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Sumário
1 Introdução ............................................................................................................................. 3
2 Noções básicas de monitoramento florestal com Radar Orbital .......................................... 4
2.1 Radar orbital: história e princípio de funcionamento ................................................... 4
2.1.1 O Radar de Abertura Sintética (SAR) ..................................................................... 4
2.1.2 Funcionamento do Radar SAR orbital ................................................................... 5
2.1.3 Bandas de aquisição .............................................................................................. 6
2.1.4 Imagens radar e tipos de reflexão ......................................................................... 6
2.2 Resposta radar Na floresta ............................................................................................ 9
2.3 Mosaicos multitemporais ............................................................................................ 12
2.4 O programa Copernicus e os Satélites Sentinel .......................................................... 13
3 Introdução ao Google Earth Engine .................................................................................... 16
3.1 Princípio de funcionamento ........................................................................................ 16
3.2 O Edito de Código do GEE ........................................................................................... 17
3.3 Exemplos de utilização ................................................................................................ 18
3.3.1 Remoção de nuvens de imagens óticas .............................................................. 18
3.3.2 Calculo de relevo, hillshade, declividade, etc ..................................................... 18
3.3.3..................................................................................................................................... 18
3.3.4 Busca e download de imagens de satélite .......................................................... 18
3.4 Para saber mais ........................................................................................................... 19
4 Utilização do Script SIRAD ................................................................................................... 20
4.1 Inicialização do Script .................................................................................................. 20
4.2 Primeiros passos: navegação e recálculo de mosaico................................................. 22
4.3 Principais funcionalidades ........................................................................................... 22
4.3.1 Cálculo do mosaico e ajuste de datas ................................................................. 22
4.4 Funcionalidades auxiliares .......................................................................................... 23
4.4.1 Tipos de visualização ........................................................................................... 23
4.4.2 Filtro Lee .............................................................................................................. 23
4.5 Bases de referencia ..................................................................................................... 23
4.6 Mapeamento de desmatamento e alterações na floresta ......................................... 24
4.7 Exportação de polígonos mapeados ........................................................................... 25
4.8 Exportação dos mosaicos ............................................................................................ 27
4.9 Para terminar: dicas de utilização ............................................................................... 28
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Apostila SIRAD - Sistema de Indicação Radar de Desmatamento
1 INTRODUÇÃO
O Sistema de indicação radar de desmatamento (SIRAD) é uma ferramenta baseada no sistema
Google Earth Engine, e permite que o usuário possa explorar qualquer região da Amazônia,
visualizando imagens do satélite Sentinel-1, já processadas e prontas para determinar mudanças
na cobertura florestal. Também permite visualizar outras informações de suporte, como limites
de áreas protegidas, polígonos PRODES e imagens óticas.
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Apostila SIRAD - Sistema de Indicação Radar de Desmatamento
Justamente, é esse sistema o que é utilizado nas plataformas orbitais (satélites). A antena
embarcada emite energia em uma determinada frequência e recebe a energia refletida, que
depois de processada, informa sobre as características de uma banda muito estreita de terreno.
A medida que o satélite se desloca na atmosfera, vai ‘varrendo’ a superfície da terra, gerando
assim o imageamento completo da superfície terrestre.
Para obter informações precisas sobre a posição de cada feição, o aparelho deve visar
lateralmente (porque? Tente adivinhar), conforme o esquema a seguir:
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Apostila SIRAD - Sistema de Indicação Radar de Desmatamento
Conforme mostra a ilustração, é possível situar cada feição computando o tempo de retorno
do sinal, da mesma forma que o morcego determina a distância a uma parede escutando o eco
da sua vocalização.
Fonte: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=53176262
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Fonte:
curso SAR/DPI
Cada banda tem características próprias. É correto dizer que, quanto maior o comprimento de
onda, maior é a penetração da mesma, menos sensível às nuvens e menos resolução tem a
imagem resultante. Assim, os satélites que usam a banda X tem uma resolução bem elevada,
mas podem sofrer interferências em situações de muita nebulosidade. Já a banda P é muito útil
para determinar características do solo, mas é menos sensível à vegetação e possui uma
resolução inferior.
Chamamos retroespalhamento à energia que volta para antena após ser refletida pelo terreno.
Em termos simples, as características mais importantes do terreno que determinam o
retroespalhamento são:
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Figura 4 - Efeito da umidade após uma forte chuva no sinal radar retroespalhado numa floresta. Fonte: curso
SAR/DPI
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Nela é confrontada uma imagem Landsat (a) com uma imagem Radar (b), especificamente do
satélite JERS-1. É obvia a diferença entre a quantidade de informações presentes em uma e outra
imagem. A princípio, seria mais vantajoso usar a imagem Landsat, mas tem alguns elementos
que merecem ser considerados:
1) A imagem Radar não é influenciada por nuvens, conforme podemos ver em diferentes
pontos das imagens apresentadas. Isso é uma vantagem enorme na Amazônia, em que
muitos lugares permanecem cobertos por nuvens a maior parte do ano.
