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GEOLOGIA E RECURSOS MINERAIS DO

ESTADO DE GOIÁS E DO DISTRITO FEDERAL

Escala 1:500.000
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
SECRETARIA DE MINAS E METALURGIA
CPRM – SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL

GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁS


SECRETARIA DE MINAS, ENERGIA E TELECOMUNICAÇÕES DO ESTADO DE GOIÁS
SUPERINTENDÊNCIA DE GEOLOGIA E RECURSOS MINERAIS
METAIS DE GOIÁS S.A. – METAGO

UnB – UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA


INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

Coordenação Técnica
Joffre Valmório de Lacerda Filho – CPRM
Pedro Sérgio Estevam Ribeiro – CPRM
Wilson Ribeiro Filho – SMET
Marcel Auguste Dardenne – UnB

Equipe Executora
Joffre Valmório de Lacerda Filho – CPRM
João Olímpio Souza – CPRM
Abelson Rezende – SMET
Aurelene da Silva – METAGO

Colaboração

Antônio Sales Teixeira – METAGO Marcos Eduardo Silva Soares – SMET


Augusto José Pedreira – CPRM Maria Abadia Camargo – CPRM
Ariplínio Antônio Nilson – UnB Maria Celene Barbosa Ferreira – METAGO
Carlos José Souza de Alvarenga – UnB Marcelo Resende – UnB
Cidney Rodrigues Valente – CPRM Murilo Machado Pinheiro – CPRM
Cipriano Cavalcante de Oliveira – CPRM Nelson Lopes Sampaio Cerqueira – CPRM
Eduardo Gebrim – METAGO Nelson Custódio da Silveira Filho – CPRM
Edson Gaspar Martins – CPRM Nelson Gonçalves Galvão – DNPM
Eric Santos Araújo – CPRM Nilo Sérgio de Vargas Nunes – CPRM
Felicíssimo Rosa Borges – CPRM Nilson Francisquini Botelho – UnB
Hélios de Oliveira Godoi – CPRM Paulo Afonso Ribeiro Barbosa – METAGO
Ivan Wilson Brandão Oliveira – CPRM Paulo Fernando Villas Boas – CPRM
José Domingos Alves Baêta Júnior – CPRM Pedro Sérgio Estevam Ribeiro – CPRM
José Caruso Moresco Danni – UnB Reginaldo Alves dos Santos – CPRM
José Elói Guimarães Campos – UnB Reinhardt Adolf Fuck – UnB
José Luís Gonçalves Arantes – CPRM Renato Sales de Andrade – CPRM
Joseneusa Rodrigues Brilhante – CPRM Thiers Muniz Lima – CPRM
Luiz Carlos Moreton – CPRM Gil Magno Walker – METAGO
Luiz Gonzaga Oliveira e Silva – CPRM Odair Olivatti – MINERTEC
Lindinalva Mamede – IBGE Valdijon Estrela – DNPM
Márcio Martins Pimentel – UnB Vanderlei Antônio de Araújo – DNPM

GEOLOGIA E RECURSOS MINERAIS DO ESTADO DE GOIÁS E DO DISTRITO FEDERAL


MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
SECRETARIA DE MINAS E METALURGIA
CPRM – Serviço Geológico do Brasil

GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁS


SECRETÁRIA DE MINAS E ENERGIA E TELECOMUNICAÇÕES – SMET
Metais de Goiás S/A – METAGO

UnB – Universidade de Brasília


Instituto de Geociências

PROGRAMA LEVANTAMENTOS GEOLÓGICOS BÁSICOS DO BRASIL

GEOLOGIA E RECURSOS MINERAIS


DO ESTADO DE GOIÁS
E DO DISTRITO FEDERAL

Organizado por
Joffre Valmório de Lacerda Filho – CPRM
Abelson Rezende – SMET
Aurelene da Silva – METAGO

BRASÍLIA 2000
CRÉDITOS DE AUTORIA

Os Créditos de Autoria encontram-se em folha em anexo

Revisão Técnica - texto explicativo de referência para os mapas

Augusto José Pedreira – CPRM; Aurelene da Silva – METAGO; Carlos José Souza de Alvarenga – UnB; João Olímpio Souza – CPRM;
Joffre Valmório de Lacerda Filho – CPRM; Luiz Gonzaga Oliveira e Silva – CPRM; Marcel Auguste Dardenne – UnB;
Nilson Francisquini Botelho – UnB; Pedro Sérgio Estevam Ribeiro – CPRM; Reginaldo Alves dos Santos – CPRM;
Wilson Ribeiro Filho – SMET; Valdijon Estrela – DNPM; Vergílio Augusto Radaelli – CPRM.

Revisão Final
Inácio de Medeiros Delgado

PROGRAMA LEVANTAMENTOS GEOLÓGICOS BÁSICOS DO BRASIL


Executado em convênio entre CPRM - Superintendência Regional de Goiânia, Secretaria de Minas, Energia e
Telecomunicações do Estado de Goiás, METAGO e Universidade de Brasília – UnB.

Coordenação Editorial a cargo da


Divisão de Editoração Geral – DIEDIG
Departamento de Apoio Técnico – DEPAT

L131 Lacerda Filho, Joffre Valmório de;


Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil. Geologia e Recursos Minerais do
Estado de Goiás e do Distrito Federal. Escala 1:500.000. 2ª edição. / organizado [por]
Joffre Valmório de Lacerda Filho, Abelson Rezende e Aurelene da Silva. Goiânia: CPRM/
METAGO/UnB, 2000.
1 CD-ROM
Projeto de Mapeamento Geológico/Metalogenético Sistemático.
Executado pela CPRM – Serviço Geológico do Brasil. Superintendência Regional de Goiâ-
nia/METAGO/UnB.
1. Geologia – Goiás - Mapas 2. Mapeamento geológico – Goiás I. Rezende, Abelson, II. Silva,
Aurelene da III. Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais. IV. Título.

CDD 558.173

Ficha catolográfica elaborada por Maria Ivone dos S. Barbosa


CRÉDITOS DE AUTORIA
CAPÍTULO 1
Joffre Valmório de Lacerda Filho – CPRM
Aurelene da Silva – METAGO

CAPÍTULO 2
Lindinalva Mamede – IBGE

CAPÍTULO 3
Joffre Valmório de Lacerda Filho – CPRM
Aurelene da Silva – METAGO
Cipriano Cavalcante de Oliveira – CPRM

CAPÍTULO 4
Abelson Rezende – SMET
Ariplínio Antônio Nilson – UnB
Aurelene da Silva – METAGO
Carlos José Souza de Alvarenga – UnB
Eduardo Gebrim – METAGO
Hélios de Oliveira Godoi – CPRM
Joffre Valmório de Lacerda Filho – CPRM
José Caruso Moresco Danni – UnB
José Elói Guimarães Campos – UnB
Joseneusa Rodrigues Brilhante – CPRM
Marcel Auguste Dardenne – UnB
Marcelo Resende – UnB
Márcio Martins Pimentel – UnB
Nilson Francisquini Botelho – UnB
Paulo Afonso Ribeiro Barbosa – METAGO
Paulo Fernando Villas Boas – CPRM
Thiers Muniz Lima – CPRM
Wilson Ribeiro Filho – SMET
CAPÍTULO 5
Marcel Auguste Dardenne – UnB

CAPÍTULO 6
JAZIMENTOS MINERAIS
Abelson Rezende – SMET (Caulim, Água Termal)
Cidney Rodrigues Valente (Cromo, Chumbo e Zinco, Andalusita, Bentonita)
Cipriano Cavalcante de Oliveira (Ouro, Água Termal)
Edson Gaspar Martins (Estanho)
Felicíssimo Rosa Borges (Calcário, Ouro)
Hélios de Oliveira Godoi (Gemas e Minerais de Pegmatitos)
Joffre Valmório de Lacerda Filho (Água Sulfurosa, Água Mineral, Água Termal, Areia, Argila, Brita,
Turfa, Rochas Ornamentais, Gemas, Minerais de Pegmatito, Prata)
Luiz Carlos Moreton (Níquel, Cobre, Vermiculita)
Nilo Sérgio de Vargas Nunes (Manganês)
Paulo Fernando Villas Boas (Titânio, Talco, Algamatolito, Cianita)
Pedro Sérgio Estevam Ribeiro (Amianto, Fosfato, Urânio)

METALOGENIA PREVISIONAL
Aurelene da Silva – METAGO
João Olímpio Souza – CPRM

CAPÍTULO 7
Joffre Valmório de Lacerda Filho – CPRM
Paulo Fernando Villas Boas – CPRM
Marcos Eduardo Silva Soares – SMET
José Luís Gonçalves Arantes – CPRM
Nelson Gonçalves Galvão – DNPM

APÊNDICE 1
Abelson Rezende – SMET
Joffre Valmório de Lacerda Filho – CPRM
Renato Sales de Andrade – CPRM
Nelson Custódio da Silva – CPRM

APÊNDICE 2
Joseneusa Rodrigues Brilhante – CPRM
Joffre Valmório de Lacerda Filho – CPRM

COLABORAÇÃO
Ivan Wilson Brandão Oliveira – CPRM
Vergílio Augusto Radaelli – CPRM
Maria Gasparina de Lima – CPRM
Nair Dias – CPRM
Gláucia Fátima de Oliveira Afonso – CPRM
Luiz Carlos de Melo – CPRM
Mário Sérgio dos Santos – CPRM
Renivan Bartolomeu Rodrigues – CPRM
Sérgio Pereira da Silva – METAGO
Valdivino Patrocínio da Silva – CPRM
Pedro Ricardo Soares Bispo – CPRM
Claudionor Francisco de Souza -– CPRM
Divino Francisco de Paula – CPRM
Francisco Bezerra – SMET
Gilsemar Rego de Oliveira – CPRM
João Rocha de Assis – CPRM
João Pereira Novais – CPRM
Pedro Ricardo Soares Bispo – CPRM
Sérgio Pereira da Silva – METAGO
SUMÁRO
APRESENTAÇÃO

AGRADECIMENTOS

1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.1 Metodologia e Produtos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.2 Principais Fontes de Informações. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

2 GEOMORFOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

3 ARCABOUÇO GEOTECTÔNICO DE GOIÁS E DO DISTRITO FEDERAL . . . . . . . . . . . . . . 19


3.1 Província Tocantins . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3.2 Terrenos Granito-Greenstone . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3.3 Rift Intracontinental. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3.4 Faixas de Dobramentos Brasilianas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
3.4.1 Faixa Brasília . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
3.4.2 Seqüências Metavulcano-sedimentares. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.4.3 Faixa Araguaia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.4.4 Faixa Paraguai . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.5 Arco Magmático de Goiás . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.6 Coberturas Cratônicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
3.7 Bacias Sedimentares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.7.1 Bacia do Paraná . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.7.2 Bacia Sanfranciscana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.8 Formações Superficiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

4 DESCRIÇÃO DAS UNIDADES LITOESTRATIGRÁFICAS DO ESTADO DE GOIÁS


E DO DISTRITO FEDERAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

– ix –
5 EVOLUÇÃO GEOLÓGICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
5.1 Individualização do Núcleo Antigo: Terrenos Granito-Greenstone. . . . . . . . . . . . . . . . 85
5.2 Ciclo Transamazônico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
5.2.1 Seqüências Associadas aos Greenstone Belts . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
5.2.2 O Apêndice do Cráton do São Francisco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
5.2.3 Seqüência Vulcano-sedimentar de Anicuns-Itaberaí . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
5.3 Desenvolvimento do Rift Intracontinental no Paleo/Mesoproterozóico . . . . . . . . . . . 87
5.3.1 Intrusão dos Complexos Máficos/Ultramáficos de Cana Brava,
Niquelândia e Barro Alto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
5.3.2 Intrusão dos Granitos Estaníferos Anorogênicos da Subprovíncia
Rio Paranã . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
5.3.3 Abertura e Preenchimento do Rift Intracontinental . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
5.3.4 Intrusão dos Granitos Estaníferos Anorogênicos da Subprovíncia
Rio Tocantins. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
5.3.5 Transgressão Marinha Pós-Rift . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
5.4 Desenvolvimento do Ciclo Brasiliano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
5.4.1 Bacia Meso/Neoproterozóica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
5.4.2 Desenvolvimento do Arco Magmático de Goiás . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
5.4.3 Bacia de Back-Arc Ibiá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
5.4.4 Fase Colisional Precoce Brasiliana em 790Ma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
5.4.5 Bacia de Foreland Bambuí. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
5.4.6 Fase Colisional Tardia do Ciclo Brasiliano em 630Ma. . . . . . . . . . . . . . . . . 91
5.5 Desenvolvimento das Bacias Paleozóicas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
5.6 Desenvolvimento das Bacias Mesozóicas: Individualização do Alto do Paranaíba . . . . 91
5.6.1 Vulcanismo Basáltico Serra Geral na Bacia do Paraná . . . . . . . . . . . . . . . . 91
5.6.2 Reativação do Alto do Paranaíba entre 90 e 70Ma . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
5.6.3 Sedimentação nas Bacias Bauru e Sanfranciscana. . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
5.7 Estabilização do Escudo Brasileiro no Terciário-Quartenário . . . . . . . . . . . . . . . . 92

6 RECURSOS MINERAIS E METALOGENIA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93


6.1 Jazimentos Minerais (Ocorrência, Depósito, Garimpo, Mina) . . . . . . . . . . . . . . . . 93
6.1.1 Metais Nobres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
6.1.2 Substâncias Metálicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
6.1.3 Gemas e Minerais de Pegmatito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112
6.1.4 Recursos Hídricos/Energéticos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
6.1.5 Rochas e Minerais Industriais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121
6.1.6 Rochas Ornamentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131
6.1.7 Outras Substâncias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132
6.2 Metalogenia Previsional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132
6.2.1 Terreno Granito-Greenstone . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132
6.2.2 Rift Intracontinental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133
6.2.3 Faixa Brasília . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134
6.2.4 Arco Magmático de Goiás . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135
6.2.5 Coberturas Cratônicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135
6.2.6 Bacias Sedimentares e Intrusões Alcalinas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136
6.2.7 Formações Superficiais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136

–x–
7 ECONOMIA MINERAL DO ESTADO DE GOIÁS E DO DISTRITO FEDERAL . . . . . . . . . 137
7.1 Aspectos Gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137
7.2 Reservas e Produção Mineral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 138
7.2.1 Minerais Metálicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 140
7.2.2 Minerais Não-Metálicos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 144
7.3 Participação da Mineração nos Tributos em Goiás . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151
7.4 Panorama Atual e Perspectivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152
7.5 Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 155

APÊNDICES
Apêndice - 1 Listagem dos Recursos Minerais do Estado de Goiás e Distrito Federal
Apêndice - 2 Dados Geocronológicos
Apêndice - 3 Siglas Utilizadas

ANEXOS
l Mapa Geológico do Estado de Goiás e Distrito Federal - Escala 1:500.000
l Mapa de Recursos Minerais do Estado de Goiás e Distrito Federal - Escala 1:500.000

– xi –
APRESENTAÇÃO
O Estado de Goiás, através da Secretaria de Minas, Energia e Telecomunicações e da Metais de Go-
iás S/A, a CPRM – Serviço Geológico do Brasil e a Universidade de Brasília, têm a satisfação de oferecer à
comunidade mineral goiana, este acervo de informações que vem relevar o potencial e a gande importân-
cia de Goiás no setor mineral brasileiro.
Esperamos com este trabalho apresentar novas perspectivas de investimento e incentivar a pesquisa e
a produção mineral do nosso Estado.
AGRADECIMENTOS
A s instituições envolvidas na elaboração deste trabalho agradecem a contribuição prestada pelos di-
versos órgãos e intituições: DNPM-VI Distrito, Departamento de Geologia da Universidade Federal de Goiás,
IBGE, SINDUSCON, SINICEG, às empresas de mineração que atuam no estado de Goiás e do Distrito Fede-
ral, e a todos aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste produto.
Esperamos com este trabalho apresentar novas perspectivas de investimento e incentivar a pesquisa e
a produção mineral do nosso Estado.
Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

1
INTRODUÇÃO
Este trabalho é o resultado do convênio celebra- À época da execução dos dois mapas citados, o
do entre a CPRM – Serviço Geológico do Brasil, Estado do Tocantins ainda não havia sido desmem-
SMET – Secretaria de Minas, Energia e Telecomuni- brado do Estado de Goiás.
cações do Estado de Goiás, METAGO – Metais de A partir de 1996, iniciou-se a elaboração deste
Goiás S/A e a UnB-Universidade de Brasília. Apre- trabalho que culminou com a execução dos mapas
senta uma síntese das informações geológicas e Geológico e de Recursos Minerais do Estado de
metalogenéticas disponíveis e atualizadas do Esta- Goiás e Distrito Federal, na escala 1:500.000, que
do de Goiás e do Distrito Federal e faz parte do Pro- vêm oferecer ao setor mineral um acervo de dados
grama Levantamentos Geológicos Básicos do Bra- bastante atualizados, os quais permitirão aos ór-
sil – PLGB, de âmbito nacional, em execução pela gãos envolvidos a disponibilidade das informações
CPRM abrangendo diversas áreas do território na- geológicas básicas que darão suporte para a im -
cional. plantação de políticas de desenvolvimento regio-
O primeiro mapa geológico em escala regional nal, orientando as ações governamentais e atrain-
do território goiano foi realizado na década de se- do investimentos para pesquisa e prospecção mi-
tenta (Lindenmayer, 1972) através do 6º Distrito do neral na região.
DNPM, na escala 1:1.000.000, utilizando dados de A área em estudo situa-se na porção central do
mapeamentos geológicos (1966-1972), predomi- Brasil, abrangendo o Estado de Goiás e o Distrito
nantemente na escala 1:250.000, realizados pela Federal, e compreende um total de 347.111km2.
PROSPEC, CPRM, DNPM e NUCLEBRÁS. Através deste programa de integração de da-
Após quinze anos, o DNPM e a Secretaria de Mi- dos, buscou-se recuperar o grande acervo de infor-
nas, Ener gia e Te le co mu ni ca ções de Go iás/ mações geológico-metalogenéticas disponíveis,
METAGO, elaboraram um novo mapa geológico na promovendo a organização e o armazenamento em
escala 1:1.000.000 (Côrtes et al., 1987), submeten- bases de dados e traduzindo em mapas de síntese
do o anterior a uma atualização e incorporando a regional o potencial mineral da região.
grande evolução dos conhecimentos ocorridos na- Os principais produtos cartográficos gerados
quele período. durante o desenvolvimento deste trabalho foram:

– 1–
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

mapa geológico, mapa de recursos minerais, mapa sendo gerados os seguintes mapas temáticos:
geocronológico, mapa gemológico (catálogo de mapa de lineamentos estruturais, mapa-índice bi-
gemas de Goiás), mapas geoquímicos, mapas bliográfico, mapa de jazimentos minerais, mapa
geofísicos e mapas-índice bibliográficos, além de geoquímico, mapas geofísicos (magnetometria,
bancos de dados geocronológicos e de jazimentos gamaespectrometria e gravimetria) e mapa de da-
minerais. dos geocronológicos. Tais mapas serviram de
Os mapas, geológico e de recursos minerais, na base, juntamente com outros dados disponíveis na
escala 1:500.000, em função de suas dimensões, bibliografia, para a elaboração dos mapas Geológi-
foram elaborados em quatro partes, para facilitar o co e de Recursos Minerais do Estado de Goiás e
manuseio. Essas quatro partes, quando unidas, Distrito Federal.
constituem um só conjunto com articulação, legen- Mapa de Lineamentos: Efetuou-se uma análise
da e outras informações em comum. sistemática apoiada na interpretação visual de ima-
Outra forma de apresentação deste produto é gens que cobrem as folhas 1:250.000, obtendo-se
através de um CD-ROM, onde poderão ser acessa- os lineamentos estruturais e o modelamento dos
das todas as informações disponíveis (mapas, principais compartimentos estruturais da região.
base de dados e relatório final). Para este trabalho foram utilizadas imagens de sa-
télite TM-LANDSAT nas bandas 5 e 7, e imagens de
radar, principalmente nas áreas carentes de infor-
1.1 Metodologia E Produtos mações geológicas atualizadas.
Mapa-Índice Bibliográfico: Condensa, nas di-
A metodologia aplicada na elaboração dos pro- versas escalas, a localização dos principais proje-
dutos deste projeto consistiu em duas etapas. Na tos de levantamentos geológicos básicos desen-
primeira as informações geológicas, geoquímicas, volvidos no Estado.
geofísicas e de recursos minerais foram reunidas Mapas de Jazimentos Minerais: Com base nos
em folhas de 1° x 1°30’ do corte cartográfico inter- dados de jazimentos minerais obtidos na bibliogra-
nacional na escala 1:250.000, em toda a área do fia, no banco de dados META da CPRM e SIGMETA
Estado. Na segunda etapa esses dados foram sin- do DNPM, e em relatórios de pesquisa, efetuou-se
tetizados e integrados aos Mapas Geológico e de a consistência dessas informações e elaborou-se
Recursos Minerais, na escala 1:500.000. um arquivo de dados de jazimentos minerais do
As principais atividades e produtos resultantes Estado de Goiás e do Distrito Federal, em um total
desses levantamentos são descritos a seguir. de 1.720, sendo 797 cadastrados durante a elabo-
Levantamento Bibliográfico e Aquisição de ração deste trabalho, adicionados aos 923 já exis-
Dados: Os trabalhos foram iniciados com o levan- tentes na base de dados META da CPRM (Apêndi-
tamento dos dados bibliográficos e dos mapea- ce 1).
mentos geológicos executados na região, que en- Esses jazimentos foram plotados sobre uma
globam artigos de revistas e periódicos, teses e base na escala 1:500.000, utilizando-se símbolos
pesquisas científicas; relatórios de pesquisa e re- adequados e classificando-os em: indícios, ocor-
latórios anuais de lavra, de empresas de minera- rências, garimpos, depósitos e minas.
ção junto ao DNPM, além de pesquisas geológi- Mapa Geoquímico: Contempla as informações
cas executadas por órgãos federais e estaduais geoquímicas disponíveis em Goiás, adequadas à
(DNPM, IBGE, CNEN, METAGO). Utilizou-se ainda escala 1:500.000, compiladas a partir dos seguin-
as bases de dados do Programa MICROSIGA da tes projetos: PGBC, Geoquímica do Bambuí I e II,
CPRM (DOTE, META, PETRO, AFLO), bem como a PLGB e Pontalina, provenientes do tratamento de
aquisição de imagens de radar, imagens preto e 19.600 amostras de sedimento de corrente, com
branco LANDSAT-TM escala 1:250.000 e algumas uma densidade de 1 amostra/8km2, analisadas
imagens coloridas TM LANDSAT 5, bandas 4-5, para Ni, Cu, Cr, Zn, Pb, Co, Mn e Fe, disponíveis
escala 1:250.000, fornecidas pela UFG-Departa- pela CPRM em meio digital. Esses dados foram in-
mento de Geografia e pela UnB-Instituto de Geo- tegrados utilizando-se o programa Mapping and
ciências. Processing System (MPS), associado a um softwa-
Através da análise das informações disponíveis re de modelamento, desenvolvido pela GEOSOFT,
e da compilação crítica, esses dados foram plota- para confecção dos mapas.
dos sobre cartas planimétricas controladas na es- A partir desses resultados, individualizou-se zo-
cala 1:250.000, elaboradas pela DICART-CPRM, nas anômalas que contribuíram para a caracteriza-

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

ção de áreas favoráveis a mineralizações, no Mapa Os levantamentos gravimétricos disponíveis fo -


de Recursos Minerais do Estado de Goiás. ram condensados em um cartograma que consta
Mapas Geofísicos: Condensaram-se em mapas do mapa geológico 1:500.000, ressaltando-se a ex-
de síntese todas as informações geofísicas que pressiva zona de descontinuidade crustal entre os
ajudaram na delimitação de unidades litoestratigrá- terrenos granito-gnáissicos arqueanos e os metas-
ficas e na compartimentação geotectônica do Esta- sedimentos da Faixa Brasília, além dos complexos
do, a partir dos projetos: PGBC, Serra da Mesa, Ipo- máfico-ultramáficos. Esses dados gravimétricos fo-
rá, Rio Meia Ponte e Alto Paranaíba (magnetome- ram utilizados na compartimentação geotectônica
tria); e PGBC (gamaespectrometria), bem como le- do Estado de Goiás, proposta neste estudo.
vantamentos realizados pelo IBGE, IAG-USP e Mapa de Dados Geocronológicos: Constitui um
OBSIS-UnB (gravimetria). subproduto deste levantamento, contendo os prin-
Os dados de aeromagnetometria foram compila- cipais dados geocronológicos do Estado de Goiás
dos na escala 1:250.000, com a individualização de e do Distrito Federal, disponíveis hierarquicamente
anomalias, que permitiram a caracterização de zo- por unidade geológica. A grande maioria das ida-
nas de cisalhamento e de corpos intrusivos, poste- des foram obtidas através de publicações e estão
riormente checados no campo. Estes dados estão identificadas em mapa. Paralelamente à confecção
representados na figura 1.1, que por razões técni- do mapa foi produzida uma base de dados conten-
cas de plotagem não puderam ser inseridas na do informações mais detalhadas acerca das análi-
margem do mapa geológico 1:500.000. ses, baseada nos diversos métodos (U-Pb, Pb-Pb,
As informações radiométricas também foram Sm-Nd, K-Ar, Rb-Sr, SHRIMP II), por unidade geo-
compatibilizadas nessa mesma escala, para a indi- lógica. Eventualmente foram descartadas algumas
vidualização de possíveis corpos graníticos, com idades, tais como Rb-Sr convencional e algumas
posterior verificação de campo ou confirmação de isócronas de referência, na tentativa de apresentar
corpos já cartografados. resultados mais confiáveis. Esse mapa conta com

Figura 1.1 – Cobertura Aeromagnetométrica disponível no Estado de Goiás.

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

um acervo de 441 determinações, sendo 72 pelo obter dados de áreas mais carentes de informa-
método U-Pb, 84; Pb-Pb; 44, Sm-Nd; 102, Rb-Sr e ções, sendo realizados 3.240km de perfis geológi-
139, K-Ar. (Apêndice 2). cos e descritos 251 afloramentos.
Mapa Gemológico: Constitui outro subproduto, Após o levantamento dos pontos de dúvidas,
gerado a partir deste levantamento, onde foram ca- para verificação de campo, foram efetuadas ses-
dastrados 162 jazimentos de gemas da região, que sões geológicas em locais preestabelecidos, que
resultaram no Catálogo de Gemas do Estado de apresentavam carências de informações, com o
Goiás. (Lacerda Filho et al., 1998). objetivo de checar as grandes unidades litoestrati-
Mapa Tectono-Estratigráfico: Nesse mapa es- gráficas e a conseqüente solução de problemas
tão integradas as informações das grandes unida- geológico-estruturais específicos.
des geológicas, com dados geofísicos e geoquími- Petrografia: Foram realizadas, durante este es-
cos, estabelecendo-se a compartimentação das tudo, 30 análises petrográficas no laboratório da
unidades geotectônicas do Estado de Goiás. CPRM-Goiânia.
Mapa Geológico: Após a consolidação dos da- Digitalização: Após a confecção dos mapas, geo-
dos geológicos contendo todas as informações lógico e de recursos minerais, os mesmos foram
disponíveis nas diversas escalas, os dados técni- compatibilizados e digitalizados em MAXICAD, e as
cos foram plotados originalmente em bases na es- legendas geradas em CORELDRAW/MAXICAD, utili-
cala 1:250.000, as quais foram atualizadas, ou zando-se as normas e padrões estabelecidos no ma-
mesmo elaboradas, durante a realização do proje- nual técnico da CPRM.
to, totalizando 34 folhas cartografadas na escala Mapa de Recursos Minerais: Com base na inte-
1:250.000, sendo oito integrais e 26 parciais, que gração de todos os mapas temáticos de serviço e,
foram digitalizadas através do programa MAXICAD principalmente, do mapa de jazimentos minerais,
e integradas na escala 1:500.000. utilizando-se como fundo o mapa geológico, elabo-
Para alcançar os objetivos da integração de to- rou-se o mapa de recursos minerais, cuja represen-
dos os dados geológicos, geofísicos, geoquímicos tação busca a localização das diversas mineraliza-
e mineiros disponíveis, procurou-se adequar tais ções conhecidas (jazida, mina, depósito, garimpo
dados ao detalhe do trabalho, culminando com a e ocorrência), representadas por símbolos especí-
elaboração das Cartas Geológica e de Recursos ficos, caracterizando a classe/morfologia e tama-
Minerais, na escala 1:500.000. nho dos jazimentos, paragênese mineral e tipo ge-
A base cartográfica utilizada do Estado de Goiás, nético, com a individualização de áreas com proba-
escala 1:500.000, foi obtida a partir de elementos bilidade de ocorrência de mineralizações.
geográficos, escala 1:250.000, atualizados pela Di- Também foram representados no mapa de re-
visão de Cartografia da CPRM-DICART, segundo os cursos minerais algumas anomalias magnetométri-
mapas rodoviários de Goiás, e bases cartográficas cas mais expressivas. A partir do quadro metaloge-
do IBGE e imagens de satélite, tendo sido atualiza- nético regional buscou-se estabelecer a relação
das novas estradas, inclusão de novas cidades ou entre as mineralizações e os ambientes geológi-
núcleos urbanos, barragens, e todos os demais to- cos, e individualizaram-se áreas prioritárias para a
pônimos. prospecção e exploração mineral.
Elaborou-se o ordenamento e correlação das di- Nota Explicativa: São apresentadas as principais
versas unidades litoestratigráficas, com base nos informações geológicas, geocronológicas, estrutura-
dados disponíveis de datações geocronológicas, is, geotectônicas e econômicas do Estado de Goiás e
bem como a hierarquização das diversas gerações do Distrito Federal, que foram sintetizadas de modo a
de granitóides da região, além da individualização facilitar o acesso a essas informações.
dos diversos ambientes geológicos. Em função da grande quantidade de material bi-
Nas áreas em que se obteve um avanço no co- bliográfico utilizado, e para não prejudicar a objeti-
nhecimento e na cartografia geológica foram retira- vidade deste trabalho, as citações bibliográficas
das ou suavizadas as coberturas lateríticas e de la- foram reduzidas ao máximo, priorizando-se as rela-
tossolos, objetivando apresentar com maior clare- tivas a autores que definiram, denominaram ou ca-
za as unidades geológicas subjacentes. racterizaram em detalhe: unidades estratigráficas,
Trabalhos de Campo: Como o objetivo do traba- eventos tectônicos ou outras situações geológicas.
lho foi basicamente de integração de dados, as ve- Os termos geológicos de língua estrangeira,
rificações de campo envolveram um período de sempre que possível, foram traduzidos ou adapta-
apenas 50 dias, que serviram para dirimir dúvidas e dos à grafia em português.

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

A escala de tempo aqui adotada segue as subdi- dambrasil, UnB e CNEN, desenvolvidos em diver-
visões temporais propostas pela IUGS (Cowie & sas escalas.
Bassett, 1989), apesar das dificuldades para se Este trabalho reúne, objetivamente, o conteúdo
adotar o limite de tempo do Mesoproterozóico esta- desses levantamentos, baseando-se no acervo de
belecido em 1.600Ma. Esse limite no Brasil ainda informações bibliográficas utilizadas para sua ela-
não está bem definido e vem sendo motivo de dis- boração, incorporando os trabalhos desenvolvidos
cussões pela falta de um refinamento nas datações na região, contemplando os mapeamentos geoló-
geocronológicas disponíveis em Goiás, tornan- gicos em diversas escalas, artigos, teses (mestra-
do-se difícil sua utilização. do e doutorado), trabalhos finais de graduação, re-
No final desta Nota Explicativa o item Bibliografia latórios de pesquisas minerais, e levantamentos
relaciona os trabalhos citados no texto, constituin- geofísicos e geoquímicos.
do importante fonte de referência básica dos traba- Durante este estudo, os principais projetos de le-
lhos disponíveis na região em análise. vantamentos geológicos, geofísicos e geoquímicos
con sul ta dos, fo ram con den sa dos em ma-
pas-índice bibliográficos, que permitirão ao usuário
1.2 Principais Fontes de Informação uma rápida identificação e localização dos traba-
lhos disponíveis. Esses mapas apresentam os le-
O Estado de Goiás e o Distrito Federal contam vantamentos geológicos realizados em escalas
com um acervo de informações geológicas bas- maiores ou igual a 1:500.000, trabalhos de gradua-
tante amplo, resultado da execução de projetos ção, teses e dissertações de mestrado e doutorado
de levantamentos geológicos básicos executa- e levantamentos aerogeofísicos e geoquímicos (fi-
dos pela CPRM, DNPM, METAGO, Projeto Ra- guras 1.2 a 1.9).

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2
GEOMORFOLOGIA
A com par ti men ta ção ge o mor fo ló gi ca do
Estado de Goiás está, estárepresentada no esboço
domínio morfoestrutural de dobramento mais inten-
so, das que fazem parte do Domínio Estrutural Sedi-
(figura 2.1), que ressalta as várias unidades de rele- mentar Concordante (Mauro et al., 1982).
vo, cujas feições apresentam filiações genéticas De acordo com esta reestruturação (figura 2.1)
comuns. Seus atributos mais freqüentes resultam foram definidas seis regiões subdivididas em 20
de peculiaridades internas que permitem distin- unidades geomorfológicas: Região do Planalto
guí-las entre si. Portanto, de acordo com a morfolo- Central Goiano – unidades: Complexo Montanho-
so Veadeiros-Araí, Complexo Serrano Barro Alto-
gia e os processos genéticos evolutivos dos mode-
Serra Dourada, Chapada do Rio Maranhão, Pla-
lados, foi possível distinguir os vários compartimen- nalto do Alto Tocantins-Paranaíba e Planalto do Di-
tos geomorfológicos inseridos no Estado de Goiás, visor Araguaia-Tocantins-Paraná; Região do Divi-
muitos deles já contemplados por Mamede (1993), sor São Francisco-Tocantins – unidades: Chapa-
na síntese do quadro geomorfológico da região dão Central e Patamares do Chapadão; Região
Centro-Oeste. dos Planaltos e Chapadas Goiás-Minas – unida-
No presente trabalho, foi possível reavaliar a des: Planalto do Distrito Federal, Planalto Cristali-
complexidade dos conjuntos morfoestruturais do na-Patrocínio, Planalto do Divisor Rio Preto-Para-
Divisor Tocantins-Paraná, o que resultou em um ní- nã, Superfície das Chapadas de Paracatu; Região
vel de aproximação mais apurado. dos Planaltos Setentrionais da Bacia Sedimentar
Portanto, com o detalhamento mais aprofunda- do Paraná – unidades: Planalto dos Guimarães-
do, foram ressaltadas as características morfoes- Alcan ti la dos; Re gião dos Pla nal tos Are ní ti-
truturais e morfoesculturais desses conjuntos de re- cos-Basálticos Interiores – unidades: Planalto do
levo. O Planalto Central Goiano foi subdividido em Rio Verde, Patamares da Serra do Aporé e Superfí-
cinco unidades, por reproduzirem modelados pe- cie do Planalto Rebaixado da Bacia do Paraná;
culiares que retratam as estreitas relações estrutu- Região das Superfícies Aplanadas – unidades:
rais com feições realçadas pela erosão. Deste Superfície Intermontana Uruaçu-Ceres, Superfície
modo, foram destacadas as unidades inseridas no de Goiânia, Superfície do Tocantins, Superfície do

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil
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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

Vão do Paranã e Superfície do Araguaia, além da sulcos adaptados às estruturas, bordas escarpa-
Planície do Bananal. das em alcantis com reversos em rampas pouco
Região do Planalto Central Goiano – Inserida declivosas, geralmente interrompidas por relevos
no Domínio dos Planaltos de Estruturas Dobradas, residuais de topos tabulares e, níveis topográficos
reproduz feições de relevo resultante da exumação embutidos na superfície geral dos planaltos. É co-
de estruturas dobradas no decorrer de vários ciclos mum a presença de pavimentos detríticos superfi-
tectônicos, refletidos através de diferentes estilos ciais recobrindo as vertentes e de modo geral as
estruturais que explicam as particularidades do re- formações superficiais são de natureza arenosa,
levo. A tectônica constitui um fator de grande in- produtos de desagregação do arenito.
fluência no arranjo da drenagem. Esses fatores lito- É importante assinalar que a quantidade de areia
estruturais, aliados aos de origem climática, favore- desagregada e as formações sedimentares areníti-
ceram a intensa dissecação, em geral muito forte, cas influenciam no regime dos rios e no escoamen-
em relação aos demais compartimentos. to das águas superficiais, pois os topos e as verten-
Região do Divisor São Francisco - Tocantins – tes, nesses terrenos de materiais pouco coesos e
Inserida no Domínio dos Planaltos em Estruturas muito porosos, absorvem grande parte da água
Sedimentares Concordantes (Mauro et al., 1982), precipitada. Isto permite que as formações superfi-
apresenta feições de relevos planos e tabulares, ciais permaneçam neste setor por mais tempo, a
esculpidos em rochas pelito-carbonáticas do Gru- menos que o homem intervenha. Estes fatos contri-
po Bambuí e areníticas do Grupo Urucuia, com visí- buem também para uma maior regularidade dos re-
vel correlação das características geomorfológicas gimes dos rios, pois as formações areníticas se
com a estrutura geológica. No Estado de Goiás, a comportam como reservatório de água, garantindo
unidade denominada de Chapadão Central apre - a perenização dos mesmos no período de estia-
senta pouca expressão, constituída apenas pelo gem (Mamede et al., 1993).
setor da borda oeste do relevo, projetando-se para Região dos Planaltos Areníticos - Basálticos
o Estado da Bahia, ocupando grandes extensões. Interiores – Caracterizada por chapadões, planal-
Os Patamares das Chapadas encontram-se em- tos e superfícies rebaixadas, reafeiçoadas por su-
butidos nas escarpas monoclinais do Chapadão e cessivas reativações e basculamentos cenozóicos
apresentam modelados bastante diferenciados: que, aliados aos processos exogenéticos, estimu-
planos, de dissecação e cárstico. Como sugere a laram os processos de erosão superficial, onde
denominação, seu aspecto escalonado em de- ocorrem (em vários níveis) formações superficiais
graus mostra patamares contornados por escarpas de origem autóctone, alóctones ou remanejadas. É
estruturais, às vezes descontínuas e localmente constituída por modelados com feições de relevo
com rebordos esculturais. O escalonamento do re- bastante homogêneas com formas muito amplas.
levo constitui um desdobramento da borda mono- Mesmo nos modelados de dissecação, esta não é
clinal ocasionado pela erosão diferencial das ro- muito acentuada. Quando a superfície de aplana-
chas sedimentares. Os principais rios que drenam mento conservada é muito extensa, apresenta con-
as duas unidades são anaclinais e abrem percées figuração de “Chapadas”, constituindo dispersores
que se coalecem com os vãos erosivos esculpidos de drenagem, como é o caso do “Chapadão” do
pelos rios cataclinais da superfície de reverso do Rio Verde. Sobre este modelado ocorrem feições
Chapadão. geomorfológicas locais, de aspectos distintos. Tra-
Região dos Planaltos e Chapadas Goiás - Mi- ta-se de microformas de relevos “murundus”, asso-
nas – Também pertence ao Domínio dos Planaltos ciadas à presença de térmitas, típicas das paisa-
em Estruturas Sedimentares Concordantes e apre- gens de lateritas. Os vales do tipo vereda também
senta superfícies aplanadas, em geral coincidindo se destacam na paisagem peculiar do bioma Cer-
com a disposição das camadas, retrabalhadas por rado.
processos erosivos superficiais evoluídas por pro- O reverso da superfície do chapadão consti-
cessos hipodérmicos. São recobertas por coura- tui-se em uma rampa de declives baixos, coales-
ças ou materiais argilosos evoluídos por processos cente com a Superfície do Planalto Rebaixado da
pedogenéticos e apresentam desdobramentos lo- Bacia do Paraná. Esta superfície por sua vez tem
cais. caráter interdenudacional e reproduz paisagens
Região dos Planaltos Setentrionais da Bacia muito homogêneas, interrompidas por residuais de
Sedimentar do Paraná – Reproduzem conjuntos topos planos com bordas escarpadas, que fazem
de relevos de feições complexas, apresentando parte da unidade Patamares da Serra do Aporé.

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Região das Superfícies Aplanadas – Ocupam nos vales do Tocantins e Araguaia, apresentando
espaços periféricos ou interplanálticos constituin- cotas altimétricas entre 600 e 850m. Predominam
do o piso regional do relevo. Constitui-se de super- as formas de relevo com amplos interflúvios, segui-
fícies planas e baixas, resultantes da atuação dos dos de setores com dissecação de topos convexos
processos erosivos que se iniciaram nas bordas e tabulares de dimensões menores. As formações
das bacias sedimentares; e seu prolongamento superficiais são de textura argilosa e arenosa.
através das grandes artérias fluviais esculpiram ex- Em meio à Superfície Araguaia destaca-se uma
tensas superfícies que se coalescem com os vãos grande faixa de terrenos quaternários, denominada
intermontanos e interplanálticos. de Planície do Bananal. Neste compartimento há
A Superfície do Tocantins caracteriza-se por grande variação de aspectos morfológicos, como
apresentar relevos aplanados e de dissecação, com ilhas, diques marginais, bancos de areia, praias às
formas tabulares, amplos interflúvios e intensidade margens do rio, e lagos de barragens. A hidrodinâ-
de aprofundamento de drenagem muito fraca. So- mica é muito intensa, conduzindo às variações diá-
bre esta morfologia desenvolveram-se: couraça fer- rias no leito do rio, com alternância da posição do
ruginizada e pavimentos detríticos superficiais. canal e formação de bancos de areia que, quando
O Vão do Paranã constitui um prolongamento da emergem, formam ilhas móveis.
superfície do Tocantins, esculturado também por Outro aspecto analisado com relação à Planície
processos erosivos superficiais. Contudo, sobre a do Bananal, corresponde aos interflúvios baixos e
morfologia regular desse compartimento geomor- planos, inundados pelas águas das chuvas, cujos
fológico, há concentração de pequenas lagoas limites podem variar de ano para ano.
temporárias, interpretadas como depressões, for - Mamede et al. (1981a e 1981b) e Mamede (1998)
madas a partir da dissolução de material calcífero, têm interpretado este compartimento como uma
submetido à morfogênese úmida. unidade morfoestrutural, considerando os indica-
A Superfície do Araguaia também é caracteriza- dores geomorfológicos, confirmados através de
da por relevos com vertentes de fracos declives, dados geofísicos (sísmica/magnetometria) levanta-
drenagem pouco aprofundada e interflúvios am- dos por Araújo & Carneiro (1977), Eulálio (1980) e
plos. Nas áreas de pedimentos, os espaçamentos Hales (1981).
interfluviais são menores e a drenagem mais apro- Mamede (1998) argumenta que as soleiras a ju-
fundada. No assoalho da superfície há freqüente- sante da cidade de Santana do Araguaia favorece-
mente material concrecionário, às vezes associado ram a retenção dos sedimentos, reduzindo portan-
a fragmentos de quartzo e quartzito. A natureza das to a capacidade de transporte de sedimentos pelos
formações superficiais é variável. Predominam as rios. Ressalta ainda uma fase endorréica com um
de textura média e, subordinadamente, argilosa e alagamento maior que o atual, em função das solei-
arenosa. ras e da área abatida, admitindo que a quantidade
As superfícies Uruaçu-Ceres e de Goiânia são de água não seria suficiente para vencer as barrei-
topograficamente mais elevadas que as situadas ras do relevo, em fases anteriores mais secas.

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

3
ARCABOUÇO GEOTECTÔNICO DO ESTADO
DE GOIÁS E DO DISTRITO FEDERAL
A estruturação geotectônica da Plataforma
Sul-Americana na região central do Brasil é marca-
Escudo Brasil, e o de Almeida (1976) que apresen-
tou a primeira divisão tectônica da América do Sul
da por dois domínios: o pré-Brasiliano e o Brasilia- (figura 3.1), seguidos por Cordani & Brito Neves
no. O primeiro, apresentado pelos crátons Amazô- (1982), Almeida & Hasui (1984), Schobbenhaus et
nico e São Francisco, que atuaram como grandes al. (1984), Brito Neves et al. (1990) e Brito Neves
placas continentais durante o Neoproterozóico, é (1992).
caracterizado por entidades cratônicas mais anti- Dentro desta configuração, Almeida (1977), ba-
gas, estabilizadas no Transamazônico e preserva- seando-se nas feições tectono-estratigráficas, indi-
das das deformações do Ciclo Brasiliano. vidualizou dez províncias estruturais no Brasil, den-
O Domínio Brasiliano é marcado por eventos de- tre as quais as do São Francisco, Paraná e Tocan-
formacionais que ocorreram durante o Neoprotero- tins abrangem o Estado de Goiás (figura 3.2).
zóico, envolvendo uma série de fragmentos meno- A orogênese neoproterozóica associada ao Even-
res de placas continentais ou microcontinentes, ar- to Brasiliano/Pan-Africano afetou extensas regiões da
cos magmáticos e terrenos alóctones, que se junta- América do Sul, África e Arábia, onde estão expostos
ram de várias maneiras, desenvolvendo uma estru- cinturões orogenéticos daquela idade, bordejando
turação complexa com amalgamento dessas uni- áreas cratônicas de dimensões variadas.
dades, onde se destacam cinturões orogênicos O Evento termo-tectônico Brasiliano, ocorrido
bordejando áreas cratônicas e fragmentos arquea- entre 700-530Ma (Trompette, 1994), impresso em
nos de dimensões variadas. extensas áreas do Brasil, foi responsável pelo me-
A evolução pré-cambriana tem sido apresentada tamorfismo e deformação ocorridos neste amplo in-
em diversos trabalhos de síntese geotectônica, tervalo de tempo. Na figura 3.3 estão indicadas as
como o de autoria de Guimarães (1951) que identi- principais faixas orogenéticas e crátons do Neo-
ficou grandes áreas estabilizadas no Arqueano no proterozóico do território brasileiro.

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil
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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

nal associado, metamorfismo,deformação e amal-


gamação de diferentes terrenos às margens conti-
nentais, culminando com a colisão de blocos conti-
nentais.
Assim sendo, o Ciclo Brasiliano/Pan-Africano te-
ria seu início por volta de 1.200-1.000Ma e se en -
cerraria em 500-400Ma (Kröner, 1980; Jackson &
Ramsay, 1980b; Trompette, 1994).
No Brasil têm sido identificadas diversas áreas
orogênicas Brasilianas (figura 3.3) com a presença
de rochas de arco, bem como de complexos ofiolíti-
cos, e abundante presença de rochas juvenis, com
idades no intervalo de 970-600Ma. Tais dados têm
contribuído para sugerir que essas faixas evoluíram
de maneira similar à de faixas orogênicas modernas,
desenvolvendo os mesmos mecanismos da tectôni-
ca de placas (Soliani Jr., 1986; Brito Neves & Corda-
ni, 1991; Pedrosa Soares et al., 1992; Pimentel &
Fuck, 1992; Jardim de Sá, 1994; Fuck et al., 1994).
A estruturação final da Plataforma Sul-America-
na (Almeida, 1976) está representada por núcleos
cratônicos estabilizados no fim do Ciclo Transama-
zônico (± 2.000Ma) bordejados por faixas móveis
proterozóicas. Sobre este arcabouço desenvolve-
ram-se, a partir do Siluriano inferior, as bacias sedi-
mentares do Amazonas, Parnaíba e Paraná.

3.1 Província Tocantins

A Província Estrutural do Tocantins, conforme


definida por Almeida (1977) (figura 3.2), é uma enti-
dade geotectônica, posicionada entre os crátons
do São Francisco e Amazônico. É constituída por
terrenos de diversas idades, do Arqueano ao Neo-
proterozóico, estabilizada no final do Ciclo Brasilia-
Figura 3.3 – Principais faixas orogenéticas, crátons e
no. Esses terrenos, na área do Estado de Goiás,
fragmentos cratônicos do Neoproterozóico.
são representados por espessas seqüências de ro-
chas supracrustais dobradas e metamorfizadas
durante este ciclo (faixas Brasília/Araguaia/ Para-
Os estudos mais recentes têm sugerido que a guai); por fragmentos arqueanos de composição
maioria das faixas, brasilianas e pan-africanas, se essencialmente granítico-gnáissica, onde estão in-
desenvolveram através da convergência e eventu- clusas seqüências vulcano-sedimentares tipo gre-
al colisão de blocos continentais, semelhante aos enstone belt; e por terrenos antigos, granulitizados
mecanismos atuais de tectônica de placas (Trom- no Brasiliano.
pette, 1994). Vários pesquisadores têm apresentado esque-
O termo “Ciclo Brasiliano/Pan-Africano” tem sido mas ou hipóteses da evolução geológica para a Pro-
utilizado de forma mais ampla, englobando a com- víncia Tocantins, ou parte dela. Costa & Angeiras
pleta evolução dos cinturões e envolvendo sua his- (1970, 1971), utilizando o esquema geossinclinal
tória pré-orogênese. Inclui sedimentação com de- clássico, consideraram que os metassedimentos da
posição de seqüências terrígenas e carbonatadas borda oeste do Cráton do São Francisco evoluíram
em ambientes plataformais, formação de terrenos em um único superciclo orogenético (Brasiliano),
do tipo arco-de-ilha, com magmatismo pré-colisio- com duração de cerca de 1,0Ga.

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Pena (1974) e Pena et al. (1975) apresentaram a que se inclui a Faixa Uruaçu no contexto da Faixa
primeira proposta de evolução geotectônica da re- Brasília, dentro de uma evolução deformacional pro-
gião, com base nos conceitos de tectônica de pla- gressiva, e se retira do Maciço Mediano de Goiás,
cas, admitindo que as zonas geossinclinais evoluí- uma faixa de acresção crustal neoproterozóica que
ram a partir do choque de placas, resultando no de- constitui o Arco Magmático do Oeste de Goiás.
senvolvimento de duas faixas de dobramentos (Pa- Nessa nova proposta a estruturação da Província
raguai-Araguaia e Uruaçu-Brasília), separadas Tocantins é caracterizada pela seguinte comparti-
pelo Maciço Mediano de Goiás, envolvendo sedi- mentação, de leste para oeste:
mentação, inversão e colisão, com duração de 1 - Zona Cratônica: com restritas exposições do
aproximadamente 1,0 Ga. Marini et al. (1979) pro- embasamento e suas coberturas pré-cambrianas e
puseram um modelo evolutivo geotectônico para a fanerozóicas; 2 - Faixa Brasília: subdividida em
formação da crosta arqueana e proterozóica da Re- zona externa e zona interna, onde a primeira é
gião Centro-Oeste, sugerindo uma colisão de pla- constituída pelas unidades metassedimentares
cas continentais, em que os granulitos das faixas dos grupos: Paranoá, Canastra; formações, Vazante,
móveis se formariam por consumo da placa oceâni- Paracatu, Ibiá, e porções do seu embasamento; e a
ca.Marini et al. (1981) fizeram uma revisão da evo- segunda representada por rochas do Grupo Araxá
lução geotectônica da Faixa Brasília a partir da rea- e fatias do embasamento tectonicamente imbrica-
valiação dos dados estratigráficos, estruturais e das; 3 - Maciço de Goiás: compreende um frag -
geocronológicos disponíveis, revisão esta comple- mento crustal complexo, representando um micro-
mentada por Danni & Fuck (1981) com uma melhor continente envolvido nos processos colisionais
caracterização do embasamento (Arqueano/Prote- bra si li a nos, sen do cons ti tu í do pe los ter renos
rozóico) desta faixa. arqueanos granito-greenstone de Goiás, Crixás,
Hasui et al. (1994) apresentaram uma revisão Guarinos e Pilar de Goiás, acrescidos de terrenos
dos dados geotectônicos da região central do Bra- ortognáissicos paleoproterozóicos, capeados por
sil. Abordaram a estruturação pré-cambriana mais metassedimentos do Grupo Serra da Mesa, se-
antiga e a evolução da região norte de Goiás, sul do qüências metavulcano-sedimentares (Juscelân-
Tocantins, entre os lineamentos Paranã e Pirenópo- dia, Coitezeiro e Palmeirópolis) além dos comple-
lis. Distinguiram, com base em dados gravimétri- xos granulíticos (Cana Brava, Niquelândia e Barro
cos e magnetométricos, descontinuidades crustais Alto); 4 - Arco Magmático do Oeste de Goiás: re-
com blocos crustais articulados segundo cinturões presentado por terrenos ortognáissicos e seqüên-
colisionais. Esses blocos foram identificados como: cias vulcano-sedimentares neoproterozóicas; 5 -
Brasília, Porangatu e Araguacema, estando articu- Faixa Paraguai-Araguaia: caracterizada pelas fai-
lados pelas suturas, Porto Nacional e Ceres, e retra- xas de metassedimentos dos grupos Estrondo e
balhados pelos lineamentos Paranã e Pirenópolis. Tocantins, e pelas rochas gnássicas do seu emba-
A essa articulação propõem uma estrutura em qui- samento (figura 3.4).
lha, resultante da colisão desses três blocos. Suita & Chemale Jr. (1995), ao elaborarem uma
A compartimentação geotectônica da Província revisão dos dados mais recentes sobre a evolução
Tocantins vem sendo alvo de diversas propostas das províncias São Francisco e Tocantins, sugerem
de síntese regional: Almeida (1966, 1968), Danni & que o chamado “Ciclo Uruaçuano” não representa-
Fuck (1981), Danni et al. (1982), Marini et al. (1978, ria uma orogênese e sim um evento magmáti-
1984), Almeida & Hasui (1984), Hasui et al. (1984), co-hidrotermal local, e que a deformação e o meta-
Schobbenhaus et al., 1984, Schobbenhaus et al. morfismo das associações petrotectônicas da Pro-
(1975). Esses autores sugerem uma estruturação víncia Tocantins teriam ocorrido durante a Oroge-
caracterizada basicamente por três unidades: Ma- nia Brasiliana entre 590 e 930Ma. Estas conclusões
ciço Mediano de Goiás (Almeida, 1968), como re- estão apoiadas em dados geocronológicos divul-
presentante de um alto do embasamento arquea- gados em diversos trabalhos como os de Pimentel
no; uma Faixa de Dobramentos Mesoproterozóicos (1991), Pimentel et al. (1992, 1993), Ferreira Filho et
(Faixa Uruaçu), e Faixas Dobradas Neoproterozói- al., (1994) e Suita et al. (1994). Esses autores e Nilson
cas (Faixas Brasília e Paraguai-Araguaia), borde- et al. (1994) desenvolveram modelos de evolução
jando os crátons do São Francisco e Amazônico. para a Região Centro-Oeste sugerindo um evento
Fuck et al. (1993) & Fuck (1994) propuseram uma de rifteamento em crosta continental, com intrusão
revisão na subdivisão da Província Tocantins, apre- de magma basáltico em níveis subcrustais de ida-
sentando uma estruturação neoproterozóica, em de paleo a mesoproterozóica (1,78Ga -1,58Ga) ori-

– 22 –
Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

Figura 3.4 – Mapa geológico da Província Tocantins (modificado de Fuck, 1994 e Fuck et al., 1994).

– 23 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

ginando os complexos máfico-ultramáficos acama- cos do Ciclo Brasiliano, sendo menos intensa-
dados de Niquelândia, Barro Alto e Cana Brava, um mente afetados pela tectônica das faixas móveis.
evento magmático localizado no Complexo Barro Estão limitados a oeste, pelo terreno do Arco
Alto a 1,29-1,35Ga e por fim um evento de colisão Magmático de Goiás, através de extensa zona de
continental a 0,77-0,82Ga, responsável pelo meta- cisalhamento; e a leste, por expressiva desconti-
morfismo regional que alcançou fácies granulito. nuidade crustal, marcada por forte gradiente gra-
Lacerda Filho & Delgado (1995) e Lacerda Filho vimétrico (Pinheiro, 1994), que os separam dos
(1996) consideraram o Maciço de Goiás como um terrenos alóctones de alto grau e dos metassedi-
Fragmento Antigo, representado essencialmente mentos da Faixa Brasília.
por extensos terrenos granito-gnáissicos arquea-
nos, e supracrustais do tipo greenstone, bordejado
por faixas dobradas meso a neoproterozóicas. Indi- 3.3 Rift Intracontinental
vidualizaram os terrenos de alto grau como unida-
des paleoproterozóicas retrabalhadas no Brasilia- Compreende uma unidade geotectônica carac-
no e mantiveram a denominação de Faixa Uruaçu terizada pelos complexos máfico-ultramáficos aca-
para a zona interna e, de Faixa Brasília para a zona madados e indiferenciados, anteriormente indivi-
externa, segundo as propostas de Fuck et al. dualizados como cinturões móveis (Almeida, 1981)
(1993) e Fuck (1994). que receberam as denominações de: cinturões Ce-
Neste trabalho de síntese da geologia, a Provín- res (complexos Cana Brava, Niquelândia e Barro
cia Tocantins em Goiás foi subdividida em: Terreno Alto), Alfenas (Complexo Anápolis-Itauçu) e Médio
Granito-Greenstone e Rift Intracontinental, repre- Tocantins (Complexo Porangatu). Esses comple-
sentando as entidades mais antigas, de idade ar- xos foram provavelmente gerados durante a fase
queana a paleoproterozóica, envolvidas nos pro- rift distensiva inicial, que evoluiu, na continuidade
cessos tectônicos brasilianos; Faixas de Dobra- do processo, para uma bacia extensional intracra-
mentos, Arco Magmático de Goiás e Coberturas tônica, preenchida por sedimentos associados a
Cratônicas, associadas ao Ciclo Brasiliano, de ida- vulcanismo continental bimodal e granitogênese,
de meso a neoproterozóica, além das Coberturas representados pelas rochas do Grupo Araí (Nilson
Fanerozóicas, representadas pela Bacia do Paraná et al., 1994) e granitos anorogênicos da Província
e Bacia Sanfranciscana, e os sedimentos das for - Paranã (Marini & Botelho,1986), cujas idades estão
mações superficiais (figura 3.5). em torno de 1.770Ma (Nilson et al., op. cit.), 1.560
Essa estruturação foi baseada em dados tecto- Ma (Pimentel et al., 1992) e 1.460Ma (Reis Neto,
no-estratigráficos e geocronológicos disponíveis, e 1983). Esses granitos alojam importantes minerali-
nos dados gravimétricos de Morangoni et al. (1997), zações de estanho (Sn) tendo sido constatada a
modificados neste trabalho por Pinheiro (CPRM). presença de índio (In) em alguns destes corpos
(Botelho, 1984; 1992).
A evolução dos complexos acamadados máfi-
3.2 Terrenos Granito-Greenstone co-ultramáficos (Cana Brava, Niquelândia, Barro
Alto) foi associada ao desenvolvimento do rift,
Compreendem uma entidade geotectônica ca- com base nos dados geoquímicos e petrológicos
racterizada por complexos ortognáissicos, tonalí- (Nilson et al., 1996) e nas informações geocronó-
tico-granodioríticos e graníticos, contendo faixas logicas disponíveis.
de rochas supracrustais tipo greenstone belts e Moraes & Fuck (1997), através de estudos meta-
se qüên ci as vulca no-sedimentares simi la res a mórficos nos granulitos de Barro Alto, concluem
greenstone. que aquelas rochas foram metamorfizadas na fá-
Esta unidade geotectônica compreende parte do cies granulito, durante colisão continental entre
que foi denominado de Maciço Mediano de Goiás, 0,77 e 0,82Ga e sofreram um resfriamento impor-
que tem sido considerado o embasamento cratôni- tante, que implicou em uma residência crustal lon-
co ou um alto estrutural das faixas de dobramentos ga, antes de serem soerguidas na crosta, sugerin-
brasilianos (Almeida, 1968; Brito Neves & Cordani, do que esse soerguimento está relacionado com
1991; Fuck et al., 1993 e Fuck, 1994). outro evento tectônico. Esses dados colocam em
Esses ter re nos re pre sen tam um frag men to evidência uma possível evolução tectônica policí-
crustal arqueano, de comportamento geológico clica para esses complexos máfico-ultramáficos
diferenciado durante os eventos termo-tectôni- acamadados.

– 24 –
50º DOMÍNIOS TECTONO ESTRATIGRÁFICOS
48º 46º
FORMAÇÕES SUPERFICIAIS
COBERTURAS FANEROZÓICAS
1 BACIA DO PARANÁ 2 BACIA SANFRANCISCANA

COBERTURAS CRATÔNICAS BRASILIANAS


14º

PROTEROZÓICO PALEO-MESOPROTEROZÓICO MESO-NEOPROTEROZÓICO


ARCO MAGMÁTICO DE GOIÁS
2 SEQÜÊNCIAS VULCANO-SEDIMENTARES
GRANITÓIDES
FAIXAS DE DOBRAMENTOS BRASILIANAS

Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal


52º FAIXA BRASÍLIA FAIXA PARAGUAI FAIXA ARAGUAIA
Zona Externa
Zona Interna

BRASÍLIA Seqüências Metavulcano-sedimentares


- 25 -

16º
RIFT INTRACONTINENTAL
GOIÂNIA
BACIA EXTENSIONAL INTRACRATÔNICA

COMPLEXOS MÁFICOS-ULTRAMÁFICOS ACAMADADOS


(CANA BRAVA, NIQUELÂNDIA,
BARRO ALTO)
COMPLEXOS INDIFERENCIADOS
(ANÁPOLIS-ITAUÇU, PORANGATU E URUAÇU)

18º

ARQUEANO PALEO-
TERRENOS GRANITO-GREENSTONE
SEQÜÊNCIAS VULCANO-SEDIMENTARES

GREENSTONE BELTS
COMPLEXO GRANITO-GNÁISSICO
E S C A L A
0 50 100km FALHAS TRANSCORRENTES
DESCONTINUIDADE CRUSTAL LIMITE OESTE DO CRÁTON
(forte gradiente gravimétrico) SÃO FRANCISCO FALHAS DE EMPURRÃO

Figura 3.5 – Arcabouço Tectono - Estratigráfico de Goiás.


Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Dados geocronológicos dos complexos máfi- O arcabouço geotectônico desta faixa pode ser
co-ultramáficos acamadados (Cana Brava, Nique- explicado através de um único ciclo dinamotermal,
lândia e Barro Alto) indicam que estes complexos com deformação progressiva durante a inversão
se cristalizaram no Paleoproterozóico (2.000 e tectônica da faixa. Os padrões metamórficos, es -
1.700Ma), (Correia Filho et al., 1996; Suita et. al., truturais e estratigráficos, registram as sucessivas
1994), e foram metamorfizados na fácies granulito, etapas dessa inversão e materializam uma expres-
durante a tectônica brasiliana (780Ma). (Ferreira Fi- siva zoneografia tectônica.
lho, 1992; Suita et al., 1994; Correia et al., 1997). Sua estruturação pode ser subdividida em dois
Tal fato também pode ter ocorrido nos comple- segmentos: setentrional e meridional, separados
xos indiferenciados como o Anápolis-Itauçu, que por uma estrutura regional denominada Megainfle-
apresenta as idades isocrônicas Rb-Sr 2,6 e 2,4Ga xão dos Pireneus. Apesar desses segmentos
(Ianhez et al., 1983; Tassinari, 1988) e idade de apresentarem evolução geotectônica semelhante,
630Ma, atribuída ao metamorfismo (Fischel et al., exibem peculiaridades estratigráficas, estruturais e
1998). metamórficas que proporcionam um quadro tectô-
nico complexo (Fonseca, 1996; Fonseca et al.,
1997; Freitas & Campos, 1998).
3.4 Faixas de Dobramentos Brasilianas Nas sínteses regionais elaboradas por Fuck et al.
(1993) e Fuck (1994), a Faixa Brasília é definida
Constituem um sistema de faixas orogênicas si- como um extenso sistema de dobramentos neopro-
tuadas nas bordas do Cráton do São Francisco terozóicos compartimentada em Zona Interna e
(Faixa Brasília) e do Cráton Amazônico (faixas Ara- Zona Externa.
guaia e Paraguai). Essas faixas e parte das bordas A Zona Interna é constituída pelas rochas dos
cratônicas se estruturaram com a inversão de baci- grupos Araxá, Serra da Mesa/Serra Dourada, carac-
as marginais durante o Ciclo Brasiliano e são limita- terizados por unidades alóctones de micaxistos e
das por expressivas zonas de falhas. associações vulcano-sedimentares. Os xistos, em
sua maioria, são derivados de sedimentos turbidíti-
3.4.1 Faixa Brasília cos, aos quais se associam sedimentos químicos
com variada contribuição de origem vulcânica. Essa
Constitui uma unidade geotectônica representa- faixa é marcada por uma estruturação de imbrica-
da por um cinturão móvel que evoluiu do Meso ao mento tectônico, com desenvolvimento de zonas de
Neoproterozóico, depositado e deformado na mar- cisalhamento de baixo ângulo e nappes transporta-
gem oeste do Cráton do São Francisco, sobre um das com vergência para o Cráton do São Francisco,
embasamento consti tu í do por ter renos gra ni- em escamas, com a Nappe Araxá-Canastra sobre-
to-gnáissicos paleoproterozóicos, afetado por um posta ao sistema de cavalgamento Ilicínea/Piumi-hi,
sistema de dobramentos neoproterozóicos. que por sua vez é empurrado sobre o Cráton do São
Essa faixa de metassedimentos, originalmente Francisco e sua cobertura. Nessa tectônica de im -
denominada geossinclínio Brasília (Barbosa, 1955; bricamento, lascas do embasamento pré-brasiliano
Branco & Costa, 1961 e Almeida, 1967), foi caracte- (Complexo Anápolis-Itauçu) são envolvidos nessa
rizada por Almeida et al. (1977) como um comparti- tectônica brasiliana.
mento geotectônico de idade brasiliana, que tem Na região sul da zona interna foram identificados
como limite ocidental a Faixa Uruaçu, de idade me- uma associação petrotectônica do tipo melange
soproterozóica. ofiolítica constituída por micaxistos, xistos carbono-
Este modelo, de duas faixas dobradas e de dois sos, gnaisses, anfibolitos e serpentinitos com lentes
ciclos, é aceito com ressalvas em trabalhos de sín- de cromita podiforme (Drake Jr., 1980; Strieder,
tese regional (Marini et al., 1978, 1981; Fuck & Mari- 1990; Strieder & Nilson, 1992; Alkmin et al., 1993;
ni, 1981; Marini et al., 1984 a, b). Por outro lado, é Fuck, 1994), à qual se associam rochas xistosas e
proposto um único ciclo tectônico para explicar o graníticas, com assinatura geoquímica similar à de
conjunto de estruturas a oeste do Cráton do São associações magmáticas sincolisionais (Dardenne
Francisco, a partir do trabalho de Fuck (1990), que et al., 1992). Essas rochas foram datadas em 794 ±
é embasado nos trabalhos de Costa & Angeiras 10Ma por U-Pb em zircões (Pimentel et al., 1992),
(1971), e Dardenne (1978 e 1981), proposta esta evidenciando, portanto, que ocorreu nesta faixa um
corroborada por Pimentel et al. (1991), Pimentel & evento deformacional em torno de 800Ma (Lacerda
Fuck (1992) e Freitas-Silva (1998). Filho et al., 1995), que afetou as rochas da Faixa Brasília.

– 26 –
Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

A Zona Externa é composta pelas unidades me- ofiolíticas (Teixeira, 1996), e áreas do embasamen-
tassedimentares dos grupos, Paranoá, Canastra e to gnáissico expostas entre as faixas de xisto.
Ibiá, estruturadas em cinturões de dobras e falhas. A estruturação desta faixa é marcada por cintu-
O seu limite oeste é marcado pela falha de empur- rões de dobras e falhas e imbricamento tectônico
rão que coloca as rochas mais antigas, atribuídas dirigido para oeste, com desenvolvimento de su-
ao Grupo Araxá, sobre as unidades do Grupo Bam- per fí ci es de des li za men to e des co la men tos.
buí (Fonseca & Dardenne, 1994). Predomina neste Essas superfícies configuram rampas frontais de
setor da Faixa Brasília um cinturão de dobras e em- direção N-S e rampas laterais NW-SE, provenien-
purrões em nível crustal mais raso, com dobras fle- tes de esforços tangenciais progressivos durante
xurais e de deslizamento, zonas de cisalhamento o Ciclo Brasiliano. O grau metamórfico aumenta
rúptil e interferência por sistemas transcorrentes para leste.
(Fonseca & Dardenne, 1995).
3.4.4 Faixa Paraguai
3.4.2 Seqüências Metavulcano-Sedimentares
É constituída por um cinturão neoproterozóico,
Essa unidade é caracterizada por diversas se- posicionado na porção sul do Cráton Amazônico,
qüências metavulcano-sedimentares: Palmeirópo- caracterizado por uma seqüência de metassedi-
lis (Ribeiro Filho & Teixeira, 1981), Juscelândia mentos dobrados e representado pelos grupos
(Fuck et al., 1981) e Indaianópolis (Danni & Leonardos, Cuiabá, Corumbá e Jacadigo. A estruturação des-
1980; Nascimento et al., 1981), que ocorrem na sa faixa é marcada por empurrões com vergência
borda oeste dos maciços de Cana Brava, Niquelân- para oeste-noroeste em direção ao Cráton Amazô-
dia e Barro Alto, na porção norte do estado e as se- nico. A mesma foi separada da Faixa Araguaia, por
qüências: Rio do Peixe (Nascimento, 1985), Silvâ- Trompette (1994), por se tratar de uma seqüência
nia (Valente, 1986), Maratá (Leonardos et al., 1990) mais jovem, condicionada à evolução de um ambi-
e Rio Veríssimo, encontradas em sua porção sul. ente de rift intracontinental, relacionado com a se-
Apesar de ocorrerem na Zona Interna da Faixa Bra- paração do Gondwana Ocidental.
sília, a individualização dessas seqüências deve- Em Goiás, esta faixa é representada pelos me -
se ao seu elevado potencial para depósitos de ouro tassedimentos do Grupo Cuiabá que afloram no ex-
e de sulfetos maciços (Zu, Cu, Pb), associados a ro- tremo-sudoeste do Estado e são marcados por um
chas vulcânicas tipo (VHMS). sistema de dobras e falhas, configurando rampas
Os litótipos dessas seqüências foram envolvidos frontais e zonas de cisalhamento, com movimenta-
pela tectônica brasiliana e são caracterizados por ção de massa em direção a noroeste.
associações de rochas vulcânicas na base, repre-
sentadas por metabasaltos com intercalações de
metacherts e formações ferríferas bandadas, pas- 3.5 Arco Magmático de Goiás
sando a rochas metavulcânicas félsicas e rochas
cálcio-silicatadas, na porção intermediária, e ro- Este compartimento geotectônico, exposto na
chas metapelíticas, no topo. A correlação entre as região oeste de Goiás, é constituído por rochas me-
seqüências Palmeirópolis, Juscelândia e Indaianó- taígneas e metassedimentares neoproterozóicas,
polis é sugerida com base no posicionamento geo- caracterizadas por estreitas faixas de seqüências
gráfico, similaridade litológica, metamorfismo de metavulcano-sedimentares, separadas entre si por
fácies anfibolítico e caráter químico dos anfibolitos ortognaisses de composição diorítica a granítica e
finos (Araújo, 1986; Kuyumijian & Danni, 1991; Brod granitos milonitizados (Pimentel et al., 1996).
et al., 1992). Trata-se de um segmento de crosta juvenil, neo-
proterozóica, que ocorre em uma faixa com carac-
3.4.3 Faixa Araguaia terísticas geoquímicas e isotópicas semelhantes às
de ambientes de arco de ilha intraoceânicos imatu-
Essa faixa orogênica bordeja a parte leste do Crá- ros, os quais evoluíram para situações de arco ma-
ton Amazônico e abrange unidades alóctones de duro ou, eventualmente, de margem continental ati-
metassedimentos do Grupo Baixo Araguaia e asso- va moderna (Pimentel, 1991; Fuck et al., 1993, Pi -
ciações vulcano-sedimentares tipo Xambioá e Serra mentel & Fuck, 1986, 1992; 1996, 1998), acrescio-
do Tapa (Souza et al., 1995), que alojam corpos má- nada entre 930-600Ma (Pimentel e Fuck, 1992; Pi -
fico-ultramáficos com características de seqüências mentel, 1993), em função da obliteração da área

– 27 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

oceânica que, no Neoproterozóico, separava os Associadas ao arco ocorrem intrusões de grani-


crátons Amazônico e do São Francisco-Congo tóides tardi a pós-orogênicos, de idade neoprotero-
(Fuck, 1994). zóica a ordoviciana (Pimentel & Fuck, 1987), carac-
Seus principais constituíntes geológicos foram terizadas por dois tipos principais de suítes graníti-
identificados na região de Arenópolis-Piranhas, e cas: um calcialcalino (tipo I), fracamente deformado
mais re cen te men te, na re gião de Mara Ro- e recristalizado, representado pelos granitos Rio Ca-
sa-Porangatu, no noroeste do Estado (Viana, 1995), iapó e Macacos; e outro (tipo II) mais jovem, não de-
onde ocupam extensas áreas com largura de apro- formado e mais rico em alcalis, é representado pelos
ximadamente 300km. Suas relações com as faixas granitos Serra Negra, Iporá, Israelândia e Serra do
móveis e os terrenos granito-greenstone arquea- Impertinente. O Granito Serra do Iran apresenta ca-
nos ainda não são bem conhecidas. O arco mag- racterísticas intermediárias entre os dois tipos.
mático é limitado a oeste pelos sedimentos quater- Dados geoquímicos e isotópicos Sm-Nd indicam
nários da bacia do rio Araguaia, a sul pela cobertu- que esses granitos são o produto de refusão de ma-
ra sedimentar da bacia do Paraná, e na região de terial crustal jovem, com cerca de 900Ma (Viana,
Jussara, pelos terrenos arqueanos de Goiás, atra- 1995). Corroborando esses valores, dados geocro-
vés de uma grande zona de cisalhamento de dire- nológicos U-Pb e Rb-Sr obtidos para esses granitói-
ção N-S (Pimentel et al., 1996). des indicam idades neoproterozóicas entre 940 e
No âmbito destes terrenos do arco magmático, 895Ma (Pimentel, 1990; Pimentel et al., 1991). Em
também são observadas localmente rochas mais termos de elementos maiores e traços, os ortognais-
antigas como o gnaisse Ribeirão, encontrado na ses apresentam composições bastante “primitivas”
porção central da Seqüência de Arenópolis e que e exibem feições típicas de granitóides de arco cal-
representa um pequeno fragmento alóctone de ma- cialcalino (Pimentel, 1990; Pimentel & Fuck, 1992).
terial crustal antigo com idades isocrônicas de Rb-Sr Pimentel et al. (1991a) sugerem que ocorreu na
e Pb-Pb em rocha total de 1.800Ma (Pimentel, 1992), região um evento final de deformação e recristaliza-
tectonicamente alojado entre rochas mais novas. ção, há cerca de 600Ma Tal fato é indicado pelo rea-
As associações vulcano-sedimentares deste juste do sistema isotópico Rb-Sr (rocha total) em me-
arco, denominadas de Bom Jardim, Arenópolis, tarriolitos de Fazenda Nova (608 ± 48Ma) e Jaupaci
Iporá, Amorinópolis, Jaupaci e Mara Rosa, são (587 ± 45Ma) e por idades U-Pb entre cerca de 594
constituídas por rochas metavulcânicas com sub- e 630Ma, obtidas em titanitas de rochas metavulcâ-
vulcânicas associadas, de composição variando nicas e ortognaisses da área de Arenópolis.
de basaltos toleiíticos a riolitos ricos em K 2O, meta- A larga faixa de variação de idades e de compo-
morfizadas em condições de P - T intermediárias às sição química e isotópica, dos diversos segmentos
fácies xisto-verde e anfibolito (Seer, 1985; Pimentel, deste Arco Magmático de Goiás, sugere que ele re-
1985; Amaro, 1989). As unidades metavulcânicas presente uma colagem de diversos sistemas de ar-
dessas associações foram datadas pelos métodos cos neoproterozóicos de natureza e idade distin-
U-Pb e Rb-Sr e apresentaram valores entre 933 e tas, que caracterizaram a margem oeste do conti-
587Ma (Pimentel, 1990; Pimentel et al., 1991a), nente São Francisco-Congo, e que ficou finalmente
contradizendo trabalhos anteriores que trataram preservada na porção interna da Província Tocan-
essas seqüências como similares a greenstone tins, após a colisão entre os continentes Amazôni-
belts arqueanos (e.g. Bernasconi, 1983; Ianhez et co, Paraná e São Francisco.
al., 1983; Côrtes et al., 1987).
Estudos de geoquímica de isótopos Nd-Sr para
as rochas metavulcânicas e ortognaisses da re- 3.6 Coberturas Cratônicas
gião, efetuados por Pimentel (1990), indicam que
essas rochas exibem composições isotópicas de Essas coberturas estão localizadas na margem
Sr mais primitivas e os valores de Sm-Nd obtidos oeste do Cráton do São Francisco e correspondem
sugerem que o magma original teve importante a uma sedimentação continental intracratônica que
contribuição de material depletado em elementos ocorreu concomitantemente com a deposição dos
terras-raras leves (ETRL). Assim, o magma original sedimentos da Faixa Brasília. Elas são representa-
era muito primitivo e foi gerado a partir de uma fonte das pelos sedimentos do Grupo Bambuí que com-
pobre em ETRL, em condições semelhantes àque- preende depósitos glaciais sucedidos por uma se-
las observadas em áreas oceânicas atuais (Pimen- qüência argilo-carbonatada e sedimentos imaturos
tel & Fuck, 1992; Viana, 1995). depositados em mar epicontinental.

