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Sismologia

APRENDIZAGENS ESSENCIAIS

• Caracterizar as ondas sísmicas (longitudinais, transversais e superficiais) quanto à origem,


forma de propagação, efeitos e registo.

• Interpretar dados de propagação de ondas sísmicas prevendo a localização de


descontinuidades (Mohorovicic, Gutenberg e Lehmann).

• Relacionar a existência de zonas de sombra com as características da Terra e das ondas


sísmicas.

• Determinar graficamente o epicentro de sismos, recorrendo a sismogramas simplificados.

• Usar a teoria da Tectónica de Placas para analisar dados de vulcanismo e sismicidade em


Portugal e no planeta Terra, relacionando-a com a prevenção de riscos geológicos.
Sismologia

Sismos
Sismos ou tremores de terra são
movimentos vibratórios bruscos da
litosfera. Resultam da libertação
súbita de energia sob a forma de
calor e ondas sísmicas.
SISMOS

A origem dos sismos pode estar associada a:


▪ Atividades humanas/origem antrópica (ex:
explosões em minas);
▪ Origem natural: vulcanismo (devido à
deslocação de magma); deslizamento de terras
ou abatimento de grutas; movimentos das
placas litosféricas – sismos tectónicos.

Os sismos são objeto de estudo da sismologia,


uma disciplina da geofísica.

Microssismo – não é sentido pelas pessoas.


Macrossismo – é sentido pelas pessoas.
Termos/conceitos associados aos sismos
▪ Hipocentro ou Foco – local, no interior da Terra,
onde o sismo tem origem.
Nos sismos superficiais situa-se até aos 70 km de
profundidade; nos sismos profundos está a mais
de 300 km de profundidade. Intermédios(70 a 300
Km)

▪ Epicentro – ponto da superfície terrestre mais


próximo do hipocentro.

▪ Sismógrafos – aparelhos que registam ondas


sísmicas, produzindo sismogramas.

▪ Um sismo forte é antecedido quase sempre


por abalos mais fracos – sismos premonitórios
ou abalos premonitórios.

▪ Após um sismo há reajustamentos nos materiais


rochosos na zona da falha, o que origina pequenos
abalos – as réplicas.
Termos/conceitos
Sismologia associados aos sismos

• Hipocentro ou foco (1) 3

• Epicentro (2) 2

• Ondas sísmicas (3): propagam-se em todas


as direções e separam os materiais que estão 4
a sofrer deformação dos materiais não
deformados.
• Raio sísmico (4) - trajetória perpendicular à 1
frente de onda.
Sismologia
Sismos
• A maioria dos sismos tem origem tectónica.

• A sua origem pode ser explicada pela teoria


do ressalto elástico.

As rochas acumulam tensões/energia e


sofrem deformação elástica.

Quanto atingem o limite de elasticidade


ocorre uma rutura, com movimento dos
blocos e libertação de energia.

https://youtu.be/VzUtk_sRmZY (Sismos tectónicos)


Harry Fielding Reid (1859 —1944) ,
geofísico americano
125
Teoria do ressalto elástico

• As rochas ficam sujeitas a forças


de elevada intensidade e duração,
devido ao movimento das placas
litosféricas.
• Acumula-se uma grande quantidade
de energia.
• Quando é ultrapassado o limite Epicentro
de elasticidade da rocha ocorre rutura.
• Os blocos rochosos deslocam-se um em
relação ao outro, formando-se uma falha
e libertando-se, de forma brusca, uma
enorme quantidade de energia, sob a
forma de calor e ondas sísmicas.
• Sempre que os blocos rochosos se
Hipocentro ou foco
deslocam ao longo da falha ocorrem
novos sismos. Falha

Onda sísmica
Sismologia
Sismos

• Quando os sismos se
geram no fundo marinho,
em resultado de
movimentos que alteram
o relevo submarino,
podem gerar-se tsunamis.

