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(Minerais)
3. MINERAIS
3.1. Definição
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3.1. Definição
Mineral é toda a substância inorgânica sólida, que
ocorre naturalmente, que possui uma composição
química e uma estrutura atómica definida.
Um mineral é uma fase sólida homogénea, isto é não
separável, por meios mecânicos, em duas ou mais
substâncias que possuam características físicas ou
químicas diferentes.
3.1. Definição
Podem ser considerados vários capítulos dentro da
mineralogia:
Mineralogia física: descreve as propriedades físicas
dos minerais, que utiliza como base de identificação,
normalmente expedita, das diversas espécies e
variedades. Existem contudo técnicas físicas de análise
de minerais mais ou menos sofisticadas (ex:
microscopias óptica e eletrónica, a espectrofotometria, a
difractometria e a fluorescência de raios X;
Mineralogia química: descreve as propriedades
químicas dos minerais, por via expedita ou não. A
análise química laboratorial por via úmida exige
equipamentos sofisticados e dispendiosos.
Mineralogia descritiva: ocupa-se da descrição das
diferentes espécies mineralógicas e da sua organização
sistemática.
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3.2. Os elementos e os cristais
Os elementos são a base fundamental de todos os
materiais, incluindo os minerais e as rochas.
Os átomos que constituem os elementos podem juntar-
se constituindo moléculas (as menores partículas
produzidas em reações químicas).
Quando as temperaturas são altas, as moléculas
quebram-se em grupos de átomos. Com o lento
aquecimento, estes podem juntar-se numa forma
ordenada para formar cristais.
Cristal é todo o mineral limitado por faces planas, faces
de cristal, e que possuam uma relação geométrica
quanto ao arranjo atómico.
Os minerais são
constituídos por átomos, iões
ou outros agrupamentos
complexos, dispostos
segundo um modelo regular
tridimensional característico
de cada mineral (sistema
cristalino).
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3.3. Sistemas cristalinos
Os minerais podem desenvolver-se segundo formas
geométricas definidas e, neste caso, segundo um
sistema cristalino.
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3.3. Sistemas cristalinos
Sistema tetragonal: tem dois eixos de igual
comprimento e um desigual. O ângulo formado entre os
três eixos é de 90º.
Exemplos: zircônio, rutílio e cassiterita.
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3.3. Sistemas cristalinos
Sistema ortorrômbico: são cristais com três eixos,
todos com ângulo de 90º, porém todos de comprimentos
diferentes.
Exemplos: enxofre, topázio, barita, olivina.
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3.3. Sistemas cristalinos
Sistema triclínico: tem três eixos de comprimento
diferente e nenhum forma ângulos de 90º com os
outros.
Exemplos: plagioclásio, feldspato, rodonita.
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3.4.1. Propriedades físicas
i. Dureza
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3.4.1. Propriedades físicas
Se se pretende riscar um mineral com outro menos duro,
o que acontece é não o “ferimento” do primeiro, mas sim
a pulverização ou o desgaste do segundo sobre aquele
(ex: é o que acontece ao escrevermos sobre o quadro
preto com giz, ou com o lápis de carvão sobre o papel).
No teste da dureza deve escolher-se uma superfície
fresca e não alterada. Os minerais granulares e
pulverulentos não permitem a avaliação da dureza por se
esmagarem ou desagregarem sob pressão.
Os intervalos do grau de dureza entre os primeiros oito
termos da escala de Mohs podem considerar-se
sensivelmente iguais. Porém na mesma
proporcionalidade, a dureza do diamante é cerca de 42.
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3.4.1. Propriedades físicas
A dureza de um mineral depende de vários fatores:
a. Composição química
- compostos de metais pesados, como prata, cobre, ouro e
chumbo, são moles;
- sulfetos e óxidos de ferro, níquel e de cobalto são duros;
- sulfetos em geral são moles;
- óxidos e silicatos, especialmente os que contêm alumínio,
são duros.
b. Estrutura cristalina
- por exemplo o diamante e a grafita são formados por
carbono, porém, em razão da sua estrutura, o diamante tem
dureza 10 e a grafita 1 a 2.