– 28 –
Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

Nesse domínio das coberturas cratônicas, as de- eotriássica, neotriássica, jurássica-eocretácea e


formações são epidérmicas, representadas por on- neocretácea (Milani et al., 1994).
dulações amplas e suaves, que se tornaram mais Em Goiás, estes sedimentos ocorrem no extre-
apertadas ao longo das falhas inversas e no limite mo-sudoeste do Estado, abrangendo uma área de
do cráton, onde aparecem clivagens de plano axial 92.500m2, e é representada por uma sucessão se-
com vergência para leste (Fuck, 1994). dimentar dominantemente terrígena, com níveis
Falhas de empurrão em direção ao cráton são vulcânicos. De acordo com Milani et al. (1994), a
eventualmente truncadas por sistemas transcor- sua parte inferior está representada pelos grupos
rentes e colocam as unidades da faixa dobrada e Rio Ivaí e Paraná (siluro-devoniano), que represen-
seu embasamento sobre as coberturas cratônicas, tam respectivamente a deposição em um rift, segui-
e em quase toda extensão do cráton o seu limite da por uma margem passiva. Após uma discordân-
com a faixa dobrada é balizado por essas falhas de cia correspondente à Orogenia Caledoniana, de-
empurrão. positaram-se em uma sinéclise, os sedimentos flu-
vioglaciais do Grupo Aquidauana (Permo-Carboní-
fero), seguidos pelos carbonatos e siltitos do Grupo
3.7 Bacias Sedimentares Passa Dois (Permiano a Triássico).
A separação entre a América do Sul e a África co-
Esta unidade geotectônica, caracterizada por meçou no início do Cretáceo. Antes disso, no Jurássi-
bacias intracratônicas, desenvolvidas na Platafor- co, depositaram-se os arenitos eólicos da Formação
ma Sul-Americana após a consolidação das faixas Botucatu. Os derrames basálticos da Formação Ser-
brasilianas (450Ma), é representada pelas bacias ra Geral correspondem à abertura do rift que separou
do Paraná e Sanfranciscana. A evolução dessas os dois continentes. Sobre estes basaltos, ainda no
bacias teve início no Eopaleozóico, em condições Cretáceo, estão os arenitos do Grupo Bauru. Conco-
estáveis. Com a Reativação Sul-Atlantiana (Schob- mitante a esta sedimentação ocorreu a intrusão de
benhaus & Campos, 1984) houve a movimentação corpos ultramáficos alcalinos do sul de Goiás e Alto
tectônica distensiva, com magmatismo e sedimen- Paranaíba. Capeando esta seqüência de sedimen-
tação associada (Hasui et al., 1975). tos, se desenvolveram as coberturas terciárias das
formações Cachoeirinha e Araguaia.
3.7.1 Bacia do Paraná
3.7.2 Bacia Sanfranciscana
Consiste em uma grande depressão intracratôni-
ca, representada por uma área de sedimentação Corresponde à cobertura fanerozóica do Cráton
paleo-mesozóica, estabelecida no Neordoviciano e do São Francisco, cuja instalação está associada a
preenchida inicialmente, por um conjunto de sedi- reativações de antigas estruturas do embasamento.
mentos depositados do Siluriano ao Triássico. Esta Exibe uma depressão norte-sul, preenchida pelos se-
sedimentação foi seguida de um pacote superior, dimentos dos grupos Urucuia, Santa Fé, Areado e
vulcano-sedimentar Juro-Cretáceo, ligado à Reati- Mata da Corda. No limite nordeste do Estado de Go-
vação Sul-Atlantiana, que se relaciona com a frag - iás, os grupos Areado e Urucuia ocorrem de forma
mentação do Gondwana (Hasui et al., 1975; Petri & restrita, em uma pequena faixa de direção norte-sul.
Fulfaro, 1983; Schobbenhaus & Campos, 1984, San- O preenchimento dessa bacia é caracterizado por
tos et al., 1984). sedimentos continentais associados com vulcanismo
O seu preenchimento inicia-se a partir da reati- alcalino-ultrabásico (Hasui, 1969; Ladeira et al., 1971;
vação de antigas estruturas do embasamento, ge- Grossi Sad et al., 1971; Seer et al., 1989; Sgarbi, 1989,
radas durante os processos geotectônicos liga- 1991; Campos & Dardenne, 1994).
dos ao Ciclo Brasiliano, sendo caracterizada por Esta cobertura sedimentar é constituída essenci-
sedimentação marcada por oscilações entre am- almente por rochas depositadas em ambientes
bientes deposicionais continentais e marinhos, fi- continentais e rochas vulcânicas piroclásticas su -
nalizando com uma sedimentação continental (fi- bordinadas (Hasui, 1969; Lacerda, 1971; Grossi et
gura 3.6). al., 1971; Sear, 1989; Sgarbi, 1989, 1991 e Campos
A evolução deste pacote deposicional é caracte- & Dardenne, 1994, 1997).
ri za da por seis gran des se qüên ci as tec to- Inicia-se com a deposição dos sedimentos gla-
no-sedimentares, limitadas por discordâncias re- ciogênicos permo-carboníferos do Grupo Santa Fé
gionais ordovício-siluriana, devoniana, carbonífera e sedimentação continental eocretácea do Grupo

– 29 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Figura 3.6 – Carta Estratigráfica da Bacia do Paraná em Goiás.

– 30 –
Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

Areado, constituído por sistemas fluviais entrelaça- 3.8 Formações Superficiais


dos e leques aluviais. No Neocretáceo verificam-se
as manifestações vulcânicas do Grupo Mata da Essa unidade é representada por sedimentos
Corda, seguidas pelos sedimentos eólicos e fluviais fluúvio-lacustres arenosos e areno-argilosos tér-
do Grupo Urucuia. Capeando este conjunto desen- cio-quaternários que preenchem zonas rebaixadas
volvem-se os sedimentos cenozóicos da Formação pela neotectônica ou depressões associadas aos
Chapadão (Campos & Dardenne, 1997). ciclos de aplainamento geomorfológicos.

– 31 –
Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

4
DESCRIÇÃO DAS UNIDADES
LITOESTRATIGRÁFICAS DO ESTADO
DE GOIÁS E DO DISTRITO FEDERAL
ARQUEANO & Ribeiro (1978), na região de Pilar de Goiás, Guari-
nos e Hidrolina, sob a designação de Grupo Pilar
Os terrenos arqueanos/paleoproterozóicos são de Goiás. Sabóia (1979) refere-se à presença de
representados por rochas do embasamento, ante- uma seqüência vulcano-sedimentar que chamou
riormente denominadas de Complexo Basal (Alme- de Seqüência Vulcano-sedimentar de Goiás, na re-
ida, 1968), sendo constituídos basicamente por gião de Goiás, e desmembra o Grupo Pilar de Goiás
granitos e ortognaisses, pertencentes ao Comple- em faixas, denominadas de Faixa Crixás, Faixa
xo Granito-Gnáissico, rochas supracrustais do tipo Guarinos e Faixa Pilar de Goiás, caracterizadas por
gre ens to ne belt, se qüên ci as me ta vul ca- uma unidade vulcânica ultramáfica na base, uma
no-sedimentares, suíte gabro diorítica, intrusões unidade vulcânica máfica na porção intermediária
graníticas e diques máfico-ultamáficos. e uma unidade predominantemente sedimentar no
Os greenstone belts compreendem as seqüên- topo. Jost & Oliveira (1991) elevam cada uma das
cias vulcano-sedimentares que ocorrem na região três faixas à categoria de grupo.
oeste do Estado de Goiás, na forma de calhas sin-
formais de rochas supracrustais vulcanogênicas, COMPLEXO GRANITO-GNÁISSICO
derivadas de lavas komatiíticas a toleiíticas de ida-
de arqueana, metamorfizadas na fácies xisto-verde Sob esta denominação estão englobados os ter-
e encaixadas nas rochas graníticas a granodioríti- renos granito-gnaisses indiferenciados, os gnaisses
cas do Complexo Granito-Gnáissico. Essas se- de composição tonalítica, granodiorítica e trondhje-
qüências foram definidas originalmente por Danni mítica, e diques e stocks máfico-ultramáficos.

– 33 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Agn - Granito-Gnaisses Indiferenciados foliação e bandamento centimétrico a decamétrico,


causado pela alternância de bandas mesocráticas,
Correspondem a granitóides homogêneos e/ou leucocráticas e melanocráticas. Ocorrem preferen-
gnaissificados, caracterizados como rochas do em- cialmente nas regiões de Crixás-Pilar, onde foram in-
basamento arqueano, associados ao Greenstone dividualizados como blocos, do Caiamar e Muquém
Belt de Goiás e representados por ortognaisses graní- (Sabóia, 1979).
ticos, tonalíticos e granodioríticos, às vezes milonitiza- O Bloco do Caiamar foi caracterizado como dois
dos e contendo restitos de rochas básicas a ultrabási- conjuntos distintos de granitóides, com predomi-
cas, com freqüentes diques e stocks máfico-ultramáfi- nância de granodioritos ao sul e tonalitos no centro
cos. Distribuem-se amplamente, como faixas mais ou e ao norte, enquanto o Bloco de Muquém compre-
menos contínuas, na região centro-oeste, ou como um ende gnaisses graníticos, granodioríticos, tonalíti-
núcleo isolado na porção nordeste do estado, entre cos e diques básicos (Vargas, 1992).
Colinas do Sul e Campos Belos. Jost et al. (1994) redefiniram o Bloco do Caiamar
Estes gnaisses são geralmente ricos em biotita e denominando-o de Complexo do Caiamar. Subdivi-
hornblenda, e estão representados predominante- diram-no em três conjuntos principais de rochas
mente por tonalitos, biotita granito e um conjunto de granitóides que definem litologicamente essa es-
gnaisses porfiríticos de granulação média, com fo- trutura: Gnaisses Crixás-Açu, Tonalito Tocambira e
liação e bandamento às vezes exibindo expressi- Granodiorito Águas Claras, além de ocorrência res-
vas zonas de cisalhamentos dúcteis e com veios trita de diques básicos e migmatitos.
pegmatíticos. A unidade Gnaisses Crixás-Açu, de ocorrência
Estudos geocronológicos realizados nos gnais- restrita no norte do Domo do Caiamar, compreende
ses tonalíticos a oeste da cidade de Goiás fornece- gnaisses exibindo forte bandamento composicio-
ram isócronas Rb-Sr de 2.670Ma ± 142Ma e nal, com faixas melano e leucocráticas de composi-
1.900Ma (Tomazzoli, 1992a) associadas a valores ções tonalíticas e trondhjemíticas.
de Ro de 0,719, 0,7063 e 0,704 e de 2.564 ± 140Ma O Tonalito Tocambira é a unidade predominante.
(Pimentel et al., 1995) com R0 de 0,7017 ± 0,0025. Possui forma ligeiramente elíptica, com eixo maior
Amostras do granito-gnaisse, que aflora entre Itapi- orientado na direção NW-SE, cor cinza, granulação
rapuã e Jussara, forneceram uma isócrona Rb-Sr de fina a média na borda, aumentando para o núcleo.
idade de 2.601 ± 209Ma com valor de R0 de 0,70156 Localmente, registra-se foliação discreta e descon-
± 0,00074 (Pimentel et al., 1995). Na porção nordes- tínua, e ocorrência restrita de veios pegmatóides e
te, a idade arqueana destas rochas é admitida por diques de trondhjemitos.
comparação com os terrenos da região central de A porção sul desse complexo é marcada pelo
Goiás, entretanto, Fuck (1994) considera que estes Granodiorito Águas Claras, com notável foliação mi-
Litótipos poderiam representar um magmatismo lonítica.
calci-alcalino de idade paleoproterozóica, acresci- As rochas gnáissicas presentes no Bloco do Mu-
do aos terrenos arqueanos. quém encontram-se, de uma maneira geral, deforma-
das, com proeminente foliação definida pelos consti-
Aγ - Granitos Arqueanos tuintes micáceos. A distribuição espacial das mes-
mas sugere que a estrutura regional do bloco consis-
Representam uma série de pequenos corpos te de um núcleo de gnaisses tonalíticos, bordejado
graníticos intrusivos nos terrenos granito-gnáissi- de granitos-gnaisses granodioríticos (Jost et al.,
cos indiferenciados (Baêta et al.,1998). Pimentel et 1994), em contato a leste com a Faixa Pilar-Hidrolina,
al. (1995) dataram, na região de Uvá, um biotita através de zona de cisalhamento transcorrente (Var-
granito leucocrático, de granulação média e fo- lia- gas, 1992) e a oeste, por meio de falhas, com os litóti-
do, obtendo uma idade radiométrica, pelo método pos do Grupo Guarinos, e também por meio de falha-
Sm-Nd, em torno de 2.851 ± 180Ma. mentos com as rochas do Grupo Araxá e da Seqüên-
cia Mara Rosa (Danni & Ribeiro, 1978).
Atn - Gnaisses Tonalíticos Na região de Crixás-Auriverde-Caiamar, datações
radiométricas pelos métodos Rb-Sr, Pb-Pb e Sm-Nd,
São caracterizados por um conjunto de gnaisses em granodioritos, forneceram idades de 2.925 ±
de composição predominantemente tonalítica e, su- 65Ma, 2.475 ± 20Ma, 2.530 ± 98Ma, 2.653 ± 40Ma
bordinadamente, graníticas a granodioríticas, que (Montalvão, 1985, 1986 e Vargas, 1992) e de 2.924 ±
exibem granulação média, cor cinza claro, às vezes 150Ma em tonalitos do Bloco Caiamar (Vargas, 1992).

– 34 –
Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

Agd - Gnaisses Granodioríticos Petrograficamente, onde preservados, os gnais-


ses são leucocráticos, isótropos, com granulação
São caracterizados por granitóides de natureza média a até pegmatóide, compostos principalmen-
basicamente granodiorítica que ocorrem sob a forma te por quartzo, albita-oligoclásio, microclínio, mus-
de domos, individualizados como Bloco da Anta, a covita e, subordinadamente, biotita (Danni et al.,
oeste do Greenstone de Crixás, e Domo de Hidrolina, 1986).
a leste do Greenstone de Pilar (Sabóia, 1979), intima-
mente associados aos gnaisses de composição to- Aβ - Stocks e Diques Máfico-Ultramáficos
nalítica, de ocorrência subordinada (Vargas, 1992).
Segundo Vargas (1992), no Bloco da Anta, os Compreendem corpos máfico-ultramáficos de di-
granodioritos apresentam-se como gnaisses porfi- mensões variadas, com os stocks podendo alcan-
ríticos, de coloração cinza com bandas leucocráti- çar até 15km de comprimento, que ocorrem predo-
cas a mesocráticas, granulação média, fenocristais minantemente nas regiões de Goiás e Morro Agudo
de K-feldspato, foliação de caráter milonítico e fre- de Go iás, en ca i xa dos nos ter re nos gra ni-
qüentes injeções pegmatíticas de composição gra- to-gnáissicos. São constituídos por metaortopiroxê-
nítica, concordantes com a foliação. nio hornblenditos, metaortopiroxenitos e metabási-
Os tonalitos exibem uma cor acinzentada, vari- cas, e exibem evidências de hidrotermalismo (ser-
ando de leucocráticos a mesocráticos com mega- pentinização, tremolitização, carbonatização e talci-
cristais de K-feldspato em matriz de granulação ficação).
média. A foliação é de origem milonítica e, assim Apresentam uma mineralogia da fácies xis-
como nos granodioritos, aumenta de intensidade to-verde a anfibolito, com o desenvolvimento locali-
em direção ao contato com as supracrustais. zado de paragêneses típicas da fácies granulito (To-
Os granodioritos do Domo de Hidrolina apresen- mazzoli, 1997), compostas por clinopiroxênio, horn-
tam granulometria média a grossa, coloração cinza blenda ou actinolita-tremolita, oligoclásio-andesina,
e bandas leucocráticas a mesocráticas, foliação bronzita, espinélio, clorita, talco e serpentina.
milonítica mais intensa em direção às margens do Baêta Jr. et al. (1998) sugerem tratar-se de stocks
domo, com inúmeras intercalações pegmatíticas e diques arqueanos, deformados, cortados por di -
graníticas paralelas a essa foliação (Danni et al., ques básicos de idade paleoproterozóica (2.330 ±
1986, in: Vargas, 1992). Segundo esses autores, os 101,4Ma e 2.400Ma, Tomazzoli, 1997) correlacioná-
gnaisses tonalíticos estão presentes nas porções veis às rochas básico-ultrabásicas do Grupo Goiás
marginais do domo, como rochas de granulometria Velho.
fina a média, freqüentemente migmatizadas e milo- Neste estudo adota-se a proposta estratigráfica
nitizadas, cortadas por um biotita granito e injeções de Jost & Oliveira (1991), utilizando-se porém a car-
pegmatóides de natureza granítica. tografia das unidades sugeridas por Lacerda &
Lima (1996), Lacerda (1997), Magalhães (1993) e
At - Gnaisses Trondhjemíticos Araújo & Campos (1995).

Rochas gnáissicas de composição trondhjemíti- GRUPO CRIXÁS


cas são reconhecidas dentro dos limites das asso-
ciações de rochas supracrustais que formam as fai- Distribui-se numa faixa estreita e alongada na di-
xas Guarinos e Pilar-Hidrolina (Danni et al.,1986; reção NS, de rochas supracrustais, que ocorre na
Jost et al.,1992, in: Vargas, 1992). região de Crixás. Este grupo é formado por unida-
No Grupo Pilar, a maioria dessas ocorrências des vulcânicas ultramáficas komatiíticas na base;
comporta-se como intrusões tabulares subconcor- por basaltos almofadados na porção intermediária
dantes, ou como sills deformados, de algumas de- e por sedimentos químicos e detríticos, às vezes
zenas de metros de espessura, alojados ao longo com vulcanismo piroclástico associado, no topo.
de planos de intensa deformação milonítica e do - Estes sedimentos foram denominados, da base
bras recumbentes (Vargas, 1992). para o topo: formações, Córrego Alagadinho, Rio
No domo de Guarinos os magmas de composi- Vermelho e Ribeirão das Antas (Sabóia, 1979).
ção trondhjemítica também ascenderam diapirica- Kuyumjiam (1981) individualizou, na porção su-
mente, tendo sido controlados em maior ou menor perior da seqüência, uma unidade ultramáfica com
grau pela proximidade das zonas de transporte intercalações de metassedimentos, denominada
tectônico (Vargas, 1992). de Seqüência Mina Inglesa, posteriormente posi-

– 35 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

cionada por Magalhães (1993) como uma unidade idade de 2.825 ± 98Ma, com valores de ENd próxi-
faciológica da porção superior da Formação Córre- mo a zero.
go Alagadinho. Mais recentemente, Araújo & Cam- Resultados similares foram encontrados pelo
pos (1995) denominaram de Grupo Crixás Indiviso método Pb-Pb isocrônico (Barbour et al., 1979)
a um conjunto de rochas que ocorrem a NW da Vila com resultados de 2.728 ± 140Ma. Já as idades
Uirapuru, representado por anfibolitos, formações isocrônicas Rb-Sr nas rochas metassedimentares
ferríferas, hidrotermalitos, metacherts, clorita-seri- revelaram uma ampla variação de resultados (For-
cita xistos e grafita xistos. tes et al., 1993): 731 ± 76, 647 ± 36, 497 ± 48, 437 ±
Aca - Formação Córrego Alagadinho – É consti- 13Ma, denunciando um intenso retrabalhamento
tuída por rochas ultramáficas derivadas de lavas ko- brasiliano.
matiíticas, serpentinizadas e talcificadas, com estru-
turas spinnifex e disjunções poliedrais preservadas GRUPO GUARINOS
e, subordinadamente, por brechas de fluxo defor-
madas, com intercalações de metassedimentos, Trata-se de uma faixa vulcanogênica encontrada
xistos grafitosos, formações ferríferas, metacherts na região de Guarinos, constituída por uma se-
carbonosos e ferríferos, anfibolitos e hidrotermalitos. qüência de rochas ultrabásicas, básicas e sedi-
A seqüência Mina Inglesa (Magalhães, op. cit.) é ca- mentares, distribuídas, respectivamente, nas por -
racterizada por metavulcânicas básicas e ultrabási- ções basais, intermediárias e superiores, tendo
cas, deformadas e hidrotermalizadas (micaxistos a sido subdivididas por Jost & Oliveira (1991) em cin-
talco, anfibólio, clorita, biotita, sericita e veios de co formações, denominadas, da base para o topo:
quartzo), e intercalações de formações ferríferas, Serra do Cotovelo, Serra Azul, São Patricinho, Aim-
micaxistos carbonosos e turmalinitos. Associadas bé e Cabaçal.
às litologias dessa seqüência ocorrem mineraliza- Asc - Formação Serra do Cotovelo – Caracteri-
ções de ouro, bem como disseminações de pirita, zada por rochas komatiíticas alteradas para ser-
arsenopirita e calcopirita, registrando-se também a pentinitos e xistos magnesianos, com intercalações
presença de ilmenita e magnetita. de formações ferríferas a magnetita e de filitos car-
Arv - Formação Rio Vermelho – É representada bonosos. Essa unidade tem uma distribuição restri-
por metabasaltos toleiíticos, com estruturas do tipo ta e não apresenta feições primárias preservadas
pillow lavas, amígdalas e variolitos, transformados (Sabóia, 1979).
em anfibolitos e anfibólio xistos, ocorrendo interca- Asa - Formação Serra Azul – Constituída predo-
lados com metavulcânicas intermediárias, xistos minantemente por anfibolitos e anfibólio xistos
carbonosos, granada xistos, formações ferríferas e feldspáticos, com intercalações de xistos magnesi-
hidrotermalitos (clorita xistos, rochas carbonáticas, anos, talco xistos, filitos carbonosos e formações
mica-quartzo xistos, anfibólio xisto granadífero e ferríferas bandadas, fácies óxido de ferro e manga-
carbonoso, biotititos e turmalinitos). nês (Jost & Oliveira, 1991; Lacerda & Lima, 1996).
Ara - Formação Ribeirão das Antas – É caracte- Asp - Formação São Patricinho – Compreende
rizada por rochas metassedimentares e vulcânicas uma seqüência de metagrauvacas, localmente
exalativas, representadas por metagrauvacas, clo- rica em magnetita, com acamadamento gradacio-
rita-sericita xistos, biotita-clorita xistos, clorita- nal e intercalações ocasionais de formações ferrí-
quartzo xistos, xistos carbonosos, quartzitos, quart- feras bandadas, filitos carbonosos e metabasal-
zitos carbonosos, metacherts carbonosos e ferrugi- tos, muscovita-clorita-quartzo xisto com magnetita
nosos, rochas carbonáticas (dolomitos e calcários) e/ou cloritóide, anfibólio-biotita xisto feldspático,
e calcixistos, metavulcano-clásticas aluminosas e biotita-clorita-muscovita xisto feldspático, biotita
intermediárias, metacherts ferruginosos e manga- xisto, granada micaxisto com níveis carbonosos e
nesíferos, e hidrotermalitos, agrupados por Maga- hidrotermalitos (Jost & Oliveira, 1991; Lacerda &
lhães (1993) como unidades: Grafitosa, Grafitosa Lima, 1996).
Manganesífera e Grauvaqueana. Aai - Formação Aimbé – É formada predominan-
Os estudos geocronológicos da Faixa Crixás fo- temente por formação ferrífera, com uma fácies ba-
ram realizados por Barbour et al. (1979), Arndt et al. sal de magnetita (magnetita-muscovita xisto), que
(1989), Gaudette et al. (1993) e Fortes et al. (1993). grada para uma fácies de topo com hematita (he-
A melhor estimativa para a idade dos derrames ko- matita-muscovita xisto), metassedimentos detríti-
matiíticos desta seqüência foi obtida por Arndt et al. cos (metaconglomerado oligomítico e muscovita
(1989) através do método isocrônico Sm-Nd, com xisto) e rochas hidrotermalizada, com proporções

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

variadas de quartzo, turmalina, clorita, cloritóide, GRUPO GOIÁS VELHO (Dardenne et al., 1972)
magnetita e muscovita, apresentando uma distri-
buição mais subordinada (Resende & Jost, 1994; É composto por uma seqüência metavulcano-
Lacerda & Lima, 1996). sedimentar do tipo greenstone belt, distribuída em
Acb - Formação Cabaçal – Constitui-se de uma uma faixa de direção NW-SE, na região de Goiás-
seqüência de quartzo-sericita xistos, clorita xistos, Faina. É caracterizada por metakomatiítos peridotí-
filito carbonoso e granada quartzito, com intercala- ticos e piroxeníticos, transformados em rochas com
ções de magnetita-quartzo-anfibólio xisto, anfibólio proporções variadas de talco, clorita, serpentina,
xisto feldspático, biotita xisto e anfibolito (Jost & Oli- carbonato e actinolita, associados com metasse-
veira, 1981; Lacerda & Lima, 1996). dimentos, aflorantes na região de Goiás- Faina
(Dardenne et al., 1972; Sabóia, 1979) e agrupadas
GRUPO PILAR DE GOIÁS sob a denominação de Seqüência Serra de Santa
Rita (Danni et al., 1981). Essas rochas, que apre -
É caracterizado por um pacote vulcano-sedi- sentam estruturas do tipo pillow lavas e spinnifex
mentar que ocorre na região de Pilar de Goiás-Hi- (Danni et al., 1981 e Tomazzoli, 1985), foram redefi-
drolina, que se inicia com rochas ultrabásicas, se- nidas por Teixeira (1981) como Grupo Goiás Velho,
guido por básicas e intermediárias e, finalmente, com subdivisões propostas por Tomazzoli (1985),
por rochas sedimentares intercaladas com alguns Tomazzoli & Nilson (1986), Resende & Jost (1995;
derrames de rochas ácidas e/ou intermediárias, 1997), Resende (1997) e Baêta Jr. et al. (1998).
básicas e ultrabásicas (Sabóia, 1979). Foi subdivi- Baêta Jr. et al. (1998) propõem a subdivisão des-
dido por Jost & Oliveira (1991) em quatro forma- se grupo em quatro formações, assim denomina-
ções, designadas: Córrego Fundo, Cedrolina, Bo- das, da base para o topo: Formação Córrego Ma-
queirão e Serra do Moinho. nuel Leocádio, Formação Digo-Digo, Formação Li-
Acf - Formação Córrego Fundo – É constituída meira e Formação Serra de Santa Rita, subdivisão
por komatiítos alterados para serpentinitos, xistos essa adotada neste trabalho.
magnesianos com intercalações de metachert, for- Aml - Formação Córrego Manoel Leocádio –
mações ferríferas a magnetita e anfibólio, tremolita Corresponde à unidade basal e constitui-se de me-
filito, filitos carbonosos, talco xisto e hidrotermalitos takomatiítos, representados por serpentinito, car-
com carbonato e pirita. Feições primárias, como bonato-talco serpentinito, talco serpentinito, carbo-
textura spinnifex, são raramente encontradas (Jost nato-talco xisto, clorita-talco xisto, tremolitito e tre-
& Oliveira, 1991; Lacerda & Lima, 1996). molita-actinolita xisto, com presença de estruturas
Acd - Formação Cedrolina – É composta por do tipo pillow lavas e spinnifex. Subordinadamente
metabasaltos toleiíticos, representados por anfibo- ocorrem pequenas intercalações de clorita-quartzo
litos e anfibólio filitos, que exibem textura vulcânica xisto, metachert ferrífero, metachert grafitoso, filito
ou subvulcânica reliquiar, com intercalações de e filito grafitoso.
formações ferríferas fácies óxido e manganês, Ad - Formação Digo-Digo – É representada por
quartzitos e rochas calcissilicáticas (Jost & Oliveira, metavulcânicas básicas, metabasaltos e xistos bá-
1991; Lacerda & Lima, 1996). si cos, acti no li ta-tremolita-quartzo xis to, clo ri-
Abo - Formação Boqueirão – Está representada ta-quartzo xisto e clorita-quartzo xisto carbonatado,
por duas unidades distintas: uma basal, caracteri- e subordinadamente talco xisto, metatufo feldspáti-
zada por quartzito com anfibólio e carbonato (meta- co, formação ferrífera, metachert, metapelito grafi-
chert), e uma de topo, composta por tremolita már- toso, dolomito e metavulcânica intermediária.
mores, carbonato-tremolita xisto e rochas calcissili- Al - Formação Limeira – É caracterizada por
cáticas (Lacerda, 1997). uma seqüência metassedimentar, subdividida por
Asm - Formação Serra do Moinho – É constituí- Baêta Jr. et al. (1998) em unidades, pelítica e psa-
da por filitos carbonosos, clorita-sericita-quartzo mítica. A unidade pelítica é constituída por filito, fili-
xisto, xistos carbonosos, muscovita-quartzo xisto, to grafitoso e carbonoso, clorita-quartzo xisto, cia-
clorita-biotita xistos, muscovita quartzito, biotita xis- nitito, xisto grafitoso e subordinadamente delgadas
to feldspático, clorita-carbonato xisto, xistos mag- camadas de sericita quartzito, dolomito metachert
nesianos e anfibolíticos, com raras intercalações e formação ferrífera. A unidade psamítica é repre-
de camadas descontínuas de formações ferríferas sentada por sericita quartzito, muscovita-quartzo
e lentes de talco-clorita xisto (Jost & Oliveira, 1991; xisto, clorita-quartzo xisto, magnetita-sericita quart-
Lacerda & Lima, 1996). zito e quartzito arcosiano.

– 37 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Asr - Formação Serra de Santa Rita – Compreen- Essa unidade é conhecida como Metaconglo-
de também um pacote metassedimentar, subdividi- merado Carioquinha, por apresentar suas melho-
do por Baêta Jr. et al. (1998) em unidade química e res exposições no balneário homônimo, localizado
psamo-pelítica. A unidade química é composta por na cidade de Goiás.
filitos, metacherts, metacherts ferruginosos e man - Unidade B – Apresenta uma distribuição mais am-
ganesíferos, clorita-quartzo xisto e xisto grafitoso e pla em relação à unidade A, ocupando a maior parte
subordinadamente por sericita quartzitos, dolomito da serra de São Francisco e/ou Cantagalo. É caracte-
e formação ferrífera. A unidade psamo- pelítica é re- rizada por sericita-quartzo xisto, ortoquartzito e serici-
presentada por clorita-sericita-quartzo xisto, asso- ta quartzito, geralmente leucocrático, com tons osci-
ciado a níveis métricos de sericita quartzito. lando entre o róseo e o róseo-claro, textura grano-
blástica fina e estrutura orientada, com pequenas va-
INTRUSIVAS GRANÍTICAS riações laterais para muscovita-quartzo xisto. As ro-
chas ricas em sericita apresentam-se foliadas e, lo -
São constituídas por uma série de pequenos cor- calmente, exibem alternância de bandas milimétri-
pos graníticos arqueanos, individualizados por La- cas, sericíticas e quartzosas.
cerda & Lima (1996), intrusivos, tanto nas rochas to-
na lí ti cas/trond hje mí ti cas dos ter re nos gra ni- PALEOPROTEROZÓICO
to-gnaisse, quanto nas supracrustais dos greensto-
nes de Pilar e Guarinos. Esses corpos denomina- Pme - SEQÜÊNCIA MORRO ESCURO (Jost et
dos de Ag1, Ag2 e Ag3 são constituídos, respectiva- al., 1989)
mente, por biotita granito de cor branca e granula-
ção gros sa com fo li a ção pro e mi nen te, bio ti- É formada por uma seqüência metassedimentar
ta-muscovita granito e granitos pegmatíticos. dominantemente química composta por meta-
cherts ferruginosos, formações ferríferas bandadas
Asca - SEQÜÊNCIA SERRA DO CANTAGALO e mármores, com ocasionais intercalações lenticu-
(Danni et al., 1981) lares de metaconglomerados, metarenitos, meta-
pelitos e metarritmitos, metamorfizados na fácies
Compreende um pacote de metassedimentos xisto-verde, entre os limites, inferior e superior da
psamíticos metamorfizados na fácies xisto-verde, zona da clorita; localmente o metamorfismo atinge
sobrepostos às litologias do Grupo Goiás Velho a fácies anfibolito inferior. Posiciona-se diretamente
através de zonas de cisalhamento dúctil de alto ân- acima das supracrustais da porção sul da Faixa
gulo, geradas por uma tectônica contracional (Baê- Guarinos e dos gnaisses do Bloco do Caiamar, es-
ta Jr. et al., 1998). tando sotoposta aos metassedimentos do Grupo
Essas rochas foram inicialmente consideradas Serra da Mesa (Jost et al., 1989).
como integrantes da unidade de topo do Grupo Jost et al. (1989) sugerem uma idade de deposi-
Goiás Velho (Teixeira, 1981; Teixeira et al., 1984) e ção entre o final do Arqueano e o início do Paleopro-
posteriormente colocadas como uma seqüência terozóico, caracterizando-a como uma seqüência
distinta do greenstone belt de Goiás (Tomazzoli, alóctone, cujo ambiente deposicional evoluiu de
1985; Rezende, 1997; Baêta Jr. et al., 1998). Neste um sistema do tipo fanglomerado para uma sedi-
trabalho é considerada a proposta de Baêta Jr. et mentação plataformal.
al. (1998), que subdividem esses metassedimen-
tos em unidades A e B. SEQÜÊNCIAS METAVULCANO-SEDIMENTARES
Unidade A – Compreende uma faixa alongada de
direção NW-SE, distribuída na porção sudeste da Pai - Seqüência Anicuns-Itaberaí (Barbosa, 1987)
serra São Francisco e/ou Cantagalo, constituída de
quartzitos, quartzitos conglomeráticos, metaconglo- Trata-se de uma seqüência de rochas metavul-
merados intraformacionais (formados por clastos de cânicas básico-ultrabásicas a intermediárias, quí -
quartzo leitoso subarredondados e alongados, com mico-exalativas/mistas (tufáceas) e metassedi-
até 25cm de comprimento), seixos de clorita xisto mentares, milonitizadas e metamorfizadas na fá-
subarredondados, e raros metacherts. Sua matriz é cies xisto-verde baixo. Ocorre como faixas irregu-
composta por sericita quartzito de cor cinza-claro lares formando uma estrutura em arco, com um dos
que, segundo Danni et al. (op. cit.), contém pirita de- segmentos iniciando-se nas proximidades da cida-
trítica, ouro e, provavelmente, uraninita. de de Aurilândia, com convexidade na altura da ci-

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

dade de Mossâmedes, infletindo para sul, até à ci- oriundos da desagregação e intemperismo da
dade de Edealina (Baêta et al., 1998). Formação Urucuia (Teixeira et al., 1982; Faria et.
Engloba, tanto as rochas anteriormente carto- al, 1986).
grafadas como pertencentes ao Grupo Araxá no É composta por metabásicas, metaácidas calci-
Projeto Goiânia II (Pena et al., 1975), quanto as se- alcalinas (dacitos e riodacitos) e metassedimentos,
qüências Mossâmedes (Simões, 1984; Barbosa, polideformados e metamorfizados na fácies xis-
1987) e Anicuns-Itaberaí (Barbosa, 1987), confor- to-verde, zona da granada, com gradiente geotér-
me proposta de Lacerda Filho & Oliveira (1995). mico intermediário, definido por minerais-índices
A unidade metavulcânica máfica é representada como cianita e cloritóide (Faria et al., op. cit.).
por anfibolitos, anfibólio xistos, epidoto anfibolito, Os tipos litológicos são representados por epi-
clorita xistos e quartzo-clorita xistos, com intercala- doto-actinolita xistos, clorita xistos, anfibolitos,
ções de níveis centimétricos a métricos de meta- anfibólio xistos, metadacitos, metarriolitos, gra-
chert ferrífero piritoso. A unidade metaultramáfica, nada-muscovita-biotita xistos feldspáticos, seri-
com seus produtos hidrotermalizados, ocorre cita filitos às vezes grafitosos, filitos, quartzitos
como lentes intercaladas em toda a seqüência, ge- ferruginosos, muscovita-granada-biotita xistos,
ralmente transformadas em sepentinitos, talco xis- granada-biotita-andalusita xistos, cianita-musco-
tos, talco-tremolita xistos, tremolititos e actinolita vita xistos, cloritóide-quartzo-sericita xistos, me -
xistos. tarcóseos, metagrauvacas e corpos máfico-ultra-
Os termos químico-exalativos/tufáceos são ca- máficos.
racterizados por metacherts, metacherts piritosos, Admite-se uma idade paleoproterozóica para
formações ferríferas, que se intercalam, na forma esta unidade, com base no único dado geocronoló-
de len tes, em quart zo-clorita xis to, quart- gico disponível, obtido através do método K/Ar, em
zo-clorita-sericita-plagioclásio xistos, muscovita anfibolito que forneceu idade isocrônica de 2.042 ±
xistos e cianita-muscovita xistos de provável ori- 143Ma (Hasui & Almeida, 1970, in: Teixeira et al.,
gem tufácea. Associadas a esta unidade ocorrem 1982).
níveis expressivos de mármores magnesianos e Encaixados nessa seqüência ocorrem corpos to-
dolomíticos, com lentes decimétricas de metacal- nalíticos e graníticos, nitidamente tardios, associa-
cário silicoso. dos a diques aplíticos e pegmatíticos e a greisens
Os metassedimentos pelíticos a psamíticos são mineralizados em cassiterita.
representados por biotita-clorita-muscovita xistos,
biotitacalcixistos, biotita xistos grafitosos, grana- Pγ1p - GRANITO PAU DE MEL (Viana et al., 1995)
da-muscovita-biotita xistos, quartzitos ferrugino-
sos, cianita-muscovita-sericita-cloritóide xistos e Trata-se de um corpo granitóide, localizado a
sericita-clorita-quartzo xistos. leste do município de Estrela do Norte (Viana et al.,
Os estudos geocronológicos realizados nessa 1995), encaixado em rochas dos grupos Serra da
seqüência, na região de Mossâmedes, revelaram Mesa/Serra Dourada. É caracterizado por um bioti-
idades Rb-Sr de 1.935Ma (Fuck & Pimentel, 1990) e ta granito de coloração cinza, granulação média e
1.978Ma (Pimentel et al., 1996), ambos com baixa estrutura orientada, marcada pelo alongamento
razão inicial de 0,7023. Os dados Sm-Nd fornece- dos cristais de quartzo e feldspato que definem
ram TDM de 2.200Ma, com E Nd+0,5 (Pimentel, et al., uma foliação milonítica, com superfícies S/C incipi-
1996), sugerindo uma curta residência crustal do entes. Associado a esse corpo ocorrem veios peg-
protólito. matóides, compostos por quartzo, feldspato e mus-
covita de dimensões centimétricas.
Psd - Seqüência São Domingos (Teixeira et al., Estudos geocronológicos através do método
1982) U-Pb (Viana et al., 1995) sugerem uma idade de
magmatismo de 2.176 ± 12Ma.
Corresponde a uma faixa estreita e alongada de
direção norte-sul, constituída por rochas metavul- Pδp - SUÍTE GABRO-DIORÍTICA DE POSSELÂN-
cano-sedimentares que ocorrem na região nor- DIA (Ribeiro Filho, 1978)
deste do Estado de Goiás, município de São Do-
mingos, em contato, a oeste com as rochas carbo- Sob esta denominação é englobada uma série de
natadas da Formação Sete Lagoas (Grupo Bam - pequenos corpos de intrusivas máficas, representa-
buí), e a leste, com os sedimentos colúvio-eluviais das por gabros e dioritos, distribuídos a norte, leste e

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

nordeste de Hidrolina e estudados por Ribeiro Filho Ptz - FORMAÇÃO TICUNZAL (Marini et al., 1978)
(1978), Danni et al. (1986), Pimentel (1990) e Jost et
al. (1993). Esta unidade é constituída, em sua porção ba-
A intrusão mais conhecida é a do Diorito de Pos- sal, por paragnaisses que passam gradualmente
selândia, localizado entre Hidrolina e a Vila de Pos- a xistos grafitosos no topo, sendo caracterizados
selândia. Apresenta coloração cinza-escuro, gra- por muscovita xisto, sericita-clorita xisto, micaxis-
nulação fina a média, em geral isótropia, foliação tos granadíferos, tremolita xistos e grafita xistos,
magmática local e xenólitos de rochas básicas e de aflorando freqüentemente na base do Grupo Araí,
formações ferríferas provenientes das rochas en- nas regiões das serras do Ticunzal, Tombador,
caixantes. A forma e extensão do corpo inteiro são Forquilha e Santana, no município de Cavalcante e
desconhecidas devido às rochas metassedimenta- na serra do Boqueirão, no município de Teresina
res do Grupo Serra da Mesa o recobrirem, a sul e a de Goiás e na região de Monte Alegre de Goiás.
leste, mediante uma zona de milonitos basais. Exi- Ocorre ainda como restos de xistos miloníticos in-
be relações de contato a norte e a noroeste com tercalados em granitos milonitizados do embasa-
gnaisses granodioríticos do Domo de Hidrolina e, a mento (Botelho et al.,1998a).
oeste, com as rochas metavulcânicas máfico-ultra- O atual estágio de deformação das rochas dessa
máficas do Greenstone Belt de Pilar de Goiás (Jost formação tem sido alvo de discussões na comuni-
et al., 1993). dade geológica, levantando-se a possibilidade de
Pimentel et al. (1990) dataram, pelo método U-Pb as mesmas serem gnaisses do embasamento ex-
em zircão, duas amostras do Diorito Posselândia, tremamente milonitizados, ou uma seqüência me-
obtendo idade de 2.146 ± 16Ma, interpretada como tassedimentar pré-Araí.
idade de cristalização do corpo. Os contatos da Formação Ticunzal, tanto com o
embasamento granito-gnáissico quanto com os
Pβ - DIQUES MÁFICOS quartzitos do Grupo Araí, são tectônicos e, fre-
qüentemente, a mesma apresenta-se, ora como
São formados por um enxame de diques, pouco xistos miloníticos situados em zonas de cisalha-
deformados, que cortam as rochas do Complexo mento, ora como escamas de empurrão sobre o
Granito-Gnáissico, ocorrendo das imediações da ci- Grupo Araí, em geral indicando movimento tectô-
dade de Goiás até próximo a Crixás, tendo sido es- nico para leste, como na serra do Boqueirão. Nes-
tudados por Tomazzoli et al. (1986), Kuyumjian ta mesma serra, e nos km 269 e 270 da estrada
(1991, 1992), Tomazzoli (1985, 1997), Valente & Ku- GO-118, existem evidências de contato intrusivo
yumjian (1993), Oliveira et al. (1997a) e Baêta et al. entre rochas subvulcânicas do magmatismo Araí e
(1998). os metassedimentos da Formação Ticunzal (Botelho
Posicionam-se preferencialmente segundo as et al.,1998).
direções N-S, N10°W, N45°W e E-W (Valente & Ku- As rochas da Formação Ticunzal são caracteris-
yumjiam, 1993; Baêta Jr. et al., 1998), com dimen- ti ca men te po li tec tô ni cas e po li me ta mór fi cas,
sões bastante variáveis, chegando a atingir espes- apresentando todas as deformações que afeta-
suras superiores a 100m, estendendo-se por deze- ram o Grupo Araí e, pelo menos, um evento anteri-
nas de quilômetros, de forma descontínua, devido or. Uma característica marcante é a presença de
a deslocamentos produzidos por falhas transcor- grandes cristais relictos de muscovita, deforma-
rentes de direção NE-SW, caracterizadas por es - dos (mica-fish) durante o cisalhamento brasiliano.
treitas zonas de cisalhamento com movimentação As paragêneses metamórficas são indicativas de
predominantemente dextral. fácies xisto-verde de alta temperatura, talvez atin-
São representados por rochas que variam, com- gindo a fácies anfibolito, a julgar pelos remobiliza-
posicionalmente e texturalmente, desde diabásios a dos quartzo-feldspáticos (Marini et al., 1984). O
até gabros e gabro-noritos. Não apresentam defor- teor de TiO2 (0,5 -0,8%) dos cristais relictos de
mação, à exceção dos locais onde são seccionados muscovita é indicativo de condições de fácies an-
por zonas de cisalhamento NE-SW (Baêta Jr. et al., fibolito alto (Botelho et al., 1998 ).
1998). Marini et al. (1981, 1984a e b) sugerem uma ida-
Estudos radiométricos efetuados nessas rochas, de paleoproterozóica, interpretação esta, parcial-
pelos métodos Sm-Nd e K-Ar, revelaram, respecti- mente confirmada pelos dados Rb-Sr, de Reis Neto
vamente, idades isocrônicas de 2.330,7 ± 101,4 e (1983) que determinaram duas retas de referência
2.400Ma (Tomazzoli,1997). com cerca de 2.000 e 2.500Ma, para amostras tan-

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

to da Formação Ticunzal quanto das rochas grani- Pγ1b - Granito Barreirinho


to-gnáissicas do embasamento.
Esse corpo apresenta forma lenticular alongada
GRANITO-GNAISSES SIN A TARDITECTÔNICOS na direção NE-SW, concordante com a estrutura-
ção regional e dimensões em torno de 20km de
Sob esta denominação está englobado um con- comprimento por 0,5km de largura.
junto de granitóides deformados, representados Exibe coloração cinza-claro, granulação fina, in-
pelo Gnaisse Ribeirão, na região sudoeste de Goiás tensa milonitização nas bordas e um bandamento
(Piranhas) e pelos granitos Aurumina, Barreirinho e caracterizado pela intercalação de níveis claros,
pela Suíte Ipueiras, na região nordeste do Estado. quartzo-feldspáticos, com níveis escuros de mine-
rais ferromagnesianos sódicos, revelando um cará-
Pγ1r - Gnaisse Ribeirão (Pimentel, 1991) ter hiperalcalino. É constituído por microclínio,
quartzo, albita e aegirina, com riebeckita, biotita e
Compreende uma estreita faixa de gnaisses, de fluorita como acessórios.
orientação geral NW-SE que ocorre nas proximida-
des de Piranhas, caracterizados por um biotita ± Pγ2i - Suíte Ipueiras (Cunha et al., 1981)
hornblenda ortognaisses, de coloração rósea, dis-
cretamente foliados, fortemente deformados e me- É constituído por uma série de corpos graníticos
tamorfizados na fácies anfibolito e encaixados nos que ocorre no sudoeste do Estado do Tocantins, e
terrenos metavulcano-sedimentares da Seqüência restritamente no nordeste de Goiás. Inicialmente
Arenópolis (Pimentel, 1991). definida e caracterizada por Cunha et al. (1981)
Estudos geocronológicos (Pimentel, 1992), efe - como um gupo de ganitóides tipicamente intrusi-
tuados nessas rochas, apresentam idade Rb-Sr de vos, representados por alcaligranitos, tonalitos e
1.816 ± 10Ma, e idade isocrônica Pb-Pb concor- granitos pórfiros, posicionados em uma faixa de di-
dante de 1.881 ± 230Ma. As idades-modelo para reção NE-SW, a oeste do Complexo Granulítico de
essas mesmas amostras apresentam valores de Porangatu e encravados nos terrenos granito-
3.700Ma e 2.800Ma, associados a valores de ENd gnáissicos arqueanos.
entre -11 e - 18. Neste estudo os corpos graníticos, sin a tarditec-
tônicos, anteriormente atribuídos a essa unidade e
Pγ1a - Granito Tipo Aurumina (Botelho, 1992) que ocorrem na porção oriental encaixados nas ro-
chas da Seqüência Vulcano-sedimentar de Mara
O Granito Tipo Aurumina tem sua área-tipo en- Rosa e nos terrenos neoproterozóicos, foram en-
tre o povoado de Aurumina e o rio Paranã, a oeste quadrados nas suítes graníticas Santa Teresa e
do Maciço da Pedra Branca, onde forma um pe- Chapada, de idade neoproterozóica.
queno corpo (4km2) intrusivo em milonitos do Os alcaligranitos exibem coloração rósea, gra-
Complexo Granito-Gnáissico. O corpo é alonga- nulação média a grossa, textura granular hipidio-
do segundo N30°W e apresenta zonas de defor- mórfica e são constituídos por feldspatos, quartzo e
mação intensa, podendo ser confundido com biotita. Os tonalitos correspondem a litótipos de co-
suas encaixantes. Esse granito ocorre também loração cinza, com matriz de granulação média
como um grande corpo na região de Teresina de constituída por fenocristais tabulares e hipidiomór-
Goiás-Cavalcante, caracterizado por in tensas ficos de plagioclásio. Os granitos pórfiros apresen-
anomalias radiométricas regionais, nos canais do tam granulação média a grossa, com destaque
potássio e do tório. para os tipos granofíricos e cataclásticos.
A rocha típica tem cor cinza, granulação média a Para essa suíte só foram realizadas datações
grossa, foliação proeminente e contém enclaves de K-Ar de 480 a 520Ma (Hasui & Almeida, 1970), que
material grafitoso, sendo composto essencialmen- indicam a idade do último resfriamento. No entanto,
te por quartzo, microclínio pertítico, plagioclásio, o seu posicionamento no Paleoproterozóico se dá
biotita e muscovita, com zircão, apatita, monazita, devido à similaridade petrográfica e composicional
torita, ilmenita e fluorita como acessórios. Esse gra- e a sua correlação com a Suíte Lajeado (Barbosa et
nito apresenta características mineralógicas (mus- al., 1966; Costa et al., 1984), no Estado do Tocan-
covita magmática) e químicas (ISA>1) de granito tins, que apresenta idades Pb-Pb e Rb-Sr de
peraluminoso, sendo correlacionável a granitos 1.870Ma e 1.980Ma (Costa et al; 1984; Barradas et
sin-colisionais (Botelho et al., 1998). al., 1992).

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

COMPLEXOS INDIFERENCIADOS (básicos e ultrabásicos) e Associação de Rochas


Supracrustais.
Englobam o Complexo Diorito-Granodiorítico do Winge (1995a) considera esse complexo como
Rio Maranhão, os complexos granulíticos Anápo- constituído por terrenos da crosta sializada, polifa-
lis-Itauçu, Uruaçu e Porangatu e a Associação sicamente retrabalhada e derivada, em parte, dos
Ortognáissica Migmatítica, caracterizando faixas terrenos granito-greenstones.
de alto grau marcadas por um intenso processo de As associações de ortogranulitos (Paio) são re -
milonitização. presentadas por termos básico-ultrabásicos (anfi-
bolitos, metagabros, metanoritos, metapiroxenitos,
Pdg - Complexo Diorito-Granodiorítico do Rio metaperidotitos) e seus derivados diaftoréticos (tal-
Maranhão (Nilson et al., 1996) co xisto, talco-clorita xisto e serpentinitos) e por
uma suíte charno-enderbítica (charnockitos, ender-
Constitui um con junto de rochas gnáis sicas bitos, charno-enderbitos). Os granulitos paraderi-
miloníticas, de natureza intrusiva, defi ni do por vados (Pais) são caracterizados por gnaisses síli-
Nilson et al., (1996) e caracterizado por D’el Rey co-aluminosos e quartzo-feldspáticos, granada
et al. (1996) como Zona de Empurrão do Rio Ma- gnaisses, rochas calcissilicáticas, diopsídio már-
ranhão, situada na borda oriental e dos comple- mores, granada quartzitos e gonditos, associados
xos máfico-ultramáficos acamadados de Barro com gnaisses graníticos, esses últimos relaciona-
Alto, Niquelândia e Cana Brava. É representado dos a líquidos anatéticos (Baêta Jr., 1994; Radaelli,
por metadioritos, metaquartzo dioritos e metagra- 1994; Araújo, 1994; Moreton, 1994; Cuadros Justo,
nodioritos granulares ou porfiríticos e seus produ- 1994; Lacerda Filho, 1994; Oliveira, 1994; Lacerda
tos de milonitização, associado com anfibolitos Filho & Oliveira, 1995).
(af), metatonalitos, talco xistos e metassedimen- Associados ao conjunto granulítico ocorrem ex-
tos subordinados. pressivos corpos máfico-ultramáficos diferencia-
dos, denominados de Conjunto Piroxenítico Gnais-
Complexo Granulítico Anápolis-Itauçu (Marini, se-Gabróico de Goianira-Trindade (Complexo Goia-
1984) nira Trindade) por Nilson & Mota (1969) e Complexo
Máfico-Ultramáfico de Águas Claras (Nilson, 1992).
Compreende um conjunto de rochas gnáissicas O Complexo Goianira-Trindade, situado nas pro-
de alto grau, orto e paraderivadas e tectonicamente ximidades das cidades homônimas, é caracteriza-
intercaladas com direção geral NW-SE, que ocorre do por piroxenitos puros, granada-hiperstênio piro-
na porção sudeste do Estado de Goiás, entre as ci- xenitos, metagabros, anfibólio xistos, actinolita xis-
dades de Itaguaru e Pires do Rio. Essas rochas tos magnesianos e rochas calcissilicáticas.
apresentam coloração esverdeada, bandamento e O Complexo Máfico-Ultramáfico de Águas Cla-
textura fina a média e às vezes encontram-se inten- ras (Nilson, 1992), localizado no município de Ara-
samente milonitizadas, associadas com processos çu, é representado por um corpo alongado, com
retrometamórficos, envolvendo lentes de granulitos cer ca de 48km 2 de área, orientado segun do
anfibolitizados em meio às faixas granulíticas, e im- NW-SE. É constituído, em sua porção sul, por uma
bricadas tectonicamente com os metassedimentos fácies basal de natureza ultramáfica, representada
do Grupo Araxá. por peridotito harzburgítico, deformado e serpenti-
Essas rochas foram inicialmente posicionadas no nizado e, no norte, por uma fácies norítica que exi-
domínio dos terrenos arqueano-paleoproterozóicos be notável preservação de estruturas primárias.
do embasamento cristalino, denominados: Com- As associações mineralógicas freqüentemente
plexo Basal (Barbosa, 1966) ou Complexo Goiano observadas sugerem condições metamórficas de
(Cunha et al., 1981; Drago et al., 1981; Ianhez et al., média a alta na fácies granulito de média a alta,
1983 e Marini, 1984), sendo individualizadas du- pressão 6 a 8kb e temperaturas de aproximada-
rante os trabalhos de levantamentos geológicos mente 700°C (Oliveira, 1997).
básicos (Baêta Jr. , 1994; Cuadro Justo, 1994; Ra- Ianhez et al. (1983) dataram, pelo método Rb-Sr,
daelli, 1994; Araújo, 1994, 1997; Moreton, 1994; La- charno-enderbitos da Pedreira Santa Bárbara,
cerda Filho, 1994 e Oliveira, 1994, 1997) como gra- situada a norte de Goiânia, que revelaram isócrona
nulitos orto e paraderivados do Paleoproterozóico, de referência de 2.400Ma e razão inicial 0,701. Tas-
reunidos por Lacerda Filho & Oliveira (1995), sob as sinari (1988) obteve, nessas mesmas rochas, valo-
denominações de Associação de Ortogranulitos res Rb/Sr de 2.600Ma.

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

Pγ1 - Associação Ortognáissica Migmatítica rochas básico-ultrabásicas; e na terceira enderbi-


(Oliveira, 1994) tos, charno-enderbitos granadíferos com mobiliza-
dos charnockíticos, biotita gnaisses charnockíti-
Constitui um complexo de rochas granito-gnáis- cos, noritos anortosíticos, protomilonitos de granuli-
sicas e migmatíticas, geradas durante o processo tos e granulitos associados a biotita-hornblenda
de granulitização regional, inicialmente cartografa- gna is ses, cli no pi ro xê nio-granada gna is ses e
das como pertencentes ao Complexo Basal (Bar - gnaisses graníticos.
bosa, 1966), individualizadas como granitóides Gorayeb (1996) considera esse complexo como
gnáissicos g1 (Cuadros Justo, 1994; Lacerda Filho, um único conjunto de natureza calcialcalina e toleií-
1994; Moreton, 1994; Oliveira, 1994 e Radaelli, tica, metamorfizado na fácies granulito sob média a
1994) e posteriormente denominadas de Associa- alta pressão, cujos litótipos principais são repre-
ção Ortognáissica Migmatítica (Lacerda Filho & Oli- sentados basicamente por enderbitos, charnoen-
veira, 1995). Ocorre como faixas alongadas ou cor- derbitos granadíferos com mobilizados charnockí-
pos isolados, intercalados tectonicamente com as ticos, granulitos máficos, granada-anfibolitos por -
rochas do Complexo Granulítico Anápolis-Itauçu, e tadores de clinopiroxênio e granada gnaisses. Bio-
afetados por extensas zonas de cisalhamento de tita gnaisses e granada-hornblenda gnaisses apa-
direção NW-SE a E-W recem subordinados.
É constituída por granitóides calcissódicos a cal- A estruturação desta faixa é definida por um
cialcalinos de baixo potássio, metamorfizados na marcante arranjo dos elementos estruturais, na
fácies anfibolito alto/granulito e compostos por me- direção NE-SW, onde se observam desde rochas
tatonalitos, metatonalitos aluminosos, metagrani- com fraca anisotropia até litótipos com forte folia-
tos, metagranodioritos e migmatitos com restitos de ção milonítica e lineação de estiramento na dire-
rochas supracrustais granulitizadas, que gradam ção N10°-30°E, com mergulhos subverticais para
lateralmente para gnaisses quartzo-feldspáticos a foliação e suborizontais para a lineação de esti-
migmatizados. Esta gradação sugere uma fusão ramento, definindo um importante sistema trans-
parcial de intensidade diferenciada a partir dos corrente, com componentes de movimento dex-
gnaisses paraderivados pertencentes ao Comple- tral.
xo Granulítico Anápolis-Itauçu (Lacerda Filho & Oli- A idade paleoproterozóica para essas rochas
veira, 1995). baseou-se na correlação dessa unidade com o
Estudos geocronológicos (Tassinari, 1988), em Complexo Granulítico de Porto Nacional, que apre-
granitóides da região de Jaraguá, produziram duas senta idade Rb-Sr de 2.078 ± 48Ma, interpretada
isócronas com 2.000 ± 70Ma e R 0 = 0.7007 ± 0.0023 como idade mínima para o processo termo-tectôni-
e 2.160 ± 30Ma e R0 = 0,7199 ± 0,006, que represen- co regional (Gorayeb & Lafon, 1996).
tam a idade do processo de migmatização.
Pgu - Complexo Granulítico de Uruaçu
Pgcp - Complexo Granulítico-Charnoquítico de
Porangatu (Machado, 1981) Compreende um conjunto de gnaisses de alto
grau, que ocorre na porção central de Goiás, nas
Compreende uma faixa de gnaisses de alto grau, imediações de Uruaçu, posicionado tectonicamen-
de direção NE, que ocorre a oeste de Porangatu, te entre os terrenos granito-greenstones, a oeste, e
bordejada por terrenos granito-gnáissicos e mar- os maciços máfico-ultramáficos a leste, sendo par-
cada por extensas zonas de cisalhamento (Marini cialmente capeado por xistos do grupo Serra da
et al., 1979; Machado; 1981; Marini et al., 1984; Go- Mesa/Serra Dourada.
rayeb, 1996). Esses gnaisses exibem expressivas assinaturas
Essa faixa foi individualizada por Machado et al. geoquímica e magnética, semelhantes àquelas
(1981), de leste para oeste, em três subzonas, pre- apresentadas pelos maciços básico-ultrabásicos
dominando na primeira: biotita gnaisses graníticos de Niquelândia e Barro Alto, o que levou Barreto Fi-
bandados, clinopiroxênio-biotita gnaisses e subor- lho (1992) a considerar que esta anomalia poderia
dinadamente granada anfibolitos, com freqüentes representar um fragmento subaflorante dos mes-
estruturas do tipo mullion; na segunda, em contato mos, deslocado para oeste por zonas de cisalha-
com a anterior através de extenso falhamento, gra- mento.
nada anfibolitos, granada-hornblenda gnaisses e Neste estudo, dividiu-se o Complexo Granulítico
subordinadamente gnaisses graníticos e diques de de Uruaçu em duas unidades: a primeira (Pgu1) é

– 43 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

caracterizada por cordierita-sillimanita gnaisse gra- Pzmi - Zona Máfica Inferior


nulito de cor cinza-esverdeado, textura granoblásti-
ca fina a média e estrutura foliada, biotita gnaisse A Zona Máfica Inferior situa-se na borda leste do
granítico, hidrotermalitos e granada-clorita xisto com complexo, está fortemente cisalhada e constitui a
intercalações de xistos carbonosos, anfibolitos e unidade de base, com cerca de 3.000m de espes-
metaultramáficas. A segunda (Pgu2) compreende sura, onde predominam metagabronoritos e meta-
uma faixa de gnaisses miloníticos de coloração es- noritos, com intercalações esporádicas de cama-
verdeada, textura porfiroblástica e estrutura foliada, das de metapiroxenitos e olivina-melagabronoritos
constituída por biotita gnaisse granítico, hidroterma- coroníticos.
litos, sericita xisto, xistos feldspáticos, muscovititos e
migmatitos, com lentes de anfibolitos e formações Pzu - Zona Ultramáfica
ferríferas.
A Zona Ultra má fi ca, com es pes su ra de
COMPLEXOS MÁFICO-ULTRAMÁFICOS ACA- 200-1.000m, está melhor exposta na porção sul,
MADADOS sendo representada por repetições de camadas de
metaperidotito e piroxenito.
Os complexos máfico-ultramáficos acamadados
de Cana Brava, Niquelândia e Barro Alto constitu- Pzms - Zona Máfica Superior
em um expressivo conjunto de corpos granulíticos
segmentados, que se estendem por cerca de Na Zona Máfica Superior, com espessura próxi-
350km, alinhados na direção NNE-SSW, com infle- ma a 7.000m, predominam camadas de metaga-
xão para E-W na parte sul do Complexo de Barro bro-noritos, metanoritos e olivina metagabro-nori-
Alto, alojados em terrenos granito-gnáissicos forte- tos melanocráticos com intercalações de piroxeni-
mente deformados, bordejados a oeste, respecti- tos (metawebsteritos feldspáticos e olivina meta-
vamente, pelas seqüências metavulcano-sedimen- websteritos), além de intrusões noríticas e quartzo-
tares de Palmeirópolis, Indainópolis e Juscelândia, noríticas.
e a leste, por extensas zonas de cisalhamento(Win- Fugi (1989) obteve idade de cristalização das
ge, 1995; D’el Rey Silva et al., 1996). rochas máfico-ultramáficas deste complexo atra -
vés de uma isócrona Sm/Nd (1.970 ± 69Ma e E Nd
Complexo de Cana Brava de -1.47). Uma outra isócrona Sm-Nd foi obtida
por Fugi (op. cit.) em um corpo a leste do maciço,
O Complexo Máfico-Ultramáfico de Cana Brava com idade de 1.088 ± 18Ma e E Nd de -4.83. Os va-
encontra-se localizado na região de Minaçu, com lores de ENd negativos sugerem um certo tempo de
dimensões de 40km x 11km, sendo composto por residência crustal anterior às idades obtidas ou
metagabros, metaperidotitos e metanoritos com contaminação crustal durante o processo de as -
faixas descontínuas de metapiroxenitos e subordi- censão do magma. A idade do metamorfismo gra-
nadamente anfibolitos (Milewski et al., 1970; Na- nulítico ainda é duvidosa, sendo sugerida por Cor-
gao, 1974; Marini et al., 1974; Marini et al., 1977; reia & Girardi (1994) por volta de 1,4-1,3Ga. Girar-
Pamplona & Nagao, 1981; Girardi et al., 1978; Cor- di et al. (1978) obtiveram, pelo método Rb-Sr, em
reia, 1994; Lima & Nilson, 1996; Lima, 1997). Em di- ortognaisses adjacentes ao complexo, uma idade
reção à base do complexo observa-se um aumento de 644 ± 27Ma, relacionada a uma reomogeneiza-
da intensidade da deformação, com os termos vari- ção isotópica durante o Ciclo Brasiliano, o qual
ando de protomilonito a ultramilonito, associados deve ter atingido também o Complexo de Cana
ao desenvolvimento de paragêneses da fácies gra- Brava.
nulito (Lima, 1997). Subordinadamente ocorrem As proposições sobre a evolução magmática do
corpos intrusivos de composições noríticas e quart- complexo se concentram nos trabalhos de Girardi
zo-noríticas. & Kurat (1982) e Correia (1994) que admitiram
O complexo representa uma intrusão acamada- grande parte deste como sendo formado pela cris-
da e granulitizada, com espessura máxima de talização de um único pulso de magma, constituin-
11.000m, subdividida em três principais unidades: do-se em um sistema fechado, enquanto Lima
Zona Máfica Inferior, Zona Ultramáfica e Zona Máfi- (1997) definiu a presença de unidades cíclicas, for-
ca Superior, reunidas sob a denominação de Série madas pela injeção de vários pulsos magmáticos,
Cana Brava (Lima & Nilson, 1996). caracterizando-o como um sistema aberto.

