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Sismologia

Histórias associadas à
ocorrência de sismos

Segundo a mitologia hindu, a Terra era


sustentada por seis fortíssimos elefantes,
quando algum deles se cansava,
agachava-se, sacudia-se e abanava a
cabeça, produzindo os terramotos.
Histórias associadas à
ocorrência de sismos

Os Chineses consideravam que a Terra


era suportada por uma boi que,
depois de uma longa corrida, mudava
subitamente o peso de um lado para o
outro.
Histórias associadas à
ocorrência de sismos
Os japoneses pensavam que a Terra
flutuava num mar infinito,
que de vez em quando, devido a uma
serpente dragão,
dava uma forte rabanada e tremia o solo.
Sismologia

Sismos
Movimento brusco e vibratório da superfície terrestre, associado à
libertação súbita de grandes quantidades de energia no interior da Terra,
transmitida em todas as direções, sob a forma de ondas elásticas.

Causas dos sismos:

• Origem antrópica ou artificial: explosões,


enchimento de albufeiras, etc.
Os sismos podem ser:

• Origem natural: abatimento (colapso) de cavidades


Impercetíveis ao Homem
ou grutas; vulcânicos (associados ao movimento de
magma a ascender) e tectónicos (movimentos ao Microssismos Macrossismos
longo de falhas). Percetíveis ao Homem
Diferença entre...

Abalos premonitórios
Antes do
ou
sismo principal
preliminares

Após o
sismo principal
Réplicas
Sismos de colapso
Sismos vulcânicos
As causas mais frequentes dos sismos são as causas tectónicas, ou seja,
os sismos que estão associados às zonas de fronteiras entre placas
litosféricas

Nas zona de fronteira das placas litosféricas ou próximas desta, as rochas estão
sujeitas à ação contínua de forças, que geram tensões nas rochas.
Atuam determinadas forças

Forças compressivas Forças distensivas


Forças de cisalhamento
Falhas
Falhas

As rochas sob a ação de tensões elevadas podem ter um


comportamento elástico ou plástico.
Falhas

A energia só é libertada se ocorrer fratura e


deslocamento/movimento do material rochoso - Falha
Sismologia

Sismos

• A maioria dos sismos tem origem tectónica.

• A sua origem pode ser explicada pela teoria


do ressalto elástico.

As rochas acumulam tensões/energia e


sofrem deformação elástica.

Quanto atingem o limite de resistência /


elasticidade ocorre uma rutura, com
movimento relativo dos blocos,
provocando a súbita libertação da energia
acumulada.
As rochas estão sujeitas à
ação continua de forças.

Consequências das tensões acumuladas:

Deformação das rochas e acumulação


de energia na zona de deformação.

Quando as tensões ultrapassam o limite de resistência dos materiais:

Ocorre a fratura e a deslocação dos


blocos rochosos em sentidos opostos
(ressalto elástico) ao longo do plano
de falha (falha ativa).

A energia acumulada nesse plano


liberta-se de forma súbita.
Falha de Santo André

A ocorrência de sismos está associada a falhas ativas.

A energia sísmica só é libertada se ocorrer fratura e a deslocação do material


rochoso ou (já existindo a falha) sempre que ocorrer movimentações em
sentidos opostos ao longo do plano de falha.

Dependendo do tipo de forças, distensivas, compressivas e cizalhantes, as falhas


podem ser:

Sempre que ocorre a deslocação dos blocos ao longo do plano de falha a energia acumulada liberta-se de
forma súbita e repentina
Sismos superficiais 0 – 70 Km

Sismos intermédios 70 – 300 Km

Sismos profundos 300 – 700 Km


Sismologia

Sismos 3
2
• Hipocentro ou foco (1): local do interior da
Terra onde se gera o sismo.

• Epicentro (2): local à superfície mais perto


do hipocentro.

• Ondas sísmicas (3): a energia libertada no 1


foco provoca a vibração das partículas (que
constituem os materiais rochosos) que se
propaga em todas as direções.
Como se propagam as ondas sísmicas?

As frentes de onda são definidas pelo conjunto de


pontos na mesma fase vibração e, no fundo,
separam as partículas que já entraram em vibração
das que ainda não vibraram

Em zonas homogéneas, a frente de onda é uma


superfície esférica perfeita.

