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Histórias associadas à

ocorrência de sismos

Segundo a mitologia hindu, a Terra era


sustentada por seis fortíssimos elefantes,
quando algum deles se cansava,
agachava-se, sacudia-se e abanava a
cabeça, produzindo os terramotos.
Histórias associadas à
ocorrência de sismos
Os Chineses consideravam que a Terra
era suportada por uma boi que,
depois de uma longa corrida, mudava
subitamente o peso de um lado para o
outro.
Histórias associadas à
ocorrência de sismos
Os japoneses pensavam que a Terra
flutuava num mar infinito,
que de vez em quando, devido a uma
serpente dragão,
dava uma forte rabanada e tremia o solo.
O que é um sismo?

Movimento brusco e vibratório da superfície terrestre,


associado à libertação súbita de grandes quantidades
de energia transmitida em todas as direções, sob a forma
de ondas elásticas.

Os sismos podem ser:

Impercetíveis ao Homem

Microssismos Macrossismos
Percetíveis ao Homem
Sismos superficiais 0 – 70 Km

Sismos intermédios 70 – 300 Km

Sismos profundos 300 – 700 Km


Diferença entre...
Abalos premonitórios
Antes do
ou
sismo principal
preliminares

Após o
sismo principal
Réplicas

Causas dos sismos:


a) Sismos naturais
b) Sismos artificiais
c) Sismos tectónicos
Sismos de colapso
Sismos vulcânicos
As causas mais frequentes dos sismos são as causas
tectónicas, ou seja, os sismos que estão associados às
zonas de fronteiras entre placas litosféricas

Nas zona de fronteira das placas litosféricas ou próximas desta, as


rochas estão sujeitas à ação contínua de forças.
Distribuição
sísmica
Atuam determinadas forças

Forças compressivas Forças distensivas


Forças de cisalhamento
Falhas
Falhas
As rochas sob a ação de tensões
elevadas podem ter um comportamento
elástico ou plástico.
Falhas

A energia só é libertada se ocorrer fratura e


deslocamento do material rochoso
Tensão

Acumulação de
energia potencial

Fratura e libertação da
energia acumulada
As rochas estão sujeitas à
ação continua de forças.

Consequências das tensões acumuladas:

Deformação das rochas e acumulação


de energia na zona de deformação.

Quando as tensões ultrapassam o limite de plasticidade dos materiais:

Ocorre a fractura e a deslocação dos


blocos rochosos em sentidos opostos
(ressalto elástico) ao longo do plano
de falha (falha activa).

A energia acumulada nesse plano


liberta-se de forma súbita.
Falha de Santo André

A ocorrência de sismos está associada a falhas ativas.

A energia sísmica só é libertada se ocorrer fratura e a


deslocação do material rochoso ou (já existindo a falha)
sempre que ocorrer movimentações em sentidos opostos ao
longo do plano de falha.
Dependendo do tipo de forças, distensivas, compressivas e
cizalhantes, as falhas podem ser:

Sempre que ocorre a deslocação dos blocos ao longo do plano de falha a energia
acumulada liberta-se de forma súbita e repentina
Como se propagam os sismos?
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A energia sísmica
dispersa-se, a partir do
foco ou hipocentro, em
todas as direções e
sentidos.

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3

A energia libertada no foco provoca a vibração das partículas que


constituem os materiais rochosos a vibrarem.
Essas vibrações propagam-se sucessivamente às outra partículas,
originando ondas sísmicas.
As vibrações produzidas nas rochas
sólidas podem ser comparadas com
a formação de ondas na água.

in http://www.thetech.org/exhibits_events/online/quakes/waves
Como se propagam as ondas
sísmicas?

As frentes de onda são definidas


pelo conjunto de pontos na mesma
fase vibração e, no fundo, separam as
partículas que já entraram em
vibração das que ainda não vibraram

Em zonas homogéneas, a frente de onda


é uma superfície esférica perfeita.

Mas, como a geosfera é heterogénea, a frente de


onda é uma superfície curvilínea
Ondas Sísmicas
podem ser

Ondas Profundas Ondas Superfíciais

Ondas P Ondas S

Ondas de L Ondas de R
Ondas profundas ou
de volume
Ondas P, Primárias,
Longitudinais ou de
Compressão
Caraterizadas pela vibração das partículas
paralelamente à direção de propagação.

A propagação produz-se por impulsos alternados de


compressão e de distensão através das rochas,
havendo variação do volume do material.

in http://www.thetech.org/exhibits_events/online/quakes/waves/p&s_waves.html

Simulação do movimento das partículas na


propagação das ondas P
Ondas P
Propagam-se em meios sólidos, líquidos e
gasosos
Têm maior velocidade - 6 Km/seg

Alteração do volume

http://www.geology.sdsu.edu/visualgeology/geology101/seis_frames.
htm

Simulação do movimento das partículas na


propagação das ondas P e seus efeitos nas estruturas.
Ondas S, Secundárias,
ou Transversais
Caraterizadas pela vibração vertical das partículas,
num plano perpendicular à direção de propagação.
A propagação provoca uma mudança de forma do
material, mas não do volume.

http://www.thetech.org/exhibits_events/online/quakes/waves/p&s_waves.html

Simulação do movimento das partículas na propagação


das ondas S
Ondas S
Propagam-se apenas em meios sólidos.
Têm menor velocidade – 4Km/seg.

