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Geologia I – Revisões p-folio

Cristaloquímica – ocupa-se da química dos minerais em articulação com as suas


características físicas e estruturais.

Minerais – todo o elemento ou composto químico que possui uma composição


química definida e é formado naturalmente por processo geológicos.

Cristal – Todo o mineral que possui uma forma geométrica definida. conjunto de
átomos (podem nem sempre ser da mesma espécie química) distribuídos numa rede
→→→
definida por três vectores linearmente independentes a b c (vectores fundamentais de

translação).

Cristal anisotrópico – apresentam mais do que um índice de refracção nas diferentes


direcções de propagação da luz no seu interior e as respectivas indicatrizes são
representadas por elipsóide de revolução de 2 ou 3 eixos onde cada um deles (raios
vectores) representam um índice de refracção.

Quando a luz incide sobre um cristal anisotrópico transparente sofre o fenómeno de


dupla refracção (são produzidos dois raios de luz distintos que vibram em planos
perpendiculares entre si e se propagam no interior do cristal. São divididos em 2
grupos:

 Uniaxiais – 2 índices de refracção principais, cristalizam-se no sistema


triagonal, tetragonal e hexagonal.
 Biaxiais – 3 índices de refracção principais. Caracterizam-se nos sistemas
ortorrômbico, monoclínico e triclínico.

Cristal isotrópico – cristal opticamente homogéneo, o índice de refracção é


constante, independente da direcção considerada (a onda luminosa propaga-se com a
mesma velocidade em todas as direcções).

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Cristalinos ou amorfos – os sólidos constituídos por átomos, moléculas e iões
ligados fortemente entre si.

Cristalização:

1. Nucleação – é a criação de condições para as moléculas se aproximarem e


darem origem ao cristal, é o aparecimento dos núcleos cristalinos. Esta pode
ocorrer a partir de um banho fundido em arrefecimento (minerais das rochas
magmáticas) ou a partir de solutos mineralizados (fluidos que transportam, em
solução ou suspensão, iões, complexos iónicos, moléculas e complexos
moleculares) susceptíveis de gerir minerais.
2. Crescimento do cristal – a velocidade de crescimento dos cristais e as
características finais são condicionadas pela velocidade de agitação ou
circulação no cristalizador, pelo grau de sobresaturação e pela temperatura,
entre outros. (ex: um grau de sobresaturação muito elevado dá origem a uma
velocidade de nucleação muito elevada, formando-se muitos núcleos
simultaneamente, originando cristais muito pequenos).

O mesmo composto pode dar origem a formas cristalinas diferentes (polimorfismo)


dependendo das condições de operação.

Estrutura cristalina – conjunto de átomos periodicamente distribuídos no espaço,


formando uma rede. A estrutura pode ser gerada sobrepondo a cada ponto da rede
cristalina uma base de átomos, idêntica, para todos os pontos da rede.

Rede cristalina – consiste num conjunto de pontos idênticos dispostos regular e


periodicamente no espaço.

Vectores da rede cristalina – unem dois quaisquer pontos da rede. Ex: vectores
fundamentais primitivos (quando podem ser escritos como combinações lineares, com
coeficientes inteiros dos vectores fundamentais.

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 O símbolo (hkl) representa um plano (ou uma face) que intersecta os eixos de
referencial xx’ , yy’, e zz’ em a’, b’ e c’ tal que h= a/a’, k= b/b’ e l= c/c’.

 A notação de Hermann-Mauguin representa de forma simbólica grupos de


simetria rotacional.

 Os grupos de simetria que descrevem a poliedria dos cristais não admite


operações de rotação de grau 5 porque estas ultimas são incompatíveis com a
estrutura triperiódica da matéria cristalina.

 A presença de n planos de reflexão correspondentes e equidistantes de 0º


implica a existência de um eixo de rotação de grau n (ao qual se associa uma
rotação de 20º) que contém a linha de intersecção dos planos.

 A coexistência de um eixo de rotação de grau par e um centro de inversão


implica a presença de um plano de reflexão que, sendo perpendicular ao eixo
de rotação, contém o centro de inversão.

Cristalizada – arranjo interno tridimencional dos minerais. Os átomos constituintes de


um mineral encontram-se distribuídos ordenadamente, formando uma rede
tridimencional – reticulo cristalino.

Cristalização magmática – processo através do qual se dá a passagem do magma a


um aglomerado de cristais, e que dá origem às rochas magmáticas.

Polimorfas – substâncias de idêntica composição química mas física e


estruturalmente diferentes.

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Polimorfismo ou alotropia – fenómeno que todos os sólidos apresentam-se de
cristalizar-se em mais de uma estrutura crsitalina.

Praticamente todos os elementos químicos figuram no domínio do “reino mineral”. Na


litosfera os elementos mais abundantes são o Oxigénio seguido do silico.

Existem 4 tipos de ligação (a dureza, solubilidade, clivagem, condutividade térmica e


eléctrica estão associados ao tipo de ligação):

1. Iónica (ou electrostática) – Une entre si aniões com catiões pela atracção das
suas cargas electrostáticas opostas.

Normalmente verifica-se em substâncias com pouca dureza e fraca densidade


(ex: a clivagem nas micas, nas piroxenas, etc)

2. Covalentes – os átomos ficam fortemente ligados entre si. Esta ligação é


responsável por um conjunto de propriedades características: grande dureza,
insolubilidade e estabilidade, pontos de fusão muito elevados, incondutibilidade
eléctrica, etc.
3. Metálica – mantida pela força existente entre iões positivos e electrões
envolventes.