• Estas ondas gigantes


apresentam elevado
poder destruidor devido à
elevada velocidade e
amplitude das suas ondas.
https://youtu.be/KB-TO5kq5Aw - TSUNAMI(ANIMAÇÃO)

https://youtu.be/41VgOZb-9aY -TSUNAMI NO JAPÃO(2011) -14’


ONDAS SÍSMICAS

As ondas geradas no hipocentro


propagam-se em todas as direções e,
quando atingem a superfície, geram
outros tipos de ondas.

▪ Ondas de profundidade, internas ou


de volume – propagam-se a partir do
hipocentro, em todas as direções. São
de dois tipos: ondas P e ondas S.

▪ Ondas de superfície – resultam da


interação das ondas de volume com a
superfície terrestre. Propagam-se à
superfície ou próximo dela. É o caso
das ondas R e L.
Sismologia
.
Ondas P (longitudinais ou primarias)

• Ondas de volume;

• Primeiras a serem registadas, uma vez


que são as mais rápidas;

• Provocam a compressão e a distensão


dos materiais, paralelamente à direção
de propagação;

• Propagam-se nos meios sólidos,


líquidos e gasosos;

• A sua velocidade aumenta com a rigidez. Direção das


ondas sísmicas

Vibração das
partículas do solo
Sismologia
Ondas S (transversais ou secundárias)

• Ondas de volume;

• Segundas a serem registadas;

• Provocam a vibração das partículas


perpendicularmente à direção de
propagação;

• Só se propagam em meios sólidos;

• A sua velocidade aumenta com


a rigidez.

Direção das
ondas sísmicas
▪ A velocidade das ondas sísmicas depende da rigidez
e da densidade dos materiais que atravessam. A Vibração das
velocidade das ondas P e S aumenta com a rigidez partículas do solo
dos materiais e diminui com a densidade.
.
Sismologia
Ondas superficiais(ondas R e ondas L

• Propagam-se apenas na
superfície da Terra;

• São as mais lentas e as últimas


a serem registadas;

• Provocam deformação intensa


dos materiais, devido à sua
elevada amplitude, sendo as Direção das
ondas sísmicas
mais destrutivas.
Vibração das
partículas do solo
Tipos de ondas sísmicas
As ondas P designam-se também
ondas longitudinais pois fazem
vibrar as partículas na direção
de propagação.

As ondas S designam-se também


ondas transversais pois fazem
vibrar as partículas perpendicular-
mente à direção de propagação.

As ondas superficiais (ondas L e R) fazem vibrar


as partículas de formas diversas, incluindo
movimentos circulares de grande amplitude. Os
danos que se verificam durante os sismos devem-se
principalmente a este tipo de ondas.
ONDAS SUPERFICIAIS (ONDAS L e R)

Apenas em meio
solido
Parâmetros de caracterização da onda sísmica
https://youtu.be/TLXBIMTux08

https://youtu.be/qQrfTS2CP4I
Sismologia

Registo sísmico
• Sismógrafo: instrumento que regista os movimentos da superfície terrestre.

Suporte Mola Suporte Mola

Cilindro
Estilete Cilindro

Peso Peso

Estilete
Sismologia

Registo sísmico

• Sismograma: registo efetuado


pelo sismógrafo.
Os geofísicos extraem muitas informações dos sismogramas.

Alguns aspetos analisados num sismograma incluem:


▪ a amplitude das ondas, que corresponde à distância a que as partículas se afastam
da sua posição de repouso;
▪ o tempo de chegada de cada onda;
▪ o intervalo de tempo entre a chegada de diferentes ondas (desfasamento).

amplitude

Sismograma
Sismologia
Registo sísmico
• Sismograma: registo efetuado pelo sismógrafo.

Permite determinar o desfasamento de chegada das ondas P e S (intervalo S-P).


Sismologia
Registo sísmico
• Sismograma: registo efetuado pelo sismógrafo.

Com base no desfasamento, é possível determinar a distância epicentral. Usando três estações
sísmicas, consegue-se determinar graficamente o epicentro.
Existe, também, uma regra empírica, válida apenas para distâncias
epicentrais superiores a 100 Km, que pode ser utilizada para
determinar a distância epicentral de um modo aproximado.

À diferença de tempo de chegada entre as ondas “P” e “S” subtrai-se


uma unidade e obtém-se a Distância Epicentral (D.E.) em milhares de
quilómetros. D. E. (em quilómetros) = [(S-P)-1] x 1000.

