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Mineralogia

Os Minerais e as Rochas

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Dr. Francisco de Assis Cavallaro

Revisão Textual:
Prof.ª M.ª Alessandra Fabiana Cavalcanti
Os Minerais e as Rochas

• Introdução;
• Formação dos Minerais;
• Classificação de Minerais;
• Rochas: Assembleias Minerais;
• Ciclo Genético das Rochas.


OBJETIVO

DE APRENDIZADO
• Conhecer os fundamentos de Petrologia e compreender os processos de formação e de com-
posição mineralógica das rochas e a formação dos minerais.
UNIDADE Os Minerais e as Rochas

Introdução
A Petrologia é a ciência que estuda as rochas em termos da sua mineralogia, tex-
tura, composição química, classificação e de suas estruturas (TEIXEIRA et al., 2009).

Os minerais são compostos químicos que podem também ser simples elementos
químicos. Eles têm composição química definida dentro de limites predefinidos,
e sua formação e cristalização ocorrem, em nosso planeta, por intermédio de
processos inorgânicos de forma natural, mas também ocorrem fora da Terra, em
outros planetas e asteroides (TEIXEIRA et al., 2009). Estes compostos químicos
são formados por reações de substâncias químicas, ora perdendo, ora ganhando
elétrons, tornando-se compostos iônicos ou mediante o compartilhamento de elé-
trons. Os íons formam um composto iônico pela ação da atração eletrostática cou-
lombiana entre os íons negativos (ânions) e íons positivos (cátions), conhecida por
ligação iônica. De maneira semelhante, o compartilhamento de elétrons ocorre
por intermediação das ligações covalentes. A cristalização de um mineral ocorre
quando íons (ou átomos) associam-se para formar uma estrutura, agrupados em
uma proporção adequada. Esta estrutura é construída a partir de uma ordenação
tridimensional homogênea, isto é, é replicada nas três direções. Consequentemen-
te, um mineral pode ser definido pela sua composição química e por propriedades
cristalográficas, identificando-o como único, recebendo um nome e constituindo
uma espécie mineral.

Uma assembleia de minerais, agregados por diferentes processos geológicos, que


permanecem unidos de forma coerente é chamada rocha. Quando uma rocha ou
mineral possuir valor econômico é chamada minério.

Um mineral pode ser definido pela sua composição química e por propriedades cristalo-
gráficas, que dão a ele um caráter único.

Formação dos Minerais


A formação dos minerais está intimamente relacionada aos componentes quí-
micos e às condições de pressão e de temperatura predominantes no local de sua
gênese. Utilizam-se do processo de cristalização, que consiste no crescimento de um
mineral num meio líquido ou gasoso por meio da aglutinação de átomos em propor-
ções químicas adequadas, seguindo arranjos cristalinos ordenados tridimensionais.
Como exemplo desse tipo de ordenamento, por ligação covalente, os átomos de
carbono ligam-se entre si para formar a estrutura cristalina do diamante. Sua forma
básica é a tetraédrica, multiplicando e realizando ligações a outros tetraedros; além
de compor uma estrutura tridimensional regular (Figura 1).

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Figura 1 – Cela unitária do diamante, mostrando sua estrutura cristalina tetraédrica
Fonte: Wikimedia Commons

Entretanto, esse processo de crescimento do cristal ocorre num ambiente com


características específicas. Neste caso, em altas temperaturas e pressões, que estão
presentes em grandes profundidades no interior da Terra (em câmaras vulcânicas).

Como se formam os cristais de quartzo? Disponível em: https://bit.ly/2FOVpj5

Outro exemplo de cristalização com arranjo tridimensional ordenado, agora em um


mineral com ligações iônicas, é o cloreto de sódio (NaCl). Seu arranjo geométrico é oc-
taédrico, em que o íon de um elemento é circundado por seis íons do outro elemento.