Resultantes desta ligação consideram-se propriedades dos metais: ductilidade,


maleabilidade, tenacidade, baixa dureza, ponto de fusão, etc.

Em metais como o rubídio e o césio, a mobilidade dos electrões é tal, que estes
se libertam da estrutura mediante simples excitação luminosa (efeito
fotoeléctico).

4. De Van Der Waals – Força intermolecular resultante da polarização das


moléculas.

Estas interacções são muito fracas e actuam apenas quando as moléculas


estão muito próximas umas das outras.

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São as únicas existentes entre átomos de gases nobres, mas podem existir
entre quaisquer pares de moléculas, independente da sua simetria.

Além do tipo de ligação, existem outros factores de alteração nos minerais:

 Potencial de ionização – além da maior fragilidade das ligações próprias aos


catiões mono e bivalentes, a sua presença aumenta a vulnerabilidade à
meteorização.
 Oxidação espontânea do ferro ferroso – Factor importante que aumenta a
vulnerabilidade dos minerais à alteração supergénica. Em ambiente da
superfifie tende em oxidar passando a ferro férrico. Estas variações afectam o
equilíbrio da rede cristalina e aumentam a instabilidade da estrutura primária.
 Potencial iónico – Também aumenta a vulnerabilidade dos minerais
 Energia de formação – tem grande importância para estabelecer a ordem da
cristalização dos minerais no magma e na avaliação da sua vunerabilidade à
meteorização.
 Comportamento da sílica e da alumína na água – Em meio ácido a alumina é
mais solúvel que a sílica, em meio neutro a lumina é insolúvel e a sílica
mantem a sua pequena solubilidade e em meio básico tanto uma como a outra
aumentam a solubilidade.
 Comportamento dos silicatos na hidrólise – A hidrolise é o agente mais
importante na alteração das rochas. Os silicatos são sais de ácidos fracos e
bases fortes, logo com reacção de hidrólise alcalina.

Coordenação interiónica – Ao ligar-se a outros iões de sinal contrário, este tem


tendência em reunir à sua volta, tantos iões quanto o seu tamanho permite (sendo
chamado de ião coordenador e aos outros iões coordenados), o número de
coordenação é o número de iões que ele agrega.

Isodésmicas – cristais em que todas as ligações têm igual força.

Amisodésmicas – quando as substâncias que constituem os radicais são mais fortes


do que as que existem entre estes e os catiões metálicos.

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Polimerização – reacção química que dá origem aos polímeros. É a união de
moléculas de um dado composto (monómero) para formar um novo composto
(polímero).

Substâncias Isostruturais – quando duas substâncias possuem estruturas análogas,


ou seja, quando os centros dos átomos constituintes ocupam posições relativas
semelhantes, independente da natureza e tamanho dos átomos e da dimensão da
malha.

Pertencem ao mesmo grupo estrutural.

Isomorfismo – Fenómeno pelo qual substâncias quimicamente diferentes apresentam


a mesma forma cristalina externa.

O isomorfismo resulta de uma cristalização isostrutural de catiões e aniões com raios e


números de coordenação semelhantes.

Polimorfismo – Oposto de isomorfismo, onde a mesma substância química tem


realidade sob mais do que uma estrutura no estado sólido, no que se refere ao arranjo
interno dos seus iões ou átomos:

Dimorfismo (quando há 2 minerais diferentes para a mesma formula química, ex:


diamante, grafite e calcite) e trimorfismo (quando há 3, ex: broquite e anatase), no
caso de mais de 3 utiliza-se o termo polimorfismo.

Diadoquia – Fenómeno pelo qual dois ou mais iões se podem intersubstituir em todas
as proporções no interior de uma estrutura sem a modificar.

Isto só é possível em determinadas condições:

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 É necessário que os raios dos iões em permuta sejam muito semelhantes (a
diferença não pode exceder os 15%, e de 15% a 30% é raro acontecer, acima
disso não há substituição interiónica);
 A diferença de cargas entre iões permutados não pode ser superior a uma
unidade;
 A temperatura de cristalização tem grande importância. A elevação da
temperatura aumenta a desordem estrutural, o que permite maior capacidade
de permutas.

A diadoquia pode ser simples ou compensada, quando as cargas dos iões


permutados são diferentes, surgem outras substituições na rede (compensadoras) que
anulam o desequilíbrio eléctrico provocado.

Exsolução – Processo pelo qual uma solução sólida homogénea se separa em duas
fases cristalinas, sem haver mudança na composição química total da fase inicial (sem
haver adição nem redução de matéria).

Normalmente ocorre quando um mineral arrefece lentamente ou pela acção do


metamorfismo.

Pseudomorfismo – É toda a alteração da composição química ou da estrutura do


mineral, com manutenção da forma externa (ex: um cristal de pirite pode alterar em
limonite mantendo a forma original, trata-se de uma pseudomorfose de limonite em
pirite).

Vários mecanismos podem conduzir à pseudomorfose:

 Substituição
 Incrustação – revestimento de um cristal por uma crosta de outro mineral que a
molda.
 Alteração – modificação da composição do mineral em função dos agentes de
meteorização.
 Paramorfose – pseudomorfismo com modificação estrutural.

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Limonite – substâncias de aspecto terroso e cor amarelada a acastanhado, na maior
parte dos casos, resulta da alteração de minerais primários, ricos em ferro e é
constituído por misturas de óxidos e hidróxidos de ferro (cristalinos) com materiais
argilosos.

Mineralóides – Designação de certas substâncias inorgânicas, naturais, não


cristalinas (vítreas e colóides, na sua maioria).

