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UFMG - IGC

Departamento de Geologia

O interior da Terra
Tipos de ondas

Grande parte do conhecimento sobre a constituição interna


da Terra veio a partir do estudo das ondas sismicas geradas
por terremotos.

Essas ondas seguem vários caminhos através do interior da


Terra e medindo seus tempos de deslocamento para
diferentes locais ao redor do globo, é possivel determinar
sua estratificação em grande escala.

É possivel fazer inferências sobre as propriedades físicas


desses estratos ao considerar as velocidades com que
transmitem as ondas sísmicas.

Fonte: Tectônica global – kearey, Klepeis eVine (2014)


Tipos de ondas

A energia de deformação liberada por um terremoto é


transmitida através da Terra por vários tipos de ondas
sísmicas que se propagam por deformação através da rocha.

As ondas que penetram o interior da Terra são conhecidas


como ondas de corpo e consistem em dois tipos de ondas
que correspondem as duas maneiras de deformar um corpo
sólido.

Fonte: Tectônica global – kearey, Klepeis eVine (2014)


Tipos de ondas
Imagine um terremoto em algum lugar da Terra. Um sismógrafo posicionado em
qualquer lugar irá registrar a passagem de ondas sísmicas.

As primeiras ondas a chegar são as ondas primárias ou ondas P (Primus),


logo em seguida chegam as ondas secundárias ou ondas S (Secundus). Tanto
uma como outra deslocam-se através do interior da Terra. Por último chegam as
ondas de superfície.
Velocidade das ondas P
As ondas P que se propagam
nas rochas são análogas as
ondas sonoras que se
transmitem pelo ar exceto pela
velocidade.

V crosta = 6 km/s 20 vezes


mais rápida que no ar

São ondas compressionais


ou longitudinais porque se
propagam em materiais
sólidos, liquidos e gasosos em
sucessivas compressões e
expansões, elas empurram ou
puxam partículas de matéria
na direção do caminho de sua
propagação.
Velocidade das ondas S

As ondas S propagam-se em
rocha sólida com velocidades
um pouco maiores que a
metade daquela das ondas P.

Também são chamadas de


ondas de cisalhamento ou
transversais porque deslocam
o material em ângulos
perpendiculares a sua
trajetória de propagação. Não
existem ondas de
cisalhamento em liquidos ou
gases porque estes materiais
apresentam rigidez zero.

VP = Vs . 1,7 no mesmo meio


Velocidade das ondas de superfície

Estão confinadas a
superfície terrestre e as
camadas mais superficiais
porque necessitam de
espaço livre para formar
suas ondulações. Sua
velocidade é levemente
menor que a das ondas S.

Um dos tipos de ondas


superficiais estabelece um
movimento ondulante e o
outro sacode o chão para
os lados.
Velocidade das ondas de superfície
Deslocam-se a velocidades
muito baixas em relação as
ondas de corpo.

São ondas dispersivas, isto é


seus diferentes comprimentos
de onda deslocam-se em
diferentes velocidades.

Dispersão surge por causa da


estratificação da velocidade no
interior da Terra, comprimentos
de onda mais longos penetram
em profundidades maiores e
exibem velocidades mais
altas.

Fonte: Tectônica global – kearey, Klepeis eVine (2014)


Sismógrafos

Os sismógrafos registram movimentos verticais e horizontais. A caneta registra a


diferença de movimento entre o peso e o chão e desse modo as vibrações das
ondas sísmicas.
Sismógrafos
O caminho das ondas sísmicas na Terra
Se a Terra fosse constituída de
um só material com propriedade
constante da superfície até o
centro as ondas P e S viajariam
do foco de um terremoto a um
sismógrafo atravessando o
interior ao longo de uma reta.

Porém a estrutura da Terra é


um pouco mais complicada.
Complicações surgem quando
as ondas atravessam mais de
um tipo de material. No contato
entre dois materiais diferentes,
algumas ondas batem e voltam
(refletidas) outras são
transmitidas e outras são
desviadas (refratadas)
Definição de um sismo

Trata-se de um abalo brutal do solo provocado pela chegada de ondas


elásticas geradas em profundidade após uma ruptura e um movimento
relativo brusco de dois blocos litosféricos. Disso resulta uma liberação
instantânea de energia elástica que tinha se acumulado lentamente.

Fonte: Principios de Geologia – Pomerol et al (2013)


Definição de um sismo
O sismo é geralmente seguido por abalos de menor importância, dittos
replicas, cujo número decresce com o tempo. A partir do final do
terremoto, a anergia acumula-se novamente até que atinja novamente
o limiar de ruptura, provocando uma nova liberação brutal de energia.
As sucessões de periodos de quiescência e atividade constituem o
ciclo sísmico.

Fonte: Principios de Geologia – Pomerol et al (2013)


Epicentro e foco do terremoto

O foco do terremoto é o
ponto onde o terremoto
inicia para liberar a tensão
elástica das rochas
circundantes.

O epicentro é o ponto na
superfície terrestre que
repousa verticalmente
sobre o foco de um
terremoto.
Localização do terremoto
Desde 1961 há uma extensa rede global, padronizada, de estações
sismográficas para monitorar os terremotos.

Atualmente a Rede Sismográfica Global (GSN) apresenta 136


estações distribuídas por todo o globo incluindo uma no fundo do
mar entre o Havaí e a California.

O equipamento digital facilita o tratamento dos dados e tem a


vantagem de registrar sobre um alcance dinâmico e uma largura de
banda de frequencia muito maior do que o registro anterior ótico e em
papel.

Estas estações fornecem dados brutos e também uma função


importante no monitoramento do tratado de proibição de testes
nucleares e sistema de alerta de vulcões e tsunamis.
Determinando o Epicentro
O epicentro de um terremoto pode ser localizado a partir dos tempos de
chegada das ondas P e S em um sismógrafo. Quanto maior a distância do
sismógrafo ao epicentro, maior a diferença de tempo entre as chegadas das
ondas P e S.
Determinando o Epicentro
Terremotos que ocorrem a distâncias grandes de um sismógrafo são
localizados pela identificação de várias fases ou chegadas sísmicas nos
registros dos sismógrafos. As ondas P movendo-se mais rápido alcançam o
sismógrafo primeiro e algum tempo depois chegam as ondas S.
Determinando o Epicentro
As ondas P e S deslocam-se a diferentes velocidades, o tempo de separação
entre a chegada da fase P e da fase S torna-se mais longo á medida que o
comprimento do caminho aumenta.