– 44 –
Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

Estudos geotermobarométricos realizados por 6-8kb, enquanto na fácies granulito a temperatura


Girardi & Kurat (op. cit.) sugerem que o metamorfis- foi superior a 800°C, sob as mesmas condições de
mo granulítico desse complexo ocorreu a uma tem- pressão.
peratura de 900°C e pressões de 6-7kb. Esse complexo foi objeto de estudos geocrono-
lógicos pelo método U/Pb (Ferreira Filho et al.,
Complexo de Niquelândia 1994; Correia et al., 1996), no entanto os resultados
não foram decisivos. Os zircões do metanortosito
Este complexo é caracterizado por uma seqüên- da Unidade Serra dos Borges forneceram dados
cia de intrusões acamadadas, com cerca de 40km x cerca de 50% discordantes, dispostos segundo
15km de extensão, interceptado a sul e a norte por uma reta que intercepta a concórdia superior em
falhas transcorrentes de direção geral E-W e baliza- 1.583 ± 35Ma (Ferreira Filho et al., 1994). O inter-
do por zonas de cisalhamento contracionais, em cepto inferior é muito bem definido em 777 ± 10Ma.
contato com as rochas da seqüência de Juscelân- A idade de 1.583 ± 35Ma foi interpretada como a
dia e com os gna is ses do Com ple xo Di o ri- época do magmatismo. Outras unidades foram
to-Granodiorítico do Rio Maranhão (Motta et al., analisadas e geraram resultados similares para o
1972; Danni & Leonardos, 1978; Rivalenti et. al, intercepto inferior (794 ± 6Ma e 778 ± 10Ma), sendo
1982; Girardi et. al, 1986; Ferreira Filho et. al, 1992a, interpretados como a idade do metamorfismo gra-
1992b, 1993, 1994 e Ferreira Filho, 1995). nulítico (Ferreira Filho et al., 1994). Posteriormente,
A seqüência estratigráfica do complexo foi revi- Correia et al. (1996) realizaram análises U-Pb em
sada por Ferreira Filho et al. (1992a ) que o conside- zircões de amostras de gabro, através do SHRIMP
raram formado por cinco principais unidades, as- II. Os resultados obtidos foram bastante dispersos,
sim dispostas a partir da base: Unidade Máfica de de fi nin do qua tro po pu la ções: 780-900Ma,
Leste, Unidade Ultramáfica, Unidade Máfica Cen- 1.000-1.400Ma, 1.600-1.800Ma e 2.000Ma. Os au-
tral-Faixa Leste e Faixa Oeste, e Unidade João Cae- tores consideram que a idade de emplacement do
tano, que constituem a Seqüência Serra da Manti- corpo tenha ocorrido a 2.000Ma, utilizando como
queira, e Unidade Serra dos Borges, aqui denomi- suporte, além da análise U-Pb, a idade isocrônica
nada de Seqüência Serra dos Borges. Re-Os de 2.073 ± 70Ma.
A Unidade Máfica de leste–Pml consiste predomi-
nantemente em gabro-noritos com intercalações de Complexo de Barro Alto
camadas de noritos e, subordinadamente, piroxeni-
tos (websteritos e plagioclásio websteritos), fre- O Complexo Máfico-Ultramáfico de Barro Alto lo-
qüentemente granulitizados e milonitizados; a Uni- caliza-se na região de Goianésia/Barro Alto. Possui
dade Ultramáfica–Pum é formada principalmente dimensões aproximadas de 150km x 30km, que o
por dunitos, harzburgitos e piroxenitos (websteritos caracterizam como uma das maiores intrusões
e bronzititos); a Unidade Máfica Central–Pmc é ca- acamadadas do Brasil, apresentando um segmen-
racterizada essencialmente por gabro-noritos com to de orientação NE-SW e outro E-W (Baêta et al.,
intercalações de camadas ultramáficas. Apresenta 1972; Stache, 1976; Figueiredo, 1978; Girardi et al.,
contato transicional com a Unidade Ultramáfica. A 1981; Fuck, et al., 1981; Danni et al., 1984; Moraes,
Unidade João Caetano–Pgjc é formada, predomi- 1992; Oliveira, 1993; Winge, 1995; Suita, 1996).
nantemente por rochas intrusivas de composicão Esse complexo é constituído por duas principais
quartzo-diorítica a granítica, sendo sobreposta pela unidades geológicas: Seqüência Granulítica Serra
Unidade Serra dos Borges–Msb, formada basica- de Santa Bárbara e Seqüência Gabro-Anortosítica
mente por termos gabróicos (gabros, gabro-noritos, Serra da Malacacheta (Fuck et al., 1981; Danni et
olivina gabro-noritos) interacamadados com rochas al., 1984).
anortosíticas (anortositos, troctolitos, olivina gabros,
olivina gabro-noritos). A partir da base, encontra-se Seqüência Granulítica Serra de Santa Bárbara
impressa uma zonação metamórfica representada
por associações das fácies hiperstênio granulito, Essa seqüência é caracterizada predominante-
hornblenda granulito e anfibolito. mente por rochas máficas granulitizadas (Pbm)
O metamorfismo granulítico caracterizado por (metagabro-noritos, metanoritos e metatroctolitos)
estudos geotermobarométricos (Ferreira Filho, com intercalações de camadas de metapiroxenitos
1992c) indica que o pico metamórfico na fácies an- (websteritos, ortopiroxenitos e olivina piroxenitos)
fibolito ocorreu em condições de T-P de 700°C a (Pbp), metagabro-noritos anfibolitizados com inter-

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

calações de metachert e rocha calcissilicática Suita (1996) sugere, a partir das análises das
(Pbaf), além de uma faixa de rochas ultramáficas in- idades U-Pb, duas possibilidades de gênese para
tensamente serpentinizadas (metadunitos e meta- o Complexo de Barro Alto: na primeira, o complexo
harzburgitos (Pbu). A mesma foi considerada por seria formado por duas seqüências granulíticas de
Oliveira (1993) como produto de regulares injeções idades distintas, com idade isocrônica de 1.700Ma
de magma, formando unidades cíclicas, denomi- correspondendo à idade primária mínima, e com a
nando-a de Série Goianésia. Ainda nessa unidade ida de 1.270Ma-1.280Ma, sendo interpretadas
são encontradas intrusões de composição norítica como um evento magmático máfico-félsico Urua-
a quartzo-norítica e lentes de rochas supracrustais çuano; na segunda, o maciço se comportaria como
granulitizadas (leptinitos, hiperstênio leptinito, silli- um único e grande complexo máfico-ultramáfico
manita-hiperstênio-granada granulito, hiperstê- acamadado, que sofreu a influência do magmatis-
nio-quartzo granulitos, cianita-sillimanita-granada mo máfico-félsico de 1.270Ma-1.280Ma, sendo de-
quartzitos (Pba), granada-quartzitos, cordieri- formado no Brasiliano.
ta-sillimanita-granada gnaisses, diopsídio-hipers-
tênio granulitos finos (metabasaltos), níveis de me- GRANITOS ANOROGÊNICOS
tachert e rochas calcissilicáticas (Baêta et al., 1972;
Fuck et al., 1981; Danni et al., 1984). Na porção norte do Estado de Goiás ocorre uma
supersuíte de granitos anorogênicos, paleo a me -
Mm - Seqüência Plutônica Serra da Malacacheta soproterozóicos, que fazem parte da Província
Estanífera de Goiás, subdivididos em Subprovíncia
Compreende uma seqüência gabro-anortosítica Estanífera Paranã–Pg3 e Subprovíncia Estanífera
constituída por gabros, olivinagabro coronítico, ga- Tocantins–Pg4 (Marini & Botelho, 1986). Dados geo-
bro-norito, troctolito, anortosito, piroxenito e grana- químicos e geocronológicos (Pimentel et al., 1991;
da anfibolito bandado, que ocupa ampla faixa no Botelho et al., 1993a) indicam a existência de duas
segmento E-W do Complexo Barro Alto (Moraes, gerações de granitos: a primeira (Pg3), de 1.770Ma
1992) no qual intercalam-se lentes de granulitos, (U-Pb em zircão) e a segunda (Pg4), em torno de
semelhantes aos encontrados na Seqüência Serra 1.600Ma (U-Pb e Pb-Pb em zircão).
de Santa Bárbara (Fuck et al., 1981; Moraes, 1992). Os granitos anorogênicos da Província Estanífe-
Estudos termobarométricos realizados por Mora- ra de Goiás têm características de granitos intrapla-
es & Fuck (1997) nas rochas do Complexo de Barro ca, nos diagramas discriminantes de Pearce et al.
Alto revelaram que as condições de metamorfismo (1984). Esses granitos possuem razões MgO/TiO2
atingiram temperaturas da ordem de 900°C e pres- próximas da unidade nas fácies menos evoluídas, e
sões de 8,5kb. al tas ra zões Ga/Al, além de ra zões Y/Nb e
Análises geocronológicas realizadas por Suita (Ce/Yb)N, todas comparáveis às de granitos tipo-A.
(1996), através do método U-Pb em zircão de um A ocorrência de minerais de Y, ETR, Ti, Zr, Be, U, Th
corpo diorítico da Unidade Serra de Santa Bárba- e Nb, além de características geoquímicas como
ra, definiram uma idade isocrônica de 1.729 ± depleção em P e B e Nb>Ta, permitem enquadrar
21Ma, considerada como a provável idade de in- esses granitos dentro da associação de granitos e
trusão do complexo. Suita (1996) realizou tam- pegmatitos férteis NYF, de Cerny (1991).
bém, pelo mesmo método, estudos em gabro da As características geoquímicas, o ambiente tec-
Serra da Malacacheta, definindo uma idade de tônico e a contemporaneidade com o vulcanismo
1.280 ± 13Ma. Essas análises apresentaram um bimodal do Grupo Araí indicam que o magmatismo
intercepto inferior de cerca de 780Ma, determi- ácido da porção norte da Província Estanífera de
nando a idade do metamorfismo granulítico, com- Goiás é tipicamente anorogênico, com a colocação
patível com os dados apresentados por Ferreira e o resfriamento dos magmas ocorrendo em um
Filho et al. (1994). Fuck et al. (1989) determinaram, ambiente extensional intracontinental.
em rochas granulíticas félsicas da Serra da Game-
leira (Suíte Serra de Santa Bárbara), uma idade Pγ3 - Granitos da Subprovíncia Paranã
isocrônica Rb-Sr de 1.266 ± 17Ma, similar à obtida
por Suita (1996) para os gabros da Serra da Mala- Na Subprovíncia Paranã afloram tanto os grani-
cacheta e para os sillimanita gnaisses (1.267 ± tos mais antigos (Pγ3) quanto os mais jovens (Pγ4).
9Ma) que ocorrem intercalados na Seqüência Ser- Na organização da granitogênese da subprovíncia,
ra de Santa Bárbara. proposta por Botelho (1992), os granitos Pγ3 corres-

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

pondem aos granitos g1a, g1b, g1c e LGR, en- cas. Os granitos deste maciço estão intensamente
quanto os granitos Pg4 correspondem aos granitos deformados, apresentando uma foliação milonítica
g2b, g2c, g2d e GAT. Os granitos da Subprovíncia N20°-30°W bem desenvolvida. São comuns em suas
Paranã são intrusivos em rochas granito-gnáissicas bordas, zonas de cisalhamento, onde granitos e en-
miloníticas arqueanas constituindo altos topográfi- caixantes se confundem entre xistos miloníticos e fi-
cos circulares ou elípticos, que se destacam no re- lonitos de cor cinza-esverdeado.
levo mais suave das encaixantes. Alguns maciços
apresentam contato tectônico com metassedimen- Granito Tipo Serra do Mendes
tos do Grupo Araí, sem, entretanto, formar estrutu-
ras dômicas como as que ocorrem na região do rio É representado por biotita granodiorito a monzo-
Tocantins. Os maciços são constituídos de biotita granito (g1a) cinza-escuro, de granulação média a
sieno a monzogranitos com orientação mineral difu- grossa, cuja mineralogia apresenta-se totalmente
sa, predominantemente porfiríticos, com texturas reequilibrada para condições de metamorfismo da
onde se destacam megacristais de feldspato po- fácies xisto-verde. É constituído essencialmente de
tássico e cristais de quartzo azulado. quartzo, microclínio pertítico, albita e biotita (XFe:
Uma característica da Subprovíncia Paranã é a 0,78), com zircão, allanita, apatita, fluorita e ilmeni-
presença, na porção basal do Grupo Araí, de ro- ta, subordinados. Corresponde à fácies g1a, de
chas metavulcânicas ácidas com as mesmas ca - Botelho (1992).
racterísticas químicas dos granitos estaníferos.
Estas rochas fazem parte, junto com basaltos, de Granito Tipo Fazenda Poção
um vulcanismo bimodal típico de ambiente de rift.
Embora tanto os granitos mais antigos quanto os É um leucogranito porfirítico (LGR), constituído
mais jovens sejam estaníferos, nessa subprovíncia foi de quartzo, albita, microclínio, siderofilita litinífera
verificada uma estreita relação entre os depósitos (XFe: 0,99) e fengita litinífera, provavelmente se-
mais importantes de estanho e os granitos mais jo- cundária ou reequilibrada, com fluorita, zircão e
vens Pg4, que constituem, então, granitos potencial- monazita como minerais acessórios. Esse tipo de
mente mineralizados. Os depósitos de Sn da Subpro- granito é muito rico em fluorita, seja como cristais
víncia Paranã, associados aos granitos Pg4, importan- disseminados na matriz, como inclusões em felds-
tes anomalias de índio (Botelho e Moura, 1998). patos ou preenchendo fissuras.
Pimentel et al. (1991) atribuem aos granitos ano-
rogênicos da Subprovíncia Paranã idades U-Pb de Pγ3m - Maciço Mangabeira (Araújo & Alves, 1979;
1.767 ± 10Ma, enquanto Botelho e Pimentel (1993) Padilha & Laguna, 1981; Botelho, 1992; Moura,
atribuem idades Rb-Sr variando entre 1.405 ± 1993)
21Ma e 1.781 ± 197Ma.
A Subprovíncia Estanífera Paranã é constituída O Maciço Mangabeira, situado às margens da
pelos maciços de Serra do Mendes, Mangabeira, rodovia GO-118, imediatamente a sul do Maciço
Mocambo, Pedra Branca, Soledade e Sucuri, além Serra do Mendes, é constituído por dois conjuntos
de pequenos corpos denominados de Passa Três, distintos de granitos: a intrusão principal, que forma
Banhado, Campos Belos e São Domingos. o Morro da Mangabeira, constituída de um biotita
granito róseo do tipo Pedra Branca (Pγ3c), e por in-
Pγ3me - Maciço Serra do Mendes (Araújo & Alves, trusões menores formadas por granitos muito evo-
1979; Padilha & Laguna, 1981; Botelho, 1992) luídos e mais jovens, do tipo Mangabeira (Pγ4pb), si-
tuadas na região chamada de apófise, a sudoeste
O Maciço Serra do Mendes, localizado a oeste da da intrusão principal. Entre elas ocorre uma peque-
cidade de Monte Alegre de Goiás, é o mais extenso na faixa de leucogranito tipo Fazenda Poção (Pγ3d).
dentre os granitos anorogênicos da Subprovíncia
Paranã, com cerca de 150km2 de área aflorante. É Granito Tipo Pedra Branca
constituído de dois litótipos principais: um biotita
monzogranito a granodiorito (Pg3a) e um leucograni- No Maciço Mangabeira, o granito Pg3c apresen-
to (Pg3d) restrito à porção central do maciço, na re- ta-se como uma fácies mais evoluída (g1c), com
gião da Fazenda Poção. A esse granito estão relaci- textura porfirítica a ineqüigranular grossa, cor rosa
onados greisens e algumas anomalias de estanho dominante, com quartzo de tonalidade fortemente
que não chegam a formar mineralizações econômi- azulada. Uma foliação proeminente aparece nas

– 47 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

bordas da intrusão. A composição mineralógica es- ração rósea, textura porfirítica a ineqüigranular
sencial é quartzo, microclínio pertítico, oligoclá- grossa a muito grossa, constituído essencialmente
sio-albita, e biotita (XFe = 0,98). Os minerais aces- de quartzo, freqüentemente com tonalidade azula-
sórios são, zircão, monazita e fluorita. da, microclínio pertítico, oligoclásio-albita An18-5,
biotita (0,91< X Fe >0,98). No Maciço Pedra Bran-
Granito Tipo Mangabeira ca, o granito Pγ3c engloba as fácies g1b e g1c, de
Botelho (1992). Seus minerais acessórios são: zir-
O granito Pγ4pb está representado pelas fácies cão, apatita, allanita, monazita, xenotima, torita e
mais evoluídas da província, constituídas de Li-mica fluorita. A apatita é rica em terras-raras (TR) e ítrio,
leucogranitos com ou sem topázio (g2d e GAT). No com razão Y/TR>1, e o zircão das fácies mais evo-
Maciço Mangabeira estes granitos estão represen- luídas (g1c) é rico em terras-raras pesadas.
tados por uma fácies eqüigranular fina a média, de
cor rosa, que encaixa duas pequenas intrusões, de Granito Tipo Grota da Onça
cerca de 300m de diâmetro cada, constituídas de
topázio-albita granito. A constituição mineralógica Esta fácies só foi caracterizada no Maciço Pedra
do leucogranito rosa é: quartzo, microclínio pertítico, Branca, constituindo a porção central e a borda sul
albita e biotita. Os acessórios são zircão e monazita do maciço. Engloba as fácies g2b e g2c, de Bote-
em traços e fluorita. Quando greisenizado, este gra- lho (1992). As características macro e microscópi-
nito adquire uma tonalidade verde-amarelado. O cas são muito semelhantes às do Pγ3c; as diferen-
granito mais evoluído é constituído de quartzo, mi- ças importantes estão relacionadas a composição
croclínio, albita, topázio, fengita litinífera e zinnwaldi- química da rocha e dos minerais. Possui biotita com
ta. O topázio ocorre como raros cristais bem desen- XFe = 0,79 e apatita em menor quantidade que o
volvidos (> 1mm) ou como pequenas inclusões na Pγ3c ,com razão Y/TR <1.
albita, que podem representar mais de 50% do volu-
me do grão. Os minerais acessórios são monazita, Granito Tipo Mangabeira
fluorita e provavelmente cassiterita.
No Maciço Pedra Branca, o Pγ4pb está repre-
Pγ3pb - Maciço Pedra Branca (Araújo e Alves, sen ta do unicamente pela fácies sem topázio
1979; Padilha e Laguna, 1981; Botelho e Marini, (g2d). Ocorre como pequenos corpos, na borda
1984; Botelho, 1992) leste e na região denominada de Zona da Bacia.
Sua coloração varia de tons rosados a brancos,
O Maciço Pedra Branca constitui o corpo graníti- tornando-se verde-amarelados quando greiseni-
co de maior potencial metalogenético na Província zados. Sua granulação é grossa. Os minerais es-
Estanífera de Goiás, sendo conhecidos dois impor- senciais são: quartzo, microclínio, albita, siderofi-
tantes depósitos de estanho na Zona da Bacia e na lita litinífera e zinnwaldita. Os minerais acessórios
Faixa Placha, este último com cerca de 15.000t de são: zircão rico em terras-raras pesadas, mona-
metal. Além disto, existem aluviões de médio/pe- zita, fluorita e cassiterita. Este granito hospeda os
queno porte, preenchendo as drenagens proveni- greisens mais ricos em cassiterita da Zona da Ba-
entes daquelas áreas mineralizadas. Constitui um cia, além de provocar um halo metassomático,
corpo ligeiramente ovalado com cerca de 100km2 com mineralizações nos granitos róseos envol-
de área aflorante, situado a oeste da cidade de ventes.
Nova Roma. Suas relações de contato com as ro -
chas encaixantes, Grupo Araí, a leste e sudoeste, e Pγ3mo - Maciço Mocambo (Araújo & Alves, 1979;
Complexo Granito-Gnáissico nas demais regiões, Padilha & Laguna, 1981; Botelho, 1992)
são predominantemente tectônicas. Entretanto, na
encaixante sul, existem exogreisens mineralizados. O Maciço Mocambo constitui um corpo ovalado
O Maciço Pedra Branca possui a maior exposição de cerca de 50km2 de área aflorante, localizado a
em conjunto de granitos das fácies Pγ3 e Pγ4. sudoeste da cidade de Monte Alegre de Goiás.
Seus contatos são tectônicos com o Grupo Araí, a
Granito Tipo Pedra Branca leste, e com o Complexo Granito-Gnáissico. O ma-
ciço é constituído predominantemente pela fácies
Constitui o granito típico dos maciços estanífe- Pγ3c e por um pequeno corpo de granito do tipo Fa-
ros. É um biotita sienogranito leucocrático, de colo- zenda Poção (Pγ3d).

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

Mineralizações de estanho intragraníticas são em afloramento mostra diferenças na cor, textura e


escassas no Maciço Mocambo, porém, os miloni- nível de deformação. Como em outros corpos, o
tos encaixantes da região da Ingazeira, situados a granito dominante é cortado por diques ou peque-
oeste, hospedam um pequeno depósito de esta- nas intrusões irregulares de microgranitos. O Gra-
nho, relacionado a veios de leucogranitos e zonas nito Sucuri hospeda três ocorrências de cassiterita
de exogreisen. relacionadas a zonas albitizadas e/ou greiseniza-
das, situadas nas proximidades das intrusões dos
Granito Tipo Pedra Branca microgranitos.

No Maciço Mocambo, o granito Pγ3c está repre- Pγ3pt - Granito Passa Três
sentado pela fácies de granulação mais grossa
(g1b), com uma biotita de XFe = 0,95. Ocorre a leste do Complexo de Cana Brava, in-
trusivo nas rochas miloníticas do Complexo Diori-
Granito Tipo Fazenda Poção to-Granodiorítico do Rio Maranhão, como um corpo
irregular de pouca expressão topográfica, cujos
O leucogranito Pγ3d ocorre associado a zonas contatos não estão muito bem definidos devido ao
greisenizadas restritas, localizadas na porção cen- intenso processo de deformação, o que o torna
tro-norte do maciço. bastante semelhante às rochas regionais. Exibe
textura cataclástica, coloração cinza-esverdeado,
Pγ3s - Maciço Soledade (Araújo & Alves, 1979; e granulação média, sendo constituído por quartzo,
Bilal et al., 1997) feldspato e biotita, como minerais essenciais. Nas
zonas mais deformadas é comum encontrar nesse
O Maciço Soledade constitui um corpo de cerca corpo, protomilonitos, blastomilonitos, gnaisses mi-
de 8km2, localizado a norte da cidade de Teresina loníticos, xistos miloníticos e filonitos (Araújo &
de Goiás, às margens da rodovia GO-118. As en - Alves, 1979).
caixantes são milonitos de granito-gnaisse (Agn).
Trata-se de uma rocha de cor cinza-escuro, textura Pγ3sd - Tonalito São Domingos
porfirítica, onde sobressaem fenocristais arredon-
dados de feldspato potássico e de quartzo azul. Ao São encontrados nas proximidades do município
microscópio, observa-se uma textura granofírica de São Domingos, região nordeste de Goiás, intru-
acentuada, sendo por isso também chamado de si vos nas ro chas da Se qüên cia Me ta vul ca-
“Granófiro Soledade”. A matriz é constituída essen- no-sedimentar de São Domingos e do Grupo Bam-
cialmente de quartzo, microclínio, oligoclásio/albita buí. Apresentam geralmente formas irregulares,
e biotita (XFe = 0,93). Os acessórios identificados grosseiramente elípticas, com dimensões variando
são: zircão, apatita, allanita e fluorita. Embora seja de 0,6 a 5,5km, constituindo stocks, que poderiam
também anômalo em estanho, este maciço não representar cúpulas de uma intrusão bem maior,
possui jazimentos de cassiterita registrados. tipo batólito (Faria et al., 1986).
Exibem coloração rósea e uma granulação gros-
Pγ3su - Granito Sucuri (Araújo & Alves, 1979; seira no centro dos corpos, que diminui em direção
Bilal et al., 1997) às bordas. São cortados por veios de quartzo, con-
siderados como portadores das mineralizações au-
O Granito Sucuri constitui um pequeno corpo de ríferas da região. Há notícias da presença de cassi-
1,5km2, situado às margens da rodovia GO-118, a terita associada a esses tonalitos, o que eleva o po-
norte da cidade de Teresina de Goiás. O granito é tencial dessas rochas para mineralizações aurífe-
intrusivo em milonitos. O litótipo predominante é um ras e estaníferas (Fernandes et al., 1982).
sienogranito leucocrático cinza, foliado, constituído
essencialmente de quartzo, microclínio pertítico, al- Pγ4 - Granitos da Subprovíncia Tocantins
bita e biotita (XFe = 0,98). Os acessórios são: zir -
cão, allanita, monazita e fluorita. Esse mesmo grani- Na Subprovíncia Tocantins afloram apenas os
to forma uma pequena apófise de 1km a sudeste do granitos mais jovens Pg4. Estes granitos estão restri-
corpo principal. tos à porção norte do Estado de Goiás e à porção sul
O Granito Sucuri é quimicamente idêntico à fá- do Estado do Tocantins. Os corpos graníticos têm,
cies g1c, de Botelho (1992). Entretanto, seu aspecto em geral, aspecto ovalado, com diâmetro maior vari-

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

ando de alguns quilômetros a dezenas de quilôme- Datações Rb-Sr para granitos do maciço Serra
tros. O tipo litológico predominante é um biotita gra- Dourada indicam idades de 1.430 ± 24Ma (Reis Neto,
nito, porfirítico a ineqüigranular, de granulação mé- 1983) e de 1.653Ma (Macambira & Villas, 1984).
dia a grossa, com proeminente foliação milonítica,
principalmente nas bordas dos corpos. Processos Pγ4se - Serra do Encosto (Marini et al., 1976; Bi-
de alteração tardi/pós-magmática, do tipo albitiza- lal et al., 1997)
ção, microclinização e greisenização têm grande
importância em alguns granitos. Constitui um corpo granítico de forma elíptica,
Os corpos graníticos apresentam-se intensamen- alongado segundo N-S, com cerca de 67km2 de
te deformados, quase sempre alongados e/ou amol- área, localizado a oeste da Serra Dourada. O tipo li-
dados às estruturas regionais, constituíndo estrutu- tológico predominante é um hornblenda-biotita gra-
ras dômicas junto às suas encaixantes. Os granitos nito róseo com textura ineqüigranular a porfirítica,
são intrusivos nos terrenos granito-gnáissicos milo- definida por megafenocristais de ortoclásio invertido
níticos arqueanos/paleoproterozóicos, ao passo em uma matriz de granulação grossa a muito gros-
que com as seqüências metassedimentares as rela- sa. Nas bordas do corpo granítico a rocha possui
ções são tectônicas, encontrando-se circunscritos granulação mais fina e está intensamente foliada,
por metassedimentos do Grupo Serra da Mesa/Ser- constituindo um ortognaisse milonítico. Minerais es-
ra Dourada ou do Grupo Araí, ocupando o núcleo de senciais: quartzo, microclínio pertítico, oligoclásio
serras e constitunido o centro de estruturas dômi- An25-30, ferropargasita e biotita (XFe: 0,92). Mine-
cas. No caso dos maciços Serra Dourada, Serra do rais acessórios: zircão, allanita, apatita e fluorita.
Encosto e Serra da Mesa, circundados pelo Grupo
Serra da Mesa, existem relações de contato indicati- Pγ4sr - Granito São Roque (Fuck & Marini, 1979)
vas de que os granitos seriam intrusivos nos metas-
sedimentos (Rossi et al., 1992). O Granito São Roque aflora em uma área de cer-
A Subprovíncia Estanífera Tocantins é caracteri- ca de 25km2 de forma elíptica irregular. Suas ro-
zada pelos granitos: Serra Dourada (Pγ4sd), Serra chas encaixantes, através de contatos tectônicos,
do Encosto (Pγ4se), Serra da Mesa (Pγ4sm), Serra são: o Complexo Granito-Gnáissico a leste, a For-
Branca (Pγ4sb), Chapada de São Roque (Pγ4sr), Flo- mação Ticunzal a sudeste, e o Grupo Araí. O grani-
rêncio (Pγ4f), Pirapitinga (Pγ4pi), Serra da Cangalha to possui cor cinza a rosa e exibe fenocristais de
(Pγ4sc) e Raizaminha (Pγ4ra). feldspato potássico de até 2cm imersos em uma
matriz de granulação grossa a muito grossa, com-
Pγ4sd - Serra Dourada (Marini et al., 1976; Ma- posta de quartzo, microclínio pertítico, oligoclásio e
cambira e Villas, 1984; Bilal et al., 1997) biotita. Os minerais acessórios são: zircão, apatita,
granada, turmalina e opacos.
Constitui o maciço de maior área da Província
Estanífera de Goiás, com cerca de 450km2, locali- Pγ4f - Granito Florêncio (Fuck & Marini, 1979)
zado nos municípios de Trombas (GO), Minaçu
(GO) e Palmeirópolis (TO). O Granito Florêncio ocupa o centro de uma estru-
O litótipo predominante é um biotita granito róseo tura dômica irregular, de 9km2 de área, circundado
de granulação média, ineqüigranular, às vezes porfí- por metassedimentos do Grupo Araí através de
rítico, com variações de granulação fina, coloração contatos tectônicos. Constitui-se de rochas de cor
cinza e portador de anfibólio. Nas bordas predomina rosa, com fenocristais de feldspato potássico de
a fácies com anfibólio e a rocha é um ortognaisse in- até 2cm imersos em uma matriz de granulação
tensamente milonitizado, cortado por veios pegma- grossa a muito grossa, composta de quartzo, mi -
tóides sem deformação. Na fácies com anfibólio os croclínio pertítico, oligoclásio e biotita. Os minerais
minerais essenciais são: quartzo, microclínio pertíti- acessórios são: zircão, apatita, granada, turmalina
co, oligoclásio An22-28, ferropargasita e biotita (XFe: e opacos.
0,75). Minerais acessórios: zircão, apatita, monazita,
fluorita e ilmenita. Na fácies cujo mineral ferromagne- Pγ4sb - Serra Branca (Andrade & Danni, 1978;
siano é a biotita, os minerais essenciais são: quartzo, Montalvão, 1981; Pinto-Coelho, 1996)
microclínio pertítico, oligoclásio An16-20 e biotita
(XFe: 0,85). Acessórios: zircão, apatita, monazita, Constitui um corpo de aspecto circular, com cer-
fluorita, ilmenita, pirita e calcopirita. ca de 8km de diâmetro, localizado a leste da cida-

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

de de Minaçu, mas inteiramente contido no municí- GRUPO ARAÍ (Barbosa et al., 1969)
pio de Calvacante. O corpo é caracterizado por um
conjunto de granitos e litótipos metassomatizados, Corresponde a um pacote de metamorfitos que
distribuídos em faixas de orientação NS e subdivi- ocorre na porção setentrional da chapada dos Vea-
didos, de oeste para leste, em rochas graníticas, deiros, no nordeste de Goiás, inicialmente descri-
granitos greisenizados e greisens. Não são raros os tos por Barbosa et al. (1969) e Dyer (1970) e consti-
enclaves de xistos e de biotititos. A deformação tuído de uma unidade inferior (Formação Arraias) e
cresce de oeste para leste, estando bem desenvol- de uma superior (Formação Traíras).
vida nos granitos greisenizados e greisens forte- A Formação Arraias (Pa), essencialmente psamí-
mente estruturados, através de uma xistosidade tica, é composta de metaconglomerados, quartzi-
bem marcada. tos conglomeráticos, quartzitos médios com estra-
O litótipo predominante é um biotita granito ró- tificação cruzada tabular, metarenitos finos com
seo, de textura porfirítica, evidenciada por feno- marcas de onda, quartzitos feldspáticos com inter-
cristais centimétricos de ortoclásio invertido e fe- calações de efusivas básicas (metabasaltos), áci-
nocristais de quartzo azulado, imersos em uma das a intermediárias (dacitos, riodacitos e riolitos),
matriz de granulação grossa a muito grossa, cons- além de filitos e metassiltitos depositados em ambi-
tituída essencialmente de microclínio, quartzo, al- ente dominantemente fluvial. A Formação Traíras
bita (An4-8)e biotita (XFe: 0,90). Os minerais aces- (Pt) é constituída de metapelitos carbonáticos, cal-
sórios são: zircão, allanita, apatita, monazita, fluo- cixistos, filitos, clorita xistos, quartzitos e lentes de
rita e raros opacos. Outras fácies mais evoluídas mármores, depositados em ambiente marinho.
estão repre sen ta das por le u co gra ni to e al bi- A litoestratigrafia original proposta por Barbosa
ta-topázio granito. et al. (1969) tem sofrido modificações através de
As datações disponíveis dos granitos do Maciço estudos mais detalhados de Marini et al. (1976,
Serra Branca indicam idades de 1.409Ma (Rb-Sr) e 1979), Baêta Jr. et al. (1978), Fuck et al. (1988) Fuck
1.658 ± 64Ma (Pb-Pb, rocha total) (Reis Neto, 1983). & Marini (1978, 1979) ) e Araújo & Alves (1979).
As rochas metavulcânicas do Grupo Araí ocor -
Pγ4sm - Serra da Mesa (Fuck & Marini, 1979) rem como derrames intercalados com quartzitos
próximos à base da seqüência. Essas rochas cons-
O Maciço da Serra da Mesa é constituído por um tituem duas unidades litológicas distintas: metavul-
corpo granítico de cerca de 230km2 de área e loca- cânicas básicas e metavulcânicas ácidas.
liza-se a SE da cidade de Minaçu. O maciço possui As metavulcânicas básicas são basaltos, em ge-
uma forma ovalada com deformação proeminente ral intensamente espilitizados, apresentando tam -
nas bordas. Enclaves e microenclaves de xistos bém con taminação pelo ma terial sedi men tar.
grafitosos e de grafita pura são registrados em todo Entretanto, são encontradas localizadamente por-
o maciço. ções bem preservadas, onde ainda observa-se a
O litótipo predominante é um biotita monzogra- presença de clinopiroxênio. Os basaltos são res-
nito cinza a róseo, constituído de quartzo, microclí- ponsáveis por grandes manchas de solo vermelho
nio, oligoclásio-albita An14-7 e biotita (0,790,91). argiloso no interior das serras de quartzito, como
Os minerais acessórios são: zircão, allanita, titani- nas regiões da Serra do Boqueirão e Serra da Boa
ta, monazita, apatita e xenotima. Nas bordas do Vista.
maciço ocorrem fácies com anfibólio, constituídos As metavulcânicas ácidas são compostas de da-
de ferro-hastingsita (0,930,99) e biotita (XFe:0,97). citos, riodacitos e riolitos. Essas rochas, além de
Na Serra da Mesa não são conhecidas minerali- estarem contaminadas pelos sedimentos, através
zações importantes, mas o maciço granítico é cor- de assimilação ou de microxenólitos, encontram-se
tado por corpos pegmatíticos tardios de idade bra- freqüentemente associadas a níveis piroclásticos,
siliana, portadores de cassiterita e minerais de e não é raro o aparecimento de finas intercalações
Nb-Ta, além de berilo e topázio de qualidade ge- de cinzas vulcânicas e de psamitos. Um provável
mológica. efeito da contaminação é a presença comum de
As datações mais precisas de granitos da Ser- cianita, freqüentemente esqueletal, nos derrames
ra da Mesa indicam idades de 1.574Ma (U-Pb em de riolitos e riodacitos das serras do Boqueirão e da
zircão) (Pimentel et al., 1991) e 1.578 ± 20Ma Aboboreira.
(Pb-Pb, evaporação em zircão) (Rossi et al., Os basaltos possuem composição levemente al-
1992). calina e a seqüência de rochas ácidas é quimica-

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

mente equivalente aos granitos anorogênicos mais tamorfizados na fácies xisto-verde a anfibolito.
antigos (Pg3) da Província Estanífera de Goiás. A Essas rochas possuem uma forte foliação planar
presença de cassiterita em piroclásticas é mencio- transposta, chegando a caracterizar, em grande
nada por Araújo & Alves (1979). A composição quí- parte, uma foliação milonítica. São comuns as do-
mica indica um ambiente intraplaca para essas ro- bras e microdobras produzidas por cisalhamento
chas. A associação basalto-dacito/riolito é típica de dúctil progressivo (Souza & Moreton, 1995).
vulcanismo bimodal em seqüências tipo rift conti-
nental. SEQÜÊNCIAS METAVULCANO-SEDIMENTARES
A idade do vulcanismo ácido do Grupo Araí é de
1.771Ma (Pimentel et al., 1991), correspondente à Compreendem um conjunto de rochas metavul-
idade do Granito Soledade (Pg3b), pertencente ao cano-sedimentares, iniciamente atribuídas à base
grupo dos granitos anorogênicos. Essa idade indi- do Grupo Araxá (Barbosa, 1955), envolvidas na
ca que o início da deposição do Grupo Araí tectônica brasiliana, posicionadas na zona interna
ter-se-ia dado por volta de 1.800Ma, sendo tam- da Faixa Brasília e nas bordas oeste dos maciços
bém idêntica àquela atribuída por Schobbenhaus de Cana Brava, Niquelândia e Barro Alto. Essas
et al. (1994) ao vulcanismo ácido estanífero da re- seqüências são denominadas de Rio do Peixe
gião de Paramirim, no Supergrupo Espinhaço. (Nascimento, 1985), Silvânia (Valente, 1986), Mara-
A bacia deposicional do Grupo Araí tem sido re- tá (Leonardos et al., 1990), Rio Veríssimo, Palmeiró-
lacionada a um ambiente de rift intracontinental, polis (Ribeiro Filho & Teixeira, 1981), Indaianópolis
que teve seu início por volta de 1,8Ga (Pimentel et (Danni & Leonardos, 1980) e Juscelândia (Fuck et
al., 1991), com a deposição dos sedimentos da For- al., 1981).
mação Arraias, manifestações de vulcanismo áci- São constituídas essencialmente por anfibolitos
do a básico e contemporaneidade de intrusões finos, freqüentemente granadíferos, associados
graníticas (Marini & Botelho, 1986; Botelho & Pi- com metacherts ferríferos, metandesitos, metada-
mentel, 1993). citos, talco xistos, biotita-muscovita xisto com gra-
nada e cianita, estaurolita xistos, calci-xistos, már-
MESOPROTEROZÓICO mores, muscovita xistos, grafita xistos, quartzitos
ferruginosos e sericita quartzitos, aos quais estão
GRUPO BAIXO ARAGUAIA (Hasui et al., 1977) associadas importantes mineralizações auríferas
em zona de cisalhamento.
Este grupo compreende uma seqüência meso- As paragêneses minerais dos diversos litótipos
proterozóica de metassedimentos psamíticos e dessas seqüências sugerem condições metamórfi-
psamo-pelíticos, de ambiente marinho platafor- cas da fácies xisto-verde alto a anfibolito.
mal, que ocupa a região do Baixo Rio Araguaia. A Esses corpos metamáficos exibem dimensões
unidade foi inicialmente descrita por Moraes Rêgo variadas de até centenas de metros e são interpre-
(1933) e, posteriormente por Barbosa (1966), Ha- tados como restos de crosta oceânica, represen-
sui et al. (1975; 1977), Abreu (1978), Costa (1980), tantes de dorsais meso-oceânicas (MORB) e/ou
Cunha et al. (1981), Montalvão (1985), Araújo & basalto de bacia de retroarco (Araújo, 1986).
Olivatti (1990), sob diversas denominações e sub-
divisões. Estas foram recentemente agrupadas Mj - Seqüência de Juscelândia (Fuck et al., 1981)
por Souza & Moreton (1995) nas formações Morro
do Campo, Xambioá, Pequizeiro e Couto Maga- Essa unidade constitui uma faixa alongada de di-
lhães. Aflora no Estado de Goiás apenas a Forma- reção NE-SW, composta por anfibolitos finos (meta-
ção Xambioá. básicas), metatufos ácidos, metacherts, metasse-
Mx - Formação Xambioá – Corresponde aos dimentos pelíticos e rochas calcissilicáticas. Está
metamorfitos de baixo grau que são encontrados localizada na borda oeste do Complexo de Barro
na porção noroeste de Goiás, em uma faixa de dire- Alto, em contatos tectônicos a leste e a sul com as
ção NE, recoberta parcialmente pelos sedimentos rochas do Complexo, e a norte e oeste com os me-
da Formação Araguaia. Está representada por seri- tassedimentos do Grupo Serra da Mesa (Fuck et al.,
cita xisto, sericita-clorita-talco xisto e muscovi- 1981).
ta-biotita quartzitos localmente granadíferos, inter- Neste estudo adotou-se a proposta de Souza &
calados por granada-quartzo-biotita-muscovita Leão Neto (1998) que a subdividiram, da base para
xisto, epidoto-quartzo-biotita xisto e quartzitos, me- o topo, em seis unidades:

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

Unidade 1: É constituída de anfibolitos finos, com ros, com intercalações de metacherts, hornblenda
intercalações de biotita gnaisses e biotita-quartzo gnaisses e biotita-muscovita gnaisses, que ocor-
xistos feldspáticos, comumente cataclasados, com rem na borda oeste do Complexo Máfico-Ultramáfi-
metacherts subordinados. co de Niquelândia, como uma faixa de direção NE
Unidade 2: É representada por biotita gnaisses e (Danni & Leonardos, 1980; Ribeiro Filho & Teixeira,
biotita-quartzo xistos feldspáticos, com intercala- 1985; Nascimento et al., 1981; Souza & Leão Neto,
ções de anfibolitos finos. Os xistos e os gnaisses 1998; Brod & Jost, 1991, 1994).
conservam feições originais de vulcanitos ácidos. Os diversos trabalhos realizados nessa unidade
Unidade 3: É formada por granada-biotita xistos, apresentam controvérsias quanto à sua nomencla-
estaurolita xistos, cianita xistos e granada-muscovi- tura e área de ocorrência. Utilizou-se neste trabalho
ta quartzitos. a proposta de Souza & Leão Neto (1998), que adota-
Unidade 4: É composta predominantemente por ram a denominação original de Seqüência Indaianó-
riolitos e leptinitos, com intercalações de meta- polis, de Danni & Leonardos (1980) e o ordenamento
cherts grafitosos. estratigráfico de Ribeiro Filho & Teixeira (1981) que a
Unidade 5: Apresenta distribuição restrita, sob a subdividiram em unidades, inferior e superior.
forma de uma estreita faixa, composta predominante- A unidade inferior, situada a leste do rio Traíras,
mente por anfibolitos finos com intercalações de meta- corresponde à Associação Vulcânica de Indaianó-
cherts grafitosos. Encontra-se intimamente asso- cia- polis, de Danni & Leonardos (1980) e de Brod &
da às rochas vulcânicas ácidas da unidade anterior. Jost (1991). É composta por anfibolitos finos, com
Unidade 6: É caracterizada por muscovita- intercalações de xistos, gnaisses, metacherts e for-
quartzo xistos, cianita-muscovita xistos, estauroli- mações ferríferas bandadas. Os anfibolitos têm
ta-granada-muscovita xistos, sericita-clorita xistos uma maior distribuição na base da unidade, obser-
grafitosos, hematita-magnetita quartzitos, muscovi- vando-se, em direção ao topo, uma ampla variação
ta quartzitos granadíferos e metacherts. fa ci o ló gi ca, com pre do mi nân cia de gra na-
Estudos petroquímicos realizados por Moraes da-quartzo-biotita xistos com intercalações subor-
(1992) indicam que os anfibolitos originaram-se de dinadas de anfibolitos finos, na parte norte, e ro-
um vulcanismo toleiítico subalcalino, associado chas gnáis si cas com al ter nân ci as de quart-
com sedimentação de cherts e rochas calcissilicá- zo-biotita xistos e anfibolitos finos na porção sul.
ticas, que evoluiu para uma suíte bimodal, enquan- A unidade superior, localizada a oeste do rio Traí-
to a sedimentação tornou-se mais intensa e de na- ras, equivale às seqüências metavulcano-sedimenta-
tureza predominantemente pelítica. A pilha vulca- res de Indaianópolis (Nascimento et al., 1981) e Coi-
no-sedimentar foi afetada por um período de grani- tezeiro (Brod, 1988). Constitui-se de metarriolitos com
togênese, cujos granitos se alojaram principalmen- textura porfirítica preservada e metatufos riolíticos de
te nas suas porções basais, com recorrência de granulação fina, quartzo-muscovita xistos, quartzitos,
magmatismo básico, manifestado nas fases finais anfibolitos finos, xistos carbonáticos, muscovita xis-
pela injeção de diques básicos (Moraes, 1992). tos, grafita xistos e metacherts.
Os dados termobarométricos indicam que as con- Estudos petroquímicos realizados por Souza &
dições metamórficas da seqüência atingiram tempe- Leão Neto (1998) sugerem que as rochas vulcâni-
raturas da ordem de 660°C e pressões de 5,5kb, ca- cas ácidas são provavelmente de origem mantélica
racterizando uma descontinuidade nas condições e geradas em ambiente intracratônico de rift ou ar-
metamórficas em relação às rochas do Complexo co-de-ilha, sugestão compatível com a verificada
Barro Alto, sugerindo uma supressão de parte da co- para as rochas anfibolíticas.
luna estratigráfica da região (Moraes, 1992).
Para essa seqüência existe apenas uma datação Mp - Seqüência de Palmeirópolis (Ribeiro Filho
Rb-Sr em rochas gnáissicas, que forneceu idade & Teixeira, 1981)
de 1.330 ± 67Ma associada a uma razão inicial de
0,70819 (Fuck et al., 1989). Corresponde a uma faixa vulcano-sedimentar es-
treita e alongada segundo a direção N-S, balizada, a
Mi - Seqüência de Indaianópolis (Danni & Leo- leste, pelo maciço básico-ultrabásico de Cana Brava
nardo, 1980) e, a oeste, pelos metassedimentos do Grupo Serra
Dourada. As primeiras referências sobre as rochas
Compreende uma associação vulcânica consti- dessa seqüência foram feitas por Barbosa et al.
tuída por anfibolitos finos, comumente granadífe- (1969), sendo posteriormente estudadas por Ribeiro

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Filho & Teixeira (1981), Figueiredo et al. (1981), Rela- Mrv - Seqüência Rio Veríssimo
tórios de Pesquisa-CPRM (1982-1987), Leão Neto &
Olivatti (1983), Araújo (1986), Araújo & Nilson Trata-se de um conjunto vulcano-sedimentar
(1987),Valente (1992) e Araújo et al. (1995). constituído por muscovita xistos, clorita xistos, fili-
Neste trabalho, foi utilizada a classificação de tos carbonosos, quartzo xistos e lentes de anfiboli-
Leão Neto & Olivatti (1983) que a subdividiram em tos, que ocorre a leste de Pires do Rio, sob a forma
cinco unidades: de faixas estreitas e alongadas, de direção N-S, in-
Unidade 1: É a unidade basal, constituída de an- dividualizadas inicialmente como pertencentes à
fibolito grosso, bandado com aspecto gabróico. base do Grupo Araxá (Dardenne et al., 1994), em
Unidade 2: Metagrauvacas, metagrauvacas líti- contato tectônico com os micaxistos dos grupos
cas, tufos de cristal, lapilli tufos e brechas vulcâni- Canastra e Araxá, e interceptadas por corpos gra-
cas xistificadas e de composição ácida a interme- níticos sintectônicos.
diária, metaconglomerados e pequenos sills ultra-
básicos (talco xisto). Mma - Seqüência Maratá (Leonardos et al., 1990)
Unidade 3: Predominam metavulcânicas básicas
anfibolitizadas, de granulação fina, localmente enri- Cons ti tui uma fa i xa de ro chas me ta vul ca-
quecidas em biotita, granada ou segregações carbo- no-sedimentares que se estende de maneira quase
náticas, com níveis descontínuos de quartzitos puros contínua, desde Pires do Rio até a região sudoeste
ou ferruginosos e granada-biotita-muscovita-quartzo de Ipameri (Pimentel et al., 1995). É representada
xistos, além de diques básicos e ultrabásicos. por anfibolitos, hiperstênio anfibolitos de cor escura
Unidade 4: É caracterizada por granada-bioti- e granulação média a fina, epidoto anfibolitos, talco
ta-muscovita-quartzo xistos feldspáticos, serici- xistos associados a estaurolita xistos, sericita xis -
ta-muscovita-quartzo xistos e plagioclásio-musco- tos, e lentes de mármores, de cor verde a cinza com
vi ta-biotita-quartzo xis tos, pla gi o clá sio-bi o ti- intercalações de clorita xisto com pseudomorfos de
ta-quartzo xistos com intercalações de anfibolitos, estaurolita e granada. Essas rochas são intercepta-
estaurolita-granada-biotita-quartzo xistos, biotita- das por um corpo granítico sintectônico, denomina-
anfibólio xistos, micaxistos portadores de cianita, do de Granito Maratá (Lacerda Filho et al., 1995),
metatufos ácidos, biotititos, clorititos e metacherts. anteriormente descrito como, metandesitos e me -
Unidade 5: É composta por estaurolita-biotita- tarriolitos da Seqüência Maratá (Leonardos et al.
muscovita-quartzo xistos, cianita-biotita-muscovi- 1990; Pimentel et al., 1992).
ta-quartzo xistos, granada-muscovita-quartzo xis-
tos e cianita-estaurolita-muscovita-quartzo xistos Ms - Seqüência Silvânia (Valente, 1986)
contendo sills e diques básicos e formações ferrífe-
ras bandadas e quartzitos, às vezes ferruginosos e A Seqüência Silvânia foi caracterizada por Va-
grafitosos. lente (1986) como uma faixa metavulcano-sedi-
Segundo dados geotermobarométricos e pe- mentar, descontínua, estreita e alongada, que
troquímicos, a assembléia metamórfica da Se- ocorre desde a região nordeste de Anápolis até
qüência Palmeirópolis, e da zona de alteração, as proximidades de Orizona, tendo suas melho-
resultou de um único evento que atingiu condi- res exposições nas proximidades de Silvânia e
ções de T (550° C-625° C) e P (2,0-5,5kbar) típi- Bonfinópolis, representada pelas unidades: me -
cas da fácies anfibolito, com evidências de retro- tavulcânica, mista e sedimentar. Oliveira (1994)
metamorfismo, enquanto os dados químicos (ele- agrupou essas duas últimas unidades em uma
mentos maiores, menores, traço e terras-raras) única, denominada de unidade metassedimen-
mostraram que os protólitos das rochas máficas tar/mista.
são similares a basaltos toleiíticos de fundo oceâ- A unidade metavulcânica é composta predomi-
nico (Araújo, 1986). nantemente por epidoto anfibolitos e granada anfi-
Datações efetuadas nas rochas dessa seqüência, bolitos, metabasaltos, metandesitos, dacitos e
pelo método Rb-Sr em rocha total, sugerem como pri- quartzo andesitos, e apresentam, de uma maneira
meira aproximação a idade de homogeneização iso- geral, coloração verde-escuro, textura porfiroblás-
tópica (metamorfismo?) de 1.157 ± 50Ma (Girardi et tica muito fina e estrutura orientada, com freqüen-
al., 1978). As idades K-Ar desta unidade encon- tes disseminações de sulfetos (pirita e calcopiri-
tram-se no intervalo de 446 a 583Ma (Girardi et al., op. ta), e cristais de granada, que atingem até 1cm de
cit.), refletindo a atuação do Ciclo Brasiliano. diâmetro.

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

A unidade metassedimentar/mista é constituída nas regiões, norte e centro-sudeste do Estado,


por rochas pelíticas aluminosas e psamo-pelíticas, onde são representados, respectivamente, pelos
representadas por quartzo xistos granadíferos, cia- granitos tipos Morro Solto e Rio Piracanjuba, que
nita-clorita-muscovita-biotita xistos, clorita-grana- exibem evidências de deformação, tais como milo-
da-quartzo xistos, xistos grafitosos, muscovita nitização de bordas, bandamento e forma alonga-
quartzitos, cianititos (agalmatolito), cianita-mica da dos plútons.
xistos, diasporitos, diásporo xistos e quartzo-mica
xistos, interpretados por Freitas & Kuyumjian (1995) Mγ2ms - Granitos Tipo Morro Solto (Figueiredo
como hidrotermalitos. et al., 1982)
A análise litogeoquímica da unidade metavulcâ-
nica (Oliveira, 1994; Lacerda Filho, 1994) sugere Ocorrem como corpos graníticos alcalinos de
que os metabasitos situam-se tanto no campo tolei- pequenas dimensões, intrusivos nas rochas da
ítico como no calcialcalino, indicativos de arcos- Seqüência Metavulcano-sedimentar de Palmeiró-
de-ilhas e margem continental ativa. polis, estando o pluton principal, de formato gross-
A associação mineralógica observada sugere seiramente elipsoidal, situado no sul do Estado do
que essas rochas atingiram condições metamórfi- Tocantins/norte de Goiás.
cas de fácies xisto-verde alto, zona da granada, Exibem coloração rósea-clara a esbranquiçada,
com um aumento local no grau metamórfico para a granulação média a grosseira, estrutura suborien-
fácies anfibolito (Radaelli, 1994; Oliveira, 1994; La- tada e textura granoblástica, com bordas, geral-
cerda Filho, 1994). mente foliadas e bandadas, chegando a desenvol-
ver um aspecto gnáissico, e diques aplíticos, nas
Mrp - Seqüência Rio do Peixe (Nascimento, 1985) zonas de contato com as rochas da seqüência. São
constituídos basicamente por albita/oligoclásio, mi-
Os primeiros estudos realizados nessas rochas croclínio, quartzo e hornblenda sódica.
(Ribeiro Fi lho & Gon çalves, 1981) posiciona-
ram-nas na base do Grupo Araxá, sendo individua- Mγ2rp - Granitos tipo Rio Piracanjuba (Lacerda
lizada posteriormente como uma seqüência meta- Filho & Oliveira, 1994)
vulcano-sedimentar (Nascimento, 1985) e caracte-
rizada por Thomé Filho (1994) e Cuadros Justo Correspondem a uma série de granitóides crustais
(1994) como uma seqüência litoestratigráfica com porfiríticos, de composição granítica a tonalítica, leu-
características próprias, distinta dos metassedi- co a mesocráticos, de filiação calcioalcalina, distri-
mentos do Grupo Araxá. buídos na porção centro-sul do estado. São repre-
Esse conjunto metavulcano-sedimentar, meta- sentados por biotita-metagranito pórfiro, metagrano-
morfizado na fácies xisto-verde a anfibolito, é repre- dioritos e metatonalitos, que se encontram posiciona-
sentado, na sua porção inferior, por litótipos meta- dos ao longo de zonas de cisalhamento dúcteis, de-
vulcânicos máficos (metabasaltos) e ultramáficos senvolvendo estruturas protomiloníticas, miloníticas e
(metaperidotitos) geralmente transformados em ultramiloníticas, que lhes conferem, na maioria das
anfibolitos, epidoto anfibolitos e meta-hornblendi- vezes, um bandamento gnáissico.
tos, com rochas calcissilicáticas, epidositos e me- Datações pelo método Rb-Sr (Tassinari et al.,
tacherts associados, enquanto na unidade superior 1988) revelaram isócronas com idade de 1.300Ma
predominam epidoto-quartzo xistos feldspáticos, e alta razão inicial, com valores de 0,7105, indican-
granada-epidoto-biotita xistos, clorita-cloritóide- do a origem crustal desses corpos.
muscovita-quartzo xistos, clorita-cloritóide-grana-
da xistos, estaurolita-clorita-cloritóide-granada xis- Mυ - METAULTRAMAFITOS TIPO MORRO FEIO
tos, estaurolita-muscovita-clorita xistos, muscovita-
biotita xisto feldspático e muscovita-plagioclá- Constituem uma série de corpos alóctones de ro-
sio-quartzo mármore. chas metaultramáficas, caracterizadas por serpen-
tinitos, clorita xistos e talco xistos, às vezes exibin-
GRANITÓIDES SIN A TARDITECTÔNICOS do lentes de cromita podiforme (Mello & Berbert,
1969) e encontradas nas proximidades das cida-
Constituem uma série de corpos graníticos alca- des de Hidrolândia, Abadiânia, Cromínia, Mairipo-
linos, de dimensões variadas, geralmente discor- taba, Pontalina, Morrinhos, Caldas Novas e Santa
dantes dos metamorfitos regionais, distribuídos Cruz de Goiás. São intercalados tectonicamente

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

nos metamorfitos do Grupo Araxá, tendo sido estu- xistos ortoderivados (Berbert, 1970; Costa & Angei-
dados por Mello & Berbert (1969), Berbert (1970), ras, 1971; Oliveira & Bittar, 1971; Pena & Figueiredo,
Drake Jr. (1980), Danni & Teixeira (1981), Leonar- 1972; Schobbenhaus, 1975; Pena et al., 1975; Marini
dos et al. (1990), Brod et al. (1991, 1992), Strieder & et al., 1981; Drake Jr, 1980; Danni & Teixeira, 1981;
Nilson (1992a, b) e Strieder (1993). Fuck & Marini, 1981; Drago et al., 1981; Ianhez et al.,
Os serpentinitos são as rochas dominantes. 1983; Marini, 1984a,b; Leonardos et al., 1990; Brod
Apresentam coloração cinza-esverdeada e textura et al., 1991, 1992; Strieder, 1990; Strieder & Nilson,
fanerítica fina-média. Estão muito fraturados, silicifi- 1992).
cados e foliados e contêm corpos de cromita do Os diversos trabalhos sobre o Grupo Araxá evi-
tipo alpino, com cromitas podiformes, jazimentos denciam as dificuldades de separação entre esse
de amianto, garnierita e disseminações de sulfeto grupo e o Grupo Canastra (Ferrari & Brandalise,
(Moreton, 1989; Strieder, 1992a, b). 1971; Braun & Baptista 1976, 1978; Paulsen et al.,
Os xistos magnesianos, representados por clori- 1974; Teixeira e & Danni 1978, Lacerda Filho & Oli-
titos e talco-clorita xistos, são rochas metassomáti- veira; 1995) devidas ao caráter transicional entre os
cas concentricamente dispostas ao longo do con- mesmos, mas, refletindo, entretanto, condições di-
tato entre a rocha ultramáfica e os metassedimen- ferentes de sedimentação na bacia.
tos do Grupo Araxá (Strieder & Nilson, 1992). Foram individualizadas do Grupo Araxá as rochas
Esses corpos metaultramáficos têm sido inter- pertencentes às seqüências do tipo greenstone belts
pretados como fragmentos tectônicos de melange e seqüências vulcano-sedimentares paleomesopro-
ofiolítica (Drake Jr., 1980; Strieder & Nilson, 1992a, terozóicas (Danni & Ribeiro, 1978; Ribeiro Filho, 1978;
b; Strieder, 1993). Sabóia et al., 1979; Teixeira, 1981; Figueiredo et al.,
1981; Danni et al., 1981; Valente, 1986; Barbosa,
GRUPO ARAXÁ (Barbosa, 1955) 1987; Thomé Filho, 1994; Cuadros Justo, 1994 e La-
cerda Filho et al., 1998).
O Grupo Araxá foi definido inicialmente como For- Em função das várias modificações sofridas com
mação Araxá, por Barbosa (1955), nas proximida- a retirada de litótipos, anteriormente atribuídos a
des da cidade homônima, no Triângulo Mineiro, esse grupo, e à sua diversidade litológica, os traba-
como sendo constituído basicamente por xis- lhos mais recentes subdividiram-no segundo con-
tos-verdes, micaxistos e migmatitos, estendendo-se cepções diferentes, em relação às rochas que o
posteriormente sua área de ocorrência para o Esta- compõem (Baêta Jr. , 1994; Cuadros Justo, 1994;
do de Goiás (Barbosa, 1963), tendo sido elevado à Moreton, 1994; Oliveira, 1994; Radaelli, 1994; Thomé
categoria de Série, por Barbosa et al. (1966). Barbo- Filho, 1994; Dardenne et al., 1992; Brod et al., 1992;
sa et al. (1967, 1970a) passam a usar o termo Grupo, Schobbenhaus, 1993; Pedrosa Soares et al., 1994;
subdividindo-o nas unidades A e B, onde a primeira Lacerda Filho & Oliveira, 1994, 1995; Pedrosa et
seria representada por quartzitos, micaxistos com al., 1994; Seer, 1997 e Freitas- Silva & Campos,
granada, turmalina e/ou cordierita, e rochas feldspá- 1998).
ticas, e a unidade B, por lentes de calcários micá- Neste trabalho, o Grupo Araxá é individualizado
ceos marmorizados com intercalações de quartzi- como uma seqüência de metamorfitos, composta
tos, retirando-se da base desse grupo os migmatitos por metassedimentos psamíticos, psamo-pelíticos
e gnaisses, considerando-os como pertencentes a e pelíticos, caracterizada por uma variação litológi-
seqüências mais antigas, e do topo, os xistos calcí- ca e metamórfica, com uma estruturação de imbri-
feros, denominando-os de Formação Ibiá. camento tectônico em nappes e empurrões de bai-
O Grupo Araxá apresenta um aumento do grau xo ângulo, com vergência para leste em direção ao
metamórfico em direção a oeste, atingindo a fácies Cráton do São Francisco. É subdividido, com base
xisto-verde médio, zona da biotita e, em diversas co- nas suas características litoquímicas, metamórfi-
lunas estratigráficas, inicia-se com gnaisses sobre- cas e ambientais, nas subunidades: A e B.
postos por uma seqüência imatura com característi- Unidade A - MaA: Composta por sedimentos
cas flyschoides, de muscovita e/ou biotita xistos gra- plataformais tipo marinho raso, representados por
nadíferos (podendo conter cianita, estaurolita), xis- muscovita-clorita xistos, às vezes com cloritóides,
tos carbonosos, calcixistos e mármores. O grupo foi biotita-muscovita-quartzo xistos, granada-musco-
afetado por um magmatismo máfico-ultramáfico, re- vita-clorita xistos, clorita-quartzo xistos, grafita xis-
presentado por intercalações de anfibolitos e cor- tos, sericita quartzitos e hematita-sericita quartzi-
pos de serpentinitos, esteatitos, talco xistos e clorita tos (hx).

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

Unidade B - MaB: Definida por uma seqüência filitos, filitos grafitosos, clorita filitos, metassiltitos,
pelítica marinha, constituída por calci-clorita-biotita metargilitos, calcários e ardósias.
xistos, calci-clorita-biotita xistos feldspáticos, calci- Msl - Formação Serra do Landim – Ocorre res-
granada-biotita-quartzo xistos feldspáticos, grana- tritamente a leste do Distrito Federal, sendo forma-
da-clorita xistos, hornblenda-granada xistos felds- da basicamente por calcita-clorita-sericita filitos,
páticos, grafita xistos, lentes de metacalcários, em geral apresentando-se ritmicamente bandado,
quartzitos micáceos e, subordinadamente, lentes onde níveis milimétricos a centimétricos, ocasional-
de anfibolito. mente decimétricos, de coloração verde-escura,
A idade do Grupo Araxá tem sido motivo de con- alternam-se com níveis de tonalidade verde-claro
trovérsia, com os dados Sm-Nd e U-Pb obtidos por (Freitas-Silva, 1996). Para o topo da unidade são
Pimentel (1992) sugerindo uma idade neoprotero- freqüentes intercalações lenticulares, métricas, de
zóica (790Ma), questionada por Lacerda Filho et al. quartzitos finos a brancos, geralmente puros e,
(1995). Estes autores caracterizaram a rocha data- ocasionalmente, níveis contínuos de espessura
da como um granitóide cisalhado, sintectônico, in- centimétrica. O topo dessa formação é quase sem-
trusivo no Grupo Araxá, fato confirmado posterior- pre marcado por um nível de espessura métrica (1
mente por Pimentel et al. (1995), o que atribui ao a 5m) de um quartzo-sericita-clorita filito de colora-
grupo uma idade mais antiga. ção cinza-claro a escura, rico em material carbono-
so (Freitas-Silva, 1996).
Mpc - Formação Paracatu – Distribui-se conti-
GRUPO CANASTRA (Barbosa, 1955) nuamente do sul de Cristalina até oeste de Brasí-
lia. É representada por uma seqüência de quart-
Corresponde a um conjunto de metamorfitos, de- zo-sericita-clorita filitos, às vezes carbonosos,
finido por Barbosa (1955), constituído por quartzi- com lentes e níveis centimétricos a métricos de
tos, filitos e xistos, que ocorrem desde o sul de Mi- ortoquartzitos brancos, maciços e de granulome-
nas Gerais até o noroeste do Distrito Federal, ocu- tria variável, predominando aqueles de grãos mé-
pando o setor meridional da Faixa de Cavalgamen- dios.
tos e Dobramentos Brasília (Dardenne, 1978; Dar- Mcp - Formação Chapada dos Pilões – Aflora na
denne, 1981; Pereira, 1992). região a oeste da cidade de Abadiânia até cerca de
Os diversos trabalhos regionais posicionam-no 3km a leste de Campo Alegre de Goiás. É constituí-
acima do Grupo Araxá, ressaltando o contraste me- da por alternâncias decimétricas e decamétricas de
tamórfico entre essas duas unidades com o Grupo quartzo-sericita-clorita filitos e quartzitos laminados
Canastra possuindo um grau metamórfico mais e micáceos, de coloração branca e granulometria
baixo, fácies xisto-verde, zona da clorita (Barbosa, fina a média. No topo, os ortoquartzitos, geralmente
1963; Barbosa, 1970; Ferrari, 1989b) e condições de granulometria média a grosseira, tornam-se mais
metamórficas marcadas por temperaturas entre abundantes e, comumente, estão intercalados com
250 e 300°C e pressões de 1,5 a 2kbar (Freitas- Sil- filitos. Nas regiões mais preservadas de deforma-
va & Campos, 1998). ções, os quartzitos apresentam estruturas diversas,
Freitas-Silva & Dardenne (1996) propuseram tais como: laminações cruzadas tabulares bidirecio-
uma subdivisão formal para o Grupo Canastra, no nais de pequeno a médio porte, marcas onduladas,
oeste mineiro e sudeste de Goiás, em três forma- sigmóides, hummockys, flaser, estratificações cru -
ções denominadas: Serra do Landim, Paracatu zadas e granocrescência ascendente.
(membros, Morro do Ouro e Serra da Anta) e Cha- A idade do Grupo Canastra, assim como a do
pada dos Pilões (membros Serra da Urucânia e Hi- Grupo Araxá, é bastante discutível. Segundo Frei-
droelétrica Batalha). Na coluna estratigráfica aqui tas-Silva & Dardenne (op. cit.) dados de isótopos
apresentada, em função do atual nível de conheci- radiogênicos (Rb/Sr, K/Ar e Pb/Pb) definiram uma
mento cartográfico dessa unidade em Goiás, não idade em torno de 1.000Ma a 1.300Ma para os fili-
se dividiu em membros as formações, Paracatu e tos carbonosos da Formação Paracatu.
Chapada dos Pilões, e acrescentou-se à proposta
original o termo Canastra Indiviso. GRUPO SERRA DA MESA/GRUPO SERRA
Mci - Canastra Indiviso – Aflora desde o norte DOURADA
do Distrito Federal até a região nordeste de Padre
Bernardo, sendo constituído por metarenitos, xistos Os primeiros estudos desenvolvidos na região
grafitosos, sericita xistos, quartzo-muscovita xistos, de Mossâmedes correlacionaram as rochas que

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

ali afloram ao Grupo Canastra-Série Minas (Leo- Os sericita quartzitos são as rochas dominantes
nardos, 1938; Erichsen & Miranda, 1939; Oliveira e apresentam-se laminados, foliados, friáveis, do-
& Leonardos, 1943); posteriormente a correlação brados e geralmente muito fraturados. Os meta-
foi feita com o Grupo Araxá (Danni et al., 1973; conglomerados intraformacionais ocorrem em len-
Dardenne et al., 1981; Simões, 1984; Coelho et al., tes de espessuras variadas, oscilando de 2m a 8m,
1985), com a Seqüência Serra Dourada (Barbosa, intercalados nos quartzitos. São formados por clas-
1987; Lacerda Filho, 1995; Oliveira et al., 1997), e tos de quartzo, quartzitos e quartzitos ferruginosos
com o Grupo Serra Dourada (Baêta Jr. et al., bandados (BIF) de 2cm a 50cm de comprimento,
1998). imersos em matriz quartzo-feldspática de granula-
O Grupo Serra Dourada constitui uma seqüência ção média a grossa e micácea (Baêta Jr. et al.,
de metassedimentos psamíticos da fácies xis- 1998).
to-verde, caracterizada por uma sucessão de xis- Os conglomerados são, localmente, portadores
tos, quartzitos e conglomerados, que se assentam de ouro e diamante, e correspondem, segundo
discordantemente sobre o embasamento grani- Coelho et al. (1985), a paleoplacers depositados
to-gnáissico arqueano, na Serra Dourada, região por correntes fluviais e redistribuídos pelas ondas
central de Goiás. (fan delta), cuja fonte foram principalmente, as lito-
Marini et al. (1977) denominaram de Grupo Serra logias do greenstone belt de Goiás e do embasa-
da Mesa ao conjunto de metassedimentos que mento arqueano.
ocorre no segmento setentrional da Faixa Uruaçu, Unidade B - MsmB – É constituída por clori-
anteriormente atribuído ao Grupo Araxá, que é re- ta-quartzo-sericita xisto com intercalação de quart-
presentado por xistos feldspáticos, micaxistos, zito fino, micáceo, granada-clorita-muscovita xisto,
quartzitos, calcixistos, calcários e mármores, distri- gra na da-clorita-quartzo xis to, ci a ni ta-gra na-
buídos amplamente na região norte de Goiás, prin- da-muscovita-biotita xisto, magnetita-sericita xisto
cipalmente a oeste dos maciços máfico-ultramáfi- e turmalina-sericita-quartzo xisto, que geralmente
cos (Fuck & Marini, 1979; 1981; Schobbenhaus Fi- ocorrem como faixas estreitas, paralelizadas, por
lho, 1993). tectônica dúctil-rúptil, com a Unidade A (Baêta Jr.
O conhecimento sobre o Grupo Serra da Mesa é et al., 1998).
fragmentário, não se dispondo ainda de uma estra- A idade dessas rochas ainda não é conclusiva.
tigrafia regional. Em função de sua continuidade fí- Os dados geocronológicos obtidos por Hasui &
sica a norte e a sul da inflexão dos Pirineus, e das Almeida (1970), in Dardenne et al. (1981) pelo mé-
semelhanças litológicas e ambientais existentes todo K/Ar em rocha total e em muscovita, sugerem
entre as rochas dos grupos, Serra Dourada e Serra idades, de sedimentação em torno de 1.216Ma, e
da Mesa, propõe-se neste estudo a junção dos de deformação e metamorfismo próximas a 502 ±
mesmos, subdividindo-os em unidades A e B, e 20Ma.
Unidade Serra da Mesa Indiviso.
Serra da Mesa indiviso - Msm – Constituída, da GRUPO PARANOÁ (Faria, 1995)
base para o topo, por: muscovita quartzito de gra-
nulação grossa, podendo ser conglomerático, que O Grupo Paranoá, inicialmente denominado For-
se adelgaça em direção ao topo; micaxistos com mação Paranoá (Andrade Ramos, 1958), foi estu-
lentes de quartzito, localmente com porfiroblastos dado primeiramente por Braun (1968), Barbosa et
de granada, estaurolita ou cianita, apresentando in- al. (1969) e Baêta Jr. et al. (1978); estes seguindo o
tercalações de quartzitos brancos; xistos grafitosos critério de Braun (1968), considerando-a como a
e calci-xistos; granada-biotita-muscovita xistos formação inferior e interdigitada ao Grupo Bambuí.
com lentes de calci-xistos e mármore; muscovita- Dardenne (1974) separou a Formação Paranoá do
biotita xistos com intercalações delgadas de quart- Grupo Bambuí, denominando-a Grupo Paranoá,
zitos finos micáceos, às vezes feldspáticos, e com o Conglomerado São Miguel na base, e sendo
quartzo xistos. limitado no topo pela Formação Jequitaí, do Grupo
Unidade A - MsmA – É caracterizada por sericita Bambuí.
quartzitos, quartzitos arcosianos e níveis de meta- Os mais recentes dados sobre litoestratigrafia,
conglomerados intraformacionais, preferencial- sistemas deposicionais e geotectônica do Grupo
mente orientados segundo a foliação de direção Paranoá são apresentados por Faria (1995) e Faria
E-W, com mergulhos fracos (5-20o) para sul (Baêta & Dardenne (1995) que o caracterizam como uma
Jr. et al., 1998). seqüência deposicional em ambiente marinho,

– 58 –
Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

subdividida em doze litofácies com status de for - giloso, quartzito feldspático com diques de areia e
mação e agrupadas em quatro megaciclos sedi- filitos quartzosos ricos em magnetita. Nessas ro-
mentares. Os dois primeiros transgressivos, um in- chas foram detectadas gretas de dissecação e es-
termediário, regressivo, com várias oscilações e o truturas de contração.
último novamente transgressivo. Esses megaciclos A litofácies quartzítica (Q1) é composta por quart-
foram denominados, da base para o topo: Unidade zitos finos a médios com intercalações de filitos
Con glo me rá ti ca Qu art zí ti ca Rí ti mi ca Infe ri or carbonosos e apresenta estratificações cruzadas
(Mpa1); Unidade Síltico-Ardosiana (Mpa2); Unidade tabulares e acanaladas. A litofácies quartzítica mi-
Rítmica Quartzítica Intermediária (Mpa3); e Unida- croconglomerática (Q2) é constituída por quartzitos
de Rítmica Pelito-Carbonatada (Mpa4). finos a microconglomeráticos, brancos e com inter-
Neste trabalho de integração estendeu-se essa calações de filito carbonoso rítmico. Estes quartzi-
proposta de quatro megaciclos, definida original- tos também apresentam estratificações cruzadas
mente na região do Distrito Federal (Faria, 1995), tabulares e acanaladas.
para todo o Estado de Goiás, englobando as unida- Mpa2 - Unidade Síltico-Ardosiana – Constituída
des de Fuck et al. (1988), Baêta Jr. et al. (1978) e pelas unidades Síltica (S) e Ardosiana (A).
Araújo &Alves (1979), segundo a tabela abaixo: A litofácies (S) é caracterizada por metassiltitos
argilosos, às vezes carbonosos, exibindo em dire-
MAPA GEOLÓGICO
DO ESTADO DE
FUCK et al., 1988 BAÊTA JR. et al.,
1978
ARAÚJO & ALVES
(1999)
ção ao topo, intercalações lenticulares de quartzi-
GOIÁS (1999) tos, filitos e mármores, formando uma seqüência rít-
IeJ 6 6 mica. Os quartzitos e quartzitos feldspáticos são, lo-
Mpa4
H
5 calmente, conglomeráticos, friáveis e apresentam
G 7 4
3 manchas ovaladas de óxido de ferro. Os mármores
F
E 6 2
calcíticos e dolomíticos, róseos a brancos, apresen-
Mpa3
- 2 1 tam estromatólitos (Conophyton) e estruturas de
Mpa2 D
C
7
5
-
1
contração. Filitos, filitos grafitosos e filitos calcíferos
B 4 -
complementam as litologias desta unidade.
Mpa1 A 3
1
-
-
A litofácies Ardosiana (A) é composta principal-
mente por ardósias de cores vermelhas e roxas,
com concentrações de manganês sob a forma de
Mpa1 - Unidade Conglomerática Rítimica Quart- concreções e lâminas descontínuas, e subordina-
zítica Inferior – Constituída pelo Paraconglomerado damente, intercalações, no topo, de quartzito fino a
São Miguel (Sm), metarritmitos (R2) e quartzitos (Q2), metassiltito.
quartzito microconglomerático, quartzito fino a médio Mpa3 - Unidade Rítmica Quartzítica Intermediá-
(Q1), litofácies rítmica (R1-R2) e quartzítica (Q1-Q2) in- ria – Composta pela unidade rítmica (R3) e quartzítica
ferior. (Q3) intermediárias.
A litofácies (Sm) está representada por um para- A litofácies (R3) é constituída por alternâncias de
conglomerado polimítico constituído por seixos de quartzitos finos a muito finos, feldspáticos, com
quartzo, quartzitos finos, metassiltitos, filitos, már- ocasionais laminações síltico-argilosas, metassilti-
mores, metamargas e calci-xistos. O conglomerado tos e metargilitos amarelos e vermelhos com inter-
é suportado por matriz arenosa fina a muito fina con- calações de quartzitos finos a médios, localmente
tendo argilominerais carbonáticos com lamelas de grossos. Contém estruturas de contração, marcas
especularita. Intercalações de quartzito calcífero e onduladas, laminações cruzadas por ondas e es-
filito carbonoso são freqüentes nessa unidade. truturas tipo hummocky.
A litofácies metarritmito (R1) apresenta uma se - A litofácies (Q3) é formada por quartzitos amare-
qüência de metamarga calcária dolomítica maciça los a cinza-claros, de granulação média a fina, bem
com gretas de ressecamento, cubos de sal e leitos selecionados, com raros leitos de granulação gros-
centimétricos de carbonato e filito carbonoso rítmi- sa, existindo no topo intercalações argilosas lami-
co com intercalações de quartzito. Em direção ao nares, com marcas onduladas, estratificação cru -
topo a composição passa essencialmente para zada tabular, acamadada e espinha-de-peixe.
metassiltitos arenosos e metassiltitos argilosos com Mpa4 - Unidade Rítmica Pelito-Carbonatada –
estrutura de carga e raras estruturas de contração. É constituída pelas litofácies (R4 e PC). A litofácies
A litofácies (R2) é constituída de quartzito fino a (R4) é caracterizada pela alternância de metassilti-
médio com lâminas síltico-argilosas, metassiltito ar- tos e metargilitos e, subordinadamente, por quart-

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

zitos muito finos a finos e metapelitos sericíticos, GRUPO IBIÁ (Barbosa et al., 1970)
laminados. Os quartzitos têm geometria ondulada,
lenticular, com estruturas tipo hummocky. As es - É um conjunto de metamorfitos originalmente
truturas sedimentares mais proeminentes são descrito por Barbosa et al. (1970), nas proximida-
marcas onduladas, estruturas de carga, poucas des da cidade de Ibiá, como uma faixa de direção
laminações cruzadas por ondas e raras estruturas NW-SE, posicionada acima do Grupo Canastra,
de contrações. que se estende para o Estado de Goiás. Posteri-
A litofácies (PC) é constituída de metargilitos, ar- ormente essas rochas foram estudadas por Bra-
dósias e metassiltitos vermelhos, brancos e amare- un & Batista (1978), Ferrari (1989b), Simões & Na-
los, com lentes de calcário cinza, e dolomito com varro (1996, 1997), Pereira (1992) e Pereira et al.
estromatólitos (Conophyton), e intercalações centi- (1992).
métricas a métricas de quartzito médio a grosso É constituído dominantemente de filitos, calci
com estrutura hummocky. xistos-verdes, clorita xistos, sericita xistos, meta-
Cloud & Dardenne (1973) e Dardenne (1978, diamictitos e quartzitos subordinados, subdividi-
1979), através do estudo de estruturas estromatolí- do por Pereira (1992) nas formações Cubatão e
ticas, propuseram o intervalo de 1.350- 950Ma para Rio Verde.
a idade de deposição do Grupo Paranoá. Rocha et Nct - Formação Cubatão – Apresenta-se como
al. (1990) também baseados em estruturas estro- pequenas lentes, de distribuição restrita no extre-
matolíticas, para a Formação Caboclo, na Bahia, mo-sudeste de Goiás. Está representada por meta-
que é correlacionada ao Grupo Paranoá, sugeriram diamictitos com intercalações de quartzito. Os me-
idade de deposição entre 1.350-950Ma. Babinski tadiamictitos possuem uma matriz filítica, cuja ori -
et al. (1993), pelo método isocrônico Pb-Pb, obtive- gem glacial é comprovada pela diversidade de
ram, em carbonatos da Formação Caboclo, a idade composição, tamanho e forma dos clastos, além da
de 1.140 ± 140Ma. presença de clastos estriados e facetados e de cor-
dões de areia internos aos mesmos (Pereira et al.,
NEOPROTEROZÓICO 1992).
Nrv - Formação Rio Verde – É composta domi-
nantemente por um extenso e monótono pacote de
GRANITOS PÓS-TECTÔNICOS
calcifilito bandado, com neoformação de leitos e
núcleos de quartzo, quase sempre microdobrados
Compreendem uma série de intrusões graníticas e crenulados, e com composição mineralógica se-
de dimensões diversas, representadas pelos grani- melhante à matriz do metadiamictito. A passagem
tos do tipo Mata Azul, distribuídos na região norte entre as formações é gradual, com redução da
do Estado de Goiás. quantidade e do tamanho dos seixos na zona de
contato (Pereira et al., 1992).
Nγ3ma - Granitos Tipo Mata Azul O posicionamento estratigráfico e a idade desse
grupo são determinados pela correlação com ou -
Constituem um conjunto de corpos graníticos tras unidades, uma vez que não existem datações
porfiríticos, de dimensões reduzidas e formas ame- radiométricas disponíveis.
bóides, que ocorrem na região norte de Goiás, nas De acordo com Bonhomme et al. (1982) e Mace-
proximidades da serra Dourada, intrusivos nos do & Bonhomme (1984) isocrónas Rb-Sr e data-
metassedimentos do Grupo Serra Dourada/Serra ções K-Ar em frações finas de sedimentos glácio-
da Mesa. Apresentam, de uma maneira geral, co- continentais da Formação Bebedouro, Estado da
loração rósea a cinza claro e composição minera- Bahia, correlata ao Grupo Ibiá, indicam estágios
lógica à base de quartzo, microclínio pertítico diagenéticos entre 960 ± 31Ma, enquanto Couto &
(com cristais variando de 2cm a 30cm de compri- Bez (1981) indicam a idade desta glaciação entre
mento), oligoclásio, muscovita, biotita, turmalina, 640 e 950Ma (in: Pereira et al., 1992).
berilo, granada e tantalita. Verifica-se a presença
de veios pegmatíticos e greisens, portadores de Ncb - GRUPO CUIABÁ (Evans, 1984)
concentrações de gemas coradas como, turmali-
na, esmeralda, água- marinha, berilo, amazonita e Este grupo ocorre de forma restrita na porção su-
tantalita, além de cassiterita e minerais de urânio doeste do Estado de Goiás, aflorando nas proximi-
(Marini et al., 1977). dades da cidade de Bom Jardim de Goiás, em con-