Por exemplo, se a diferença de tempo (S-P) for 7 minutos, então a


distância epicentral será 6000 quilómetros: D.E. = (7-1) x 1000 = 6x1000
= 6000 Km
Sismologia

• Intensidade: mede os efeitos de um sismo nas infraestruturas. O mesmo sismo possui várias intensidades.
Depende da energia libertada, do tipo de substrato e de ocupação antrópica. Tende a ser maior na região
epicentral. Pode ser medida na escala de Mercalli modificada.
Intensidade
I I a II III a IV IV a VI VI a VII VIII a X X ou superior

1,0 – 1,9 2,0 – 2,9 3,0 – 3,9 4,0 – 4,9 5,0 – 5,9 6,0 – 6,9 7,0 – 7,9 8,0 – 8,9 9,0 e superior
Magnitude

• Magnitude: mede a energia libertada num sismo. Cada abalo só possui um valor de magnitude.
Pode ser medida na escala de Richter.
Como se medem os sismos?

-Escala de Mercalli modificada.


-Escala Macrossísmica Europeia (EMS) Escala de Richter

Intensidade sísmica: Magnitude:


efeitos de um sismo nas pessoas, nos quantidade de energia libertada
objetos, na Natureza e nas construções. no hipocentro.
A determinação da intensidade baseia-se nos efeitos provocados
pelo sismo no terreno ou nos edifícios.

Exprime-se numa tabela de doze graus - a Escala Macrossísmica


Europeia.
Escala Macrossísmica Europeia

Não sentido Escassamente sentido Fraco

Amplamente observado Forte Ligeiramente danificante


Escala Macrossísmica Europeia (cont.)

Danificante Muito danificante Destrutivo

Muito destrutivo Devastador Completamente devastador


Sismologia

Escalas sísmicas

• Intensidade: Quando o
substrato é formado por
sedimentos soltos, em especial
os saturados em água, pode
ocorrer a liquefação dos
materiais, aumentando a
destruição associada ao sismos.
Mediante a análise dos relatos de testemunhas e dos danos
causados, podemos determinar a intensidade verificada em cada
local e traçar cartas de isossistas.

As isossistas são linhas que unem pontos do terreno onde o


sismo ocorreu com a mesma intensidade.
Sismologia

Mapa de isossistas do terramoto de Lisboa de 1755.


Escalas sísmicas
A magnitude avalia um sismo em função da quantidade de energia libertada no
hipocentro, sendo determinada pela máxima amplitude das ondas sísmicas registadas
nos sismogramas, para distâncias conhecidas entre o hipocentro e a estação sísmica.
É uma grandeza numérica que aumenta à medida que aumenta a quantidade de
energia libertada no foco.

Para calcular a quantidade de energia libertada no foco utiliza-se a Escala de


Magnitude de Richter.
A relação entre a magnitude (M) e a energia (E) libertada num sismo, expressa em
Joules, pode ser calculada pela equação:
A magnitude relaciona-se com a quantidade de energia libertada no foco de um sismo.

M= log (A/T) + D
A=Amplitude T= Período
D = constante que depende da distância entre a estação sismológica e o epicentro do sismo.

Baseia-se no estudo de sismogramas e é determinada utilizando-se a escala de Richter.


Sismologia

Escalas sísmicas
• Sismos com maior magnitude

1. Magnitude 9,5: Bio-Bio,


Chile, 1960

2. Magnitude 9,2: Sul do


Alasca, 1964

3. Magnitude 9,1: Ilha de


Sumatra, Indonésia, 2004

4. Magnitude 9,1: Japão, 2011

5. Magnitude 9,0: Kameatka,


Rússia, 1952
Liquefação
Quando o epicentro de um sismo
se localiza em áreas constituídas
por sedimentos saturados em
água e com fraca capacidade de
drenagem, pode ocorrer a sua
liquefação.

Os sedimentos, devido à vibração


sísmica, perdem a sua coesão e
resistência ao corte comportando-
se, então, como um fluido.