Materiais de origem geológica com características semelhantes às dos minerais, mas


sem serem cristalinas (mesmo que o tenham, a sua composição química não é
suficiente para ser considerado mineral).

Os minerais estão agrupados em classes:

 Elementos nativos – minerais que ocorrem na natureza no estado puro (ex: o


ouro, prata e cobre)
 Sulfuretos – ex: a pirite, calcapirite e outros minerais metálicos utilizados como
matérias-primas
 Halóides – classe restrita que reúne os halogenetos naturais como a sal-gema
ou a halite
 Carbonatos – ex: calcite, dolomite
 Sulfatos – ex: gesso. anidrite e barite
 Óxidos hidróxidos – importante conjunto de minerais comuns, sobretudo nos
ambientes mais superficiais da terra (ex: hematite e pirolusite)
 Silicatos – reúne um vasto conjunto de espécies minerais próprias das rochas
magmáticas e metamórficas, mas também frequente em rochas sedimentares.
Dividem-se em grupos isostruturais:
o Nesossilicatos – tetraedos independentes, unidos entre si por catiões
metálicos e ligados aos oxigénios por ligações iónicas.
o Sorossilicatos – unidades tetraédricas duplas
o Ciclossilicatos – estruturas formadas por anéis de 3,4 ou 6 tetraedos

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o Inossilicatos – tetraedos associados em cadeias prolongáveis segundo
o eixo dos ZZ
o Filossilicatos – 3 oxigénios de cada tetraedo são simultaneamente
compartilhados com tetraedos vizinhos para formarem uma estrutura
plana prolongável em 2 direcções no espaço (XX e ZZ) ex: as micas e
minerais argilosos
o Tectossilicatos – os oxigénios de cada tetraedo são compartilhados
com tetraedos vizinhos. Dividem-se em sub-grupos:
 Fedspatos – aluminossilicatos (ex: ortose)
 Fedspatóides – quimicamente semelhante aos fedspatos mas
mais pobre em sílica
 Zeólitos – constituídos por aluminossilicatos hidratados de sódio,
potássio e cálcio.

Simetria – todos os minerais mostram, pelo arranjo das suas faces, uma simetria
definida.

As operações fundamentais de simetria são:

 Rotação em torno de um eixo,


 Reflexão sobre um plano
 Rotação em torno de um eixo combinado com a inversão (inversão rotatória)

Plano de simetria – plano imaginário que divide o cristal em duas metades, cada uma
sob a forma de um cristal perfeitamente desenvolvida.

Eixo de simetria – recta imaginária que passa pelo centro geométrico do cristal e ao
redor do qual ele gira num total de 360º e repete a sua aparência um nº de vezes:
unitários (faz um ângulo de 360º), binário ( 2 de 180º), ternário (3 de 120º),
quaternário (4 de 90º) e senário (6 de 60º).

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Grau de simetria – É o conjunto de possíveis elementos de simetria encontrados num
cristal. Existem 32 combinações possíveis (classes de cristais), agrupados em 6
sistemas cristalinos:

 Sistema isométrico – os cristais possuem 4 eixos ternários de simetria e são


referidos aos 3 eixos perpendiculares entre si e de comprimento igual.
 Sistema hexagonal – os cristais têm um único eixo de simetria ternário ou
senário em 3 eixos cristalográficos horizontais e um perpendicular a estes.
 Sistema tetragonal – 3 cristais perpendiculares, sendo 2 horizontais e de
comprimento igual e 1 vertical e mais curto.
 Sistema ortorrômbico – os cristais têm elementos de simetria binária, com 3
eixos todos perpendiculares entre si e de comprimento diferente.
 Sistema monoclínico – cristais com um único eixo de simetria binário. Têm 3
eixos desiguais.
 Sistema triclínico – 1 único eixo unitário com uma única simetria.

Origem dos minerais:

 Minerais magmáticos – resultam da cristalização do magma e constituem as


rochas ígneas ou magmáticas (ex: diamante).

 Minerais metamórficos – originam-se pela acção da temperatura e pressão


das rochas (ex: granada).

 Minerais sublimados – formados directamente da cristalização de um vapor e


da interação entre vapores e destes com as rochas dos contutos por onde
passam (ex: enxofre).

 Minerais pneumatolíticos – formados pela reacção dos constituintes voláteis


oriundos da cristalização magmática, desgaseificação do interior terrestre ou
de reacções metamórficas (ex: turmalina).

Minerais de neoformação – são formados à superfície, no local da sedimentação.,


tem todos dureza fraca e clivagem fácil. (ex: calcite, minerais de sílica, gesso e halite).

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Os minerais formados a partir de soluções, originam-se devido à evaporação,
variações de temperatura, pressão, porosidade e pH:

 Evaporação do solvente – neste processo a precipitação ocorre quando a


concentração ultrapassar o coeficiente de solubilidade pelo processo de
evaporação. Ocorre principalmente em regiões quente e secas (ex: anidrita,
gipsita e halite).

 Perda de gás agindo como solvente – processo que ocorre quando uma
solução contendo gases entra em contacto com rochas, provocando uma
reacção.

 Diminuição da temperatura e pressão – as soluções de origem profunda,


resultantes de transformações metamórficas (desidratação, descarbonatação,
etc), ou de cristalizações magmáticas, têm, normalmente, muito material
dissolvido que com a diminuição da temperatura e da pressão forma minerias
hidrotermais depositados na forma de veios ou filões (ex: quartzo).

 Interacção de soluções - o encontro de soluções aquosas com solutos


diferentes ao interagirem, podem formar compostos insolúveis ou com um
coeficiente de solubilidade muito baixo (ex: barita).