– 60 –
Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

tatos tectônicos com as rochas da seqüência meta- dantes com a foliação S2 desses metassedimentos
vulcano-sedimentar homônima e com gnaisses e (Lacerda Filho, 1989).
granitos neoproterozóicos. O grupo é recoberto por Estudos geocronológicos realizados por Tassi-
rochas sedimentares da Bacia do Paraná (Costa & nari et al. (1988), através do método Rb-Sr, fornece-
Fragomeni, 1976; Costa et al., 1979; Seer, 1985; Sá ram uma idade de 900Ma, para essas rochas.
& Marques, 1986).
É constituído por um pacote de metamorfitos de Nγ1i - Granitos Tipo Ipameri
baixo grau (fácies xisto-verde), representado por fi-
litos cinza, avermelhados quando alterados, fina- São corpos graníticos sintectônicos, em relação
mente bandados e com intensa venulação quartzo- à principal deformação das supracrustais do Gru-
sa, quartzitos feldspáticos, biotita-quartzo xistos, po Araxá (Lacerda Filho et al., 1995; Pimentel et al.,
muscovita-biotita xistos e diamictitos subordinados 1995), posicionados em zonas miloníticas, exibin-
(Moreton, 1997). do variáveis estágios de deformação, desde proto-
milonitos até ultramilonitos. Apresentam caráter
GRANITOS SINTECTÔNICOS ácido metaluminoso a peraluminoso (Pimentel et
al., 1997) e exibem mineralizações de cassiterita.
Englobam uma série de plútons graníticos, geral- Quatro corpos são conhecidos e estudados nesta
mente milonitizados, representados pelos granitos região, denominados de granitos Maratá, Sesma-
tipo Lavrinha, Aragoiânia, Ipameri e Suíte Granítica ria, Encruzilhada e Tambu.
de Chapada, com uma ampla distribuição geográ- Análises isotópicas Sm-Nd sugerem que esses
fica no estado, encaixados principalmente nos me- granitóides são derivados de refusão de material
tassedimentos dos grupos Araxá e Serra Doura- siálico. Os granitos Encruzilhada e Maratá mos-
da/Serra da Mesa. tram idades modelo TDM mais antigas, entre 1,9Ga
e 2,0Ga, indicando fonte crustal paleoproterozói-
Nγ1l - Granitos Tipo Lavrinha ca. Nos granitos Sesmaria e Tambu, a idade TDM é
mais jovem (1,1Ga), indicando fonte crustal meso-
Constituem uma série de intrusões graníticas iso- proterozóica. Provavelmente ambos foram cristali-
ladas, dispersas na região a sul de Uruaçu, nas zados durante o Neoproterozóico (Pimentel et al.,
margens do rio das Almas, encaixadas nas rochas 1997).
do Grupo Serra Dourada/Serra da Mesa e da Se - Granito Maratá – Trata-se de um granito peralu-
qüência Juscelândia. minoso, situado a sudoeste de Pires do Rio, sintec-
Caracterizam-se por um biotita-muscovita granito tônico, de granulação fina a média, milonitizado em
de cor cinza-claro, granulação fina a média, consti- diversos estágios de deformação e encaixado em
tuído por porfiroblastos de alcalifeldspato róseos, rochas do Grupo Araxá (Lacerda Filho et al., 1995).
dispersos em uma matriz orientada, representada É constituído por porfiroclastos de quartzo azulado,
por microclínio, plagioclásio, quartzo, biotita, mus- feldspato potássico e plagioclásio, envolvidos por
covita e, em pequenas quantidades, hornblenda e uma matriz fina formada por biotita, muscovita e di-
tremolita. Localmente, encontram-se mais deforma- minutos cristais de quartzo poligonizado. Pimentel
dos, com orientação mineralógica e aspecto gnáis- et al. (1992) obtiveram para essas rochas idade
sico protomilonítico. U-Pb, em zircão, de 794 ± 10Ma.
Granito Encruzilhada – Compreende um grani-
Nγ1ar - Granitos Tipo Aragoiânia to sintectônico situado a sudeste de Ipameri, repre-
sentado por biotita granito e hornblenda-biotita gra-
Compreendem um conjunto de corpos graníti- nito, peraluminosos, com aspecto gnáissico prove-
cos a duas micas, peraluminosos do tipo-S, sin - niente de intensa milonitização, com fácies de mus-
tectônicos, de coloração cinza claro, granulação covita xisto milonítico contendo mineralizações de
fina a média, às vezes com textura milonítica a ul- cassiterita, veios e níveis de biotitito.
tramilonítica, constituídos principalmente de pla - Exibe coloração cinza com manchas esbranqui-
gioclásio (oligoclásio), feldspato potássico, quart- çadas, granulação fina a grossa, com megacristais
zo, biotita e granada, e caracterizados como bioti- centimétricos arredondados de feldspato potássi-
ta-muscovita metagranitos a metagranodioritos. co e quartzo azul, bem como xenólitos de rocha de
Esses granitos encontram-se encaixados prefe- granulação muito fina e bastante silicosa (88%
rencialmente nas rochas do Grupo Araxá, concor- SiO2), provavelmente de quartzito ou quartzo xisto

– 61 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

encaixante. A composição geoquímica e isotópica mentos alóctones de rochas gnáissicas arqueanas


de Nd desse corpo mostra que provavelmente ele é (Gnaisse Ribeirão; Pimentel & Fuck, 1992). Estão
derivado de uma fonte dominantemente sedimen- associados com as seqüências vulcano-sedimen-
tar, com idade próxima de 1.800Ma (Pimentel et al., tares de mesma idade.
1997). Na região de Arenópolis esses gnaisses, data-
Granito Sesmaria – Apresenta cor cinza, granu- dos pelo método U-Pb em zircões, forneceram
lação grossa e compõe-se de biotita, hornblenda, uma idade de 899Ma. Análise das titanitas dessa
muscovita e fenocristais de quartzo azulado. Loca- mesma rocha revelaram idade de 632Ma. A pri -
liza-se a sudoeste de Ipameri e apresenta três fá- meira é interpretada como idade de cristalização
cies distintas, de oeste para leste: hornblenda gra- do protólito (compatível com a isócrona Rb-Sr de
nito, biotita granito e muscovita granito, localmente 818Ma), e a segunda como época do metamorfis-
contendo fluorita. Relacionada a esse corpo ocorre mo (Pimentel & Fuck, 1992; Pimentel et al., 1991).
cassiterita associada com muscovita litinífera, fluo- As idades-modelo Sm-Nd, da ordem de 1,1Ga a
rita, turmalina e quartzo, formando veios ou níveis 1,2Ga, e os valores positivos do ENd, sugerem deri-
greisenizados, dispostos nas bordas desta intru- vação mantélica para o magma original (Pimentel
são (Pereira et al., 1992). Exibe caráter metalumino- & Fuck, 1992).
so a fracamente peraluminoso, intensa deformação Os ortognaisses localizados nas vizinhanças de
nas bordas e megacristais de feldspato potássico, Iporá geraram uma isócrona Rb-Sr de 675 ± 75Ma
na zona de menor deformação. Datações geocro- com R0 de 0,7048 (Rodrigues, 1996). Em função
nológicas forneceram uma idade isocrônica de 727 da baixa razão inicial de Sr, essa idade é interpre-
± 5Ma e razão 87Sr/86Sr inicial igual a 0,7052 ± tada como provável idade de intrusão e deforma-
0,0003, indicando que a fonte crustal desse granito ção do corpo. Os valores das idades-modelo Sm-
é mais jovem, provavelmente acrescionada à cros- Nd são próximos aos dos demais gnaisses da re-
ta continental durante o Neoproterozóico (Pimentel gião com TDM de 1,1Ga e ENd de +0,37 a +1,85 (Ro-
et al., 1997). drigues, 1996).
Granito Tambu – Granito de coloração cinza es- Na região de Mara Rosa obteve-se, para os gna-
branquiçado, bastante cisalhado e de caráter me- isses tonalíticos, uma isócrona Rb-Sr de 600 ±
taluminoso a fracamente peraluminoso. Ocorre a 136Ma e R0 de 0,70322, interpretada como idade
aproximadamente 38km a sudeste de Ipameri, e é de metamorfismo (Viana, 1995). A idade considera-
semelhante ao Granito Sesmaria (Pimentel et al., da para a intrusão do corpo é de 856 ± 13Ma, deter-
1997). minada através do método U-Pb em zircão (Viana
et al., 1995). As idades-modelo Sm-Nd são bastan-
Ngn - Ortognaisses do Oeste de Goiás (Pimen- te similares às de Arenópolis, variando de 1,1Ga a
tel & Fuck, 1992) 1,2Ga, com valores de ENd de +2 a + 4,6, indicando
que a derivação mantélica dos protólitos que gera-
Esses terrenos são constituídos por gnaisses ram as duas rochas ocorreu durante o mesmo
granitóides neoproterozóicos (Pimentel & Fuck, evento magmático.
1992), anteriormente atribuídos ao Complexo Basal
(Almeida, 1968; Ianhez, 1983; Pena et al., 1975). SEQÜÊNCIAS METAVULCANO-SEDIMENTARES
Ocorrem entre Bom Jardim de Goiás e Jaupaci, até
as proximidades do Lineamento Moiporá-Novo Constituem um conjunto de rochas metavulca-
Brasil, estendendo-se para norte até a região de no-sedimentares neoproterozóicas, que ocorrem
Mara Rosa e Porangatu. preferencialmente na região oeste de Goiás, asso-
Apresentam natureza cálcica a calcialcalina, co- ciadas a zonas de cisalhamento transcorrente, com
loração acinzentada a rosada, granulação média a continuidade para a porção noroeste, na região de
grossa, textura granoblástica a porfirítica, e estrutura Mara Rosa. Foram atribuídas ao Grupo Araxá (Pena
fitada resultante da alternância de bandas máficas & Figueiredo,1972; Faria et al., 1975), posterior-
ricas em hornblenda e biotita, e bandas félsicas for- mente denominadas de seqüências tipo Greensto-
madas por quartzo e feldspato. Localmente, ocor- ne Belt (Ianhez,1983; Côrtes et al., 1987) e mais re-
rem migmatitos do tipo metatexito. centemente redefinidas como seqüências vulca-
Encontram-se intensamente cisalhados e defor- no-sedimentares relacionadas a ambientes do tipo
mados, metamorfizados na fácies xisto-verde alto a Arco Magmático, segundo modelo de convergên-
anfibolito e alojam, tectonicamente, pequenos frag- cia de placas litosféricas (Pimentel & Fuck, 1992).

– 62 –
Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

Nmr - Seqüência Mara Rosa (Ribeiro Filho, 1981) la pi li tu fos, gra na da-magnetita xis tos, gra na-
da-clorita xistos, quartzitos finos, clorita-quartzo
Situam-se na região noroeste de Goiás, entre as xistos, muscovita-quartzo xisto (hidrotermalitos),
cidades de Santa Terezinha de Goiás, Mara Rosa, e formações ferríferas manganesíferas e metassedi-
Porangatu, onde foram identificadas importantes fai- mentos carbonosos com rochas ultramáficas su-
xas vulcano-sedimentares de direção preferencial bordinadas.
NNE, caracterizadas inicialmente como de idade Unidade Nmr5 – Compreende quartzitos musco-
paleoproterozóica (Ribeiro Filho et al., 1978; Danni & víticos e magnetíticos com níveis de cianita-musco-
Ribeiro, 1978; Ribeiro Filho, 1981; Oliveira, 1982; Ri- vita xistos, granada-cianita xistos cianítitos e, su-
beiro & Sá, 1983; Souza & Leão Neto, 1984; Ribeiro bordinadamente, lentes de anfibolito.
Filho & Lacerda Filho, 1985). Posteriormente, essas Unidade Nmr6 – É constituída de metavulcânicas
unidades foram consideradas como supracrustais félsicas, clorita-sericita xistos e granada-muscovi-
arqueanas tipo Greenstone Belts (Machado, 1981; ta-biotita xistos, freqüentemente feldspáticos.
Costa, 1986), e como terrenos vulcânicos relaciona- Estudos geocronológicos nas rochas vulcânicas
dos à evo lu ção de um arco mag má ti co in- dessa seqüência, coletadas na mina aurífera de
tra-oceânico de idade neoproterozóica (Fuck, 1994; Posse, apresentam idade U-Pb em zircão de 862 ±
Viana et al., 1995; Pimentel et al., 1997). 8Ma, interpretada como a idade de cristalização do
Essa seqüência exibe metamorfismo na fácies protólito ígneo. Análise de titanita da mesma amos-
xisto-verde alto a anfibolito e é representada por fai- tra exibiu idade concordante de recristalização de
xas metavulcânicas e metassedimentares separa- 632 ± 4Ma (Vianna et al., 1995). A idade de meta-
das por terrenos gnáissicos de composição meta- morfismo em torno de 530Ma (Richardson et al.,
tonalítica a metagranodiorítica. Corpos graníticos 1988) é sugerida pela isócrona Rb-Sr em metassedi-
cortam essas litologias (Viana et al., 1995). mentos dessa seqüência. A idade-modelo Sm-Nd
Araújo & Campos (1995) subdividiram essa se- de 1,0Ga com ENd de +3,7 (Pimentel et al., in press)
qüência em seis unidades, informalmente denomi- sugere um caráter primitivo de manto derivado.
nadas de mr1 a mr6, englobando na Seqüência
Mara Rosa as rochas da Seqüência Santa Terezi- Nj - Seqüência de Jaupaci (Amaro, 1989)
nha (Souza & Leão Neto, 1984), conforme sugeri-
do por Ribeiro Filho & Lacerda Filho (1985). Neste Compreende um conjunto de rochas metavulcâ-
estudo, as unidades mr2 ,mr4 e mr6, na região de nicas máficas e félsicas, metamorfizadas na zona
Mara Rosa-Amaralina, correspondem também às de transição entre as fácies xisto-verde e anfibolito,
faixas vulcano-sedimentares de leste, central e que afloram na região de Jaupaci-Bacilância, em
oeste, definidas por Arantes et al. (1991). uma faixa alongada de direção NNE-SSW, com ver-
Unidade Nmr1 – É caracterizada por quartzitos gência para noroeste (Amaro, 1989; Alves, 1997).
com lentes de muscovita xistos, bastante cisalha- Foi subdividida, neste trabalho, em duas unidades,
dos. correspondendo aos termos básicos (Nj1) e áci-
Unidade Nmr2 – Corresponde a granada-clori- dos/intermediários (Nj2), com sedimentos químicos
ta-quartzo xistos, granada quartzitos, sericita subordinados.
quartzitos, estaurolita-muscovita xistos e meta- As metavulcânicas máficas são representadas
grauvacas com intercalações de metatufos máfi- por metabasaltos de texturas porfiríticas e vesicula-
cos. res preservadas, com intercalações de metavulcâni-
Unidade Nmr3 – É definida por clorita-quartzo cas félsicas e, localmente, metachert (Nj1). A porção
xistos, magnetita-pirita-clorita xistos, calciclori- félsica tem uma maior distribuição na área e corres-
ta-xistos, granada-clorita-quartzo xistos, forma- ponde às rochas de natureza piroclástica, de com-
ções ferríferas, sericita quartzitos com magnetita e posição dacítica a riolítica, com intercalações lenti-
turmalinitos associados, magnetita-muscovita xis - culares de metabasaltos e, restritamente, formações
tos e, localmente, lentes de ultramáficas talcifica- ferríferas e metacherts (Nj2). Alguns corpos subvul-
das (talco xistos, clorita-talco xistos, tremolita-talco cânicos de composição granodiorítica a granítica
xistos, biotititos e dolomita-talco xistos) portadoras são intrusivos nesse pacote (Amaro,1989).
de mineralizações de esmeralda. Quimicamente, esses metabasaltos exibem fei-
Unidade Nmr4 – Está representada por metavul- ções similares às dos basaltos toleiíticos de baixo
cânicas máficas (anfibolitos finos e anfibólio xistos) potássio, enquanto as rochas félsicas apresentam
com intercalações de metatufos máficos a félsicos, uma tendência calcialcalina (Amaro, 1989).

– 63 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Os riolitos dessa seqüência forneceram idades de metamorfizada na zona de transição entre as fácies
U-Pb em zircão de 774 ± 14Ma (Pimentel & Fuck, xisto-verde e anfibolito. Limita-se, através de falhas
1994). A idade isocrônica Rb-Sr é de 587 ± 45Ma, de transpurrão, com as rochas granito-gnáissicas e,
com razão inicial Ro intermediária (0,7052) interpreta- por discordância, com as demais unidades (More-
da como idade de metamorfismo. As idades modelo ton, 1997).
Sm-Nd são próximas a 900Ma, associadas a valores Estes litótipos foram agrupados por Moreton
de ENd de aproximadamente + 3,5. A leste da se- (1997) em três unidades, que correspondem aos
qüência, nos riolitos da região de Fazenda Nova, rea- termos máfico-ultramáficos, ácido-intermediários e
lizou-se outra datação obtendo-se uma idade isocrô- metassedimentares.
nica Rb-Sr de 608 ± 48Ma (Pimentel & Fuck, 1994). A unidade máfico-ultramáfica (Nap1) é represen-
tada por anfibolitos, metabasaltos (localmente com
Nia - Seqüência Iporá-Amorinópolis (Franco et texturas porfiríticas e estruturas em pillow), metape-
al., 1994) ridotitos, metapiroxenitos, talco xistos, actinolita
xistos e serpentinitos, geralmente estirados e imbri-
Compreende uma faixa de rochas metavulca- cados com os demais litótipos, proporcionando a
no-sedimentares, metamorfizadas na zona de tran- formação de um padrão lenticular (Moreton, 1997).
sição entre as fácies xisto-verde e anfibolito (Pimen- A unidade metavulcânica ácida-intermediária
tel & Fuck, 1992). Ocorre a sul de Iporá e a leste de (Nap2), de ocorrência restrita, é composta por ro -
Amorinópolis, preservada em dois blocos distintos, chas quartzo-feldspáticas de composição dacítica
denominados de blocos sul e norte (Franco et al., e riolítica, com texturas vulcânicas e piroclásticas
1994). O bloco norte é constituído por rochas anfibo- (Pimentel & Fuck, 1986). Caracteriza-se também
líticas, metarriolitos, metadacitos, metatufos finos e por apresentar uma intensa milonitização e altera-
metassedimentos (predominantemente pelíticos e ção hidrotermal, resultantes da deformação regio-
localmente metaconglomeráticos), e o bloco sul é nal, em regime de tectônica transcorrente dúc-
caracterizado principalmente por metarriolitos, com til/rúptil.
metandesitos e metatufos a cristal restritos, clorita A unidade metassedimentar (Nap3) é caracteri-
xistos (metavulcânicas básicas), sericita xistos, me- zada por quartzitos micáceos, metagrauvacas,
tagrauvacas e metaparaconglomerados. muscovita xisto, granada-muscovita xisto, grana-
Moreton (1997) reúne essas rochas (blocos norte da-cianita-estaurolita-biotita-muscovita xisto, silli-
e sul) em três unidades, correspondentes aos ter- manita-muscovita-quartzo xisto, metacherts e len -
mos básicos (metabasaltos–Nia1), ácidos/interme- tes de mármores (Moreton, 1997). Pimentel & Fuck
diários (metadacitos, metarriolitos e metatufo–Nia2) (1986) citam a presença, localmente, de rochas
e sedimentares (formações ferríferas e metacherts– calcissilicatadas, metacherts piritosos e gonditos.
Nia3). Estudos petroquímicos definiram uma composi-
Estudos geoquímicos indicam uma associação ção toleiítica de baixo K para as rochas básicas, e
bimodal para a seqüência, com predominância de calcialcalina para as félsicas e intermediárias; estas
metabasaltos (com tendência toleiítica) e metarrio- últimas com boa potencialidade para depósitos de
litos, e escassez de termos intermediários. sulfetos do tipo Cu-Zn, e Au (Pimentel & Fuck, 1987).
Os metadacitos apresentaram duas populações A determinação da idade do derrame foi obtida
de zircões com idade U-Pb de 636 ± 6Ma e 597 ± pelo método U-Pb e resultou em 890 ± 7Ma (Pimentel
5Ma (Rodrigues, 1996) representando a época do et al., 1991). Essa mesma unidade foi analisada pelo
derrame e posterior cristalização metamórfica. As método Sm-Nd, com idades-modelo calculadas vari-
idades-modelo Sm-Nd variam de 760Ma a 1,0Ga, ando de 1,1Ga a 1,4Ga e com valores de ENd positi-
com valores positivos de ENd de 1,8-5,3 (Rodrigues, vos entre 2,5 e 6,9 (Pimentel & Fuck, 1992). Análises
1996), constituindo-se nas mais jovens rochas vulcâ- Rb-Sr, com baixa razão, alinharam-se segundo isó-
nicas do arco magmático neoproterozóico de Goiás. crona de 933 ± 60Ma (Pimentel & Fuck, 1994).

Nap - Seqüência Arenópolis-Piranhas (Pimen- Nbj - Seqüência de Bom Jardim de Goiás


tel, 1985) (Seer, 1985)

Apresenta-se como uma faixa alongada de ro- Compreende um conjunto de rochas supracrus-
chas me ta vul ca no-sedimentares, de di re ção tais metamorfizadas na fácies xisto-verde, localiza-
NNW-SSE, com largura variável da ordem de 20km, do a sul da cidade homônima e ocupando uma área

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

de aproximadamente 80km2 (Costa & Rocha, 1974; dia e Mangabal I e II (Cândia, 1983) e Fronteira do
Costa & Fragomeni, 1976; Costa et al., 1979; Seer, Norte (Pfrimer et al., 1981), onde são encontradas
1985; Sá & Marques,1986). É constituída essencial- importantes mineralizações de Cu, Ni e Co. Subor-
mente por metabasaltos, metandesitos, metatufos dinadamente aparecem corpos menores como os
riodacíticos, metaconglomerados polimíticos e me- de Santa Rosa, Água Fria, Fazenda Tuti e Santa Lu-
tassedimentos diversos, agrupados por Moreton zia (Pfrimer et al., 1981).
(1997) em três unidades (Nbj1, Nbj2 e Nbj3).
A unidade Nbj1, que corresponde à Formação Nmµ1 - Complexo de Americano do Brasil
Córrego da Furna, de Seer (1985), é composta por
rochas vulcânicas, com piroclásticas subordina- Compreende um corpo diferenciado e acama-
das, de composição básica a ácida, representadas dado, alongado na direção E-W com dimensões de
por metabasaltos com estruturas primárias do tipo 9,0km x 2,5km, exposto a 2km a oeste de America-
pillow lavas e pillow breccias (Seer & Nilson, 1985). no do Brasil, e encaixado em rochas do Complexo
A unidade Nbj2, que engloba as formações Córre- Granito-Gnáissico e em micaxistos da Seqüência
go da Furna, Córrego da Aldeia e Morro do Urubu, Metavulcano-sedimentar Anicuns-Itaberaí.
definidas por Seer (1985), é caracterizada por metan- É constituído por dunitos parcialmente serpentini-
desitos, metarriolitos e metatufos básicos a interme- zados, peridotitos na forma de wehrlito, hornblenda
diários. lherzolito, hornblenda harzburgito, piroxenitos (prin-
Os sedimentos terrígenos e químicos, que consti- cipalmente hornblenda websterito e hornblenda cli-
tuem a unidade Nbj3, equivalem às formações: Alde- nopiroxenito), hornblendito, hornblenda melagabro,
inho e Morro Selado (Seer, 1985). São representa- metagabro-norito, olivina gabro e, localmente, troc-
dos por metaconglomerados polimíticos, metarcó- tolito, gabro-norito, hornblenda gabro pegmatóide e
seos, metachert, metagrauvacas, metassiltitos, xis- norito a hiperstênio. Essas rochas, geralmente pou-
tos, filitos, ortoquartzitos e ortoconglomerados. co deformadas, exibem texturas de cumulus eviden-
As rochas básicas exibem filiação toleiítica, en- tes e por vezes acamadamento ígneo, com ocorrên-
quanto os termos intermediários a ácidos mostram cia restrita de minerais de fácies anfibolito ou xis-
tendência calcialcalina (Seer, 1985). to-verde. Hospedam importantes mineralizações de
Associado aos tufos de composição riodacítica sulfetos de Cu, Ni e Co (Nilson et al., 1997).
ocorre um pequeno depósito de sulfeto de cobre, Estudos petrológicos indicam uma cristalização
em zonas de vênulas (stockworks) ricas em calcopi- do magma basáltico em câmara magmática sob
rita e com ouro subordinado. alta pressão de água e ambiente de arco-de-ilha
(Nilson, 1981, 1984; Nilson et al., 1982, 1997).
SUÍTE MÁFICO-ULTRAMÁFICA TIPO AMERICA- Nilson et al. (1997) dataram seis amostras associ-
NO DO BRASIL adas a essa unidade, obtendo isócrona de referên-
cia Sm-Nd, com idade de 612 ± 66Ma e razão inicial
Com pre en de um con jun to de cor pos máfi- 143Nd/144Nd de 0.512012 ± 0.000082 e ENd(T) =
co-ultramáficos isolados, localizados na região +3,1.
central de Goiás, a sul da serra Dourada, caracteri-
zados por uma seqüência de cumulados, constituí- Nmµ2,3 - Complexos de Mangabal I e II (Danni
dos principalmente por dunitos, peridotitos, gabro- et al., 1973)
noritos, hornblenda piroxenitos, gabros, noritos e
piroxenitos. Esses corpos exibem geralmente bor- Compreendem dois pequenos corpos máfi-
das deformadas e, regionalmente, encontram-se co-ultramáficos diferenciados, de filiação toleiítica,
dispostos sob a forma de arco ou semicírculo, com localizados a 10km a sul de Sanclerlândia, intrusi-
a concavidade voltada para sul, ao longo de zonas vos nos terrenos granito-gnáissicos e na Seqüência
de cisalhamento (Lacerda Filho, 1995; Winge, Anicuns-Itaberaí, individualizados em complexos
1995; Baêta Jr. et al., 1998) e posicionados tectoni- de Mangabal I e II por Ribeiro et al. (1974) e deta-
camente entre as fatias e/ou faixas de rochas su - lhados por Cândia (1983).
pracrustais (Seqüência Metavulcano-sedimentar O Complexo diferenciado máfico-ultramáfico de
Anicuns-Itaberaí) e os biotita-hornblenda gnaisses Mangabal I ocorre como um corpo lenticularizado,
(Complexo Granito-Gnáissico). com cerca de 7km 2 de área, de orientação geral
Os corpos mais expressivos dessa unidade são NE-SW, em arranjo semelhante a um pequeno arco
os de Americano do Brasil (Nilson, 1984), Adelân- concordante com a flexura da serra de Mangabal,

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

encaixado em zona de cisalhamento. É constituído trito homônimo, município de São Luiz de Montes
predominantemente por gabro-noritos, olivina ga - Belos. É constituído por gabros, hornblenda ga-
bro-noritos, metagabros, peridotitos feldspáticos, bros, noritos e restritamente piroxenitos (Cuba,
antofilita xistos, anfibólio xistos, milonitos e catacla- 1977). Localmente, é limitado por litótipos do em -
sitos (Pfrimer et al., 1981; Cândia, 1983). basamento cristalino através de falhamentos de di-
O Complexo de Mangabal II é representado por reção NW-SE.
um corpo alongado segundo NE-SW, com aproxi- Nesse corpo não foram reconhecidas minerali-
madamente 8,5km de extensão por 5,5km de largu- zações significativas, porém, com a utilização de
ra, localizado a sul de Mangabal I. Constitui-se domi- levantamentos aerogeofísicos, foram interpretadas
nantemente por metapiroxenitos, metagabros, olivi- diversas zonas anômalas para Ni e Cu em sua por-
na gabro-noritos, escapolita metagabros, harzburgi- ção noroeste.
tos feldspáticos e bronzitos feldspáticos, e é susten-
tado por espesso pacote de rochas calcissilicata- SUÍTES GABRO-DIORÍTICAS
das (Pfrimer et al., 1981; Cândia, 1983).
Associados a veios remobilizados, que preen- Sob esta denominação foram englobados, neste
chem fraturas nos litótipos das seqüências máficas estudo, os corpos de composição gabróica a diorí-
de Mangabal II, ocorrem importantes mineraliza- tica de idade neoproterozóica que ocorrem desde
ções de Cu, Ni e Co (Pfrimer et al., 1981). a região de Amaralina/Mara Rosa, norte de Goiás,
Cândia (1983) datou amostras de gnaisse e dia- até a porção sudoeste do estado, encaixados em
básio dessas unidades e obteve idades isocrônicas sequências metavulcano-sedimentares, geralmen-
K-Ar de 610 ± 9Ma e 612 ± 8Ma, respectivamente. te associados com ocorrências de ouro.
A assembléia mineral das rochas pertinentes aos
Complexos Mangabal I e II indica que as transforma- Nδam - Suíte Gabro-Diorítica de Amaralina
ções mineralógias ocorridas são compatíveis com as
condições físico-químicas de metamorfismo de alto É caracterizada por um conjunto de corpos plu-
grau, com temperaturas da ordem de 700°-800°C e tônicos, sin a pós-tectônicos, de natureza básica a
pressões mínimas de 6,0-6,5kbar (Cândia, 1983). intermediária, composição essencialmente gabro-
diorítica, distribuídos nas regiões de Mara Rosa,
Nmµ4 - Complexo de Adelândia (Cuba, 1977) Amaralina e Alto Horizonte. Esses corpos estão in-
trudidos na Seqüência Metavulcano-sedimentar de
É representado por um pequeno corpo alonga- Mara Rosa e metamorfizados na fácies xisto-verde
do, com cerca de 6km2 de área, localizado no limite alto a anfibolito. São comagmáticos, diferenciados,
entre os municípios de São Luiz de Montes Belos e de coloração cinza esverdeado, de granulação
Mossâmedes, encaixado em biotita gnaisses do média a grosseira e textura granular a granular hipi-
Complexo Granito-Gnáissico. É constituído por me- diomórfica, com estrutura maciça a levemente folia-
tanoritos, olivina metagabros e metaperidotitos da. Os principais corpos dioríticos ocorrem nas re-
com eventuais intercalações de leptinitos e migma- giões de Amaralina e Chapada (dioritos de Amarali-
titos distribuídos em sua porção sudeste. Associa- na, Posse e Chapada).
das a essas rochas ocorrem disseminações de piri- Na região de Mara Rosa os dioritos ocorrem es-
ta, pirrotita, pentlandita e calcopirita (Cuba, 1977). parsamente, apresentam predominantemente te-
ores de SiO2 que variam de 48,9 a 59,2%, e são ca-
Nmµ5 - Complexo Fazenda Água Fria racterizados principalmente por quartzo dioritos
de natureza calci alcalina (Viana, 1995). Os cor-
Ocorre como um pequeno corpo máfico-ultra- pos gabróicos distribuem-se principalmente nas
máfico, parcialmente serpentinizado, localizado a proximidades do povoado de Posselândia e estão
sudoeste de Americano do Brasil, intrusivo nos ter- representados por gabros, gabros anortosíticos e
renos granito-gnáissicos (Pfrimer et al,1981). noritos de cor variando de cinza esverdeado a es-
curo, granulação fina a grosseira, estrutura maci-
Nmµ6 - Complexo Fronteira do Norte (Oliveira, ça e textura subofítica a granular (Ribeiro Filho, et
1973) al.,1978).
O Diorito de Amaralina é representado por dois
Ocorre como um corpo alongado de direção pequenos corpos situados: um, a noroeste, e o ou-
N-S, com cerca de 8km2 de área, localizado no dis- tro a norte de Amaralina. O primeiro apresenta com-

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

posição quartzo diorítica, caráter subvulcânico, Os corpos dioríticos ocorrem dominantemente


sintectônico e idade U-Pb 630 ± 3 Ma (Viana et al., entre Santa Bárbara e Taquaral, onde ocupam uma
1995) e o segundo, apresenta idade Sm-Nd de faixa N-S com ramificações para oeste. São rochas
1.000Ma (Viana et al., 1995). de cor verde escuro a esbranquiçada, de granula-
O Diorito Chapada é um corpo pós-tectônico, de ção fina a média, semi-isotrópicas, às vezes ban -
idade Rb-Sr, 534 ± 16Ma (Richardson et al., 1986, dadas, que foram classificadas como metadioritos
Richardson et al., 1988), deformado nas bordas, e metaquartzo dioritos (Araújo, 1997).
com desenvolvimento de dobras isoclinais, sendo Feições primárias preservadas tais como zona-
cortado comumente por veios de pegmatitos e ções, geminações complexas e textura ofítica/su-
quartzo. É constituído mineralogicamente por feno- bofítica, atestam o caráter magmático plutônico
cristais de plagioclásio, clinopiroxênio, hornblen- das rochas. A associação mineralógica à base de
da, biotita e menor quantidade de quartzo, e se en- plagioclásio, hornblenda, quartzo, biotita, ortopiro-
contra associado ao depósito mineralizado em xênio e clinopiroxênio indica condições metamórfi-
Cu-Au de Chapada. cas de fácies anfibolito médio (Oliveira, 1997).
O Diorito Posse possui idade de cristalização, Win ge (1995) da tou seis amos tras de ga-
obtida pelo método U-Pb em zircão, de 630 ± 3Ma bro-diorito pelo método Rb-Sr obtendo isócrona de
(Pimentel et al., 1991), com uma fase posterior de referência de 615 ± 108Ma, compatível com a idade
reomogeneização, identificado pelo método Rb-Sr, encontrada para a Suíte Americano do Brasil, que se
em 496 ± 160Ma. A única análise Sm-Nd apresen- encontra inserida no mesmo contexto geológico.
tou idade-modelo de 1,0Ga, associada a ENd de Complexo Gabro-Anortosítico de Santa Bár-
+1,9 (Pimentel et al., in press). bara – Encontra-se como um corpo ovalado, encai-
xado nos biotita gnaisses e hornblenda gnaisses
Nδas - Suíte Gabro-Diorítica Anicuns-Santa do Complexo Anápolis-Itauçu, subdividido por Sil-
Bárbara (Araújo, 1997) va & Nilson (1990) em unidades metagabróica e
metanortosítica.
Compreende um conjunto de corpos plutônicos, A unidade metagabróica está representada por
diferenciados, de natureza básico-intermediária, metanoritos (ortopiroxênio-plagioclásio cumulatos)
compostos por litótipos gabróicos e dioríticos, su- e metagabro-noritos (ortopiroxênio-clinopiroxênio
bordinadamente piroxenitos, distribuídos através cumulatos), ambos de granulação grosseira, com
de uma faixa que se estende na direção N-S, desde ocorrência subordinada de metanorito fino, meta-
as proximidades de Santa Bárbara até Itaguaru. gabro fino, e lentes de piroxenito e metanortosito
Esses corpos estão encaixados no Complexo Gra- (Silva & Nilson, 1990).
nulítico Anápolis-Itauçu a leste, e na Seqüência Ani- A unidade metanortosítica é caracterizada pela
cuns-Itaberaí, a oeste. Araújo (1997) englobou tam- predominância de metagabros e metanortositos
bém sob essa denominação o corpo de Santa Bár- gabróicos grossos (plagioclásio-clinopiroxênio cu-
bara (Complexo Gabro-Anortosítico de Santa Bár- mulatos), com acamadamento ígneo de espessu-
bara, de Silva & Nilson, 1990), levando em conside- ras centimétrica a métrica, associados a corpos de
ração algumas características peculiares, tais magnetito (magnetita-ilmenita cumulatos) (Silva &
como: conteúdo mineralógico, afinidades litoquími- Nilson, 1990).
cas e assinatura magnetométrica. Os principais re- Esses corpos (magnetito vanadífero) ocorrem sob
presentantes dessa suíte são os corpos de Gongo- a forma de delgadas lentes, bolsões, camadas e/ou
mé, Anicuns e Santa Bárbara. lâminas descontínuas, ou como blocos constituídos
Os corpos gabróicos diferenciados que constitu- essencialmente por uma associação de magnetita e
em os complexos de Gongomé, Anicuns e Santa ilmenita, com grãos acessórios de hercinita, hemati-
Bárbara são encontrados principalmente nas proxi- ta e sulfeto. A proporção modal desses magnetitos
midades das cidades de Anicuns e Santa Bárbara foi estimada visualmente em 50% de magnetita para
e foram subdivididos em zonas, gabróica e dioríti- 50% de ilmenita nos locais exista tem minério ban-
ca. São caracterizados por metagabros, metahorn- dado/acamadado, predominando a magnetita nas
blenda gabros, metanortositos e metanoritos que demais porções do corpo (Silva & Nilson, 1990),
transicionam para diorito e microdiorito, com quart- com teores médios de 21 a 22% de TiO2.
zo diorito nas bordas e subordinadamente, anfiboli- Complexo Gongomé-Retiro (Pfrimer et al.,
tos, estes como produto de retrometamorfismo das 1981) – É representado por um stock lenticular de
rochas gabróicas (Araújo, 1997). composição gabro diorítica, com cerca de 20km2

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

de área, localizado a 9km a nordeste de Americano monzodiorito e microgranodiorito pórfiro alongada


do Brasil, encaixado no contato entre as rochas do na direção N-S, com aproximadamente 20km de ex-
complexo granulítico Anápolis-Itauçu e a Seqüên- tensão por 2,0 a 3,5km de largura. Situa-se no flanco
cia Metavulcano-sedimentar Anicuns-Itaberaí. Exi- ocidental da Serra de Santo Antônio, município de
be um núcleo constituído por metagabros que tran- Iporá, e está encaixado em rochas da Seqüência
siciona em direção às bordas para dioritos, quartzo Metavulcano-sedimentar de Iporá-Amorinópolis
dioritos e anfibolitos (Araújo, 1997). (Franco et al., 1994; Danni & Campos, 1994).
Dados preliminares Rb-Sr indicaram idade de Nas porções marginais os gabro-dioritos apresen-
615 ± 108Ma para a época de intrusão desse corpo tam bandamentos composicionais originados por se-
(Winge, 1995). gregações de líquidos feldspáticos, autólitos micro-
Complexo Córrego Seco – Trata-se de um stock granulares estirados por fluxo plástico e xenólitos má-
diferenciado de natureza básico-intermediária, de ficos ultramáficos parcialmente reabsorvidos. No in-
forma subcircular, localizado a norte de Anicuns, terior da intrusão predomina a fácies de composição
com aproximadamente 30km2 de área. Está encai- gabro-diorítica, com estruturas homogêneas, eqüi-
xado na Seqüência Anicuns-Itaberaí e exibe um as- granulares, mesocráticas a leucocráticas, embora
pecto milonítico nas zonas mais intensamente defor- em alguns afloramentos ocorram rochas com hetero-
madas. Apresenta uma variação composicional ca- geneidades composicionais e texturais, as quais evi-
racterizada por uma porção central constituída por denciam uma dinâmica na câmara através de pulsos
hornblenda gabros, hornblenda gabro-noritos e magmáticos com mistura de líquidos e assimilação
hornblenda noritos que passa, em direção às bor- de xenólitos (Danni e Campos, 1994).
das, para metaquartzo dioritos, metadioritos, micro- Estudos geocronológicos (Rodrigues, 1996) ob-
dioritos e anfibolitos. (Nunes,1990; Araújo, 1997). tiveram para essas rochas uma isócrona precária
Rb-Sr de 651 ± 123Ma que sugere uma aproxima-
Nδsg - Suíte Gabro-Diorítica do Sudoeste de Goiás ção da idade de intrusão desses corpos.
Diorito Bom Jardim de Goiás – É representado
Constitui um conjunto de intrusões diferencia- por hornblenda diorito pórfiro que ocorre na Fazen-
das, de natureza básica a intermediária, e compo- da Campo Formoso, a sul de Bom Jardim de Goiás,
sição gabro-diorítica. Caracteriza-se por dioritos, sob a forma de um pequeno corpo de forma ovala-
quartzo diorito, monzodioritos, hornblenda diorito d a , e n cra va do na Se qüên cia Me ta vul ca-
pórfiros, microdioritos, gabros e microgabros, me- no-sedimentar de Bom Jardim de Goiás. Exibe tex-
tamorfizados na fácies xisto-verde a anfibolito e fre- tura porfírítica com fenocristais de hornblenda e
qüentemente associados a jazimentos de sulfetos feldspato, variando de 0,1mm a 1cm, dispostos em
(pirita, calcopirita e pirrotita) e ouro. uma massa afanítica, com ocasionais amígdalas de
Foram reunidos, neste estudo, como pertencen- material rico em sílica. É comum a presença de xe-
tes a essa suíte: o Complexo Gabro-Diorítico Ca- nólitos de metatufos riodacíticos.
choeira do Lajeado (Danni & Campos, 1994), os Nessa área também ocorrem pequenos aflora-
dioritos de Bom Jardim, Serra do Iran (Pimentel & mentos de metamicrogabros e diques dioríticos
Fuck, 1987) e Bacilândia e as Intrusivas Gabro-Dio- (Costa & Fragomeni, 1976; Costa et al., 1979; Seer,
ríticas de Arenópolis. 1985).
Esses corpos ocorrem na forma de sills, diques, Diorito Serra do Iran (Pimentel et al., 1985) –
stocks e batólitos, encaixados em rochas das se - Localiza-se a cerca de 12,5km a oeste de Arenópo-
qüências metavulcano-sedimentares de Bom Jar - lis, intimamente associado ao granito Serra do Iran,
dim de Goiás, Arenópolis-Piranhas, Iporá-Amorinó- sendo caracterizado por um corpo intrusivo de
polis e Jaupaci. quartzo diorito, constituído por plagioclásio, horn -
Na região de Iporá-Amorinópolis essas rochas blenda, biotita e quartzo maciço, mesocrático, de
foram classificadas como pertencentes às intru- granulação média a grossa, cortado por níveis mili-
sões graníticas do rio Caiapó (Pimentel & Fuck, métricos a centimétricos de quartzo e feldspato (Pi-
1987). mentel et al., 1985).
Complexo Gabro-Diorítico Cachoeira do Lajea- Diorito Bacilândia – É constituído por pequenos
do (Danni & Campos, 1994) – Constitui uma intru- sills dioríticos, pouco deformados e localizados a
são de natureza essencialmente gabro-diorítica, 5km a sul/sudeste de Bacilândia. Esses corpos são
contendo localizadamente fácies de cumulados alterados por soluções hidrotermais e posicio-
hornblendíticos e de rochas mais evoluídas, do tipo nam-se ao longo de zonas de cisalhamento regio-

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

nal N/NW, cortando rochas da Seqüência Metavul- tóides da região de Mara Rosa. Dados petroquími-
cano-sedimentar Jaupaci. Foram subdivididos por cos po si ci o na ram essa su í te no in ter va lo de
Alves (1997) em dioritos pórfiros finos e microdioríti- 1.000-670Ma (Kuyumjian, 1989) e permitiram sua
cos e estão intimamente associados a mineraliza- colocação no campo dos granitos sincolisionais
ções auríferas. (Pearce et al., 1984).
Intrusivas Gabro-Dioríticas de Arenópolis –
Sob esta denominação estão incluídos dois peque- Nγ2t - Suíte Santa Tereza
nos corpos que ocorrem nas porções sul e sudeste
da Seqüência Metavulcano-sedimentar Arenópo- Compreende um conjunto de granitóides que se
lis/Piranhas, constituídos basicamente por rochas distribuem na porção norte de Goiás, nas proximi-
metagabróicas a metadioríticas, com manifesta- dades da região de Porangatu a Santa Terezinha
ções locais de rochas tonalíticas e granodioríticas, de Goiás, encravados no contexto dos terrenos
com freqüentes xenólitos de anfibolitos finos. gnáissicos neoproterozóicos. Ocorre como corpos
Esses corpos estão deformados, exibem comu- isolados, de formas ovaladas, deformados a dis-
mente feições cataclásticas, texturas reliquiares e cretamente deformados (Oliveira, 1982), sendo
subofíticas restritas, sugerindo que os mesmos mais conhecidos os corpos de São José do Alegre,
poderiam representar membros plutônicos/sub- no município de Campos Verdes, e de Faina, na re-
vulcânicos das rochas vulcânicas (Pimentel, 1985; gião de Mara Rosa.
Pimentel & Fuck, 1986). Localmente, os metaga- Essas rochas apresentam coloração cinza-claro,
bros mostram-se ricos em sulfetos (pirita, calcopi- granulação grosseira, texturas porfiríticas, maciças
rita e pirrotita), especialmente nas zonas cataclás- e/ou orientadas, com estruturas de fluxo e xenólitos
ticas (Pimentel, 1985). de rochas da Seqüência Metavulcano-sedimentar
de Mara Rosa. Estão representados por alcaligrani-
GRANITOS SIN A TARDITECTÔNICOS tos e granitos porfiríticos milonitizados, constituídos
de quartzo, microclínio, plagioclásio, biotita e mus-
Constituem corpos intrusivos, sin a pós-tectôni- covita.
cos, do tipo I, calcialcalinos, encontrados na região Granito São José do Alegre (Ribeiro Filho & La-
de Mara Rosa e Santa Teresa e nas porções, cen- cerda Filho, 1985) – Ocorre como um corpo pouco
tral e sudoeste de Goiás, com idades neoprotero- deformado, subalcalino, com cerca de 5km de diâ-
zóicas (590-483Ma). Alojam-se em terrenos gnáis- metro, localizado a noroeste de Campos Verdes.
sicos e seqüências metavulcano-sedimentares. Apresenta coloração cinza-claro, pórfiros de plagio-
clásio e microclínio dispersos em uma matriz com-
Nγ2cp - Suíte Granítica de Chapada posta predominantemente por quartzo, feldspato,
biotita e muscovita, encaixados nas rochas da Se -
Representa um conjunto de corpos graníticos, qüência Metavulcano-sedimentar de Mara Rosa.
de dimensões variadas, encravados na Seqüência Granito Faina (Viana et al., 1995) – Constitui um
Metavulcano-sedimentar de Mara Rosa, com afini- batólito alongado, de orientação geral NE-SW, lo -
dade calcialcalina, que ocorre sob a forma de cor- calizado cerca de 25km a oeste de Mara Rosa.
pos sigmoidais, achatados, estirados e dobrados, Essa rocha é rica em biotita, possui coloração cin-
apresentando composição tonalítica e, eventual- za-claro, cristais centimétricos de microclínio, pla-
mente, granodiorítica. gioclásio e raros cristais de granada. Localmente
Exibem granulação grosseira, foliação incipiente exibe foliação marcada por biotita e prismas de
e desenvolvem auréolas de metamorfismo de conta- feldspatos orientados.
to, com geração de sillimanita. Possuem associação Viana et al. (1995) estabeleceram idade-modelo
mineralógica constituída por plagioclásio, hornblen- de 1,0Ga com eENd(T) em 600 ± 1,5Ma, indicando
da, quartzo, biotita e, subordinadamente, clinopiro- que o magma granítico original não incorporou
xênio; com apatita, zircão, rutilo, mineral opaco e tur- quantidades significativas de crosta continental
malina como acessórios (Kuyumjian, 1989). mais antiga que as próprias encaixantes.
Richardson et al. (1988) estabeleceram para es-
sas rochas idade Rb-Sr de 561 ± 9Ma, com base Nγ2c - Suíte Rio Caiapó
nas datações das encaixantes do depósito de Cha-
pada, o que é compatível com a idade Sm-Nd de É caracterizada por uma série de plutons alonga-
600Ma obtida por Viana et al. (1995) para os grani- dos, milonitizados, sin a tarditectônicos, com afini-

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

dades calcialcalinas, variando de quartzo monzo- clorita, epidoto e carbonato (Seer, 1985; Pimentel &
dioritos, quartzo monzonitos e granodioritos a gra- Fuck, 1987).
nitos (Serra do Tatu, Macacos, Rio Caiapó, Serra Granito Rio Caiapó (Pimentel & Fuck, 1987) –
Verde e Itapirapuã) (Pimentel & Fuck, 1986, 1987; Constitui um corpo de dimensões batolíticas, corta-
Seer, 1985; Pimentel et al., 1985). do por aplitos e diques pegmatíticos, situado entre
Essas rochas possuem tonalidades diversas, de as cidades de Arenópolis e Iporá, com composição
cinza a rosada, e granulação média a grossa. Exi- variando de granodiorítica a monzogranítica. Apre-
bem foliação moderada, podendo contudo ocorrer senta afinidade calcialcalina, granulação média a
zonas mais deformadas com foliação milonítica. grossa, textura quase sempre porfirítica, com me -
São provavelmente intrusivas, embora as relações gacristais de microclínio pertítico podendo alcan-
de contato não estejam bem definidas e apresen- çar até 2cm e exibe foliação predominantemente
tem comumente enclaves de rochas máficas (Mo- na direção N-S, com recristalização incipiente. (Pi-
reton, 1997). mentel et al., 1985; Pimentel & Fuck, 1987). Data-
Neste estudo, os corpos plutônicos de composi- ções Rb-Sr obtidas por Pimentel & Fuck (1987) indi-
ção gabróica a diorítica foram retirados dessa suíte cam idades de formação do corpo em 585Ma.
e passaram a integrar a Suíte Gabro-Diorítica do Granito Itapirapuã (Pimentel et al., 1995) – Tra-
Sudoeste de Goiás. ta-se de um granito porfirítico com textura rapakivi,
Esses granitos apresentam idade Rb-Sr que va- que ocorre nas proximidades da cidade de Itapira-
riam entre 759 a 585Ma (Pimentel & Fuck, 1987; puã, intrusivo nos terrenos granito-gnáissicos. É
1992), Pimentel et al. (1995). As idades-modelo constituído essencialmente por feldspato potássi-
Sm-Nd apresentam cerca de 1,1Ga e os valores de co, com fenocristais de até 15cm de comprimento,
ENd estão próximos a 3,5 (Pimentel & Charnley, plagioclásio, quartzo e biotita, apresentando uma
1991). foliação magmática superposta por uma foliação
Granito Serra do Tatu (Pimentel, 1985) – Ocor- deformacional de direção N-S e enclaves de ro-
re como um corpo de composição granítico-grano- chas gnáissicas bandadas, bem como enclaves de
diorítica, de forma alongada e direção N20°W, com microgranitóides porfiríticos. É cortado por diques
largura máxima de aproximadamente 2,2km, enca- aplíticos que revelam feições intrusivas sindefor-
ixado nos ortognaisses neoproterozóicos. Apre- macionais (Pimentel et al., 1995).
senta foliação milonítica, especialmente em suas As datações geocronológicas Rb-Sr apresenta-
bordas, onde se formaram milonitos bastante finos ram idades de 759 ± 62Ma, que juntamente com os
e cataclasitos, com ribbons de quartzo bem desen- dados estruturais, sugerem que se trata de um gra-
volvidos. Em direção à porção central do corpo, as nitóide sintectônico, produto de refusão crustal de
rochas gradativamente tornam-se menos deforma- rochas arqueanas ou paleoproterozóicas (Pimentel
das, não deixando de apresentar, entretanto, fei- et al., 1995.).
ções miloníticas, como o forte estiramento dos cris- Granito Serra Verde – Comprende um corpo
tais de quartzo e o encurvamento das maclas do granítico, localizado a oeste da cidade de Bom Jar-
plagioclásio. É cortado por diques de rochas porfi- dim de Goiás, intrusivo nas rochas metassedimen-
ríticas, de composição riolítica, ricos em K, com fei- tares do Grupo Cuiabá. Apresenta granulação mé-
ções mineralógicas, texturais e químicas quase dia a grossa, localmente porfirítica, com feldspatos
que idênticas às das rochas riolíticas da Seqüência potássicos de até 10cm. É composto basicamente
Metavulcano-sedimentar Iporá/Amorinópolis (Pi- por ortoclásio, plagioclásio e quartzo, com biotita,
mentel, 1985). apatita, zircão, esfeno e minerais opacos como
Granito Macacos – Apresenta-se como um cor- constituintes acessórios (Seer, 1985).
po de forma alongada, localizado a sul de Bom
Jardim de Goiás. Mostra coloração vermelha a ró- Nγ2ip - Suíte Intrusiva Itapuranga (Oliveira, 1994)
sea, granulação média a grosseira, localmente
porfirítico, com fenocristais de feldspato potássico Constitui um clã de rochas intrusivas subalcali-
de até 4cm. Posiciona-se ao longo da falha de Ser- nas potássicas. Compõe-se essencialmente por
ra Negra, no contato da Seqüência Metavulca- quartzo sienito, alcalifeldspato granito, granito com
no-sedimentar de Bom Jardim de Goiás com os gradação para quartzo monzonito, quartzo diorito,
xistos do Grupo Cuiabá. As rochas mostram efei- granodiorito e tonalito (Souza et al., 1993; Lacerda
tos de recristalização com os minerais originais Filho & Oliveira, 1994; Lacerda Filho & Oliveira,
parcialmente substituídos por albita, mica branca, 1995; Oliveira, 1997 e Araújo, 1997).

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

Ocorrem como corpos alongados, com direção Esses corpos apresentam geralmente textura
aproximada E-W, nas imediações de Itapuranga e homogênea, granulação média a grossa, colora-
Uruana e em áreas isoladas a sul de Uruíta e nor- ção avermelhada a rósea, constituindo-se geral-
deste de Americano do Brasil. mente de feldspato potássico, plagioclásio (oligo-
As rochas que compõem essa unidade apresen- clásio e albita), quartzo e biotita. Em suas bordas
tam coloração que varia de rósea a cinza-claro com podem ser observados contatos térmicos e, em al-
níveis esverdeados, cinza-esverdeado e cinza-arro- guns locais, foliação incipiente (Moreton, 1997).
xeado, e encontram-se em diferentes estágios defor- Atualmente esses corpos vêm sendo explotados
macionais de protomilonito e milonitos a ultramiloni- como pedras ornamentais.
tos, assumindo texturas de augen a porfiroclástas Datações Rb-Sr (Pimentel & Fuck, 1994) e U-Pb
com megacristais de feldspato deformados. (Pimentel, 1991) indicam idades que variam de
As feições texturais observadas atestam a natu- 462Ma a 576Ma. As idades-modelo Sm-Nd (Pimen-
reza magmática intrusiva desses litótipos, enquan- tel & Charnley, 1991) situam-se por volta de 1,0Ga,
to a mineralogia determina uma paragênese primá- com valores de ENd próximos a zero ou levemente
ria, representada pela associação de K-feldspato + negativos, indicando fonte com alguma contamina-
plagioclásio + quartzo + biotita + anfibólio sódico ção crustal.
+ clinopiroxênio, que se equilibrou em condições Granito Serra do Impertinente – Trata-se de um
de crosta superior (Lacerda Filho & Oliveira,1995). grande batólito localizado a sul de Jussara e carac-
Estudos litogeoquímicos realizados por Souza et terizado por duas fases intrusivas principais: uma
al. (1993) constataram para essa suíte um caráter representada por biotita monzogranito porfirítico,
subalcalino potássico (shoshonítico) com transição de cor rósea, granulação fina a média, com feno-
para calcioalcalino. cristais de feldspato potássico, quartzo, plagioclá-
A idade neoproterozóica atribuída a essas rochas sio e biotita; e, outra, eqüigranular, muito semelhan-
é baseada em evidências geológicas, tais como o te à principal fácies granítica das intrusões de Serra
seu posicionamento intrusivo em relação aos metas- Negra e Serra do Iran. Diques aplíticos são encon-
sedimentos do Grupo Serra Dourada (Baêta Jr. et al., trados cortando a fácies eqüigranular. Essas ro-
1998). chas são comumente isotrópicas, embora porções
deformadas e recristalizadas estejam expostas
GRANITOS PÓS-TECTÔNICOS próximo às bordas do pluton.
Segundo Sá & Marques (1986) observam-se,
Compreende uma série de intrusões graníticas, nesse corpo, fenocristais de microclínio e leitos
formando batólitos e corpos de dimensões diversas, quartzo-feldspáticos, dispostos concordantes e/ou
representadas pelos granitos da Suíte Serra Negra, discordantemente à foliação.
distribuída nas regiões sudoeste do Estado de Goiás. Pimentel & Fuck (1987) obtiveram, através do
método Rb-Sr, idade de formação do corpo varian-
Nγ3sn - Suíte Intrusiva Serra Negra (Pena & Figuei- do de 485Ma a 576Ma.
redo, 1972) Granito Iporá – Compreende um batólito de
biotita granito, localizado na cidade de Iporá, com
Sob esta denominação foram englobados diver- composição variando de sienogranítica a monzo-
sos corpos graníticos pós-tectônicos, de natureza granítica, coloração róseo-avermelhada, isotrópi-
alcalina, alojados em terrenos granito-gnáissicos co, eqüigranular e localmente porfirítico. Esse cor-
ou nas rochas supracrustais das seqüências meta- po rico em feldspato potássico apresenta franja ir-
vulcano-sedimentares. regular de oligoclásio caracterizando uma textura
São caracterizados por alcaligranitos, hornblen- rapakivi, com freqüentes inclusões arredondadas
da-biotita granitos pórfiros, de granulação média a de quartzo e plagioclásio. Enclaves máficos arre-
grosseira, ricos em feldspato potássico, às vezes dondados e/ou alongados, centimétricos a deci-
com textura rapakivi, hornblenda-biotita monzogra- métricos, geralmente de granulação fina a média,
nito porfirítico, sienogranito, quartzo monzodiorito, por vezes porfiríticos e de composição intermediá-
quartzo diorito e granodioritos, denominados Gra- ria, encontram-se dispersos por todo o corpo. A
nito Serra Negra, Serra do Iran, Iporá, Israelândia, ocorrência de fluorita é típica desse granito (Ama-
Serra do Impertinente, Novo Brasil, Fazenda Nova e ro, 1989).
Córrego do Ouro (Pimentel & Fuck, 1987; Lacerda A idade obtida para esse corpo, através do mé-
Filho, 1994). todo Rb-Sr, é de 489Ma (Pimentel & Fuck, 1987).

– 71 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Granito Serra Negra – Forma uma massa batolí- comumente dispersos nesse batólito granítico,
tica, exposta próximo a cidade de Piranhas, repre- sendo interpretados como uma rocha híbrida, for-
sentada essencialmente por biotita granito de colo- mada pela mistura de magmas máficos e félsicos,
ração vermelha. É constituído por feldspato potás- gerados a grandes profundidades e a altas tempe-
sico, quartzo, plagioclásio e biotita; possui textura raturas (Amaro, 1989, Pimentel & Fuck, 1987).
isotrópica, eqüigranular, estando comumente cor- Granito Serra do Iran – Ocorre como um pequeno
tado por diques aplíticos, e exibe presença de es- pluton, localizado a oeste de Arenópolis, constituído
truturas miarolíticas sugerindo um nível inicial de essencialmente por microclínio, plagioclásio, quartzo
cristalização (Faria et al., 1975; Pimentel & Fuck, e biotita. Esfeno, zircão, alanita, hornblenda e opa-
1987). cos, são acessórios. Exibe uma textura eqüigranular
Observa-se, localmente, uma fácies diferencia- e xenólitos de anfibolitos da Seqüência Metavulca-
da, caracterizada por rochas foliadas de composi- no-sedimentar de Arenópolis/Piranhas. É caracteriza-
ção granodiorítica, ricas em minerais máficos do por duas fases intrusivas distintas em que a pri -
(hornblenda e biotita), com megacristais de felds- meira é representada por quartzo monzodioritos com
pato potássico. Essa rocha granodiorítica é encon- texturas subofíticas locais, intrudida por uma outra fá-
trada também como xenólitos no interior do biotita cies granítica eqüigranular rica em feldspato potássi-
granito (Pimentel & Fuck, 1987). co (Pimentel & Fuck, 1987).
Dados geocronológicos obtidos por Pimentel & Dados geocronológicos, obtidos pelo método
Fuck (1987), pelo método Rb-Sr, apresentam ida- Rb-Sr, apresentam uma idade de formação do cor-
des de 524Ma e 508Ma. po de 564Ma (Pimentel & Fuck, 1987).
Granitos Novo Brasil, Fazenda Nova e Córrego
do Ouro – Correspondem a pequenos corpos ano- GRUPO BAMBUÍ (Rimann, 1917)
rogênicos, de composição variando de granitos a
monzo-sienogranitos, que se distribuem nas proxi- Compreende uma seqüência de metassedimen-
midades das cidades homônimas, intrudidos em tos clasto-químicos e clásticos depositados em am-
uma zona milonítica de direção NNW, relacionada bientes de mares epicontinentais, em regime de pla-
ao falhamento Moiporá/Novo Brasil. Apresentam ge- taforma estável, distribuídos amplamente como uma
ralmente coloração rósea-avermelhada, granulação faixa de direção N-S, a nordeste do Estado de Goiás,
média a grossa e textura eqüigranular a porfirítica. estendendo-se de forma contínua para os estados
Exibem fenocristais de feldspato de até 3cm e estru- do Tocantins e de Minas Gerais. Os primeiros estu-
tura maciça a levemente orientada, cortada freqüen- dos desenvolvidos nesta unidade foram os de Derby
temente por diques aplíticos centimétricos esparsos (1880), Rimann (1917), seguidos por Branco & Cos-
(Ianhez et al., 1983; Pimentel & Fuck, 1987). ta (1961), Oliveira (1967), Almeida (1967b), Braun
Dados geocronológicos obtidos por Pimentel & (1968), Barbosa et al. (1969, 1970a), Schöll (1972,
Fuck (1987), pelo método Rb-Sr, apresentam ida- 1973), Beurlen (1974) Alvarenga & Dardenne (1978)
des de 505Ma. e Dardenne (1978a,b; 1979).
Granito Israelândia – Apresenta-se como um A proposição estratigráfica de Dardenne (1978a),
batólito alongado na direção NW-SE, localizado no adotada no presente trabalho, subdivide o Grupo
município de Israelândia, com composição modal Bambuí em seis formações, começando, da base
variável: granito, quartzo monzonito, monzogranito para o topo, pela Formação Jequitaí, seguida por
e subordinadamente, granodiorito (Amaro, 1989). uma seqüência pelito-carbonática, definida por
A fácies predominante desse corpo é representada quatro formações denominadas: Sete Lagoas, Serra
por biotita-hornblenda granito e hornblenda granito de Santa Helena, Lagoa do Jacaré e Serra da Sau-
de coloração rósea, granulação grossa e textura hi- dade, com características de ambiente marinho
pidiomórfica. Uma fase intrusiva mais antiga, simi- raso, sub a supralitorâneo, que constituem o Sub-
lar àquela descrita para o Granito Iporá, foi encon- grupo Paraopeba. O topo do Grupo Bambuí carac-
trada na porção oeste do pluton, enquanto uma teriza-se por arcóseos e siltitos marinhos, represen-
fase aplítica, provavelmente mais jovem, foi docu- tados pelos sedimentos da Formação Três Marias.
mentada na porção noroeste da intrusão (Pimentel A deposição do Grupo Bambuí inicia-se por uma
& Fuck, 1987). sedimentação glaciogênica seguida por uma su -
Enclaves magmáticos máficos a intermediários, cessão de megaciclos regressivos, separados por
de formas arredondadas e alongadas, com dimen- períodos de subsidência brusca, que correspon-
sões centimétricas a decimétricas, encontram-se dem a um aumento da lâmina d’água, com conse-

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

qüente deposição de sedimentos argilosos. A sedi- po Paraopeba (Machado & Schrank, 1989) pelo
mentação inicia-se com o Megaciclo I, representa- método U-Pb determinou a idade de 635 ± 2Ma
do pelo depósito argilo-carbonatado da Formação como tempo máximo de deposição dessa unidade.
Sete Lagoas, seguido pelo Megaciclo II, com os de- Babinski (1993), considerando os estudos geocro-
pósitos argilo-carbonatados das formações Serra nológicos anteriores e os resultados Pb-Pb nas for-
de Santa Helena e Lagoa do Jacaré, e culminando mações Sete Lagoas e Lagoa do Jacaré, admite
com o Megaciclo III, argilo-arenoso, representado que a deposição das rochas carbonáticas tenha-se
pelas formações Serra da Saudade e Três Marias iniciado logo após 950Ma e que tenha ocorrido re-
(Dardenne, 1978a). mobilização relacionada ao Ciclo Brasiliano, por
Nje - Formação Jequitaí – Constitui-se predomi- volta de 600Ma.
nantemente por tilitos e diamictitos, com ocorrênci- Freitas-Silva (1997 apud Freitas-Silva & Campos,
as esporádicas de varvitos, interpretados como se- 1998) reinterpretou os dados geocronológicos dis-
dimentos glaciogênicos. Os tilitos exibem matriz ar- poníveis e, através de dois diagramas isocrônicos,
gilosa de coloração verde, com seixos, blocos e definiu idades de 762 ± 49Ma e de 547 ± 57Ma, in-
matacões de quartzitos, calcários, dolomitos, terpretadas, respectivamente, como a provável
chert, gnaisses, granitos, micaxistos, filitos e ro- época de sedimentação e homogeneização parcial
chas vulcânicas (Freitas-Silva & Campos,1998). do Grupo Bambuí, correspondendo possivelmente
Nsl - Formação Sete Lagoas – É representada a processos de recristalização diagenética ou me-
por pelitos e margas, com intercalações de lentes tamórfica.
de calcários e dolomitos com estruturas estromato-
líticas. A assinatura isotópica (C e O) da unidade PALEOZÓICO
su ge re um am bi en te se di men tar tar di ou
pós-glacial, com variações ao longo da coluna que ORDOVICIANO
indicam flutuações climáticas importantes e/ou in-
fluxos de águas marinhas provenientes de mar Op - FORMAÇÃO PIRANHAS (Rosito et al., 1971)
aberto (Santos et al.,1997).
Nsh - Formação Serra de Santa Helena – Ca- A Formação Piranhas é constituída por uma as-
racteriza-se essencialmente por folhelhos e siltitos sociação de conglomerado polimítico basal pas-
com intercalações de arenitos finos e calcários. sando, gradativamente, em direção ao topo para
Nlj - Formação Lagoa do Jacaré – É composta arenitos arcosianos e argilitos.
por um pacote de intercalações cíclicas de siltitos e Ocorre a sul da cidade homônima, numa faixa
margas com lentes e/ou camadas de calcários pre- norte-sul de aproximadamente 15km de compri-
tos, fétidos, ricos em matéria orgânica e com a pre- mento por 1,5km de largura e em uma pequena
sença freqüente de níveis oolíticos e pisolíticos. área entre as cidades de Bom Jardim e Piranhas,
Fss - Formação Serra da Saudade – É constituí- balizada por duas falhas subparalelas.
da por folhelhos, siltitos e argilitos, com restritas len- Esta unidade está sobreposta, por discordância,
tes de calcário. às rochas do embasamento granito-gnáissico, e
Ftm - Formação Três Marias – está representa- sotoposta, por discordância angular e erosiva, aos
da por arcóseos, arenitos arcosianos e siltitos cin- arenitos da Formação Furnas.
za-esverdeados com intercalações subordinadas Os conglomerados são esverdeados e apresen-
de rochas conglomeráticas. tam clastos arredondados de até 80cm de diâme-
Nas áreas onde existe uma maior carência de tro, compostos por quartzitos, gnaisses e granitos
dados, todas as formações do Grupo Bambuí, posi- do tipo Serra Negra, além de rochas básicas. Este
cionadas abaixo da Formação Três Marias foram conjunto apresenta um grau incipiente de meta-
reunidas de forma indiscriminada, sob a denomina- morfismo, com desenvolvimento de uma leve xisto-
ção de Subgrupo Paraopeba Indiviso. sidade nos conglomerados e uma clivagem ardo-
Embora tenha sido alvo de vários estudos radio- siana nos argilitos.
métricos e paleontológicos (Machado & Schrank, Corresponde a uma sedimentação eo-ordovicia-
1989; Babinski, 1993; Thomaz Filho & Bonhomme, na que se instalou junto à margem do paleo-conti-
1976; Bonhomme., 1982; Parenti Couto et al.,1981; nente, através da reativação de antigas estruturas,
Chang et al., 1993; Marchese, 1974; entre outros), a com desenvolvimento de um graben, onde se acu-
idade de deposição do grupo não está bem defini- mulou esta seqüência com características molássi-
da. Uma datação em um dique intrusivo no Subgru- cas (Faria et al., 1975), representada pela associa-

– 73 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

ção de conglomerados polimíticos basais passan- por siltitos e folhelhos cinza esverdeados a mar-
do para os arcóseos no topo. rons. Em direção ao topo, a formação consiste em
As relações estratigráficas e o conteúdo do material arenitos finos róseo-avermelhados, calcíferos, la-
conglomerático, que apresenta seixos da Suíte Intrusi- minados, micáceos, às vezes feldspáticos, com mi-
va Serra Negra de idade em torno de 500Ma, permi- croestratificações cruzadas truncadas e em inter-
tem inferir uma idade ordoviciana para esta formação. calações de siltito e folhelho em que ocorre estrutu-
Rosito et al. (1971) observaram espessuras de ra flaser. A associação com fósseis marinhos do
até 200m para a porção conglomerática. Faria et al. gênero Orbiculidea indicam ambiente litorâneo
(1975), avaliaram para todo o pacote, incluindo os raso sob ação de marés (Faria, 1982).
arenitos e argilitos, uma espessura de 600m. Em Goiás, esta formação apresenta-se recobrin-
do o embasamento proterozóico de forma irregular,
ORDOVÍCIO-SILURIANO com espessura variável, que pode chegar a 40m,
sugerindo um pronunciado controle estrutural pro-
GRUPO RIO IVAÍ (Assine et al., 1993) veniente de falhas normais. Distribui-se em uma fai-
xa estreita e sinuosa de direção E-W ao longo da
Este grupo compreende a seqüência basal, de escarpa da serra de São João, ao sul de Piranhas, e
idade ordovício-siluriana, da Bacia do Paraná, cuja suas melhores exposições são encontradas a su -
sucessão sedimentar completa, segundo Assine et doeste de Diorama e sul de Baliza. No poço
al. (1994), consiste em conglomerados basais e 2-AG-1-MT (Alto Garças-MT), foram atravessados
arenitos fluviais, seguidos por arenitos litorâneos e 62m desta unidade.
marinhos rasos (Formação Alto Garças), os quais
são sobrepostos por diamictitos (Formação Iapó), SILURO-DEVONIANO
folhelhos marinhos transgressivos e arenitos litorâ-
neos (Formação Vila Maria). SDab - FORMAÇÃO ÁGUA BONITA (Baptista
Em Goiás, a Formação Alto Garças foi encontra- &Cartner-Dyer, 1966)
da apenas em subsuperfície no poço Alto Garças,
da Petrobras nº 1 (2-AG-1-Mt). Em superfície aflora É constituída por arenitos micáceos médios a
somente a Formação Vila Maria (Faria & Reis Neto, grossos, de cor branca, imaturos, mal classifica-
1978; Faria,1982), englobando os diamictitos e are- dos, localmente conglomeráticos, contendo inter-
nitos litorâneos. calações decimétricas de siltitos cinza-claro. Na
porção basal ocorre um conglomerado com matriz
Oag - Formação Alto Garças (Assine & Soares, predominantemente quartzosa e parcialmente cau-
1989) línica, com seixos de quartzito.
Consiste em uma seqüência de sedimentos pa-
Constitui um pacote de arenito fino a grosso, ar- leozóicos que ocorrem em uma estrutura denomi-
cosiano na sua base e com seixos dispersos e es- nada de graben de Água Bonita, nas proximidades
tratificação cruzada planar. do rio Araguaia, no noroeste do Estado de Goiás.
Ocorre estratigraficamente abaixo da Formação Vila Os sedimentos apresentam-se suborizontalizados
Maria, em contato abrupto produzido pela variação do com espessura aproximada de algumas dezenas de
nível de base durante a glaciação Neo-ordoviciana metros e mergulhos de 8° para N50°W, provocados
(Assine et al., 1994). Em Goiás foram atravessados por movimentos diferenciais de falhamentos.
164m no poço da PETROBRAS 2-AG- 1-MT (Alto Gar- Com base em correlações com as formações:
ças) e 119m no poço 2-RA-1- MS (Rio Aporé-MS). Gorotire, Furnas, Serra Grande, Coimbra e Rio das
Barreiras, Schobbenhaus et al. (1984), sugerem
Svm - Formação Vila Maria (Faria & Reis Neto, idade siluro-devoniana para os sedimentos da For-
1978) mação Água Bonita.