-Processo de liquefação devido à vibração sísmica


Sismos e tectónica de placas

Os sismos localizados
nos limites entre placas
litosféricas designam-se
sismos interplacas.

Os sismos intraplacas
são menos frequentes
e estão geralmente
relacionados a
falhas ativas.

Vulcões ativos
Sismos
Limites de placas
Sismologia

Sismos e tectónica de placas


• Sismos interplaca: ocorrem associados
aos limites tectónicos. São os mais comuns.

• Sismos intraplaca: ocorrem no interior da


placa e não estão associados ,
frequentemente, a falhas ativas.

Sismos superficiais (0-70 km)


Sismos intermédios (70-300 km)
Sismos profundos (> 300 km)
.
Sismos e tectónica de placas

-Distribuição dos epicentros (·) de 30 000 sismos, registados num período de 6 anos.
Profundidade do foco sísmico em diferentes contextos tectónicos
.
Sismologia

Sismos e tectónica

• Sismos interplaca:
ocorrem associados aos
limites tectónicos. São Placa Eurasiática
Placa Norte-Americana
os mais comuns.

Placa das Placa Africana


Caraíbas Placa das
Filipinas
Placa do Pacífico

Placa
Sul-Americana Placa Indo-Australiana

Placa Antártica

Cintura Circumpacífica Cintura Afroasiática

Cintura Eurasiática Limites das placas tectónicas


Sismicidade interplaca .

MOVIMENTO DE APROXIMAÇÃO
MOVIMENTO DE APROXIMAÇÃO SUBDUCÇÃO ENTRE PLACAS
ENTRE UMA PLACA OCEÂNICA E
ENTRE PLACAS CONTINENTAIS OCEÂNICAS
UMA PLACA CONTINENTAL

MOVIMENTO DE AFASTAMENTO MOVIMENTO DE AFASTAMENTO MOVIMENTO HORIZONTAL


DE PLACAS OCEÂNICAS DE PLACAS CONTINENTAIS ENTRE PLACAS
SISMICIDADE E TECTÓNICA EM PORTUGAL
Portugal, no contexto da tectónica de placas, situa-se na placa Euro-Asiática, limitada a sul pela falha
Açores-Gibraltar (FAG) que corresponde à fronteira entre as placas euro-asiática e africana e a oeste pela
dorsal do oceano Atlântico.

O movimento das placas caracteriza-se pelo deslocamento para Norte da Placa Africana e pelo movimento
divergente de direcção E-W na dorsal atlântica.
Sismologia
Sismicidade em Portugal
• Os sismos que ocorrem nos Açores estão associados a limites divergentes (sismos interplaca).

• Na região sul de Portugal Continental, os sismos podem estar associados ao limite entre a placa Africana e a
Eurasiática.

• Os sismos que ocorrem em Portugal Continental e na região do arquipélago da Madeira são intraplaca.

A ocorrência de diversos tsunamis em Portugal demonstra que


O sismo de 1755, pode ter sido originado num limite tectónico a nossa costa é muito vulnerável, existindo planos de evacuação
e causou intensa destruição em Lisboa, Alentejo e Algarve. em alguns concelhos.
Sismicidade em Portugal

- Principais zonas sismogénicas com influencia na margem sudoeste(SW) da Península Ibérica.


SISMICIDADE EM PORTUGAL CONTINENTAL
Previsão do risco sísmico

EXISTE PREVISÃO SÍSMICA?


A previsão sísmica entendida como o ato de prever um sismo de modo a que
se possam salvaguardar pessoas e bens, dentro de um prazo curto (horas ou
poucos dias) não foi ainda descoberta.

Não são reconhecidas variações de parâmetros simples ou conjuntos de


parâmetros que permitam, por si só, estabelecer com certeza uma previsão
quando, onde e com que magnitude vão ocorrer sismos
AUTORIDADE NACIONAL DE EMERGÊNCIA E PROTEÇÃO CIVIL

http://www.prociv.pt/pt-pt/Paginas/default.aspx
Página 93

➢Responsável pela minimização e prevenção do risco sísmico


em Portugal, definindo planos de ação e auxílio e garantindo
a sua divulgação junto da população.
Previsão do risco sísmico vídeo

• Depende da monitorização em tempo real da atividade sísmica, em especial a atividade associada às falhas
mais ativas, perto de regiões densamente habitadas e capazes de gerar os sismos mais destrutivos.