Mas, como a geosfera é heterogénea, a frente de onda é uma


superfície curvilínea
Ondas Sísmicas
podem ser

Ondas Profundas Ondas Superfíciais

Ondas P Ondas S

Ondas de L Ondas de R
Sismologia

Tipos de ondas
Ondas P (longitudinais, compressão ou primárias)

• Ondas de volume;

• Primeiras a serem registadas, uma vez


que são as mais rápidas;

• Provocam a compressão e a distensão


dos materiais, paralelamente à direção
de propagação;

• Alteram o volume; Direção das


ondas sísmicas
• Propagam-se nos meios sólidos, líquidos
Vibração das
e gasosos;
partículas do solo
• A sua velocidade aumenta com a rigidez.
Sismologia

Tipos de ondas
Ondas S (transversais ou secundárias)

• Ondas de volume;

• Segundas a serem registadas, são


mais lentas;

• Provocam a vibração das partículas


perpendicularmente à direção de
propagação;

• Altera a forma mas não o volume

• Só se propagam em meios sólidos;


Direção das
• A sua velocidade aumenta com ondas sísmicas

a rigidez. Vibração das


partículas do solo
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Tipos de ondas
Ondas L e R (superficiais)

• Propagam-se apenas na
superfície da Terra;

• São as mais lentas e as últimas


a serem registadas;

• Provocam deformação intensa


Direção das
dos materiais, devido à sua ondas sísmicas
elevada amplitude, sendo as
Vibração das
mais destrutivas. partículas do solo

• A sua velocidade é constante


(pois não atravessam meios
com diferentes caraterísticas).
Sismologia

Registo sísmico
• Sismógrafo: instrumento que regista os movimentos da superfície terrestre.

Suporte Mola Suporte Mola

Cilindro
Estilete Cilindro

Peso Peso

Estilete
Sismologia

Registo sísmico
• Sismograma: registo efetuado
pelo sismógrafo.
Sismologia

Registo sísmico
• Sismograma: registo efetuado pelo sismógrafo.

Permite determinar o desfasamento de chegada das ondas P e S (intervalo S-P).


análise de um sismograma
1 2 3

Desfazamento

Período
(tempo duma oscilação)

Amplitude
Distância máxima em relação
à posição de repouso

Frequência: nº de oscilações num dado intervalo de tempo


Método para determinação do epicentro de um sismo utilizando um
gráfico (distância ao epicentro/tempo)
DE = [(S – P) -1] x 1000 km,
Para distâncias epicentrais superiores a100 km

Quanto maior a distância epicentral maior o intervalo (S – P)


Sismologia

Correspondência das distâncias

Registo sísmico calculadas à escala da carta:


D.E. x 1cm
nº de Km
• Sismograma: registo efetuado pelo sismógrafo. (correspondentes a 1cm na carta)

Com base no desfasamento, é possível determinar a distância epicentral.


Usando três estações sísmicas, consegue-se determinar graficamente o epicentro.
Sismologia

Escalas sísmicas
• Intensidade: mede os efeitos de um sismo nas infraestruturas. O mesmo sismo possui várias intensidades.
Depende da profundidade do hipocentro, quantidade de energia libertada, do tipo de substrato, distância
epicentral, tipo de construção e da ocupação antrópica.

• Tende a ser maior na região epicentral. Pode ser medida na escala de Mercalli modificada.
Intensidade
I I a II III a IV IV a VI VI a VII VIII a X X ou superior

1,0 – 1,9 2,0 – 2,9 3,0 – 3,9 4,0 – 4,9 5,0 – 5,9 6,0 – 6,9 7,0 – 7,9 8,0 – 8,9 9,0 e superior
Magnitude

• Magnitude: mede a energia libertada num sismo. Cada abalo só possui um valor de magnitude.
Pode ser medida na escala de Richter.
Calcular a Magnitude

Nomograma de Richter
Sismologia

Escalas sísmicas
• Intensidade: Quando o
substrato é formado por
sedimentos soltos, em especial
os saturados em água, pode
ocorrer a liquefação dos
materiais, aumentando a
destruição associada ao sismos.

