de calor que passa
através de uma superfície com uma unidade de área, na unidade de tempo e,
quando o gradiente térmico entre duas superfícies é de 1ºC, se for 1 cm a
espessura da parede. Este coeficiente tem muito interesse no que diz respeito ao
conforto de habitação e no respeitante a isolamentos térmicos como, por
exemplo, na construção de câmaras frigoríficas.
▪ Magnetismo
Os minerais que contém o elemento ferro são afectados pelo campo magnético.
Os diamagnéticos são repelidos e os paramagnéticos são atraídos pelo ímã. Os
que são fortemente atraídos pelo ímã são chamados ferromagnéticos, como é o
caso da magnetita (Fe3O4).
Características Químicas
Dentre as características químicas a que assume maior importância é a
estabilidade. A baixa sensibilidade à agressividade química é cada vez mais
influente na selecção de uma pedra natural. Hoje, os agentes agressivos
encontram-se quer na chuva (acentuadamente ácida), quer nos produtos de
limpeza, quer nos noutros materiais de construção que poderão reagir com as
pedras naturais.
Obtenção de Pedras Naturais
Abaixo segue um esquema da extração das Pedras Naturais até a obtenção da
pedra britada:
▪ Exploração;
▪ transporte de matações;
▪ britagem;
▪ classificação.
Acção do Vento
O vento exerce uma acção puramente mecânica e, quando é o factor determinante,
geralmente formam-se na pedra cavidades características que podem atingir
profundidades apreciáveis (corrosão eólica). O vento também influência na
cristalização dos sais, pois quando a sua velocidade aumenta também acelera a
velocidade de evaporação da água contida nos poros e, consequentemente,
incrementa-se a cristalização dos sais que contem em solução. É também um agente
erosivo, especialmente quando transporta areia.
Acção da Temperatura
Um dos efeitos da temperatura (ciclos de gelo e degelo) e as variações térmicas. A
temperatura tem ainda influência no que diz respeito ao teor de água nas pedras.
Quanto maior for a temperatura maior é a evaporação e, consequente, a
deposição de sais. As dilatações e contrações devidas ao calor do sol podem
provocar fissuras em algumas pedras.