Utilizando-se um modelo
padrão para a estratificação da
velocidade da Terra e
empregando muitas fases
sísmicas correspondentes a
caminhos de diferentes
deslocamentos ao longo das
quais as ondas sísmicas são
refratadas ou refletidas em
descontinuidades de
velocidades é possível traduzir
as diferenças de seus tempos
de deslocamento em distância
do terremoto ao observatório.
Determinando o Epicentro

Quando sismólogos em uma


estação medem o intervalo de
tempo S-P entre 13,7 e 7,4 min
= 6,3 min eles sabem que o
epicentro está a 4000 km de
distância.
Determinando o foco do terremoto
As ondas sismicas de um terremoto se propagam concentricamente a
partir do foco e atingem diferentes estações sismograficas em
diferentes instantes.
Localizando o local do terremoto
O efeito de um terremoto pode ser sentido em três diferentes sismógrafos. As
diferenças de tempo entre a primeira chegada das ondas P e S depende da
distância do sismógrafo ao epicentro. As seguintes distâncias são calculadas:

Diferença de Distância
tempo calculada
S1 8,8 – 4,7 = 4,1 2000 km
min
S2 13,7 – 7,4 = 6,3 4000 km
min
S3 17,5 – 9,8 = 7,7 6000 km
min
Determinando o foco do terremoto
Se o geólogo então traçar um circulo com o raio
calculado a partir das curvas de deslocamento tempo
em torno de cada estação sismográfica

O ponto onde os círculos se intersectam


localizará o epicentro. São necessarias pelo
menos três estaçoes sismograficas.
Efeito dos terremotos

Uma cerca construida


cruzando a Falha de San
Andreas proxima a Bolinas na
California é deslocada por
aproximadamente 4 m após o
grande terremoto de São
Francisco em 1906
Terremotos
Terremotos
Terremotos
A escala Richter
A escala de magnitude Richter foi desenvolvida em 1935 por Charles F.
Richter, como um dispositivo matemático para comparar o “tamanho” dos
terremotos.

A magnitude de um terremoto é determinada a partir do logaritmo da


amplitude das ondas registradas pelos sismógrafos. Ajustes estão incluídos
para a variação na distância entre os vários sismógrafos e o epicentro dos
terremotos.

Na escala Richter, a magnitude é expressa em números inteiros e frações


decimais. Por exemplo, uma magnitude 5,3 pode ser calculada para um
terremoto moderado e um forte terremoto pode ser classificado como uma
magnitude 6,3. Por causa da base logarítmica da escala, cada aumento de
número inteiro em magnitude representa um aumento de dez vezes na
amplitude medida; como uma estimativa de energia, cada aumento de
número inteiro na escala de magnitude corresponde a liberação de cerca de
31 vezes mais energia que a quantidade liberada no valor anterior.
Fonte: https://earthquake.usgs.gov/learn/glossary/?term=Richter%20scale
A escala logaritma

f(x) = log10 𝑋
X = 10 f(x) = 1

X = 100 f(x) = 2

X= 1000 f(x) = 3

X = 100000 f(x) = 6

Fonte: http://www.matematicadidatica.com.br/FuncaoLogaritmica.aspx
A escala Mercalli

O efeito de um terremoto na superfície da Terra é chamado de intensidade . A escala


de intensidade consiste em uma série de certas respostas-chave, como o despertar de
pessoas, movimento de móveis, danos às chaminés e, finalmente - destruição
total. Embora inúmeras escalas de intensidade tenham sido desenvolvidas nas
últimas centenas de anos para avaliar os efeitos dos terremotos, o que atualmente é
usado nos Estados Unidos é a Escala de Intensidade de Mercalli Modificada (MM).

Foi desenvolvido em 1931 pelos sismólogos americanos Harry Wood e Frank


Neumann. Essa escala, composta por níveis crescentes de intensidade que vão desde
um tremor imperceptível até uma destruição catastrófica, é designada por algarismos
romanos. Não tem base matemática; em vez disso, é uma classificação arbitrária com
base nos efeitos observados.

Os números mais baixos da escala de intensidade geralmente lidam com a maneira


como o terremoto é sentido pelas pessoas. Os números mais altos da escala são
baseados em danos estruturais observados. Os engenheiros estruturais geralmente
contribuem com informações para atribuir valores de intensidade de VIII ou acima.

Fonte: https://www.usgs.gov/natural-hazards/earthquake-hazards/science/modified-mercalli-intensity-scale?qt-science_center_objects=0#qt-science_center_objects
A escala Richter e Mercalli

Magnitude Números por ano Intensidade Efeitos característicos


Richter Mercalli
< 3,4 800.000 I Registrado somente por sismógrafos
3,5 – 4,2 30.000 II e III Sentido por algumas pessoas em suas residências

4,3 – 4,8 4800 IV Sentido por muitas pessoas – janelas chacoalham

4,9 – 5,4 1400 V Sentido por todas as pessoas – pratos quebram,


portas balançam

5,5 – 6,1 500 VI e VII Ligeiro dano as construções, rachaduras no gesso,


queda de tijolos

6,2 – 6,9 100 VIII e IX Dano as construções, chaminés caem, casas


movem-se nas fundações

7 – 7,3 15 X Danos sérios, pontes torcidas, queda de paredes,


muitas construções de alvenaria sofrem colapso

7,4 – 7,9 4 XI Grandes danos, muitas construções sofrem colapso

>8 1 XII Danos totais, objetos atirados no ar


Como determinar a magnitude na
escala Richter
Lei de Gutenberg - Richter

Relação entre a magnitude e a frequencia dos sismos


Gutenberg e Richter mostraram que a frequência dos terremotos decresce muito
rapidamente em função do aumento da magnitude

Magnitude Numero médio de sismos


por ano
4 15.000
5 3.000
6 100
7 20
8 2

Fonte: Principios de Geologia – Pomerol et al (2013)


Lei de Gutenberg - Richter

Relação entre a magnitude e a frequencia dos sismos


Para um domínio de magnitude entre 5 e 8, eles propuseram a relação:

Log N = a – bM
M é a magnitude (ML, Ms, mb, Mw)
N é o numero de sismos de magnitude superior a M
a e b são constantes

Permite uma melhor caracterização da variabilidade sísmica. Uma região que sofreu
numerosos sismos de intensidade 4 é passível de sofrer pelo menos um de magnitude
maior em um tempo próximo

Fonte: Principios de Geologia – Pomerol et al (2013)


O que é um Tsunami?

Um tsunami é um vasto volume de água do mar em movimento,


que se estende da superfície ao fundo do oceano. É uma série de
ondas de longo período criadas por uma perturbação abrupta
que desloca uma grande quantidade de água. Os tsunamis
podem viajar a velocidades de até 600 mph em águas profundas
e as características do fundo do oceano os afetam. Em águas
rasas, à medida que se aproximam do litoral, eles diminuem a
velocidade, se aglomeram e podem ficar enormemente altos.

Fonte: http://tsunami.org/what-is-a-tsunami/
O que é um Tsunami?

Devido à seu grande comprimento de onda, a distância de uma crista para a


próxima pode ser de 160 Km. Lá fora, no fundo do oceano aberto, as ondas têm
apenas 30 a 60 centímetros de altura e, se você estivesse em um navio em
águas profundas, nem as notaria. Mas quando as ondas encontram águas rasas,
elas diminuem a velocidade e a altura das ondas aumenta dramaticamente.

As características costeiras e offshore afetam o tamanho e o impacto das ondas


do tsunami. Recifes, baías, foz de rios, características submarinas e encostas de
praia modificam o tsunami quando atinge a costa. Quando o tsunami se
transforma em uma parede de água, o nível do mar pode subir muitos metros.

