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A sismologia é o ramo da geofísica que estuda os sismos. Sismos são abalos bruços da superfície da Terra
provocados por uma súbita libertação de energia no seu interior. Quando as causas que os originam, os sismos
podem ser classificados nas seguintes categorias:
Sismos São abalos da superfície da Terra causados pela movimentação de massas de magma no
vulcânicos interior. Precedem e acompanham as erupções vulcânicas.
Sismos de São abalos causados pelo desabamento de cavidades subterrâneas ou por movimentos em
colapso massa.
Sismos São abalos causados pela formação de uma falha ou pela movimentação de blocos rochosos ao
tectónicos longo do plano de uma falha. São sismos frequentemente associados aos limites das placas
litosféricas e são os mais violentos.
A ocorrência de sismos tectônicos é explicada pela teoria do Ressalto Elástico (Harry Hess 1911). Segundo esta
teoria, os movimentos das placas tectônicas levam a que as rochas acumulem tensão, que provocam a sua
deformação, durante longos períodos de tempo. Quando é ultrapassado o limite de resistência das rochas sujeitas
a estas tensões, dá-se a ruptura da rocha e a libertação súbita de uma grande quantidade de energia acumulada. À
ruptura da rocha chama-se falha e ocorre o movimento relativo dos blocos rochosos fraturados ao longo do plano
da falha.
A teoria do Ressalto Elástico, formulada por Harry F. Reid, em 1911, explica o mecanismo de formação de um
sismo tectónico:
➔ nos limites tectônicos, sujeitos à atuação de forças compressivas, distensivas ou de cisalhamento, ocorre a
acumulacao de energia elastica;
➔ atingindo o limite de resistência da zona de falha, ocorre o movimento dos blocos, ou seja, ocorre a rotura da
rocha;
➔ a movimentação brusca dos blocos, ou ressaltos, provoca a libertação sob a forma de ondas sísmicas de
energia elástica acumulada;
➔ o ressalto brusco dos blocos deve-se à libertação súbita de energia elástica acumulada.
Numa falha preexistente, forças tectónicas levam à acumulação de tensões de um e de outro lado dá falha e
acumula-se energia. Quando a tensão ultrapassa o atrito entre os blocos da falha, a energia liberta-se subitamente
e ocorre um sismo.
Um sismo não é, geralmente, um acontecimento isolado. Um sismo principal pode ser precedido por pequenos
abalos, os abalos premonitórios, e a ele podem seguir-se numerosas réplicas, que são sismos mais fracos. A
ocorrência de réplicas pode explicar-se pelo facto de, após a ruptura ou deslocação inicial das rochas, se verificar
um ajustamento progressivo das rochas fraturadas, o que pode libertar energia suficiente para provocar novos
sismos.
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Hipocentro ou foco de um sismo é o ponto no interior da Terra onde ocorre a libertação de energia que dá origem
ao sismo. Epicentro é o ponto na superfície da Terra, na vertical do hipocentro, onde o sismo é sentido em primeiro
lugar e, geralmente, é sentida com maior intensidade. A energia libertada por um sismo propaga-se na forma de
ondas sísmicas.
As vibrações são transmitidas segundo superfícies concêntricas, em todas as direções, a partir do hipocentro. A
linha perpendicular à frente de onda chama-se raio sísmico.
Os movimentos vibratórios das partículas das rochas são registados em aparelhos chamados sismógrafos e o
seu registo constitui o sismograma.
As ondas sísmicas são movimentos vibratórios das partículas das rochas. Cada partícula recebe energia, vibra,
transmite a energia a partícula adjacente e remota o seu estado de equilíbrio.
A distância entre o foco e o epicentro designa-se por profundidade ou distância focal.
De acordo com a sua profundidade focal, os sismos podem ser classificados em:
sismos superficiais, com profundidade focal inferior a 50 km, correspondendo a cerca de 85% da energia
sísmica liberada anualmente;
sismos intermédios, com profundidade focal entre 50km e 300 km, sendo responsáveis por cerca de 12% de
energía sísmica global anual;
sismos profundos, com hipocentros localizados a profundidades superiores a 300km, responsáveis pela
libertação anual de cerca de 3% da energia sísmica global, associados a processos de subducção.