 Interacção de gases – a passagem do gás por uma solução contendo iões


pode gerar precipitados (ex: pirita).

 Acção de organismos sobre soluções – este processo resulta da acção dos


organismos vivos, animais ou vegetais, sobre a solução (ex: calcita).

Para identificação dos minerais através de suas propriedades físicas e morfológicas,


usa-se algumas características, tais como:

 Hábito – forma geométrica externa que reflecte a sua estrutura cristalina,


 Transparência - não absorvem luz (ou absorvem muito pouco),
 Brilho – quantidade de luz reflectida pela superfície do mineral,
 Cor – resultado da absorção selectiva da luz,

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 Traço – cor do pó do mineral (obtém-se riscando-o),
 Dureza – resistência que o mineral apresenta ao ser riscado (para medir
utilizamos a escala de Mohs),
 Fractura – superfície irregular e curva resultante da quebra do mineral,
 Clivagem – superfície de quebra que constituem planos de regularidade, os
mais comuns são: romboédrica (ex: calcita), octaédrica (ex: fluorita) e cúbica
(ex: galena).
 Densidade relativa – número que indica quantas vezes o volume do mineral é
mais pesado que o mesmo volume de água a 4ºC.
 Germinação – propriedade de certos cristais de se desenvolverem de maneira
regular. Pode ser simples (2 cristais intercrescidos, ex: estaurolita) ou múltipla
(polissintético, ex: labradorita).
 Propriedades eléctricas e magnéticas – muitos minerais são bons
condutores de electricidade e outros geram um campo magnético em sua volta
com intensidade variável.

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Morfogénese – conjunto de fenómenos naturais modeladores da configuração da


paisagem física da Terra.

Meteorização (alteração das rochas) – modificações causadas nas rochas por


agentes externos, normalmente relacionados com as condições de humidade e de
temperatura ambientais.

Termoclastia – Fenómeno de meteorização que gera fragmentação da rocha, devido


à acção continuada de temperaturas altas durante o dia e frias à noite.

Pedogenética – processo seguinte à alteração das rochas, trata-se da formação de


solos onde uma capa mais ou menos espessa da rocha inicial, revela um certo estado
de desagregação e de ocupação vegetal e animal próprios (húmus).

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Gelivação (crioclastia ou gelifracção) – Forma de erosão mecânica das rochas,
gerada pelo aumento de volume da água ao congelar. A água que ocupa as fracturas
e vazios das rochas, ao congelar e aumentar o volume exerce uma pressão que, ao
longo do tempo, provoca a sua desintegração.

Os minerais primários das rochas tendem a adaptar-se ao novo ambiente próprio da


superfície.

Ambientes petrogenéticos:

 Magmático – Temperaturas elevadas, pressões variáveis (entre o muito baixa,


vulcanismo e o muito alta, o plutonismo) e variações de composição química
restritas, relativamente a outros ambientes.
Existência de um banho fundido de composição essencialmente silicada (o
magma).
 Sedimentar – Ambiente existente à superfície da terra, caracteriza-se pelas
baixas temperatura e pressão e pela grande variabilidade química (ex:
oxidação, carbonatação, hidratação, hidrólise, etc).
 Metamórfica – Largo intervalo de pressões e de temperatura. O metamorfismo
pode ser essencialmente térmico (termometamorfismo) ou essencialmente
dinâmico (dinamometamorfismo): Nos caso mais comuns diz-se
Termodinâmico.

Susceptibilidade das rochas à alteração:

As rochas eruptivas e metamórficas são mais vulneráveis às condições ambientais da


superfície, enquanto as rochas sedimentares são menos vulneráveis, uma vez que os
seus minerais de neoformação são estáveis nas condições superficiais.

Exemplo de minerais mais resistentes, para o menos:

 Quartzitos
 Granitos e rochas granitóides
 Sienitos

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 Dioritos
 Gabros e basaltos
 Peridotitos e rochas afins

Rególito – camada de material que cobre a superfície, originado das rochas e


depósitos incosolidados.

Bedrock – rocha sã (não alterada) que se encontra sob o rególito.

Afloramento – exposição de uma rocha na superfície.

Alteração mecânica - resulta de acções de natureza física (variação de volume


provocados por oscilações térmicas, congelação e descongelação de água contida
nos poros das rochas, etc).

Alterações bioquímicas – a água desencadeia e permite a maioria das reacções


químicas, como por exemplo a hidrólise, a oxidação, a hidratação, a carbonatação e
certas reacções químicas realizadas com produtos orgânicos de origem biológica.

Biostasia – é uma situação de equilíbrio biomorfológico, expresso principalmente por


uma cobertura vegetal desenvolvida, de longa duração e estável.

Quando se dá a ruptura desse equilíbrio chama-se Rexistagia.

Solo – é uma mistura de matéria mineral, resultante da degradação da rocha-mãe,


associada a uma fracção orgânica, contendo ainda ar e água.

Consideram-se os seguintes componentes essenciais:

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 Matéria sólida de origem mineral – fragmento da rocha-mãe, minerais
desagregados e minerais secundários,
 Matéria orgânica – restos de plantas e de outros seres vivos em diversos
estádios de decomposição,
 Água – em proporções variáveis, ocupa os espaços intersticiais do solo e
contem diversas substâncias dissolvidas,
 Ar – também designado por atmosfera do solo, ocupa os espaços vazios entre
os restantes constituintes.

Horizontes do solo:

A – nível de grande actividade bioquímica onde se


fixam as raízes das plantas, alguns tipo de animais
(insectos, vermes, etc) e uma grande variedade de
microrganismos.

