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Nos itens de escolha múltipla, selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
Grupo I
Os canhões submarinos são vales cavados nas margens continentais e funcionam como condutas
sedimentares, ao longo das quais há intensificação dos processos de transporte de partículas entre a zona
costeira e o domínio oceânico profundo. Apresentam, geralmente, uma forma típica em V, com gargantas
estreitas e vertentes muito inclinadas (Figura 1).
Os canhões do Porto, de Aveiro e da Nazaré são três dos dez canhões conhecidos na margem continental
portuguesa. De todos eles, o da Nazaré é, sem dúvida, o mais imponente, sendo o maior da Europa e um
dos maiores do mundo. Este acidente geomorfológico de origem tectónica está relacionado com a falha
da Nazaré, falha transformante originada durante a abertura do oceano Atlântico. O canhão da Nazaré
estende-se por mais de 220 Km, desde a sua cabeceira, a cerca de 500 m da costa, junto à praia da
Nazaré, até à sua parte terminal em forma de delta submarino. Rasga a plataforma continental, formando
um vale com 50 m de profundidade no seu início e que atinge os 5000 m de profundidade no fim do talude
continental. Esta garganta submarina provoca grandes alterações ao nível do trânsito sedimentar litoral,
uma vez que este vale é um autêntico sumidouro para os sedimentos provenientes do litoral norte, o que
justifica a inexistência de grandes extensões de areia nas praias a sul da Nazaré.
1. O canhão submarino da Nazaré rasga a plataforma continental _______ à linha de costa, conduzindo
detritos desde o domínio _______ até à planície abissal.
(A) paralelamente … continental
(B) perpendicularmente … oceânico
(C) paralelamente … oceânico
(D) perpendicularmente … continental
2. A falha da Nazaré é um desligamento originado por forças _______ que provocaram o deslocamento
_______ dos blocos rochosos.
(A) de cisalhamento … horizontal
(B) compressivas … horizontal
(C) de cisalhamento … vertical
(D) compressivas … vertical
Ficha de Trabalho nº10 BG II (20/21)/ página 1 de 8
3. Na planície abissal, a primeira sedimentação ocorre sobre uma rocha magmática…
(A) extrusiva, de textura granular.
(B) extrusiva, rica em minerais máficos.
(C) intrusiva, formada a partir do rifte.
(D) intrusiva, de textura agranular.
4. Faça corresponder a cada uma das letras das afirmações de A a E a designação da respetiva rocha,
indicada na chave.
Afirmações
A – Rocha sedimentar detrítica consolidada, cujas partículas têm a dimensão de balastros.
B – Rocha sedimentar biogénica que sofreu um processo de incarbonização.
C – Rocha sedimentar quimiogénica formada por um processo de intensa evaporação.
D – Rocha de origem quimiogénica constituída por carbonato de cálcio.
E – Rocha sedimentar detrítica consolidada impermeável, de granulometria fina.
Chave
I – Areia
II – Silte
III – Argilito
IV – Conglomerado
V – Gesso
VI – Travertino
VII – Calcário recifal
VIII – Lignite
Grupo II
Nas proximidades da praia de Lavadores, em Vila Nova de Gaia, é visível um terraço litoral correspondente
a um depósito de uma antiga praia. Este depósito assenta sobre um granito biotítico, com grandes cristais
de feldspato, com uma datação isotópica de cerca de 300 milhões de anos.
A análise do registo sedimentar permitiu distinguir três níveis formados em ambientes distintos (figura
2). Da base para o topo da sequência, encontram-se:
1) níveis conglomeráticos formados em ambiente marinho entre marés, com clastos, essencialmente
de quartzo e quartzito, bem arredondados e mal calibrados numa matriz arenosa;
2) níveis conglomeráticos formados por clastos de quartzo e de quartzito, dispostos regularmente num
único sentido, denunciando predominância de uma sedimentação fluvial;
3) nível argiloso formado em meio lagunar. No topo da sequência encontram-se clastos, distribuindo-
se numa matriz predominantemente constituída por silte e argila.