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traçados dos sismogramas.
A propagação das ondas P e S depende das propriedades físicas dos materiais que atravessam, nomeadamente,
da sua rigidez, densidade e incompressibilidade.
A grandeza de um sismo pode ser avaliada pelos parâmetros intensidade e magnitude.
Intensidade sísmica
Magnitude sísmica
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Conhecida a intensidade de um sismo em vários locais, é possível traçar linhas que unem pontos onde o sismo
teve a mesma intensidade. Essas linhas são as isossistas e com elas é possível traçar a carta de isossistas do
sismo.
A magnitude de um sismo é determinada com base em cálculos efetuados a partir dos sismogramas.
A partir do sismograma é possível conhecer a distância ao epicentro ou distância epicentral. Sendo conhecidas
as distâncias epicentrais, é possível determinar graficamente a localização do epicentro.
Durante a sua expansão, a partir do seu ponto de origem, isto é, do foco, uma frente de onda sísmica encontra
zonas de separação entre meios com propriedades elásticas distintas (rigidez, incompressibilidade e densidade).
Esta zona de separação designa-se descontinuidade e, no interior da geosfera, definem-se três:
● entre a crusta e o manto, descontinuidade de Mohorovicic;
● entre o manto e o núcleo externo, descontinuidade de Gutenberg;
● entre o núcleo externo e o núcleo interno, descontinuidade de Lehmann.
A reflexão de uma onda sísmica verifica-se quando esta não é capaz de transpor a superfície de descontinuidade
entre dois meios, por não conseguir propagar-se no novo meio, originando uma nova onda que se propaga no
meio inicial, em sentido contrário.
A refração e uma onda sísmica verifica-se quando esta transpõe uma superfície de descontinuidade entre os dois
meios, sofrendo alterações na sua direção e/ou velocidade de propagação.
Assim definem-se três formas de desenvolvimento de uma onda sísmica:
❖ Onda direta - onda sísmica inicial, com origem no foco, que emerge na superfície sem interagir com qualquer
superfície de descontinuidade do interior da geosfera;
❖ Onda refletida - é uma nova onda, formada numa superfície de descontinuidade, ou seja,não tem origem no
foco, que se propaga em sentido contrário e no mesmo meio em que a onda inicial se estava a propagar;
❖ Onda refratada - é a onda transmitida para o segundo meio, numa superfície de destino à idade (ou seja,
também não tem origem no foco mas sim na superfície da descontinuidade).
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Descontinuidade de Mohorovicic
Localiza-se a uma profundidade média de 35 km (é mais profunda sob os continentes do que sob os oceanos).
Separa a crosta do manto.
As ondas sísmicas P e S sofrem refração nesta descontinuidade e a sua velocidade de propagação aumenta,
sendo as rochas da parte superior do manto mais rígidas do que as da crusta.
Descontinuidade de Gutenberg
Descontinuidade de Lehmann
Localiza-se a uma profundidade de 5150 km. Separa o núcleo externo do núcleo interno.
As ondas P sofrem um aumento da sua velocidade de propagação. Estes dados sugerem que o núcleo interno se
encontra no estado sólido, ao contrário do núcleo externo, que é líquido.
➔ Zona de sombra para as ondas P - entre os 103º e os 142º de ângulo epicentral não são registadas ondas P
diretas. Estes valores indicam que as ondas P são refratadas na transição do manto para o núcleo, a cerca de
2900 km de profundidade.
➔ Zona de sombra sísmica para as ondas S - a partir dos 103º de ângulo epicentral não são registadas ondas S
direitas. Estes valores indicam que as ondas S tem uma trajetória tangencial ao núcleo, sendo refletidas a
cerca de 2900 km de profundidade.
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Sismos e placas tectônicas
Existem dois tipos de sismos:
Intraplacas - ocorrem dentro das placas.
Interplacas - ocorrem nas fronteiras das placas.