B- pobre em matéria orgânica, por vezes enriquecida


em óxidos e hidratos de ferro, o que lhe confere uma
cor amarelada, avermelhada e acastanhada.

C- zona mais profunda é caracterizada pela presença


da rocha-mãe, mais ou menos alterada ou fragmentada
que faz a transição para a rocha sã em

profundidade.

Agentes modeladores do relevo – gravidade, chuva, águas de escorrência, os


cursos de água, os glaciares, o vento, as vagas no litoral, as águas subterrâneas e os
seres vivos.

Os agentes modeladores do relevo variam sobretudo em função dos condicionalismos


climáticos, geológicos (litologia e estrutura) e topográficas da região.

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Sistemas morfoclimáticos – conjunto de acções. Processos e mecanismos
morfogenéticos de diferentes hierarquias interligadas entre si. Agrupados em 4
domínios climáticos:

 Domínios frios:
o Sistema morfoclimático glaciário da latitude – ocupa as regiões
situadas a latitudes elevadas, muito frias com acumulação abundante
de neve (grandes glaciares, Gronelândia, Alasca e regiões polares);
o Sistema morfoclimático glaciário de altitude – regiões de muito alta
montanha, como os Himalaias, Alpes ou Andes;
o Sistema morfoclimático periglaciário – caracteriza as regiões frias de
precipitação muito fraca ou nula. Zona escassa em vegetação e solo.
(ex: Terra de Fogo no Sul da Argentina).

 Domínios temperados:
o Sistema morfoclimático temperado húmido – intercalada entre dois
domínios climáticos extremos (os muito frios e os muito quentes), ex: o
nosso país.
o Sistema morfoclimático mediterrâneo – subsistema do domínio
temperado na transição para as regiões subáridas, ex: Califórnia ou
zona meridional da África do Sul.

 Domínios áridos:
o Sistema morfoclimático hiperárido – extrema secura e grandes
amplitudes térmicas, própria dos grandes desertos interiores como o
Sahara;
o Sistema morfoclimático árido – semelhante ao anterior mas de
precipitação menos raras, embora escassas, ex: Arábia;
o Sistema morfoclimático subárido – zonas marginais do sistema árido,
na transição com os tropicais húmidos e temperados (Mongólia e
Casaquistão).

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 Domínios intertropicais:
o Sistema morfoclimático da floresta quente e húmida - regiões de clima
quente e húmido próprio das latitudes equatoriais, com precipitações
persistentes e abundantes ao longo do ano, ex: Madagascar.
o Sistema morfoclimático sub-húmido – temperaturas elevadas com uma
alternância bem marcada de estações secas e húmidas (ex: América
do Sul).

Avalanche ou alude – O deslocamento de grandes massa de terreno em que os


materiais se desprendem em grandes quantidades e rolam soltos, em blocos de todas
as dimensões. Pode ser catastrófica.

Escorregamentos – Deslocamento de grandes massas de terreno em que a massa


se desprende e desce em bloco. Este processo é mais lento que nas avalanches pois
as massas deslizam.

Reptação (ou creeping) – Deslocamento ao longo de vertentes mais suaves, onde as


partículas se movimentam muito lentamente (grão a grão). Ex: muros rachados, postes
inclinados, árvores tombadas, etc.

Depósitos de vertente – local onde alguns materiais que descem por gravidade
permanecem em equilíbrio instável em troços menos íngremes das vertentes,
permanecem por períodos mais ou menos longos.

Os depósitos acumulados na base das vertentes (depósito de sopé) podem


encontrar-se em cones de detritos ou formar um talude contínuo ao longo do sopé da
vertente.

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Água pluviais e de escorrência – o impacto das gotas de chuva com o solo pode
exercer erosão, pois ao tombar parte da água da chuva infiltra-se, outra escorre à
superfície e outra evapora-se. Inicialmente escorrem em toalhas superficiais difusas de
pequena extensão, até se adaptarem em delgados fios de água até se reunirem em
unidades cada vez mais importantes, formando cursos de água de traçado mais ou
menos fixos, uns temporários (as torrentes) e outros no geral permanentes (córregas,
riachos, ribeiras, ribeiros e rios).

Factores que influenciam a erosão, transporte e sedimentação de um rio:

 Declive – inclinação do leito relativamente ao nível de base geral.


 Velocidade das águas
 Área de secção do leito – (área = largura x profundidade).
 Débito/caudal – volume de água transportado por segundo.
 Competência – tamanho dos maiores sedimentos transportados, de acordo
com a sua velocidade.
 Carga/capacidade – volume total de sedimentos transportados por um rio,
independentemente do tamanho desses.

A erosão – transporte dos materiais pelas águas de escorrência, é a causa de formas


curiosas de morfologia :

 Caos de blocos – amontoados pedregosos provocadas pelo rebaixamento do


terreno que sobressaem da paisagem,
 Saliências rochosas (ou afloramentos) – porções de rochas do substrato que
constituem núcleos mais resistentes à meteorização e à erosão pelas águas
selvagens;
 Chaminés de fada – colunas encimentadas por um fragmento de rocha
formado a partir de depósito detrito areno-argiloso.

Ressalto – Desnivelamento, pouco acentuado, no leito do rio.

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Abarrancamento – erosão das águas por escavamento de sulcos no terreno que
conduz à formação dos barrancos. Estes instalam-se facilmente em rochas friáveis, na
capa de alteração das rochas (rególito) ou nos solos.

Ravina – paisagem sem vegetação, desolada, caracterizada por numerosos e


profundos abarrancamentos.