A falha de San Andreas atravessa zonas urbanas com milhões de pessoas, sendo das mais estudas a nível global.
Sismologia

Previsão do risco sísmico

• Depende da monitorização em tempo real


da atividade sísmica, em especial a
atividade associada às falhas mais ativas,
perto de regiões densamente habitadas e
capazes de gerar os sismos mais
destrutivos.
• Estudo dos sismos históricos, de forma a
elaborar cartas de isossistas de
intensidade máxima.

Carta de isossistas de intensidade máxima de Portugal


continental.
vídeo
Prevenção de risco sísmico
1 – Falhas ativas e
1 2 3
prováveis em Portugal
continental.

2 – Mapa de intensidades
máximas históricas para
Portugal continental.

3 – Mapa das zonas


sísmicas de Portugal
continental, desde a
perigosidade mais elevada
(A) até à menor (D).

Para as diferentes regiões do país, os geofísicos reúnem dados acerca do contexto tectónico,
das falhas ativas conhecidas e das intensidades dos sismos conhecidos.
Esse cruzamento de dados permite tomar medidas de prevenção adequadas.
Prevenção de risco sísmico

Zonagem sísmica
Continente – O mapa mostra maior perigosidade sísmica a sul e
sudoeste do território, em grande parte porque a falha Açores-
Gibraltar (um limite conservativo entre placas) se situa a sudoeste
do Cabo de São Vicente.

Açores – As ilhas do arquipélago são incluídas na zona A, com


exceção das ilhas das Flores e do Corvo, que são incluídas na zona
D. Estas duas ilhas, ao contrário das restantes, estão mais
afastadas do ponto triplo, designação atribuída ao ponto de
confluência das placas Euroasiática, Africana e Norte-americana.

Madeira – As suas ilhas incluem-se na zona D, uma vez que


o arquipélago se situa no interior da placa Africana.

Mapa das zonas sísmicas de Portugal


continental, desde a perigosidade mais
elevada (A) até à menor (D).
Sismologia
Prevenção do risco sísmico

• Determinação do risco sísmico;


• Elaboração de planos para atuação em situações de emergência;
• Ordenamento do território tendo em conta o risco sísmico e a construção recorrendo a técnicas
antissísmicas;

Estrutura convencional Estrutura com isolamento sísmico


Abalo forte Deslizamento horizontal suave

As construções em
alvenaria foram
responsáveis pela elevada
destruição do sismo de
Aquila (Itália).
https://youtu.be/EM09RQOnZS8
Sismologia
Prevenção do risco sísmico

• Determinação do risco sísmico;

• Elaboração de planos para atuação em situações de emergência;

• Ordenamento do território tendo em conta o risco sísmico e a construção recorrendo a técnicas antissísmicas;

• Educação das populações para atuarem de forma adequada perante um sismo ou um tsunami.
Resumindo….
Ondas sísmicas e o estudo do interior da Terra
Sismologia

Ondas sísmicas e o estudo do interior da Terra

• O registo das ondas sísmicas permite inferior que o interior da Terra não é homogéneo.

• Ao passarem para meios com diferentes propriedades físico-químicas, as ondas sofrem reflexões e
refrações.
Dados de propagação de ondas sísmicas e profundidade das descontinuidades da geosfera

Definem-se três formas de desenvolvimento de uma onda


sísmica:

(1) ONDA DIRETA – onda sísmica inicial, com origem no foco,


que emerge na superfície sem
interagir com qualquer superfície de descontinuidade do
interior da geosfera;

(2) ONDA REFLETIDA – é uma nova onda, formada


numa superfície de descontinuidade, ou
seja, não tem origem no foco, que se pro-
paga em sentido contrário e no mesmo meio
em que a onda inicial se estava a propagar;

(3) ONDA REFRATADA – é a onda transmitida para


o segundo meio, numa superfície de descontinuidade (ou seja,
também não tem origem no foco mas sim na superfície da
descontinuidade).
DESCONTINUIDADES INTERNAS DA GEOSFERA REVELADAS
PELA SISMOLOGIA
Por que motivo as trajectórias dos raios sísmicos através da
Terra são curvilíneas?
.

