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GEOLOGIA

Minerais e as suas propriedades


As rochas são associações estáveis de minerais. Os minerais são formados a partir da solidificação
do magma, por precipitação a partir de soluções aquosas ou por recristalização no estado sólido.
Os minerais são definidos com base nos seguintes atributos:

 São corpos sólidos com estrutura cristalina, uma vez que os átomos ou iões que os constituem se
dispõem de forma ordenada e regular, formando malhas elementares, cuja repetição no espaço
produz um padrão definido;
 São materiais naturais, formados por processos geológicos sem a intervenção humana;
 São inorgânicos, não resultando da produção de substâncias orgânicas pelos seres vivos. No
entanto, há substâncias inorgânicas de alguns organismos, como, por exemplo, as conchas de
moluscos, que são consideradas minerais;
 Possuem composição química especifica, que pode ser constante ou variável dentro dos limites
conhecidos, podendo ser traduzida por uma fórmula química. A maioria dos minerais resulta da
combinação de vários elementos químicos. No entanto, existem minerais que são constituídos por
um único elemento químico, como a grafite, que é formada apenas por átomos de carbono.

Propriedades dos minerais:


Na natureza, existem centenas de minerais diferentes. A composição e o tipo de ligações químicas
que se estabelecem em cada um, assim como o arranjo tridimensional da sua rede cristalina, confere-lhes
propriedades físicas e químicas, que no seu conjunto permitem a sua identificação. Entre as propriedades
físicas, destacam-se a cor e a risca (propriedades óticas) bem como a dureza e a clivagem (propriedades
mecânicas).

Cor
A cor de um mineral, resulta da forma como este reage com a luz. Podem ser minerais
idiocromáticos, quando apresentam cor constante; ou minerais alocromáticos, quando apresentam cor
variável.
A diversidade de cores num mineral alocromático, deve-se, frequentemente, á presença de
elementos estranhos na sua composição química ou à estrutura cristalina que este possui.

Risca ou Traço
É a cor do mineral quando reduzido a pó. A risca mantém- se normalmente constante, mesmo que
a cor do mineral varie. Pode ser diferente da cor do mineral. Determina-se friccionando o mineral numa
placa de porcelana não polida, se a dureza deste for inferior a 7, ou reduz-se a pó num almofariz, caso a
sua dureza seja superior a 7.

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Clivagem
Tendência de alguns minerais para fragmentarem, por aplicação de uma força mecânica, segundo
superfícies planas e brilhantes, de direções bem definidas e constantes. Os planos de clivagem
correspondem a superfícies de fraqueza do mineral.
Na fratura, o mineral desagrega-se em superfícies irregulares revelando que todas as ligações são
igualmente fortes, qualquer que seja a direção considerada, nã há planos de clivagem visíveis (o mineral
não tem clivagem).

Dureza
A dureza, é a resistência que um mineral oferece ao ser riscado por outro. Um mineral é,
relativamente a outro, mais duro se o riscar (deixar sulco) e se não for riscado por ele. E menos duro, se for
riscado. N determinação da dureza, utiliza-se a escala de Mohs. Na escala de Mohs, os minerais estão
organizados por ordem crescente de dureza. A dureza depende não só do tipo de ligações químicas entre
so átomos que constituem o mineral, mas também da sua quantidade na estrutura cristalina.

Isomorfismo e Polimorfismo
Cada mineral é caracterizado por uma determinada composição química e por uma estrutura
cristalina bem definida. No entanto, é possível encontrar na natureza diferentes minerais com a mesma
geometria estrutural, bem como minerais que, apesar de apresentarem redes cristalinas deferentes
possuem a mesma composição química.
Isomorfismo
Na estrutura cristalina dos minerais, alguns iões podem ser substituídos por outros com raio iónico
semelhante. Quando tal se verifica, a composição química do mineral altera-se, embora a estrutura
cristalina se mantenha idêntica, originando-se assim, um mineral diferente. Estes minerais, que possuem
diferente composição química e a mesma estrutura cristalina, designam-se por minerais isomorfos.
Ex:. Olivinas- conjunto de minerais que, devido á variação da percentagem de ferro e magnésio
apresentam idêntica estrutura cristalina.