Mas, como a geosfera é


heterogénea, a frente de onda é uma
superfície curvilínea
Escala Internacional ou de Mercalli Modificada Magnitudes
(Mercalli-Sieberg, 1912, 1956) (Richter, 1935)

Grandeza Intensidade Magnitude


Conjunto de estragos ou efeitos provocados pelas Quantidade de energia libertada no foco sísmico
passagem das ondas sísmicas; modo como a (apenas 20 a 30% da energia libertada é
população percepciona as vibrações. convertida em ondas sísmicas, a restante é
perdida sob a forma de calor)

Caraterís-ticas Escala subjectiva e qualitativa Escala objectiva e quantitativa

Determina-ção Inquérito à população; Aplicação de fórmulas matemáticas


Inventário do estragos provocados pelo
sismo
Escalas de Avaliação Escala 12 termos Escala aberta, sem limite máximo
dos Sismos 9 termos (magnitude máxima atingida)

Outras Um sismo pode ter várias intensidades, Um sismo tem uma só magnitude, que é igual
dependendo de: qualquer que seja o local e a distância ao
 Distância ao epicentro epicentro.
 Natureza das rochas
 Tipo de construções

A intensidade do sismo depende da magnitude (quantidade de energia


libertada), da profundidade do foco sísmico e do tipo de rochas.
Sismologia

Escalas sísmicas
• Sismos com maior magnitude

1. Magnitude 9,5: Bio-Bio,


Chile, 1960

2. Magnitude 9,2: Sul do


Alasca, 1964

3. Magnitude 9,1: Ilha de


Sumatra, Indonésia, 2004

4. Magnitude 9,1: Japão, 2011

5. Magnitude 9,0: Kameatka,


Rússia, 1952
Sismologia

Sismos e tectónica
• Sismos intraplaca: ocorrem no interior da
placa e não estão associados aos limites
tectónicos.

• Sismos interplaca: ocorrem associados


aos limites tectónicos. São os mais comuns.

Sismos superficiais (0-70 km)


Sismos intermédios (70-300 km)
Sismos profundos (> 300 km)
Sismologia

Sismos e tectónica
• Sismos interplaca:
ocorrem associados aos
limites tectónicos. São Placa Eurasiática
Placa Norte-Americana
os mais comuns.

Placa das Placa Africana


Caraíbas Placa das
Filipinas
Placa do Pacífico

Placa
Sul-Americana Placa Indo-Australiana

Placa Antártica

Cintura Circumpacífica Cintura Afroasiática

Cintura Eurasiática Limites das placas tectónicas


Cintura
Mediterrânico-asiática
Cintura
circumpacífica

Zonas correspondentes às cristas oceânicas


Sismologia

Sismicidade em Portugal
• Os sismos que ocorrem nos Açores estão associados a limites divergentes (sismos interplaca). Na região
sul de Portugal Continental, os sismos podem estar associados ao limite entre a placa Africana e a
Eurasiática.

• Os sismos que ocorrem em Portugal Continental e na região do arquipélago da Madeira são intraplaca.

O sismo de 1755, pode ter sido originado num limite tectónico A ocorrência de diversos tsunamis em Portugal demonstra que
e causou intensa destruição em Lisboa, Alentejo e Algarve. a nossa costa é muito vulnerável, existindo planos de evacuação
em alguns concelhos.
Sistema de Falha Açores-Gibraltar
Falha activa Açores-Gibraltar

Falha Glória

Ponto triplo

Falha dorsal
do
oceano Atlântico

Banco de Goringe
Sistema de Falha
Açores-Gibraltar
Sismicidade intraplacas

Sismicidade interplacas
Carta Neotectónica
de
Portugal Continental
Epicentro do sismo de 1755
Sismo com epicentro
em Benavente
Biologia e Geologia - 2007
JAPÃO
2011
Tsunami
que ocorreu em 2004
em banda aceh
Biologia e Geologia - 2007
Biologia e Geologia - 2007
Biologia e Geologia - 2007
Biologia e Geologia - 2007
Sismologia

Previsão do risco sísmico


• Depende da monitorização
em tempo real da atividade
sísmica, em especial a
atividade associada às falhas
mais ativas, perto de regiões
densamente habitadas e
capazes de gerar os sismos
mais destrutivos.

• Estudo dos sismos históricos,


de forma a elaborar cartas de
isossistas de intensidade
máxima.
Estudo dos efeitos do sismo de 1906
gerado na falha de San Andreas.
Carta de isossistas de intensidade
máxima de Portugal continental.
Anomalias no
comportamento de
animais
Modificações na
densidade da rocha

Previsão
Variação do nível da água
em poços

Aumento de
emissão de rádon

Previsão
Ocorrência de
microssismos
Flutuações no devido às
campo magnético pequenas rupturas

Alteração da
condutividade eléctrica

Previsão
Sismologia

Prevenção do risco sísmico


• Determinação do risco sísmico;

• Elaboração de planos para atuação em situações de emergência;