Podzolização – Existe nas regiões relativamente frias, caracterizada por vegetação de


musgos e líquenes e de coníferas. É a evolução do horizonte que aumenta o seu teor
de sílica. O horizonte de alteração assim formado constituí o podzol..

Bacia hidrográfica ou fluvial – área onde as águas fluviais ou resultantes da degelo


drenam ou confluem num curso principal através de afluentes.

Rede hidrográfica – conjunto do curso principal e respectivos afluentes.

Cursos de água – organizam-se em conjuntos maiores, definindo bacias fluviais. Os


seus leitos desenham uma rede.

As regiões sem rede fluvial (ex: deserto de areia) dizem-se arreicas, as que tem rede
mas numa zona interior e como tal não são drenadas para o mar dizem-se
endorréicas e as que desaguam no mar são exorreicas.

Torrentes – são pequenos cursos de água temporários que funcionam como locais de
convergência e escoamento das águas de escorrência existentes no seu raio de
acção. Estas formas situam-se, de preferência, nas vertentes íngremes dos vales ou
das cabeceiras dos mesmos, nas zonas de relevo mais acidentada. Comporta 3
troços:

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 Bacia de recepção – situada na parte mais elevada, constitui uma zona mais
ou menos extensa, alargada e escavada, onde convergem as águas de
escorrência. É desprovida de vegetação e apresenta-se intensamente
abarrancada, devido à forte actividade erosiva e afunila na sua parte inferior,
 Canal de escoamento – marcada por uma entalha profunda, pouco sinuoso ou
rectilíneo, de perfil em V e pejado de detritos de todos os calibres.

Este colector escoa as águas acumuladas na bacia superior, transporta os


materiais eroditos e aprofunda-se ou escava-se, ao longo do leito, num tipo de
erosão que poderá dizer-se linear e vertical.

 Cone de dejecção – tem uma forma de acumulação em leque e de superfície


cónica e é onde os materiais drenados ao atingirem o extremo inferior do canal
de escoamento perdem velocidade, espraiam-se e depositam-se.

Bacia de recepção

Canal de escoamento

Cone de dejecção

Rios, ribeiras e ribeiros – são cursos de água geralmente permanentes, mais


extensas que as torrentes que se dividem em 3 partes:

 Curso superior – onde predomina o trabalho da erosão

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 Curso médio – onde o transporte é o principal agente actuante
 Curso inferior – caracterizado pelo predomínio da sedimentação.

Aluviões (depósitos aluviais) – Deposito sedimentar, formado por materiais


grosseiros, mal rolados e mais ou menos soltos, transportadas por águas correntes.

Erosão regressiva – quanto ocorre uma alteração de perfil de equilíbrio, durante o


percurso longitudinal de um rio. Pode ser devido ao aumento do caudal ou da
inclinação do leito.

Nível de base – é a linha altimétrica abaixo da qual um rio não consegue erodir,
predominando a deposição.

O perfil de equilíbrio de um rio é o estado estacionário (ou estado de equilíbrio


dinâmico) de um curso de água, onde o perfil longitudinal não muda sua forma ao
longo do tempo. Pode ser entendido como um equilíbrio entre levantamento tectónico
(assumida constante ao longo do trecho do rio a considerar), ea taxa de erosão que
actuam sobre o leito do rio.

Garganta ou canhões - um vale profundo com paredes abruptas em forma de


penhascos, geralmente escavado por um rio. São também chamados de "garganta".
Alguns exemplos de canhões são o Grand Canyon, o Itaimbezinho, a Garganta do
Diabo no Rio Iguaçu, o Canhão submarino da Nazaré e o desfiladeiro do rio Fish.

Se não todos, a maior parte dos canhões originam-se por um longo e lento processo
de erosão fluvial e eólica chamado voçoroca. Diferentes camadas rochosas pouco
consolidadas a partir de um planalto são erodidas por um curso de água, criando uma
vala. As paredes formam-se quando camadas de rochas resistentes à acção são
encontradas, de modo que a água continua escavando um vale para baixo, não
afectando a rocha dura. Nas rochas calcárias, estes podem adquirir o nome de canhão
fluvio-cársico.

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Leito de um rio – é o espaço que pode ser ocupado pelas águas:

 Leito maior (leito ou planície de inundação) – é todo o espaço do vele


inundável nos períodos de cheias.
 Leito aparente – é definido pelo sulco rasgado na planície de inundação e é
onde, habitualmente, circulam as águas e os materiais arrastados.
 Leito menor (canal de estiagem) – estreita faixa, geralmente sinuosa e mutável,
que persiste no interior do leito aparente e representa a menor drenagem do
rio.

Meandros – são as sinusidades maiores ou menores, e mais ou menos profundas


existentes em certos troços dos rios. O seu traçado afasta-se, sem razão aparente, da
direcção geral do curso de água e posteriormente volta, após ter descrito uma curva
bem pronunciada:

 Meandros encaixados ou de vale – cujo traçado é amplo e de forma de vale (o


carácter sinuoso do leito resulta do mesmo traçado do vale);
 Meandros divagantes – amplos, instalados nas grandes planícies aluviais,
podendo aí alterar o seu traçado.

Fases de evolução dos rios:

 Juvenil – há predomínio da erosão, perfil longitudinal, irregular e declive


acentuado,
 Maturidade – grande capacidade de transporte, o declive é menor, vales
profundos, perfil longitudinal mais regularizado;
 Senil – vales amplos, de vertentes muito afastadas e degradadas, predomina a
sedimentação dando origem a extensas superfícies planas.