➢ A velocidade das ondas sísmicas aumenta


com a rigidez dos materiais e diminui
proporcionalmente à sua densidade.

➢ A densidade dos materiais terrestres aumenta com


a profundidade.

Se a velocidade de propagação das ondas sísmicas é tanto maior


quanto mais profundamente elas mergulham, tem de concluir-se
que a rigidez aumenta muito mais com a profundidade do que a
Trajectória curvilínea dos raios sísmicos
densidade.
➢ As ondas refractadas, ao atravessarem materiais com diferentes características,
experimentam desvios na direcção e modificações na velocidade.
,

➢ Devido a refracções contínuas, a trajectória dos raios sísmicos não é rectilínea, mas sim
arqueada na direcção da superfície terrestre, uma vez que a velocidade aumenta com a
profundidade.

REFLEXÃO E REFRACÇÃO
Sismologia

Ondas sísmicas e o estudo do interior da Terra

Zona de sombra
• O registo das ondas sísmicas das ondas P
permite inferir que o interior
da Terra não é homogéneo. Hipocentro

Núcleo

Manto

Descontinuidade
de Gutenberg
.

Ondas sísmicas e o estudo do interior da Terra

Durante a sua expansão, a partir do seu ponto de origem(foco), uma frente de


onda sísmica encontra zonas de separação entre meios com propriedades
elásticas distintas (rigidez, incompressibilidade e densidade).

Esta zona de separação designa-se descontinuidade e, no interior da geosfera,


definem-se três:
• entre a crusta e o manto, descontinuidade de Mohorovicic;
• entre o manto e o núcleo externo, descontinuidade de Gutenberg;
• entre o núcleo externo e o núcleo interno, descontinuidade de Lehmann.
Descontinuidade de Mohorovicic (MOHO)

A onda B (refratada) atinge a estação sismográfica mais rapidamente do que a onda A (direta) porque a velocidade
de propagação no manto é superior.
.

MANTO
35 a 40 km

• As ondas sísmicas que atingem essa superfície reflectem-se ou refractam-se.


• As que se refractam no manto aumentam a sua velocidade (passa de 6km/s
para 8 km/s para as ondas P, o que denuncia uma constituição diferente).
Sismologia
Descontinuidade de
Mohorovicic (Moho)

• Separa a crusta do manto;


Manto
• Foi descoberta por Mohorovicic, quando constatou superior
que as estações sísmicas mais afastadas do
epicentro recebiam dois conjuntos de ondas P e S.
• O primeiro conjunto mais rápido atravessava o
manto e aumentava a sua velocidade; o segundo
conjunto propagava-se apenas na crusta, a
Descontinuidade
velocidades menores. de Moho

• As rochas do manto possuem maior rigidez que as Crusta


da crusta, em resultado das elevadas pressões a
que estão sujeitas e à sua composição
peridotíticas.
Sismologia

Ondas sísmicas e o estudo


Descontinuidade
do interior da Terra de Gutenberg
Núcleo
externo

Manto
Descontinuidade de Gutenberg inferior

• Separa o manto do núcleo externo.


.

Descontinuidade de Gutenberg

• Separa o manto do núcleo externo.


Zona de sombra
• Foi descoberta por Gutenberg, ao identificar as das ondas P

zonas de sombra sísmica originadas pelo facto


de o núcleo externo se encontrar liquido. Hipocentro

• As ondas S deixam de se propagar abaixo dos 2900


km, com uma zona de sombra sísmica dos 102 ° aos
180 ° de distância epicentral).
Núcleo
• As ondas P sofrem reflexões e refrações, originando
uma zona de sombra sísmica entre os 102 ° e os 142 ° Manto

de distância epicentral.
Descontinuidade
de Gutenberg
Descontinuidade de Gutenberg
• O alemão Beno Gutenberg determinou a
dimensão do núcleo terrestre, depois
de observar que, para cada sismo, existe um
setor da superfície terrestre onde é impossível
registar ondas sísmicas diretas.