A primeira onda pode não ser a maior da série. Uma comunidade costeira pode
não experimentar nenhuma atividade de ondas prejudicial, enquanto outra
comunidade próxima pode experimentar ondas muito grandes e destrutivas. A
inundação pode se estender para o interior por 1 Km ou mais e cobrir grandes
extensões de terra com água cheia de detritos.
Fonte: http://tsunami.org/what-is-a-tsunami/
O que é um Tsunami?

Fonte: http://tsunami.org/what-is-a-tsunami/
Terremotos no Brasil
7. Mato Grosso (1955)

Em janeiro de 1955, no Mato Grosso, mais precisamente na Serra do


Trombador, foi detectado um terremoto de 6,6 graus na escala Richter, o maior
registrado na história do Brasil. O abalo ocorreu em região muito pouco
habitada, o que não ocasionou mortes nem danos materiais.

6. Espírito Santo (1955)

No mesmo ano, a cidade de Vitória-ES foi atingida por um abalo sísmico de 6,3
graus na escala Richter. A reação das pessoas foi de susto e as casas apenas
balançaram. Não houve nenhum registro de ferimentos ou danos.

5. Rio Grande do Norte (1980)

João Câmara, município do Rio Grande do Norte, foi atingido por uma série de
terremotos na década de 1980. O mais grave deles ocorreu em novembro de
1986, quando a cidade tremeu com um tremor de 5,1 graus na escala Richter,
provocando a destruição de 4 mil imóveis.

Fonte: http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/os-7-maiores-terremotos-que-ja-ocorreram-no-brasil
Terremotos no Brasil
4. Pacajus, Ceará (1980)

Na mesma década, Pacajus, na Região Metropolitana de Fortaleza, viveu na


pele os efeitos de um terremoto com magnitude de 5,2 na Escala Richter e foi
sentido na capital.

3. Itacarambi - MG (2007)

O tremor na localidade de Caraíbas, no município de Itacarambi, no norte de


Minas Gerais, atingiu 4,9 na escala Richter. Apesar de uma magnitude não tão
alta, uma criança de 5 anos morreu e seis pessoas ficaram feridas. Além disso,
pouco mais de 5 casas caíram em função do terremoto.

2. Divisa entre Acre e Amazonas: 6,1 graus (2007)

Um terremoto de 6,1 graus na escala Richter foi registrado entre os estados de


Acre e Amazonas em 2007. Não houve registros de mortos e feridos nem danos
materiais, apenas depoimentos de pessoas que sentiram o tremor.

Fonte: http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/os-7-maiores-terremotos-que-ja-ocorreram-no-brasil
Terremotos no Brasil

1. São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Rio de Janeiro.
(2008)

Um terremoto de 5,2 graus de magnitude na escala Richter atingiu diversas


regiões de São Paulo. Não houve registros de acidentes. O mais interessante
(ou aterrorizante) é que o tremor refletiu nos estados do Rio de Janeiro, Paraná,
Minas Gerais e Santa Catarina.

Fonte: http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/os-7-maiores-terremotos-que-ja-ocorreram-no-brasil
Terremotos no Brasil

Em 8 de outubro de 2010 a terra tremeu como jamais se havia visto


em Mara Rosa, cidade com 10 mil moradores no norte de Goiás.
Passava um pouco das 5 da tarde daquela sexta-feira e as pessoas
se preparavam para o fim de semana quando o chão balançou tão
intensamente a ponto de se tornar difícil ficar em pé.

Árvores chacoalharam, paredes trincaram e telhas despencaram das


casas. Menos de um minuto mais tarde, os reflexos desse terremoto
de magnitude 5,0 um dos mais fortes registrados no país nos últimos
30 anos, haviam percorrido 250 quilômetros e alcançado Brasília,
onde alguns prédios chegaram a ser desocupados.

Fonte http://revistapesquisa.fapesp.br/2013/06/03/sismologo-explica-porque-tem-ocorrido-cada-vez-mais-terremotos-no-brasil/
Terremotos no Brasil

Nas semanas seguintes Barros e sua equipe (Observatório


Sismológico da UnB) instalaram sismógrafos em Mara Rosa e nos
municípios vizinhos para acompanhar a reverberação daquele
tremor.

Em seis meses, outros 800 sismos, menos intensos, ocorreram ali e


ajudaram a determinar a causa direta do desassossego da terra
naquela região.

Bem abaixo de Mara Rosa, a uns três quilômetros de profundidade,


há uma extensa rachadura na crosta terrestre, a camada mais rígida
e externa do planeta. E, ao longo dessa fratura que se prolonga por
cinco quilômetros, as rochas haviam se deslocado, fazendo a terra
tremer. “

Fonte http://revistapesquisa.fapesp.br/2013/06/03/sismologo-explica-porque-tem-ocorrido-cada-vez-mais-terremotos-no-brasil/
Terremotos no Brasil

Mara Rosa e outros municípios do norte de Goiás e do sul de Tocantins


se encontram em uma região geologicamente instável: a zona sísmica
Goiás-Tocantins, que concentra 10% dos terremotos do Brasil.

Parte dos geólogos atribui a elevada frequência de tremores nessa


área – uma das nove zonas sísmicas delimitadas no país, com 700 km
de comprimento por 200 km de largura – à proximidade com o
Lineamento Transbrasiliano, uma extensa cicatriz na crosta terrestre
que cruza o Brasil e, do outro lado do Atlântico, continua na África.

Acredita-se que ao longo do lineamento a crosta seja mais frágil por


concentrar blocos rochosos trincados que, sob compressão, se
movimentariam mais facilmente produzindo terremotos.

Fonte http://revistapesquisa.fapesp.br/2013/06/03/sismologo-explica-porque-tem-ocorrido-cada-vez-mais-terremotos-no-brasil/
Terremotos no Brasil

Mas nem todos concordam. Muitas vezes a localização dos tremores


não coincide com a localização desse conjunto de falhas e em certos
trechos dele, nunca se detectaram tremores.

Quem duvida da influência direta do lineamento sobre os sismos dessa


região aposta em causas mais profundas, como as que foram
identificadas por um grupo de pesquisadores do Instituto de
Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade
de São Paulo (USP) a partir do levantamento da espessura da crosta
terrestre no país.

Fonte http://revistapesquisa.fapesp.br/2013/06/03/sismologo-explica-porque-tem-ocorrido-cada-vez-mais-terremotos-no-brasil/
Terremotos no Brasil

Fonte http://revistapesquisa.fapesp.br/2013/06/03/sismologo-explica-porque-tem-ocorrido-cada-vez-mais-terremotos-no-brasil/
Mecanismo de terremoto

A maioria dos terremotos acredita-se que ocorra de acordo


com a Teoria da recuperação elástica, desenvolvida após o
terremoto de São Francisco em 1906.

Segundo a teoria, um sismo representa uma súbita liberação


de energia de deformação que se acumulou ao longo de um
período de tempo.