Figura 2 – Representação da estrutura cristalina cúbica do cloreto


de sódio (NaCl) e da geometria octaédrica de ordenação dos átomos
Fonte: Wikimedia Commons

Uma característica interessante são os tamanhos relativos dos íons do sódio e do


cloro (Figura 2), que permitem uma boa precisão no ajuste do arranjo tridimensional.
É uma caraterística dos minerais mais comuns. Neste caso, os cátions são pequenos
e os ânions são grandes. Assim, os ânions ocupam mais espaços de uma estrutura

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cristalina em relação aos cátions. A configuração dessas estruturas, em sua maioria,


é formada pela forma de disposição dos ânions e a posição relativa dos cátions entre
eles. Outro fator relevante sobre os cátions é que, possuindo tamanhos e cargas se-
melhantes, podem realizar substituições mútuas, não alterando a estrutura cristalina.
Contudo, neste caso, consegue-se modificar a composição química do cristal para
formar os minerais isomorfos (iso = igual; morphos = formas). Este intercambio,
denominado substituição catiônica, é frequente em minerais ricos em íons silicatos
(SiO44-). Um mineral característico desse processo é a olivina, mineral abundante
em rochas do tipo ígnea (ou vulcânicas). Nesse processo, o íon ferro (Fe2+) e o íon
magnésio (Mg2+) podem permutar entre si, pois os dois têm tamanho e cargas iguais,
criando a olivina, podendo ter composição ferrífera (Fe2SiO4), uma composição mag-
nesiana (Mg2SiO4) ou uma composição mista dada pela fórmula: (FeMg)2SiO4.

A estrutura cristalina inicia-se a partir de cristais individuais, que são unidades bá-
sicas do arranjo tridimensional. As superfícies planas, características de um cristal,
são seus limites e são denominadas faces cristalinas, caracterizando a representação
da ordenação dos átomos que constituem a estrutura (Figura 3). A forma geométrica
cúbica simples da halita (que é um sal de rocha de origem sedimentar de fórmula NaCl)
corresponde à forma do arranjo de seus íons, assim como a forma geométrica hexa-
gonal do quartzo está intimamente relacionada à ordenação estrutural de seus átomos.

Na+ Cl-

Figura 3 – Estrutura cristalina da halita (Cloreto de Sódio – NaCl)


Fonte: Adaptado de Getty Images

Entretanto, para que ocorra este processo de crescimento de cristais grandes com
boa definição, tem de haver tempo suficiente, pois seu crescimento é lento. É preciso
ter também o necessário espaço para que este crescimento possa acontecer sem
concorrência de outros cristais vizinhos. Esta situação não é a mais comum, pois
os espaços normalmente encontram-se preenchidos e o tempo de cristalização, em
geral, é curto. Assim, os cristais acabam crescendo sobrepostos, aglutinando-se de
maneira intensa, tornando-se um grão, que a olho nu parecem uma massa sem for-
ma definida (link abaixo), pois poucos grãos ou nenhum terão face cristalina. Porém,

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a cristalinidade desse grão pode ser identificada de várias formas, como por suas
propriedades ópticas, por exemplo.

Quartzo: Suas faces cristalinas não são, aparentemente, visíveis a olho nu nesta amostra
cristalina, disponível em: https://bit.ly/37vZfZX

Quando o tempo de cristalização é muito pequeno, não há tempo para o de-


senvolvimento de cristais, isto é, não há tempo de formar uma estrutura ordenada
de seus átomos, acarretando o crescimento de uma forma amorfa, chamada de
vítrea, muito comum em rochas vulcânicas. Esse material amorfo ou vítreo sofre
uma solidificação, a partir de um fluido, não possuindo nenhum ou pouco ordena-
mento atômico, formando uma superfície irregular. O vidro costumeiramente forma
uma estrutura que se repete espacialmente por umas duzentas ou mais células, mas
depois perde sua regularidade, tornando-se, claro, irregular. Quando o material é
quebrado, forma uma superfície que lembra uma forma de uma concha (Figura 4),
assemelhando-se a um vidro quebrado.

Figura 4 – Obsidiana, rocha vulcânica, com fratura conchoidal


Fonte: Wikimedia Commons

O estado cristalino pode ser desenvolvido a partir do estado físico amorfo ao intro-
duzi-lo em um meio com quantidade de calor e de tempo adequados. Esse processo
é comum em magmas (rochas fundidas). A cristalização pode ocorrer diretamente a
partir de vapores sem passar pelo estado líquido do material. Esse processo de con-
densação de minerais deve ter sido importante durante a formação de nosso sistema
solar, a partir de uma nebulosa (PRESS et al., 2006). A cristalização pode ocorrer
também em solução aquosa em temperatura baixa (<100ºC), sendo importante na
gênese de rochas sedimentares. Em ambientes onde a pressão e/ou a temperatura
promovem a instabilidade em estruturas cristalinas pré-existentes, pode ocorrer uma
reestruturação, adequando-as às novas condições sem que haja o processo de fusão.
Essa reestruturação de minerais é característica de rochas metamórficas.