Foram efetuados dois tipos de datação: um por OSL (luminescência oticamente estimulada), para datação
de sedimentos, e outro por carbono-14, para os materiais orgânicos. A datação obtida por OSL, em
quartzos do nível 2, permitiu obter a idade de 180 000 anos ± 25 000. A datação obtida por carbono-14,
correspondente ao topo do nível 3, permitiu obter uma idade superior a 40 000 anos, o que permite
correlacionar esse nível com o último período glaciário.
7. Estabeleça a relação entre a disposição regular num único sentido dos clastos de granulometria
semelhante do nível 2 e o fácies de formação que lhe é associado.
Grupo III
O granito da serra da Freita enquadra-se no domínio dos granitos de duas micas, tendo uma fácies de
grão médio equigranular. Junto à aldeia da Castanheira, situada na mesma serra, encontra-se uma das
mais notáveis formações geológicas de Portugal: um outro granito de grão médio, contemporâneo do
granito da serra da Freita, envolvido por xistos metamórficos, que apresenta numerosos nódulos biotíticos
com a forma de discos circulares. O afloramento rochoso da Castanheira, uma pequena janela granítica,
como se representa na Figura 3, parece corresponder à parte superior de um maciço granítico cuja
cobertura de xisto foi erodida. Este tipo de granito é considerado único em Portugal e raro no mundo. De
entre os granitos portugueses, o da Castanheira é o único que apresenta discos circulares biotíticos. Os
nódulos achatados, biconvexos, de 1 a 12 cm de diâmetro, possuem um núcleo de quartzo e feldspato,
revestido por camadas concêntricas de biotite. Na Figura 4 está representada, esquematicamente, a
caracterização mineralógica de um nódulo biotítico. As fortes amplitudes térmicas que se fazem sentir
na região, as cunhas de gelo que vão crescendo junto aos nódulos e a erosão do granito nodular da
Castanheira contribuem para a separação e posterior expulsão dos nódulos de biotite. Ao soltarem-se,
deixam à superfície da rocha-mãe cavidades revestidas de biotite. Na região, chamam a esta rocha «a
pedra que pare pedra» e, daí, a famosa designação popular de «Pedras Parideiras» para esta invulgar
formação geológica.
4. Um caso particular de meteorização física é o que ocorre no Norte de Portugal, com as conhecidas
«Pedras Parideiras». Explique em que medida as fortes amplitudes térmicas da serra da Freita
contribuem para a expulsão dos nódulos biotíticos das «Pedras Parideiras».
Grupo V
As regiões calcárias possuem uma geomorfologia característica – modelado cársico – onde ocorrem com
frequência fenómenos de dissolução, evidenciados nas redes de diaclases, mais ou menos profundas e
extensas. Junto a estes sulcos, encontram-se, em geral, depósitos argilosos. Pelas diaclases, infiltram-se
facilmente águas de escorrência que, se forem ácidas, vão alargando o tamanho dessas fendas. Em
consequência deste processo, podem formar-se no maciço calcário, em profundidade, túneis e cavernas
de grandes dimensões, vulgarmente designadas por grutas. Devido à infiltração, é comum encontrarem-
se águas subterrâneas que podem constituir rios ou lagos.
A natureza calcária do solo, associada ao clima temperado, permite a instalação de uma cobertura vegetal
bem adaptada à baixa disponibilidade de água e às altas temperaturas de Verão. Muitas plantas
apresentam folhas de reduzidas dimensões, com cobertura de pelos, outras são espinhosas ou
escamiformes (como o tojo) e outras produzem óleos essenciais (como o alecrim).
1. Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes, relativas à
geomorfologia do maciço calcário.
A - As diaclases correspondem a um plano de fratura das rochas em que há movimento relativo dos
blocos.
B - A água de escorrência é tanto mais salobra quanto maior for a espessura da camada rochosa que
atravessa.
C - As águas naturais são mais duras nas regiões graníticas do que nas regiões de maciços calcários.
D - A existência de uma rede de fraturas nos calcários é o fator que lhes confere permeabilidade.
E - O modelado cársico varia em função do tempo de exposição aos agentes de meteorização.
F - Nos maciços calcários, a meteorização química é caracterizada por fenómenos de dissolução.
G - Os travertinos são rochas calcárias associadas a grutas que se formam por reações de
precipitação.