É a seqüência mais antiga da Bacia do Paraná DEVONIANO


aflorante nesta região, com idade siluriana inferior
(Faria, 1982 e Gray et al.,1985). É representada na GRUPO PARANÁ
base por sedimentos glácio-marinhos, constituídos
por diamictitos geralmente vermelho-arroxeados Ao final do Ciclo Ordovício-Siluriano, instalou-se
contendo seixos de diversas litologias, capeados um importante ciclo regressivo com desenvolvi-

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

mento de uma discordância no topo da Formação Dpg - Formação Ponta Grossa (Petri, 1948)
Vila Maria, seguida pela deposição dos litótipos de-
vonianos das formações, Furnas e Ponta Grossa A Formação Ponta Grossa, de idade devoniana,
(Milani et al., 1994). distribui-se em uma faixa paralela à da Formação
Furnas, com cerca de 10 a 30km de largura, ou em
Df - Formação Furnas (Mendes & Petri, 1971) porções isoladas como em Bom Jardim de Goiás,
formando elevações sustentadas pela ocorrência
A Formação Furnas ocorre na região sudoeste de generalizada de uma capa limonitizada no topo dos
Goiás como uma faixa contínua de direção E-W, ca- afloramentos. Esta capa é composta por esferulitos
peando discordantemente os sedimentos da For- ferruginosos que lhe conferem uma tonalidade
mação Vila Maria, formando cuestas que constituem marrom-chocolate e uma fragmentação poligonal
as serras de São João, Negra e Taboca, ou em não em forma de bastonetes.
conformidade sobre o embasamento pré-cambria- A formação é caracterizada na região por uma
no e intrusivas eopaleozóicas, com a formação de seqüência de arenitos finos a muito finos, micá-
morros testemunhos, como os observados nas pro- ceos, feldspáticos, finamente estratificados, de co-
ximidades de Arenópolis, Diorama e Iporá. res branca a marrom, com intercalações síltico-ar-
É representada em Goiás por arenitos feldspáti- gilosas. Estes estratos são freqüentemente biotur-
cos, esbranquiçados a róseos, médios a grossos, bados, apresentando na base delgados níveis con-
micáceos, subarcosianos, caolínicos, com vários glomeráticos lenticulares, de ocorrência localiza-
níveis conglomeráticos, passando no topo a areni- da, como na rodovia GO-174, entre Diorama e
tos médios a finos com intercalações sílticas e raros Amorinópolis. O contato inferior com a Formação
níveis argilosos. Furnas é alvo de controvérsia, sendo descrito por
Na porção inferior, clástico-arenosa, da forma- alguns autores como gradual e por outros como
ção, são encontradas estratificações cruzadas ta- discordante erosivo.
bulares com sets de até 1,5m, estratificações cru- Em direção ao topo da formação verificam-se in-
zadas acanaladas e acamamento gradacional. Na tercalações centimétricas de arenitos, siltitos e fo-
região entre Diorama e Amorinópolis, além destas lhelhos-argilitos cinza-escuros, ricos em matéria or-
estruturas, Alvarenga & Guimarães (1994) identifi- gânica, com fósseis de bivalves. Lateralmente,
caram feições de corte e preenchimento relaciona- Alvarenga e Guimarães (1994) descrevem uma fá-
das ao pacote mais grosseiro e sugerem um ambi- cies de arenito médio a grosso, com níveis grossei-
ente deposicional de sistema fluvial entrelaçado de ros de arenitos conglomeráticos avermelhados, es-
alta energia. tratificações cruzadas tabulares e acanaladas e ní-
Sua espessura é bastante variável e condiciona- veis subordinados de siltitos e arenitos finos com
da por eventos tectônicos e processos erosivos, raras marcas onduladas, além de estruturas de car-
constatando-se um espessamento em direção a ga e vulcões de areia.
oeste. Suas maiores exposições foram encontra- Estas ca rac te rís ti cas su ge rem um ca rá ter
das no Morro da Mesa, ao sul de Piranhas (170m) e transgressivo para esta unidade com deposição
a norte de Diorama (180m). Em subsuperfície atin- em ambiente marinho de águas rasas, com fluxos
giu 191m no poço 2-JA-1-GO (Jataí-GO), 254m no de alta energia e elevada taxa de deposição, veri-
poço 2-AG-1-MT (Alto Garças-MT) e 251m no poço ficando-se no topo do pacote um episódio re-
2-RA-1-MT (Rio Aporé-MS). gressivo.
A origem destes sedimentos é bastante contro- Sua espessura, observável no terreno, é variável
versa e as principais proposições dos trabalhos an- de 70 a 150m, uma vez que a formação se encontra
teriores as interpretam como depósitos marinhos bastante afetada por intensa ação erosiva e aci-
costeiros ou continentais fluviais. Os estudos mais dentes estruturais. Em subsuperfície esses sedi-
recentes realizados em Goiás, por Assine et al. mentos apresentam um espessamento para oeste,
(1994), Milani et al. (1994) e Alvarenga e Guimarães sendo perfurados no poço da Petrobras 2-JA-1-GO
(1994), sugerem que a faciologia desta unidade (Jataí) 269m e no poço 2-AG-1-MT, 467m.
não é homogênea, pois ocorrem fácies continentais Para Assine et al. (1993) a Formação Ponta Gros-
na base, passando no topo para depósitos transi- sa se restringe à seqüência predominantemente
cionais e costeiros, caracterizando um sistema de pelítica, sendo dela excluídos os arenitos marinhos
deltas constituídos por rios entrelaçados, retraba- subjacentes com os quais tem contato gradacional.
lhados por ondas e marés. Entretanto, outros autores, como Andrade e Camar-

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

go (1980; 1982), Zalan et al. (1987), consideram CPa - GRUPO AQUIDAUANA (Figueiredo & Oli-
que pertencem à Formação Furnas apenas os are- vatti, 1974)
nitos brancos com estratificações cruzadas de ori-
gem continental, atribuindo à Formação Ponta Ocorre desde as proximidades da cidade de Pa-
Grossa os arenitos marinhos que transicionam para raúna até o limite oeste de Goiás, onde adentra o
as unidades predominantemente pelíticas. Por sua Estado de Mato Grosso. Recobre discordantemen-
vez, Alvarenga & Guimarães (1994) identificaram te os sedimentos devonianos da Formação Furnas
na região entre Diorama e Amorinópolis, uma su- ou transgride sobre as formações sobrejacentes e
perfície de descontinuidade entre os arenitos bran- também jaz em não-conformidade sobre o emba-
cos continentais da Formação Furnas e os arenitos samento, como pode ser observado na região de
e folhelhos com freqüentes bioturbações e fósseis Moiporá e Paraúna. É afetada por rochas vulcâni-
marinhos atribuídos à Formação Ponta Grossa. cas de idade cretácica, sob a forma de sills ou di-
Pena et al. (1975) descrevem quatro localidades ques encaixados em zonas de falha, exibindo me-
fossilíferas associadas às rochas da Formação Pon- tamorfismo de contato.
ta Grossa que sugerem idade devoniana inferior Esta unidade é caracterizada, em Goiás, por
com destaque para o sítio localizado na fazenda uma considerável variação faciológica, tanto verti-
Santa Marta, entre Amorinópolis e Ivolândia. Neste cal como lateral, com características continentais
local foram detectados braquiópodes e subordina- (fluvial, lacustre e de planície aluvial) e porte afluxo
damente moluscos e equinodermos. de sedimentos provenientes da deglaciação, que
distribuem-se em uma ampla faixa de afloramento
CARBONÍFERO-PERMIANO com direção E-W e largura média de 50km, com o
seu limite sul coincidindo com o reverso da cuesta
CPsf - GRUPO SANTA FÉ (Campos et al., 1991) da serra do Caiapó.
Consiste em um espesso pacote de sedimentos
Este grupo é representado por uma seqüência detríticos, representado pelas seguintes litologias:
de are ni tos flú vio-glaciais e fo lhe lhos glá- arenitos vermelhos a roxos estratificados, geral-
cio-lacustres, eventualmente com seixos e blocos mente friáveis, às vezes feldspáticos, porosos, com
pingados, com distribuição predominante na re- níveis silicificados, cimento ferruginoso e matriz
gião noroeste do Estado de Minas Gerais, restrin- areno-argilosa, intercalados por siltitos e argilitos
gindo-se em Goiás à região de Posse. arroxeados; folhelhos vermelhos; lentes de arenitos
Dardenne et al. (1990) subdividiram o Grupo brancos grosseiros e níveis de diamictitos e con-
Santa Fé nas formações Floresta e Tabuleiro. A pri- glomerados. É comum a presença de ritmitos for-
meira é constituída pelos membros: Brocotó, for- mados por finos níveis de argilitos, siltitos e arenitos
mado por tilitos e diamictitos; Brejo do Arroz, carac- finos. Na base, ocorre um nível lenticular de conglo-
terizado por folhelhos e turbididos e, Lavado, repre- merado com 5 a 10m de espessura, constituído de
sentado por arenitos calcíferos e diamicititos areno- seixos de quartzo e arenito, transicionando lateral-
sos. A Formação Tabuleiro é constituída por areni- mente para arenito branco grosso.
tos calcíferos intercalados com folhelhos. Exibe localmente erosão diferencial devida à
A análise paleoambiental desse grupo sugere presença dos níveis silicificados, formando conjun-
uma fase inicial de glaciação com deposição e re- tos de morros testemunhos às vezes com formas
trabalhamento de tilitos, sucedida pela geração de que lembram animais e objetos, tais como tartaru-
paleolagos com deposição gradual de argilas, afe- gas, cálices, etc, observados na Serra das Galés,
tadas por uma intensiva variação climática e poste- município de Paraúna, com destaque para a Pedra
rior formação de varvitos, com rios entrelaçados do Cálice, de grande apelo turístico na região.
transportando e depositando sedimentos em ambi- Observam-se: estratificação cruzada de peque-
ente glácio-lacustre. O fechamento do ciclo sedi- no e grande porte, marcas onduladas, estruturas
mentar seria complementado por nova instabilida- de sobrecarga e, nos níveis mais homogêneos, os
de climática associada à ação de ventos, que origi- arenitos desenvolvem estruturas tipo “casco-de-
nariam ambiente desértico periglacial. tartaruga”, causadas por alteração em polígonos
A idade Permo-Carbonífera do Grupo foi definida hexagonais.
por Seilacher em 1953 (apud Fernandes et al., A espessura desta unidade é muito variável, em
1987), em virtude dos icnofósseis descobertos nos virtude da deposição sobre uma superfície irregular,
folhelhos da Formação Floresta. observando-se desde 80m em Paraúna, até 30m na

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

serra do Caiapó. Os dados fornecidos pela Petro- Na região de Montividiu, Marques et al. (1981)
bras, mostram que foram atravessados no poço identificaram, em níveis calcários na Pedreira Rio
2-JA-GO (Jataí) 1.108m desta unidade, no poço Verde, um exemplar completo de Mesossaurus bra-
2-AG-1MT (Alto Garças) 804m, no poço 2-TQ-1 MT siliensis, com cerca de 50cm, além de abundantes
(Taquari-MT) 1.024m e, no limite sul de Goiás, poço fragmentos de outros exemplares. Pena et al. (1975)
2-RA-1-MS (Rio Aporé-MS), foram verificados 975m. descrevem um importante sítio arqueológico rela-
Nestes arenitos observam-se ocorrências locali- cionados a esses sedimentos Irati, membro Taqua-
zadas de fosfato, trona, epsonita e anomalias de ral, na região da Perolândia, além de outros locais
urânio. descritos na região sudoeste de Goiás.
Esta unidade exibe contatos concordantes transi-
PERMIANO cionais com os sedimentos da Formação Corumbataí,
onde observa-se uma rápida transição de uma se-
GRUPO PASSA DOIS (Mendes, 1967) qüência clástico-química, fina, de caráter redutor, para
sedimentos finos epicontinentais com elevada taxa de
Distribui-se em toda a porção setentrional da Ba- oxidação, que representa a formação superior.
cia do Paraná. A estratigrafia de suas rochas é alvo A espessura aflorante deste pacote é pratica-
de divergências entre vários autores. Neste estudo mente constante em torno de 40m, com valores má-
adota-se a proposição de Milani et al. (1994). ximos de 70m na região de Perolândia (Marques et
al., 1981). Nos poços efetuados pela Petrobras, na
Pir - Formação Irati (White, 1908) porção norte da bacia, foram encontrados, respec-
tivamente, 153m, 65m, 96m e 85m, corresponden-
Ocorre em quase toda a porção superior da ser- tes aos poços 2-JA-1-GO (Jataí); 2-AG-1-MT ) (Alto
ra do Caiapó, formando uma estreita faixa sinuosa Garças-MT), 2-TQ-1-MT (Taquari-MT), 2-RA-1-MS
desde a região de Montividiu, onde existem várias (Rio Aporé-MS).
pedreiras de calcários em explotação, até a região A deposição destes sedimentos ocorreu sob
de Aragarças, no limite com o Estado de Mato condições de plataforma estável, em ambiente res-
Grosso. Aflora isoladamente nas regiões de Porte- trito, marinho raso, configurando baías e golfos de
lândia, Perdizes e Córrego Água Emendada, onde baixa profundidade e salinidades variáveis.
os dolomitos são explotados para utilização como
corretivos de solo. Pc - Formação Corumbataí (Mezzalira et al., 1981)
Esta formação inicia-se por um conglomerado
basal esverdeado a cinza-rosado, avermelhado Aflora amplamente no topo da serra do Caiapó,
quando alterado, pouco espesso (0,5-1,0m) con- nos vales dos rios Verde, Verdão, Claro, Bom Jar-
tendo grânulos e seixos angulosos de quartzo, de dim e Itiquira e em áreas esparsas nas proximida-
arenito e silexito verde, dispostos aleatoriamente des de Mineiros e do Parque Nacional das Emas
ou formando níveis mais grosseiros em uma matriz Esta formação representa a seção superior do
arenosa silicificada. Para o topo, passa para uma Grupo Passa Dois, descrita em Goiás por Souza Jr.
seqüência de folhelhos negros carbonosos, às ve- (1983), e correlaciona-se à Formação Estrada Nova
zes betuminosos, extremamente laminados e físse- e ao Membro Teresina, de Marques et al. (1981) e
is, interacamadados com calcários dolomíticos cin- Formação Teresina, de Gonçalves e Schneider et
za claros a pardacentos, cristalinos a criptocristali- al. (1970). É representada por uma seqüência rítmi-
nos, contendo intraclastos e oólitos, por vezes fos- ca constituída de siltitos, argilitos e raros arenitos fi-
silífero e exibindo localmente níveis piritosos. Ocor- nos, muito finos, às vezes calcíferos, de colorações
rem ainda níveis lenticulares ou nodulares de chert muito variadas tais como róseo-arroxeada, lilás, es-
oolítico cinza-escuro a preto, possivelmente prove- verdeada, cinza-esverdeada e cinza-escuro, fina-
nientes da silicificação diagenética dos calcários mente estratificados, freqüentemente quebradiços
(Marques et al.,1981). em fraturas conchoidais (Marques et al., 1981).
Na porção média dessa seção foram identifica- Ocorrem ainda intercalações de lentes e concre-
dos leitos fossilíferos, com uma rica fauna, constitu- ções de calcários oolítico silicificado e chert, além
ída de restos de répteis mesossaurídeos, artrópo- de freqüentes níveis coquinóides silicificados.
des, bivalves e outros pequenos crustáceos, indi- Exibem estratificação plano-paralela e microes-
cativos de idade permiana superior – Kazaniano tratificações cruzadas, estrutura flaser e gretas de
(Souza Júnior et al., 1983). contração (Marques et al., 1981).

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

A sua idade neopermiana (Kazaniano ou Ze- e arredondados. Localmente podem ocorrer por-
cherstein) foi estabelecida com base nos restos de ções conglomeráticas na base. Estratificações cru-
peixes, pelecípodes, palinomorfos, restos de vege- zadas, planas e acanaladas, de grandes dimen-
tais (Psaronius brasiliensis) e níveis de coquinas si- sõe,s são comuns e características desta unidade.
licificadas com bivalves dos gêneros Jacquiesia e Atribui-se idade jurássica para esta formação, com
Terraia (Mendes, 1952; Bauner & Largher, 1958; base em sua posição estratigráfica que eventualmente
Daemon & Quadros, 1969; Gonçalves & Schneider, se intercala aos derrames basálticos de idade cretá-
1970; Souza Júnior, 1983). Ianhez et al. (1983) ci - cea e em datações Rb/Sr efetuadas por Thomaz Filho
tam a presença de três importantes horizontes fos- et al. (1976) em rochas argilosas desta unidade, com
silíferos na Formação Corumbataí, com importan- idades 197 ± 3Ma e 154 ± 22Ma, respectivamente.
tes guias na correlação entre esta unidade e suas Ocorre em discordância erosiva sobre os sedi-
correlatas, Formação Teresina e Estrada Nova. mentos do Grupo Passa Dois, e na porção superior,
Estes horizontes são constituídos de Barbosaia an- em contato térmico com os basaltos da Formação
gulata, Pinzonella illusa e Pinzonella neotropica. Serra Geral ou em discordância erosiva com os se-
Seus contatos são concordantes com os sedi- dimentos da Formação Cachoeirinha.
mentos da Formação Irati e discordante com os Apresenta espessuras variadas, atingindo 250m
arenitos da Formação Botucatu. na serra Vermelha, nas proximidades de Taquari e
Na serra do Caiapó as espessuras médias vari- 150m na BR-364, no trecho Mineiros - Alto Araguaia
am de 20 a 60m, atingindo, em Montividiu, cerca de (Souza Jr., 1983). Em subsuperfície foram consta-
100m aflorantes. Nos poços efetuados pela Petro- tados pela Petrobras 147m no poço 2-JA-1-GO (Ja-
brás, onde está individualizada como formações, taí), 433m no poço 2-TQ-1-MT (Taquari-MT) e 571m
Serra Alta e Teresina, foram obtidos 191m no poço no poço 2-RA-1-MS (Rio Aporé-MS).
2-JA-1-GO (Jataí); 143m no poço 2-AG-1-MT (Alto Os aspectos litológicos e sedimentares desta
Garças-MT; 274m no poço 2-TQ-1-MT (Taquari - unidade indicam ambiente de deposição desértico
MT); 334m no poço 2-RA-1-MS (Rio Aporé-MS). e ação eólica, com formação de um extenso campo
Com base nos dados disponíveis, admite-se que a de dunas durante todo o período de sedimentação.
deposição destes sedimentos deu-se em ambiente Localmente e em períodos efêmeros, coexistem
marinho raso com freqüentes oscilações do nível do drenagens e pequenos lagos, que condicionaram
mar e períodos de estabilidade (Marques et al., 1981). a deposição de arenitos conglomeráticos e conglo-
A potencialidade econômica mineral desta uni - merados de ambiente flúvio-lacustre.
dade está restrita às ocorrências centimétricas de Um aspecto relevante associado a esta forma-
concreções manganesíferas em arenitos e argilitos ção é o seu potencial aquífero, considerado um dos
(Ianhez et al., 1983). maiores do mundo. O arenito Botucatu constitui um
pacote com espessuras superiores a 800m em al-
MESOZÓICO guns pontos da bacia. Em Goiás o aqüífero é pouco
conhecido, não havendo nenhum trabalho de deta-
JURÁSSICO lhe que caracterize com precisão dados de vazão,
espessura e potenciais piezométricos. Apesar de
GRUPO SÃO BENTO não haver dados precisos dos poços perfurados na
bacia, em Goiás há informações verbais de que vá-
Jb - Formação Botucatu (Sanford & Lange, 1960) rios deles estão localizados neste aqüífero, com va-
zões de até 200.000 litros/hora, como um encontra-
Inicialmente definidos no Estado de São Paulo, do no município de Santa Helena de Goiás.
nas proximidades da cidade de Bauru, os arenitos
desta formação ocorrem em praticamente toda Ba- Jdb - Diques e Soleiras de Diabásio
cia do Paraná. Em Goiás sua parte aflorante está
restrita à porção sudoeste, ao longo de uma faixa Relacionados ao magmatismo juro-cretáceo são
de direção NW que vai de Serranópolis até Santa encontrados na região, uma série de diques bási-
Rita do Araguaia, ocorrendo também em uma pe - cos (diabásio), encaixados preferencialmente em
quena área a norte de Jataí. zonas de falhas ou zonas de cisalhamento.
Litologicamente a Formação Botucatu é constitu- Escassas datacões K/Ar efetuadas nestes diques
ída de arenitos vermelhos, finos a médios, comu- sugerem idades de colocação em torno de 178Ma
mente silicificados, quartzosos, bem classificados (Cordani & Hasui, 1975, Tassinari et al., 1987).

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

JURO-CRETÁCEO A Petrobras, através de seus levantamentos, es-


tima espessura máxima da ordem de 400m para
JKsg - Formação Serra Geral (Gordon Jr., 1943) esta unidade na região de Itajá, no sul do estado.
Sua importância econômica está restrita na utili-
Compreende-se como Formação Serra Geral um zação para fins da construção civil, na produção de
espesso pacote de rochas vulcânicas que ocorre brita, paralelepípedos e pedras de revestimentos.
na Bacia do Paraná, formado por uma extensa su-
cessão de derrames, que ocorre desde a borda CRETÁCEO
norte, em Goiás e Mato Grosso até o seu extre-
mo-sul, já fora do território brasileiro. Em Goiás ocu- Ka - GRUPO AREADO (Rimann, 1917)
pa uma faixa principal de aproximadamente 200km
de comprimento por 100km de largura, que vai da Corresponde aos sedimentos atribuídos ao Eo -
cidade de Itumbiara até as proximidades de Paraú- cretáceo da Bacia Sanfranciscana, inicialmente es-
na. De forma mais restrita, ocorre ocupando faixas tudados na região do Alto Paranaíba, ao longo do
lineares correspondentes aos leitos dos rios Claro, rio Areado, no Estado de Minas Gerais. É constituí-
Corrente, Aporé e Verde, bem como porções redu- do por uma grande variação lateral de fácies origi-
zidas distribuídas no restante da bacia. nando as seguintes formações: Abaeté (conglome-
Trata-se de derrames vulcânicos predominante- rados arenitos), leques aluviais e sistemas fluviais
mente de natureza basáltica, ocorrendo, porém, de entrelaçados; Formação Quiricó (folhelhos varia-
forma restrita, pulsos de composição ácida e interme- dos), sedimentação lacustre; e Formação Três Bar-
diária. As rochas basálticas apresentam-se normal- ras (arenitos), depositados em ambientes fluviais e
mente com aspecto maciço, cor cinza-escura, granu- eólicos (Campos & Dardenne, 1997). Em Goiás,
lação fina a média, ocasionalmente com a presença ocorre de forma restrita na porção nordeste, nas
de amígdalas e muito fraturados. Disjunções coluna- proximidades de Posse, como testemunhos da For-
res estão também presentes indicando derrames mação Abaeté.
mais espessos. São comuns as ocorrências de sills e
diques de diabásio associados a esta unidade, ca- Kλa - PROVÍNCIA MAGMÁTICA DO ALTO PARA-
racterizados por cor, normalmente, escura, granula- NAÍBA (Ulbrich & Gomes, 1981)
ção média a fina, homogêneas, e presença de esfolia-
ção esferoidal quando submetidos a intemperismo. Consiste em um conjunto de corpos alcalinos car-
De acordo com Souza Jr. et al. (1983) esta forma- bonatíticos intrusivos nos metassedimentos protero-
ção sobrepõe-se em não-conformidade sobre ro- zóicos do Grupo Araxá que ocorrem na região su-
chas do Complexo Goiano, Grupo Araxá, e discor- deste de Goiás e sudoeste de Minas Gerais, dispos-
dantemente sobre o Grupo Aquidauana e as forma- tos em uma faixa de direção NW-SE,compreendida
ções Palermo, Irati e Corumbataí. Suas relações de entre a borda sudoeste do Cráton do São Francisco
contato com a Formação Botucatu indicam a coe- e a borda nordeste da Bacia do Paraná.
xistência de ambas na fase inicial do vulcanismo, Estão representados pelos complexos de Catalão
evidenciada pela presença de contatos térmicos e I e II em Goiás, Salitre I e II e Tapira em Minas Gerais.
intercalações de porções arenosas na base do pa- A intrusões alcalinas de Catalão-Ouvidor e Três
cote. No topo está em contato com arenitos do Gru- Ranchos são caracterizadas por dunitos, peridoti-
po Bauru através de discordância erosiva. Espes- tos, piroxenitos, kimberlitos, basanitos, andesito
suras superiores a 1.000m são comuns para o pa- basálticos, sienitos, traquitos, sienogabros e ro-
cote de rochas vulcânicas, principalmente no Esta- chas carbonatíticas afetados por intensos proces-
do de São Paulo onde superam a 1.500m. Em Goiás sos de transformação metassomática (Carvalho,
as espessuras mais representativas são da ordem 1974, Baecker, 1983, e Danni et al., 1991) gerando
de 100m, podendo, no entanto, ocorrer espessuras metafosforitos ou glimeritos.
superiores, como a encontrada nas proximidades Estas intrusões ultramáficas e carbonatíticas
da cidade de Santa Helena de Goiás, obtida em produziram uma auréola de fenetização, resultante
sondagem de poço tubular profundo. da reação entre as soluções de origem ígnea, rica
As observações e estudos já realizados, visando em álcalis e alumina, e os xistos aluminosos encai-
definir a idade desta formação, indicam para a xantes (Grupo Araxá), com fenômenos de feldspa-
mesma, idades correspondentes ao fim do Jurássi- tização, nefelinização e aegerinização, produzindo
co e início do Cretáceo. estruturas como brechação e pegmatização.

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Determinações K/Ar obtidas em sienito da borda Danni et al. (1992) caracterizaram química e mine-
do complexo de Catalão definiram uma idade de ralogicamente esse conjunto de intrusões alcalinas
82,9 ± 4,2 Ma. (Hasui & Cordani, 1968) para o mag- como derivadas de um magma picrítico alcalino, re-
matismo gerador destes corpos. sultante do fracionamento de olivina, clinopiroxênio e
Esta idade foi posteriormente recalculada com plagioclásio em câmaras subvulcânicas rasas.
novas constantes de decaimento (Sonoki & Garda Segundo Pena & Figueiredo (1972) o magmatis-
1988) resultando em um valor de 85 ± 6,9 Ma. Imber- mo das rochas de composição ultrabásica é mais
non (1993), utilizando o mesmo método em flogopi- antigo, em virtude de suas relações de contato tér-
tas da matriz de uma “brecha magmática”, obteve mico com as rochas de composição intermediária,
uma idade de 91,8 ± 3,3 Ma. sugerindo um magmatismo seqüenciado, de ten-
dência cada vez mais ácida.
PROVÍNCIA ALCALINA DO SUL DE GOIÁS Cerqueira & Danni (1994) confirmaram a cristali-
zação fracionada, através de estudos petroquími-
Constitui um conjunto de corpos ígneos de filia- cos realizados na fazenda Buriti, e concluíram que
ção alcalina e natureza plutono-vulcânica, que as subvulcânicas (microssienitos e traquitos) re-
ocorre sob a forma de sills, diques, plugs e pipes, presentam pulsos magmáticos tardios, nos quais
além de derrames e depósitos de lavas e piroclásti- os traquitos parecem derivar da contaminação de
cas. Inicialmente, estas rochas foram designadas magmas mais saturados.
de Grupo Iporá por Guimarães et al. (1988) e poste- Datações geocronológicas (K/Ar) efetuadas nas
riormente de Província Alcalina Rio Verde-Iporá rochas alcalinas da região de Santo Antônio da Bar-
(Danni et al., 1992). Neste trabalho, por sugestão ra (Hasui et al. 1971) registraram valores próximos
do Professor Danni (UnB) adotou-se a proposição a 80Ma, sugerindo que as mesmas foram geradas
Província Alcalina do Sul de Goiás. no Cretáceo Superior. O mesmo ocorre na região
Os corpos plutônicos ocorrem no sul de Goiás, de Santa Fé (Barbour et al., 1979) que também
nas proximidades das cidades de Iporá, Montes apresenta idades por volta de 85Ma.
Claros, Santa Fé, Arenópolis, Amorinópolis e Cata-
lão, enquanto as manifestações vulcânicas têm Kv - FORMAÇÃO VERDINHO
suas exposições mais expressivas nas proximida-
des de Santo Antônio da Barra, distribuindo-se pre- Sob a denominação Fácies Ponte Alta (do Grupo
ferencialmente em uma faixa de direção NW. Bauru), Bez, Guimarães & Guimarães (1971) des-
Este magmatismo alcalino está associado ao creveram, na região de Santo Antônio da Barra, um
tectonismo cretácico, tendo sua última fase ocorri- pacote conglomerático formado por seixos e mata-
do concomitante com a deposição da porção supe- cões derivados do retrabalhamento de vulcânicas
rior do Grupo Bauru – Formação Marília (Souza Jr., imediatamente sotopostas.
1983). O presente estudo subdivide esta província Gaspar (1977) propôs o nome de Formação Ver-
nas suítes: Vulcânica de Santo Antônio da Barra (l1) dinho, retirando-a da Província Alcalina de Rio Ver-
e Plutônica de Iporá (l2). de-Iporá, considerando que a unidade teve origem
Kλ1 - Suíte Vulcânica de Santo Antônio da Bar- unicamente sedimentar e seu contato com a Provín-
ra: compreende uma seqüência de derrames e bre- cia é erosional. A seção-tipo proposta situa-se na
chas, compostas de leucititos, olivina leucititos, me- escarpa da serra da Boa Vista, a noroeste de Santo
lanefelinitos, alcalibasaltos, basanitos, tefrito, lam- Antônio da Barra.
prófiro, traquitos, nefelinitos, teralitos, brechas car - Ocorre em áreas muito restritas. Bordeja a serra
bonáticas, condutos de fourchiquitos, kamafungi- da Boa Vista, ocupa o vale do ribeirão Monte Alegre
tos, melamonchiquitos e fonolitos. e aflora na porção noroeste da serra do Cargueiro e
Kλ2 - Suíte Plutônica de Iporá: constitui-se de nas cabeceiras dos córregos Milho Queimado, Ho-
pequenos corpos plutônicos caracterizados por du- nório, Bebedouro e da Roça, no flanco sudeste
nitos, peridotitos, piroxenitos, serpentinitos, gabros, desta serra.
sienogabros, nefelina sienitos, silexitos, carbonati- É constituída por um conglomerado vulcânico
tos, kimberlitos e lamprófiros. Esses corpos plutôni- com intercalações de arenito tufáceo (matriz). Em
cos estão localizados na região oeste de Goiás, geral exibe cor vermelha, embora os clastos sejam
dentre os quais se destacam os maciços de Morro verdes em várias tonalidades. A granulação varia
dos Macacos (Iporá), Santa Fé, Morro do Engenho, de seixos a matacões, mal classificados, arredon-
Montes Claros de Goiás e Rio dos Bois. dados a subarredondados.

– 80 –
Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

A matriz desses conglomerados é arenosa, de Na parte basal da formação ocorrem níveis mais
cor vermelha, composta por grãos finos a grossei- maciços, tornando-se mais estratificada para o
ros de fragmentos de rocha e de cristais. Os clastos topo, sem que isso seja uma característica domi-
de rocha são subarredondados, subesféricos a nante ou aplicável regionalmente. Ao longo de todo
alongados. Os cristais são de titanoaugita e opa - pacote, são observados a presença de orifícios tu-
cos. A calcita está presente como cimento. buliformes, nódulos e esfoliações esferoidais.
O contato superior com o Grupo Bauru, como o Esta unidade está assentada, por discordância
inferior com a Província Alcalina é tipicamente ero- erosiva, ora sobre as rochas da Formação Serra
sional (Gaspar, 1977). A espessura máxima nos Geral, ora sobre a Formação Botucatu. A sul de
afloramentos estudados não ultrapassa 20m. Amorinópolis, no “Graben” do Caiapó, a Formação
Em razão de sua posição estratigráfica entre o Gru- Adamantina assenta-se diretamente sobre rochas
po Bauru e a Província Alcalina de Rio Verde-Iporá, do Grupo Aquidauana (Pena et al., 1975). Para o
atribui-se a esta deposição idade Cretáceo Superior. topo grada transicionalmente para a Formação Ma-
rília. Lateralmente, podem ocorrer, decorrentes de
GRUPO BAURU (Freitas, 1964) falhamentos, contatos com a Formação Botucatu.
Quando da ausência da Formação Marília, o seu re-
A sedimentação do Grupo Bauru é marcada pela cobrimento pode ser feito por unidades sedimenta-
deposição expressiva de arenitos que ocorrem de res mais recentes de idades terciária e quaternária.
forma particularizada na Bacia do Paraná. Seu ar- A espessura desta formação é bastante variável
cabouço tectônico, na porção setentrional, foi con- em função de suas irregularidades de base e topo.
dicionado por falhamentos regionais, com o soer- Souza Jr. et al. (1983) citam espessura de até 230m
guimento da porção norte da bacia e reativação nas proximidades do Canal de São Simão. Pena et
das estruturas marginais, acompanhadas por mag- al. (1975) e Olivatti (1980), que não subdividem o
matismo alcalino. Esta situação de subsidência re- Grupo Bauru, avaliam espessuras no Estado de
lativa permitiu a sedimentação a partir da contribui- Goiás, entre 150 e 200m.
ção das unidades mais antigas. Decorrente das suas características litológicas e
Este grupo tem expressiva ocorrência na parte sedimentares, interpreta-se para essa formação
do sul do Estado de Goiás, estendendo-se ainda um ambiente deposicional de natureza continental
para os estados de Minas Gerais, Mato Grosso do fluviolacustre. A correlação com unidades estrati-
Sul e São Paulo, e é subdividido nas formações gráficas que com ela se inter-relacionam e o seu
Adamantina e Marília, detalhadas a seguir: conteúdo fossilífero atribuem à Formação Adaman-
tina idade do Cretáceo Superior.
Kba - Formação Adamantina (Soares et al., 1980)
Kbm - Formação Marília (Almeida & Barbosa O.,
Esta formação apresenta ampla distribuição em 1953)
Goiás, ocupando significativas áreas nas regiões
de Paranaíba, Iturama, Parque Nacional das Emas, Constitui-se basicamente de depósitos arenosos
Caçu e Quirinópolis. imaturos de arenitos vermelhos, finos a grossos,
Litologicamente é representada por estratos ta- mal selecionados, cimentados por sílica amorfa,
bulares de arenitos finos a muito finos, subordina- arenitos argilosos, siltitos e lamitos, em estratos
damente médios, de coloração cinza-claro, bege a com acamadamento incipiente e poucas estratifi-
rósea, com níveis lenticulares conglomeráticos e cações cruzadas. Apresenta níveis conglomeráti-
de lamitos (siltitos areno-argilosos) creme arroxea- cos com cimentação e concreções carbonáticas,
dos e rosados. Uma das feições mais marcantes além de níveis lenticulares de chert e brechas con-
desta unidade é a ocorrência de bolas de argila em glomeráticas de calcários subordinados.
toda seqüência, notadamente na porção superior. Ocorre de forma esparsa recobrindo a Formação
Os arenitos apresentam-se de forma geral mal sele- Adamantina em Mato Grosso do Sul, no Triângulo
cionados, compostos de grãos de quartzo suban- Mineiro e em Goiás, onde tem suas melhores expo-
gulares e subarredondados, podendo estar cimen- sições nas proximidades das cidades de Itajá e Rio
tados por sílica e carbonatos. Verde. Ocupa normalmente a parte elevada dos in-
As camadas arenosas encontram-se normalmente terflúvios.
maciças e homogêneas, às vezes com estratifica- Os contatos da Formação Marília com a Adaman-
ções plano-paralelas e subordinadamente cruzadas. tina ocorrem normalmente de forma gradacional.

– 81 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Com as formações Botucatu e Serra Geral ocorrem terpretadas como depósitos eólicos de campos de
contatos por discordância erosiva e com outras uni- dunas secas, fluvial entrelaçado depositado em ca-
dades podem ocorrer contatos por falhamentos. Na nais; e fluvial entrelaçado sedimentado em lençóis
sua parte superior são observáveis contatos com as de areia e cascalho (Campos & Dardenne, 1997).
rochas alcalinas da região de Iporá e unidades mais
recentes de idades terciária e quaternária. CENOZÓICO
Na região de Marília-SP, onde esta seqüência foi
inicialmente observada, as espessuras máximas, TERCIÁRIO
segundo Fulfaro, Gama Jr. & Soares, 1980, variam
de 150 a 200m, enquanto que na serra do Aporé, Tc - Formação Cachoeirinha (Gonçalves &
sudeste de Mato Grosso, foram observadas espes- Schineider, 1970)
suras da ordem de 170m (Souza, Jr. et al., 1983).
Dentro do Estado de Goiás estima-se que a espes- Inicialmente descrita por Oliveira & Muhlmann
sura máxima não ultrapasse 100m. (1965) e chamada de Unidade C pela Petrobras, a
O ambiente deposicional desta formação sugere Formação Cachoeirinha foi assim denominada por
condições subaquosas, fluvial e lacustre, com ca- Gonçalves & Schneider (1970), para definir os sedi-
nais, deltas aluviais e planícies de inundação. Ní- mentos inconsolidados que ocorrem na região de
veis calcários e a disseminada cimentação carbo- Poxoréu-MT. Esses sedimentos extendem-se como
nática indicam fases de aridez. A existência dos ní- cobertura dos planaltos da Bacia do Paraná, espe-
veis conglomeráticos está associada a fluxos hidro- cialmente sobre rochas paleozóicas e mesozóicas
dinâmicos de alta energia. dos estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso
do Sul.
Ku - GRUPO URUCUIA (Oliveira, A. I & Leonardos, Constitui-se basicamente de sedimentos are-
O. H., 1943) no-argilosos inconsolidados, vermelhos, argilitos
cinza com estratificação incipiente e arenitos mal
Constitui-se de arenitos finos a médios, bran- classificados com níveis decimétricos e lenticula-
cos, róseos ou avermelhados, impuros com dife- res de conglomerados.
rentes concentrações de argila e concreções sili- Estratigraficamente está assentada sobre uma
cosas, exibindo intercalações de níveis conglo- superfície aplainada que corta sedimentos carbo-
meráticos. níferos, permianos, jurássicos e cretácicos. Apesar
Esta unidade aflora amplamente numa faixa na da ausência de material fossilífero, os estudos de
porção noroeste do Estado de Goiás, no limite com cunho geomorfológico têm permitido sua datação
o Estado da Bahia, onde forma extensos chapa- como de idade terciária. Segundo Pena & Figueire-
dões arenosos, constituindo a escarpa da Serra do (1972) sua espessura é da ordem de 20 a 30m,
Geral de Goiás. podendo chegar até 70m.
Oliveira e Leonardos (1943) chamaram esta uni-
dade de Formação Urucuia, assinalando a presen- Tdl - Cobertura Detrito-Laterítica (Ianhez et al.,
ça de concreções silicosas no arenito e leitos de 1983)
conglomerado, na Chapada do Urucuia, no noroes-
te de Minas Gerais. Posteriormente esta unidade foi Compreende sedimentos aluviais ou coluviais
estudada por Pflug (1961); Moore (1961); Guima- caracterizados por conglomerados oligomíticos
rães (1964); Barbosa et al., (1969) e Costa et al. com seixos de quartzito e lateritos autóctones com
(1976) entre outros autores. carapaças ferruginosas, distribuídos geralmente
Guimarães (1964) denominou de Série Urucuia a na Serra de Caldas, Chapada das Covas e a nor -
seqüência rochosa constituída de arenito de sedi- deste da cidade de Catalão.
mentação eólica e lacustrina, recobrindo outra, de As concreções ferruginosas ocorrem como blo-
idade mais antiga, talvez triássica. Para esse autor cos, matacões e lajedos, com espessuras de 2 a
a unidade se estendia a oeste do rio São Francisco, 4m em média, e representam um “paleo-horizonte
para o norte, em um chapadão que abrange áreas B concrecional” desenvolvido em condições tropi-
dos estados de Minas Gerais, Goiás, Bahia e Piauí. cais. A heterogeneidade no tamanho, forma e com-
Este grupo, composto essencialmente por areni- posição desses depósitos é indicativa de uma ori-
tos, foi subdividido nas formações: Posse (com as gem colúvio-aluvial em meio de alta energia, por
fácies 1 e 2) e Serra das Araras, respectivamente in- processos de pedimentação(Ianhez, 1983).

– 82 –
Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

TERCIÁRIO/QUATERNÁRIO areno-argilosa, arenitos vermelhos pouco compac-


tos, capeados por siltes e areias siltosas, inconsoli-
TQa - Cobertura Arenosa Colúvio-Eluvionar dadas, mal selecionadas, de granulometria e colora-
ções variadas (branca rósea, amarela e vermelha)
É representada por areias vermelhas e conglo- que transicionam para solos lateritizados.
merados provenientes do retrabalhamento das ca- Assenta-se diretamente sobre rochas do emba-
madas areníticas do Grupo Urucuia. samento cristalino, sedimentos devonianos e cor -
Ocorre bordejando todo o flanco ocidental da Ser- pos intrusivos alcalinos, de idade cretácica, como é
ra Geral de Goiás, na região limítrofe com o Estado a situação encontrada na anomalia magnetométri-
da Bahia, e ao longo das margens do rio São Rafael ca da Fazenda Canadá, a norte da cidade de Mon-
e nas proximidades da cidade de Posse. tes Claros de Goiás. Neste local, em sondagens de
pesquisa mineral desenvolvidas pela CPRM, foram
TQdl - Cobertura Detrito-Laterítica observados 50m de sedimentos da Formação Ara-
guaia, representados por níveis de areias, siltes e
Esta unidade de idade supostamente terciá- lentes de argila.
ria/quaternária, corresponde a uma superfície de- Araujo & Carneiro (1977) utilizando estudos sís-
senvolvida a partir de um processo de aplainamen- micos na ilha do Bananal concluíram que o seu
to e laterização de toda uma região que engloba o substrato é composto provavelmente por rochas
centro-oeste brasileiro; sendo mais expressiva so- metassedimentares e/ou ígneas, localizadas a uma
bre as rochas dos complexos granulíticos. profundidade que varia de 170-320m.
É caracterizada por latossolos vermelhos amar-
ron za dos, es tru tu ra in de fi ni da e tex tu ra are- QPi - Cobertura Arenosa Indiferenciada
no-argilosa, com predominância de hidróxido de
ferro (goethita) e subordinadamente caolinita e gib- Esta unidade está intimamente associada a uma
sita, e mostra o desenvolvimento de perfis lateríti- fase de retrabalhamento de sedimentos de nature-
cos maturos e imaturos, onde ocorrem níveis de li- za arenosa, ocorrida no Pleistoceno. Está principal-
nhas de pedras (stone lines), com predominância mente associada aos sedimentos das formações
de fragmentos angulosos de quartzo, geralmente Botucatu, Bauru e Cachoeirinha.
dispostos na porção superior dos mesmos. Constitui-se de areias finas a grossas, local-
Em Goiás estas coberturas são encontradas mente síltico-argilosas e mais raramente conglo-
com variadas espessuras, na forma de perfis imatu- meráticas, intimamente relacionadas a superfícies
ros, caracterizados principalmente por um latosso- de apla i na men to, for man do ter ra ços ar gi-
lo onde se desenvolvem níveis ferruginosos. Local- lo-arenosos com cascalhos dispersos e níveis de
mente, ocorrem perfis maturos, gerando horizontes material transportado e ferruginizado. Estes níveis
bem definidos, evoluídos a partir da rocha original, são constituídos por uma matriz rica em óxido e hi-
para um saprólito, seguido dos horizontes: mos- dróxido de ferro, sem, no entanto, mostrar perfis
queado, ferruginoso com pisólitos, e culminando lateríticos maturos ou imaturos, tratando-se de
com a formação de uma crosta ferruginosa, como material alóctone.
pode ser observado na região de Fazenda Nova.
Este processo de laterização proporcionou a for- QHa - Aluvião
mação de depósitos de enriquecimento supergêni-
co (Ni, Mn). Constituem depósitos aluvionares caracteriza-
dos por sedimentos inconsolidados, dominante-
QUATERNÁRIO mente arenosos, representados por areias, com ní-
veis de cascalhos, e lentes de material silto-argilo-
QPa - Formação Araguaia (Barbosa et al., 1966) so e turfa. Distribuem-se principalmente nas planí-
cies de inundação e ao longo das drenagens de
É caracterizada por uma sucessão de sedimen- maior porte, com baixo gradiente e feições anasto-
tos continentais, presente na região do rio Araguaia mosadas, como se verifica na Bacia Hidrográfica
formando uma grande superfície plana denomina- do Rio Araguaia. Associadas às frações mais gros-
da Superfície do Araguaia. seiras, ocorrem concentrações de minerais pesa-
Inicia-se por um nível conglomerático basal cons- dos como: rutilo, ouro, zircão e diamante, que po-
tituído de seixos poligênicos, agregados em matriz dem constituir depósitos de interesse econômico.

– 83 –
Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

5
EVOLUÇÃO GEOLÓGICA
A evolução geológica do Estado de Goiás se
desenvolveu ao longo de sete etapas principais, cu-
ca a toleiítica. Uma primeira deformação com meta-
morfismo associado foi identificada por volta de
jas durações e importâncias relativas são extrema- 2,5Ga por Queiroz et al. (1999). Os principais depó-
mente variadas na edificação do arcabouço geotec- sitos minerais relacionados ao Maciço de Goiás es-
tônico regional. Paralelamente a tentativa de reconsti- tão associados aos Greenstone Belts:
tuição geotectônica, uma nítida evolução metaloge- Depósito de níquel sulfetado do tipo Boa Vista,
nética pode ser observada a partir da colocação em Greenstone Belt de Crixás (Costa et al., 1997).
evidência de uma especialização dos terrenos em re- Depósitos de ouro no Greenstone Belt de Crixás:
lação aos depósitos minerais, que reflete a evolução Mina Nova, Mina III, Meia-Pataca e Mina dos Ingle-
da crosta no tempo e no espaço (figura 5.1). ses (Fortes, 1991; Fortes e Nilson, 1991; Magalhães
e Nilson, 1993; Thomson, 1986; Thomson e Fyfe,
1990; Fortes et al., 1995).
5.1 Individualização do Núcleo Antigo:Terrenos Depósitos de Ouro do Greenstone Belt de Guari-
Granito-Greenstone nos: Maria Lázara e Caiamar (Pulz, 1990,1995; La-
cerda, 1996) associados a zonas de cisalhamento
Os terrenos de idade comprovadamente do afetando a seqüência metassedimentar.
Arqueano (Maciço de Goiás) registrados entre 3,0 Depósito de Ouro no Greenstone Belt de Pilar:
e 2,5Ga ocupam uma área de forma ovalar na por- Cachoeira do Ogó, na serra do Moinho (Pulz, 1995),
ção noroeste do Estado de Goiás, sendo caracteri- associado a zona de cisalhamento.
zados pela presença de Greenstone-Belts Crixás,
Pilar, Guarinos e Goiás Velho, preservados como
sinformes alongados e isolados pelos complexos 5.2 Ciclo Transamazônico
granito-gnáissicos mais antigos – Anta, Caiamar,
Hidrolina e Uvá (Jost et al., 1999). Resultam prova- As unidades relacionadas ao Ciclo Transamazô-
velmente de processos de rifteamento localizados nico são esparsas e pouco conhecidas, de nature-
afetando a crosta original, acompanhados por vul- za e origem variadas. As suas ocorrências concen-
canismo ultramáfico e máfico de natureza komatiíti- trando-se na porção norte do Estado de Goiás.

– 85 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Figura 5.1 – Evolução tectônica esquemática da Faixa Brasília.

– 86 –
Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

5.2.1 Seqüências Associadas aos Greenstone sociados os veios de quartzo auríferos. Ocorrên-
Belts cias de estanho na forma de cassiterita são co -
nhecidas nos exogreisens relacionados aos to-
Seqüência sedimentar-exalativa (SEDEX) tipo nalitos.
Morro Escuro, constituída essencialmente por for - – Seqüência Metassedimentar de Ticunzal (Marini
mações ferríferas bandadas, de origem química, et al., 1978): é composta por gnaisses finos grafi-
compostas por precipitação alternada de sílica e tosos, quartzitos e conglomerados sobrepostos
óxidos de ferro hematita/magnetita, descritas por em discordância angular pelos sedimentos Araí.
Jost & Oliveira (1991). A esta seqüência são relacionadas as ocorrên-
Seqüência clástica tipo Serra do Cantagalo cias de urânio da Serra do Raizama e de Campos
(Danni et al., 1981; Resende, 1997; Baêta Jr. et al., Belos, as quais podem ser classificadas como do
1998) se sobrepondo em discordância a Seqüên- tipo Saskatchewan. Alguns granitos peralumino-
cia vulcano-sedimentar de Goiás Velho, traduzindo sos, sintectônicos, de tipo-S, são intrusivos nos
o fim da evolução dos Greenstone Belts. Nesta se- metassedimentos Ticunzal, apresentando mine-
qüên cia, en con tram-se con glo me ra dos com ralizações auríferas associadas. O melhor exem-
Au-Pi-U do tipo WiO. plo consiste no depósito de ouro de Aurumina,
Complexo granito-gnáissico de Cavalcante, data- cujo granito foi datado por volta de 2,1Ga (Bote-
do por volta de 2,2Ga, constitui o principal conjunto lho et al., 1998).
do apêndice do CSF. Nele encontram-se algumas – O Complexo granito-gnáissico de Cavalcante,
ocorrências de cassiterita associadas a granitos do datado por volta de 2,2Ga, constitui o principal
embasamento paleoproterozóico (@ 2,2Ga). conjunto do apêndice do CSF. Nele encon-
tram-se algumas ocorrências de cassiterita asso-
5.2.2 O Apêndice do Cráton do São Francisco ciadas a granitos do embasamento paleoprote-
rozóico (@ 2,2Ga).
Situado a norte-nordeste de Goiás e sul-sudeste
do To can tins, é re pre sen ta do por gra ni- 5.2.3 Seqüência Vulcano-sedimentar de Anicuns-
tos-gnaisses e faixas isoladas de seqüências vul - Itaberaí
cano-sedimentares deformadas pelo Ciclo Transa-
mazônico (@ 2,0Ga). Este conjunto constitui prova- Ocorre como faixa irregular formando uma estru-
velmente um prolongamento do CSF no Paleopro- tura em arco na região de Aurilândia-Mossâmedes
terozóico (@ 2,2Ga). (Barbosa et al., 1987; Lacerda Filho & Oliveira,
– Se qüên ci as vul ca no-sedimentares, tipo 1995). É constituída por rochas máficas e ultramáfi-
Almas-Dianópolis: no Estado do Tocantins, repre- cas metamorfizadas, associadas a cherts, forma-
sen tam res tos iso la dos de fa i xas vul ca- ções ferríferas, mármores e micaxistos, com ocor-
no-sedimentares do Paleoproterozóico (@ 2,2Ga), rências e depósitos de ouro associados (Anicuns e
de natureza komatiítica a toleiítica, as quais são Aurilândia).
relacionadas inúmeras ocorrências de ouro.
O depósito mais importante é a jazida de ouro de
Almas, a qual foi interpretada como genetica- 5.3 Desenvolvimento do Rift Intracontinental
mente relacionada ao hidrotermalismo associa- no Paleo/Mesoproterozóico
do a uma zona de cisalhamento de alto ângulo.
– Seqüência vulcano-sedimentar tipo São Domin- Após a estabilização da crosta continental no fim
gos (Barbosa et al., 1969; Teixeira et al., 1982; do Ciclo Transamazônico, o novo supercontinente
Faria et al., 1986; Hasui & Almeida, 1970; Fernan- Atlântica é afetado por uma sucessão de eventos tec-
des et al., 1982). Esta seqüência assemelha-se à tônicos que caracterizam a evolução de um rifte intra-
seqüência de Correntina, já no Estado da Bahia. continental (Nilson et al., 1994) e podem ser subdivi-
O vulcanismo de natureza toleiítica é representa- didos nos seguintes estágios ao longo do tempo:
do por basaltos e andesitos, aos quais associ-
am-se grauvacas, tufos ácidos e intermediários e 5.3.1 Intrusão dos Complexos Máficos/Ultramá-
filitos carbonosos, intrudidos por gabros, diori- ficos de Cana Brava, Niquelândia e Barro Alto
tos, tonalitos e granodioritos. A estruturação ge-
ral da faixa é orientada NE-SW, correspondendo Este evento, de importância fundamental na ela-
a importante zona de cisalhamento à qual são as- boração do arcabouço geotectônico do Estado de

– 87 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Goiás, ocorre entre1,0 e 1,7Ga (Correia et al., em 1,56Ga (Pimentel et al., 1991), correspondem
1996,1997; Ferreira Filho et al., 1994; Suita, 1996). provavelmente a uma reativação tectônica do Rift
Esses complexos são diferenciados e acamada- Araí numa área situada a oeste da Subprovíncia Pa-
dos, sendo metamorfizados na fácies granulito. ranã. Os granitos do tipo-A apresentam importan-
Apresentam uma associação de peridotitos, piro- tes mineralizações de estanho e berílio associadas
xenitos e gabros, característica de um ambiente rif- a intensos processos de greisenização (Botelho &
te intracontinental. Apresentam um importante po- Moura, 1998). Nesses granitos, ocorrem corpos de
tencial para mineralizações de platinóides (Ferreira granitos pegmatóides e pegmatitos não-deforma-
Filho et al., 1994; Suita, 1996; Lima, 1997). No Com- dos, ricos em cassiterita e columbo-tantalita, que
plexo de Cana Brava, a tectônica do Ciclo Brasilia- são relacionados a intrusões tarditectônicas no fi -
no atuando sobre a unidade ultramáfica inferior foi nal do Ciclo Brasiliano.
responsável pela formação de um importante de -
pósito de amianto. 5.3.5 Transgressão Marinha Pós-Rift

5.3.2 Intrusão dos Granitos Estaníferos Anoro- Neste estágio sag do rift ocorre uma importante
gênicos da Subprovíncia Rio Paranã sedimentação marinha que ultrapassa largamente
os limites do rift continental, sendo caracterizada
Na região norte-nordeste de Goiás, as intrusões pela deposição de quartzitos e metapelitos, fre-
graníticas de Mendes, Mocambo, Pedra Branca, qüentemente calcíferos, em ambiente de platafor-
Mangabeira, Su curi e Sole da de, data das em ma dominada por correntes de marés e/ou tempes-
1,77Ga (Pimentel et al., 1991), precedem ou são, no tades. Este ambiente tectônico é favorável à forma-
máximo, contemporâneas da abertura do rift Araí. ção de de pó si tos Pb-Zn do tipo se di men-
Esses granitos anorogênicos (tipo-A) mostram im- tar-exalativo (SEDEX). Esta interpretação é favore-
portantes mineralizações de estanho e índio asso- cida pela ocorrência de horizontes de barita inter-
ciadas a processos tardi e pós-magmáticos de calados nos micaxistos do Grupo Serra da Mesa,
greisenização e albitização (Marini & Botelho, como na ocorrência de Canalina, nas proximidades
1986; Botelho, 1992; Botelho & Moura, 1998). de Formoso.

5.3.3 Abertura e Preenchimento do Rift Intracon-


tinental 5.4 Desenvolvimento do Ciclo Brasiliano

Este estágio de evolução do rift é caracterizado O Ciclo Brasiliano inicia-se no Mesoproterozóico


pela sedimentação aluvial e fluvial entrelaçado. A por volta de 1,3-1,2Ga, passando por várias etapas
deposição de brechas e conglomerados intrafor- que culminam com a formação da Faixa de Dobra-
macionais, associados a quartzitos conglomeráti- mentos Brasília (FDB) em 0,6Ga.
cos e grosseiros com abundantes estratificações
cruzadas acanaladas, evidencia o caráter sintectô- 5.4.1 Bacia Meso/Neoproterozóica
nico da sedimentação. Concomitantemente ao de-
senvolvimento do rift, observa-se a ocorrência de No segmento setentrional da FDB, o desenvolvi-
um vulcanismo bimodal (máfico e félsico ácido), mento de uma margem passiva envolve a deposi-
que se traduz por intercalações de basaltos, riolitos ção dos sedimentos marinhos do Grupo Paranoá
e ignimbritos nos sedimentos clásticos. Essa sedi- em ambiente de plataforma dominada por corren-
mentação sinrift é particularmente bem desenvolvi- tes de marés e tempestades. A seqüência sedi-
da nas áreas de Cavalcante, Teresina de Goiás, mentar compreende quartzitos, metassiltitos, ardó-
Monte Alegre e Arraias. Alguns diamantes foram sias, calcários e dolomitos estromatolíticos. Alguns
assinalados na região de Colinas em associação jazimentos de manganês laterítico ocorrem nas ar-
com os conglomerados do Grupo Araí. dósias e nos metassiltitos. Os depósitos se formam
a partir do intemperismo supergênico atuando so-
5.3.4 Intrusão dos Granitos Estaníferos Anoro- bre níveis pelíticos com conteúdo anômalo em Mn
gênicos da Subprovíncia Rio Tocantins presentes na região de São João D’Aliança-Alto Pa-
raíso. Os metassedimentos do Grupo Serra da
As intrusões graníticas de Serra Branca, Serra da Mesa na região de Castelão, municípios de Urua-
Mesa, Serra Dourada e Serra do Encosto, datadas çu/Niquelândia, representam provavelmente as

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

equivalentes metamórficas do Grupo Paranoá. Os cialmente nas porções centro-oeste e noroeste de


dolomitos intercalados nos micaxistos apresentam Goiás (Pimentel & Fuck, 1991, 1992). É constituído
mineralizações Pb-Zn estratiformes na forma de por um conjunto de seqüências vulcano-sedimen-
galena, esfalerita e pirita (Barbosa, 1981). Esses tares e rochas ígneas tonalíticas/granodioríticas,
depósitos podem ser considerados como do tipo freqüentemente metamorfizadas (ortognaisses) e
sedimentar exalativo (SEDEX). Datação Pb/Pb em milonitizadas. Essas rochas apresentam assinatu-
galenas indicam uma idade da ordem de 1,2Ga ras geoquímicas e isotópicas de arco-de-ilhas e
para as mineralizações (Freitas-Silva & Dardenne, margem ativa modernas, representando assim um
1997). Os metassedimentos do Grupo Serra da segmento da crosta continental juvenil na região
Mesa podem representar um equivalente bacinal central do Brasil (Pimentel et al.¸1996). A presença
dos sedimentos marinhos Paranoá, mas existe tam- do arco magmático, que permaneceu ativo entre
bém a possibilidade de correlação com os sedi- 950 e 640Ma (Pimentel et al., 1997), é relacionada
mentos do Grupo Araí. ao desenvolvimento de uma zona de subdução in-
A oeste dos complexos de Cana Brava, Nique- tra-oceânica mergulhando para leste.
lândia e Barro Alto, as seqüências metavulca- As seqüências metavulcano-sedimentares de
no-sedimentares de Palmeirópolis, Indaianópolis e Mara Rosa, Arenópolis, Piranhas e Bom Jardim de
Juscelândia, datadas de 1,3Ga por Pb/Pb e U/Pb Goiás, intrudidas por gabro-dioritos, constituem
(Araújo, 1998; Correia et al., 1999), evidenciam alvos preferenciais para prospecção de ouro e
uma fase de expansão da crosta oceânica no Me- metais-base.
soproterozóico. As seqüências de Palmeirópolis e A Seqüência Metavulcano-sedimentar de Mara
Juscelândia hospedam associados pequenos de- Rosa, formada por volta de 860Ma, deformada e me-
pósitos Cu-Pb-Zn de sulfetos maciços (tipo VMS). tamorfizada no intervalo 790 e 630Ma (Richardson et
As intrusões máficas diferenciadas, compostas es- al., 1986, 1988; Pimentel et al.,1993, 1998) contém
sencialmente por gabros e anortositos, situadas na vários depósitos de Au e Cu-Au:
por ção oci den tal dos com ple xos má fi- – Depósito Cu-Au de Chapada, interpretado como
cos-ultramáficos são provavelmente contemporâ- um depósito vulcanogênico exalativo (Kuyumjian,
neas deste vulcanismo, tendo sido datadas em 1995, 1998) ou como um depósito de tipo
1,3Ga (Suita, 1998; Correia et al., 1999). “porphyry-Cooper” (Richardson et al., 1986).
No segmento meridional da FDB, o Grupo Ca- – Depósito Au de Posse, considerado como epige-
nastra pode ser correlacionado aos sedimentos do nético, associado a hidrotermalismo em zona de
Grupo Paranoá, sendo considerado como uma se- cisalhamento (Arantes et al., 1991 a e b).
dimentação de margem passiva equivalente à de- – Depósito Au-Ag-Be de Zacarias, definido como
posição das rochas do Grupo Araxá em ambiente de tipo VMS, com origem vulcânica exalativa
profundo bacinal (Dardenne, 1978, 1979; Campos (Arantes et al., 1991).
Neto, 1984; Marini et al., 1984; Fuck et al., 1993). Além destes, há o Depósito de esmeralda de
Este grupo é representado por assembléias sedi- Campos Verdes, localizado no contato de talco xisto
mentares e vulcano-sedimentares características derivado de rochas ultramáficas (Santos & Ribeiro
de situações paleogeográficas distintas. Filho, 1992).
Os micaxistos e quartzitos do Grupo Araxá repre- Nesta região, Oliveira et al. (1997) salientam a
sentam sedimentos psamo-pelíticos de natureza tur- importância do hidrotermalismo associado a zonas
bidítica depositados no talude da plataforma conti- de cisalhamento nas mineralizações de ouro.
nental. Os anfibolitos finos, de composição toleiítica, Na Seqüência Metavulcano-sedimentar de Bom
associados a formações ferríferas bandadas e filitos Jardim, a mineralização Cu-Au é considerada
carbonosos das seqüências vulcano-sedimentares como de origem vulcânica exalativa, sendo remobi-
evidenciam uma fase de expansão oceânica nas re- lizada em zonas de falhas transcorrentes (Lacerda
giões de Rio do Peixe, Silvânia, Abadiânia, Ipameri, Filho & Ribeiro Filho, 1985; Seer, 1985).
Abadia dos Dourados, Araxá e Passos.
5.4.3 Bacia de Back-Arc Ibiá
5.4.2 Desenvolvimento do Arco Magmático de
Goiás Os metassedimentos turbidíticos do Grupo Ibiá
foram depositados em ambiente marinho profundo,
Por volta de 950Ma, começou a individualização podendo representar um equivalente estratigráfico
do Arco Magmático de Goiás, o qual foi definido ini- do Grupo Araxá e/ou dos sedimentos glácio-mari-

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

nhos das unidades Jequitaí/Macaúbas. Os dados No segmento setentrional da FDB, esta colisão
geoquímicos indicam um ambiente de arco-de-ilha fica registrada no metamorfismo granulítico, data-
como área-fonte, enquanto os isótopos Sm/Nd mos- do em 790Ma, que afetou os complexos máfi-
tram a existência de fontes distintas: uma mais anti- cos-ultramáficos de Cana Brava, Niquelândia e
ga, situada a leste na área cratônica; e outra mais jo- Barro Alto (Ferreira Filho et al., 1994; Suita et al.,
vem localizada a oeste, relacionada à erosão do 1994; Correia et al., 1997), e nas granadas dos mi-
arco magmático (Seer, 1999; Seer et al., 1999). caxistos da Seqüência Mara Rosa, datadas entre
730 e 700Ma (Moraes, Pimentel & Junges, 1998).
5.4.4 Fase Colisional Precoce Brasiliana em Desta colisão resultou o amalgamento do Maciço
790Ma de Goiás ao CSF.
No segmento meridional da FDB, a colisão é evi-
A fase colisional precoce do Ciclo Brasiliano é denciada pelas datações das intrusões sintectôni-
relacionada à movimentação para sudeste do cas subvulcânicas e plutônicas associadas ao me-
Maciço de Goiás e do Cráton Amazônico (CA) no tamorfismo do Grupo Araxá, que foram datadas na
segmento norte da FDB, e para nordeste do Crá- Seqüência Maratá em 794Ma (Pimentel et al.,
ton do Paraná/Rio de La Plata no segmento sul da 1992). Este magmatismo sin a tarditectônico, de
FDB (figura 5.2). natureza granítica a granodiorítica, possui caráter
peraluminoso e mostra algumas mineralizações es-
taníferas associadas nas áreas de Encruzilhada
(Pires & Miano, 1994) e Sesmaria (Teixeira et al.,
1981), nas proximidades de Ipameri. Esses grani-
tos, que provêm de uma refusão da crosta conti-
nental mais antiga (Paleoproterozóica, @ 2,0Ga),
foram classificados como do tipo-S (Pimentel et al.,
1999).

5.4.5 Bacia de Foreland Bambuí

Sucedendo ao soerguimento da FDB, uma larga


depressão se formou na frente da cadeia de monta-
nha, na qual depositaram-se os sedimentos rela-
cionados aos grupos Vazante e Bambuí. Os dados
geoquímicos e isotópicos (Guimarães, 1997; Cas-
tro, 1997; Castro & Dardenne, 1996; Pimentel et al.,
1999) indicam que a sedimentação do Grupo Bam-
buí foi influenciada em parte pela Faixa Brasília,
através de aportes clásticos originados nos terre-
nos metamórficos e no arco magmático. Esta in-
fluência é particulamente sensível no segmento
meridional da FDB, onde os mecanismos de inver-
são tectônica, devidos à fase colisional precoce,
são muito significativos.
No Estado de Goiás, as mineralizações associa-
das ao Grupo Bambuí são pouco importantes, con-
trastando com as ocorrências e depósitos impor-
tantes de Pb-Zn-CaF2-P2O5 conhecidos no seu pro-
longamento em direção ao sul, no estado de Minas
Gerais.
No momento, conhecem-se pequenas ocorrên-
Figura 5.2 – Evolução Neoproterozóica da Faixa de cias de fosfato nas regiões de Campos Belos e Ca-
Dobramentos Brasília mostrando a posição dos crátons beceiras e Pb-Zn-Ba-CaF2 na região de Nova Roma
e os trends das sucessivas fases de compressão. (Dardenne et al., 1978, 1986).

– 90 –
Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

5.4.6 Fase Colisional Tardia do Ciclo Brasiliano – Depósitos de ouro em zonas de cisalhamento de
em 630Ma baixo ângulo: essas mineralizações são associa-
das a boudins de quartzo de exsolução, geralmen-
A esta fase são relacionados os grandes desloca- te encontrados nos filitos carbonosos do Grupo
mentos orientados preferencialmente de noroeste Canastra (Formação Paracatu) na região de Luziâ-
para sudeste, originados pela movimentação do CA nia e Cristalina (Hagemann et al.,1988). Este tipo
em direção ao CSF, que afetaram todas as unidades de mineralização, caracterizada por teores baixos
da FDB nos segmentos setentrional e meridional. (> 0,4g/t), apresenta grande potencial econômico,
Entretanto, este evento é particularmente significativo como demonstrado no depósito do Morro do Ouro
no seu segmento meridional, onde se traduz pela apa- de Paracatu em Minas Gerais (Freitas-Silva et
rição de um grande sistema imbricado de nappes e al.,1991; Freitas-Silva, 1996).
cavalgamentos em direção ao CSF, que sobrepõe os O último evento tectônico relacionado ao Ciclo
metassedimentos Araxá, Ibiá e Canastra ao Grupo Brasiliano corresponde à reativação do Sistema de
Bambuí. Simultaneamente, os clastos oriundos da ero- falhamento transcorrente Transbrasiliano, com ori-
são dessas unidades integrando os cavalgamentos entação geral N30°E (Marini et al., 1984; Schobbe-
são incorporados aos sedimentos do Grupo Bambuí. nhaus et al., 1975), de abrangência continental,
Este evento tardio, datado em 0,63-0,61Ga na região que limita a FDB a oeste.
de Araxá, por Sm/Nd para o metamorfismo Araxá e
granitos sintectônicos (Seer, 1999), é responsável pelo 5.5 Desenvolvimento das Bacias Paleozóicas
metamorfismo de fácies granulito da Fai- xa Anápo-
lis-Itauçu, que fornecem idade Sm/Nd de 0,61Ga (Fis- No Estado de Goiás, a evolução das bacias pa-
chel et al., 1998). Resultados similares foram obtidos leozóicas pode ser dividida em dois estágios:
ao sul da FDB para o metamorfismo e os granitos sin- Formação das bacias molássicas “intramonta-
tectônicos do sistema de Nappe Socorro-Guaxuapé. nha” de idade ordoviciana, tipo Piranhas, por reati-
No segmento setentrional da FDB, o evento coli- vação do Lineamento Transbrasiliano.
sional tardio é refletido pelo cavalgamento em dire- Preenchimento da sinéclise da Bacia do Paraná
ção ao sudeste, observado ao longo da Megainfle- pelos sedimentos paleozóicos Vila Maria, Furnas,
xão dos Pirineus (Araújo Filho, 1999). Ponta Grossa, Aquidauana, Irati e Corumbataí.
O fim do Ciclo Brasiliano é também marcado por Os sedimentos glaciogênicos do Grupo Aquidaua-
intrusões tardi a pós-tectônicas de natureza máfi- na constituem provavelmente a fonte dos diamantes
co-ultramáfica e granítica. Ao sul da Serra Dourada, encontrados nos rios do SW de Goiás. Nesta mesma
região de Goiás Velho, os complexos de Americano região, os calcários e dolomitos da Formação Irati são
do Brasil e Mangabal, datados em 0,61Ga (Winge, importantes recursos minerais utilizados como corre-
1995; Nilson et al., 1997), constituem corpos máfi- tivo de solos de uma região eminentemente agrícola.
co-ultramáficos diferenciados e acamadados, con-
tendo importantes mineralizações sulfetadas de 5.6 Desenvolvimento das Bacias Mesozóicas:
Cu-Ni-Co (Nilson, 1981). Individualização do Alto do Paranaíba
Numerosas intrusões de granitos calcialcalinos ri-
cos em K ocorrem na porção centro-oeste de Goiás No Cretáceo Inferior, o soerguimento do Alto do
entre 0,63 e 0,59Ga (Pimentel et al., 1999). Paranaíba provocou o isolamento da Bacia do Pa-
Diversos depósitos de ouro são relacionados à raná em relação à Bacia Sanfranciscana.
fase colisional tardia do Ciclo Brasiliano. Esquema-
ticamente, são divididos em duas categorias: 5.6.1 Vulcanismo Basáltico Serra Geral na Bacia
– Depósitos de ouro em zonas de cisalhamento de do Paraná
alto ângulo: essas mineralizações encontram-se
associadas a veios de quartzo que cortam os me- Inicia-se por volta de 140Ma e relaciona-se às
tassedimentos dos grupos Araí e Paranoá nas re- primeiras manifestações que precederam a abertu-
giões de Minaçu, Niquelândia e Cavalcante (Oli- ra do Atlântico Sul. Concomitantemente ocorre a
vo & Marini, 1988; Olivo, 1989; Lacerda, 1986, deposição dos sedimentos continentais do Grupo
1991; Magalhães & Milan, 1996; Silva & Senna Fi- Areado na Bacia Sanfranciscana. À Formação Aba-
lho, 1999; Massucatto & Hippert, 1996; Hippert & eté deste grupo, constituída por conglomerados
Massucatto, 1998; Giuliani et al., 1993; Maga- depositados por rios entrelaçados, são associadas
lhães et al.,1998). as ocorrências de diamante da região de Posse

– 91 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

(Campos & Dardenne, 1997). Os diamantes pro- aos quais são associadas numerosas ocorrências
vêm do retrabalhamento dos sedimentos glaciais de diamante. Paralelamente, os sedimentos per-
permo-carboníferos da Formação Sopa-Brumadi- tencentes aos grupos Mata da Corda e Urucuia se
nho do Supergrupo Espinhaço (Dardenne et al., depositam na Bacia Sanfranciscana.
1991; Campos & Dardenne, 1994).
5.7 Estabilização do Escudo Brasileiro no Ter-
5.6.2 Reativação do Alto do Paranaíba entre 90 ciário-Quaternário
e 70Ma
Com a estabilização do escudo brasileiro no final
A esta reativação são relacionadas as intrusões dos do Cretáceo, iniciou-se uma importante fase de la-
complexos ultramáficos, alcalinos e carbonatíticos aos teritização no Terciário Inferior, com uma segunda
quais são associadas importantes mineralizações: fase ocorrendo no final do Terciário/início do Qua-
– Depósitos de Níquel laterítico associados aos ternário. O intemperismo supergênico favoreceu o
complexos de Iporá e Santa Fé. desenvolvimento de um espesso manto de altera-
– Depósitos de Nióbio-Fosfato-Titânio-Vermiculita- ção que conduziu à formação de depósitos de ní-
Terras-Raras, associados ao Complexo de Catalão. quel laterítico nos complexos máfico-ultramáficos
Simultaneamente à intrusão dos complexos ocor- de Niquelândia-Barro Alto e nos complexos ultra-
rem o vulcanismo alcalino da região de Rio Verde e máfico-alcalinos de Iporá, Santa Fé e Morro do
as intrusões dos pipes com afinidade kimberlítica Engenho.
portadores de diamante na região do Alto do Para- Neste intervalo uma fraca atividade tectônica é
naíba (Gonzaga & Tompkins, 1991). observada, sendo geralmente relacionada à reativa-
ção de antigas falhas, e caracterizada como Neo-
5.6.3 Sedimentação nas Bacias Bauru e Sanfran- tectônica, cuja manifestação principal é registrada
ciscana no graben do rio Araguaia.
As aluviões da região sul de Goiás são conheci-
No Cretáceo Superior depositam-se os sedimen- das portadoras de diamante, sendo intensivamente
tos do Grupo Bauru do lado da Bacia do Paraná, exploradas por garimpeiros.

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

6
RECURSOS MINERAIS E METALOGENIA
A Província Mineral de Goiás abrange os terri- 6.1 Jazimentos Minerais (Ocorrência, Depósito,
tórios do Estado de Goiás e Distrito Federal. Consti- Garimpo, Mina)
tue uma importante província polimetálica e com
minerais industriais, contendo ainda grandes ma - A atividade mineral da região é bastante diversi-
nanciais de águas termominerais. Os 1.720 jazi- ficada, com a exploração processando-se em di -
mentos que compõem esta Província foram agru - versas escalas, desde a atuação de grandes em-
pados em seis classes, em função da sua utilidade presas de mineração até a atividade garimpeira, o
e dos segmentos industriais de que fazem parte : que tem gerado informações em diversos níveis.
– Metais Nobres (ouro, prata e platina); Os tópicos a seguir descrevem os jazimentos
– Substâncias Metálicas (cromo, níquel, cobalto, quanto a sua forma de ocorrência, tamanho, tipolo-
estanho, manganês, vanádio, ferro, nióbio, titâ- gia e controles geológicos, por substância ou grupo
nio, chumbo, zinco e cobre); de substâncias intimamente associadas, tendo-se
– Gemas e Minerais de Pegmatito (esmeralda, di- priorizado os bens minerais de maior importância
amante, cristal-de-rocha, citrino, ametista, turmali- econômica e/ou de maior potencialidade mineral.
na, água-marinha, granada, topázio, amazonita,
crisoprásio, calcedônia, apatita, fluorita e calcita); 6.1.1 Metais Nobres
– Rochas e Minerais Industriais (amianto, fosfa-
to, calcário, dolomita, serpentinito, areia, brita, OURO
argila, caulim, cianita, vermiculita, muscovita,
bentonita, barita, bauxita, andaluzita, actinolita, Constitui um dos bens minerais mais importantes
agalmatolito, grafita, gipsita, talco, rutilo, feldspa- da região, tendo sido cadastrados e reavaliados
to, filito, folhelho, fosforita e tremolita); durante a execução deste trabalho, 303 jazimentos
– Rochas Ornamentais (granito, quartzito, arenito auríferos (minas, jazidas, depósitos e ocorrências)
e mármore). com a individualização de várias áreas mineraliza-
– Recursos Hídricos/Energéticos (água mineral, das, exibindo potencialidades prospectivas liga-
água termal, água sulfurosa e urânio); das a diversos ambientes geológicos.