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Polimorfismo
Minerais que apresentam a mesma composição química, mas redes cristalinas diferentes,
designam-se por minerais polimorfos. Por exemplo, a grafite e o diamante, apesar de serem minerais
constituídos unicamente por carbono, têm origens e características muito diferentes. Estas diferenças são
explicadas pelas diferentes condições de formação, que condicionam a organização dos átomos de
carbono, conferindo-lhes diferente estrutura cristalina. No caso do ambiente sedimentar, o carbonato de
cálcio é uma das substâncias químicas presentes em algumas rochas sedimentares. A sua cristalização
pode ocorrer de forma distinta, formando minerais como a calcite e a aragonite.

Génese e classificação daas rochas sedimentares


As rochas sedimentares constituem o principal grupo de rochas aflorastes, apesar de
corresponderem a um pequeno volume da crusta. Estas rochas formam-se na superfície terrestre ou na
sua proximidade. Resultam da deposição de materiais provenientes de rochas pré-existentes, da
precipitação química de substâncias dissolvidas nas águas ou da transformação de restos de seres vivos. A
fase inicial da formação das rochas sedimentares, corresponde à sedimentogénese, engloba a
meteorização, a erosão, o transporte e a sedimentação. Posteriormente os materiais depositados,
designadas por sedimentos, poderão ser sujeitos à diagénese, que inclui a compactação e a cimentação. O
conjunto destas etapas constitui um ciclo sedimentar.

Meteorização
As rochas, e os minerais que as constituem, são estáveis nas condições de pressão e temperatura
em que se formam. Quando as rochas afloram, vem à superfície da terra, ficam expostas a um ambiente
diferente, tornando-se progressivamente mais estáveis. Sofrem então um conjunto de processos de
alteração, conhecido por meteorização, que resultam da ação dos agentes de geodinâmica externa, de
caracter físico e químico, e que pode ser observado nas rochas á superfície.
A meteorização pode ser de dois tipos: física e química. Estes processos podem ocorrer em
simultâneo, dependendo das condições climáticas. Estas condições fazem com que predomine um ou
outro tipo de meteorização.

Processos de meteorização física


A meteorização física, é a fragmentação da rocha sem que haja alteração da sua composição.
Ocorre uma progressiva desagregação das rochas através das fissuras, este processo é intensificado pelo
aumento progressivo da área da rocha exposta aos agentes de geodinâmica externa.
Principais agentes de meteorização física: gelo, seres vivos, a ação dos sais minerais, diferença de
temperatura e de pressão, água e vento.

 Ação do gelo (Crioclastia) – a água que se encontra nas fissuras, ao congelar aumenta de volume,
gerando tensões nesses espaços que contribuem para a formação de novas fraturas e para o
alargamento das já existentes. (frequente nas regiões de grande altitude/latitude)

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 Variação da temperatura (Termoclastia): as rochas á superfície, estão mais sujeitas a constante
variações térmicas. Com as mudanças de temperatura, alguns minerais expandem mais que outros,
e por isso criam-se tensões diferentes que podem fragmentar a rocha. (comum em desertos)
 Ação dos sais minerais (Haloclastia): a água que circula pelas diáclases das rochas, contém sais
dissolvidos. Estes sais, podem precipitar e formar minerais. Estes minerais formados exercem uma
força nas rochas onde se instalaram e contribuem para a desagregação da rocha. (muito comum na
halite. Em ambientes quentes e áridos, sujeitos a intensa evaporação)
 Ação dos seres vivos: por exemplo, o crescimento das raízes das árvores em fraturas das rochas
provoca o seu alargamento. A ação de pequenos animais sobre as rochas, através da escavação ou
da deslocação, pode contribuir também para a meteorização física.
 Alívio da pressão: a remoção das rochas suprajacentes, pelos agentes da geodinâmica externa ou o
levantamento causado pelos movimentos tectónicos expõem gradualmente os maciços rochosos
que se encontram eem profundidade. Como resultado desse alívio de carga, as zonas externas
desses maciços expandem mais do que as regiões internas, podendo originar fraturas designadas
por diáclases.

Processos de meteorização química


A meteorização química, resulta da exposição das rochas aos agentes da geodinâmica externa, com
os quais reagem quimicamente (ex:. ar e água). Nestas reações, alguns minerais são convertidos noutros
mais estáveis nas novas condições ambientais – minerais de neoformação. De igual importância, são as
reações que conduzem á formação de substâncias químicas em solução. Todas estas alterações, a par dos
fenómenos físicos, fragilizam as rochas, acelerando a sua degradação.
A meteorização química engloba processos complexos que, normalmente, ocorrem em simultâneo.
Entre estes destacam-se a dissolução, a hidrólise, a oxidação e a hidratação.