H - As águas que circulam no maciço calcário provocam a formação de estalagmites no teto da gruta.
4. A cobertura pilosa de algumas folhas permite aumentar a ______ junto à epiderme da folha, ______
a difusão de vapor de água para o ambiente.
(A) humidade (…) aumentando
(B) temperatura (…) aumentando
(C) temperatura (…) diminuindo
(D) humidade (…) diminuindo
5. Mesmo em condições de stresse hídrico, as plantas mantêm, da raiz até às folhas, um fluxo contínuo
de água, porque...
(A) … ocorre a difusão de vapor de água através dos ostíolos.
(B) … diminui a pressão osmótica no córtex da raiz.
(C) … aumenta a coesão entre as moléculas de água.
(D) … fecham os estomas da epiderme das folhas.
6. Nos ecossistemas cársicos, a comunidade vegetal apresenta baixa capacidade de biossíntese, porque...
(A) … a intensidade luminosa é reduzida.
(B) … a água disponível para as plantas é reduzida.
(C) … a disponibilidade de nutrientes inorgânicos é elevada.
(D) … a concentração atmosférica de CO2 é elevada.
7. Em ambientes cársicos, as plantas sujeitas a idênticas pressões seletivas apresentam ______
estruturais que fundamentam a existência de processos de evolução _______.
(A) analogias (…) divergente.
(B) homologias (…) convergente.
(C) analogias (…) convergente.
(D) homologias (…) divergente.
8. O Mosteiro da Batalha é um monumento calcário que tem sofrido uma deterioração acelerada,
sobretudo após a construção do troço da estrada IC2, que liga Lisboa ao Porto e que passa perto dele.
Relacione a deterioração acelerada que o Mosteiro da Batalha tem sofrido com a sua localização.
Grupo VI
Mina Campina de Cima - Loulé
A mina situa-se na freguesia de S. Clemente, concelho de Loulé distrito de Faro e denomina-se Campina
de Cima C-17. Após um ano de seca (em 1944) na região de Loulé surgiram quantidades significativas
de sal depositado nas paredes de um lago de água doce. A deposição de sal, primeiro indicador da
existência de sal nesta região, foi devida a aspiração de águas profundas. Em 1960, foram realizados
furos de sondagens para pesquisa de águas, que vieram confirmar que sob Loulé existiam grandes
quantidades de Sal. Da mina extrai-se minério de sal-gema proveniente de um diapiro ou doma salino. O
diapiro encontra-se encaixado em calcários de idade Jurássica. À superfície encontramos as areias de
Faro-Quarteira, que se depositaram sobre o diapiro. O fenómeno de diapirismo ter-se-á iniciado no
Jurássico, mas o minério é datado de 300 Ma (+- 10 Ma), que equivale ao período Carbonífero. O doma salino
formou-se através da ascensão (diapirismo) através de falhas do material salífero sob a forma de um
rolhão gigantesco, proveniente das unidades superiores dos arenitos de SiIves.
Figura 5
1. Os arenitos de Silves e as areias de Faro-Quarteira são exemplos de rochas sedimentares ________, sendo as
areias mais ________ que os arenitos.
(A) detríticas ... antigas ___
(B) detríticas ... recentes ___
(C) quimiogénicas ... antigas ___
(D) quimiogénicas ... recentes ___
3. A atuação de forças tectónicas de carácter ________ favoreceu a ________ do sal desde os arenitos de
Silves e a formação do doma salino de Loulé.
(A) compressivo ... descida ___
(B) compressivo ... subida ___
(C) distensivo … descida ___
(D) distensivo … subida ___
4. De acordo com o princípio da________ , numa sequência de estratos não deformados relativa a um ciclo
de sedimentação evaporítica, o estrato de halite é mais ________que o estrato de gesso.
(A) continuidade lateral ... antigo ___
(B) continuidade lateral ... recente ___
(C) sobreposição … antigo ___
(D) sobreposição … recente ___
Compare os processos de formação dos calcários biogénicos (coral na figura 5) e dos calcários
quimiogénicos, no que respeita aos fatores desencadeantes da precipitação de carbonato de cálcio,
tendo em conta um aspeto comum e um aspeto que os distingue.
BOM TRABALHO!