– 93 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Com base no acervo bibliográfico disponível (La- de minério com teor de 2,2g/t, resultando em
cerda, 1991) e (Araújo Neto et al., 1998), os jazi- 1.026kg de ouro que, reunidas às reservas da Mina
mentos auríferos da região puderam ser classifica- II e Nova, distribuídas na mesma ambiência geoló-
dos segundo uma tipologia baseada na ambiência gica, totalizaram 99.501kg de ouro contido.
geológica, litoestratigrafia e feições estruturais. Magalhães (1991) propôs um controle estrutural
Neste estudo os jazimentos auríferos foram sub- para mineralizações auríferas a partir de zonas de
divididos conforme a proposição do Programa Na- cisalhamentos contracionais e oblíquas, que servi-
cional de Ouro da CPRM (Farina & Matos, 1996) nos ram de conduto para o desenvolvimento de envelo-
seguintes tipos: pes de alteração hidrotermal, alojando corpos de
– Jazimento associado a Greenstone belts e asse- minérios invariavelmente alongados e estirados
melhados; (Lx), segundo a direção N70°W/15° ou condiciona-
– Jazimento associado a Seqüências Metavulca- dos a dobras com eixos paralelos a esta direção
no-sedimentar marinha com suíte bimodal (toleií- (Yamaoka & Araújo, 1988). Magalhães (1991) esta-
tica a calcialcalina); beleceu ainda que as mineralizações auríferas
– Jazimento relacionado a Seqüência Carbonata- acham-se confinadas a milonitos e ultramilonitos
da-Carbonosa; carbonosos (cloríticos-sericíticos, dolomíticos e
– Paleoplacers do Arqueano ao Proterozóico; quartzosos) com veios de quartzo (sulfetos com
– Jazimento de filão de quartzo-aurífero relaciona- Au) e hidrotermalitos (mica-quartzo xistos com sul-
do a grandes lineamentos crustais (falhas e zo - fetos e óxidos; e mármores dolomíticos com sulfe-
nas de cisalhamentos); tos e Au), oriundos da hidrotermalização de meta-
– Residual/supergênico, desenvolvido em zonas basaltos e anfibolitos foliados (protólitos).
de favorabilidade geológica-econômica; Jost (no prelo) classifica os depósitos da Provín-
– Placers recentes; cia Aurífera de Crixás (faixas Crixás e Pilar-Guari-
nos) em três tipos: 1) Depósitos de sulfetos maci-
Jazimento associado a Greenstone belts e asse- ços (Mina III - zona superior); 2) Depósitos de veios
melhados: Os jazimentos de ouro vinculados a es- de quartzo (Mina III- zona inferior) e 3) Depósitos de
tes terrenos acham-se distribuídos principalmente sulfetos disseminados (Mina Nova, Maria Lázara e
nos greenstone belts de Crixás, Pilar de Goiás e Cachoeira do Ogó).
Guarinos, onde ocorrem a Mina III (maior depósito Depósitos de sulfetos maciços: (modelo singe-
do estado), Mina Nova, Meia Pataca, em Crixás; e nético), constituem as lentes compostas de 50-90%
os garimpos Cachoeira do Ogó (Pilar de Goiás) e de arsenopirita + pirrotita, onde o Au encontra-se
Maria Lázara (Guarinos). Neste tipo de terreno encon- como inclusões na arsenopirita, ilmenita e quartzo.
tram-se bloqueadas as maiores reservas do estado, Essas lentes de sulfetos maciços estão intimamen-
com 113.656kg de ouro contido (Araújo Neto, 1998). te associadas com uma assembléia de rochas ricas
Os depósitos da Mina III (figura 6.1) são os mais em Fe e Al, agrupadas como quartzo- clorita-carbo-
expressivos deste ambiente geológico. Situam-se nato xistos, muscovita xistos, e clorita-granada xis-
a 5km a sul da cidade de Crixás e ocorrem, segun- tos em relacionamento gradacional com metaba-
do Yamaoka & Araújo (1988) e Yamaoka et al. saltos. Estes xistos foram interpretados como pro-
(1992), localizados na Formação Ribeirão das dutos de alteração hidrotermal de metabasaltos.
Antas, dispostos em três níveis superpostos (inferi- Associam-se também metassedimentos (xistos
or, intermediário e superior). A mineralização do ní- carbonosos) e margas com biotita.
vel inferior é constituída por disseminações de ar- Depósitos em veios de quartzo: (Mina III - zona
senopirita e pirrotita em xistos grafitosos próximo a inferior) – Veios de quartzo rico em Au, inseridos em
um horizonte de metachert, com intercalação loca- xistos carbonosos, concordantes com a foliação,
lizada de dolomito impuro. As zonas intermediárias contendo cerca de 2% de pirrotita e arsenopirita,
e superior hospedam sulfetos mais densamente com mica branca, matéria carbonosa, plagioclásio,
disseminados até maciço, inseridos em sericita- sericita, carbonato e clorita. O Au ocorre como in-
clorita xistos e clorita-cloritóide-granada xistos dis- clusão de 5-10mm, em quartzo, carbonato, plagio-
tribuídos num pacote com matéria carbonosa. clásio; ou associado à matéria carbonosa.
Na Mina III foram cubadas 5.288.268t de minério Depósitos de Au em sulfetos disseminados:
com teor de 12,7g/t, resultando 67.252kg de metal (Mina Nova, Maria Lázara, Cachoeira do Ogó) –
contido (Magalhães, 1991), enquanto que na Mina Acham-se todos encaixados em rochas profunda-
Meia Pataca, a METAGO cubou 466.527 toneladas mente deformadas. A Mina Nova é hospedada em

– 94 –
Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

Figura 6.1 – Seção Geológica da Zona Aurífera da Mina III - Crixás.

xistos carbonosos e no mesmo contexto dos sulfe- Seqüência Metavulcano-sedimentar Anicuns-Itabe-


tos maciços da Mina III, enquanto os depósitos de raí, tida por alguns autores como a extensão das su-
Maria Lázara e Cachoeira do Ogó ocorrem confina- pracrustais do Greenstone Belt de Goiás. O jazimen-
dos às ZCs (zonas de cisalhamento transcorrente to em foco acha-se condicionado a veio de quartzo,
da Carroça e do Moinho (rampa oblíqua), atraves- encaixado em granada-anfibólio-biotita-sericita-
sando respectivamente as supracrustais de Guari- quartzo xistos, controlado por uma zona de cisalha-
nos e Pilar de Goiás (Pulz, 1995). mento dúctil, dispondo-se segundo a orientação de
Ainda Jost (no prelo.) propõe um modelo pros- uma lineação de estiramento mineral, permeado por
pectivo à Província Aurífera de Crixás, que em esca- alterações hidrotermais (silicificação, carbonatação
la regional seria definido pela zona de intersecção sulfetação, sericitização e cloritização).
das extensas ZC’s (Zonas de cisalhamentos contra-
cional oblíqua e transcorrente) com as supracrusta- Jazimento relacionado a Seqüência Metavulca-
is, coincidentes com expressivas anomalias de po- no-sedimentar bimodal (toleiítica e calcialcalina):
tássio; em escala semi-regional – as zonas minerali- Neste ambiente encontram-se mineralizações aurífe-
zadas estariam preferencialmente hospedadas em ras ligadas ao Arco Magmático do Oeste de Goiás,
metassedimentos, seguidos de metabasaltos e rara- neoproterozóico situado na parte central da Província
mente metakomatiítos e como controle local seriam Tocantins, compreendendo terrenos de arcos-de-
eleitas as zonas de dilatação, nos corredores das ilhas, consistindo em ortognaisses tonalíticos a gra -
zonas de cisalhamento, abrigando expressivos ha- nodioríticos e associações vulcano-sedimentares.
los de alteração hidrotermal ricos em sulfetos, con- Entre estas sobressaem-se as seqüên- cias de Mara
tendo veios e vênulas de quartzo associados. Rosa, Jaupaci, Bom Jardim, Arenópolis/Piranhas e
Já na parte centro-oeste do estado, ocorrem as Iporá/Amorinópolis.
supracrustais do Greenstone Belt de Goiás, repre- Em termos de mineralizações auríferas desta-
sentado pelas metavulcânicas básica e ultrabásica cam-se as contidas na Seqüência Metavulcano- sedi-
e metassedimentos detríticos e químicos do Grupo mentar Mara Rosa, que foi subdividida informalmente
Goiás. Apenas um pequeno depósito da Serra de por Araújo & Campos (1995) em seis unidades.
Cubatão/Candonga foi bloqueado, feita através da Entre os depósitos bloqueados nesta seqüência,
pros pec ção ge o quí mi ca/mi ne ra ló gi ca, pela destaca-se o Cu com Au associado, na região de
METAGO, contido num envelope de alteração hidro- Chapada, situado 8km a sudoeste da cidade de
termal, marcado por expressivas zonas de sericiti- Alto Horizonte (Chapada), hospedado concordan-
zação, onde predomina um quartzo-sericita xisto. temente entre os litótipos da unidade Nmr4 (clorita
Incluído entre os tipos assemelhados de greens- xistos, magnetita xistos, muscovita xistos, hidroter-
tone belts, ocorre um pequeno depósito em Anicuns malitos, metabásicas e metaultrabásicas). O depó-
(Poço da Sociedade), na forma filoniana, inserido na sito apresenta um controle tectônico-estrutural

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

marcado por zonas de cisalhamentos de direção A Seqüência Metavulcano-sedimentar de Bom


N20° -40° E, com di re ções sub si diá ri as de Jardim, formada segundo Seer & Nilson (1985), por
N50°-70°E até N-S. Localmente as zonas minerali- metabasaltos de derivação toleiítica e andesitos e rio-
zadas dispõem-se em dobras isoclinais apertadas litos de origem calcialcalina, hospeda também um
com eixos alinhando-se NNE e planos axiais com depósito de Cu com Au associado, situado a 30km
caimento para NW. O corpo mineralizado apresen- sudeste de Bom Jardim de Goiás, associado a um
ta 1,5km de comprimento por 0,5km de largura e trend NNW-SSE dentro de metatufos (riodacíticos),
80m de espessura, totalizando 134.106t de minério alterados hidrotermalmente (Costa et al., 1979).
com 0,44% de Cu e 0,35g/t de Au (Silva & Sá, 1988), Seer (1985) considerou a existência de um trend
que consiste principalmente em pirita + calcopirita principal N-S para a mineralização, hospedada em
+ magnetita, disseminadas em biotita xistos felds- metatufos (andesíticos) silicificados com intercala-
páticos, xistos sericíticos e zonas silicificadas. Na ções de metachert. O Au ocorre em pequenas in-
mineralogia do minério incluem-se também: hema- clusões dentro da pirita, a qual está associada a ac-
tita, bornita, calcocita, esfalerita, galena, pirrotita e tinolita, quartzo, carbonato, calcopirita, hematita e
molibdenita (Richardson et al., 1986 e Kuyumjian, magnetita, contidas em vênulas seguindo eixos de
1989). O Au é muito fino e ocorre como inclusões dobras EW e N40°-50°W e dentro de zonas cata-
dentro da calcopirita e entre os cristais de sulfetos. clásticas relacionadas a falhas transcorrentes.
O depósito de Chapada teve provavelmente em Seer & Nilson (1985) propõem um modelo vulcano-
sua gênese a contribuição de fluidos magmáticos gênico exalativo para este depósito, modificado
gerados por ocasião das intrusões tonalito-dioríti- por uma redistribuição tectono-metamórfica dos
cas (Kuyumjian, 1999) o que foi confirmado pela minerais formadores do minério.
composição de isótopos de S da pirita e calcopirita Entre as seqüências metavulcano-sedimentares
(Richardson et al., 1988). Estes autores propõem neoproterozóicas, sobressai ainda a de Jaupaci,
um modelo vulcanogênico exalativo a partir da de- onde foi detectado um pequeno depósito em Fa -
posição da Seqüência Mara Rosa, do tipo arco- zenda Nova (Lavrinha), pela Mineração Santa Eli -
de-ilha, seguida de uma redistribuição tectono- na, contido em metadacitos milonitizados, intrudi-
metamórfica durante a Orogênese Brasiliana. dos por sills dioríticos, controlado estruturalmente
Na Seqüência Mara Rosa ocorrem ainda os de- por uma megazona de cisalhamento transcorrente
pósitos de Au de Posse e de Au-Ag-Barita de Zaca- (alinhamento Moiporá-Fazenda Nova-Bacilândia),
rias, situados respectivamente 5km a norte e 11km com direção N20°W.
a oeste da cidade de Mara Rosa. A mineralização de Au primário foi detectada ex-
O depósito de Posse, concordante com os estra- clusivamente através de sondagem, pois a espes-
tos da unidade Nmr 4 segundo Arantes et al. sura do manto de alteração residual, localmente,
(1991a,b), é formado por uma série de lentes com atinge 50m (latossolo + saprólito), conferindo ao ja-
trend NE, subparalelas, notadamente rochas máfi- zimento uma certa predominância da tipologia resi-
cas vulcânicas. Essas lentes constituem produtos dual/supergenética.
hidrotermalizados, marcados por uma zona central A análise dos testemunhos de sondagem permi-
rica em pirita, contendo os maiores teores de Au, tiu diagnosticar uma trama tipo stockwork para a
envolvida por uma zona rica em epidoto + pirita + mineralização, em estreita conexão com os dioritos
sericita. O teor médio deste jazimento atinge 1g/t transformados por hidrotermalismo e a intensa for-
de Au. mação de carbonatos (ankerita + siderita) e arse-
Para o depósito de Au-Ag-Barita de Zacarias, nopirita. A granulometria do Au varia de 20-10 mi-
também localizado na unidade Nmr4 foram bloquea- cra e se encontra associado à arsenopirita, sendo
das 650.000t de minério com teores de 4,4g/t de Au, liberado no saprólito.
48g/t de Ag e 10% de barita. Segundo Arantes et al. Outras seqüências metavulcano-sedimentares,
(1991a, b), o nível mineralizado consiste em um hori- permeadas por vulcanismo toleiítico e calcialcali-
zonte enriquecido em quartzo, subdividido numa no, como Arenópolis/Piranhas, Iporá/Amorinópolis,
parte superior constituída por chert rico em Ba (hi - Silvânia, Rio do Peixe (Pirenópolis-Jaraguá) e São
drotermalito), e uma inferior pobre em Ba contendo Domingos, de posicionamento estratigráfico duvi-
oellacherita (mica de Ba-Cr). A maior concentração doso, assumido como paleoproterozóico, são de -
de metais básicos e preciosos encontra-se na por- tentoras de inúmeros indícios e ocorrências de mi-
ção mais superior, consistindo em Au livre, Ag e bari- neralizações auríferas, suscetíveis de hospedarem
ta e, em menor proporção, Zn, Pb e Cu. depósitos significativos.

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

Jazimento associado a Seqüência Carbonata- ção à origem dos metapelitos, mas contemporânea
da/Carbonosa: Esta tipologia é desenvolvida prin- com os eventos tectono-estruturais, tendo-se for-
cipalmente ligada às seqüências metassedimenta- mado pela combinação da circulação de soluções
res pelito-carbonosas, às vezes calcíferas, do Gru- hidrotermais nas zonas de falhas e fraturas adja-
po Canastra; e psamo-pelítica e psamo-pelito-car- centes ao plano de overthrust. É correlacionada às
bonática do Grupo Paranoá. mineralizações do Morro do Ouro (Paracatu-MG) e
As mineralizações auríferas ligadas ao Grupo Ca- do tipo Carlin (USA).
nastra acham-se distribuídas principalmente nas cer- Neste ambiente geológico destaca-se a jazida
canias de Luziânia (depósito Fazenda Santa Maria/ de Fazenda Santa Maria/Campo Largo (Luziânia),
Campo Largo e ocorrências Ribeirão Santa Maria, onde foram bloqueados 3.720kg de Au contidos,
Rego Saia Velha, Luziânia e Cabeça Seca), (Oliveira com teor médio de 0,62g/t, segundo Pedrosa
et al., 1996). (1988). O Au encontra-se em veios de quartzo en-
Segundo Hagemann (1988) o ouro ocorre em fumaçado, inseridos num pacote de filitos hidro-
veios de quartzo, deformados, em forma de bou- termalizados (quartzo-sericita-carbonato-clorita
din, inseridos em quartzo-sericita filitos, controla- filito do Grupo Canastra), concordantes com a foli-
dos por escamas tectônicas (figura 6.2), separa- ação milonítica (NE-SW/10-20°NW), exibindo alte-
das por zonas de cisalhamento contracional dúc- rações hidrotermais do tipo silicificação, sericiti-
til/rúptil NE-SW/15°-20°NW, com os veios orientan- zação, carbonatação, cloritização e sulfetação. O
do-se na direção N50°-70°W/20°. A mineralização ouro ocorre disseminado em delgados halos de al-
é acompanhada por silicificação, sericitização e, teração, nas bordas dos veios de quartzo e bou-
localmente, piritização. Associam-se arsenopirita, dins, associados a níveis de sulfetos (pirita, arse-
pirita, galena, limonita e calcopirita ao Au nos veios nopirita, calcopirita) em parte limonitizados, na
de quartzo. forma de finos cordões de cristais submilimétri-
O estilo da mineralização de Au em Luziânia, se- cos. O Au também ocorre no interior dos sulfetos
gundo Hagemann (1988), é epigenética com rela- ou como partículas livres.

Figura 6.2 – Modelo de Contrloe Estrutural paa Mineralização de Ouro - Luziânia, SE de Goiás.

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Segundo Olivo (1989), os jazimentos auríferos do dolomita e calcita pigmentada por matéria orgâni-
Grupo Paranoá são controlados pela reativação de ca), sericita e albita, junto às rochas carbonáticas; o
falhas regmagenéticas regionais com direção outro estágio (principal) caracterizou-se pela for-
NE-SW. mação de vênulas de calcita límpida e piritas aurífe-
As mineralizações auríferas acham-se contidas ras (100-750 ppm de Au) ricas em As, Ni Co e V.
no topo da Seqüência Psamo-Pelítica (Unidade E) e
na Seqüência Psamo-Pelítico-Carbonática, sendo Paleoplacer do Arqueano ao Proterozóico: Este
agrupadas em dois tipos principais: veios de quart- tipo ocorre distribuído nas cercanias da cidade de
zo sulfetados encaixados em rochas psamo-pelíti- Goiás, no Morro da Lavra, tendo sido extraído ouro
cas (unidades E e G), com quartzitos cinza- claros, desde os tempos coloniais. Segundo Lacerda
finos, alternando-se com metarritmitos (filitos car- (1991) este jazimento acha-se contido em meta-
bonosos em camadas milimétricas e decimétricas conglomerados na forma de stratabound.
localmente piritosos), distribuídos pelos garimpos Estes metaconglomerados são formados por clas-
Fofoca, Novo e Garimpinho (Cavalcante), Muquém, tos de quartzo, quartzo-clorita xistos e cherts, subar-
Divino e Chapadinha (Niquelândia) e veios/vênulas redondados e estirados, dispersos numa matriz de
de quartzo-carbonato sulfetados em rochas carbo- sericita + quartzo e estão posicionados estratigrafica-
náticas da Unidade F (calcifilitos e filitos calcíferos mente na Seqüência Serra do Cantagalo, que reco-
com lentes de metacalcário e metachert mangane- bre as supracrustais do Greenstone Belt de Goiás.
sífero), representados pelos garimpos Rios do Car- Segundo Marini et al. (1984) estes conglomerados,
mo e Passa Três (Cavalcante), Cachoeira e Santa por conterem ouro, pirita, urânio e seixos de rochas
Rita (Niquelândia). do Greenstone Belt de Goiás, tornam-se correlacio-
Representando o primeiro tipo tem-se o Garimpo náveis à Formação Moeda, em Minas Gerais, e ao
Chapadinha, situado a 24km a sudeste de Niquelân- Grupo Jacobina, na Bahia, assemelhando-se aos de-
dia, investigado pela DOCEGEO, que segundo Olivo pósitos do tipo Witwatersrand na África do Sul.
(1989) a mineralização de Au acha-se confinada a Vários indícios e ocorrências de mineralizações
veios de quartzo com atitude WNW-ESE/ 45°-70°NE, auríferas foram também detectados no âmbito dos
espessura irregular, variando de 5 a 50m, cortando metaconglomerados da Seqüência Serra Dourada
indistintamente os quartzitos e os filitos carbonosos (Oliveira, 1997 e Souza et al. 1999), tida de idade
rítmicos (Unidade G). Quando os veios encontram-se mesoproterozóica. Estes metaconglomerados são
encaixados em quartzitos ferruginosos ocorre um zo- formados por clastos de quartzo e quartzito ferrugi-
neamento hidrotermal - zona da pirita ao lado do veio noso imersos numa matriz quartzo-feldspática,
com teores variando de 0,10 a 14,02ppm, e uma zona suscetíveis de acomodarem depósitos de Au.
mais externa da arsenopirita (1,0 a 2,6ppm). No en-
tanto, quando os veios interceptam filitos grafitosos Jazimento de Filão de quartzo-aurífero relacio-
com pirita não se observa zoneamento e os teores re- nado a grandes lineamentos crustais (falhas e
velaram-se abaixo de 0,10ppm. zonas de cisalhamentos): Nesta tipologia estão
Como protótipo das mineralizações inseridas na relacionados os jazimentos das minas do Buraco
Seqüência Psamo-Pelito-Carbonática ocorre o de- do Ouro (Cavalcante), Aurumina (Nova Roma) e Je-
pósito de Santa Rita, situado a SE de Niquelândia, nipapo (Aurilândia).
conhecido desde o século XVIII e retrabalhado pela A mina do Buraco do Ouro localiza-se no períme-
DOCEGEO na década de 80. Para Olivo (1989) tro urbano da cidade de Cavalcante, foi descoberta
este jazimento é constituído por veios e vênulas pelos bandeirantes e desde 1750 vêm alternando
quartzo-carbonáticas sulfetadas, encaixadas em períodos de atividade e de paralisação. A minerali-
um pacote de rochas metassedimentares hidroter- zação está contida em um veio de quartzo, verticali-
malizadas (metacalcários dolomíticos, metadolo- zado, com cerca de 15m de largura por 1.300m de
mitos porfiroblásticos, metadolomitos ferruginosos, comprimento e 250m de profundidade. O veio en-
quartzitos carbonáticos e filitos calcíticos porfiro- contra-se encaixado em zona de rochas miloníti-
blásticos). cas/filoníticas, formadas em granito-gnaisses do
Os veios/vênulas, controlados por falhas e fratu- embasamento, preferencialmente orientadas se-
ras de direção NNW-ESE/subvertical, são desen- gundo a foliação N20°-40°E. O ouro ocorre na forma
volvidos em dois estágios: no primeiro há a forma- livre, com teor médio de 6,4g/t para uma reserva de
ção, em zonas com fraturamento e/ou brechação, 2.880kg. Outros veios com características seme-
de quartzo, carbonatos portadores de Fe (ankerita, lhantes ocorrem também nas circunvizinhanças.

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

Segundo Massucato (1997) as mineralizações A mina de Jenipapo está localizada a cerca de


auríferas de Cavalcante acham-se encaixadas em 9km a sudeste de Aurilândia, no município de Paraú-
veios de quartzo extensionais (megagashes) quilo- na. Possui uma reserva de 3.693kg de ouro com teor
métricos de direção N80°E, inseridos no contexto médio de 5g/t. A mineralização de ouro está asso-
do sistema transcorrente Cavalcante-Teresina, ciada a veios de quartzo em gnaisses milonitizados
com direção N40°-60°E. Este sistema desenvol- relacionados ao embasamento. Os veios de quartzo
veu-se em granitóides-gnáissicos, com geração de estão dispostos segundo uma zona de cisalhamen-
su per fí ci es mi lo ní ti cas S/C (S=N10°-20°E e to rúptil N45°W, preenchendo fraturas de direções
C=N40°-60°E) que atravessam os gashes e produ- N50°W a N70°W (Barros, 1988 e Oliveira, 1995). As
zem formas que se assemelham a elipsóides prola- alterações hidrotermais presentes são: sericitiza-
tos-lentes alongadas que se interconectam, for- ção, carbonatação, cloritização e epidotização.
mando corpos mineralizados, cujos teores variam O jazimento de Aurumina situa-se no município de
de 10g/t no centro para 50g/t nas extremidades. O Nova Roma, aproximadamente 24km a noroeste da
ouro ocorre próximo das intersecções das superfí- sede municipal. Tem uma reserva de 615kg de ouro
cies S/C, concentrando-se preferencialmente na com teor médio de 4,5g/t. A mineralização é epige-
“C”, e está associado à turmalina. Não ocorre ouro nética hipogênica e está associada a veios de quart-
fora dos domínios foliados sem mica, onde aparece zo encaixados em zonas milonitizadas, N20°-35°E/
somente o quartzo. verticalizadas, desenvolvidas em rochas do emba-
Massucato (1997) sugeriu um modelo de minera- samento granito-gnáissico. Outros minerais asso-
lizações primárias geradas em função do aporte de ciados ao ouro são prata e metais-base.
fluídos hidrotermais em fraturas trativas (T), possi- Filões de quartzo-aurífero relacionados a zonas
bilitando uma deposição de ouro junto às paredes de falha também foram detectados na região de
do gash, tornando-se com seu progressivo preen- Uruaçu-Niquelândia, localizada na porção central
chimento, gradativamente menos mineralizado em de Goiás, onde são descritos uma série de garimpos
direção ao núcleo. distribuídos em oito áreas, com destaque para os ja-
Com a continuidade da deformação sobre os zimentos da Fazenda Boa Vista, Serra do Cantagalo,
gashes já formados, desenvolveram-se foliações Área São João, Área Rio Castelão, Área Morro do
com geometria S/C. Esta deformação pervasiva Avião, Área Córrego Criminoso, Área Córrego do
possibilitou uma reconcentração do ouro nas proxi- Baú (Lacerda & Pereira, 1988), onde são encontra-
midades das instersecções dessas foliações. dos uma centena de veios de quartzo-aurífero mine-
De acordo com Massucato (1997) os gashes, ralizados em ouro com pirita limonitizada.
dentro do Sistema de Cisalhamento Transcorrente Os veios de quartzo auríferos desta região estão
Cavalcante-Teresina, têm notável expressão geo- relacionados a um sistema de falhamentos regionais
morfológica, destacando-se como cristas abruptas discordantes da foliação, com direções variando
em contraste ao relevo aplainado do embasamento N5°-20°W/70°NE e N20°E/80°SE, encaixados nos
granito-gnáissico. Zonas de filonitos/milonitos cor- metassedimentos do Grupo Serra da Mesa, repre-
tam obliquamente alguns gashes, formando de- sentados por micaxistos, com intercalações de
pressões topográficas. As zonas de filonito mos- quartzitos e rochas carbonáticas subordinadas.
tram uma megaestrutura do tipo S/C, consistente A espessura desses veios é variável de 5 a 30cm,
com o padrão dextral do isalhamento Cavalcan- com comprimentos de 10 a 80m, e teores médios
te-Teresina. A mineralização de ouro ocorre prefe- entre 0,10g/t e 22,14g/t.
rencialmente nas margens dos gashes. O ouro é encontrado na forma livre em grãos mis-
Marchetto & Figueiredo (1991) propuseram para tos de ouro + calcocita e como inclusões na calcoci-
a rocha sericítica quartzosa da zona mineralizada do ta, pirita e pirrotita. Pelo intemperismo o mesmo é li-
Buraco do Ouro, origem tufácea vulcano-clástica, berado do sulfeto, formando partículas irregulares,
associada a uma seqüência vulcano-sedimentar do associadas à limonita (Lacerda & Pereira, 1988).
Arqueno. Sugerem também que a mineralização é
hidrotermal epigenética. Em seus estudos foram en- Residual/Supergênico: As coberturas detrito-laterí-
contrados, na zona mineralizada, ouro nativo, pirita, ticas, largamente distribuídas na região do Centro-
turmalina, guanajuatita (AgBiSeS) e minerais do gru- Oeste Brasileiro, formadas a partir de alterações físi-
po da platina: estibiopaladinita (Pd5Sb2), arsenopa- co-químicas e lixiviação de grandes volumes de ro-
ladinita [Pd8(AsSb3], esperrylita (PtAs2) e paladobis- chas, hospedam significativos depósitos de Au em
mutoarsenita [Pd2(AsBi]. zonas de favorabilidade geológica econômica.

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Representando este tipo há o depósito de Lavrinha pelo lançamento de toneladas e toneladas de ma-
(Fazenda Nova), desenvolvido principalmente na terial em suspensão (areia, silte e argila).
zona de alteração superficial, atingindo localmente As maiores concentrações dos depósitos de ouro
50m de profundidade no conjunto latossolo-saprólito. de pláceres recentes estão localizadas ao longo de
Conforme dados da Mineração Santa Elina, o perfil vários sítios favoráveis, nos cursos d’água que dre-
inicia-se com um horizonte superior de ± 1,5m de es- nam as regiões dos terrenos do tipo greenstone belts,
pessura, composto por um solo argiloso/argilo-are- e de seqüências metavulcano-sedimentares, como
noso de cor vermelho-amarelado, contendo alguns nos municípios de Faina, Goiás, Guarinos, Pilar de
nódulos lateríticos (<5%) dispersos, assentado sobre Goiás, Crixás, Uruaçu, Mara Rosa, Estrela do Norte,
um nível pisolítico com matriz argilosa (0,7 a 1,0m), Jaraguá de Goiás, Corumbá de Goiás e Pirenópolis.
que transiciona para uma zona de mosqueamento Dentre estes, destacam-se os seguintes: Rio Ferreira
(0,3 a 0,5m) até atingir a zona intemperizada (sapróli- (Goiás/Faina), Córrego Guarinos e Rio Vermelho (Go-
to) de 47,0m de espessura. Entre a base de intempe- iás), Córrego da Serra de Jaraguá, Córrego Verme-
rismo e o nível limite de oxidação existe uma zona de lho, Água Vermelha, Rio das Almas, Jaraguá, Rio Co-
transição onde sulfetos e carbonatos estão parcial- rumbá e Rio do Peixe (Pirenópolis/Corumbá), Córre-
mente oxidados e cuja espessura varia de 2-10m. go Boa Esperança (Anicuns) e Rio Veríssimo (Ipame-
Estudo prospectivo orientativo realizado pela ri). Em todo o estado, foram cadastrados pelo Progra-
Santa Elina, indicou teores anômalos mais signifi- ma Nacional do Ouro, 131 garimpos (ativos e parali-
cativos de Au e As nas frações mais grossas >100 sados) em pla- cers recentes (Borges et al., 1998a,
meshes, ricas em pisólitos. As couraças lateríticas b); Oliveira et al. (1998) e Araújo Neto et al. (1996 e
forneceram resultados mais baixos. Amostras cole- 1997a, b). Destes, em torno de 78%.
tadas com trados mecânicos até 11m forneceram O ouro em pláceres está associado aos níveis de
de 0,30 a 5g/t de ouro, com reserva estimada de cascalhos, que têm forma lenticular e, via de regra,
713kg de ouro contido. são recobertos por camadas de areia, silte e argila,
Outros jazimentos não menos expressivos desse de dimensões diversas.
tipo situam-se nas zonas intemperizadas dos depó-
sitos metassedimentares de Luziânia e adjacências, PRATA
onde Martins (1991) estudou o comportamento mi-
neralógico do Au nos perfis de intemperismo, resul- Em Goiás a prata ocorre como subprotudo do Au e
tando teores da ordem de 0,43-0,57g/m3 (saprólito); distribui-se nos municípios de Mara Rosa, Estrela do
0,10-0,57g/m3 (laterito cavernoso); 0,49-0,72g/m3 Norte, São João da Barra, Brasilândia e Niquelândia.
(laterito nodular), 0,64-0,83g/m3 (colúvio lateritiza- Merece destaque o depósito de Au-Ag-barita de Zaca-
do) e 0,15 a 0,20g/m3 no filito ferruginoso. rias, situado a 11km a oeste da cidade de Mara Rosa,
encaixado na Seqüência Metavulcano-sedimentar
Placers recentes: A extração de ouro em placers Mara Rosa, unidade Nmr4, com reserva 1.039kg de Ag
recentes está ligada à própria colonização do Esta- e teores de 48g/t de Ag contida. Segundo Arantes
do de Goiás, iniciando-se com os bandeirantes e (1991a,b) o nível contido e mineralizado consiste num
persistindo até nossos dias. Muitas cidades goia- horizonte enriquecido em quartzo (metachert) rico em
nas tiveram sua implantação e desenvolvimento Ba, notadamente na sua parte superior, onde se con-
vinculados ao aproveitamento desse metal. Deste centram Au livre, Ag e metais básicos.
modo surgiram Goiás, Pilar de Goiás, Crixás, Jara- Na região a maior parte da prata utilizada na in-
guá de Goiás, Pirenópolis, Silvânia, Santa Cruz e dústria joalheira provém do reaproveitamento de
Cavalcante, dentre outras. material fotográfico, com grande consumo no muni-
Atualmente, mesmo existindo neste tipo de ambien- cípio de Pirenópolis.
te muitos pequenos depósitos de fácil aproveitamento, As im por ta ções bra si le i ras fo ram de US$
as atividades estão praticamente paralisadas, devido 43.038.000, principalmente como produtos semi-
aos danos que vinham causando ao meio ambiente. manufaturados e produtos manufaturados.
Decorre que o aproveitamento do bem mineral em plá- As exportações foram de 59t de produtos se-
ceres se dá sobretudo pelos garimpeiros, os quais tra- mi-manufaturados (prata bruta e folheados), num
balham de forma rudimentar. Assim, em suas ativida- valor de US$ 6,17 milhões. Na forma de manufatu-
des sem planejamento técnico, destroem as matas ci- rados (objetos de prata) foram exportadas 17t, no
liares e animais, envenenando as águas pelo mercúrio valor de US$ 3,41 milhões e como compostos quí-
usado na extração do ouro, assoreando as drenagens micos, uma tonelada, no valor de US$ 146.000.

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

As discrepâncias nos valores de produção em bre e cobalto. O principal minério de níquel, presen-
relação às exportações, devem-se a fatores como a te nas argilas verdes é uma serpentina niquelífera
clandestinidade dos mercados de ouro e prata, a (garnierita), finamente disseminada, ocorrendo tam-
reciclagem e reaproveitamento de materiais foto- bém em veios e vênulas localizadas em fraturas ori-
gráficos e a obtenção da prata como subprodutos. ginais do piroxenito. A formação de calcedônia so-
bre os peridotitos nas intercalações lenticulares do
6.1.2 Substâncias Metálicas peridotito-piroxenito propiciou àquelas rochas resis-
tência ao intemperismo químico e físico, formando
NÍQUEL as encostas dos “vales suspensos” através da mi -
gração lateral de água meteórica rica em níquel.
Os principais depósitos de níquel da região são do O minério oxidado-silicatado forma chapadões
tipo supergênico-laterítico e se localizam na região sobre rochas peridotíticas e duníticas. É represen-
central de Goiás, ocorrendo associados aos maciços tado por lateritas amarelas (argilas amarelas) que
básico-ultrabásicos de Barro Alto-Goianésia e Nique- constituem 98% do minério oxidado típico. As jazi-
lândia. Depósitos menores, estão relacionados às ro- das deste tipo são encontradas entre as cotas
chas alcalinas do magmatismo cretácico, encontra- 900m e 1.050m, com exceção da área do extremo-
dos no centro-oeste do Estado de Goiás, englobando nordeste, onde são localizadas na cota 600m, em
os corpos de Santa Fé, Morro do Engenho, Montes decorrência de falhamentos
Claros, Rio dos Bois e Morro dos Macacos. Depósito Em Niquelândia e em Barro Alto o minério apre-
do tipo sulfetado foi detectado pela WMC-West Mine senta-se em camadas de contornos irregulares por
Corporation em 1994, localizado a 13km a NW da ci- grandes extensões e com pequena espessura; em
dade de Crixás. Anteriormente, na década de 70, a Barro Alto a espessura média é de 3,72m com co-
Metais de Goiás S/A desenvolveu estudos no corpo bertura de estéril de 2,84m e com extensão de
máfico-ultramáfico de Americano do Brasil, onde aproximadamente 18km (Baêta, 1986). Segundo
também foram cubados minérios sulfetados de Cu, White et al., 1971 lentes delgadas, descontínuas e
Ni e Co. intensamente deformadas de cromitito, sem valor
Em Niquelândia, segundo Pedroso e Schmaltz econômico, ocorrem intercaladas nos dunitos e
(1986) a atuação de processos intempéricos sobre harzburgitos de Niquelândia que também foram
a zona de rochas ultrabásicas concentraram o miné- afetadas por processos intempéricos.
rio de níquel que foi classificado em dois tipos: gar- Na região oeste do estado os depósitos relacio-
nierita, derivada da decomposição do piroxenito nados às rochas de filiação alcalina de idade cretá-
(teor de 0,05% Ni) e oxidado, resultante da alteração cica serão aqui tratados como um conjunto único,
de peridotitos e dunitos parcialmente serpentiniza- por apresentarem características metalogenéticas
dos (0,03% Ni). Segundo Nilson & Ferreira Filho semelhantes. Os jazimentos conhecidos como
(1993), “a geração do minério oxidado envolveu a Morro do Engenho, Santa Fé, Montes Claros, Rio
remoção de cátions solúveis e concentração residu- dos Bois e Morro dos Macacos foram enquadrados
al, entre outros, de Ni, Co, Fe e Mn, inicialmente pre- como corpos intrusivos zonados/acamadados de
sentes em harzburgito e dunito”. Também em Barro forma arredondada e/ou ovalada, geralmente alça-
Alto (Baêta, 1986), a acumulação de níquel deu-se dos topograficamente onde, a partir do centro,
sobre as rochas ultrabásicas parcialmente serpenti- existem rochas ultramáficas representadas por du-
nizadas, onde foi estudada e dividida em três tipos nitos, piroxenitos e peridotitos, passando para ga-
de minério: 1) laterítico, com alto teor de Fe (34%) bros e nefelina sienitos nas bordas, cujos termos
onde o Ni ocorre associado com goethita; 2) serpen- sofrem transições e variações quanto à espessura
tinítico, com baixo teor de Fe (22%) cujos principais e composição mineralógica. As coberturas lateríti-
minerais são do grupo garnierita-serpentina e, 3) mi- cas, às vezes formadas por crostas endurecidas e
nério transicional, ocorrendo entre os minérios laterí- blocos de calcedonito, constituem freqüentemente
tico e serpentinítico com 22 a 34% de Fe, com níquel estas elevações. O mínerio de níquel é do tipo sili-
associado estritamente à nontronita. catado, concentrado sob a forma de minerais do
O perfil completo (figura 6.3), desenvolvido sobre tipo garnierita (principal), serpentina, clorita e espi-
o piroxenito começa pela cobertura detrítica trans- nélios. A garnierita ocorre como em Niquelândia e
portada passando para uma argila vermelha pintal- Barro Alto, ocorre em níveis argilosos próximos de
gada de branco, ferruginosa e caulínica, que passa serpentinitos e neles preenchendo fraturas (figura
a argila verde (esmectita), mineralizada a níquel, co- 6.4). No perfil desenvolvido sobre rocha dunítica

– 101 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Figura 6.3 – Seção longitudinal de Jazida Jacuba II, Niquelândia.

Figura 6.4 – Perfis esquemáticos das mineralizações de Níquel tipo Supergênico-Laterítico.

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

constatou-se, em Morro do Engenho, teores mais


altos (1,0 a 3,0% de Ni) e mais constantes junto à ro-
cha alterada, enquanto que no material argiloso de
cor esverdeada a amarelada, os teores variavam
entre 0,8 a 1,6% de Ni e são de distribuição irregu-
lar. Nas áreas onde há um espessamento da cober-
tura laterítica que alcança até 16m, há também um
aumento do conteúdo mineralizado.
O jazimento de níquel sulfetado denominado Boa
Vista (Costa Jr., et al., 1997), situa-se na porção no-
roeste do Greenstone Belt de Crixás e se associa
com rochas metavulcânicas máficas e ultramáficas,
que se extendem por 7km. A mineralização sulfeta-
da está restrita à base de uma seqüência de rochas
metavulcânicas ultramáficas de espessura variável,
com poucos metros (figura 6.5). O minério consiste
essencialmente em pirrotita (70% do volume), asso-
ciada à pentlandita e à calcopirita, tendo magnetita
e esfalerita como acessórios. Quatro tipos de miné-
rio foram identificados compreendendo, em ordem
decrescente de importância, o venulado, o dissemi-
nado, o maciço e o silicato ocluso. A mineralização e
a análise de elementos como Fe-Ni-S caracteriza- Figura 6.5 – Seção Esquemática do Depósito de
ram uma origem magmática relacionada ao tipo ko- Níquel Boa Vista, Greennstone Belt de Crixás.
matiítico, com temperaturas altas (600°C). Ainda se-
gundo Costa Jr. et al. (1997), a mineralogia do miné- Cavalcante, Monte Alegre e Nova Roma. A Subpro-
rio sulfetado, a presença de estruturas primárias do víncia de Ipameri restringe-se ao local da fazenda
tipo spinnifex, a razão Ni/Cu alta (± 10) a ambiência Encruzilhada e Sesmaria. Em Pirenópolis há ape -
e a idade arqueana, além de outros dados, reforçam nas ocorrências (Quebra-Rabicho). Em todo o esta-
a semelhança com os exemplos do tipo KHNS da do foram cadastrados 20 jazimentos.
Austrália. Os autores alertam para a importância Os estudos, pesquisas e desenvolvimento de tra-
desses estudos estenderem-se a ambientes seme- balhos ampliando o conhecimento sobre as minerali-
lhantes, principalmente em derrames de vulcânicas zações de estanho, nessas regiões, tiveram início
ultramáficas relacionadas aos greenstone belts do mais efetivo com Barbosa et al. (1969). Seguiram-se
Centro-Oeste do Brasil. vários outros, a exemplo de Andrade & Danni (1978),
Fernandes & Hildred (1981), Botelho & Marini (1985),
ESTANHO Botelho (1992), Moura & Botelho (1994). Araújo &
Alves (1979), no Projeto Cana Brava - Porto Real for-
As regiões estaníferas de Goiás, denominadas neceram uma visão geral das mineralizações nas
de Província Estanífera de Goiás (Barbosa et al., subprovíncias do Rio Maranhão e do Rio Paranã.
1969), divide-se nas subprovíncias do Rio Mara- As mineralizações têm sua origem ligada a zo -
nhão e Rio Paranã, seguindo-se em escala menor nas greisenizada de granitóides alcalinos que, se-
as subprovíncias de Ipameri (sudeste de Goiás) e gundo Sparrenberger & Tassinari (1988), perten-
Pirenópolis. Esta divisão de caráter informal atribui cem à última geração de granitos do magmatismo
à Subprovíncia do Rio Maranhão as mineralizações regional. Trata-se de um magmatismo com recor-
relacionadas aos granitóides de Mata Azul, Serra rências do Paleo ao Mesoproterozóico, em concor-
do Encosto, Serra Dourada, Serra da Mesa e Serra dância com as datações disponíveis. O auge da mi-
Branca, na região de Minaçu e Palmeirópolis. Já na neralização ocorre em seu estágio final. Correspon-
Subprovíncia Rio Paranã são incluídas as minerali- dem aos granitos tipo g2d de Botelho (1992) e aos
zações relacionadas aos granitóides da Serra da granitos δ4 na classificação geral deste trabalho.
Soledade, Serra do Mendes (Conjunto Mangabei- Esses granitos são intrusivos no embasamento e
ra), Garimpo Passa-e-Fica, Serra do Mocambo e em rochas cataclásticas de protólito incerto. São
Serra da Pedra Branca, abrangendo as regiões de corpos predominantemente da ordem de 10km de

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

diâmetro e de forma elipsoidal. O batólito de Serra embasamento cristalino ortognáissico, em cone-


Dourada, é bastante extenso, alongando-se a cer- xão com os corpos graníticos. As direções prefe-
ca de 50km na direção Norte-Sul por 10km Les- renciais são as mesmas, em torno de N5°-20°E/
te-Oeste. São corpos alçados na topografia, perfei- 40°-60°NW. No Garimpo Arapuá há um exemplo
tamente destacados em imagem de radar e/ou sa- deste tipo de mineralização, onde aparece uma fai-
télite. Estes granitos representam o principal meta- xa de greisen esverdeado, xistoso, constituído, por
lotecto e fonte primária do estanho na região. cassiterita, quartzo, muscovita e carbonato. Já na
Neste contexto foram individualizados quatro ti- Fazenda Ingazeira, nas proximidades do Granito
pos básicos de ocorrências e formas de mineraliza- Mocambo, as mineralizações estão encaixadas no
ções, que serão sumarizadas segundo as observa- embasamento cristalino, porém, em faixas irregula-
ções de Araújo & Alves (1979): 1) mineralizações res, ricas em biotita e não contendo muscovita. To-
confinadas a zonas de cisalhamentos, greiseniza- davia, o processo é o mesmo, através de greiseni-
das, encaixadas no embasamento cristalino ortog- zação. Nas proximidades do Garimpo Escondido,
náissico e/ou nos corpos graníticos; 2) veios peg- ocorre situação semelhante.
matóides e pegmatitos por vezes com auréolas No segundo tipo, a forma mais freqüente de
greisenizadas; 3) vênulas, bolsões, disseminações ocorrência das mineralizações está associada a
e greisen sobre cúpula granítica; 4) depósitos se- pegmatitos com auréolas greisenizadas. São muito
cundários em aluviões e eluviões. representativas na região de Monte Alegre. Exem-
No primeiro tipo as mineralizações encaixadas plo desse tipo, ocorre no Garimpo Ouro Fino, onde
nos granitóides estão bem representadas nos grani- a cassiterita se apresenta com granulação grossa,
tos Sucuri, Serra do Mendes (Conjunto Mangabeira), em veios pegmatóides com bordas greisenizadas.
Garimpo Passa-e-Fica, e Serra da Pedra Branca. Associam-se à cassiterita, quartzo, feldspatos cau-
Na Serra do Sucuri a mineralização aparece sob linizados, mica e ouro (raro). O mesmo ocorre nos
a forma de veio ou filão, segundo a direção N40°E, garimpos da Pelota e Tucano. Nesses corpos mine-
subvertical. A mineralização de cassiterita, encon- ralizados, quase sempre ocorrem columbita e tan-
tra-se associada a greisen quartzoso, rico em mus- talita associadas. Nos casos acima, esses pegma-
covita. Fluorita, calcopirita e pirita complementam a titos guardam também uma orientação segundo
paragênese. Na Serra do Mendes (Conjunto Man- N50°-70°E/45°NW. Estão encaixados no embasa-
gabeira) e Garimpo Passa-e-Fica a mineralização mento cristalino. Outro exemplo expressivo, bem
encontra-se distribuída em zona de cisalhamento representativo desse tipo de mineralização ocorre
greisenizada, orientada segundo N10°E 40°NW e nos garimpos do Xangai e Xupé. Os veios pegma-
secundariamente N10°W 70°SW. A cassiterita en - tóides contêm minério associado a feldspatos e
contra-se disseminada no greisen, constituído prin- quartzo. Estão encaixados no embasamento filoní-
cipalmente por quartzo, muscovita, pirita e calcopi- tico segundo N10°-20°.
rita. No Maciço Mangabeira, foram identificados a O terceiro tipo refere-se às mineralizações de cú-
presença de minerais de índio (Moura & Botelho, pula granítica cujo melhor exemplo está represen-
1994), associados aos greisens, cuja descoberta tado na Serra da Pedra Branca. Consiste numa
reveste-se de relativa importância, dada a sua rari- área externa do corpo granítico com aproximada-
dade no Brasil. Neste complexo ocorre cassiterita mente 15km2, greisenizada, levemente orientada
em fácies diferenciada do granito, incluindo topá- segundo N-S, em forma de elipsóide. No geral a su-
zio, quartzo e albita. As mineralizações, também fi- perfície granítica aparece recortada por vênulas e
lonianas, encaixadas na Serra da Pedra Branca, bolsões micáceos, ricos em cassiterita. Botelho &
distinguem-se por apresentar várias e pequenas Marini (1985), em estudos sobre as mineralizações
zonas de cisalhamento paralelas, greisenizadas, da Pedra Branca, apresentam perfis esquemáti-
contendo cassiterita, muscovita, fluorita, topázio e cos, bastante detalhados e elucidativos. Botelho
sulfetos como paragênese. A direção preferencial (1992) individualizou neste maciço os granitos tipo
continua N10°E/60°NW. Ressalta-se nestas zonas g2d, que contêm estas mineralizações.
de cisalhamento, na denominada Faixa Placha e/ou O quarto tipo de ocorrências e/ou depósitos es-
Zona da Bacia, estruturas sui generis do tipo “bu- taníferos nessas subprovíncias, são secundários e
chos”, de forma cilíndrica, contendo cassiterita constituídos por aluviões e eluviões resultantes ou
(Botelho & Marini, 1985) (figura 6.6). Ainda nesse derivados dos tipos descritos. São pouco expressi-
padrão destacam-se as mineralizações encaixa- vos e posicionam-se nas adjacências das minerali-
das em zonas de cisalhamento greisenizadas, no zações primárias.

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

Figura 6.6 – Distribuição dos greisens e das mineralizações no Granito Pedra Branca.

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Em suma, pode-se dizer que as mineralizações MANGANÊS


primárias relativas às subprovíncias no Rio Mara-
nhão e Rio Paranã estão relacionadas a granitói- As reservas de manganês no Estado de Goiás
des alcalinos a subalcalinos. São singenéticas de estão distribuídas em dezenas de pequenos jazi-
caráter hidrotermal, pneumatolíticas, associadas mentos supergênicos, na forma de óxidos de man-
a greisens de cúpula ou encaixados nos próprios ganês, principalmente psilomelana e pirolusita, li -
granitos e embasamento cristalino ortognáissico gados aos processos de lateritização da região
circundante. As mineralizações em pegmatitos centro-oeste de idade tércio-quaternária. Embora
estão preferencialmente alojadas no embasamen- as ocorrências desse tipo de mineralização sejam
to regional. Os metalotectos consistem em: 1) pre- conhecidas amplamente no território goiano, so-
sença de granitóides; 2) controle estrutural muito mente são registrados depósitos de minério man-
regular segundo os falhamentos ou cisalhamentos ganesífero nas regiões de São João D’Aliança, Ita-
de direção nordeste e; 3) presença de pegmatitos. beraí, Luziânia, Cavalcante, Niquelândia e Palmei-
ras de Goiás, totalizando 440.403 toneladas de mi-
nério, com teor médio de 39,5% de Mn, o que repre-
Subprovíncia de Ipameri (Sudeste de Goiás)
senta cerca de 174.000 toneladas de Mn contido
(Anuário Mineral Brasileiro, 1997).
Conhecida desde 1959 possui trabalho bem fun- São João D’Aliança – Os depósitos manganesí-
damentado efetuado por Pereira et al. (1981). O de- feros desta região (figura 6.7), abrangem parte dos
pósito principal está localizado na fazenda Encruzi- municípios de São João D’ Aliança, Água Fria, For-
lhada, a 25km de Ipameri. São citadas também as mosa e Alto Paraíso de Goiás.
ocorrências de Sesmaria. As mineralizações são des- O minério de manganês tem sua origem relacio-
critas como corpos lenticulares, concordantes à folia- nada a duas fases distintas: A primeira, de natureza
ção principal dos xistos e quartzitos do Grupo Araxá sedimentar, diz respeito aos aspectos inerentes à
(Pires & Miano, 1994). Várias hipóteses foram propos- rocha-fonte dos pelitos do Grupo Paranoá. A se-
tas para explicar sua gênese, porém, a maioria con- gunda fase, responsável pelas concentrações su-
traditória; segundo os autores acima, poderia ser do pergênicas de minério de manganês oxidado, está
tipo endogreisen. Entretanto, o greisen mineralizado relacionada a processos intempéricos desenvolvi-
está localizado na encaixante dos granitos que ocor- dos em ciclos morfológicos de idade cenozóica: ci-
rem nas proximidades, o que indica exogreisen. Cer- clos Sul-Americano e Velhas.
tamente nas fases pneumatolíticas dos granitos cir- Estes depósitos de manganês se enquadram no
cunvizinhos, foram injetados na foliação da encaixan- tipo de enriquecimento supergênico residual, ori-
te e propiciaram a formação de quartzo, muscovita, ginados a partir de pelitos avermelhados. O miné-
biotita, turmalina, albita, rutilo, hematita e cassiterita. rio ocorre na região apresentando duas feições
A paragênese é associada a processos hidrotermais, morfológicas distintas: A primeira, em superfície,
enquanto que o caráter grosseiro da mineralização constitui-se numa crosta manganesífera formada
indica suspeição de processos de pegmatização. por material eluvionar, onde pisólitos de óxidos de
manganês estão agregados a material argiloso
que passa a granzon em subsuperfície; a segunda
Subprovíncia Pirenópolis
feição é definida por bolsões irregulares do tipo
amas. Os controles condicionantes das minerali-
Trata-se de algumas ocorrências relacionadas a zações são litoestratigráficos (os depósitos estão
granitóides encaixados nos metassedimentos do relacionados a pelitos avermelhados pertencen-
Grupo Araxá, à semelhança de Pires do Rio. A prin- tes ao Grupo Paranoá), geomorfológicos (o miné-
cipal delas encontra-se a 18km a NW de Pirenópo- rio está associado aos lateritos desenvolvidos so-
lis, associada a pequeno corpo granítico. O mate- bre pelitos localizados nos topos das elevações,
rial greisenizado contendo cassiterita encontra-se remanescentes da Superfície Sul-Americana ou
também inserido nos metamorfitos circundantes do degrans formados nas encostas dos vales origina-
granito. dos da dissecação daquela superfície, desenvol-
Em Ipameri, os greisens com cassiterita estão vidos durante o Ciclo Velhas) e estrutural (os jazi-
inseridos nos metassedimentos que circundam os mentos e ocorrências promissoras estão comu-
granitos. As ocorrências de Pirenópolis são pouco mente situados nas zonas de fraturamento, fre-
conhecidas e de importância irrelevante. qüentemente associados aos dobramentos anti-

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

Figura 6.7 – Evolução das concentrações manganesíferas no Distrito Mineiro de São João D’Aliança.

formes locais, favoráveis à infiltração de água, obtidos dos diversos depósitos do Distrito Man -
propiciando maiores condições no desenvolvi- ganesífero de São João D’Aliança permitem esta-
mento do processo supergênico). belecer as seguintes deduções:
Os corpos são de pequenas dimensões, em ge- a) Alto teor em Al2O3 devido à existência de ro-
ral inferiores a 2m de espessura (camadas ou bol- chas argilosas em mistura ao minério;
sões) e afloramentos (blocos), em geral menor que b) Ausência ou não detecção dos elementos como
3m. A zona de rolados e blocos é pouco espessa, Ca, Mg e Na indicam a sua carência no protomi-
alcançando o máximo de 4m e a média de 0,5 a nério (pelito);
1,0m. Em geral, é possível definir zonas de concen- c) Baixo teor em SiO2 evidencia a intensidade dos
trações que raramente ultrapassam 300m x 200m processos de lixiviação;
em área e profundidade de 0,20m até 4m. d) Baixo teor em Fe evidencia a eficiência do com-
O mineral de minério principal é a psilomelana, portamento geoquímico como processo de se -
com quantidades variáveis de pirolusita e tam- paração do Fe e Mn.
bém litioforita. A psilomelana apresenta hábito De acordo com a classificação comercial, o miné-
maciço botrioidal. A pirolusita aparece preen- rio de manganês de São João D’Aliança enquadra-se
chendo cavidades e fissuras ou formando exten- no tipo metalúrgico e é utilizado na fabricação de fer-
sas massas de minério. Os resultados analíticos ro-ligas, como minério de alto e médio teores.

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Itaberaí – Na Região de Itaberaí, os depósitos de mento supergênico, desenvolvido a partir de quart-


manganês são pertencentes aos tipos metamórficos zitos manganesíferos, atribuídos ao Grupo Araí.
com fácies de óxidos primários de concentração re- Niquelândia – A mineralização de manganês do
sidual. As faixas de protominério intercaladas aos município de Niquelândia esta relacionada ao enri-
micaxistos da Seqüência Anicuns-Itaberaí, constitu- quecimento supergênico a partir de rochas quartzí-
em um ou mais horizontes gondíticos que deram ori- ticas manganesíferas, pelíticas ricas em Mn e gon-
gem a acumulações de óxidos de manganês, relati- ditos.
vamente importantes, através de enriquecimento Palmeiras de Goiás – O minério de manganês é
supergênico. O depósito de Anicuns é constituído de baixa qualidade, com 30.000 toneladas, contém
por pro to mi né rio, pre do mi nan te men te sí li- muita sílica e fragmentos de quartzito manganesífe-
co-carbonatado, resultante do metamorfismo regio- ro, pertencente à Seqüência Anicuns-Itaberaí.
nal a partir de rochas de provável origem vulca- Alexânia – Neste município ocorrem duas ex-
no-sedimentar. Este protominério contém, principal- pressivas ocorrências de manganês supergênico a
mente, cristais de espessartita e rodocrosita e exibe partir de filitos do Grupo Canastra que apresentam
textura pegmatóide. O protominério gondítico apre- reserva total de 30.867 toneladas de minério com
senta-se sob a forma interestratificada de lentes teor médio de 22% de Mn.
descontínuas com espessuras inferiores a 1m, inter-
caladas em uma seqüência de sericita xistos, quart- TITÂNIO
zo-muscovita xistos, muscovita xistos e, localmente,
mármores dolomíticos. Os gonditos são predomi- Os principais minérios de titânio produzidos no
nantemente constituídos de proporções variadas de mundo são derivados da ilmenita e do rutilo. A pro-
espessartita e quartzo. Outros depósitos de tama- dução brasileira em 1997 foi de 97.000t de TiO2,
nhos reduzidos, têm sua origem associada à lateriti- provenientes da ilmenita (2,8% da produção mun-
zação dos litótipos granatíferos da Seqüência Meta- dial), somadas as 2.000t oriundas do rutilo (0,5% da
vulcano-sedimentar Anicuns-Itaberaí e/ou dos pro - produção mundial).
tominérios gondíticos pertencentes ao Complexo Em Goiás foram cadastrados 13 jazimentos de ti-
Granulítico Anápolis- Itauçu. O protominério é cons- tânio, localizados nos municípios de Catalão, Santa
tituído por granada-sericita quartzito associado a Bárbara de Goiás, Avelinópolis, Israelândia, Palme-
sericita xisto grafitoso e biotita-granada xisto. O mi- lo, Trindade, Guapó, Aragoiânia, Caldas Novas e
nério ocorre sob a forma de óxidos (psilomelana e pi- Goianira, sendo os dois primeiros os mais expressi-
rolusita) sendo distingüidos dois tipos: vos, cuja reserva total é estimada em 101.222t.
a) Minério Eluvionar – Ocorre na forma de nódulos e (Anuário Mineral Brasileiro, 1997). Engloba minerali-
plaquetas e, não raros, blocos com poucos me- zações de ilmenita, ilmeno-magnetita, anatásio e ru-
tros de diâmetro. Comumente encontra-se aflo- tilo, associadas, predominantemente, a depósitos
rante ou próximo à superfície e é o minério mais primários (complexos básico-ultrabásicos alcali-
abundante. nos), veios de quartzo mineralizados, em rutilo en-
b) Minério in situ – Ocorre como pequenas lentes caixados em coberturas metavulcano-sedimenta-
encaixadas nos granada quartzitos e sericita res, além de depósitos residuais de alteração super-
xistos pertencentes à Seqüência Metavulca- ficial encontrados em diversos córregos do estado.
no-sedimentar Anicuns-Itaberaí. Na região de Santa Bárbara de Goiás foram regis-
Luziânia – A jazida de manganês (psilomelana) tradas três ocorrências de ilmeno-magnetita, asso-
encontrada no município de Luziânia, ocorre tanto ciadas a um corpo gabro-diorítico com lentes de
no manto de alteração dos solos residuais como anortosito acamadado e metamorfizado, denomina-
também associado ao quartzo-sericita xisto grana- do de Complexo Gabro-Anortosítico de Santa Bár-
tífero, pertencente ao Grupo Canastra. O enriqueci- bara, que apresenta dimensões de cerca de 800m
mento do minério ocorreu através de processos su- de comprimento por 200m de largura e que, no con-
pergênicos. Em Alexânia a principal mineralização texto regional, ocorre em contato tectônico com os
formou-se no manto de alteração dos solos residu- micaxistos do Grupo Araxá, com as rochas da Se-
ais, como resultado do enriquecimento supergêni- qüência Metavulcano-sedimentar Anicuns-Itaberaí
co dos filitos subjacentes, pertencentes ao Grupo e os litótipos do Complexo Granulítico Anápolis-Itau-
Canastra, relativamente pobres em manganês. çu. O minério ocorre, predominantemente, associa-
Cavalcante – O jazimento conhecido neste mu- do a corpos de magnetitito que afloram em blocos
nicípio ocorre em crosta laterítica, por enriqueci- que variam de 0,8m a 1,5m de diâmetro (Silva & Nil-

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

son,1990), mineralizados em ilmenita, magnetita, Em Goiás, as mineralizações de rutilo também


sulfetos, espinélio, hematita e caulinita. são encontradas na forma primária associadas aos
Nessa região o minério é prospectado pela Car- xistos do Grupo Araxá (Moros Alto e Agudo - Pira-
vel Goiás-Mineração e Indústria S/A, através de canjuba) e, como resistatos, nas aluviões dos rios
contrato firmado com a Metais de Goiás S/A, tendo Pirapitinga, Veríssimo, Dourados e Corumbá, que
produzido em 1997, 74.523t de ilmeno-magnetita drenam estes terrenos.
(21.822t de TiO2 contido), com teores de 21 a 22% Sua exploração desenvolveu-se principalmente na
de TiO2. década de 30, através do regime de garimpagem.
As mineralizações de ilmenita e ilmeno-magneti-
ta formam finos leitos regulares e descontínuos, CROMO
com 5cm a 30cm de espessura, apresentam hábito
maciço e contêm finas lamelas de magnetita, exi- No Estado de Goiás foram cadastradas 15 ocor-
bindo bordas zonadas e inclusões de pirita, além rências de cromita, que são encontradas nos muni-
de constituírem uma microtextura em rede. Esta va- cípios de Hidrolândia (Morro Feio), Cromínia (mor-
riação mineralógica gera uma alternância de rele- ros da Platina e Magnesita), Mairipotaba (Morro das
vo, ocorrendo a preservação da ilmenita e a martiti- Areias), Morrinhos (Morro das Araras), Pirenópolis
zação e/ou hematitização da magnetita. (Água Fria), além de um série de pequenas ocor -
A genêse destes depósitos de Ti de Santa Bár- rências situadas em Santa Terezinha de Goiás, Pi-
bara é sugerida por Silva (1991), como resultado da lar de Goiás, Jaraguá, Abadiânia e Caldas Novas.
imiscibilidade de dois líquidos magmáticos, com Estas mineralizações estão relacionadas a pro -
diferentes densidades, que produzem em sua in- cessos de diferenciação magmática em corpos ul-
terface, barreiras geoquímicas que concentrariam tramáficos do tipo “alpino”, formando bolsões, di-
as mineralizações. ques e corpos lenticulares e associadas a peque-
Outras ocorrências de ilmeno-magnetita vanadí- nos corpos ultramáficos alóctones, dispostos ao
fera estão localizadas a nordeste do córrego Mari- longo de zonas de cisalhamento, encaixados prin-
nheiro. Apresentam hábito maciço, são levemente cipalmente em rochas do Grupo Araxá. O minério é
magnéticas e estão associadas a corpos plutôni- de baixo teor em Cr2O3 e alto teor em Al2O3, enqua-
cos de metagabros, orientados segundo SW-NE. drando-se no tipo refratário.
A ilmenita e a ilmeno-magnetita ainda são encon- No Morro Feio, ao sul de Goiânia, há uma mina de
tradas em bolsões no Complexo Máfico-Ultramáfi- cromita do tipo podiforme, ocorrendo sob formas
co Goianira-Trindade (piroxenitos, gabros e anorto- de lentes, veios e bolsões irregulares de minério do
sitos). tipo refratário, encaixados em serpentinitos, geral-
Na região de Israelândia (córrego Santa Rosa), mente talcificados e cloritizados. Ocorre também
as mineralizações de Ti estão associadas a intru- como depósitos secundários (aluviões e eluviões).
sões alcalinas (diferenciadas) de idade cretácea e O tipo eluvionar é o mais importante dessa região
são constituídas de ilmenita, ilmeno-magnetita e (Berbert, 1968; Bitencourt & Corrêa, 1970). Com -
magnetita (Marques, 1970). parativamente, possui uma reserva pequena, en-
No complexo de Catalão, a área mineralizada em contrando-se sua lavra atualmente paralisada. Re-
titânio ocorre na forma de anatásio e consiste em sultados analíticos de cromita do Morro Feio apre-
uma faixa N-S, associada às mineralizações super- sentaram teores médios de 33% a 48% de Cr2O3,
gênicas de fosfato e vermiculita, sendo os teores 12% a 30% de Al2O3 e MgO com teor em torno de
médios em torno de 10% de TiO2. Ainda não foi defi- 17% (Bacellar & Leal, 1973).
nido um processo de tratamento desse tipo de mi- A mina mais importante de cromita da região si-
nério que viabilize seu aproveitamento econômico, tua-se no Morro da Magnesita, município de Cromí-
embora as suas reservas sejam muito grandes. nia, onde vem sendo explorada intermitentemente
Em Catalão o minério do tipo anatásio contém re- desde 1945 e hoje está próxima à exaustão. Análi-
servas medidas da ordem de 144.561t com teor ses efetuadas no depósito do Morro da Magnesita
acima de 10% de TiO2, e os direitos de exploração revelaram teores médios de 32% a 41% de Cr2O3 e
pertencem à Metais de Goiás S/A. e à Fosfértil S/A. valores máximos de 42% de Cr2O3, com relação
O controle da produção e consumo nacional é da Cr/Fe de 2,8 a 2,9% e reservas de 22.500t, com teor
TIBRAS S/A., utilizado, principalmente, na elabora- médio de 35% de Cr2O3. A detentora da lavra é a
ção de pigmentos de dióxido de titânio (66%) e pela Magnesita S/A. que aproveita o minério eluvionar
DU PONT do Brasil (34%). na indústria de refratário. Devido suas qualidades

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

de refratária, a cromita de Goiás é usada na fabrica- milhões de toneladas com teor médio de 0,414%,
ção de tijolos para revestimento de fornos para me- tendo ainda 61,4 toneladas de ouro e 38,11 de prata.
talurgia, fabricação de vidros e cimentos. Os principais sulfetos são calcopirita e pirita, onde o
A lavra destes depósitos vem sendo efetuada de primeiro ocorre associado a calcocita e bornita. Ga-
forma rudimentar, principalmente eluvionar, e as lena e esfalerita ocorrem subordinadamente, alojan-
tentativas de exploração do minério primário não do-se em sombras de pressão e nos planos de folia-
surtiram resultados satisfatórios, em função das ca- ção milonítica. Ouro ocorre associado com prata na
racterísticas irregulares dos bolsões, o alto custo estrutura cristalina da calcopirita.
de extração, associada às baixas concentrações O depósito de Bom Jardim de Goiás, região oes-
do minério. Conseqüentemente, toda a lavra con - te, foi estudado pela Cia. de Pesquisa de Recursos
centrou-se nos depósitos eluvionares. Minerais em 1979. A mineralização é do tipo lenticu-
No Complexo máfico-ultramáfico de Niquelân- lar com sulfeto disseminado, confinada em metatu-
dia, Nilson & Ferreira Filho (1993) citam a ocorrên- fos riodacíticos. São rochas silicificadas, freqüente-
cia de delgadas e descontínuas lentes de cromitito, mente cortadas por vênulas ou lâminas quartzosas
relacionadas a depósitos estratiformes de diferen- e, ocasionalmente, por diques de diabásio de es-
ciação magmática, distribuídos em uma faixa de pessura centimétrica a métrica. Os sulfetos ocorrem
vários quilômetros; intensamente deformadas, in- sob a forma de disseminações, vênulas e lâminas in-
tercaladas em dunito-harzburgito em posição inter- terconectadas ou não entre si e dispostas subpara-
mediária da Unidade Ultramáfica. São constituídas lelamente à foliação da rocha encaixante, sem uma
por cromita grossa, rica em Fe³+ que sofreu oxida- aparente direção de controle. Pode ser enquadrado
ção intempérica (White et al., 1971). Segundo Ba- como do tipo vulcanogênico com remobilização por
cellar & Leal (1973) ocorre até 3g/t de platina asso- cisalhamento dúctil. As mineralizações sulfetadas
ciada à cromita do complexo de Niquelândia. apresentam distribuição descontínua, ocorrendo ní-
veis de alta concentração entremeados com faixas
COBRE estéreis, com passagens difusas entre ambas. O mi-
nério sulfetado é constituído principalmente por cal-
O principal depósito de cobre da região ocorre no copirita, tendo calcosita e covellita subordinadas.
município de Alto Horizonte (Chapada), centro norte Como acessórios tem-se Pb e Zn (galena e esfaleri-
do estado. Outros de menor importância localizam-se ta), preenchendo fraturas em rochas andesíticas. O
em Bom Jardim de Goiás e em Americano do Brasil. ouro associado é raro e foi detectado teor de 0,9ppm
Os dois primeiros são do tipo vulcanogênico com re- em análise de rocha por absorção atômica. Os sulfe-
mobilização associada à fase tectônica de natureza tos constituem cerca de 1 a 5% do minério, onde
dúctil-rúptil, e o último é do tipo ígneo acamadado, aproximadamente 30% são representados por cal-
também afetado por efeitos do cisalhamento. copirita com calcocita e covelita subordinadas. Cer-
Em Alto Horizonte o depósito localiza-se 8km a su- ca de 65% dos sulfetos são constituídos por pirita, os
doeste da cidade, onde o minério hospeda-se em outros 5% incluem pirrotita, arsenopirita e marcassi-
uma seqüência com quartzito feldspático, quart- ta, que constituem a ganga sulfetada.
zo-feldspato-biotita xisto e anfibolitos de afinidade O jazimento de Americano do Brasil (figura 6.9), si-
calcialcalina afetados por processos hidrotermais tuado 8km a noroeste da cidade homônima, apresen-
com a geração dos seguintes produtos: epidosito, ta uma reserva total de 4.958.781t. de minério, distri-
pi ri ta-magnetita-quartzo-sericita xis tos, ge dri- buídas em quatro corpos com teores médios de
ta-antofilita xistos, cianita xistos e, subordinadamen- 0,65% de Cu, 0,62% de Ni e 0,049% de Co. Os cor-
te, estaurolita-cianita ortoanfibolito (basalto meta- pos dos minério sulfetados maciços e disseminados
morfizado e alterado hidrotermalmente) (figura 6.8). alojam-se em rochas ígneas acamadadas de compo-
Segundo Kuyumjian (1999), a alteração também sição variando de dunitos a noritos, constituíndo um
inclui, em menor grau, silicificação e metamorfismo corpo alongado na direção E-W, com 9km de compri-
potássico. A concentração de minério é controlada mento por 2,5km de largura, limitado por falhas.
principalmente por zonas de cisalhamento de dire- As unidades melanorito-piroxenitos hospedam
ção N20°-40°E e sistemas secundários N50°-70°E, as mineralizações disseminadas denominadas S1
N10°E, N-S e N20°-40°W. A espessura da zona mine- (3.347.000 de toneladas com teor médio 0,40% Ni,
ralizada varia de 12 a 60m, atingindo até 150m de 0,55% Cu e 0,03% Co) e G2 (544.781 toneladas
profundidade com capeamento estéril entre 10 a com teor médio de 0,56% Ni, 0,55% Cu e 0,03%
60m (Silva & Sá, 1986). A reserva medida é de 155,5 Co). A unidade dunito-periodotito é hospedeira das

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

Figura 6.8 – Geologia da Jazida de Cobre/Ouro de Chapada.

Figura 6.9 – Seção geológica. Jazida de Níquel/Cobre de Americano do Brasil.