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3.4.1. Propriedades físicas
iii. Clivagem
Propriedade de os minerais se quebrarem segundo
determinados planos relacionados com a estrutura
molecular interna e paralelos às possíveis faces do
cristal.
A clivagem pode ser chamada de:
Proeminente: quando o mineral apresenta um plano muito
evidente e quase perfeito (ex. mica, que se cliva em folhas
paralelas);
Perfeita: quando o plano apresenta certo caráter de aspereza,
como acontece com os feldspatos;
Distinta: quando os planos de clivagem apresentam um
pequeno grau de escalonamento (ex. fluorita);
Indistinta: é o caso da apatita.
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3.4.1. Propriedades físicas
v. Tenacidade
Resistência ao choque de um martelo ou ao corte de
uma lâmina de aço.
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3.4.1. Propriedades físicas
vii. Peso específico
Expressa a relação entre o peso do mineral e o peso de
igual volume de água destilada a 4ºC.
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3.4.2. Propriedades ópticas
i. Brilho
Outros tipos de brilho:
Brilho adamantino: possui reflexos fortes e brilhantes (ex.
diamante, cerusita, anglesita, cassiterite);
Brilho vítreo: produz reflexões como o vidro (ex. quartzo);
Brilho resinoso: possui aspecto de resina (ex. blenda);
Brilho graxo: o mineral parece estar coberto por uma camada
de óleo (ex. gipsita, malaquita, serpentina);
Brilho perláceo: com aspecto de pérola;
Brilho sedoso: possui aspecto de seda e resulta de agregados
paralelos de fibras finas (ex. gipsita).
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3.4.2. Propriedades ópticas
ii. Cor
A cor de um mineral depende de vários fatores:
Composição química: como é o caso da relação (nem sempre)
das cores verde e azul com a presença de cobre, ou do vermelho
com a de ferro;
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3.4.3. Propriedades morfológicas
i. Hábito
É a forma como correntemente cada mineral ocorre na
natureza:
Isomórficos: os cristais desenvolvem-se igualmente nas três
direcções do espaço;
Heteromórfico: os cristais têm desenvolvimento maior numa
direcção, apresentando formas colunares, prismáticas, acirculares,
fibrosas, etc.
Exemplos:
Granadas: granular;
Quartzo: prismático, terminado por faces em romboedro;
Turmalina: prismático, trigonal, estriado;
Feldspatos: prismas monoclínicos ou triclínicos;
Pirita: cúbico;
Magnetita: octaédrico;
Calcita e dolomita: romboédricos;
Micas: placas tubulares.
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3.4.4. Propriedades químicas
Muitos elementos são constituídos por um único
elemento químico, como o enxofre, a grafita, ouro,
diamante.
Outros são constituídos de dois ou mais elementos
químicos e por isto podem ser expressos por sua fórmula
química, como por exemplo a pirita (FeS2) em que cada
unidade compõe-se de um átomo de ferro e dois de
enxofre.
O quartzo é constituído de SiO2, ou seja, um átomo de
sílica para dois de oxigênio. O talco tem uma fórmula
mais complexa, Si6O20(OH)4Mg6.
O estabelecimento da fórmula química dos minerais tem
como base os resultados qualitativos e quantitativos
fornecidos pela análise química.
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3.5. Principais tipos de minerais
1. Quartzo
Fórmula: SiO2.
Forma: nas rochas, o quartzo não tem forma definida. Quando
formado em cavidades, apresenta forma de prisma hexagonal
terminado por faces de romboedros, dando a impressão de
bipirâmide hexagonal.
Clivagem: ausente.
Fratura: concoide.
Cor: nas rochas, o quartzo apresenta-se desde incolor até
cinza-escuro. Geralmente é branco.
Brilho: vítreo.
Traço: incolor.
Dureza: 7.
Peso específico: 2,65.
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3.5. Principais tipos de minerais
2. Feldspatos
O grupo dos feldspatos é formado por: ortoclásio (KAlSi3O8),
albita (NaAlSi3O8) e anortita (CaAl2Si3O8).