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UNIDADE Os Minerais e as Rochas

Quando dois ou mais minerais possuem estruturas cristalinas diferentes, mas suas
composições químicas são semelhantes, é dada a denominação de minerais poli-
morfos (poli = muitos; morphos = formas). O exemplo mais conhecido é o diamante
e a grafita (polimorfos do carbono).

Importante!
Minerais isomorfos (iso = igual) possuem semelhança em sua estrutura cristalina, con-
tudo composições químicas diferentes.

Classificação de Minerais
De forma geral, em mineralogia descritiva, a maneira usual de estudar os minerais
é agrupá-los em relação a características semelhantes. A característica aniônica do mi-
neral é usada como critério químico de classificação (Tabela 1). Assim, por exemplo, o
mineral Olivina (Mg2SiO4), com seu radical aniônico (SiO42–), é classificado como silica-
to (Tabela 1). A exceção ocorre em elementos (naturais) puros não ionizados, denomi-
nados de elementos nativos. Essa forma de classificação de minerais é muito parecida
com a utilizada pela química inorgânica. Os minerais com características aniônicas pa-
recidas tendem a se desenvolver em processos físico-químicos semelhantes. Em geral,
ocorrem naturalmente associados entre si. Suas propriedades morfológicas e físicas
são muito mais próximas em relação a outros minerais com cátions semelhantes.

Tabela 1 – Algumas classes químicas de minerais


Ânions
Classe Exemplos
definidores (Íons)
Elementos nativos Nenhum Cobre metálico (Cu)
Oxigênio – O2- Hematita (Fe₂O₃)
Óxidos e Hidróxidos Hidroxila – OH– Brucita (Mg(OH)₂)
Cloreto – (Cl–), fluoreto (F–),
Haletos Brometo – (Br–), iodeto (I–)
Halita (NaCl)

Carbonatos Carbonato (CO32–) Calcita (CaCO3)


Sulfatos Sulfato (SO4 )
2–
Anidrita (CaSO4)
Silicatos Silicato (SiO4 )
4–
Olivina (Mg2SiO4)
Fonte: PRESS et al., 2006

Apesar de existir milhares de minerais catalogados, há um grupo de aproximada-


mente 30 minerais mais comuns que constituem a maioria das rochas que formam
a crosta terrestre. Esse grupo é chamado, com frequência, de minerais formadores
de rochas e é um reflexo do número limitado de elementos químicos encontrados na
crosta terrestre, conforme é mostrado na tabela 2. Basicamente, a crosta é formada por
nove elementos químicos, sendo os silicatos aproximadamente 97% (em volume), domi-
nante na constituição da crosta continental, cuja espessura pode alcançar algumas de-
zenas de quilômetros (70km, no Himalaia, por exemplo). As demais classes, apesar de
se apresentarem em menor quantidade, têm importância pelo seu interesse econômico.

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Tabela 2 – Constituição mineralógica da crosta continental
% em
Classe mineral Espécie ou grupo mineral
volume
Feldspatos 58
Piroxênios e anfibótios 13
Quartzo 11
Silicatos Micas, clorita, argilominerais 10
Olivina 3
Epítodo, cianita, andaluzita,
2
Sillimanita, granadas, zeólitas etc.
Carbonatos, Óxidos, Sulfetos,
3
Haloides etc.
Fonte: TEIXEIRA et al., 2009

Entenda mais sobre a Classificação sistemática dos minerais.


Disponível em: https://youtu.be/PXveci_QqgA

Rochas: Assembleias Minerais


As rochas são produtos de uma assembleia de minerais consolidados natural-
mente. Suas propriedades estão relacionadas ao processo de formação, à força
de ligação entre seus átomos constituintes. Em sua agregação mineralógica, há
minerais essenciais e minerais acessórios. Os minerais essenciais são os mais
abundantes numa determinada rocha e suas proporções determinam sua nomen-
clatura. Esta assembleia de minerais pode pertencer ao mesmo tipo mineralógico,
denominado rocha monominerálica, como é o calcário, o mármore e o quartzi-
to. Ao contrário, se forem de tipos diferentes, são denominadas pluriminerálicas,
exemplificando, há o granito e o gabro.

Uma classificação genética pode ser utilizada para agrupá-las, isto é, conforme o
modo e sua formação na natureza, observando as características que são semelhan-
tes. Desta forma, podem ser subdivididas, segundo este aspecto, em três grupos,
conforme é mostrado na Figura 5.