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

mineralizações maciças que formam corpos tabu- sença dos veios mineralizados está sempre asso-
lares discordantes do acamamento (com largura ciada à proximidade de níveis com mineralização
média de 2m), dispostos aproximadamente E-W e estratiforme, sendo fruto de remobilização destes.
com mergulho de 60°-70°S, que constituem os cor- Além destas ocorrências existem outras minera-
pos S2 (889.000 toneladas com teor médio de lizações de chumbo em Niquelândia (Fazenda Bar-
1,84% Ni, 1,16% Cu e 0,09% Co) e S3 (178.000 to- roso, Riacho Fundo), Uruaçu (Fazenda Grotão, Rio
neladas com teor médio de 0,69 Ni, 0,55% Cu e Maranhão, Rio do Mulo), Minaçu (Córrego Praia
0,03% Co). Grande), e chumbo-zinco, em Padre Bernardo (Fa-
Os cumulados são litótipos que incluem duni- zenda Colônia). Também, Lacerda (1993) descre-
tos, peridotitos, piroxenitos, hornblenditos e ro- ve no município de Luziânia uma ocorrência de
chas gabróicas (melagabro, melagabro-norito, oli- chumbo-zinco à margem direita do ribeirão Colônia
vina gabro, gabro-norito, norito e hornblenda ga- (extremo-nordeste da Folha Goiânia), onde apre-
bro). Os minerais de sulfeto são pirrotita (65-70%), senta teores anômalos de prata em bolsões carbo-
pentlandita, calcopirita e, subordinadamente, piri- náticos decimétricos a centimétricos, contidos em
ta e cubanita associados com intercrescimentos muscovita-quartzo xisto, quartzo xisto intemperiza-
de espinélio cromífero, magnetita cromífera ou do e quartzitos ferruginosos do Grupo Canastra. Os
com magnetita. As texturas dos principais sulfetos sulfetos estão representados por galena, esfalerita,
incluem grãos irregulares, geralmente formando pirita, com calcopirita e pirrotita subordinadas, com
agregados e delgados cordões de 0,5mm de es- valores geoquímicos anômalos de até 2% de Pb,
pessura, texturas do tipo network ou em célula. A 1% de Zn e 55g/t de Ag.
mineralogia, as texturas e a composição química
dos minerais de sulfetos indicam equilíbrio a tem- 6.1.3 Gemas e Minerais de Pegmatito
peraturas baixas.
O Estado de Goiás apresenta uma grande diversi-
CHUMBO E ZINCO dade de gemas coradas e as principais variedades
encontradas são: esmeraldas, diamante, turmalina,
A principal mineralização conhecida de chumbo topázio, água-marinha, amazonita, cristal-de-rocha,
e zinco no Estado de Goiás ocorre na região de Cas- ametista, citrino, opala, granada, calcedônia, ágata,
telão, abrangendo os municípios de Uruaçu e Ni- crisoprásio, heliodoro, fluorita e calcita.
quelândia. Esta ocorrência, representada por gale- Estas ocorrências foram cadastradas no Catálogo
na e esfalerita está contida em uma seqüência car- de Gemas do Estado de Goiás, e estão subdivididas
bonática descrita por Barbosa (1981), representada em: mineralizações associadas a pegmatitos; mine-
principalmente por dolomitos brancos e calcários, ralizações relacionadas a soluções hidrotermais; mi-
considerada como pertencente ao Grupo Serra da neralizações ligadas a rochas alcalinas; mineraliza-
Mesa. Barbosa, 1981, classifica as mineralizações ções filonianas hidrotermais; mineralizações relacio-
de Castelão em dois tipos distintos: singenéticas es- nadas a enriquecimento supergênico e mineraliza-
tratiformes e epigenéticas em veios. ções diamantíferas, associadas a metaconglomera-
A mineralização estratiforme acha-se inserida dos e aluviões recentes (Lacerda Filho et al., 1998).
em níveis milimétricos, até centimétricos, concor-
dantes com os planos de acamamentos dos dolo- ESMERALDA
mitos, sendo que dificilmente aparece galena no
mesmo nível da esfalerita e vice-versa. A minerali- Esta gema é a mais importante, produzida na re-
zação estratiforme é encontrada dentro de cama- gião, e sua procura remonta ao tempo dos bandei-
das de calcário, como na Serra da Titara. Estudos rantes, que não tiveram sucesso em encontrá-la. A
mais detalhados mostram que ela se localiza sem- primeira descoberta de esmeralda ocorreu em 1920
pre em finos níveis de dolomitos dentro dos referi- na Fazenda das Lajes, município de Itaberaí, e a
dos pacotes de calcário, onde está sendo conside- partir daí inúmeras outras ocorrências foram desco-
rada com alguma perspectiva econômica. bertas, destacando-se as localizadas nos municí-
A mineralização epigenética é representada por pios de Campos Verdes (Santa Terezinha de Goiás),
veios centimétricos, raramente atingindo mais de Pirenópolis, Porangatu, Mara Rosa, Minaçu.
meio metro de comprimento, podendo estar encai- Santa Terezinha de Goiás (Campos Verdes) – O
xada tanto em dolomitos como em calcários, preen- Garimpo de Santa Terezinha constitui o mais impor-
chendo fraturas. Segundo Barbosa (1981) a pre - tante jazimento de esmeralda do Estado de Goiás, e

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

um dos maiores do Brasil, e sua descoberta deu-se corpo granítico, ao longo de zona de cisalhamento
em abril de 1981. Povoado, originalmente a partir do (Araújo, 1997). A mineralização ocorre de forma dis-
garimpo, tornou-se anos depois a cidade sede do seminada em talco xisto e talco-clorita xisto com sul-
município com o nome de Campos Verdes. Deste fetos (pirita), bem como em bolsões ou lentes de bio-
garimpo são extraídos excelentes exemplares, além titito. A zona mineralizada apresenta cerca de 4km
de uma grande quantidade de esmeraldas de quali- de comprimento e 300m de largura, com direção
dade inferior, provenientes de mais de 20 frentes de preferencial N70°E (direção geral do cisalhamento),
serviço, através de um sistema de poços verticais, o que lhe confere um nítido controle litoestrutural. As
que atingem profundidades de até 400m com gale- interpretações sobre a gênese não consideram a hi-
rias irregulares que acompanham as sinuosidades pótese de pegmatito e a mineralização teria se de-
dos corpos mineralizados. senvolvido por injeção de soluções pneumatolíticas
As mineralizações estão condicionadas a deter- (do corpo granítico intrusivo adjacente), que prova-
minados níveis de talco-clorita-xistos carbonáticos velmente serviu de fonte de Be (Leinz & Leonardos,
e biotititos da Seqüência Mara Rosa, onde estão 1936; Araújo, 1997). Segundo Schobbenhaus et al.
presentes processos metassomáticos de albitiza- (1984) foram cubadas neste depósito (reservas me-
ção, piritização, carbonatação e biotitização sobre didas) 1.600t de berilo e 92kg de esmeraldas.
rochas ultramáficas. O depósito tem sido lavrado intermitentemente,
As esmeraldas estão cristalizadas em prismas com produção de lotes comerciais de esmeraldas
hexagonais bem formados, com tamanhos varian- cujos cristais variam de 0,2 a 2cm, exibindo freqüen-
do entre 0,1 e 2,5cm de cor verde sui generis de vá- temente cores verde-amarelado e fraca transparên-
rias intensidades. Os cristais são, em sua maioria, cia. Os cristais menores (milimétricos) geralmente
fraturados. Exibem boa transparência e inclusões exibem melhor qualidade. O cromo e o vanádio são
ou jaças e estão, às vezes, impregnados de carbo- os cromóforos responsáveis pela tonalidade, en-
nato e talco. Localmente ocorrem bolsões enrique- quanto que a aparência turva é atribuída à grande
cidos em esmeraldas de cor verde-intenso, com quantidade de fraturas preenchidas (algumas vezes
boa cristalização e poucas inclusões, constituindo por limonita) e por inclusões fluidas contendo bolhas
gemas de excelente qualidade. gasosas móveis (Leinz & Leonardos, 1936).
Sua origem vem sendo motivo de estudo por par- Mara Rosa – O garimpo de esmeraldas de Mara
te de diversos autores (Lariucci et al., 1990; Costa, Rosa (atualmente desativado) localiza-se na Fa-
1986; Schwarz, 1986), salientando-se que o estudo zenda Bom Jesus, a cerca de 16km a sudoeste da
das inclusões tem fornecido informações valiosas cidade homônima, numa região bastante arrasada
sobre o seu ambiente de formação e revelado se- e laterizada, na qual predominam anfibolitos, xistos
melhanças entre as paragêneses minerais das in- magnesianos, metassedimentos químicos e xistos
clusões e as das rochas encaixantes. aluminosos, atribuídos à Seqüência Vulcano-sedi-
Com base nas características físico-químicas mentar de Mara Rosa. As mineralizações estão en-
das esmeraldas, admite-se que os fluidos ricos em caixadas em veios de quartzo leitoso verticaliza-
Be e CO2 responsáveis pela formação das esme- dos, com espessuras médias de 20cm, associados
raldas, reagiram com as rochas básico-ultrabási- aos corpos de anfibolitos. Os cristais são pequenos
cas encaixantes, propiciando as condições espe- (até 3cm), pouco abundantes, bastante fraturados
ciais para a formação das esmeraldas. Entretanto, e de coloração verde-amarelado (Almeida & Sá,
a fonte destes fluidos mineralizantes ainda é motivo 1983).
de controvérsia, se originários de corpos graníticos Nos municípios de Minaçu, Porangatu e Pirenó-
ou ligados a processos metamórficos. polis são encontradas mineralizações de esmeral-
Itaberaí - O depósito de esmeraldas da Fazenda das associadas a pegmatitos.
das Lajes, está situado a 15km a sudoeste de Itabe- Minaçu – Neste município são encontradas es-
raí, na margem esquerda do Ribeirão do Bugre. Foi meraldas na região denominada Pela Ema, na borda
descoberto em 1920 em cascalhos eluviais, cujos sul do Granito Serra Dourada, associados a veios
cristais foram, a princípio, tidos como turmalinas, pegmatíticos periféricos do granito, encaixados em
caso oposto ao do bandeirante Fernão Dias Paes micaxisto, exibindo espessuras de aproximadamen-
Leme, que encontrou turmalinas quando procurava te 20cm, com os cristais de esmeralda incrustados
esmeraldas. em veios de quartzo em contato com lentes de bioti-
Geologicamente a área é constituída por uma se- tito. Os cristais são geralmente pequenos (variando
qüência de rochas ultramáficas em contato com um de 0,1 a 0,8cm) e de cor verde-amarelado. Os depó-

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

sitos são explorados de forma intermitente através Minaçu – As mineralizações localizam-se na re-
de galerias, com baixa produção (Souza & Zalan, gião da Serra da Mesa, a cerca de 10km a sul da
1977). sede municipal, onde ocorrem em veios pegmatíti-
Porangatu – Esta ocorrência de esmeraldas foi cos, com espessura de 5 a 15cm e comprimento de
descoberta em 1969, a 4,2km a sudoeste desta ci- até 100m, preenchendo fraturas verticais de dire-
dade, também associada a veios pegmatíticos en- ções N10°-30°E (principais) e N50°E e E-W (subor-
caixados em rochas básico-ultrabásicas (talco xis- dinadas). As maiores concentrações estão asso-
tos e clorita xistos) em uma área de 200m de com- ciadas aos veios localizados na porção central do
primento por 12m de largura, e exploradas a uma corpo granítico.
profundidade de até 4 metros. Os cristais estão as- Os cristais possuem cor azul-claro, são hexago-
sociados a outros tipos de berilos e mostram gran- nais e exibem intenso fraturamento. O aproveita-
de variedade de cores e tonalidades (raramente in- mento na lapidação é geralmente baixo (1 a 5%)
colores). podendo, localmente, serem obtidos melhores índi-
Atualmente a produção está interrompida. Ape- ces (Andrade & Daoud, 1995).
sar da limitada qualidade das gemas, já foram pro-
duzidos alguns espécimes com aproveitamento HELIODORO
gemológico.
Pirenópolis – Este jazimento localiza-se 18km a Suas melhores ocorrências situam-se nos municí-
noroeste da sede do município, onde as esmeral- pios de Minaçu e Cavalcante. São provenientes de
das encontram-se disseminadas em biotitito, resul- processos de greisenização e pegmatização; seus
tante da alteração de rochas ultramáficas (talco xis- cristais, com tamanho variando de 2 a 10cm, são con-
to e clorita xisto), em contato com veios pegmatíti- siderados como de boa qualidade para lapidação.
cos mineralizados em cassiterita, provenientes de Os principais jazimentos dessa variedade de be-
um corpo granítico adjacente. rilo localizam-se na região da Serra da Mesa, a cer-
O garimpo é explorado através de pequenas ga- ca de 15km a sul de Minaçu, onde se mostram em
lerias e por alguns poços de até 30m de profundi- veios pegmatíticos marginais ao Granito Serra da
dade. Mesa e associados a cristais de água-marinha.
As gemas mostram coloração verde-escuro, boa No município de Cavalcante os jazimentos de me-
qualidade, e ocorrem sob forma de cristais hexago- nor importância são observados na Serra Branca, lo-
nais de 0,1 a 0,3cm de diâmetro e comprimento de calizada cerca de 18km a sudeste de Minaçu. Estão
até 1,5cm. Os prismas estão amoldados segundo associados aos greisens berilíferos da borda leste
superfícies das microdobras de crenulação dos do domo granítico e seus cristais apresentam me-
biotititos, nas quais se desenvolveram pequenas lhor desenvolvimento nas porções mais centrais do
disseminações de cristais milimétricos de esmeral- corpo, em função da intensidade dos processos de
da (Araújo & Leonardos, 1986). greisenização nesse local (Drumond et al., 1986).

ÁGUA-MARINHA DIAMANTE

É encontrada nos municípios de Cavalcante e Mi- A mais expressiva região produtora de diaman-
naçu, associada a veios pegmatíticos da Subprovín- tes localiza-se no sudoeste goiano, onde ocorrem
cia Tocantins. as rochas sedimentares da Bacia do Paraná, e os
Cavalcante – Nesse município são conhecidas diamantes são encontrados em aluviões e casca-
mineralizações de água-marinha na Serra Bran - lheiras residuais, cuja fonte tanto pode ser os areni-
ca, às margens do rio Tocantins, associadas às tos conglomeráticos da Formação Aquidauana
zonas greisenizadas da borda leste do domo gra- quanto os sedimentos glaciogênicos permo-carbo-
nítico, sob a forma de faixas zonadas vertical- níferos da Formação Vila Maria.
mente. Nesse corpo granítico, a greisenização Nesta região destacam-se os municípios de Ara-
está relacionada às estruturas N-S, com aumento garças e Santa Rita do Araguaia onde existe uma
de intensidade das áreas mais periféricas para as série de garimpos de diamantes ao longo do rio
mais centrais. Araguaia e de seus afluentes, principalmente os
Os cristais, nem sempre bem formados, exibem rios Claro e Pilões. Os diamantes concentram-se
cor azul-esverdeado, chegam a atingir 6cm de com- nos cascalhos grosseiros da base das aluviões dos
primento e apresentam qualidade para lapidação. rios atuais ou de paleocanais. A espessura do cas-

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

calho em certos locais atinge até 17m, com o nível (0,2 quilate), mas a qualidade é muito boa (90% de
de cascalho mineralizado podendo chegar a 1,8m gemas). A maior delas pesou 5 quilates (Gonzaga
de espessura. Noutros locais o diamante é lavrado & Tompkins, 1991).
em níveis conglomeráticos não basais. Os diaman- Nas imediações de Cristalina são encontrados
tes dessa região em geral são pequenos, com peso também pequenos diamantes ao longo do rio São
médio de 0,3 quilate (60mg), dos quais 75% são in- Bartolomeu e seus afluentes, cuja fonte provavel-
dustriais. Há casos, porém, de gemas de boa quali- mente sejam os diamictitos da Formação Jequitaí
dade, que chegam a atingir padrões internacionais (Gonzaga e Tompkins, 1991).
tipo WS-1 e WS-2, com cerca de 16 quilates. Nas proximidades de Caldas Novas os diaman-
Barbosa (1991) estima que as reservas de cas- tes ocorrem ao longo do rio Corumbá e seus afluen-
calho diamantífero desta região do Alto Araguaia tes. São diamantes de coloração branca e de boa
estão em torno de 50 milhões de m3, com teores va- qualidade (80% de gemas). O tamanho médio é de
riando de 10 a 80 pontos/m3. 0,5 quilate, sendo que o maior encontrado pesou
Ainda nesta região são encontrados os garimpos 8,6 quilates (Gonzaga & Tompkins, 1991).
de diamante do município de Mineiros, localizados No sudeste de Goiás, região do Alto Paranaíba,
ao longo dos rios Verde e Capivara, onde os dia- verificam-se mineralizações diamantíferas relacio-
mantes são extraídos em cascalhos aluvionares nadas a metaconglomerados e aluviões recentes e
descontínuos. a rochas alcalinas. Nesta região os diamantes es-
Outras regiões produtoras de diamante são os tão associados tanto a depósitos aluviais quanto a
municípios de Mossâmedes, Niquelândia, Colinas corpos kimberlíticos, estes formando múltiplas cha-
do Sul, Cristalina, Caldas Novas, Ipameri e Cata- minés associadas aos complexos carbonatíticos,
lão-Ouvidor. “fazendo parte de um conjunto de várias dezenas
Na região a norte de Mossâmedes, nascente do de corpos que afloram nas regiões de Catalão-Ou-
córrego Caetano, são lavrados tanto depósitos alu- vidor-Três Ranchos” (Leonardos et al., 1993).
viais quanto coluviais, que se encontram parcial- Os depósitos aluvionares da região ocorrem ao
mente assentados sobre os metaconglomerados e longo do rio Paranaíba desde a região de Ipame-
quartzitos do Grupo Serra Dourada. Sua espessura ri-Catalão até próximo às cidades de São Simão e Pa-
chega a 15-20cm, cujos seixos de quartzitos e de ranaiguara. Alguns sítios exploratórios foram enco-
quartzo apresentam-se mal selecionados e exibem bertos pelas águas da barragem da hidrelétrica de
formas angulares e subangulares. Os diamantes São Simão, de sorte que o diamante é hoje explorado
extraídos nessa região são pequenos, raramente somente em alguns terraços que não foram atingidos
ultrapassando 1 quilate, e predominam os do tipo pelas águas da barragem. A fonte desses diamantes
industrial (Coelho et al., 1985). localiza-se, possivelmente, nos conglomerados da
No nordeste goiano são explorados garimpos in- base do Grupo Bauru, pois a base dessa unidade é
termitentes, principalmente nas cabeceiras dos lavrada na região do Alto Paranaíba, MG. Já o deno-
córregos Piracanjuba e das Éguas, próximos à ci- minado Kimberlito Três Ranchos 4, localiza-se 300m
dade de Posse. As gemas desse local são peque- a sul da sede da fazenda Alagoinha, distante 4,5km a
nas, destacando-se algumas por sua boa qualida- noroeste da cidade de Três Ranchos. Possui área em
de. Os jazimentos dessa região estão associados a torno de 5.000m2, forma alongada com eixo maior
cascalhos aluviais, constituídos por seixos bem ar- medindo cerca de 100m de comprimento. A rocha é
redondados de quartzitos e de quartzo, provenien- maciça, possui textura porfirítica e estrutura brechói-
tes do retrabalhamento dos sedimentos da Forma- de típica de kimberlitos, formada por fragmentos de
ção Urucuia (Barbosa, et al., 1969). granito cisalhado e xenólitos de dunito, harzburgito e
Próximo ao município de Niquelândia são encon- granada lherzolito (Danni et al., 1991). A paragênese
trados diamantes no leito e nas margens do rio Traí- mineral é representada por granada (piropo), olivina,
ras (garimpos do Pau Torto e Cascalho Branco). As diopsídio, flogopita, calcita, espinélio e perovskita.
lentes de cascalho variam de 5 a 80cm, com os sei-
xos de quartzo, arenito, siltito, filito e calcário apre- GRUPO DO QUARTZO
sentando-se com bom grau de arredondamento,
dispersos em matriz arenosa grosseira. Dentro deste grupo são encontradas em Goiás uma
Em Colinas do Sul são encontrados diamantes grande variedade de cores e formas como cristal-
nas aluviões oriundas do conglomerado da Forma- de-rocha, ametista, critino, quartzo róseo, morion,
ção Arraias. As pedras são geralmente pequenas quartzo leitoso, calcedônia, ágata, crisoprásio e opala.

– 115 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

CRISTAL-DE-ROCHA AMETISTA

Esta variedade de quartzo incolor que ocorre A variedade de quartzo de cor arroxeada é en -
em tamanhos variados, é encontrado em grande contrada principalmente nos municípios de Caval-
quantidade na região, principalmente nos municí- cante, Minaçu e Faina, mas ocorrem também em
pios de Cristalina, Niquelândia, Alto Paraíso, Ca- Niquelândia e Alto Paraíso.
valcante e Cromínia. No município de Cavalcante encontra-se o prin-
Cristalina – São conhecidos inúmeros garim- cipal garimpo de ametista de Goiás. Localiza-se
pos na região de Cristalina, a maioria dos quais na Serra de Caldas (fazenda Serrinha) a cerca de
vêm sendo explorados desde a II Guerra Mundial 40km a sudoeste da sede municipal, onde ocorre
(Johnston, 1944). Ocorrem sob a forma de veios, em veios hidrotermais com estrutura pentiforme
com espessuras variando de 20cm até 5m, pre - encaixados nos quartzitos da Formação Arraias,
en chen do fa lhas de di re ção pre fe ren ci al sob a forma de drusas e outras concentrações ir-
N20°-30°E em quartzitos do Grupo Paranoá (Fa - regulares. Exibe coloração arroxeada e tonalida-
ria, 1985). Apresentam cores variadas (incolores, des variando de claras até lilás-escuro. Atualmen-
esfumaçados, amarelados, leitosos) e diversos ti- te a maior parte da produção destina-se à elabora-
pos de inclusões e geminações, possibilitando ção de bijuterias (colares, pulseiras, brincos) e ar-
uma ampla gama de utilização no artesanato mi- tesanato mineral ou ainda sob forma bruta como
neral. Além de Cristalina destacam-se os municí- pedra ornamental (Barbosa et al., 1969).
pios produtores de Niquelândia, Cavalcante, Alto As ametistas encontradas na Serra da Mesa, a
Paraíso e Cromínia. cerca de 20km a sudeste de Minaçu, estão fre-
Niquelândia – Nesse município os garimpos qüentemente associadas à zona pegmatítica mar-
são de pequenas dimensões e os cristais, nem ginal do Granito Serra da Mesa, onde também ocor-
sempre bem formados, encontram-se em veios de rem cristal-de-rocha e quartzo fumê. As formas va-
quartzo alojados em metarenitos do Grupo Para- riam de anédricas a euédricas, em cristais monopi-
noá. Normalmente a maior parte da produção é de ramidais com comprimento entre 5 e 60cm. Nor-
“lascas” de quartzo. malmente são de baixa qualidade, com índice de
Cavalcante – Os principais garimpos de Caval- aproveitamento na lapidação em torno de 3%, em
cante ocorrem em região acidentada, associados razão de zonação de cor. Em cristais límpidos, com
a veios preenchendo fraturas em rochas do Grupo boa transparência e baixa densidade de fratura-
Paranoá. As lavras exploram tanto veios primários mento, o índice de aproveitamento atinge até 25%.
quanto secundários (colúvios). Alguns cristais A tonalidade forte de cor roxa e o aspecto aveluda-
atingem até 50cm de comprimento, porém são de do e límpido (menos freqüente) conferem às ame-
baixa qualidade. tistas da Serra da Mesa propriedades comparáveis
Alto Paraíso – Na região de Alto Paraíso o ga- às produzidas nos garimpos de Pau D’Arco, no
rimpo mais conhecido é o de São Jorge, estabele- Estado do Tocantins (Andrade & Daoud, 1995).
cido a cerca de 25km a oeste da cidade, dentro do Os garimpos de ametistas localizados na Serra
Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Ou- de Santa Rita, no município de Faina, ocorrem sob
tros garimpos situam-se a norte da cidade, nas vi- a forma de veios hidrotermais preenchendo fratu-
zinhanças da rodovia que liga Alto Paraíso a Cam- ras em mármores dolomíticos brechados e silicifi-
pos Belos. Os cristais são de baixa qualidade e cados do Grupo Goiás Velho. As gemas exibem
são produzidos também sob forma de “lascas” tonalidades claras da cor roxa característica, em
(Barbosa et al., 1969). cristais euédricos e anédricos. As várias frentes
Cromínia – Em Cromínia a área garimpada lo- de garimpo revelaram-se antieconômicas devido
caliza-se na margem esquerda do Córrego Santa à baixa qualidade dos cristais encontrados.
Bárbara, a cerca de 6,5km a sudoeste da cidade. CITRINO – Em Cristalina, na região da Serra Ve-
Os cristais ocorrem associados a veio de quartzo lha, ocorrem cristais com tonalidade amarelo-páli-
leitoso, de direção NW-SE, encaixados em xistos do a pardo-dourado, diferenciando-se dos deriva-
do Grupo Araxá. Normalmente são bem gemina- dos da queima de ametistas, os quais possuem co-
dos e com comprimento variando de 5 a 25cm. Os res mais intensas e avermelhadas. Estão freqüente-
garimpos dessa região foram objeto de explora- mente associados a veios de quartzo com o cris -
ção por mais de 20 anos, através de poços e gale- tal-de-rocha. A produção local é quase totalmente
rias, estando atualmente paralisados. utilizada no artesanato mineral.

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

MORION – É uma variedade de quartzo enfuma- intermitentemente, em pegmatitos expostos na bor-


çado com tonalidades mais escuras, encontrado da oeste do Granito Serra Dourada. Estão associa-
no município de Niquelândia, na Serra da Boa Noi- das a berilo e mica, e são caracterizadas por cris-
te, formando cristais bem desenvolvidos e explora- tais bem formados, com dimensões variando de 1 a
dos de forma intermitente. 20cm de comprimento e 0,5 a 2cm de diâmetro.
CALCEDÔNIA – Em Goiás, esta variedade crip- Normalmente são límpidas, de transparência boa e
tocristalina fibrosa de quartzo é encontrada na en- tonalidade média a forte, e apresentam índice de
costa sul da Serra da Boa Vista, a oeste da cidade aproveitamento na lapidação na faixa de 10 a 25%
de Santo Antônio da Barra, onde aparece encaixa- (Marini et al., 1974). Apesar do grande potencial da
da em arenitos da Formação Bauru, formando dru- região, a produção atual é pequena, em função da
sas cinza-claras de aspecto opalino translúcido e falta de investimentos nesse setor. Diversas ocor -
bandamento incipiente, em corpos irregulares, lo- rências de turmalinas pretas são encontradas nos
calmente com formas tubulares ou ramificadas (Ya- municípios de Goianésia, Anicuns, Goiás, Ceres e
nhez et al., 1983). Itapirapuã, onde normalmente se associam a cris-
ÁGATA – É encontrada em Goiás nos municípios tal-de-rocha. Nesses locais as gemas raramente
de Jandaia e Edealina, como inclusões esféricas ou são utilizadas em joalherias, sendo comercializa-
em forma de amêndoas, originando um desenho das como espécimes para colecionadores.
em bandas de deposição rítmica preenchendo ca-
vidades por sílica criptocristalina (Godoy, 1968). TOPÁZIO
CRISOPRÁSIO – Trata-se de um tipo de calcedô-
nia de tonalidade verde-maçã, cuja cor provém do Ocorre em pegmatitos associados ao Granito
óxido de níquel e é encontrada na Serra da Mantique- Serra da Mesa, localizado a sul do município de Mi-
ira, associada a zona ultrabásica do Complexo de Ni- naçu, onde se apresenta nas variedades azul, inco-
quelândia, onde os cristais se formam por processos lor e branco leitoso, sob a forma de cristais prismáti-
de intemperismo químico sobre rochas ultrabásicas e cos monopiramidais bem desenvolvidos, com
que, por lixiviação do magnésio, teriam propiciado a comprimento entre 5 e 20cm e diâmetro de 3 a 8cm.
formação de um resíduo silicoso sem fraturas sob a O grau de transparência varia de alto (variedades
forma de calcedônia (Pedroso & Schmaltz, 1986). azul e incolor) a muito baixo (branco leitoso). A bai-
OPALA – É uma variedade amorfa de aspecto le- xa densidade de fraturamento e a homogeneidade
itoso ou opalescente do quartzo que exibe grande da cor conferem índices de aproveitamento na lapi-
diversidade de cores (branca, cinzenta, azul, ver - dação da ordem de 5 a 30%, para cristais pré-sele-
de, alaranjada, incolor e matizes pálidos do amare- cionados (Andrade & Daoud, 1995).
lo), que ocorre preenchendo cavidades de rochas
sedimentares no Morro da Bocaina a 3,5km a sudo- GRANADA
este da cidade de Paraúna, onde se associa aos
arenitos da Formação Aquidauna. É encontrada no Garimpo Pela Ema (Monchão
da Granada), localizado na borda sul da Serra Dou-
TURMALINA rada, município de Minaçu. Sua gênese está asso-
ciada a xistos afetados por alteração metassomáti-
Os mais importantes jazimentos de turmalinas ca (Lima Jr. et al., 1984) com os cristais bem forma-
são encontrados na região norte do Estado de Go- dos e exibindo cores vermelhas a acastanhadas.
iás (Montividiu do Norte e Campinaçu), onde varie- Em Carnalina, município de Campinaçu, também
dades verde, rosa, bicolor, azul e preta são produ- são encontrados garimpos de granada.
zidas em regime de garimpagem e comercializa-
das em sua forma bruta, sendo conhecidas nacio- FLUORITA
nalmente pela sua qualidade e variedade. Estão
associadas às fases pegmatíticas do Granito Serra Ocorre, na Serra Branca, município de Caval-
Dourada e são lavradas nos garimpos do Córrego cante, onde se mostra sob a forma de cristais bem
Mateira e Córrego Curriola (Campinaçu) na con- formados, às vezes, de cor violeta, associados a
fluência do córrego das Pedras com o rio Capivara cristais de berilo, formando massas disformes inse-
(Trombas). ridas em muscovita greisens. As zonas greiseniza-
No município de Montividiu do Norte, turmalinas das enriquecidas permeiam tanto o núcleo do
verdes, rosas e bicolores vêm sendo garimpadas, domo granítico quanto seu bordo leste, observan-

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

do-se, contudo, uma intensificação do metassoma- No subúrbio de Anápolis ocorre a fonte Olhos
tismo, da periferia para o centro do corpo (Andrade D’água, encaixada em granada gnaisses decom-
& Daoud, 1995). postos do Complexo Granulítico, capeados por es-
pessa cobertura de solo, exibindo temperaturas
AMAZONITA médias de 23°C, pH 5,4, vazão de 3.000 l/h e produ-
ção de 5.708.307 litros (1997).
É uma variedade verde de feldspato que é encon-
trada no município de Minaçu, onde está genetica- ÁGUA TERMAL
mente associada a veios pegmatíticos (principal-
mente os marginais) do Granito Serra da Mesa As principais fontes de água termal de Goiás
(Monchão Velho). Os cristais são tabulares, alcan- acham-se localizadas nos municípios de Caldas
çam até 50cm de comprimento e apresentam cor Novas e Rio Quente, constituindo-se no maior ma-
verde com tons azulados e intenso desenvolvimento nancial hidromineral da região, ocorrendo no esta-
de pertitas, que lhe conferem coloração esbranqui- do outras surgências termais, onde ainda não fo -
çada. Localmente, são observadas faixas com cris- ram efetuados estudos, como a Lagoa Santa (Itajá),
tais de excelente qualidade gemológica, inteiramen- Rio Dois Irmãos (Pirenópolis), Fazenda Água Quen-
te isentos de pertitas (Andrade & Daoud, 1995). te (Alto Paraíso de Goiás) e Cachoeira Dourada,
além de outras fontes menores (apêndice 1).
CALCITA As surgências de Caldas Novas e adjacências,
vêm sendo pesquisadas desde 1722, onde são re-
A calcita é um mineral do grupo dos carbonatos latadas vazões consideráveis e temperaturas de
que se manifesta como cristais, geralmente trans- até 50°C, nas fontes distribuídas principalmente no
parentes e incolores, encontrados nos municípios entorno da Serra de Caldas, em metassedimentos
de Amorinópolis, Jandaia e Padre Bernardo. do Grupo Araxá, com destaque para as nascentes
Na Fazenda Águas Emendadas, situada entre do ribeirão Água Quente, Lagoa de Pirapitinga e as
Amorinópolis e Montividiu, na margem direita do fontes termais do rio Caldas, atual zona urbana de
córrego Verde, são encontrados cristais de calcita Caldas Novas (figura 6.10).
bem desenvolvidos de até 10cm de comprimento, Sua gênese, inicialmente foi atribuída a atividade
com colorações amarela, cinza e cinza-negro, mas vulcânica em função da forma geomorfológica da
raramente transparentes, estando associados às Serra de Caldas, no entanto, dados mais recentes
rochas alcalinas que cortam os arenitos da Forma- atribuem sua origem a processos de aquecimento
ção Aquidauana (Bottcher, 1989). da água por grau geotérmico.
Outra ocorrência de calcita, sob a forma de filão alo- O grande potencial de água termal de Caldas
jado em mármores do Grupo Canastra, é encontrada Novas, transformou a região de Caldas Novas e
na Fazenda Colônia, município de Padre Bernardo. Rio Quente no maior pólo turístico do Centro-Oes-
te e representa uma das mais importantes estânci-
6.1.4 Recursos Hídricos/Energéticos as hidrotermais do Brasil, com exploração de inú-
meros empreendimentos comerciais de turismo e
ÁGUA MINERAL hotelaria.
Campos & Costa (1980) identificaram na região
As fontes de água potável comercializadas como de Caldas Novas, micaxistos e quartzitos do Grupo
água mineral encontradas na região estão condicio- Araxá e os quartzitos, metargilitos e metassiltitos do
nadas ao contexto litoestrutural das rochas do Com- Grupo Paranoá, que constituem a Serra de Caldas, e
plexo Granulítico Anápolis-Itauçu e do Grupo Araxá e identificaram quatro tipos de surgências de águas
estão associadadas a possíveis conexões hidráuli- termais da região:
cas entre os sistemas de fraturas e falhas de alívio de a) Fontes localizadas no domínio das rochas quart-
tensões, que ocorrem nas proximidades dos princi- zíticas (Grupo Paranoá), confinadas a fratu-
pais centros consumidores, Goiânia e Anápolis, onde ras/falhas, que propiciaram as maiores vazões,
foram cadastrados mais de uma dezena de poços. da ordem de 6.300m3/h, com temperaturas rela-
Nas proximidades de Goiânia são cadastradas tivamente mais baixas, em torno de 27,5°C, com
duas fontes de água potável, com surgência a meia máxima de 37,8°C (Poço do Governador-Pousa-
encosta, explorados pela Empresa Indáia Brasil- da do Rio Quente), devidas em parte à contami-
Águas Minerais Ltda. nação por águas superficiais (lençol freático);

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

Figura 6.10 – Distribuição das Águas Termais da Região de Caldas Novas.

b) Fontes associadas ao pacote metargilito/metas- com as águas meteóricas sendo aquecidas no seu
siltito (Grupo Paranoá), constituindo um nível se- percurso descendente, na depressão de Caldas
mi-confinante, quando posicionado entre quart- Novas, onde atingiriam temperaturas da ordem de
zitos; ± 50°C, reflexo da pofundidade média do pacote
c) Fontes situadas no domínio dos milonitos e cata- de sedimentos atravessados. O aumento da pres-
clasitos que formam a zona de cisalhamento são gerado em função do confinamento a que es-
contracional (empurrão), onde são colocadas tão submetidas, favorece a ascensão dessa água
escamas dos metamorfitos do Grupo Araxá so- por corrente de convecção, através das fraturas e
bre os metassedimentos do Grupo Paranoá, re- falhas, em condições hidráulicas favoráveis.
vestindo-se de um aqüífero importante, à medi- Para estes autores a recarga do sistema hidroter-
da em que as fraturas associadas interconec- mal efetiva-se através da percolação de água meteó-
tem-se com o reservatório termal inferior (Espla- rica, intergranular, nos metassedimentos do Grupo
nada-Rio Quente); Paranoá, canalizada por falhas/fraturas de direções:
d) Fontes ligadas aos micaxistos e quartzitos do N-S, N40°-60°W, N60°-70°E e N45°W (falha transcor-
Grupo Araxá, constituindo-se um aqüífero muito rente), situadas a leste/nordeste de Caldas Novas.
explorado na região, com sua conexão hidráuli- O modelo hidrogeológico conceitual proposto
ca efetuada através de falhas reversas e fraturas por Campos & Costa (1980) baseia-se na existên-
de tensão. cia de uma grande depressão, atulhada de sedi-
Segundo estudos realizados por Campos & mentos correlacionados ao Grupo Paranoá que
Costa (1980), estas surgências estão condiciona- constitui a Serra de Caldas, capeada por sedimen-
das ao contexto litoestrutural e às eventuais cone- tos Araxá, através de tectônica de nappe de oeste
xões hidráulicas entre o sistema de fraturamento para leste, constituindo uma janela estrutural de for-
superficial e o profundo, e sua gênese estaria liga- ma elíptica, com este contato apresentando-se
da ao aquecimento da água por grau geotérmico, bastante fraturado.

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Este modelo é suportado pelos dados gravimé- Dados obtidos pelo DNPM-VI Distrito, constata-
tricos (Haralyi, 1978; Barreto Filho & Costa, 1981) ram que o uso intensivo e indiscriminado dessas
que determinaram a existência de uma depressão águas quentes da região de Caldas Novas tem pro-
gravimétrica na região da Serra de Caldas, cujo li- vocado um contínuo rebaixamento do nível piezo-
mite anômalo situa-se em curvas de 120mgal e métrico, da ordem de 45m no período de jun/1979 a
numa área aproximada de 1.500km2 e profundida- jun/1995, acarretando resfriamento e extinção de
de da ordem de 1,2km. algumas fontes termais. Nesse sentido este órgão
Estudos recentes sobre a natureza composicio- passou a efetuar um controle mais efetivo desta uti-
nal de amostras de águas termais, retiradas de po- lização em hotéis e pousadas, o que já refletiu na
ços tu bu la res de gran de pro fun di da de (até recuperação deste aqüífero termal.
1.000m) e de águas surgentes na Pousada do Rio Com o represamento das águas do rio Corumbá, fe-
Quente, realizados por Tröger et al. (1999) sugerem ito para a construção de hidroelétrica, a partir de 1998,
uma nova proposta para o ciclo das águas termais formou-se um extenso lago, que inundou as cercanias
da região, com a existência de três tipos de reser- da cidade de Caldas Novas, suscitando acirradas dis-
vatórios: 1) freático; 2) Araxá e 3) Paranoá. O Aqüí- cussões em face da possibilidade de contaminação e
fero Araxá caracteriza-se pela presença de fluore- afogamento do lençol de água termal (inferior) pelo
tos e, já o Aqüífero Paranoá, além de não apresen- freático, provocando um resfriamento das águas
tar esses compostos, caracteriza-se pelo alto con- quentes de Caldas Novas. Os estudos desenvolvidos
teúdo em SiO2 e baixos teores de HCO3, Na e K. pelos técnicos da Empresa Centrais Hidroelétricas
Constataram também que, com a percolação das Furnas S/A.em 1983, sinalizaram em favor de que não
águas através das fraturas, passando dos micaxis- haveria contaminação com conseqüente resfriamento
tos do Grupo Araxá para os quartzitos do Grupo Pa- das águas termais de Caldas Novas, em conseqüên-
ranoá, os teores em todos ions não aumentam. As cia da instalação da Barragem do Rio Corumbá, fato
águas da Pousada do Rio Quente mostraram a que vem sendo confirmado. Alertaram, no entanto,
mesma tendência composicional das águas mais quanto ao comprometimento do manancial termal
quentes (58°C) do Aqüífero Paranoá (poços profun- pelo uso intensivo e inadequado.
dos). Apesar daquelas serem mais frias, não têm as
características das águas do Aqüífero Araxá. ÁGUA SULFUROSA
Ainda segundo Tröger et al. (1999) a origem das
águas quentes é exclusivamente subterrânea, de No Estado de Goiás foram cadastradas cinco
grande profundidade (Aqüífero Paranoá), recarre- ocorrências de água sulfurosa, distribuídas nos
gada na Serra de Caldas Novas. As águas perco- municípios de Goiás, Montes Claros de Goiás e Ni-
lam através de fraturas até atingir grandes profun- quelândia.
didades, onde ascendem através de fraturas, fa- Goiás – Neste município ocorre uma fonte de
lhas (zonas de menor pressão), por diferença de água sulfurosa, localizada no povoado de Águas
gradiente hidráulico, recarregando o Aqüífero Ara- de São João, que vem sendo explorada em regime
xá e aquecendo estas águas. de concessão, atualmente funcionando como pon-
As surgências de águas termais nas nascentes to turístico regional. Esta água exibe aspecto límpi-
do ribeirão Água Quente, da base da Serra de Cal- do, incolor e forte odor de enxofre.
das, fornecem vazões da ordem de 6.200m3/h e Sua gênese é atribuída à percolação de água
temperaturas máximas de 38,8°C, observada na através de fraturas em xistos calcíticos miloníticos e
nascente denominada Poço do Governador. piritosos, que apresentam vazões de 2.600l/dia na
A Lagoa de Pirapitinga situada a norte de Caldas fonte I e 10.400l/dia na fonte II, com temperaturas
Novas, exibe vazões de 50m3/h e temperatura má- médias de 27°C (Lessa & Andrade, 1971).
xima de 40,5°C. Ao lado dessa lagoa, existem dois Montes Claros de Goiás – Esta ocorrência é mar-
olhos d´água que exibem as mais elevadas tempe- cada pela presença de fontes com surgências de
raturas da região, com 49,2°C. água sulfurosa, associadas a corpo ultrabásico al-
Na zona urbana da cidade de Caldas Novas veri- calino (peridotito) fraturado, pertencente à Província
fica-se uma proliferação de poços de águas terma- Alcalina do Sul de Goiás (Pena & Figueiredo, 1972).
is com vazões de 80m3/h e temperaturas variando Niquelândia – Neste município foram cadastra-
de 36 a 45°C, que vêm sendo explorados de forma das duas pequenas fontes de água sulfurosa, em-
predatória, provocando rebaixamento do aqüífero bora não existam estudos a respeito destas surgên-
e diminuição da temperatura da água. cias (relação anexa).

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

URÂNIO nômico. Alguns foram lavrados no passado e tive-


ram suas reservas mensuradas, como é o caso dos
Os principais tipos de depósito de urânio são depósitos localizados em Pontalina e Barro Alto, lu-
aqueles associados a arenitos cenozóicos e meso- garejo denominado Santo Antônio da Laguna, as-
zóicos; veios de quartzo e pegmatitos (sulfetados sociada ao Complexo Máfico-Ultramáfico de Barro
ou não) de idade paleozóica a arqueano/protero- Alto, onde foram cubadas 310.560 toneladas de mi-
zóica; discordâncias proterozóico/arqueanas in- nério, com 19.565t de fibra contida, conforme Ia-
conformity-related e conglomerados proterozói- nhez et al. (1997).
co/arqueanos. Constata-se que 72% de todos os ti- No município de Minaçu (mina Cana Brava) (fi-
pos de depósito de urânio ocorrem associados a gura 6.11), localiza-se o maior depósito de amian-
estes quatro ambientes, sendo que 42% dos depó- to do Brasil, responsável por 100% da produção
sitos estão distribuídos em arenitos de seqüências nacional e representando 95% das reservas co -
sedimentares não dobradas. nhecidas, que vem sendo explorado desde 1967
No Estado de Goiás foram cadastrados cinco ja- pela SAMA-Sociedade Anônima Mineração de
zimentos de urânio, agrupados em dois tipos de Amianto.
ambientes. Apenas um está associado aos arenitos Esta jazida de amianto crisotila situa-se na extre-
feldspáticos da Formação Ponta Grossa, Bacia do midade-sudeste do Maciço básico-ultrabásico de
Paraná, situado no município de Amorinópolis, com Cana Brava, em serpentinitos e metapiroxenitos en-
reserva total de 5.000 toneladas métricas de U3O8. caixados entre duas seqüências cíclicas, compos-
Os demais ocorrem associados a granitos intrusi- tas por intercalações de gabros e piroxenitos. Os
vos da Formação Ticunzal, relacionados a proces- trabalhos de prospecção foram iniciados na extre-
sos metassomáticos (albititos), com 1.000 tonela- midade-sudeste do complexo, onde as rochas ul-
das de minério nos municípios de Campos Belos e trabásicas, hospedeiras das mineralizações, pos-
Cavalcante (jazimento do Rio Preto). Estes jazimen- suem ao redor de 1km de espessura e onde foram
tos foram prospectados pela NUCLEBRÁS. delimitados os corpos A, B e F, os mais importantes
Existem, entretanto, alguns metalotectos com da mina. Outras ocorrências localizam-se nas por-
grande potencial para formação de depósitos de urâ- ções leste e oeste do maciço.
nio, tais como os depósitos ortomagmáticos, onde se A faixa mineralizada exibe uma extensão de
destacam os alcaligranitos, os sienitos e carbonati- 6.300m, com forma grosseiramente tabular, dobra-
tos. No Estado de Goiás existem perspectivas favorá- da, com aproximadamente 1.500m na direção E-W,
veis para depósitos de urânio associados à Província borda sul do maciço e 4.800m na direção N-S. No
Alcalina do Sul de Goiás e à Província Magmática do flanco leste. A largura da zona mineralizada é variá-
Alto Paranaíba, além de depósitos uraníferos asso- vel, podendo atingir 405m no corpo B, 250m no cor-
ciados a processos de albitização, uma vez que no po A e 150m no corpo F, com espessura média de
município de Arraias-TO, imediatamente ao norte do 100 a 110m, podendo chegar a 180m em alguns lo-
município de Campos Belos-GO, ocorre um depósito cais do corpo A. O mergulho é variável, entre 10° a
de uraninita, associada a albititos em zona de cisa- 70°, em função do imbricamento dos corpos e das
lhamento, pesquisado pela NUCLAM. dobras de arrasto.
A profundidade pesquisada até o presente mo-
6.1.5 Rochas e Minerais Industriais mento, mostrou mineralizações até 284m no corpo
B, 299m no corpo A e 210m no corpo F.
AMIANTO A mineralização é do tipo stockwork e está restri-
ta às fraturas de extensão desenvolvidas em zonas
É um dos principais produtos minerais goianos, de cisalhamento dúctil-rúptil.
tendo sido cadastrados no estado, trinta e dois jazi- O posicionamento das fibras em relação à pare-
mentos, distribuídos em treze municípios. Ocorrem de da fratura permite agrupá-las em dois tipos:
basicamente associados a três ambientes: corpos cross, transversal à parede do veio e slip, paralela à
básico-ultrabásicos acamadados e granulitizados, parede do veio. A fibra é de brilho sedoso, flexível,
ofiolitos (?) e metavulcânicas ultrabásicas em se- com partições originadas da rotação do eixo trativo
qüências metavulcano-sedimentares. A gênese de tensão, durante a deformação progressiva e
destes jazimentos está relacionada a soluções hi- cristalização da crisotila (figura 6.12).
drotermais. Em sua maioria são classificados como A mineralização ocorre desde a superfície. O
indícios ou ocorrências, de pouco significado eco- corpo B tem uma extensão de aproximadamente

– 121 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Figura 6.11 – Geologia da Mina de Cana Brava.

Figura 6.12 – Deformação progressiva x recristalização da crisotila.

– 122 –
Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

900m, com largura variável, com máximo de 450m rem uma origem a partir de piroxenito (clinopiroxê-
na superfície (bancada 308) e, 200 a 250m em pro- nio) e/ou harzburgito (ortopiroxênio e olivina).
fundidade (bancada 198) e espessura variando en- As mineralizações estão intimamente relaciona-
tre 70 e 110m. Tem a forma de um “S” bem aberto, das à evolução estrutural da área e se formaram a
truncado na porção norte por um falhamento dex- partir da trilogia: rocha encaixante (metaultramáfi-
tral e a sul por uma zona de cisalhamento de alto ca), estruturas (zona de cisalhamento) e fluidos mi-
ângulo, que trunca o flanco de uma sinforme. A mi- neralizantes (soluções hidrotermais).
neralização conhecida por sondagem até 284m, O beneficiamento do minério de Cana Brava
mergulha 10° a 70° para W-NW. Associados a falha- consiste na liberação das fibras, através de suces-
mentos ocorrem corpos de leucogabros, rodingitos sivos estágios de britagem, peneiramento e aspira-
e rocha talco-carbonato-grafitosa. ção em processo físico a seco.
O corpo A tem a forma de um “S” alongado, exten- Outro jazimento de amianto encontrado em Goiás
são de 1.100m e largura variável de 250m (bancada está localizado no Morro Dois Irmãos, município de
308) em superfície, decaindo para 100m em subsu- Pontalina, e constitui um corpo ultrabásico serpenti-
perfície (bancada 208). O mergulho é variável, devi- nizado, contendo fraturas preenchidas por fibras de
do aos dobramentos de arrasto existentes, trunca- crisotila.
dos por falhas. Neste corpo, as zonas de cisalha- Este serpentinito apresenta raros cristais reliquia-
mento são mais comuns. A espessura mineralizada res de olivina e enstatita, associados com magnetita
é semelhante a do corpo “B”, podendo chegar a e clorita disseminadas (Nilson & Reis, 1969). A mine-
180m em alguns trechos. As sondagens atingiram ralização é do tipo crisotila, predominando fibras slip
profundidades mineralizadas de até 294m. A ocor - (82% do depósito) e, subordinadamente, cross
rência de rodingito e intenso metassomatismo car- (17%); raramente aparecendo o tipo mass (1%) com
bonático são mais freqüentes no corpo de minério A. espessuras de veios variando de milimétricas a pou-
O corpo F localiza-se a norte do corpo A, tem for- cos centímetros.
ma grosseiramente tabular, sendo mais estreito Em 1972 foram realizados estudos de reavalia-
que os outros dois. Tem um comprimento de 2km e ção deste depósito, obtendo uma reserva total de
largura aproximada de 60m. A profundidade, até 1.500.300t de minério, com 1% de fibra de amianto.
210m, foi estabelecida através de um único furo ex- A lavra deste minério processou-se de forma ru-
ploratório. O teor de fibra e a qualidade também dimentar, desenvolvendo-se inicialmente a céu
são inferiores aos dos corpos A e B. aberto, passando a subterrânea, com abertura de
A figura 6.10 mostra o mapa da mina, onde se galerias e beneficiamento no próprio local, com se-
observa que a litologia básica está representada paração das fibras através de moinho com peque-
por dois tipos de serpentinito (90%) e, secundaria- na capacidade, estando atualmente desativada.
mente, por metapiroxenitos, rochas talco-carbona- Outras ocorrências de amianto foram observa-
to-grafitosas, metaleucogabros e rodingitos. Os das nos morros da Platina e Paraíso, no município
serpentinitos foram divididos informalmente (Hasui de Cromínia, e Morro da Pedra Sabão, 11km a nor-
& Magalhães, 1985) em serpentinito 1 e serpentini- deste de Nerópolis.
to 2, com base no estágio de serpentinização. O O Maciço de Cana Brava, ao lado dos maciços de
serpentino 1, formado em um primeiro estágio de Barro Alto e Niquelândia, constituem-se na maior su-
serpentinização, tem cor marrom ou cinza-acasta- perfície aflorante de rochas máfico-ultramáficas do
nhada, formado por serpentina tipo antigorita, com Brasil e são seguramente os metalotectos mais im-
rara crisotila associada a fraturas mineralizadas. O portantes para a prospecção deste bem mineral. Em
serpentinito 2 é cinza-esverdeado a verde e perten- termos do contexto regional, a intrusão de Cana Bra-
ce a um segundo estágio de serpentização, onde va, de idade paleoproterozóica, encontra-se em con-
foi gerada a crisotila, seu principal constituinte, e tato tectônico, a leste com rochas gnáissica, dioríti-
que ocorre em toda a rocha segundo a foliação, ou cas a granodioríticas do Complexo Dioríto Granodio-
em fraturas, perpendicular (cross fiber) ou paralela rítico do Rio Maranhão e a oeste com a Seqüência
à parede da rocha (slip fiber). Metavulcano-sedimentar de Palmeirópolis.
Constituem-se predominantemente por serpentina,
variedade fibrosa e acicular, com menos de 2% de FOSFATO
acessórios, tais como opacos (magnetita e hematita),
clorita, carbonato e talco. Material reliquiar e pseudo- As mais importantes fontes naturais de fosfato são
morfos de clinopiroxênio, olivina e ortopiroxênio, suge- as rochas ígneas alcalinas, os depósitos de guano e

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

os sedimentos marinhos em plataforma carbonática, com teores elevados de TiO2 e Nb2O5, constituindo
esta última, responsável por 80% da produção mun- as mineralizações fosfato-titânio e fosfato-nióbio.
dial. Os depósitos de rocha fosfática conhecidos no O minério de fosfato é constituído dominante-
Estado de Goiás são do tipo relacionado à alteração mente de material terroso, sendo pouco mais que
supergênica de rochas ígneas alcalinas. 2% do tipo compacto. Os teores de P2O5 são bas-
As principais jazidas deste bem mineral na região tante variáveis, tanto em superfície como em pro -
localizam-se nos municípios de Catalão e Ouvidor, fundidade (figura 6.14).
no sudeste goiano, associadas às rochas da Provín- Os principais minerais de fosfato (85%) são a
cia Magmática do Alto Paranaíba. Esta unidade é fluorapatita e a dahllita, além de minerais secun-
composta por um conjunto de corpos alcalinos, situ- dários de fósforo. Os minérios são constituídos por
ados na borda da Bacia Sedimentar do Paraná, pro- argilas, quartzo, magnetita, ilmenita, hematita,
vavelmente associados à movimentação vertical de anatásio, pirocloro, baritina, vermiculita etc.
grandes blocos crustais (Kukharenko et al., 1961, A mineralização de fosfato deve-se a processos
apud Carvalho & Bressan, 1997). O principal depó- de concentração residual, através de intemperismo
sito em exploração, localiza-se em Catalão I, uma químico sobre os sílicocarbonatitos e carbonatitos.
estrutura dômica de idade cretácica, composta por As reservas originais de Catalão foram avaliadas
um conjunto de rochas ultramáficas serpentinizadas em 440 milhões de toneladas de minério de rocha
e flogopitizadas. Trata-se de um depósito polimine- fosfática, com teores superiores a 5% de P2O5.
rálico com importantes reservas de fosfato, nióbio, ti- Cuadro Justo & Araújo (1997) indentificaram in-
tânio, terras-raras e vermiculita. É um depósito su- dícios de fosfato associados à intrusão alcalina de
pergênico, formado às expensas do intemperismo Morro Preto, no município de Arenópolis-GO, o que
em clima tropical rigoroso. Trata-se de uma das mais demonstra também o potencial da Província Alcali-
importantes regiões mineiras do Brasil, explorada na do Sul de Goiás.
pelo Grupo Multinacional Anglo-American Corporation Outro ambiente geológico de boa potencialida-
(Mineração Catalão) e pela Petrofértil S/A. de para conter concentrações econômicas são as
Em termos de geologia regional, a estrutura dô- ca ma das fos fá ti cas d o s h o ri zon tes p e li-
mica representada pelo Complexo Ultrabásico to-carbonáticos do Grupo Bambuí, principalmente
Alcalino Catalão I, com 5,2km2, está encaixada em as formações Lagoa do Jacaré e Sete Lagoas.
micaxistos com intercalações de lentes de quartzi- No nordeste goiano, no município de Campos
tos muscovíticos, quartzitos hematíticos, hemati- Belos, ocorrem níveis de rochas carbonáticas com
ta-sericita xistos e raros anfibolitos do Grupo Araxá, fosforita, com teor médio de 8% de P2O5, relaciona-
de idade mesoproterozóica. Nas bordas da intru- dos à Formação Sete Lagoas.
são alcalina ocorre uma importante auréola de me-
tamorfismo de contato, responsável pela fenitiza- CALCÁRIOS
ção dos metamorfitos Araxá.
O Complexo Alcalino Catalão I (figura 6.13) so - As rochas carbonáticas existentes em Goiás/
freu um intenso processo de flogopitização, ser- Distrito Federal constituem um importante fator de
pentinização e carbonatização, que facilitou os desenvolvimento regional e apresentam um grande
processos intempéricos e a conseqüente formação potencial, com a ocorrência de calcários distribuí-
do depósito poliminerálico. Os únicos exemplares da em quase toda a região.
de amostras frescas foram descritos em testemu- Neste trabalho foram cadastrados 176 jazimentos
nhos de sondagem, e tiveram a classificação petro- dessas rochas, sendo 114 de calcário (indiscrimina-
gráfica dificultada em função dos processos de al- do), 46 de mármore, 11 de calcário dolomítico, três
teração. O corpo de Catalão é composto de sílico- de calcário calcítico, um de calcário manganesífero
carbonatitos, carbonatitos e glimeritos. e um de calcita. A reserva medida deste bem mine-
As principais mineralizações de fosfato locali- ral na região gira em torno de 1,42 bilhões de tonela-
zam-se na porção centro-oeste do complexo, associ- das. No entanto, este valor pode ser ampliado pelo
adas a zonas ricas em titânio e nióbio. Na porção su- menos em dez vezes, se forem consideradas áreas
doeste encontram-se acumulações ainda pouco es- de afloramentos já conhecidas e cujas reservas ain-
tudadas, em profundidades superiores a 40m. A mai- da não foram determinadas. Deve ser salientado
or parte da área mineralizada em fosfato apresenta que muitas empresas operam sob o Regime de Li-
uma cobertura de material com teores em torno de cenciamento, não apresentando os valores das re-
5% de P2O5, que pode atingir até 30m de espessura, servas dos jazimentos em exploração, como é o

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal
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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Figura 6.14 – Distribuição do fosfato em perfil da zona mineralizada - Complexo Alcalino Catalão.
caso de algumas pedreiras, caieiras e moageiras de Cocalzinho (calcário), Niquelândia (calcário), Pla -
calcário para corretivo de solo. naltina de Goiás (calcário e dolomito), Formosa
Os calcários existentes podem ser enquadrados (calcário) e no Distrito Federal (calcário). Além des-
em três grandes grupos de ambientes distintos, as- tas, existe moagem de calcário para corretivo de
sim distribuídos: solo nos municípios de Campos Belos, Divinópolis
1 – Metacalcários/mármores relacionados com de Goiás, São Domingos, Mambaí/Iaciara, Cabe-
rochas metamórficas, intercalados em xistos: ceiras e Padre Bernardo, cujos valores das reser-
Ocorrem em uma ampla faixa central norte-sul, vas não são conhecidos.
com inflexão para oeste na altura do município de 3 – Calcários relacionados aos sedimentos da
Piranhas. Estão presentes principalmente nos gru- Bacia do Paraná: Ocorrem em níveis carbonáticos
pos Araxá (Unidade B), Araí (Formação Traíras), da Formação Marília do Grupo Bauru e, essencial-
Canastra, Crixás (Formação Ribeirão das Antas), mente, nos sedimentos da Formação Irati, do Gru-
Goiás Velho (formações Santa Rita e Digo-Digo), po Passa Dois. Estas unidades afloram no sudoeste
Pilar de Goiás (Formação Boqueirão) e Serra da goiano. Os depósitos conhecidos localizam-se nos
Mesa, nas seqüências metavulcano-sedimenta- municípios de Caiapônia, Perolândia, Portelândia e
res de Anicuns-Itaberaí, Arenópolis-Piranhas, Ma- Rio Verde. Estes depósitos, como também os de
ratá, Mara Rosa, Morro Escuro, Rio do Peixe, Rio Jataí, estão sendo aproveitados, sobretudo como
Veríssimo e, por último, na Associação de Supra- corretivo de solo.
crustais Granulitizadas do Complexo Granulítico Os municípios de Edéia, Cesarina e Anicuns são
Anápolis-Itauçu. As reservas conhecidas neste depositários de expressivos jazimentos de calcá-
ambiente estão localizadas nos municípios de Ce- rios com características físico-químicas compatíve-
zarina (calcário), Edéia (calcário), Jandaia (calcá- is com a fabricação de cimento e de brita. Predomi-
rio), Indiara (calcário), Mossâmedes (calcário), nam as atividades ligadas à indústria cimenteira,
Palmeiras de Goiás (calcário e mármore), Goiás empreendida principalmente pela Companhia Ci-
(calcário dolomítico), Piranhas (calcário), Goiané- mento Portland de Goiás (CCPG), estabelecida em
sia (calcário), Mara Rosa (calcário) e Formoso de Cesarina, com produção mensal de 55.000t e re -
Goiás (calcário). serva medida de 16.521.845t, com teores de 85%
2 – Calcários quase isentos de metamorfismo de CaCO3 e 1% de MgO.
relacionados à Faixa Brasília: Ocorrem em uma No município de Cesarina, as rochas carbonáti-
ampla faixa no Distrito Federal e na porção leste do cas ocorrem em forma de lentes descontínuas, de
Estado de Goiás, inseridos em litologias dos gru- composição calcítica, encaixadas em xistos e quart-
pos Paranoá e Bambuí, Subgrupo Paraopeba (for- zitos; constituem uma faixa de 20km de comprimen-
mações Lagoa do Jacaré, Serra de Santa Helena e to, desde Edéia até Anicuns, com teores de MgO
Sete Lagoas). As reservas conhecidas situam-se <1% e CaCO3>80%, e representam grande reserva
nos municípios de Corumbá de Goiás (calcário), geológica.

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

Em Cocalzinho está instalada a Cia. Cimento Os corpos localizados na região de São Luís de
Portland Itaú, atualmente com atividades paralisa- Montes Belos/Sanclerlândia estão encaixados por
das em função do mercado. No Distrito Federal, processos tectônicos em ortognaisses bandados
nas proximidades de Sobradinho, estão instaladas de composição granítica a diorítica (Baêta Jr.et al.,
duas fábricas de cimento, a CIPLAN-Cimento Pla- 1999). Os corpos mineralizados têm forma de dique
nalto S/A. e a Cimento Tocantins, ambas utilizando e stocks, medem entre 100 a 600m de comprimento
calcários do Grupo Paranoá. e são constituídos por rochas máfico-ultramáficas
No município de Luziânia, ocorrem lentes de cal- (metagabros, anfibolitos, peridotitos e piroxenitos)
cário cinza com até 150m de espessura, encaixa- serpentinizadas ou não, às vezes cortadas por veios
das nos xistos do Grupo Canastra e utilizadas na fa- de quartzo. O minério foi concentrado através da
bricação de cal. Outros pequenos jazimentos fo- percolação de soluções hidrotermais que tiveram
ram registrados nos municípios de Barro Alto, Goia- sua condução facilitada por zonas de cisalhamento.
nésia e Pontalina. Este último apresenta uma reser- O minério é de cor bronze-amarelado a verde-claro,
va medida de 650.300t, mas, pelas suas caracterís- com granulação fina a grossa. Nas proximidades
ticas físico-químicas, não despertou maiores inte- das zonas de cisalhamento e/ou fraturamentos,
resses mineradoras. ocorre um enriquecimento do minério com aumento
no tamanho dos cristais, ocasionando uma melhora
DOLOMITA no teor e na qualidade.
O depósito de Catalão insere-se no denominado
A dolomita é um carbonato de cálcio e magné- Complexo Ultramáfico-Alcalino Catalão I, que é uma
sio, utilizado para a produção de bens primários estrutura dômica de idade cretácica superior, cons-
(dolomita crua não calcinada e não sinterizada, tituída por um conjunto litológico genericamente de-
dolomita calcinada ou sinterizada, carbonato de nominado sílicocarbonatito, formado por rochas ul-
magnésio natural, magnésia eletrofundida, mag - tramáficas serpentinizadas, flogopitizadas e corta-
nésia calcinada a fundo, óxido de magnésio (grau das por veios carbonáticos de espessuras variáveis
farmacêutico); semimanufaturados (tijolos, ladri- (Carvalho & Bressan, 1982). Encaixam-se em meta-
lhos, tijolo magnesiano de dolomita, tijolo refratá- morfitos do Grupo Araxá e são capeados por um es-
rio, peças cerâmicas, barras e perfis de magné- pesso manto de lateritas, silexitos e sedimentos argi-
sio); compostos químicos (hidróxido de magnésio, losos, produtos de processos intempéricos. A vermi-
cloreto de magnésio, sulfato de magnésio, fosfi- culita ocorre, em geral, associada com zonas ricas
nato de magnésio, carbonato de magnésio e esterea- em titânio, formando uma faixa alongada e semicir-
to de magnésio. cular, na borda leste da estrutura. Ainda segundo os
Minas Gerais é o maior produtor do minério be- autores citados, a mineralização é caracterizada
neficiado, com 1,37 milhão de toneladas, seguido pela presença de palhetas de diversas granulome-
de São Paulo com 517,5 mil toneladas, Santa Cata- trias, associadas com material argiloso silicatado,
rina com 190 mil toneladas; e Goiás, ocupando o magnetita, ilmenita, anatásio, apatita etc. Os teores
quarto lugar com 110 mil toneladas provenientes são variáveis, com bolsões mais ricos. Em alguns
do municípo de Planaltina onde foram produzidos casos observam-se placas de vermiculita com até
em 1996, 109.398t de minério concentrado, no va- 10cm de diâmetro. A concentração do produto é
lor de R$ 1.107.108,00. dada pela alteração intempérica dos biotititos, com
Toda a produção é canalizada para as indústrias a transformação da flogopita em vermiculita. Os
dos estados mais desenvolvidos, principalmente principais processos de alterações que sofreram as
para as indústrias químicas e cerâmicas de São rochas deste complexo foram: flogopitização, ser-
Paulo. pentinização e carbonatização.

VERMICULITA CIANITA

Os principais jazimentos localizam-se na Região Em Goiás foram cadastrados 27 jazimentos de


Centro-Oeste, estão associados a corpos ultramáfi- cianita, distribuídos em cerca de dezoito municí-
cos e são encontrados nos municípios de São Luís pios, com destaque para Santa Terezinha de Goiás,
de Montes Belos e Sanclerlândia, havendo ainda Pilar de Goiás, Crixás, Córrego São Domingos (São
um depósito localizado na região de Catalão, extre- João da Paraúna),Serra do Tombador (sudeste de
mo-sudeste de Goiás. Mozarlândia), Campos Verdes, Edealina, Poranga-

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Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

tu, Pirenópolis, Estrela do Norte, Mara Rosa, Silvânia, dos produtores são: Minas Gerais, com 1.287.102t
Nerópolis e Mutunópolis (apêndice 1). e Bahia com 120.737t.
O principal depósito de cianita em Goiás repre- A produção de cianita no Brasil teve excelente
senta a maior reserva oficial desse minério no Bra- desempenho até 1996, quando o Estado de Goiás
sil, com cerca de dois milhões de toneladas. Está registrou uma produção de 705 toneladas de miné-
localizado na Serra das Araras (Santa Terezinha de rio beneficiado, com um valor de comercialização
Goiás), onde é prospectado pela Mineração Serra de R$ 251.516,00, decrescendo, gradativamente,
das Araras Ltda. Está associado aos quartzitos, e atingindo em 1997 apenas 25 toneladas de miné-
quartzo cianititos, cianititos e rochas cataclásticas rio beneficiado.
da Seqüência Metavulcano-sedimentar Mara Rosa.
A mineralização de cianita ocorre na forma de veios TALCO
de quartzo ou blocos, apresenta morfologia estrati-
forme e paragênese constituída por cianita, mus- No Estado de Goiás foram cadastradas cerca de
covita e quartzo. Sua origem parece estar ligada a 60 ocorrências de talco, associadas a pequenos
seqüências aluminosas submetidas a tectonismo. corpos ultramáficos, com concentrações irregula-
(Drago et al., 1981). res de talco, às vezes exibindo níveis de talco lame-
Na Serra do Tombador (sudeste de Mozarlândia) lar bastante puro que, apesar do seu baixo valor
o minério de cianita é encontrado encaixado em mi- econômico, são explorados em regime de garim-
caxistos do Grupo Araxá, apresenta morfologia es- pagem. Distribuem-se em vinte municípios, com
tratiforme e paragênese à base de cianita, muscovi- destaque às regiões de Hidrolândia, Goianésia,
ta e quartzo. Na região de Porangatu, Machado et al. Barro Alto, Pontalina, Pilar de Goiás, Mara Rosa,
(1981) descrevem quartzitos e xistos apresentando Goiás e Abadiânia. As ocorrências de talco estão
cristais de cianita, com tamanhos milimétricos a cen- relacionadas à diversos tipos de rochas ultramáfi-
timétricos. Em Iguaçu-Mara Rosa (Chapada), ocor- cas associadas principalmente às seguintes se-
rências de cianita estão associadas a falhamentos qüências litológicas: intrusões no Grupo Araxá, ma-
em seqüências aluminosas. No município de Pilar ciços tipo “alpino”, greenstone belts de Goiás e Pi-
de Goiás (fazenda do Peixe) o minério de cianita é lar de Goiás, seqüências metavulcano-sedimenta-
lenticular e ocorre encaixado em biotita gnaisses. res Anápolis-Piranhas e Anicuns-Itaberaí.
A leste de Silvânia, Oliveira et al. (1994) cadastra- Apesar da grande quantidade de corpos afloran-
ram uma lente com cerca de 30m por 12m de cianiti- tes, apenas duas áreas estão autorizadas para la-
to, associada a uma zona de falha de direção N25°E, vra, sendo uma localizada no município de Pilar de
cortando granitóides do Complexo Granulítico Aná- Goiás e, a outra, abrangendo os municípios de
polis-Itauçu. A rocha possui cor cinza-esverdeada, Aloândia e Morrinhos, associada à alteração de ro-
estrutura maciça e contém 90% de cianita. chas ultramáficas. Os estudos desenvolvidos pelas
Na região de Pirenópolis, Drago et al. (1981) des- empresas detentoras dos direitos de exploração
crevem uma ocorrência de cianita disseminada em não se aprofundam em relação ao seu modo de
solo residual e resultante da desagregação de clori- ocorrência e condicionamento geológico.
ta-sericita xistos ricos em cianita e associados ao Gru- Na região de Morro Feio, município de Hidrolân-
po Araxá, com reservas estimadas de 21.000t. de mi- dia, o talco ocorre nas zonas de contato com os
nério. A oeste de Nerópolis, Araújo et al. (1994) des- mica xistos do Grupo Araxá, onde o minério apre-
crevem duas ocorrências de cianititos associados a senta textura xenoblástica, estrutura xistosa inci-
gnaisses do Complexo Granulítico Anápolis-Itauçu. piente e coloração branca, passando a amare-
Dados do Anuário Mineral Brasileiro (1997) revelam la-esverdeada, devido a diversas impurezas (mag-
para Goiás uma produção bruta de 788t de minério em netita, antigorita, magnesita e clorita). Embora sua
1996, com reserva medida de 2.102.427t. de cianita. extração tenha se desenvolvido de forma garimpei-
As reservas brasileiras de cianita são da ordem ra nas décadas de 60 e 70, devido ao baixo valor
de 3,5 milhões de toneladas e o Estado de Goiás econômico, sua atividade encontra-se paralisada.
participa com 2,1 milhões, ou seja 60% do total. A O minério de talco é encontrado na forma de pe-
produção goiana representava, até recentemente, quenos corpos com dimensões de 10m por 5m, e
59,3% da produção nacional. Entretanto, a mina de são provenientes da alteração de serpentinitos,
cianita da Mineração Serra das Araras Ltda., situa- parcial ou totalmente hidrotermalizadas (cloritiza-
da no município de Santa Terezinha de Goiás, en- ção ou talcificação). Tem coloração cinza a ver-
contra-se atualmente paralisada. Os outros esta- de-escura, gradando a verde-clara e amarelada

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Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

por alteração, estrutura lamelar, sendo constituídos No Estado de Goiás existem duas ocorrências de
essencialmente por antigorita e crisotila. andaluzita no município de Silvânia. Uma localizada na
O talco encontrado em Pilar de Goiás (fazenda margem direita do córrego Terra Vermelha e a outra na
Chácara das Flores) e Aloândia/Morrinhos (fazen- margem direita do córrego Melancia. Este mineral está
da São João/Contendas) apresenta aspecto lame- associado a micaxistos e concentrado por processos
lar, ocorre em veios de até um metro de extensão, erosivos, formando um rico colúvio de andaluzita, du-
condicionados a zonas de fraturas e o mineral-mi- rante o Terciário/Quaternário (Valente, 1984).
nério acha-se ligado à esteatização de corpos ul- A mineradora Montita Ltda. (Coelho, 1976) reali-
trabásicos, sendo utilizado na indústria do artesa- zou pesquisas nessas ocorrências, através da aber-
nato mineral (estatuetas, cinzeiros etc.) tura de 40 trincheiras e 10 poços. Foram realizadas
Entretanto, sua extração pelas empresas Rimil- 40 análises químicas que revelaram os seguintes re-
Rialma Mineração S/A. e Mineralto - Mineração Alto sultados: Al2O3 = 38,70% e K2O= 7,19%.
Araguaia Ltda., encontra-se suspensa, em função Os baixos teores de alumina (Al2O3), bem como o
das condições de mercado e da qualidade do pro- teor de álcalis (K2O + Na2O) acima de 7%, não a cre-
duto, que o torna impróprio para utilização industrial. denciam para a utilização na indústria de refratários.
Segundo o Anuário Mineral Brasileiro de 1997, as
regiões de Pontalina e Pilar de Goiás apresentam uma AREIA
reserva medida global de 287.372/t de minério, que re-
presenta cerca de 0,5% das reservas brasileiras. É extraída das aluviões dos grandes rios da re -
gião, principalmente ao longo dos rios Piracanjuba
AGALMATOLITO e Corumbá, onde estão instaladas várias dragas,
para extração e posterior seleção do material, com
Em Goiás foram cadastradas duas ocorrências retirada da porção mais grossa. Esta areia é quart-
de agalmatolito e os principais depósitos são encon- zosa, mal classificada, variando de média a grossa,
trados no município de Vianópolis, na margem es- com pequenos grânulos de quartzo.
querda do ribeirão Extrema (fazenda Saturno). Dis-
tribuem-se, predominantemente, nos morros do ARGILA
Chaves, do Meio, da Extrema, do Jacaré, do Lázaro,
Grota dos Matacões e nas margens do córrego Ce- A argila vermelha é um material natural terroso
dro, constituindo pequenos corpos na forma de len- de alta plasticidade, produto da alteração de ro-
tes e bolsões centimétricos a métricos encaixados, chas, em que os argilominerais por alteração hidro-
concordantemente, em cianita-muscovita xistos e termal ou intemperismo de silicatos (feldspatos, pi-
se ri ci ta quart zi tos da Seqüên cia Me ta vul ca- roxênios, anfibólios etc.) se transformam em hidro-
no-sedimentar de Silvânia. silicatos finamente cristalinos.
A mineralização ocorre em uma rocha xistosa No Estado de Goiás e no Distrito Federal as ocor-
composta essencialmente de pirofilita, cianita, pirita rências de argila estão relacionadas à alteração de
e quartzo, que exibe coloração branca e esverdea- uma grande variedade de rochas, com destaque
da, cinza e amarelada, e é utilizada na indústria de para ardósias, metargilitos, xistos, margas e calcá-
refratários e na produção artesanal (estatuetas, pa- rios (tabela 6.1). São encontradas principalmente
godes etc.). Também é encontrada em elúvio-colú- nas aluviões quaternárias, associadas aos princi-
vios, constituindo faixas alongadas e economica- pais rios que drenam a região e em áreas periodi-
mente exploráveis. camente alagadas.
A Mineração Montita S/A. identificou no depósito Nesta região ocorrem diversos depósitos de ar-
de agalmatolito de Vianópolis três tipos de minério: gilas vermelhas que atendem quase toda a deman-
quartzítico, pirofilítico e cianítico, os quais com- da da construção civil e destinam-se à produção de
põem uma reserva total de 312.981t. de minério. tijolos, telhas, ladrilhos e cerâmicas. Os principais
jazimentos são encontrados nos municípios de Ne-
ANDALUZITA rópolis, Goiânia, Anápolis, Alexânia, Inhumas,
Nova Fátima, Hidrolândia, Caturaí, Britânia, Claudi-
A andaluzita é utilizada na manufatura de velas nápolis, Itumbiara, Ipameri, Brasabrantes, Itapira-
para motores e outras porcelanas de natureza alta- puã, São Luís dos Montes Belos, onde também es-
mente refratária. Quando clara e transparente, pode tão instaladas uma série de olarias com fabricação
servir como pedra para gemas. de telhas e tijolos.