Fonte: Tectônica global – kearey, Klepeis eVine (2014)


Distribuição mundial dos terremotos
O cinturão circum-Pacifico, onde cerca de 80% de todos os terremotos são
registrados segue as zonas de subducção na costa do Pacífico das Americas
desde o cabo Horn ao Alaska cruzando a Asia e extendendo-se através do
Japão, Filipinas, Nova Guine, Fiji e Nova Zelandia. Outros 15% são originados
no cinturão Mediterrâneo – Himalaia, extendendo-se de Gibraltar ao sul da Ásia
ao longo de limites convergentes entre Eurásia e as placas que a circundam.
Distribuição mundial dos terremotos
Locais mais perigosos
Profundidade dos terremotos
A estrutura da Terra

Estudando quão rápido


as ondas sísmicas
viajam e como elas são
transmitidas, refratadas
e refletidas nas
interfaces internas da
Terra, os sismólogos
tem sido capazes de
medir as espessuras
das camadas da crosta,
do manto e do núcleo
com grande precisão.
A estrutura da Terra
O conhecimento das camadas internas da Terra tem sido em grande
parte obtido com o uso das técnicas da sismologia de terremotos. As
camadas mais rasas tem sido estudadas com matrizes locais de
registradores, enquanto as camadas mais profundas tem sido
investigadas utilizando-se redes globais para detectar sinais sismicos
que percorrem o interior da Terra.

Fonte: Tectônica global – Kearey, Klepeis e Vine (2014)


A estrutura da Terra
Se a composição da Terra fosse uniforme e se mudanças polimórficas
não ocorressem nos minerais, as velocidades das ondas P e S poderiam
aumentar suavemente com a profundidade.

Isto é porque a pressão mais alta leva a um aumento na densidade e


rigidez de um sólido e estas duas propriedades controlam a velocidade
das ondas.

Entretanto limites (ou descontinuidades) podem ser facilmente


detectadas por refração e reflexão das ondas.

Dois principais limites composicionais foram detectados:

1) limite entre crosta e manto e


2) limite entre o manto e o nucleo.
O interior da Terra
Descontinuidade Crosta - Manto
A crosta continental foi definida por Mohorovicic a partir de estudos das
ondas sísmicas geradas pelo terremoto na Croácia em 1909.

Em uma faixa de cerca de 200 km do epicentro, as ondas P foram as


primeiras ondas sismicas a chegar por que viajaram diretamente a partir
do foco para os registradores a uma velocidade de 5,6 km/s. Esta fase
foi chamada de Pg.

Em intervalos maiores, as ondas P com velocidade muito maior de 7,9


km/s tornaram-se as primeiras a chegar, denominadas fase Pn.

Esses dados foram interpretados com Pn representando ondas sísmicas


que tinham sido refratadas em uma descontinuidade de velocidade a
uma profundidade de cerca de 54 km.

Fonte: Tectônica global – kearey, Klepeis eVine (2014)


Descontinuidade de Mohorovicic
Descontinuidade Crosta - Manto

Essa descontinuidade posteriormente foi chamada de


descontinuidade de Mohorovicic, ou Moho e marca o limite entre
crosta e manto.

Trabalhos posteriores tem demonstrado que Moho é


universalmente presente sob os continentes e marca um aumento
abrupto na velocidade sísmica para cerca de 8 km/s.

A crosta continental tem, em média cerca de 40 km de espessura,


podendo chegar a 20 km abaixo de alguns riftes tectônicamente
ativos e a 80 km por baixo de cinturões orogênicos.

Fonte: Tectônica global – kearey, Klepeis eVine (2014)


Descontinuidade Crosta - Manto

A descontinuidade de Moho é muito variável sendo pequena sob


os oceanos (10 km), intermediária sob os escudos antigos (30
km) e muito grande (50 Km) sobre as cadeias de montanhas.

A crosta, sobre a qual se efetua a maioria dos estudos geológicos


representa apenas 1% do volume da Terra.

Fonte: Principios de Geologia –Pomerol et al. (2013)


Descontinuidade Crosta - Manto

Velocidades aumentam abruptamente na Moho, tanto em


ambientes continentais como oceânicos. Uma zona de baixa
velocidade (LVZ) está presente entre 100 e 300 km de
profundidade.

A LVZ parece estar presente universalmente para as ondas S,


mas pode estar ausente em determinadas regiões para as ondas
P, especialmente sob as áreas de escudos antigos.

Entre 410 e 660 km, a velocidade aumenta rapidamente de uma


forma gradual dentro da zona de transição do manto que separa
o manto superior do manto inferior.

Fonte: Tectônica global – kearey, Klepeis eVine (2014)


Descontinuidade Crosta - Manto

Cada incremento de velocidade corresponde provavelmente a


uma mudança de fase mineral para uma forma mais densa em
profundidade. As velocidades P e S aumentam progressivamente
na parte inferior do manto.

Fonte: Tectônica global – kearey, Klepeis eVine (2014)


Descontinuidade na Crosta

A descontinuidade no interior da crosta continental foi descoberta


por Conrad em 1925, usando métodos semelhantes. Além das
fases Pg e Pn ele notou a presença de uma fase P* que foi
interpretada como a chegada criticamente refratada de uma
interface, em que a velocidade aumentou de 5,6 para 6,3 km/s.

A camada superior rica em silício e alumínio foi chamada de SIAL


e colocada como fonte de magmas graníticos enquanto a camada
inferior, rica em silicio e magnésio foi chamada de SIMA
acreditando-se ser a fonte de magmas basálticos.

Fonte: Tectônica global – kearey, Klepeis eVine (2014)


Descontinuidade na Crosta

Esta concepção é um pouco diferente atualmente:

• A crosta superior tem uma composição mais máfica que o


granito

• A maioria dos magma basalticos se origina no manto.


Consequentemente não existe mais a necessidade petrológica
de uma costa de duas camadas, sendo preferível utilizar os
termos crosta superior e inferior.

• Diferentemente da descontinuidade de Moho, a de Conrad não


está sempre presente no interior da crosta continental, embora
a velocidade sísmica geralmente aumente com a profundidade.

Fonte: Tectônica global – kearey, Klepeis eVine (2014)


Descontinuidade Manto - Núcleo

A descontinuidade de Gutemberg marca a fronteira manto-núcleo


a uma profundidade de 2891 km em que a velocidade das ondas
P diminui abruptamente.

Ondas S não são transmitidas através do núcleo externo, o qual


acredita-se estar em um estado fluido. Acredita-se que o campo
geomagnético é originado pela circulação de um bom condutor
elétrico nessa região.

A uma profundidade de cerca de 5150 km, a velocidade aumenta


abruptamente e as ondas P e S são novamente transmitidas.
Acredita-se que o núcleo seja sólido como consequência da
enorme pressão de confinamento. Parece não haver uma zona
de transição entre o núcleo interno e o externo.
Fonte: Tectônica global – kearey, Klepeis eVine (2014)
Características da Crosta

• Apenas a parte superior da crosta está disponível para amostragem


direta na superfície ou através de poços. Em profundidades maiores
no interior da crosta, praticamente todas as informações sobre sua
composição e estrutura são indiretas.

• As observações combinadas de estudos geológicos e geofísicos


mostram que a crosta continental é estratificada verticalmente em
termos de sua composição quimica.

Fonte: Tectônica global – kearey, Klepeis eVine (2014)


Japoneses querem ser os primeiros a
penetrar o manto da Terra
Cientistas japoneses planejam ser o primeiro grupo a perfurar com sucesso o
manto. A pesquisa será realizada pela Agência Japonesa de Ciência e
Tecnologia Terrestre-Marítima (Jamstec) em setembro deste ano (2017) nas
águas ao nordeste das ilhas do Havaí. Além do Havaí, México e Costa Rica são
as outras duas localizações candidatas à perfuração.