 Dissolução: corresponde á reação dos minerais com a água ou com um ácido. Ocorre quebra de
ligações químicas entre os diferentes iões, os iões livres ficam dissolvidos na solução.
Ex:. – ao contrario da maioria dos minerais, a halite é um mineral muito solúvel na água. Dissolve-se
na água, originando água salgada, com iões de cloro e se sódio dissolvidos:

- A calcite, presente nas rochas calcárias, não é solúvel na água, mas


reage facilmente com água acidificada, formando produtos solúveis. Esta reação de alteração e
destruição química dos calcários designa-se carbonatação e traduz-se pela seguinte reação:
-

-A argila insolúvel, e rica em ferro, oxida em contacto com o ar e adquire uma cor avermelhada,
constituindo a terra rossa.
Em áreas calcarias, a meteorização
química produz uma paisagem
característica, designada modelo
cársico . Aí os calcários encontram-
se bastante fissurados, em
resultado das reações de
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carbonatação que alargam as fissuras e dão origem a um relevo sulcado, as lápias. A água infiltra-se
com facilidade nas fissuras, provando a dissolução de estruturas e cavidades, como os algares e as
grutas, respetivamente.

 Hidrólise: Este processo corresponde à reação de substâncias com os iões H+ e OH- resultante da
dissociação da água. Os iões H+ podem substituir átomos de carga positiva na estrutura dos
minerais. No granito verifica-se a substituição do K+ do feldspato potássico pelo H+, formando-se
um novo mineral de argila – a caulinite.

 Oxidação: As reações de oxidação e de redução estão ligadas entre si, não ocorrendo uma sem que
ocorra a outra. A oxidação é o processo pelo qual um átomo ou um ião perde eletrões. A redução é
o processo que leva ao ganho de eletrões.

 Hidratação:
processo de
meteorização
que envolve a
combinação
química da água
com os minerais
(hidratação) ou a
remoção desta (desidratação). Alguns exemplos mais comuns:

Erosão

Após a alteração e desagregação das rochas, ocorre a remoção de fragmentos, ou solutos,


que as constituem. Os agentes erosivos mais comuns envolvidos nesta etapa, são a água, o vento,
os seres vivos e a gravidade.

Transporte

O transporte, corresponde a um deslocamento, mais ou menos longo, dos materiais


rochosos (clastos) ou das substâncias dissolvidas que resultam da erosão. Os agentes envolvidos
nesta etapa, são a gravidade, a água(liquida ou gelo) e o vento.
Durante o transporte, os fragmentos rochosos, podem sofrer uma diminuição de tamanho, e
um arredondamento gradual por desgaste. O grau de arredondamento dos clastos, bem como a
sua dimensão, dá indicações importantes sobre o tipo de transporte sofrido, a sua duração e a
distância percorrida pelos fragmentos.

Deposição ou sedimentação
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A sedimentação ocorre sempre que o agente de transporte perde energia. As partículas
depositam, passando a constituir os sedimentos. Os sedimentos organizam-se em estratos. Os
estratos são camadas geralmente paralelas e horizontais – se não ocorrerem perturbações- que se
distinguem pela espessura, pelas dimensões e pela coloração dos materiais. Cada estrato está
coberto por outro mais recente – teto- e recobre um estrato inferior mais antigo-muro. A
acumulação de sedimentos, pode ocorrer em ambientes terrestres ou aquáticos, sendo mais
comum nestes últimos.

Diagénese

Ao longo da diagénese, os sedimentos depositados vão sofrer um conjunto de


transformações físicas e químicas que conduzem á formação de uma rocha sedimentar
consolidada. Á medida que novos sedimentos se depositam sobre as camadas anteriores, ocorre
afundamento, verificando-se um aumento da pressão e da temperatura. Este aumento da pressão
provoca a compactação dos sedimentos, resultante da redução do volume por diminuição dos
espaços intersticiais, e aumento da densidade. Simultaneamente, ocorre a perda de água e a
precipitação de substâncias dissolvidas, formando- se um cimento que liga os sedimentos entre si-
cimentação.

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