• Gutenberg designou esta faixa da superfície


terrestre, onde os sismogramas não
registam atividade sísmica significativa
durante um terramoto, por zona de sombra
sísmica, que se localiza à distância angular
de 103° a 142° do epicentro de cada sismo,
ou à distância quilométrica de 11 459 a 15
798 km (1° corresponde a
aproximadamente 111,25 km).
• Nas estações sismográficas
situadas a menos de 11 459 km (103º) do
epicentro são registadas ondas P e S diretas.

• Para as estações situadas entre 11 459 km


(103º) e 15798 km (142º) de distância do
epicentro existe uma zona de sombra
sísmica caracterizada pela ausência de
receção de ondas P e S diretas,desviadas
por reflexão e refração, segundo ângulos
constantes, no contacto com o núcleo.

• A partir dos 15 798 km de distância do


epicentro, registam-se ondas sísmicas
internas refratadas, que atravessaram o
núcleo, e ondas refletidas.

Zona de sombra e descontinuidade de Gutenberg


Sismologia

Núcleo
Ondas sísmicas e o estudo interno
Descontinuidade
do interior da Terra Núcleo
externo de Lehmann

Descontinuidade de Lehmann

• Separa o núcleo externo do núcleo interno.

• Descoberta pela cientista Lehmann, ao verificar


que ondas P eram refletidas ao passarem para o
núcleo interno e que a sua velocidade aumentava.
Descontinuidade de Lehmann
Em 1936, a dinamarquesa Inge Lehmann, analisando registos sismográficos, concluiu que as ondas P chocam
contra “qualquer coisa dura” a 5150 km, uma vez que se verifica um aumento da velocidade de propagação
destas ondas. Tendo em conta que a velocidade das ondas P é maior em meios sólidos do que em meios líquidos,
é de supor a existência de um núcleo interno no estado sólido.
À fronteira entre o núcleo externo fluido e o núcleo interno sólido dá-se o nome de descontinuidade de
Lehmann.

A trajetória e a velocidade das ondas 4, 5 e 6 é condicionada pela reflexão e refração na transição para
o núcleo interno.
VELOCIDADE DAS ONDAS SÍSMICAS

.
ZONA DE BAIXA VELOCIDADE
.

ASTENOSFERA

Nesta zona dá-se um abaixamento da


velocidade das ondas, o material deve ser
menos rígido, menos elástico e mais plástico
que a litosfera e o manto superior.
Estrutura interna da Terra

O estudo das ondas sísmicas permitiu:


▪ perceber que existem camadas com diferentes características no interior da Terra;
▪ localizar as descontinuidades que marcam a transição entre diferentes camadas;
▪ caracterizar as diferentes camadas.

Modelo Modelo
geoquímico geofísico
ESTRUTURA INTERNA DA GEOSFERA

MODELO SEGUNDO A COMPOSIÇÃO


ESTRUTURA INTERNA DA GEOSFERA

CRUSTA
COMPOSIÇÃO DA GEOSFERA Continental – rochosa do tipo granítica (silício e
alumínio – sial) 20-70 km
Oceânica – rochosa do tipo basáltica (silício e
magnésio – sima) 5-10 km

MANTO
Rochosa do tipo peridotítica (ferro e magnésio –
fema) 5-70/660 km; 660-2891 km

NÚCLEO
Composição metálica (níquel e ferro – nife)
2891-5150 km; 5150-6371 km
ESTRUTURA INTERNA DA GEOSFERA

MODELO SEGUNDO A COMPOSIÇÃO E PROPRIEDADES FÍSICAS


MODELO SEGUNDO A COMPOSIÇÃO E PROPRIEDADES FÍSICAS

LITOSFERA (0-220 km)


Sólida e rígida
ASTENOSFERA (220-410 km)
Sólida, mas menos rígida e
deformável
MESOSFERA (410-2891 km)
Rígida
ENDOSFERA (2891-6371 km)
NÚCLEO EXTERNO
Líquido
NÚCLEO INTERNO
Sólido

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