A crosta marítima do Havaí será a primeira a receber os pesquisadores pois a


temperatura da área em torno da fronteira entre o manto e a crosta é
relativamente baixa, de 150°C. Isso torna a perfuração e a observação mais
fáceis. Contudo, a camada do local é um pouco mais profunda do que a dos
outros lugares escolhidos.

A Jamstec pretende realizar as escavações do manto no início de 2020. O


navio Chikyu, construído em 2002 especialmente para esse tipo de missão, será
usado para a perfuração.

Fonte: https://exame.abril.com.br/ciencia/japoneses-querem-ser-os-primeiros-a-penetrar-o-manto-da-terra/)
Japoneses querem ser os primeiros a
penetrar o manto da Terra

De acordo com a agência


japonesa, o que pode atrasar a
pesquisa é o custo das
operações. Ela estima que é
preciso 60 bilhões de yen (540
milhões de dólares) para a
realização de todo o estudo,
desde as perfurações até as
observações.

Fonte: https://exame.abril.com.br/ciencia/japoneses-querem-ser-os-primeiros-a-penetrar-o-manto-da-terra/)
Características da Crosta
A crosta continental superior

Composta de rochas de composição granítica. A composição média da


crosta superior pode ser estimada, embora com alguma incerteza
através da determinação da composição média de um grande número de
amostras coletadas em todo o mundo e por análises de rochas
sedimentares que retrabalharam a crosta pelo processo de erosão.

A crosta continental média e inferior

A crosta inferior média começa a 23 km de profundidade e tem 17 km de


espessura, variando consideravelmente. A faixa de velocidade da crosta
inferior não pode ser explicada por um simples aumento da velocidade
sísmica com a profundidade. Consequentemente tem-se uma
composição mais máfica e mais densa. Em áreas de crosta continental
fina, a crosta média e inferior pode ser composta por rochas
metamórficas de grau baixo a moderado.

Fonte: Tectônica global – kearey, Klepeis eVine (2014)


Características da Crosta
A crosta continental média e inferior

Em regiões de crosta muito espessas, a crosta média e inferior são


tipicamente compostas por associações minerais de alto grau
metamórfico.

A crosta oceânica
Está em equilibrio isostático com a crosta continental e é
consequentemente muito mais fina. Tem normalmente 6 - 7 km de
espessura sob uma lâmina de água de 4,5 km. Estudos recentes
indicaram que há subdivisão em camadas principais, parecendo haver
também um aumento progressivo da velocidade com a profundidade.

• Camada oceânica 1
Tem sido extensivamente amostrada por perfuração e amostragens.
Materiais de superfície do fundo do mar compõem-se de depósitos
inconsolidados, incluindo sedimentos terrígenos e camadas de argilas,
carapaças calcárias e de silício e nódulos de manganês.
Fonte: Tectônica global – kearey, Klepeis eVine (2014)
Características da Crosta

• Camada oceânica 2
Variável em espessura na faixa de 1 a 2,5 km e sua velocidade
sísmica está na faixa de 3,4 – 6,2 km/s. Este intervalo pode ser
atribuido a sedimentos consolidados ou a material igneo extrusivo.

• Camada oceânica 3
É o principal componente da crosta oceânica e representa a sua
base plutônica. É de natureza predominantemente gabroica e
rochas ultramáficas.

Fonte: Tectônica global – kearey, Klepeis eVine (2014)


Diferenças entre crosta continental e
oceânica
Tipo Continental Oceânica
Acamamento Mal definidas e altamente variáveis Bem definidas em três
refletindo uma complexa história camadas distintas. No
geológica entanto a natureza pode
mudar de acordo com a
profundidade
Espessura Espessura média de 40 km, mas Grande parte tem espessura
bastante variável, tendo alguns km constante de 7 km
abaixo de riftes e espessamento de
até 80 km abaixo de cadeias de
montanhas jovens
Idade Tem pelo menos 4,0 G.a., a idade das Tem mais de 180 M.a. com
rochas mais antigas descobertas idade aumentando para fora
das cristas oceânicas.
Cerca de 50% da superficie
dos fundos oceânicos atuais
foram criados nos ultimos
65 M.a.
Fonte: Tectônica global – kearey, Klepeis eVine (2014)
Diferenças entre crosta continental e
oceânica
Tipo Continental Oceânica
Atividade Pode ser dobrada e falhada Parece ser muito mais
tectônica preservando evidências de ter sido estável, pois sofreu
submetida a vários eventos tectônicos relativamente pouca
deformação exceto em
margens de placas
Atividades igneas Muitos poucos vulcões ativos na Atividade dentro dos
grande maioria da crosta continental. oceanos é muito maior.
Locais de grande atividade são Cordilheiras oceânicas e
cadeias de montanhas do tipo andina. arcos insulares são as áreas
de maior atividade vulcânica
e plutônica da Terra. Ilhas
oceânicas são uma terceira
distinção mas em um
ambiente oceânico menos
prolifico para a atividade
ignea.

Fonte: Tectônica global – kearey, Klepeis eVine (2014)


Características da Crosta a partir das
ondas sísmicas

• Varia de espessura: cerca de 7 km embaixo dos oceanos, cerca de 40


km embaixo dos continentes e cerca de 70 km embaixo das altas
montanhas. Tendem a ser mais espessas sob grandes zonas de
colisão continental como o Tibet.

• As ondas P movem-se através das rochas crustais por volta de 6 a 7


km/s

• A velocidade das ondas sísmicas difere porque elas dependem da


densidade das rochas e da resistência a compressão e cisalhamento.
Ondas P e S
Ondas P Ondas S

As ondas P viajam muito mais rápido O caminho das ondas P e S curva-se


através das rochas em grandes para cima através do manto.
profundidades do que nas rochas em
superfície.
Ondas P e S

Ondas P Ondas S

A linha em azul mostra o avanço das frentes de onda no interior a cada 2


min. As distâncias são medidas em ângulos a partir do foco do terremoto. A
zona de sombra da onda P estende-se de 105 a 142°. As ondas P não
podem alcançar a superfície nessa zona devido ao desvio da trajetória ao
entrarem e saírem do núcleo.
Ondas P e S

Ondas P Ondas S

A zona de maior sombra das ondas S estende-se de 105 a 180°. Embora as


ondas S incidam no núcleo elas não podem viajar através de sua região
fluida mais externa e nunca emergem alem de 105° do foco.
O caminho das ondas sísmicas P e S na
Terra
Ondas P Ondas S

Após percorrerem uma trajetória de cerca de 11.600 km (105°), as ondas P e S


desapareceram repentinamente!!! A partir de 15.800 km (142°) reapareceram
subitamente, mas estavam muito atrasadas quando comparadas com os tempos
de viagem esperados. As ondas S nunca reapareceram.