• Ordenamento do território tendo em conta o risco sísmico e a construção recorrendo a técnicas antissísmicas;

Estrutura convencional Estrutura com isolamento sísmico


Abalo forte Deslizamento horizontal suave

As construções em alvenaria
foram responsáveis pela
elevada destruição do sismo
de Aquila (Itália).
Sismologia

Prevenção do risco sísmico


• Determinação do risco sísmico;

• Elaboração de planos para atuação em situações de emergência;

• Ordenamento do território tendo em conta o risco sísmico e a construção recorrendo a técnicas antissísmicas;

• Educação das populações para atuarem de forma adequada perante um sismo ou um tsunami.
Medidas preventivas

• Estudo geológico dos terrenos

Prevenir
 Construções
parassísmicas

Prevenir
Triângulo da vida

Proteger
Proteger
Sismologia

Ondas sísmicas e o estudo do interior da Terra


• O registo das ondas sísmicas permite inferir que o interior da Terra não é homogéneo.

• Ao passarem para meios com diferentes propriedades físico-químicas, as ondas sofrem reflexões e refrações.

Comportamento num
corpo homogéneo

Comportamento num
corpo heterogéneo
…uma quantidade de energia passa através desses limites sofrendo
desvio da trajetória

Refração numa superficie plana

Feixes luminosos

Tal como as ondas luminosas e sonoras, ...


...as ondas sísmicas quando encontram uma superfície de
descontinuidade modificam o comportamento, ou seja…

Reflexão numa superficie plana

…ou são refletidas das superfícies dos objetos – limites entre


materiais de diferentes densidades.
Representação de uma onda
sísmica direta, refletida e refratada.
Sismologia

Ondas sísmicas e o estudo


do interior da Terra
Descontinuidade de Mohorovicic (Moho) Manto
superior
• Separa a crusta do manto;

• Foi descoberta por Mohorovicic, quando constatou


que as estações sísmicas mais afastadas do
epicentro recebiam dois conjuntos de ondas P e S.

• O primeiro conjunto mais rápido atravessava o Descontinuidade


manto e aumentava a sua velocidade; o segundo de Moho
conjunto propagava-se apenas na crusta, a Crusta
velocidades menores.

• As rochas do manto possuem maior rigidez que as


da crusta, em resultado das elevadas pressões a
que estão sujeitas e à sua composição peridotíticas.
Mohorovicic estudou diferentes estações espalhadas pela Croácia ...

... e a explicação é ?

... a existência de uma superfície de descontinuidade


 A chegada das ondas sísmicas à estação A efectuou-se um pouco mais cedo do que o previsto.
 À estação B, as ondas sísmicas também chegaram mais cedo do que o previsto e com uma maior diferença de tempo.
 As ondas que foram registadas na estação C chegaram muito mais cedo do que o previsto, o que significa que estas ondas se
deslocaram a maior velocidade do que as ondas registadas nas estações A e B.

 A diferença existente entre estes três conjuntos de ondas foi a profundidade a que elas se deslocaram , pois a velocidade das ondas
aumenta com a profundidade.

 Na estação C, verifica-se que chegam 2 conjuntos de ondas sísmicas, as ondas P e S e as ondas P' e S'.
 As ondas P e S, chegadas em último lugar, embora tivessem vindo diretamente do epicentro até à estação C, propagaram-se a
pequena profundidade, e, por isso, a baixa velocidade e constituem as chamadas ondas diretas.
 As ondas P' e S', registadas em primeiro lugar, foram refratadas, pois encontraram materiais de composição diferente e chegaram,
por isso, indiretamente à estação C. Estas ondas deslocaram-se a maior profundidade, adquiriram uma maior velocidade e são
designadas ondas indiretas.

 Na estação A e B, próximas do epicentro, foram apenas registadas ondas diretas, enquanto na estação C, mais afastada do
epicentro, foram registadas ondas indiretas e, posteriormente, ondas diretas.
E o que é uma superfície de descontinuidade?

Descontinuidade de Mohorovicic

É uma superfície que separa 2 meios com caraterísticas físicas diferentes


Resumindo …

 As ondas sísmicas são registadas, em estações sismográficas distantes do epicentro, num espaço de tempo menor do que o esperado,
se a Terra fosse homogénea.

 Quanto maior é a distância epicentral…

 …maior é a diferença entre o tempo de chegada das ondas sísmicas e o tempo esperado para a sua chegada.
 …mais profundamente as ondas sísmicas mergulham, e maior a sua velocidade, do que se conclui que a velocidade das ondas sísmicas
aumenta com a profundidade.