Rochas

Ígneas Sedimentares Metamórficas

Figura 5 – Tipos de Rochas

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UNIDADE Os Minerais e as Rochas

Ígneas ou magmáticas
São rochas que se originam do resfriamento de rocha fundida (magmas) e são carac-
terizadas por um alto grau de dureza e de resistência. Possuem importância econômica
na obtenção de minérios, a partir de seus minerais constituintes de sua composição e
para a produção de materiais derivados. Sua distribuição na superfície terrestre repre-
senta 80% em volume, mostrando a importância desse tipo de rocha. Outra carac-
terística é sua textura, que está relacionada diretamente à velocidade de resfriamento
do magma. Se o resfriamento for muito rápido, haverá menor formação de estrutura
cristalina e sua aparência assemelhar-se-á a uma estrutura vítrea (Figura 6). Porém, se
o resfriamento for lento o suficiente, haverá crescimento de cristais, cujo tamanho de-
penderá do tempo de resfriamento. Baseando-se nestas caraterísticas, podemos dividir
as rochas ígneas em intrusivas e extrusivas.

Figura 6 – Obsidiana, um exemplo clássico de rocha ígnea


Fonte: Getty Images

As rochas intrusivas (cujos sinônimos são plutônicas ou faneríticas), originam-se


em profundidade, no interior da Terra, quando o fluxo de magma se aloja entre as
fissuras de rochas, solidificando-se. O granito (Figura 7) é um exemplo, pois é uma
das rochas mais abundantes na crosta terrestre. As rochas extrusivas, também co-
nhecidas como afaneríticas, resfriam-se próximas à superfície terrestre ou mesmo
na superfície, após derrames de lava em vulcões e em fissuras na crosta terrestre.

Figura 7 – Granito: exemplo rocha ígnea afanerítica


Fonte: Getty Images

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Sendo a temperatura na superfície muito inferior em relação às de subsuperfície,
o tempo de solidificação é muito curto, gerando rochas com textura mais fina. O ba-
salto é um exemplo de rocha que apresenta esse tipo de textura, sendo típico do
assoalho oceânico (Figura 8).

Forjada a fogo | Terra Viva #3. Disponível em: https://youtu.be/YKRya0MsZ2w

Figura 8 – Rocha de Basalto


Fonte: Getty Images

Outra forma de caracterizar uma rocha ígnea é por intermédio de sua cor. Por
exemplo, rochas ricas em magnésio e em ferro são escuras e são denominadas má-
ficas. O gabro, semelhante ao basalto em composição, é uma rocha ígnea, intrusiva,
plutônica e máfica. Porém, rochas claras, ricas nos elementos químicos silício e alu-
mínio e constituintes dos minerais feldspatos e quartzo são denominadas félsicas.
O granito é um exemplo de rocha ígnea, intrusiva, plutônica, siálica e félsica.

Rochas Sedimentares
São rochas formadas por sedimentos, partículas e/ou compostos químicos dis-
solvidos, oriundos da fragmentação de outras rochas (ígneas, sedimentares e meta-
mórficas) denominadas rochas fonte. A matéria-prima fornecida pelas rochas fonte,
normalmente, são depositadas em sequências de camadas horizontais com espessu-
ras variáveis. O meio de transporte dos sedimentos é realizado pela ação dos ventos
(por exemplo, em desertos), das águas (rios) e do gelo (geleiras) até chegar ao ponto
de deposição. Sua gênese ocorre por compactação e/ou por cimentação desses
fragmentos depositados. A combinação desses processos é denominada litificação
ou diagênese. Ocorre em condições geológicas consideradas de baixa temperatura
(aproximadamente 200ºC) e baixa pressão relativa ao peso dos sedimentos sobre-
postos. As rochas sedimentares podem também ser formadas pela precipitação de
radicais salinos, que normalmente estão dissolvidos nas águas dos rios e dos oce-
anos. São denominadas rochas sedimentares químicas ou não-clásticas. Como
exemplo deste tipo de rocha, temos o calcário, mostrado na Figura 9. Destacam-se

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UNIDADE Os Minerais e as Rochas

os carbonatos, os cloretos e os sulfatos como ânions. Entre os cátions com alta solu-
bilidade, destacam-se os alcalinos: Na e K e os alcalinos terrosos: Mg e Ca.