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Terraços fluviais - Superfície aplanada onde predominam os sedimentos aluvionares
e se encontra a um nível superior ao do vale. Os terraços fluviais têm origem na
evolução geomorfológica do vale, ou seja, quando há um abaixamento do nível do
leito, devido à erosão fluvial com contributo, ou não, de causas tectónicas (falhas).
Assim, estes terraços permanecem como testemunhos do antigo nível do vale. Ou
seja, é um depósito de materais na margem do rio, relacionado com o abaixamento do
nível do mar.

Travertinos – As águas saídas de exsurgências podem originar, por precipitação, este


tipo de depósitos calcários.

Transporte e sedimentação fluvial – os cursos de água transportam grandes


quantidades de materiais sólidos e em solução na água.

Marmitas de gigante – buracos circulares, escavados pelo redemoinhar dos seixos


que ali ficam temporariamente cativos, exercendo intensa acção abrasiva, sob o efeito
da corrente e onde eles próprios se arredondam.

Cargas sólidas dos rios – quantidade de detritos transportados por unidade de


volume do fluído.

Débito – volume de água que passa por unidade de tempo.

As curvas de Hjuslstrom – relacionam a velocidade da corrente com a dimensão dos


detritos nos fenómenos da erosão, de transporte e de sedimentação.

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Lagos (bacias límnicas) – praticamente não exercem acção de erosão e transporte,
normalmente são locais de sedimentação. São pontos de convergência da drenagem
e, como tal, recebem parte da carga detrítica dos cursos de água que nele convergem.

Glaciares – conjunto de regiões afectadas nos seus aspectos morfológicos e


biológicos pelos efeitos de um tipo particular de clima, no qual a presença de
importantes coberturas de gelo é característica fundamental.

As zonas afectadas são as regiões polares e montanhosas.

Glaciares de vale (línguas glaciárias) – são o tipo de acumulação glaciária com


maior acção modeladora do relevo devido à sua maior capacidade erosiva e de
transporte.

Correspondem a massas de gelo em movimento.

Circos glaciários – depressões em que se acumula neve.

Moreias (Tílitos) – Material detrítico transportado:

 Moreia lateral – alarga-se junto aos bordos


 Moreia mediana – alinhada a meio do seu alongamento e que resulta da junção
de 2 moreias laterais
 Moreia interna – carga de detritos transportados no seio da massa de gelo.
 Moreia de fundo – É o conjunto de blocos e de materiais triturados sob a
massa de glaciar e em contacto com o fundo rochoso do vale.
 Moreia frontal (ou terminal) – constituída por materiais transportados na frente
da língua glaciária.

A acção erosiva do glaciar e a sua capacidade de transporte, dependem do fluxo de


gelo, da sua espessura e da natureza litológica do leito.

Perfil transversal típico:

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 Vales glaciários em forma de U
 Vales fluviais em forma de V

Esta diferença é devido aos diferentes processos erosivos.

Vento – ar em movimento que tem a capacidade de transportar detritos de várias


dimensões, dependendo da sua velocidade.

Loess – depósito eólico, ligado à erosão e transporte, formados por materiais detricos
da dimensão do silte e por poeiras de quartzo, de calcário e de argila.

Desertos – regiões áridas e subáridas e vegetação inexistente ou rara. Solo sujeito à


acção do vento.

A acção erosiva do vento manifesta-se por dois processos:

 Deflação – remoção das areias e poeiras soltas, sopradas e varridas pelo


vento. A superfície rochosa acaba por ficar a nu e sujeita quer a outras acções
erosivas, quer à desagregação. Responsáel pela formação dos Regs.

 Corrasão – Destruição provocada pela acção química dissolvente das águas


sobre as rochas ou por agentes mecânicos.

Alguns aspectos resultantes da deflação:

 Bacias de deflação – zonas deprimidas causadas pela deflação. Em regiões


desérticas, as bacias de deflação podem constituir oásis porque os níveis de
humidade subterrânea ficam mais próximos da superfície devido à deflação.
 Regs – desertos pedregosos resultantes da remoção das partículas mais leves
e finas enquanto que as maiores ficam a pavimentar o solo. É típico das
regiões áridas e semi-áridas.

Alguns aspectos resultantes da corrasão:

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 Penedo pedunculado – afloramento rochoso com forma de cogumelo devido
ao facto da corrasão incidir mais na base desse (“escultura” do vento). É um
caso de erosão diferencial.
 Ventifactos – fragmentos facetados por efeito da corrasão apresentando
formas curiosas. Encontra-se em regiões arenosas, áridas e semi-áridas.

Nas regiões desérticas há dois tipos de acumulações dunares:

 Barkhares (barchars) – Formas de construção eólica, dunas simples em forma


decrescente, tem a convexidade virada para o lado onde sopra o vento.
 Mares de areia (ergs) – dunas complexas, que definem formas alongadas mais
ou menos paralelas e orientadas na direcção do vento.

Formas de deposição litoral:

 Praias – acumulação de areia, e às vezes cascalho, em situação de equilíbrio


face à morfologia da costa. A areia é constantemente retirada e reposta pela
rebentação.
 Cordões litorais e restingas – são barras ou lombas de areia, paralelas à linha
geral do litoral. Muitas vezes estes cordões fecham lagunas que acabam por
ser assoreadas.
 Tômbolos – são línguas de areia que ligam uma ilha ao continente,
transformando-a numa península.

Ambientes de transição entre o continental e o marinho:

 Lagunas (bacias parálicas) – são frequentemente invadidas pelo mar,


aumentando a salinidade, os sedimentos gerados são basicamente, sulfatos e
cloretos (chamados de evaporitos).
 Deltas – Embucadura de um rio, mar ou num lago, formando vários braços,
devido à grande acumulação de sedimentos.
 Estuários – É a parte de um rio que se encontra em contacto com o mar.