2) A imagem radar tem muitas características que não podemos visualizar diretamente,
que podem ser tratadas e utilizadas na interpretação, como a polarização das ondas.
Para entender como que a imagem radar mostra uma floresta, precisamos avaliar os tipos de
reflexão no meio florestal:
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Igualmente, a remoção da floresta muda a textura da superfície do solo, o que ocasiona uma
alteração (normalmente diminuição, mas não sempre) do retroespalhamento da parte
desmatada. É possível então detectar desmatamento com imagens de radar, permanecendo
atento à aparição de reflexões fortes e fracas conjuntamente e a alterações no
retroespalhamento das áreas compreendidas entre as mesmas.
Alagamento: quando uma área é alagada, a mudança da reflexão de tipo difusa a reflexão
especular provoca uma diminuição muito evidente do sinal (veja figura a seguir).
Figura 7 - Enchimento do reservatório da UHE Belo Monte (Altamira, PA). A primeira imagem é de janeiro de 2016. A
segunda é um promédio das imagens do segundo semestre de 2016, uma vez terminado o enchimento do reservatório.
Observar como o alagamento provoca uma queda brutal no sinal.
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Figura 8 – Detelhe de mosaico multitemporal do reservatório intermediário da UHE Belo Monte, composto pelas
mesmas imagens apresentadas na figura anterior para os canais vermelho (p1) e verde (p2), e uma posterior (p3) para
o canal azul. A cor vermelha denota a queda no retroespalhamento provocada pelo enchimento do reservatório. A cor
amarela mostra a diminuição da vazão na região da Volta Grande do Xingu entre p2 e p3, provocada justamente pelo
desvio do Xingu.
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Figura 9 - Mosaico multitemporal da região de Novo Progresso (PA). As cores mostram mudança na cobertura dos
pastos da região.
Os mosaicos multitemporais são ferramentas muito úteis para determinar visualmente se houve
modificações no dossel florestal de uma determinada região. A experiência do interprete
permite atribui a cada cor um tipo de mudança, em um determinado período.
Seguindo o exemplo da NASA, a ESA abriu completamente o acesso a todos os dados dos
satélites Sentinel, e é possível baixar todos os dados produzidos diariamente pelos satélites.
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Figura 10 - Cobertura global do sistema Sentinel-1 válida a partir de maio de 2017. Fonte:ESA
Podemos ver que o Brasil é coberto, atualmente, a cada 12 dias, em trajetórias descendentes,
isto é, orbitas norte a sul.
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Figura 12 - Modos de aquisição de imagem do satélite Sentinel-1. Atualmetne o Brasil é coberto pelo modo
Interferometric Wide Swath (IW).
No nosso caso, iremos trabalhar com o modo IW em full resolution, isso implica uma resolução
de 20x22 metros e um ‘swath’ (área imageada de uma vez) de 250 km.
Atenção!
Por questões técnicas (obliquidade das visadas), o pixel das imagens Sentinel-1 GRD-IW (o modo
mais usual) tem um tamanho de 10x10 metros. Isso não quer dizer que a resolução do satélite
seja de 10 metros. A resolução é de 20 metros, no sentido E-W e de 22 metros no sentido N-S.
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Figura 13- Algumas das coleções de dados disponíveis e atualizadas no ambiente GEE
Adicionalmente aos dados, o GEE fornece um conjunto de ferramentas para trata-los. Essas
ferramentas são disponibilizadas num ambiente de programação baseado na linguagem
‘javascript’. O ‘javascript’ ´uma linguagem muito simples, que permite selecionar, processar e
visualizar os dados das coleções do GEE.
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Redutores: são formas de converter coleções de imagens em uma imagem única. Por
exemplo, posso pedir para calcular a média das imagens Landsat de um determinado
local. O resultado é uma imagem única.
O código a seguir ilustra um processo bem simples no GEE: selecionar uma coleção, filtrá-la
e calcular a mediana.
1. Editor de código
2. Painel de arquivos, documentação e acervo
3. Consola, debug e saídas
4. Painel do mapa de resultados
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A melhor forma de se familiarizar com o editor de Código é...editando código. Para tal,
convidamos a, no painel de arquivos, abrir a pasta ‘Examples’ e escolher alguns dos exemplos
apresentados, começando pelos primeiros. Para rodar um script devemos apertar o botão ‘Run’
do painel editor de código.
O código a seguir demonstra essa potencialidade sobre uma área no salgado paraense,
normalmente coberto por nuvens:
Por exemplo, o código a seguir produz uma versão estilizada do relevo, útil para colocar em
fundos de mapa e para analisar feições topográficas:
https://code.earthengine.google.com/20e8933a7297a98ef4a27bac196990ff
código, o Explorador tem a vantagem de ser mais rápido para operações de visualização e
download simples:
Figura 16- Utilizando o GEE Explorer para baixar imagens de satélite de forma rápida.