Forneceu então a idéia de que a Terra possui um núcleo externo liquido e existe
então uma zona de sombra.
O caminho das ondas sísmicas P e S na
Terra
As interfaces do núcleo-
manto tornam-se muito
abruptas. Os registros das
ondas dos terremotos feitos a
distâncias angulares menores
que 105 encontraram
chegadas correspondentes a
onda refletidas dessa
interface. São chamadas
ondas PcP as ondas
compressionais que refletem
do topo do núcleo externo e
de ScS as ondas cisalhantes.
A letra c indica reflexão no
núcleo, a letra k o caminho de
uma onda através do núcleo
externo e a letra I através do
nucleo interno.
Velocidade das ondas sísmicas P e S
Alterações das velocidades
das ondas compressionais e
de cisalhamento e da
densidade com a
profundidade na Terra.

Litosfera – os 100 km externos


da Terra sólida, onde as rochas
são mais duras e mais rigidas
que aquelas na plastica
astenosfera

Astenosfera – a camada do
manto onde as rochas são
relativamente ducteis e mais
facilmente deformadas. Repousa
a uma profundidade de 100 a 350
km.
Constituição da estrutura da Terra
Características da Manto a partir das
ondas sísmicas
• Constituído por peridotito (ultramáfica
de olivina e piroxênio – silicatos de
Mg e Fe). Esses minerais começam
a se fundir sob as condições
encontradas na parte mais acima do
manto superior.

• Em grandes profundidades as
pressões forçam seus átomos a
aproximarem-se em uma estrutura
cristalina mais compacta.

• Com a profundidade as principais


mudanças na mineralogia dos
peridotitos do manto são marcadas
pelo aumento ou diminuição da
velocidade das ondas S.
Características da Manto a partir das
ondas sísmicas

• Próximo a base da litosfera a


velocidade das ondas S decresce
abruptamente para formar uma zona
de baixa velocidade. Este
decréscimo está ligado ao aumento
da temperatura com a profundidade.

• A cerca de 100 km ela aproxima-se


da temperatura de fusão do
peridotito, fundindo parcialmente
alguns de seus minerais. A pequena
quantidade de fusão (<1%) diminui a
rigidez da rocha e retarda as ondas
S.
Características da Manto a partir das
ondas sísmicas - II

• Na profundidade de 200 a 400 km a


velocidade aumenta novamente. A P
continua a aumentar mas a T não sobe
tão rapidamente. Os efeitos combinados
de P e T causam um decrescimo na
quantidade de material fundido
causando a rigidez da rocha e
consequentemente a velocidade.

• A cerca de 400 km de profundidade a


velocidade das ondas S aumenta em
torno de 10% dentro de uma estreita
zona de 20 Km de espessura. Este salto
poderia ser explicado pela mudança de
fase da olivina, ocasionando uma
transformação para uma estrutura mais
densa e compacta.
Características da Manto a partir das
ondas sísmicas - II

• Próximo a 660 km a velocidade das


ondas S aumenta novamente indicando
uma segunda mudança importante de
fase para uma estrutura cristalina ainda
mais compacta.

• Abaixo de 660 km a velocidade


aumenta gradualmente até próximo a
fronteira núcleo-manto.
O limite núcleo - manto

• A cerca de 2890 km de profundidade ocorre a variação mais


extrema nas propriedades encontradas em qualquer lugar no
interior da Terra.

• Variação de uma rocha silicática sólida para uma liga de ferro


liquida

• Devido a completa perda de rigidez a velocidade ondas S cai de


7,5 km/s para zero. Ondas P – cai de 13 km/s para próximo de 8
km/s originando a zona de sombra do nucleo.
O limite núcleo - manto

• A densidade, aumenta cerca de 4 g/cm3 atingindo valores proximos a 10


g/cm3. Este salto na densidade marca a fronteira núcleo-manto e
impede qualquer mistura, em larga escala do manto com o nucleo.

• A diminuição da velocidade das ondas sísmicas na fronteira manto-


núcleo pode indicar que o manto em contato com o núcleo é
parcialmente fundido, pelo menos em alguns lugares. Essa região pode
ser a fonte de plumas do manto que ascendem por todo esse caminho
atá a superfície da Terra, criando hot spots vulcânicos.

• A fronteira da camada mais inferior do manto, uma região com cerca de


300 km, pode ser o cemitério final de algum material litosférico
subduzido na superfície.
O núcleo

• Conhecimento da sua composição por observações indiretas. Seu entendimento


foi derivado de uma combinação de dados astronômicos, experimentos de
laboratório e dados sísmicos.

• Uma composição de ferro-niquel é condizente com muitas linhas de evidência.


São metais abundantes no cosmos e densos o suficiente para explicar a massa
do núcleo e também coerentes com a teoria de que o núcleo formou-se por
diferenciação gravitacional.

• A sismologia afirma que o núcleo abaixo do manto é fluido mas não em todo o
núcleo da Terra. As ondas P que penetram a profundidades de 5150 km
aumentam a sua velocidade repentinamente indicando a presença de um núcleo
interno, uma esfera metálica com 2/3 do tamanho da lua.

• O núcleo interno transmite as ondas de cisalhamento confirmando as


especulações de que é sólido.
O núcleo
• O núcleo externo não transmite ondas S e assim deve ser fluido.
Isso é confirmado pela geração do campo geomagnético nessa
região por processos dinâmicos e pelas variações observadas no
campo geomagnético.

• Os movimentos convectivos reponsáveis pelo campo geomagnético


envolvem velocidades de ~104 m/ano, cinco ordens de magnitude
maior do que a convecção no manto. Um estado liquido também é
indicado pela resposta da Terra à atração gravitacional do Sol e da
Lua.

• A fronteira entre o nucleo externo e o interno a 5150 km de


profundidade é nítida e não é representada por qualquer forma de
zona de transição.

Fonte: Tectônica global – kearey, Klepeis eVine (2014)


O núcleo
• Nucleo interno sólido.

1) certas oscilações da Terra produzidas por terremotos muito grandes


so podem ser explicadas por um nucleo interno sólido;

2) uma fase sísmica se propaga do nucleo e para o nucleo interno


como uma onda P, mas percorre o interior do nucleo como uma onda S.
A amplitude de uma onda refletida no nucleo interno também sugere
que ele deve ter uma rigidez finita e assim ser um sólido.

3) experimentos com ondas de choque tem mostrado que os principais


constituintes do nucleo interno e externo devem ser elementos como
ferro, niquel, vanádio ou cobalto. Desses elementos somente o ferro
está presente em abundância suficiente no sistema solar para formar a
maior parte do nucleo.

Fonte: Tectônica global – kearey, Klepeis eVine (2014)


Reologia do nucleo e do manto
Reologia é o estudo da deformação e do fluxo de materiais sob a
influência de um esforço aplicado.

Onde a temperatura, a pressão e as magnitudes dos esforços aplicados


são relativamente baixas, as rochas tendem a se quebrar ao longo de
superfícies discretas para formar fraturas e falhas.

Onde esses fatores são relativamente altos, as rochas tendem a se


deformar por fluxo ductil. Medidas de esforço são usadas para
quantificar a deformação.

O esforço (σ) é definido como a força exercida por unidade de área em


uma superficie sendo medido em pascal (Pa). Qualquer esforço agindo
sobre uma superficie pode ser expresso em termos de um esforço
normal perpendicular a superficie e dois componentes do esforço
cisalhante no plano da superficie.
Fonte: Tectônica global – kearey, Klepeis eVine (2014)
Reologia do nucleo e do manto
Os principais esforços são ortogonais entre si e são denominados
σ1, σ2 e σ3 referindo-se ao máximo, intermediário e mínimo. Nas
geociências o esforço de compressão é expresso como positivo e o
esforço tracional como negativo.