 As ondas sísmicas propagam-se mais lentamente nas rochas mais quentes e menos rígidas, por isso a sua velocidade aumenta com a
com a rigidez, ou seja, com a diminuição da temperatura.

 As ondas S não se propagam em meios de rigidez nula (meio líquido), enquanto que as ondas P diminuem a sua velocidade.

 A velocidade das ondas sísmicas diminui com o aumento da densidade.

 A velocidade das ondas sísmicas aumenta com a profundidade, pelo que a rigidez, com a profundidade, aumenta mais do que a densidade.

 As ondas sísmicas podem sofrer desvios, durante o seu percurso, o que revela a existência de meios de composição diferente, isto é, a
Terra é heterogénea.

 Existem superfícies de descontinuidade reveladas pela modificação do comportamento das ondas sísmicas.
Sismologia

Ondas sísmicas e o estudo


Descontinuidade
do interior da Terra de Gutenberg
Núcleo
externo

Manto
Descontinuidade de Gutenberg inferior

• Separa o manto do núcleo externo.


Sismologia

Ondas sísmicas e o estudo


do interior da Terra

Descontinuidade de Gutenberg

• Separa o manto do núcleo externo.

• Foi descoberta por Gutenberg, ao identificar as


zonas de sombra sísmica originadas pelo facto
de o núcleo externo se encontrar líquido.
• As ondas P sofrem reflexões e refrações, originando
uma zona de sombra sísmica entre os 102° e os 143°
de distância epicentral.

• As ondas S deixam de se propagar abaixo dos 2900


km, com uma zona de sombra sísmica dos 102° aos
180° de distância epicentral).
Contributos de Oldham, Gutenberg e Lehmann
para o conhecimento da estrutura interna da Terra
Sismologia

Núcleo
Ondas sísmicas e o estudo interno
Descontinuidade
do interior da Terra Núcleo
externo de Lehmann

Descontinuidade de Lehmann

• Separa o núcleo externo do núcleo interno.

• Descoberta pela cientista Lehmann, ao verificar


que ondas P eram refletidas ao passarem para o
núcleo interno e que a sua velocidade aumentava.
Contributos de Oldham, Gutenberg e Lehmann
para o conhecimento da estrutura interna da Terra

Descontinuidade de Lehmann

Lehmann concluiu que as ondas P chocam contra "qualquer


coisa dura" a 5150 km, uma vez que se verifica um
aumento da velocidade de propagação destas ondas.

Tendo em conta que a velocidade das ondas P é maior


em meios sólidos do que em meios líquidos, é de supor
a existência de um núcleo interno no estado sólido.
A análise da velocidade das ondas S permite-nos dizer o seguinte:
• A velocidade das ondas S não é constante no interior do Globo, pelo
que não há homogeneidade na sua composição.
• A velocidade das ondas S aumenta em profundidade, exceptuando
entre os 100 e os cerca de 200 km de profundidade, em que sofre uma
diminuição da sua velocidade. Este facto significa que a rigidez do
material diminuiu, mas sem se anular.
• A velocidade das ondas S, entre os 300 e os 2900 km de
profundidade, aumenta muito lentamente.
• A velocidade das ondas S, aos 2900 km de profundidade, anula-se,
isto é, as ondas S deixam de se propagar, o que significa que a rigidez
do meio é nula, concluindo-se que o núcleo externo se apresenta no
estado líquido.
• A velocidade das ondas S é menor do que a velocidade das ondas P.
A análise da velocidade das ondas P permite-nos dizer que:
• A velocidade das ondas P segue o mesmo padrão de comportamento
das ondas S até aos 2900 km de profundidade.
• Aos 2900 km de profundidade, as ondas P sofrem um brusco e
grande decréscimo da velocidade, o que vem confirmar a hipótese da
existência de um núcleo externo líquido, a esta profundidade.
• Aos 5150 km de profundidade, a velocidade das ondas P sofre um
Comportamento de ondas P e S no
acréscimo, o que significa que o material constituinte do núcleo interior da Terra
interno se encontra no estado sólido, facto que significa o aumento
da rigidez dos materiais e, por isso, da velocidade das ondas.
Uma viagem sísmica ao centro da Terra

Camada D – Zona muito ativa e enigmática; espessura variável


entre 200 e 1000 Km;
fonte de plumas térmicas;
zona de transferência de calor para o manto.

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