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O script permite ao usuário trocar os parâmetros principais da visualização sem ter que mexer
no código, e permite exportar os resultados dos cálculos e até mapear polígonos de
desmatamento detectados.
2- No painel de arquivos, na aba ‘Scripts’, procure pela pasta ‘Shared’ e acesse a ela
clicando na seta à esquerda do nome. Na lista de pastas compartilhadas, deve aparecer
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uma pasta ‘SIRAD_ISA’. Se não aparecer, por favor, peça para o instrutor compartilhar a
pasta com você. No interior da pasta deve ter um único script e uma pasta com script
auxiliares:
5- Se quiser melhorar a sua visualização, aperte a tecla ‘F11’ (tela cheia no navegador) e
oculte os painéis superiores deslizando o divisor horizontal:
6- Se tudo der certo, você deve ter uma tela muito parecida com esta aqui:
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Apostila SIRAD - Sistema de Indicação Radar de Desmatamento
Depois disso iremos recalcular o mosaico radar, clicando no botão ‘Aplicar datas e centro’:
Pronto, já temos um mosaico calculado e mostrado na tela para essa região. Usando os
controles clássicos do mouse e do teclado podemos navegar pela região. Como exercício,
procure barragens perto de Porto Velho. Tem duas. Olhando para as imagens pode dizer qual é
a situação delas?
Figura 18 - Diferença dos resultados com modo de visualização 'Tela completa' ou 'Centro'
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2) Separa as imagens, em função das data especificadas pelo usuário, como pertencentes
aos períodos p1, p2 e p3.
3) Calcula e mostra o número de imagens disponíveis para cada período, e imprime, no
painel ‘Console’, as datas das imagens.
4) Calcula a média das imagens calculadas para cada período
5) Compõe e mostra um mosaico com as imagens médias para cada período. O canal
vermelho recebe a média do p1, o verde do p2 e o azul do p3.
Assim, para calcular um mosaico o usuário deve centrar o mapa na região alvo, especificar as
datas, determinar a extensão do mesmo e clicar em ‘Criar mosaico’.
Se, após clicar em ‘Criar mosaico’ nada acontecer, verifique que o número de cenas calculado
para cada período é maior que zero. Se algum período tiver zero cenas, ajustar as datas e
verificar o formato das mesmas.
Adicionalmente, o script oferece a possibilidade de visualizar uma grade de referência, que pode
ser utilizada para ajudar o intérprete nas tarefas de mapeamento de uma grande área. O valor
de espaçamento da grade é de 18 km., o que permite o mapeamento de uma quadrícula inteira
em uma tela de 23’ full HD. Esse valor pode ser mudado no código do script.
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As alterações na floresta devem aparecer como feições coloridas. Atenção: muitas alterações
podem ser naturais. Dentre outras causas naturais de alterações, podemos citar:
1- Mudança no nível dos rios: vai produzir uma borda colorida, mostrando o nível de cheia.
Veja imagem a seguir:
Figura 19 - Alagamento natural nas margens do Rio Madeira. Não confundir com desmatamento.
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Uma vez identificado um mapeamento ou uma alteração, usamos a ferramenta ‘Draw a shape’
para desenhar um polígono correspondente à área alterada:
Figura 21- Detecção de área desmatada na APA Triunfo de Xingu e mapeamento da mesma
1- Localize, no início do painel de código (é possível que tenha que puxar a divisória para
baixo), a seção de ‘imports’:
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5- Cole o código copiado no passo 3 na linha indicada (linha 4), e aperte o botão ‘Run’.
6- Não acontece. Pera, sim, à direita, no painel Console, tem uma aba, ‘Tasks’, ligada. Vá
lá e clique em ‘Run’:
7- Na janela que aparece, coloque um nome que faça sentido no nome dos polígonos
que serão exportados e aperte de novo (pela última vez) o botão ‘Run’:
9- Os polígonos podem ser baixados e utilizados no Google Earth, QGIS, ArcMap, etc.
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a. Exportar o mosaico como imagem: essa opção gera um arquivo ‘.tif’ que pode ser
carregado diretamente em programas SIG como QGIS ou ArcMap. Essa é a opçaõ mais
simples.
b. Exportar o mosaico como tiles: essa opção permite exportar o mosaico que está sendo
visualizado em formato tiles, em um repositório específico na nuvem. Essa é uma opção
avançada que exige conhecimentos específicos de programação.
As duas opções de exportação vão exportar o dado que aparece na tela, nem mais nem menos.
Se quiser exportar uma área reduzida, feche o zoom sobre essa área. Se quiser uma área mais
ampla, abra o zoom até visualizar ela toda, antes de exportar.
1- Coloque no mapa central a região exata de dado que você quer exportar
2- Aperte o botão ‘Exportar o mosaico como imagem’
3- Vá na aba ‘Tasks’ do painel superior direito (painel de Console)
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