Deformação – é definida como qualquer mudança na forma ou no


tamanho de um material. A deformação geralmente é expressa como
razões que descrevem as alterações na configuração de um sólido.
Ex. mudança no comprimento de uma linha/ comprimento original
Fonte: Tectônica global – kearey, Klepeis eVine (2014)
Reologia do nucleo e do manto

Tempo – o valor de tempo durante o qual o esforço é aplicado


também é importante da deformação dos materiais da Terra.

A reologia das rochas no curto prazo é diferente daquela do


mesmo material aplicado com a duração de meses ou anos. Esta
diferença surge porque as rochas apresentam maior resistência
as altas taxas de deformação do que as baixas.

Ex. um bloco de granito quando golpeado por um martelo, um


esforço instantâneo, ele quebra. No período de meses, ele
deforma lentamente, fluindo. Este fluxo lento de longo prazo sob
esforço constante é conhecido como fluência.

Fonte: Tectônica global – kearey, Klepeis eVine (2014)


Reologia do nucleo e do manto

Em escala de tempo de milhares de anos, informações sobre a


reologia da litosfera vem principalmente de observações de isostasia
e flexão da litosfera.

Em escala de tempo de milhões de anos, a reologia da Terra


geralmente é estudada usando uma abordagem mecânica do
contínuo que descreve as relações macroscópicas entre esforço e
deformação e seus derivativos de tempo.

Fonte: Tectônica global – kearey, Klepeis eVine (2014)


A temperatura e o calor no interior
da Terra
• A evidência do calor do interior da Terra está em vários lugares: vulcões,
fontes quentes e temperaturas elevadas em minas e furos de
sondagem.

• O calor interno impulsiona a convecção do manto que move o sistema


de placas tectônicas, assim como o geodínamo do núcleo, o qual
produz o campo magnético terrestre.

• Fontes: durante a violenta origem do planeta, a energia cinética liberada


pelos fragmentos de matéria em queda aqueceu sua região mais
externa, enquanto a energia liberada por diferenciação do núcleo
aqueceu seu interior. Posteriormente, a desintegração dos elementos
radioativos como urânio, potássio e tório continuou a gerar calor.
O fluxo de calor – condução e
convecção
• A condução de calor ocorre quando os átomos e as moléculas agitadas
termicamente empurram-se uns aos outros, transferindo
mecanicamente o movimento de vibração da região quente para a
região fria. Deste modo o calor é conduzido das regiões de alta
temperatura para as de baixa temperatura.

• A convecção transfere o calor mais eficientemente que a condução pois


o material aquecido move-se transportando o calor com ele. A
convecção ocorre quando um fluido aquecido, liquido ou gasoso,
expande-se e sobe porque se torna menos denso que o material
circundante.

• Rochas e solos são pobres condutores de calor (ex. Fluxo de lava de


100 m de espessura e 1000°C leva cerca de 300 anos para resfriar até
a temperatura ambiente).
A curva que
descreve como a
temperatura
aumenta com a
profundidade é
chamada
geoterma. (linha
amarela)

Gradiente
geotérmico:

20 a 30°C /km
A queda do gradiente
geotérmico proximo a
superficie informa que
o calor é transportado
por condução através
da litosfera

A convecção mistura
material mais frio
próximo ao topo com
material mais quente
em grandes
profundidades
mediando as
diferenças de
temperatura.

Na fronteira nucleo-manto o
calor é transportado do
núcleo para o manto
principalmente por
condução.
O campo magnético terrestre
As bússolas se alinham
com o campo magnético da
Terra. Os polos magnéticos
da Terra, no entanto, não
coincidem com os polos
geográficos, eles são
bastante separados.

O polo norte magnético está


localizado no Escudo
Canadense (82°7’ N e 114°
4’ W (2005). Ele desloca-se
cerca de 40 Km/ano para o
noroeste.

Fonte: Física conceitual – Hewitt (2008) e Principios de Geologia –Pomerol et al. (2013)
Polo magnético

Localização variável com o


tempo

Fonte: http://www2.fct.unesp.br/docentes/carto/JoaoFernando/EngeCart/Carto_I/CartoI_2015_Aula6_NV_NM.pdf
O campo magnético terrestre

O polo sul magnético situa-


se na Antartida, ao sul da
Australia mais
especificamente na Terra
Adelia a 2300 km do polo
geográfico.

Fonte: Principios de Geologia –Pomerol et al. (2013)


Norte geográfico ou norte
verdadeiro
Para muitas aplicações, assume-se que a Terra tem forma
esférica. Esta “esfera” gira em torno de si mesma ao longo de
um eixo imaginário.

Os pontos onde o eixo de rotação da Terra atravessa a


superfície da esfera, a crosta terrestre, são chamados de Polo
Norte e Polo Sul.

Fonte: http://www2.fct.unesp.br/docentes/carto/JoaoFernando/EngeCart/Carto_I/CartoI_2015_Aula6_NV_NM.pdf
Norte magnético e norte geográfico

O norte geográfico resulta do movimento de rotação da Terra, enquanto


o norte magnético é o resultado do campo magnético gerado pelo
movimento do metal fundido do núcleo externo em torno do núcleo
metálico sólido da Terra. Os dois nortes, portanto, expressam
fenômenos geofísicos diferentes. Usando esse princípio os chineses
inventaram a bússola e os europeus se lançaram às grandes
navegações.

Uma agulha imantada aponta sempre para o polo norte magnético e,


de modo aproximado, para o norte geográfico. O ângulo entre o norte
magnético e o geográfico reflete a declinação magnética do lugar e
varia geralmente de 20 a 30 graus. Como o campo magnético varia
com o tempo, atualmente em São Paulo a diferença entre os dois
nortes é de 23 graus.

Fonte: http://revistapesquisa.fapesp.br/2012/07/16/o-que-e-o-que-e-8/) Revista Fapesp


Norte magnético e norte geográfico

Uma confusão frequente é quanto à nomenclatura dos polos.


Pela convenção física, o polo magnético norte estaria situado no
sul da Terra e vice-versa. Para evitar essa confusão,
convencionou-se chamar de polo norte magnético o polo que
está próximo ao polo norte geográfico, o mesmo ocorrendo com
o polo sul.

Fonte: http://revistapesquisa.fapesp.br/2012/07/16/o-que-e-o-que-e-8/) Revista Fapesp


Polo norte magnético sai do
Canadá e se desloca em direção a
Russia

Fonte: https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2020/01/06/polo-norte-magnetico-sai-do-canada-e-se-desloca-na-direcao-da-russia/
Polo norte magnético sai do
Canadá e se desloca em direção a
Russia
Até quem estuda em livro didático que não tem muita coisa escrita
sabe que as bússolas, guiadas pelo campo magnético terrestre,
apontam para o norte. Mas para onde no norte? Já foi no Canadá,
mas agora, após um rápido e inesperado deslocamento nos últimos
anos, agora está mais para a Rússia. E um novo modelo produzido em
cooperação por americanos e britânicos ajuda o mundo todo a se
adaptar ao movimento do polo norte magnético.
Ao contrário dos polos geográficos (pontos em torno dos quais a Terra
gira), que se movem quase nada (o eixo de rotação em si faz um
bamboleio, mas o local do planeta em que se localiza o eixo em si
não muda, salvo ao longo de muitos milhões de anos), os polos
magnéticos se deslocam com mais facilidade.