Forma: nas rochas, os feldspatos não são uniformes, mas podem
apresentar contornos retangulares ou hexagonais.
Clivagem: os feldspatos aparecem nas rochas quase sempre
apresentando reflexões dos planos de clivagem, quando
expostos à luz, pois eles têm boa clivagem em duas direções.
Fratura: irregular em fragmentos quebradiços.
Cor: os ortoclásios geralmente são creme, tijolo, róseos ou
vermelhos (devido às impurezas da hematita). Os plagioclásios
geralmente são cinza, brancos, pardos, esverdeados ou pretos.
Brilho: vítreo em fratura recente.
Traço: branco não característico.
Dureza: 6 (ver escala de Mohs).
Peso específico: ortoclásio = 2,65; albita = 2,62; anortita = 2,76.
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Emprego: moídos, em
granulação finíssima, são
fundidos e misturados com
caulim, quartzo e argila, na
produção de porcelana.
Albita
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3.5. Principais tipos de minerais
3. Micas
Entre os principais minerais do grupo das micas, encontram-se:
Mica branca: H2KAl3(SiO4)3 – moscovita;
Mica preta: (H,K)2(Mg,Fe)2(Al,Fe)2(SiO4)3 – biotita;
Mica verde: sericita.
Mica roxa: lepidolita.
Forma: quando bem cristalizadas, mostram-se em placas
hexagonais.
Clivagem: perfeita em uma direção.
Fratura: irregular em fragmentos quebradiços.
Cor: a moscovita é incolor, branca, cinza, parda ou esverdeada. A
biotita é preta ou pardacenta.
Brilho: acetinado.
Alteração: biotita e variedades de mica preta alteram-se facilmente
por hidratação, tornando-se moles e descoradas, e perdendo a
elasticidade. A moscovita não se altera facilmente.
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Ocorrência: em granitos,
pegmatitos, gnaisses, micaxistos
e filitos.
Emprego: a moscovita é
largamente usada como isolante Mica preta - Biotita
elétrico e também na fabricação
de vidros refratários e refratários
em geral.
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3.5. Principais tipos de minerais
8. Hematita
Fórmula: Fe2O3.
Hábito: placas hexagonais,
micáceo.
Cor: preta metálica. Em agregados
finos, cor vermelha de brilho fosco.
Traço: vermelho-sangue.
Ocorrência: nos gnaisses e xistos
cristalinos, muitas vezes em
camadas espessas (itaberito).
Emprego: é o mineral de ferro mais
comum, especialmente no Brasil.
Também é usada em forma
pulverizada, como pigmento
vermelho.
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3.5. Principais tipos de minerais
12. Calcita
Fórmula: CaCO3.
Hábito: romboedros são os mais frequentes.
Clivagem: ótima em três direções, não ortogonais.
Brilho: vítreo a sedoso.
Cor: incolor, branca, cinza a preta, amarela ou vermelha.
Ocorrência: em cavidades, fraturas, amígdalas, estalactites,
estalagmites e crostas. É o mineral formador de calcários e
mármores.
Determinação: se for confundida com quartzo, a calcita é facilmente
distinguida pela baixa dureza e pelas ótimas clivagens. Dos
feldspatos, distingue-se por sua dureza baixa; das micas, pelo fato
de estas possuírem separação em lâminas. Efervesce com HCl,
liberando CO2.
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3.5. Principais tipos de minerais
14. Caulim (argila)
Fórmula: H4Al2Si2O9.
Hábito: placoide, hexagonal, microscópico. Macroscopicamente,
sempre aparece em forma pulvurenta.
Cor: branca ou colorida, dependendo da quantidade de óxido de
ferro.
Formação: o caulim origina-se da decomposição dos feldspatos
atacados por água, contendo CO2.
2KAlSi3O8 + 2H2O + CO2 H4Al2Si2O9 + 4SiO2 + K2CO3
ortoclásio caulim sílica (solúvel)
Ocorrência: rochas sedimentares e ígneas decompostas.
Reconhecimento: pulverulento; macio e untuoso ao tato.
Emprego: indústria cerâmica (porcelana).
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