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Lapiás – Formas de superfície que podem apresentar estádios de evolução
avançados, em que as fendas iniciais deram origem a corredores de um labirinto
complicado escavado na rocha.

Dolinas – Também outro aspecto externo da morfologia cársica. São pequenas


depressões, de paredes rochosas e abruptas e de fundo plano, mais ou menos
circulares e pedregosos, de dimensões variáveis.

Dolomitização – Fenómeno que consiste na substituição de parte do cálcio da calcite


por magnésio, normalmente ocorre posteriormente à sedimentação, no decurso da
diagénese.

Uvala – Junção de duas ou mais dolinas que ao estarem próximas acabam por se
alargar, juntando-se.

Poljes – Extensas planícies fechadas, geralmente cultivável, vertentes com um declive


acentuado e abruptas, com o fundo geralmente plano.

Ponors – orifícios situados no fundo do polje, através dos quais este se enche na
estação pluviosa e se esvazia na estação seca.

Hums – São pequenos relevos abruptos isolados e dispersos, frequentes no interior


dos poljes.

Sumidouros (ponors) – São pequenas fendas existentes em lagos temporários


originados pela subida das águas subterrâneas na estação pluviosa, que servem para
o solo se alimentar.

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Algares – Poços naturais, às vezes muito profundos e frequentes em regiões
calcárias.

Sedimentogénese – Processo decorrente na parte externa do ciclo geoquímico da


litosfera, da qual fazem parte:

 A pedogénese
 A biogénese
 A morfogénese

O aspecto estrutural mais característico da grande maioria das rochas sedimentares é


a existência de estratificação resultante do processo natural da deposição da maioria
dos seus constituintes.

Junta de estratificação – É o ponto de separação entre um sedimento e outro


completamente diferente.

Ao nível das juntas de sedimentação, por vezes, ocorrem testemunhos que provam a
existência de interrupções na sedimentação, tais como:

 Marcas de ondulação (ripple marks) deixadas na areia ou na vasa pelas


correntes,
 Fendas de dessecação,
 Marcas de gotas de chuva,
 Pistas de animais, etc.

Fáceis – conjunto de características textuais, minerológicas, químicas,


pateontologicas, etc, que permitem definir o ambiente de sedimentação ou de
formação dessa rocha (ex. eólica, fluvial, recifal, batial).

 Fáceis Continental:
o Fluvial

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o Torrencial
o Fluvio-glaciária
o Glaciária
o Límnica ou lacustre
o Eólica
 Fáceis de transição (correspondem às zonas das influências continental e
marinha):
o Estuaria
o Deltaica
o Lagunar ou paeólico

 Fáceis marinha:
o Litoral
o Recifal
o Norítica
o Batial
o Abissal

Variação lateral de fáceis – progressiva modificação das características da rocha, ao


longo de uma mesma camada que denunciam as variações laterais entre os
respectivos ambientes.

Variação vertical de fáceis – modificação das características dos sedimentos à


medida que estes se sobrepõem.

Nas séries detríticas é frequente assistir-se, num mesmo estrato, a uma variação
gradual, na vertical, do calibre dos clastos, este aspecto é denominado de
granulotriagem.

Série sedimentar – é uma sucessão de várias unidades litológicas, que se encadeiam


umas nas outras e em que cada uma tem significado em função das que a precedem e
das que se lhe sucedem.

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Às sucessivas fases de acontecimento chama-se sequências, distinguindo-se:

 Sequência positiva (ou normal) – corresponde a um episódio transgressivo.


(ex: uma passagem gradual de sedimentos detríticos a sedimentos
quimiogénicos)
 Sequência negativa (ou inversa) – corresponde a um episódio regressivo e
caracteriza-se por sucessões inversas da anterior.
 Sequência cíclica (ou bissequência) – formada pela reunião interrupta das
duas anteriores.

Composição das rochas sedimentares - Classificação química:

 Rochas siliciosas – com sílica predominante, independente da origem.


 Rochas aluminosas – ricas em alumínio (ex: argilas)
 Rochas carbonatadas – rochas formadas por carbonatos de cálcio (calcário) e
de cálcio e magnésio (dolomitos).
 Rochas ferríferas – com predomínio de compostos oxidados de ferro na
maioria, de origem bioquimigénica.
 Rochas fosfatadas – com certa percentagem de fosfatos (de precipitação e
orgânicos).
 Rochas cloretadas – ricas em cloretos.
 Rochas sulfatadas – geralmente constituídas por sulfatos de cálcio,
depositados por precipitação
 .Rochas carbonáceas – ricas em carbono de origem orgânica.

Diagénese (litificação) – Transformações mais ou menos acentuadas, que decorre


em ambiente termodinâmico que acontece entre a sedimentação e o metamorfismo e
que provoca transformações nos sedimentos:

 Compactação – consiste na redução de volume de sedimentos sujeito à


compressão provocada pelo peso dos sedimentos que se lhe sobrepõem.
 Cimentação – consiste no preenchimento de espaços existentes entre detritos,
mesmo que compactados.

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 Metassomatose – fenómeno que consiste na troca de substâncias químicas,
em qualquer fase da diagénese, realizada entre os componentes iniciais da
rocha e eventuais soluções que nela penetram.
 Recristalização – consiste no rearranjo cristalino dos componentes da rocha,
realizado por dissoluções locais seguidas de precipitação, ou na sequência de
adaptação das estruturas cristalinas dos minerais sedimentares às novas
condições termodinâmicas da diagénese.

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