Fonte: https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2020/01/06/polo-norte-magnetico-sai-do-canada-e-se-desloca-na-direcao-da-russia/
Polo norte magnético sai do
Canadá e se desloca em direção a
Russia
Já se sabe disso desde o século 19, mas houve uma surpresa nos anos
1990, quando a velocidade de deslocamento saiu de modestos 15 km
por ano para 55 km anuais (e então deu uma maneirada, para cerca
de 40 km por ano). Em 2018, o polo norte magnético cruzou a linha
internacional de mudança de data e foi parar no Oriente. E agora se
aproxima do norte da Rússia.
A mudança obriga a atualizações constantes do modelo do campo
magnético terrestre, importantes para manutenção de satélites em
órbita, preservação da precisão de GPS e estudos de mineração,
entre outras aplicações relevantes.

Fonte: https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2020/01/06/polo-norte-magnetico-sai-do-canada-e-se-desloca-na-direcao-da-russia/
Polo norte magnético sai do
Canadá e se desloca em direção a
Russia
Daí a divulgação, em dezembro, do Modelo Magnético Mundial
2020, produzido em parceria pela Agência Nacional de
Inteligência Geoespacial dos EUA e pelo Centro Geográfico de
Defesa do Reino Unido. A ideia é que esse modelo, de uso livre e
gratuito, esteja disponível até o final de 2024, quando deverá ser
novamente atualizado.
Ter um campo magnético é uma das coisas que faz da Terra um
lugar especial. Originado na região mais externa do núcleo do
nosso planeta, ele é resultado do fluxo de correntes elétricas em
meio ao ferro semiderretido que existe lá embaixo. As correntes
elétricas acabam agindo como um ímã gigante, gerando um
campo em torno do planeta que o protege das partículas
potencialmente perigosas do vento solar.

Fonte: https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2020/01/06/polo-norte-magnetico-sai-do-canada-e-se-desloca-na-direcao-da-russia/
Polo norte magnético sai do
Canadá e se desloca em direção a
Russia
Compreendê-lo é essencial. Sabe-se, pelo registro geológico, que
ele se inverte de tempos em tempos. Mas ninguém sabe prever
quando isso acontece, e nos últimos 5 milhões de anos o período
atual é o mais longo. Faz uns 780 mil anos que ele está lá pelos
lados da casa do Papai Noel.

A aceleração recente do deslocamento polar fez com que alguns


pensassem que estamos prestes a encarar uma nova inversão. A
imensa maioria dos pesquisadores, contudo, considera isso
extremamente improvável até o momento. Por ora, e pelo futuro
previsível, as bússolas devem continuar apontando para o norte.

Fonte: https://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2020/01/06/polo-norte-magnetico-sai-do-canada-e-se-desloca-na-direcao-da-russia/
O campo magnético terrestre
O campo magnético da Terra se comporta como se uma poderosa barra
magnetizada inclinada a 11° do eixo de rotação da Terra estivesse
localizada no centro do globo.
O campo magnético terrestre
As linhas de força comportam-se como um campo magnético dipolar.
O campo magnético
O campo magnético
O campo magnético terrestre

99,5% do campo magnético é de origem interna. A fonte do campo


magnético é um geodínamo movido pela convecção do núcleo. O
geodínamo é formado por movimentos convectivos rápidos no núcleo
externo líquido, rico em ferro e condutor elétrico.

O campo magnético produzido pelo geodínamo é bem mais complexo do


que um simples campo dipolar e está continuamente mudando ao longo do
tempo devido a esses movimentos de fluidos. 90% do campo magnético
pode ser descrito como um dipolo simples mas 10% são referidos como
campos não dipolares com uma estrutura mais complexa.

Outros planetas ou estrelas em rotação apresentam também campos


magnéticos alinhados segundo a direção do seu eixo de rotação.
O campo magnético terrestre

A convecção no núcleo externo seria responsável pela geração e


manutenção do campo magnético.

Por que o campo magnético é criado por convecção no núcleo


externo?

1) o núcleo externo é constituído de ferro, que é um condutor elétrico muito


bom enquanto as rochas silicáticas do manto são más condutoras elétricas.

2) Também porque os movimentos convectivos são mais rápidos no núcleo


externo (liquido de mais baixa viscosidade) do que no sólido manto de alta
viscosidade.

Estes movimentos rápidos podem induzir correntes elétricas no condutor


de ferro para criar o geodínamo com um forte campo magnético.
Reversão magnética

O campo geomagnético reverte-se de modo espontâneo,


puramente por meio de interações internas. Esta mudança
ocorre a intervalos irregulares (dezenas de milhares a milhões
de anos).

Materiais magnetizáveis quando aquecidos e depois resfriados


(abaixo de aprox. 500°C) tornam-se magnetizados na direção
do campo magnético circundante. Isto acontece porque os
grupos de átomos do material alinham-se na direção do campo
magnético quando o material está quente. Depois que o material
esfria, esses átomos são aprisionados no lugar e dessa maneira
ficam sempre magnetizados nessa direção.
Reversão magnética

Tem havido períodos em que o campo magnético terrestre


diminuiu até se anular, invertendo depois seu sentido e
fazendo com que os polos magnéticos trocassem de
posição. Houve mais de 20 inversões ao longo dos ultimos
5 milhões de anos; a mais recente aconteceu 700.000
anos atrás.

Medições recentes revelam uma diminuição de cerca de


5% na intensidade do campo magnético da Terra ocorrida
nos ultimos 100 anos. Se essa variação se mantiver,
podemos ter outra inversão dentro dos próximos 2000
anos.

Fonte: Física conceitual – Hewitt (2008)


O campo magnético e a biosfera
A partir do registro rochoso, sabe-se que o geodínamo
começou a operar no início da história da Terra e que a vida
evoluiu em um forte campo magnético.

Muitos organismos (pombos, tartarugas, baleias, etc)


desenvolveram sistemas sensoriais que utilizam o campo
magnético para navegação.

Seus sensores são pequenos cristais de magnetita que se


tornam magnetizados pelo campo geomagnético a medida
que são biologicamente precipitados no organismo. Esses
cristais agem como bussolas minusculas para orientar o
organismo dentro do campo magnético.
O campo magnético e a biosfera
É também crucial para manter uma biosfera rica e delicada na
superfície do planeta. Suas linhas magnéticas de força atingem
regiões distantes do espaço exterior formando uma barreira de
proteção que protege a superficie terrestre da radiação do vento
solar (partículas de alta energia carregadas eletricamente).
O campo magnético e a biosfera
Se o campo magnético desaparecesse, o bombardeio do vento
solar removeria gradualmente a atmosfera, degradando ainda
mais o ambiente terrestre, o que parece ter acontecido em Marte.

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