Alteração da forma do
material, mas não do volume

http://www.geology.sdsu.edu/visualgeology/geology101/seis_
frames.htm

Simulação do movimento das partículas na propagação


das ondas S e seus efeitos nas estruturas.
Ondas de superfície
Ondas Superfíciais
Propagam-se ao longo da superfície do globo e
resultam de interferências de ondas do tipo P e do
tipo S com a superfície da geosfera.
São responsáveis pela maior parte das destruições
quando ocorre um sismo.

http://www.exploratorium.edu/faultline/activities/slinky_activity.html

Simulação do movimento das partículas na


propagação das ondas Superficiais
Ondas de Love ou L
As partículas vibram horizontalmente, numa
direcção perpendicular à direção de propagação da
onda.
Velocidade constante (como se
deslocam à superfície não têm de atravessar
meios com diferentes caraterísticas)

Lenta e de grande amplitude


Ondas de Rayleigh ou R
As partículas descrevem um movimento elíptico,
num plano perpendicular à direção de
propagação, provocando no solo ondulações
semelhantes às ondas marinhas.

Velocidade constante (como se deslocam à


superfície não têm de atravessar meios com diferentes
caraterísticas)

Lenta e de grande amplitude

http://www.geology.sdsu.edu/visualgeology/geology101/seis_frames.htm

Simulação do movimento das partículas na propagação das


ondas Superficiais e seus efeitos nas estruturas.
Como se detetam e registam
os sismos?

Os movimentos do solo provocados pelas ondas


sísmicas podem ser registados em aparelhos
especializados, chamados sismógrafos, e o registo
obtido denomina-se sismograma.

in http://geocities.yahoo.com.br/saladefisica5/leituras/terremoto.htm
Como funciona um
Sismógrafo?
Os movimentos verticais (ondas S) são
registados pelos sismógrafos cuja massa
está ligada à estrutura por um braço.

Sismógrafo
vertical

in http://geocities.yahoo.com.br/saladefisica5/leituras/terremoto.htm
Os movimentos horizontais do solo podem ser
registados suspendendo a massa inerte por uma mola.

Sismógrafo
horizontal

in http://geocities.yahoo.com.br/saladefisica5/leituras/terremoto.htm
Numa estação sismográfica existem
3 sismógrafos:

Um que regista os movimentos verticais;


Um que regista os movimentos horizontais na
direção N-S;
Um que regista os movimentos horizontais na
direção E-O.
análise de um sismograma

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Desfazamento

Período
(tempo duma oscilação)

Amplitude
Distância máxima em relação
à posição de repouso

Frequência: nº de oscilações num dado intervalo de tempo


Método para determinação do
epicentro de um sismo utilizando um
gráfico (distância ao epicentro/tempo)
DE = [(S – P) -1] x 1000 km,
Para distâncias epicentrais superiores a100 km

Quanto maior a distância epicentral maior o intervalo (S – P)


Método gráfico para
determinação do epicentro
Correspondência das distâncias
calculadas à escala da carta: de um sismo
D.E. x 1cm
nº de Km
(correspondentes a 1cm na carta)
Intensidade sísmica
e
Magnitude
A intensidade varia com:

Profundidade do hipocentro

Constituição do solo

Distância epicentral Tipo de construção

Quantidade de energia libertada


Escala de Mercalli

Permite avaliar a
intensidade sísmica, através do
grau de destruição dos edifícios e
os efeitos sobre os terrenos
e a população
Escala de Mercalli modificada

A escala é composta por 12 graus de intensidade que variam entre I


(impercetível) até XII (danos quase totais), em que a cada número se
associa um grupo descritivo de efeitos.
Resultou da necessidade de uniformizar várias escalas existentes
considerando nos seus critérios de avaliação de efeitos, 5 classes de danos
nas construções e 4 tipologias de construção.
Carta de isossistas

Isossistas  Analisam-se inquéritos feitos às populações e traçam-se


isossistas
 Analisa-se, também, a natureza das rochas que
compõem o solo.
Ex. é mais fácil um edifício ruir se for construído sobre areia do que em
rocha sólida
Escala de magnitudes de Richter

Permite estimar a quantidade


de energia libertada no foco de
um sismo,através dos dados
do sismograma
Escala de
Magnitudes (0-9)
Calcular a Magnitude
Nomograma de Richter
Relação entre magnitude/intensidade sísmica/efeitos
Escala Internacional ou de Mercalli Magnitudes
Modificada (Richter, 1935)
(Mercalli-Sieberg, 1912, 1956)
Grandeza Intensidade Magnitude
Conjunto de estragos ou efeitos Quantidade de energia libertada
provocados pelas passagem das no foco sísmico
ondas sísmicas; modo como a (apenas 20 a 30% da energia
população percepciona as libertada é convertida em ondas
vibrações. sísmicas, a restante é perdida
sob a forma de calor)
Caraterís- Escala subjectiva e qualitativa Escala objectiva e quantitativa
ticas
Determina- Inquérito à população; Aplicação de fórmulas
ção Inventário do estragos matemáticas
provocados pelo sismo
Escalas de Escala 12 termos Escala aberta, sem limite
Avaliação máximo
9 termos (magnitude máxima
dos Sismos atingida)
Outras Um sismo pode ter várias Um sismo tem uma só
intensidades, dependendo de: magnitude, que é igual qualquer
 Distância ao epicentro que seja o local e a distância ao
 Natureza das rochas epicentro.
 Tipo de construções

A intensidade do sismo depende da magnitude


(quantidade de energia libertada), da profundidade do
foco sísmico e do tipo de rochas.

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