Figura 9 – Calcário
Fonte: Getty Images

Rochas Metamórficas
As rochas metamórficas (metamorfose = mudança de forma ou de estrutura) são
um produto da transformação de um protólito, isto é, uma rocha pré-existente. Essa
transformação ocorre num ambiente, normalmente em altas profundidades da crosta
terrestre, onde a pressão e a temperatura sobre as rochas são aumentadas considera-
velmente, a saber, em aproximadamente 700ºC, porém, ainda, abaixo de sua tempe-
ratura de fusão. Esse ambiente proporciona alterações na composição dos minerais
e nas texturas cristalinas dos protólitos. Um bom exemplo é o gnaisse (Figura 10),
que possui alto grau de metamorfismo, apresentando bandas de cor clara e escura
alternadas entre si, com composições mineralógicas diferentes. O nome raiz gnaisse
é relacionado à presença predominante de quartzos e de feldspato (20% em volume)
(Ela vem do alemão GNEIS, “espécie de rocha metamórfica”, provavelmente de uma
forma medieval GANEIS, “fagulha, chispa”).

Figura 10 – Gnaisse
Fonte: Wikimedia Commons

Por baixo da superfície | Terra Viva #5. Disponível em: https://youtu.be/C_lsbLZP9N4

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Ciclo Genético das Rochas
A crosta pode ser dividida em crosta oceânica e continental e é formada basicamente
por rochas graníticas (ígneas e metamórficas) nos continentes e básicas (ígneas) no asso-
alho oceânico, sendo que grandes partes dessas duas áreas são cobertas por sedimentos
(rochas sedimentares). Esses tipos genéticos de rochas possuem uma interação intensa
entre si, refletindo eventos geológicos que ocorrem numa determinada área. Elas estão
inseridas num processo geodinâmico da Terra, envolvendo dinâmica atmosférica (ventos,
chuvas, geleiras etc.) e seus efeitos interiores (alta temperatura e pressão, entre outros),
promovendo-lhes alterações físico-químicas frequentes. As interações podem ser resumi-
das na Figura 11, na qual é possível observar a representação do ciclo das rochas, os pro-
cessos envolvidos na formação de cada tipo de rocha e suas relações umas com as outras.

Intemperismo Deposição em
e Erosão Bacias Sedimentais

Pedogênese SEDIMENTOS

Pedogênese Litificação
ROCHAS
MAGMÁTICAS
Pedogênese
ROCHAS
SEDIMENTARES
Aumento da Pressão
Resfriamento e da Temperatura
Aumento da Pressão
e da Temperatura
MAGMA

Fusão ROCHAS METAMÓRFICAS

Figura 11 – Representação do ciclo das rochas

Pedogênese: é a denominação dada ao processo de formação dos solos, que pode aconte-
cer por meio de intemperismos químicos e físicos, moldando suas características.

Os processos podem ser inicializados em qualquer ponto desse ciclo. Desta forma,
por exemplo, rochas ígneas levadas à superfície, num evento que poderia ser a for-
mação de uma cadeia de montanhas, sofrem erosão por ação do tempo, produzem
sedimentos que serão transportados por agentes, tais como vento, água e geleiras, a
uma área de deposição e, posteriormente, durante um longo tempo, acaba por ser
soterrado. Se esse soterramento for pouco profundo, haverá litificação, formando
rochas sedimentares. Porém, se o soterramento for profundo, então, o metamorfis-
mo ou a fusão ocorrerá, reiniciando o ciclo. Esses processos só existem e são ativos
porque são produtos da tectônica de placas.

Vídeo sobre as placas tectônicas. Disponível em: https://youtu.be/T2WqVjeOpXo

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UNIDADE Os Minerais e as Rochas

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Vídeos
Mineralogia #4 – Classe Sistemática
https://youtu.be/PXveci_QqgA
Forjada a Fogo | Terra Viva #3
https://youtu.be/YKRya0MsZ2w
Por baixo da Superfície | Terra Viva #5
https://youtu.be/C_lsbLZP9N4
Las Placas Tectónicas
https://youtu.be/T2WqVjeOpXo

 Leitura
Como se formam os cristais de Quartzo?
https://bit.ly/3okSoZ8

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Referências
CAVINATO, M. L. (trad.) Rochas e minerais: guia prático. São Paulo: Nobel, 1998.

PRESS, F.; SIEVER, R.; GROTZINGER J.; JORDAN, T. H.; Tradução Rualdo
Menegat. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. 656p.

TEIXEIRA, W; TOLEDO, M. C. M.; FAIRCHILD, T. R.; TAIOLI. F. Decifrando a


Terra. 2. ed. São Paulo: Oficinas de Textos, 2009.

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