– 129 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Tabela 6.1 – Jazidas de argila vermelha e refratária. pela desvitrificação e subseqüente alteração quí -
mica de um material vítreo, de origem ígnea, usual-
JAZIDA DE ARGILA VERMELHA mente um tufo ou cinza vulcânica.
RESERVA Na composição química da bentonita aparecem
LOCALIZAÇÃO ROCHA-FONTE como elementos essenciais, a sílica (SiO2), e a alu-
MEDIDA t/1996

Catalão 1.816.067 Xistos do Grupo Canastra


mina (Al2O3), além de óxidos de ferro (Fe2O3), mag-
nésio (MgO), cálcio (CaO), sódio (Na2O), potássio
Cesarina 1.672.173 Seqüência Anicuns-Itaberaí (K2O) e outros, como também quantidades variáveis
Cocalzinho 1.651.615 Depósitos de placer dos rios de água.
Corumbá e Areias Alguns usos mais importantes da bentonita são:
Padre Bernardo 125.030 Seqüência Carbonática com elaboração de fluidos utilizados em perfuração de
predominância de calcários, poços de água e petróleo e em engenharia civil;
margas, argilitos e ardósias
(Grupo Paranoá) aglomerante de areias de moldagem, usadas em
fundição de finos de minérios (pelets) e rações
Planaltina de Goiás 44.674.128 Metargilitos do Grupo Paranoá
para animais; carga de borracha, papéis, produ-
Estado de Goiás 49.939.013 - tos cosméticos e farmacêuticos, sabões e tintas;
Distrito Federal 12.739.013 Ardósias e metargilitos do clarificante de caldo de cana-de-açúcar, conha-
Grupo Paranoá ques, licores, vinhos e bebidas em geral; clarifi-
JAZIDA DE ARGILA REFRATÁRIA cante e depurante de águas; descorante de óleos
Catalão 48.576.421 Rochas alcalinas
minerais, vegetais e animais, papéis e tecidos; de-
tergentes; dispersor de fertilizantes e inseticidas
sólidos e solventes de tintas; espessador de ade-
Segundo o Anuário Mineral Brasileiro (1997), o sivos, esmaltes e vernizes; impermeabilizante de
Estado de Goiás apresentou uma produção anual barragens, canais, concretos e solos; produção
de 456.209 toneladas de argila comum, com valor de películas impermeáveis; produtos cerâmicos e
de R$ 4.538.151,00, e o Distrito Federal 671.946t. refratários; suspensor de inseticidas e fertilizantes
As argilas refratárias utilizadas no revestimento de líquidos, entre outros.
fornos de cimento e fabricação de vidros e cerâmicas, A principal mineralização de bentonita no Estado
são encontradas no município de Catalão (tabela 6.1), de Goiás situa-se em Goianápolis. Neste município
cujas reservas medidas alcançam 48.576.421t de mi- o depósito de bentonita está inserido nas rochas do
nério (Anuário Mineral Brasileiro, 1997) e subordinada- Complexo Granulítico Anápolis-Itauçu. Segundo
mente em Ipameri e Padre Bernardo. Ladeira (1973) o teor médio da bentonita de colora-
Da mesma forma que os cascalhos e areias, o ção verde foi de 77%, enquanto nas amostras de
mercado de argilas em Goiás é função direta do de- cor rósea foi encontrado um teor de 92%.
senvolvimento da construção civil e se confunde com A reserva total de bentonita de coloração verde +
o da fabricação de tijolos e telhas. Isso se deve ao rósea, em Goianápolis, é de 113.597m³, assim cons-
fato de o material argiloso usado no estado ser prati- tituída: 39.274m³ de reserva medida, 43.162m³ de
camente do tipo de argilas comuns para fins de cerâ- reserva indicada e 31.161m³ de reserva inferida. A
mica vermelha. paragênese da bentonita é composta por flogopita,
O controle da produção deste bem mineral é mu- feldspato, quartzo e sílex.
ito difícil, devido ao seu uso imediato na indústria da
cerâmica, cujos impostos incidem sobre o produto CAULIM
final e, também, pela existência de inúmeras lavras
de argilas e olarias clandestinas. O caulim é um material argiloso do grupo dos ar-
gilominerais, de coloração clara (branca, creme,
BENTONITA rosa e amarela), constituída essencialmente de ca-
ulinita e/ou halloysita que são silicatos hidratados
Os minerais do grupo da montmorilonita são os de alumínio (Al4 (SiO4O10) (OH)8 ou Al2O3. 2SiO2.
componentes principais das chamadas bentonitas 2H2O), derivados da alteração de minerais feldspá-
e as argilas que as contém são comumente desig- ticos, através de soluções vadosas ácidas, bastan-
nadas de argilas montmoriloníticas ou bentoníticas. te reativas, desenvolvidas principalmente nas re-
A bentonita é uma argila constituída essencialmen- giões tropicais ou por processos hidrotermais. Se-
te por um argilomineral montmorilonítico formado gundo a sua posição em relação à rocha de origem,

– 130 –
Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

os depósitos podem ser classificados em residuais atuante durante o Terciário, aliado à presença de
ou transportados. rochas impermeáveis.
As diversas gerações de granitóides são as prin- Este cenário dificultaria o escoamento das águas
cipais unidades relacionadas com a ocorrência de que fluem superficialmente, alagando as margens e
caulim no Estado de Goiás e os fenômenos super- condicionando um nível hidrostático sub superficial.
gênicos atuantes sobre estas rochas são os res- Atualmente, estas condições favorecem a implanta-
ponsáveis pela gênese destes jazimentos. ção das veredas. No final do Pleistoceno e início do
O mais importante depósito de caulim de Goiás Holoceno, estas condições aliadas às variações cli-
está associado ao granito sin a tardi-tectônico, da máticas foram responsáveis pelo desenvolvimento
Suíte Santa Teresa, localizado na região de Formo- de turfeiras.
so. Este caulim é do tipo residual, com contamina- As turfeiras exibem formas irregulares, coloração
ção de óxido de ferro e óxido de titânio e sua reser- preta a cinza-escura, estrutura maciça com pouco
va medida é de 16.537,203t (Anuário Mineral Brasi- quartzo, raros fragmentos de rochas associados e
leiro, 1997) sendo explorados para uso na confec- variáveis teores de cinzas. As espessuras médias
ção de pisos cerâmicos e azulejos. variam em torno de 0,5 a 2,0m, sendo exploradas de
Outro jazimento, situado no município de Trinda- forma artesanal, para uso doméstico como adubo
de, também é explorado e está associado à altera- ou fonte de energia.
ção de rochas graníticas e veios pegmatíticos. Ocor- As principais ocorrências são encontradas nos
rem nas cores branca e rosa, de variadas tonalida- vales dos córregos Fundo, Palmito, Cascavel, Gra-
des, com níveis argilosos de cor amarela-ocre ou nada e Verdão e no rio Meia Ponte, nas proximida-
preta, e exibe reserva medida de 69.180t (Anuário des e na zona urbana de Goiânia, onde apresentam
Mineral Brasileiro, 1997). espessura da ordem de até 2,0m e teor em matéria
orgânica com cerca de 80%.Também foram catalo-
BRITA gadas ocorrências no ribeirão Cachoeira (a sul de
Brazabrantes), córrego do Ouro (Leopoldo de Bu -
Circundando as grandes cidades, principalmen- lhões), e no córrego Capim Puba e rio São Marcos,
te Goiânia, constata-se uma série de pedreiras, que respectivamente a 100km e 140km de Cristalina.
utilizam o calcixisto do Grupo Araxá, rochas granu- As principais ocorrências situadas na faixa alti-
líticas, calcários e granitos da região. métrica de 1.000m, encontram-se na região da
Além da produção de brita para construção civil, Chapada dos Veadeiros, no nordeste do Estado de
a fração areia grossa proveniente desta britagem Goiás, onde foram estudados e cubados pequenos
está sendo comercializada em Goiânia, como areia depósitos como os da Lagoa Jacuba e córrego Ba-
grossa, com boa aceitação no mercado. tatal (São João D’Aliança), córrego Vargem Grande
(Alto Paraíso) e córrego Ciganos (São Gabriel). Pe-
TURFA quenas ocorrências também foram registradas
próximo ao extremo-nordeste do Distrito Federal,
As ocorrências de turfa em Goiás e no Distrito Fe- no córrego Vereda Grande e na Lagoa Formosa.
deral estão relacionadas às áreas de planícies de
inundação de córregos e rios de pequeno porte e de 6.1.6 Rochas Ornamentais
lagos. Ocorrem no município de Goiânia, ao longo
de córregos e rios da bacia hidrográfica do rio Meia No Estado de Goiás, são conhecidas várias ocor-
Ponte; no município de Rio Verde, relacionados à rências de pedras ornamentais, com destaque para
rede de drenagem do Parque Nacional das Emas, e a região centro-oeste de Goiás, onde se produzem
nas proximidades de Brasília, normalmente situados blocos de granitos vermelhos, granitos de cor cin-
em cotas altimétricas próximas de 1.000m. za, cinza-rosado, cinza-esverdeado e preto, perten-
A formação destas turfeiras está condicionada centes à Suíte Intrusiva Serra Negra (Granitos Serra
inicialmente à existência de períodos frios e úmi- do Impertinente, Iporá, Novo Brasil, Serra Negra, Fa-
dos, relacionados às glaciações ocorridas durante zenda Nova, Córrego do Ouro, Israelândia e Serra
o Pleistoceno, os quais possibilitaram a acumula- do Iran).
ção e conservação da matéria orgânica. Além da Outros tipos de rochas que ainda podem ser utili-
interferência climática, a presença das turfeiras zadas como pedras ornamentais são os quartzitos
pode ser explicada pela existência de um relevo do Grupo Araxá que ocorrem na Serra de Pirenópo-
aplanado, resultante do processo de pediplanação lis-Corumbá, Serra Dourada e proximidades do po-

– 131 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

voado de Maniratuba; serpentinito, encontrado na foram representadas no interior do mapa, apenas


localidade de Duas Oitavas, a norte da cidade de as anomalias magnetométricas mais significativas
Anápolis; granitos cinza, encontrados nas regiões do ponto de vista metalogenético, relacionadas
de Aragoiânia (Serrinha dos Teixeiras) e Piracanju- aos corpos de rochas alcalinas situados no sudo-
ba, onde também são explorados como brita; are- este do Estado de Goiás. As demais informações
nitos silicificados das formações Aquidauana e de ra di o me tria, gra vi me tria e mag ne to me tria
Botucatu encontrados em Paraúna e Jataí e comer- constam de cartogramas inseridos no corpo do re-
cialmente denominados de Vermelho Jacarandá, latório.
Vermelho Paraúna ou “Pedra Portuguesa”; basalto, As áreas de potencialidade mineral foram agluti-
da Formação Serra Geral, explorado no município nadas segundo o seu contexto geotectônico, mos-
de Aloândia, como brita ou paralelepípedo, e; már- trado no arcabouço tectono-estrutural (figura 3.5):
more, encontrado nos municípios de Edéia, Uruaçu, Terrenos Granito-Greenstone, Rift Intracontinental,
Palmeira de Goiás, Cesarina e Niquelândia, relaciona- Faixas de Dobramentos Brasilianas, Arco Magmáti-
dos ao Grupo Paranoá e Seqüência Anicuns-Itaberaí. co de Goiás, Coberturas Cratônicas, Fanerozóicas
e Formações Superficiais.
6.1.7 Outras Substâncias
6.2.1 Terreno Granito-Greenstone
Além destas substâncias anteriormente descri-
tas, são cadastradas no Estado de Goiás e Distrito Neste domínio o principal potencial metalogené-
Federal, ocorrências de apatita, andaluzita, molib- tico é para ouro, associado geralmente aos green-
dênio, muscovita, pirita, prata, wolframita, barita, stone belts. Merecem destaque também: vermiculi-
bauxita, epsonita, filito, folhelho carbonoso, tremoli- ta, níquel, calcário e esmeralda.
ta, actinolita, fluorita (apêndice 1), demonstrando Ouro – Encontra-se associado ao Complexo Gra-
assim a grande variedade de bens minerais que nito-Gnáissico (áreas XIIIa e b), às seqüências tipo
ocorrem na região (apêndice 2). greenstone belts (áreas XVII, XXIVa, b, c), e seqüên-
cias metavulcano-sedimentares do Paleoproterozói-
co (áreas XVa, b, c e LXIII).
6.2 Metalogenia Previsional As áreas selecionadas no Complexo Granito-
Gnáissico localizam-se na região de Cavalcante
A diversidade de recursos minerais e variado e Monte Alegre de Goiás (áreas LIX a, b, c), onde
grau de potencialidade metalogenética, no Estado existe uma grande atividade garimpeira e uma ja-
de Goiás e Distrito Federal, são reflexos da varieda- zida que está sendo explorada pela Mineração
de de ambientes geotectônicos, que caracterizam Mibasa, e nas proximidades de Aurilândia e Cór-
uma província poliparagenética e policíclica alta- rego do Ouro (áreas XIII a e b). Nestes locais a mi-
mente prospectável para uma grande quantidade neralização encontra-se condicionada a veios de
de substâncias minerais. quartzo associados a zona de cisalhamento de
Na delimitação das áreas favoráveis a minerali- alto ângulo.
zações, além da distribuição dos jazimentos, da Os greenstone belts foram separados em sua
identificação dos metalotectos e das característi- totalidade como altamente prospectáveis. As mi -
cas litoestruturais dos terrenos, foram utilizados os neralizações de ouro estão intimamente relaciona-
indícios geoquímicos, geofísicos e mineralógicos das a zonas de cisalhamento, com o Greenstone
disponíveis. de Crixás apresentando os depósitos mais impor-
A interpretação dos dados da geoquímica regio- tantes (Mina III e Mina Nova), situados na porção
nal está representada somente em cartogramas no inferior da seqüência metassedimentar da Forma-
mapa metalogenético. Esses cartogramas mos- ção Ribeirão das Antas, imediatamente acima dos
tram a distribuição de três elementos (Cu, Pb, Zn) anfibolitos da Formação Rio Vermelho. Depósitos
obtidos a partir do tratamento estatístico dos resul- nos greenstones de Guarinos (Maria Lázara e Cai-
tados analíticos de 12.996 amostras de sedimento amar – Pulz, 1990, 1995; Lacerda, 1996) e Pilar
de corrente, coletadas em diversos projetos execu- (Cachoeira do Ogó – Pulz, 1995), somados a um
tados em Goiás. grande número de jazimentos e a indícios geoquí-
Os levantamentos aerogeofísicos cobrem ape- micos e geofísicos, relacionados a zonas de cisa-
nas parte da área, como o de radiometria, restrito lhamento, evidenciam a alta potencialidade deste
ao Projeto Geofísico Brasil Canadá–PGBC. Assim, ambiente geológico.

– 132 –
Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

A Seqüência Paleoproterozóica de São Domin- 6.2.2 Rift Intracontinental


gos, localizada no extremo-nordeste do estado,
apresenta um condicionamento litoestrutural favo- Neste ambiente geotectônico concentram-se im-
rável à ocorrência de mineralizações, confirmado portantes empreendimentos industriais de minera-
pela presença de jazimentos auríferos ligados a ção, como a S.A. Mineração de Amianto-SAMA,
veios de quartzo em zonas de cisalhamento. Su- responsável pela quase totalidade do amianto pro-
bordinadamente observam-se jazimentos de Cu e duzido no Brasil, Cia. Níquel Tocantins e Codemin,
Sn, este último relacionado aos corpos intrusivos. produtoras de níquel. Mineralizações de estanho e
Na Seqüência Anicuns-Itaberaí foram individua- manganês, além de ocorrências e indícios geoquí-
lizadas três áreas potenciais, no contexto de cisa- micos para cobre, níquel, platina e cobalto, são in-
lhamento asso ci a das a cor pos graní ti cos/ga- dicativas do alto potencial metalogenético deste
bro-dioríticos. Nessas áreas coexistem anomalias domínio tectônico.
geoquímicas e jazimentos auríferos, entre os quais Amianto – Separou-se apenas uma área (nº LI),
se destaca uma mina abandonada nas proximida- relacionada às rochas ultramáficas do Complexo
des da cidade de Anicuns (Poço da Sociedade). de Cana Brava (atualmente explorada pela SAMA),
A área (nº XVC) mostra também potencialidade onde a mineralização está condicionada a fraturas
para rochas carbonáticas, a exemplo do que ocor- extensionais em zonas de cisalhamento dúc-
re na cidade de Mirandópolis, onde é produzido til-rúptil. Esta área apresenta ainda pontencialida-
pó calcário para uso em ração animal e para corre- de para níquel, elementos do grupo da platina (na
tivo de solo e, para manganês, nas proximidades transição entre os peridotitos e piroxenitos), cromo
de Itaberaí, onde já foi explorado de forma rudi- e cobalto.
mentar. Níquel – As minas em produção no Complexo de
Níquel – Para este elemento foi delimitada ape- Niquelândia e o depósito do Complexo de Barro
nas uma área (nº XXIII), restrita à unidade Córrego Alto, decorrem da decomposição intempérica de
do Alagadinho (Greenstone Belt de Crixás), cujo dunitos e piroxenitos. As rochas ultramáficas pro -
potencial está relacionado aos terrenos ultramáfi- venientes desse processo encerram, portanto, alta
cos komatiíticos que hospedam o depósito de ní - favorabilidade para mineralizações de níquel.
quel sulfetado de Boa Vista (Costa et al., 1997). Ocorrências e indícios geoquímicos e geofísicos
Vermiculita – Uma única área (nº XVIII) foi seleci- tornam estas áreas (nºs XLII e XLVII) prospectáveis
onada no Complexo Granito-Gnáissico, envolvendo adicionalmente para amianto, elementos do grupo
a maioria dos jazimentos que estão condicionados da platina, cobalto e cromo.
aos processos intempéricos/hidrotermais desenvol- Estanho – As áreas delimitadas correspondem a
vidos sobre pequenos corpos máfico-ultramáficos. granitos anorogênicos das subprovíncias Tocan-
Esses corpos estão intrudidos nos gnaisses, ao lon- tins (áreas XLVIIIa, b, e c) e Paranã (áreas LXa, b, c,
go de falhas e/ou zonas de cisalhamento. d, e, f), onde as mineralizações estão associadas a
Calcário – No âmbito dos calcários dolomíticos processos de greisenização e albitização. Na Pro-
per ten cen tes à uni da de me tas se di men tar da víncia Paranã foram separados, dentro de uma
Seqüência Anicuns-Itaberaí, foram selecionadas área mais abrangente, corpos mineralizados de
cinco áreas (nºs XXa, b, c, d, e) que correspondem maior potencialidade, onde ocorre maior densida-
às lentes de maior espessura, sendo três (Cesari- de de jazimentos estaníferos, de corpos graníticos
na, Jandaia e Calcilândia) alvo de intensa atividade e de greisens mais expressivos.
exploratória para a fabricação de cimento e produ- Nestas áreas é freqüente a presença de garim-
ção de pó calcário destinado a fins agrícolas. Len- pos de gemas (berilo, tantalita, esmeralda, água-
tes menores, passíveis de exploração mineral, são marinha, alexandrita e fluorita) e ocorrências de
seqüentes em toda a unidade. ouro e minerais micáceos.
Esmeralda – Aparece de forma disseminada Cobre/Níquel/Platina e Cobalto – As seqüênci-
em lentes de talco xistos e biotititos da Seqüência as gabro-anortosíticas e as unidades máficas dos
Anicuns-Itaberaí, no contato com rochas granitói- complexos de Barro Alto, Niquelândia e Cana Bra-
des em zonas de cisalhamento. Separou-se ape- va (nºs XXXII, XLVI, L), foram demarcadas como
nas uma pequena área (nº XXI) de direção aproxi- áreas potenciais devido ao seu contexto geológico
mada E-W, orientada segundo a mineralização e aos indícios geoquímicos e geofísicos.
que apresenta largura de 200 a 300m e extensão Adicionalmente, ocorrências de muscovita e a
de 3 a 4km. grande variedade litológica, aliada à forma de expo-

– 133 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

sições rochosas, favorecem a exploração destas áre- Quartzito – A escolha de apenas duas áreas (nºs
as para rochas ornamentais e minerais micáceos. XIV e XXX) para essas rochas baseou-se no fato de
Manganês – Neste domínio os jazimentos de as mesmas apresentarem produção significativa
manganês, oriundos de concentração supergêni- desde os tempos coloniais, notadamente na região
ca, acham-se restritos a apenas uma área (nº LIII), de Pirenópolis, onde são comuns ocorrências de
delimitada sobre os metassedimentos do Grupo ouro, esmeralda e rutilo, além de um depósito de
Araí. ferro. Próximo à cidade de Goiás, na Serra Doura-
da, onde a produção de quartzito é mais restrita,
6.2.3 Faixa Brasília destacam-se também os conglomerados diamantí-
feros, alvo de atividades garimpeiras.
Este domínio exibe uma grande variedade litológi- Água Termal – A região de Caldas Novas consti-
ca, favorecendo a presença de uma ampla diversi- tui o mais importante pólo turístico de Goiás, desen-
dade de bens minerais, com destaque para as ro - volvido em função de suas águas termais, cujos
chas carbonáticas, mineralizações de Cu-Pb-Zn, aqüíferos estão condicionados a sistema de falhas
ouro relacionado a veios de quartzo e zonas de cisa- e/ou fraturas profundas. Em função destas caracte-
lhamento de baixo ângulo, quartzitos usados como rísticas individualizou-se uma área envolvendo os
rochas ornamentais, manganês e cristal-de-rocha. poços tubulares profundos e as nascentes de
Manifestam-se ainda estanho e cromita, associados águas termais.
respectivamente a rochas graníticas e ultrabásicas, Cromo – Corpos ultramáficos, dispostos ao longo
posicionadas tectonicamente nesta unidade. de zonas de cisalhamento, com minas de cromita
As rochas carbonáticas, que se distribuem am- exploradas de maneira rudimentar, levaram à indi-
plamente por toda a faixa, foram destacadas como cação de duas áreas para cromita e talco, localiza-
áreas potenciais pela individualização das lentes. das nos municípios de Hidrolândia (nº XXIXb) e Cro-
Na região de Caldas Novas foi delimitada uma área mínia (nº XXIXa). O minério ocorre sob a forma de di-
(nº XXXVIII) onde ocorrem pequenas lentes de cal- ques, veios, corpos lenticulares ou bolsões. Uma
cário que não foram cartografadas nesta escala de terceira área (nº XXIXc) foi demarcada na região de
trabalho. Abadiânia, em decorrência do contexto geológico,
ocorrências e indícios geoquímicos.
Zona Interna da Faixa Brasília – Abrange os gru- Estanho – No extremo-sudeste do estado, próxi-
pos Serra da Mesa e Araxá e as seqüências meta- mo à cidade de Ipameri, definiram-se duas peque-
vulcano-sedimentares de Juscelândia, Indaianó- nas áreas (nºs LVa e b), abrangendo corpos graníti-
polis e Palmeirópolis. cos sintectônicos com mineralizações de cassiteri-
Ouro – Foram selecionadas cinco áreas, sendo ta relacionadas a processos de greisenização.
duas (nºs XXXVa e b) relacionadas a veios irregula-
res de quartzo encaixados nos metassedimentos Zona Externa da Faixa Brasília – Compreende as
do Grupo Serra da Mesa, e três (nºs XXXI, XXXIX a e rochas dos grupos Paranoá e Canastra.
b), ligadas a zonas de cisalhamento desenvolvidas Ouro – Associadas a rochas carbonáticas do Gru-
sobre rochas das seqüências Rio do Peixe, Silvânia po Paranoá são indicadas duas áreas com diversos
e Maratá. jazimentos. A de nº LII, localizada no extremo-norte
Cobre, Chumbo, Zinco – A presença de depósi- do estado (Buraco do Ouro) e a de nº XLII, situada a
tos e ocorrências de sulfetos maciços, vinculados a sul de Niquelândia, foram objeto de uma intensa ativi-
hidrotermalismo sobre rochas anfibolíticas, além de dade garimpeira, entando ligadas a veios irregulares
anomalias geoquímicas nas seqüências de Jusce- de quartzo preenchendo zonas de cisalhamento.
lândia, Indaianópolis e Palmeirópolis, levou a qualifi- Correlacionadas aos xistos carbonosos do Gru-
cá-las como áreas potenciais (nºs XXXIV, XLIV e po Canastra definiram-se três áreas envolvendo
XLIX) para esses elementos. Subordinadamente, zonas de cisalhamento de baixo ângulo, onde são
aparecem ocorrências e indícios geoquímicos de identificadas minas em atividade(nº LVIc), depósi-
ouro e prata. tos (nº LVIb), ocorrências e indícios geoquímicos
Zinco e Chumbo – A NW de Niquelândia, região (nº LVIa).
de Castelão, delimitou-se uma área (nº XLIII), onde Manganês – Nas imediações de São João da Ali-
mineralizações do tipo estratiforme encontram-se ança-Alto Paraíso dezenas de jazimentos minerais
associadas a rochas carbonáticas do Grupo Serra de manganês laterítico, provenientes do enriqueci-
da Mesa. mento supergênico sobre os níveis pelíticos do

– 134 –
Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

Grupo Paranoá, são explorados de maneira rudi- Cobre, Chumbo, Zinco – A área de nº II, represen-
mentar e constituem o motivo principal da separa- tada pela Seqüência de Bom Jardim de Goiás, reúne
ção das áreas de nº LVIIIb e LVIIIa, onde a primeira o depósito de Cu/Pb/Zn com ouro associado, ocor-
encerra os depósitos/minas mais importantes. rências auríferas e indícios geoquímicos. A minerali-
Processos intempéricos semelhantes, desenvol- zação é considerada como de origem vulcânica exa-
vidos sobre os filitos do Grupo Canastra, deram ori- lativa com remobilizações em zona de cisalhamento.
gem aos depósitos manganesíferos existentes nas Cobre, Níquel, Cobalto – Os corpos máfi-
cercanias de Alexânia (Área nº XL). co-ultramáficos diferenciados de Americano do
Cristal-de-Rocha – Apesar deste mineral apre- Brasil (Área nº XIX b) e Mangabal I e II (Área nº XIXa)
sentar produções em vários municípios, delimi- foram selecionados por conterem depósitos e ocor-
tou-se somente uma área (nº LVII), na região de rências de sulfetos sob a forma maciça, semimaci-
Cristalina, onde a atividade garimpeira tem-se de- ça e disseminada, hospedados preferencialmente
senvolvido desde a década de 40. Neste local as nas zonas noríticas e piroxeníticas.
mineralizações estão sob a forma de veios irregula- Ilmeno-Magnetita – Definiu-se somente uma
res, com os cristais exibindo inclusões variadas, o área (nº XXVII), envolvendo as rochas da Suíte Ga-
que possibilita a sua ampla utilização no artesanato bro-Diorítica Anicuns-Santa Bárbara, onde um de-
mineral. pósito e ocorrências deste bem mineral estão asso-
Cobre, Chumbo e Zinco – Na região a sudeste ciados a lentes de metanortositos.
de Niquelândia, demarcou-se uma área favorável Esmeralda – A área de nº XXV engloba as minas,
para estas mineralizações, em função do contexto garimpos e ocorrências existentes nos arredores de
geológico favorável, presença de rochas carbonáti- Campos Verdes. A mineralização está condiciona-
cas do Grupo Paranoá, ocorrências minerais e indí- da a corpos de talco xistos e biotititos da Seqüência
cios geoquímicos para Cu, Pb e Zn. Metavulcano-sedimentar de Mara Rosa e tem sua
gênese vinculada a processos metassomáticos.
6.2.4 Arco Magmático de Goiás Cianita – Envolvendo parte da unidade cinco
(Nmr 5) da Seqüência Metavulcano-sedimentar
As principais mineralizações deste domínio es- Mara Rosa delimitou-se uma área (nº XXVI), que in-
tão con t i d a s nas se quên ci as me ta vul ca- clui os principais jazimentos, objeto de exploração
no-sedimentares (ouro, cobre, chumbo, zinco, es- econômica.
meralda e cianita) ou acham-se vinculadas aos cor- Rochas Ornamentais – Corpos de granitos pós-
pos intrusivos de natureza básica/ultrabásica. tectônicos, aflorantes na parte oeste de Goiás e
Ouro – Tem uma distribuição significativa na Se- apresentando condições topográficas, campos de
quência Metavulcano-sedimentar de Mara Rosa, matacões e características físico-químicas favorá-
onde está correlacionado a processos hidrotermais veis à lavra, vêm sendo explorados e exportados na
em zonas de cisalhamento e a intrusões graníticas/ forma de blocos. Estes maciços correspondem à
gabro-dioríticas. A presença de depósitos, garim- área de nº III a, b, c, d, e, f e g. Outros corpos com
pos e ocorrências propiciou a separação de quatro características similares e ainda não explorados
áreas (XXXVIa, b, c e d), sendo que na primeira, lo- necessitam de maiores estudos visando seu possí-
calizada na região de Chapada (Alto Horizonte), vel uso.
existe um expressivo depósito de cobre associado Ainda dentro deste domínio tectônico foi separa-
ao ouro. da a área de nº XXII, de onde são extraídos blocos
Nas seqüências metavulcano-sedimentares si- de sienito (Suíte Itapuranga).
tuadas na porção oeste de Goiás, apenas na de
Jaupaci (Área nº VIIIc), foi identificado um depósi- 6.2.5 Coberturas Cratônicas
to aurífero, condicionado a zonas de cisalhamento
e a corpos graníticos/gabro-dioríticos. O contexto Este ambiente, representado pelas rochas do
geológico, ao lado de ocorrências e indícios geo- Grupo Bambuí, encerra um amplo potencial para
químicos levou à indicação das seqüências de rochas carbonáticas, associadas principalmente
Iporá/Amorinópolis (nº VIIIb) e Arenópolis/Piranhas às formações Lagoa do Jacaré e Sete Lagoas, com
(nº VIIIa), como áreas prospectáveis. Nesta última possibilidades também para ocorrência de depósi-
seqüência foi individualizada também uma faixa tos de zinco, chumbo e fosfato.
com rochas carbonáticas (Área nº VII), atualmente Calcário – Para esta substância foram selecio-
utilizada para produção de pó calcário. nadas seis áreas (nºs LXIa, b, c, d, e, f), relaciona-

– 135 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

das a lentes de rochas carbonáticas, que englo- fase de teste para a sua utilização, enquanto que a
bam as minas e os principais jazimentos minerais terceira encontra-se em produção.
cadastrados. Água Termal – Delimitou-se uma área (nº X), na
A área de nº LXIe apresenta potencial também região de Itajá, onde é conhecido há décadas um
para fosfato, pois além de ocorrências de fosforita importante manancial de água termal, relacionado
observam-se ainda anomalias geoquímicas de pri- a falhas e fraturas profundas.
meira ordem para esse elemento. A região de Cachoeira Dourada foi considerada
Zinco e Chumbo – No extremo-NE do estado de- também como área potencial (nº XXVIII), com o
marcou-se uma área (nº LXII) para estes bens mine- mesmo condicionamento estrutural, por conter
rais, em função do contexto geológico favorável, de uma mina em exploração.
ocorrências minerais e de indícios geoquímicos.
Subordinadamente, a área apresenta potencialida- 6.2.7 Formações Superficiais
de para calcário e fluorita.
Este domínio apresenta potencialidade para
6.2.6 Bacias Sedimentares e Intrusões Alcalinas ouro e diamante, areia, argila e turfa, relacionados a
placers aluvionares.
Apresentam um importante potencial metaloge- Nas regiões de Goiás e Niquelândia foram sele-
nético evidenciado pelos depósitos de níquel laterí- cionadas três áreas (nºs XVIa e b, XLV) potenciais
tico e de nióbio-fosfato-titânio-vermiculita e terras- para este elemento, em virtude principalmente de
raras, associados a rochas alcalinas, e depósitos e uma intensa atividade garimpeira.
minas de calcário e rochas ornamentais. As áreas de nºs XVIa e XVIb que correspondem
Fos fa to-Nióbio-Titânio-Vermiculita-Terras- respectivamente à aluviões dos rios Vermelho e
Raras – Os corpos alcalinos de Catalão e Ouvidor Faina, o ouro está relacionado à alteração das ro-
foram delimitados como áreas altamente prospec- chas do Greenstone Belt de Goiás, e na área de nº
táveis (nºs LIVa e LIVb), por conterem minas destes XLV, referente à aluvião do rio Traíras, o ouro possi-
elementos/minerais, provenientes do intemperismo velmente tem origem a partir da alteração das ro -
supergênico sobre rochas carbonatíticas chas da Seqüência Metavulcano-sedimentar de
Níquel – Foram separadas sete áreas (nºs VI a, b, Indaianópolis.
c, d, e, f e g) envolvendo corpos alcalinos, que apre- Diamante – Encontra-se associado, geralmente,
sentam depósitos ou ocorrências de níquel, cuja mi- a cascalhos aluvionares de distribuição ampla no
neralização é proveniente da concentração deste Estado de Goiás. Na porção sudoeste, que apre -
mineral, a partir de processos de laterização. senta o maior número de garimpos e ocorrências
Urânio – Para este elemento foi demarcada ape- minerais, foi selecionada uma área (nº V), que en-
nas uma área (nº XII), que corresponde à pesquisa- globa as aluviões dos rios Araguaia/Claro e Caiapó.
da pela NUCLEBRÁS. A mineralização tem um ca- A origem dos diamantes está provavelmente relaci-
ráter singenético e está restrita a camada de arenito onada aos sedimentos da Formação Aquidauana.
feldspático da parte basal da Formação Ponta Na região de Posse, onde a atividade garimpeira
Grossa. é menor que na região sudoeste, foram delimitadas
Calcário – Foram selecionadas quatro áreas (nºs Ia, duas pequenas áreas (nºs LXIVa e LXIVb), onde o di-
b, c, e d), relacionadas a lentes carbonáticas da For- amante, possivelmente, é proveniente do retraba-
mação Irati, que englobam as unidades moageiras de lhamento dos sedimentos permo-carboníferos da
Portelândia, Perolândia, Montividiu e Caiapônia. Formação Sopa-Brumadinho do Supergrupo Espi-
Rochas Ornamentais – Lentes de arenito silicifi- nhaço (Dardenne et al., 1991; Dardenne, 1994).
cado das formações Aquidauana (Área nº IX) e Bo- Em função da escala do trabalho e da forma lo-
tucatu (Área nº XI), bem como, o conglomerado da calizada das ocorrências de areia, argila e turfa,
Formação Piranhas (Área nº IV), foram demarcados não foram individualizadas áreas potenciais para
como áreas potenciais, estando as primeiras em as mesmas.

– 136 –
Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

7
ECONOMIA MINERAL DO ESTADO DE
GOIÁS E DO DISTRITO FEDERAL
7.1 Aspectos Gerais liga ferro-níquel. Em 1985 iniciou-se a produção de
ouro pela Mineração Serra Grande S.A. (Grupo
O setor mineral goiano teve sua origem na pró- Anglo American) em Crixás, completando assim a
pria história político-econômica do Estado de Goiás lista das principais empresas produtoras de subs-
que, desde a época dos bandeirantes, está intima- tâncias minerais do estado.
mente relacionada com o aproveitamento de seu Em termos efetivos o Produto Mineral do Estado
potencial mineral, através da extração rudimentar de Goiás (PMGO) é bastante expressivo, com parti-
do ouro e do diamante. No entanto, a indústria mi- cipação destacada no cenário da produção mineral
neral goiana é bastante recente e teve seu início em nacional, contribuindo com cerca de 5% do Produto
1967 com a instalação da usina de beneficiamento Mineral Bruto - PMB do país, excluindo-se deste cál-
de fibras de amianto crisotila no município de Mina- culo os minerais energéticos (petróleo, gás natural e
çu, norte de Goiás. carvão).
A Mineração Catalão de Goiás iniciou a produ- Dentre os recursos minerais produzidos e bene-
ção da liga ferro-nióbio em 1977 tendo as unidades ficiados em Goiás destacam-se, no cenário nacio-
produtoras de concentrado de fosfato sido implan- nal, o amianto crisotila (maior produtor da América
tadas em 1979 (FOSFAGO, hoje COPEBRÁS) e em do Sul), o níquel (maior produtor brasileiro), o fosfa-
1982 (GOIASFÉRTIL, hoje ULTRAFÉRTIL), todas lo- to (2º maior produtor nacional), a esmeralda ( maior
calizadas no município de Catalão. A Cia. Níquel produtor nacional), o nióbio (2º maior do Brasil) e o
Tocantins (Grupo Votorantin) e a CODEMIN (Grupo ouro, que é uma importante fonte de receita para o
Anglo American) começaram a produzir níquel, no estado. Calcário, dolomita, vermiculita, cianita, il-
município de Niquelândia, no início da década de menita titanífera, cobalto como subproduto do ní-
80, respectivamente sob a forma de carbonato e de quel, prata como subproduto do ouro, manganês,

– 137 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

cianita refratária, granito ornamental, quartzito, (pirocloro) e níquel. Por outro lado, a exaustão das
água mineral e termal, agregados para construção reservas de cromo e manganês e a diminuição das
civil (brita, areia e cascalho), argilas, além da pro- reservas oficiais de ouro e prata complementam o
dução garimpeira de diamantes e outras gemas, quadro.
complementam a relação de bens minerais do es- Em relação aos não-metálicos, os aumentos mais
tado que representam, em termos brutos, cerca de significativos ocorreram com as reservas de amian-
10% da arrecadação do ICMS. to, quartzito e granito ornamental e constatou-se
A participação dos Bens Minerais nas exporta- uma diminuição nas reservas de dolomito, argila e
ções de Goiás é significativa e, conforme as infor- mármore ornamental
mações da Secretaria do Comércio Exterior – A grande diversidade da atividade mineral
SECEX e do Ministério da Indústria, do Comércio e apresentada pelo Estado de Goiás, confere ao se-
do Turismo – MICT, o Estado de Goiás realizou ex- tor um destaque especial na economia, o que não
portações, no ano de 1998, da ordem de US$ acontece com o Distrito Federal, que pela sua pró-
324.709.154 – FOB, sendo cerca de 30% das mes- pria condição de núcleo de desenvolvimento ur-
mas, en ca be ça das pelo ouro em bar ras/fios bano, apresenta uma pequena atividade no setor
(9,42%), a liga ferro-nióbio (7,73%) fibras de amian- mineral, proveniente da produção de calcário, bri-
to (6,53%), liga ferro-níquel (1,77%) e, em menor ta, areia, argila e água mineral, ou seja, insumos
proporção, pelas pedras preciosas (0,69%) e ro- utilizados principalmente na indústria de constru-
chas ornamentais (0,22%). ção civil (quadro II).
Neste capítulo foram utilizados dados oficiais di- O valor anual da produção mineral de Goiás,
vulgados pelo DNPM, adotados para efeito de aná- atinge aproximadamente 500 milhões de reais e ca-
lise estatística, os quais nem sempre coincidem racteriza-se pela presença de grandes indústrias,
com as informações levantadas nas empresas mi- concentradas na produção de amianto (Minaçu),
neradoras ou na bibliografia geológica. níquel (Niquelândia), fosfato e nióbio (Catalão/Ou-
vidor) e ouro (Crixás), sendo estes , responsáveis
por cerca de 90% da produção mineral do estado.
7.2 Reservas e Produção Mineral Este valor, no período de 1990 a 1998 (quadro III),
apresentou crescimento positivo a uma taxa anual
As reservas minerais do Estado de Goiás, relati- de aproximadamente 2,67%, apesar da queda
vas a 1990 e a 1996, distribuídas entre metálicas e ocorrida nos anos de 1991, 1995 e 1996.
não-metálicas, são mostradas no quadro I. Junto as O valor da produção em 1996, último ano da sé-
mesmas são apresentadas, também, as reservas rie em dólar, é de US$ 430 milhões, e apresentou
brasileiras desses mesmos bens minerais, para um aumento de 17% em relação aos valores de
efeito de comparação. 1990; início do período. O maior valor foi o registra-
O Estado de Goiás, dentre as substâncias mine- do em 1994, cerca de US$ 517 milhões, aumento
rais metálicas, detém uma posição privilegiada de 41% em relação a 1990, entretanto, os valores
com relação às reservas brasileiras de cobalto da produção dos anos de 1997 e 1998, expressos
(97%) e níquel (72%), além de uma participação em real, sugerem uma variação negativa para o
significativa em relação à prata (13%), ao titânio setor.
(16%) e ao cobre (15%). A participação do estado no valor da PMB vem
Com relação aos não-metálicos, a quase totalida- se mantendo nos mesmos níveis nos últimos qua-
de das reservas brasileiras de amianto encontra-se tro anos, terminando 1998 com uma participação
em Goiás (98%). Pequenas outras quantidades es- de quase 5%, o que posiciona Goiás em 5º lugar
tão localizadas nos estados de Alagoas e São Paulo. dentre o conjunto das unidades federativas do
Existe também uma expressiva participação nas re- país, e 1º lugar dentre os estados de Região Cen-
servas de cianita (59%), mica (58%), vermiculi- tro-Oeste.
ta/perlita (57%) e quartzito ornamental (47%). O valor da produção por classes e substâncias
Como pode ser visto no quadro I, com relação às minerais em 1996 é mostrado no quadro IV. Tanto
substâncias minerais metálicas, reservas que não os metálicos como não-metálicos mostram uma
existiam há alguns anos, hoje são conhecidas, participação relativa próxima a 50% do valor da
caso do ferro, nióbio (columbita/tantalita) e titânio produção mineral do estado, correspondendo a
(ilmenita). Aumento mais expressivo ocorreu com o US$ 203 milhões para os metálicos e US$ 227 mi-
cobalto e de forma significativa com o cobre, nióbio lhões para os não-metálicos.

– 138 –
Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal
– 139 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Quadro II – Produção e reservas das principais substâncias do Distrito Federal.

SUBSTÂNCIA PRODUÇÃO (1996) RESERVAS


Água Mineral 41.142.000l -
Argilas Comuns 671.946t 12.739.618t
Argilas Refratárias - 1.095.750t
3
Areia/Cascalho 1.963.899m 5.000.000t
Calcário 1.639.426t 155.785.039t
3 3
Brita 937.632m 7.722.888m
Fonte: DNPM.

Quadro III – Valor da Produção Mineral (1990-1998).

PRODUÇÃO MINERAL DE GOIÁS


(1)
ANOS
(a) PMB 3 (b) ÍNDICES CRESCIMENTO PARTICIPAÇÃO
3 (2)
US$ 10 US$ 10 1990 = 100 ANUAL (%) (b/a x 100)
1990 7.412.280 367.000 100,00 4,95
1991 5.518.106 271.994 74,11 (25,89) 4,93
1992 12.013.728 387.532 105,59 42,48 3,23
1993 7.671.652 430.154 117,21 11,00 5,61
1994 8.626.755 516.840 140,83 20,15 5,99
1995 8.733.456 499.713 136,16 (3,31) 5,72
1996 7.661.869 429.764 117,10 (14,00) 5,61
1997 8.090.670 473.182*
1998 ND 470.170*
Fonte: DNPM/DEM
1) Exceto energéticos
2) Quando negativo representado entre parênteses ND – não disponível. *R$

7.2.1 Minerais Metálicos A seguir descrevemos as principais substâncias


minerais de Goiás, por ordem de importância eco-
Dentre os metálicos, cobalto, nióbio, níquel e ouro nômica para o estado.
representam cerca de 97% do valor da produção mi-
neral da classe. Somente ouro e níquel correspon- Níquel
dem a cerca de 89%. Comparativamente à produção
mineral do estado, cabe a essas quatro substâncias O níquel é um metal de grande utilização industrial,
cerca de 47%, US$ 200 milhões.Com relação ao co- sendo seus principais empregos direcionados à
balto, toda a produção nacional é originária do Esta- confecção de aço inox (siderurgia), fundidos de ferro
do de Goiás. Cerca de 87% do valor da PMB de ní- (aços), galvanoplastia, ligas de alumínio e cobre, ma-
quel e 28% do nióbio têm origens também no Estado nufatura e artefatos de níquel e produtos químicos.
de Goiás. O ouro apresenta quase 8% do valor da Goiás possui as maiores reservas brasileiras des-
produção nacional. Como se vê, para a economia mi- te metal e sua produção é responsável por nada me-
neral do Estado de Goiás, é bastante significativa a nos que 85% da oferta nacional, apesar de recorrer-
participação que cabe ao níquel, ouro, nióbio e co- mos à importação para suprir o consumo interno de
balto. Destaque especial deve ser dado ao cobalto e alguns tipos comerciais.
níquel. O primeiro representa a totalidade da produ- Para atender ao consumo de níquel no Brasil,
ção nacional, enquanto que ao segundo cabe 87% portanto, recorre-se à importação anual de 8,5 mil
da produção nacional desse bem mineral. toneladas do metal e seus manufaturados, e aproxi-

– 140 –
Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

Quadro IV – Valor da produção mineral do Estado de Goiás (por classe e substância) (1996).

VALOR DA PARTICIPAÇÃO (%)


CLASSE SUBSTÂNCIA PRODUÇÃO SUBST./ CLASSE/ SUBST./ SUBST./PMB
3
(10 US$) CLASSE PMGO PMGO DA SUBST.
Cobalto 9.338 4,60 47,22 2,17 100,00
M Ferro 8 0,01 0,002 0,00
E Manganês 1.797 0,88 0,42 1,44
T
Á Nióbio (pirocloro) 10.672 5,26 2,48 27,51
L Níquel 124.140 61,18 28,89 86,57
I Ouro 55.936 27,57 13,02 7,73
C
O Prata 36 0,02 0,01 2,09
S Titânio (ilmenita) 991 0,49 0,23
SUBTOTAL I 202.918 100,00
Água Mineral 5.594 2,47 52,78 1,30 2,03
N Amianto 127.915 56,39 29,76 100,00
Ã
O Areia e Cascalho 7.305 3,22 1,70 1,27
Argilas Com. e Plast. 4.520 1,99 1,05 1,54
– Calcário 21.326 9,40 4,96 3,68
M Cianita e outr. Refrat. 251 0,11 0,06 87,76
E Dolomito 1.103 0,49 0,26 3,35
T Filito 248 0,11 0,06 1,78
Á
L Granito Ornamental 226 0,10 0,05 0,15
I Pedras Britadas 10.756 4,74 2,50 1,28
C Rocha Fosfática 45.639 20,11 10,62 24,47
O
S Vermiculita/Perlita 1.964 0,87 0,46 58,57
SUBTOTAL II 226.847 100,00
TOTAL 429.765 - 100,00 100,00
Fonte: DNPM/DEM.
PMB: Valor da Produção Mineral Brasileira.
PMGO: Valor da Produção Mineral de Goiás.

madamente 500t de compostos químicos, a um elevará a produção de Ni eletrolítico, de 8.849 para


custo total da ordem de US$ 73 milhões. As nossas 17.500 t/ano.
exportações deste metal representam 34,8% do to- Outros jazimentos não menos importantes de ní-
tal produzido, destinadas principalmente para a quel estão localizados nos municípios de Goianésia
Europa e os Estados Unidos. e Barro Alto, com teores de 1,4 a 2,8% de Ni. Em Bar-
As principais usinas de produção do níquel es- ro Alto desenvolve-se um estudo de viabilização
tão localizadas no município de Niquelândia, onde econômica pela International Nickel Corporation–
o minério de níquel é transformado, no próprio lo- INCO, para instalação de um grande projeto visando
cal, em ligas de ferro-níquel pela CODEMIN, e em a produção de níquel laterítico numa reserva medida
carbonato de níquel pela Cia. Níquel Tocantins – de 26.761.000t de minério, com teor de 1,80% de ní-
Grupo Votorantin. quel, disponibilizando 482.989t de níquel contido,
Atualmente a Cia. Níquel Tocantins desenvolve, sendo esta, a maior reserva do país.
em Niquelândia, a fase final de um projeto de am- As reservas medidas de níquel em Goiás são vi-
pliação das plantas de beneficiamento, para au- sualizadas no quadro V, e totalizam 232.499.200 to-
mentar a produção de carbonato de níquel, o que neladas de minério bruto.

– 141 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Quadro V – Níquel em Goiás (reservas medidas).

QUANTIDADE (t) PARTICIPAÇÃO


MUNICÍPIOS
MINÉRIO CONTIDO TEOR (%) NO CONTIDO (%)
Americano do Brasil 5.025.807 34.175 0,68 1,00
Barro Alto 26.761.000 482.989 1,80 14,15
Diorama 11.104.440 147.293 1,33 4,32
Goianésia 18.432.000 372.825 2,02 10,93
Iporá 13.608.850 197.133 1,45 5,78
Jussara 51.322.161 781.475 1,52 22,90
Monstes Claros de Goiás 61.922.809 792.286 1,28 23,22
Niquelândia 44.322.133 604.034 1,36 17,70
TOTAL 232.499.200 3.412.210 1,47 100,00
Fonte: DNPM/DEM.

Quanto à produção de minério de níquel, obser- produção do ouro, se manteve como capital do es-
va-se um crescimento gradativo até os anos de tado até 1933, perdendo sua importância com o
1995/1996, dando sinais de novo crescimento em declínio da atividade mineira e a transferência da
1998, com a expectativa de aumento nas exporta- capital para Goiânia.
ções e a necessidade de aumento da capacidade Até o início do século XX a extração de ouro em
produtiva (quadro VI). Goiás era feita por métodos rudimentares, através
de garimpos que se concentravam na parte cen-
Quadro VI – Produção de níquel (minério) tro-sul do estado, abrangendo os municípios de
em Goiás (1990-1988). Crixás e Pilar de Goiás, deslocando-se a partir de
1920 para a região do Alto Araguaia e outras re-
3 giões onde se verificam concentrações aluvionares
ANOS PRODUÇÃO (t) VALOR (US$ 10 )
importantes.
1990 1.120.797 26.546 A partir de 1970, iniciou-se um ciclo de prospec-
1991 1.391.816 5.221 ção e pesquisa mineral sistemática e extensiva,
1992 1.462.759 84.131 distribuída nas áreas potencialmente suscetíveis
de hospedarem mineralizações auríferas, notada-
1993 1.690.544 98.485
mente em alvos que já tinham sido objeto de garim-
1994 1.712.100 113.495 pagem. Dessas atividades redundaram várias des-
1995 1.860.424 115.124 cobertas, destacando-se os jazimentos de ouro
1996 1.862.754 124.140 bloqueados pela Mineração Serra Grande (Grupo
Anglo-American), no município de Crixás, que res-
1997 1.478.480 115.163
pondem atualmente pela maior produção de ouro
1998 1.659.440 130.706 beneficiado em Goiás, na ordem de 4.223kg, num
Fonte: DNPM. total de 4.432kg, produzidos em 1997.
As reservas medidas oficiais de ouro somam um
Ouro total de aproximadamente 6.091 mil toneladas de
minério, com cerca de 33,6 mil quilogramas de me-
Os primeiros registros relacionados à explora- tal contido. As maiores reservas em ouro contido
ção do ouro em Goiás datam de 1726, quando Bar- (quadro VII), por ordem decrescente de valor, es-
tolomeu Bueno da Silva, ao receber uma conces- tão situadas nos municípios de Crixás (67%), Luziâ-
são de Sesmaria, descobriu um rico veio aurífero, nia (16%), Estrela do Norte (7%) e Aurilândia (6%).
tendo iniciado ao seu redor a instalação do Arraial Juntas, correspondem a cerca de 96% das reser-
de Santana. Em 1739, o povoado foi elevado à con- vas totais do estado.
dição de vila e, posteriormente, sob a denominação A produção de ouro em Goiás, até o final da dé-
de cidade de Goiás, sempre ligada ao comércio e à cada de 80, proveniente principalmente de garim-

– 142 –
Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

Quadro VII – Ouro em Goiás (reservas medidas).

QUANTIDADE (t) PARTICIPAÇÃO


MUNICÍPIOS
MINÉRIO (t) CONTIDO (g) TEOR (g/t) NO CONTIDO (%)
Anicuns 2.845 133.174 46,81 0,40
Aurilândia 425.518 2.127.590 5,00 6,33
Cavalcante 120.262 769.874 6,40 2,29
Crixás 3.421.804 22.344.014 6,53 66,51
Estrela do Norte 1.161.400 2.415.712 2,08 7,20
Luziânia 794.308 5.242.433 6,60 15,60
Mara Rosa 54.020 86.432 1,60 0,26
Nova Roma 66.450 199.350 3,00 0,59
São João da Paraúna 44.473 276.622 6,22 0,82
TOTAL 6.091.080 33.595.201 5,52 100,00
Fonte: DNPM/DEM.

pos distribuídos seminados por várias regiões, com Nióbio (Pirocloro)


os dados registrados oficialmente a partir de 1981
mostrando que este metal tinha uma produção sig- As reservas medidas de nióbio (quadro IX) so-
nificativa. A partir da década de 90, com a produ- mam 8.367.105 toneladas de minério com cerca
ção industrial iniciada no ano anterior, na mina de de 88.557 toneladas de metal contido. Distribu-
Crixás, Goiás se firmou significativamente como em-se por dois municípios, Catalão e Ouvidor,
grande produtor nacional deste metal nobre. com a maior concentração no município de Ouvi-
Além da Mineração Serra Grande, que implantou dor, cerca de 56%.
a mina de Crixás, outros grupos estão presentes no Em Goiás, a Mineração Catalão de Goiás pos-
setor de exploração de ouro em Goiás, como Marex sui minas em atividade no município de Ouvidor,
da australiana Western Mining Corporation – WMC com lavra a céu aberto. Dispõe de uma usina de
e o Grupo Garantia que produziram ouro em Mara beneficiamento também situada nesse municí-
Rosa e em São João da Paraúna. A produção oficial pio, para produção de concentrado de pirocloro,
de ouro em Goiás, no período de 1990 a 1998 está e uma outra usina de metalurgia para a produção
representada no quadro VIII. de liga ferro-nióbio. Toda a produção de concen-
trado de nióbio é destinada à usina metalúrgica
Quadro VIII – Produção de ouro em da em pre sa, para a fa bri ca ção da liga fer-
Goiás (1990-1998). ro-nióbio. O restante da produção nacional é feita
pela CBMM – Cia. Brasileira de Metalurgia e Mi-
PRODUÇÃO VALOR neração, em suas jazidas situadas em Araxá-MG.
ANO 3
A participação da produção de nióbio no valor
(kg) (US$ 10 )
1990 4.873 96.437 da produção nacional apresenta comportamento
regular ao longo do período, com índice médio
1991 4.604 75.699
anual de 28%, o que demonstra a importância
1992 4.136 60.839 econômica do nióbio do estado, para a produção
1993 4.729 66.990 mineral brasileira; apesar da participação do nió-
1994 5.014 96.247 bio no valor da produção mineral de Goiás ter
apresentado índices bastante baixos, com média
1995 5.286 63.019
próxima a 1%, considerados os sete anos da sé-
1996 4.432 55.936 rie. Explica esse comportamento o fato de existir,
1997 4.223 49.011 no Brasil, somente mais uma empresa produtora,
1998 4.432 47.318 a CBMM.
A produção goiana em 1998, foi da ordem de
Fonte: DNPM. 7.524t de concentrado de nióbio no valor de R$

– 143 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Quadro IX – Nióbio (Pirocloro) em Goiás (reservas medidas).

QUANTIDADE (t) PARTICIPAÇÃO NO


MUNICÍPIOS
MINÉRIO CONTIDO TEOR (%) CONTIDO (%)
Catalão 2.527.101 38.917 1,54 43,95
Ouvidor 5.840.004 49.640 0,85 56,05
TOTAL 8.367.105 88.557 1,06 100,00
Fonte: DNPM/DEM.
Nota : teor expresso em Nb2O5.

38.941,00, proveniente dos municípios de Catalão É produzido como subproduto da indústria do ní-
e Ouvidor. No ano de 1998 houve um incremento quel, no município de Niquelândia, através da Cia.
(9,86%) na quantidade produzida que passou para de Níquel Tocantins e da CODEMIN.
2.413t de Nb contido na liga. O valor da produção Segundo dados da Divisão de Economia Mineral
cresceu de R$ 35,7 milhões, para R$ 38,9 milhões, do DNPM, em 1997, a produção goiana foi de
registrando um aumento de 8,94% (quadro X). 24.430t de minério beneficiado com 12 % de cobal-
to contido, alcançando um valor de U$ 22.664.
Cobalto Os valores da produção nos anos de 1993, 1994
e 1995 mantiveram-se bastante próximos, média
O cobalto é aplicado na confecção de produtos aproximada de US$ 63 milhões. A produção de
semimanufaturados, manufaturados, cobalto em pó, 1993 registrou aumento expressivo (21%) em rela-
cobalto 60, mates de cobalto, chapas, folhas, fios e ção à do ano anterior. A partir de 1995 começa a
compostos químicos (óxido salino de cobalto, cloreto decrescer, mostrando queda acentuada em 1996,
de cobalto, sulfato de cobalto e acetato de cobalto). cerca de 85% em relação ao ano anterior, e 81%
As reservas medidas de cobalto (quadro XI) to- quando comparada ao início da série. Termina
talizam 34 milhões de toneladas de minério, com 1996 com US$ 9,3 milhões (quadro XII).
aproximadamente 56,6 mil toneladas de metal con- Toda a produção de cobalto no Brasil tem origem
tido. As maiores reservas em metal contido estão si- no Estado de Goiás. Além disso, a participação da
tuadas no município de Niquelândia, cerca de 57% produção no valor da produção mineral goiana é
das reservas totais do estado. As demais se encon- significativa, com valores médios bastante próxi-
tram no município de Americano do Brasil. O cobal- mos entre 1992 e 1995, média um pouco superior a
to ocorre associado ao níquel em pequenos teores. 13%. Exceção feita ao ano de 1996, último da série,
com 2%.
Quadro X – Produção de nióbio (concentrado)
em Goiás (1990-1998). Cobre

PRODUÇÃO VALOR Os principais depósitos de cobre do Estado de


ANO 3
(t)*1 (US$ 10 ) Goiás foram detectados na região norte, localidade
1990 6.667 7.668 de Chapada, hoje município de Alto Horizonte, onde
1991 5.600 3.971 foi registrada uma reserva medida de 254.825.000
de toneladas de minério bruto que, associada àque-
1992 6.375 5.042
las bloqueadas nos municípios de Americano do
1993 6.633 4.034 Brasil e Bom Jardim de Goiás totalizam uma reserva
1994 6.745 3.367 medida de 263.200.187 toneladas (quadro XIII).
1995 7.249 4.752 A Mineração Santa Elina está com os estudos
preliminares de viabilidade prontos, voltados para
1996 6.494 10.672
a produção de cobre em Alto Horizonte.
1997 6.435 35.744*2
1998 7.524 38.941*2 7.2.2 Minerais Não-Metálicos
Fonte: DNPM.
* 1 – Nb Dentre os não-metálicos, amianto, calcário, ro-
* 2 – R$ chas fosfáticas e pedras britadas representam qua-

– 144 –
Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

Quadro XI – Cobalto em Goiás (reservas medidas).

QUANTIDADE (t) PARTICIPAÇÃO


MUNICÍPIOS
MINÉRIO CONTIDO TEOR (%) NO CONTIDO (%)
Americano do Brasil 5.025.807 24.124 0,48 42,62
Niquelândia 29.020.661 32.479 0,11 57,38
TOTAL 34.046.468 56.603 0,17 100,00
Fonte: DNPM/DEM.

Quadro XII – Valores das produções nacional e goiana (1990-1996).

(a) PMB (Co) (b) PMGO PMGO (Co) PARTICIPAÇÃO %


ANOS 3 3
US$ 10 US$ 10 c) US$ 103 VARIAÇÃO ANUAL % c/a c/b
1990 - 367.000 - - - -
1991 - 271.994 - - - -
1992 49.989 387.532 49.989 - 100,00 12,90
1993 60.643 430.154 60.643 21,31 100,00 14,10
1994 65.487 516.840 65.487 7,99 100,00 12,67
1995 63.970 499.713 63.970 (2,32) 100,00 12,80
1996 9.338 429.764 9.338 (85,40) 100,00 2,17

Fonte: DNPM/DEM.
Notas: PMB (Co) - Valor da Produção Mineral Brasileira em cobalto.
PMGO - Valor da Produção Mineral Goiana.
PMGO - Valor da Produção Mineral Goiana em cabalto.
- - Dados não disponíveis.

Os demais não-metálicos produzidos são: água


Quadro XIII – Reservas de cobre em Goiás. mineral, areia/cascalho, argilas, cianita, dolomito,
MUNICÍPIOS RESERVAS (t)
filito, granitos, pedras britadas e vermiculita.
Para a economia mineral do estado é bastante
Americano do Brasil 5.025.807 significativa a produção de amianto, rocha fosfática
Bom Jardim de Goiás 3.349.380 e calcário. Importância menor cabe às pedras bri-
Alto Horizonte 254.825.000 tadas, areias/cascalhos, água mineral e argilas.
Total 263.200.187
Essas substâncias, no conjunto, são responsáveis
por mais de 98% do valor da produção da classe e
cerca de 52% do valor da Produção Mineral do
se 91% do valor da produção mineral da classe. So- Estado.
mente amianto e rocha fosfática correspondem a
cerca de 77% (quadro IV). Amianto Crisotila
Comparativamente ao valor da produção mine-
ral do estado, essas três substâncias respondem Constitui um bem mineral de grande demanda
por quase 48%, US$ 195 milhões. no mercado nacional, sendo 93% da sua oferta utili-
Com relação à participação das mesmas no Valor zada como insumo na confecção de diversos pro-
da Produção Mineral Brasileira cabe às rochas fosfáti- dutos relacionados à indústria de fibrocimento (te-
cas o correspondente a cerca de 24%. Calcário fica lhas, tubos, conexões, chapas, caixas d’água etc.),
com valores próximos a 4% e pedras britadas com enquanto o restante apresenta aplicação na indús-
pouco mais de 1%. No caso do amianto toda a produ- tria automobilística (lonas e pastilhas de freio, jun-
ção mineral brasileira é originária do Estado de Goiás. tas e discos de embreagem), vinílicos, tecidos re-

– 145 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

sistentes ao fogo, isolantes, têxteis, papel e pape- As reservas oficiais em Goiás, somam 107.658.217t
lão, massas plásticas, adesivos e montagem de ce- de minério, segundo o DNPM, com 5.662,822t de fi-
lulas eletrolíticas, totalizando mais de 3.000 diferen- bras de amianto da mina de Cana Brava, suficien-
tes aplicações industriais. tes para 60 anos de operação (quadro XV), todas
No Brasil o consumo de amianto tem se mantido localizadas no município de Minaçu.
estável, apesar do fraco crescimento da economia Depósitos de amianto de menor expressão fo-
interna do país e da campanha internacional para o ram cadastrados no município de Cromínia, morros
banimento do uso desta fibra, em decorrência de da Platina e Paraíso, e em Nerópolis, morro da Pe-
diversos problemas relacionados à saúde ocupa- dra Sabão.
cional. Entretanto, são necessárias importações de
fibras extra longas, tipo 1 e 3, cujo mercado nacio- Quadro XV – Produção de amianto em
nal absorve cerca de 40 mil toneladas por ano. Goiás (1990 - 1998).
O Estado de Goiás é o principal produtor brasilei-
ro de amianto crisotila, proveniente do município de 3
ANO PRODUÇÃO (t)* VALOR (US$ 10 )
Minaçu (Mina de Cana Brava), (quadro XIV) que ini-
ciou sua produção em 1967 com a implantação 1990 232.332 83.186
pela SAMA-Sociedade Anônima Mineração de 1991 237.271 100.027
Amianto, hoje com o nome de SAMA – Crisotila do 1992 170.471 99.992
Brasil Ltda., com capacidade instalada de 240 mil 1993 184.918 92.423
toneladas/ano na unidade de Cana Brava, e produ-
ção de 20 mil toneladas de fibra. 1994 181.416 104.889
1995 215.000 122.671
Quadro XIV – Amianto em Goiás (reservas medidas). 1996 213.213 127.915
1997 208.448 159.228
QUANTIDADE (t)
MUNICÍPIO 1998 198.332 151.865
MINÉRIO CONTIDO TEOR (%)
Fonte: DNPM.
Minaçu 107.658.217 5.662.822 5,26 * Fibras de amianto.
Fonte: DNPM/DEM.
Nota: teor expresso em fibras. Rocha Fosfática

O ápice da produção nacional ocorreu em 1991, As reservas medidas de rocha fosfática (qua-
quando a empresa utilizou quase que a sua capaci- dro XVI), somam cerca de 86 milhões de tonela-
dade total, chegando a produzir mais de 237 mil to- das de minério, com quase 11 milhões de tonela-
neladas. das de P205 contido. Distribuem-se por apenas
O ano de 1992, com produção de aproximada- dois municípios, Catalão e Ouvidor, comportando
mente US$ 100 milhões, registrou queda de 0,04%. a este último quase 66% das reservas totais em
Em 1993, com uma produção de US$ 9,2 milhões, a P2 0 5 .
queda foi de quase 8%. O menor valor foi o registra- A produção no estado é feita pela Ultrafér til
do em 1990, início do período, US$ 83 milhões. O S.A. e Copebrás S.A. A primeira tem uma mina
maior foi obtido em 1996, US$ 128 milhões, aumento em atividade no município de Catalão, com lavra
de quase 54% em relação ao início do período. A a céu aberto e capacidade de produção de 5 mi-
taxa média anual de crescimento foi de 7,4% ao ano. lhões de toneladas/ano de minério. Possui tam-
A participação da produção do amianto no valor bém uma usina de be neficiamento no mesmo
do Produto Mineral Goiano é da ordem de 26% em município, com capacidade de produção de 900
média, demonstrando a importância desse bem mi- mil tonelada/ano de concentrado de fosfato. A
neral para a economia goiana. Copebrás tem mina em atividade no município
Os principais consumidores nacionais da produ- de Ouvidor, lavra a céu aberto, capacidade de
ção da SAMA são a Eterbrás – Técnica Ind. Ltda., produção de 2 mi lhões de tonelada/ano de miné-
Brasilit S. A., Isdralit Ind. do Paraná Ltda., Eternit S. rio. Possui também uma usina de be neficiamen-
A. , Sano S. A. Ind. e Com., Indústria Brasilit da Ama- to no mesmo município, com capacidade de pro-
zônia S. A. , Precon Industrial Ltda., Infibra S. A. e dução de 630 mil tonelada/ano de concentrado
Fras - Le S.A. de rocha fosfática.

– 146 –
Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

O valor de produção, no período de 1990 a 1998 Calcário


(quadro XVII) mostra queda nos primeiros e nos
dois últimos anos da série, terminando 1996 com As reservas medidas de calcário (quadro XVIII)
US$ 45,6 milhões, 26% a menos em relação ao pe- distribuem-se por vinte municípios do estado, to-
ríodo anterior e quase 46% quando comparado ao talizando 1,2 bilhão de toneladas de minério. As
início do mesmo, seis anos antes. Somente dois maiores estão localizadas nos municípios de For-
anos apresentaram índices de crescimento, 1993, mosa, Goiás, Palmeiras de Goiás e Planaltina.
com 31% e 1994 com 54%, valores de US$ 41,6 Juntas, correspondem a quase 80% das reservas
milhões e US$ 64 milhões, respectivamente. O me- totais.
nor valor foi registrado em 1992, US$ 32 milhões. As atividades de produção de calcário no esta-
O maior em 1990, US$ 84 milhões. Nos anos de do estão ligadas mais à indústria cimenteira. As
1997 e 1998 houve aumento da produção, o que principais empresas que vêm operando no setor
mostra a recuperação do setor. são: Companhia de Cimento Portland de Goiás, no
A participação de Goiás no valor da produção município de Cezarina e a Votorantins Cimento
nacional mostra índices próximos, com média S.A., no município de Cocalzinho de Goiás.
anual de 26%. Da mesma forma, no valor da pro-
dução mineral do estado revela índices também Quadro XVIII – Reservas de calcário para
significativos, principalmente os obtidos no início corretivo de solo em Goiás.
e últimos anos da série. A média para o período foi
de quase 13%.
SUBSTÂNCIA MUNICÍPIO RESERVAS
(t)*
Quadro XVI – Rocha fosfática em Goiás Calcário Brasília 155.785.039
(reservas medidas). Calcário Caiapônia 1.780.217

QUANTIDADE (t) Calcário Cesarina 16.521.845


MUNICÍPIOS Calcário Cocalzinho 947.406
MINÉRIO CONTIDO TEOR (%)
Catalão 33.642.396 3.711.354 11,03 Calcário Corumbá de Goiás 33.215.244
Ouvidor 52.715.579 7.154.091 13,57 Calcário Edéia 273.581
TOTAL 86.357.975 10.865.445 12,58 Calcário Formosa 212.335.750
Calcário Formoso de Goiás 5.589.432
Fonte: DNPM/DEM. 2 5 Calcário Goianésia 1.089.139
Nota: Teor expresso em P O .
Calcário Goiás 380.188.793
Calcário Indiara 30.115.083
Quadro XVII – Produção de rocha fosfática Calcário Jandaia 22.076.340
em Goiás (1990 - 1998). Calcário Mara Rosa 16.790.274
ANOS PRODUÇÃO VALOR (US$10 )
3 Calcário Mossâmedes 5.512.641
1990 963.469 84.058 Calcário Niquelândia 39.057.275
1991 949.685 34.507 Calcário Palmeiras de Goiás 217.057.771
1992 740.518 31.816 Calcário Perolândia 1.204.611
1993 1.003.129 41.620 Calcário Piranhas 8.422.168
1994 1.209.360 64.066 Dolomito Planaltina de Goiás 2.848.301
1995 1.089.480 61.680 Calcário Planaltina de Goiás 192.653.931
1996 1.164.466 45.639 Calcário Portelândia 4.283.164
1997 1.385.248 *90.759 Calcário Rio Verde 64.149.951
1998 1.374.972 *83.012 TOTAL - 1.417.224.017

Fonte: DNPM. Fonte: DNPM (Anuário Mineral Brasileiro, 1997).


* R$. * Reservas: medida + inferida.

– 147 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

A produção para fins agrícolas está concentra- ranhão e Pirapitinga, ou através da extração de are-
da, principalmente, nos municípios de Goiás, Por- nitos alterados (morro da Areia), no município de
telândia, Palmeiras de Goiás, Cezarina, Edéia, For- Aparecida de Goiânia.
moso, Formosa, Goianésia, Niquelândia, Indiara, A produção deste bem vem sofrendo grandes
Jandaia, Perolândia, Planaltina e Rio Verde. Exis- restrições dos órgãos ambientais, e a outra fonte al-
tem no estado 41 unidades moageiras de calcário e ternativa de areia é a que vem sendo produzida em
23 unidades produtoras (SINICEG – Sind. das Ind. Goiânia, a partir da fração areia grossa da brita-
de Calcário do Estado de Goiás). gem, com boa aceitação no mercado.
O valor da produção mostra-se bastante irregular Com base nos dados do consumo de cimento para
ao longo do período (quadro XIX), com tendência de a fabricação de concreto e argamassa em Goiás e no
queda a partir de 1994, encerrando 1998 com US$ 15 Distrito Federal, fornecidos pelo Sindicato Nacional
milhões, decréscimo de 31% em relação ao ano ante- da Indústria Cimenteira–SNIC, há uma demanda mí-
rior. Comparado ao valor da produção nacional mos- nima de 7 milhões de metros cúbicos de materiais bá-
tra índices com valores próximos à média anual de sicos no estado, no que concerne ao consumo de ci-
3,45%. O valor da produção mineral do estado apre- mento, que é utilizado na construção civil, em edifica-
senta uma participação irregular, com índices reve- ções e rodovias. Os dados contidos no Anuário Mine-
lando queda constante do início ao fim do período. ral do DNPM para 1997, revelaram uma produção de
3
1.620.800m3 (areia e cascalho) e 836.753m (brita),
MINERAIS ESTRUTURAIS denotando ainda uma falta de controle na produção
desses bens minerais (quadro XX).
Os materiais de construção, utilizados na forma
natural, são chamados na nomenclatura moderna de Quadro XX – Produção de areia, cascalho e
minerais estruturais ou agregados para construção brita em Goiás.
civil. É o caso das areias e cascalhos ou de rocha bri-
AREIA E VALOR
tada, largamente produzidos no território goiano e PRODUÇÃO
CASCALHO
BRITA
3 COMERCIALIZAÇAO
que abastecem tanto Goiás como o Distrito Federal. EM GOIÁS 3
(m )
(m )
(R$)
A areia é um dos recursos minerais básicos no 7.334.290,00/
Oficial 1.620.800 836.753
desenvolvimento regional e tem vital importância 10.798.528,00
para a produção de argamassa, concretagem e Estimada 4.442.511 2.754.357
20.102.827,00/
pavimentação, indústria de vidro, cerâmica, abrasi- 35.545.734,00
vos, postes, vigas etc. Fonte: SMET/DEM.
Sua extração e seleção é obtida através do auxí-
lio de dragas distribuídas ao longo dos principais Entre as dificuldades existentes na apuração das
rios e seus tributários, como os rios: dos Bois, Meia estatísticas de produção destes materiais, encon-
Ponte, Piracanjuba, Corumbá, Jacaré, Almas, Ma- tra-se a própria legislação, que trata dos mesmos de
forma diferenciada, sob regime de licenciamento.
Quadro XIX – Produção de pó-calcário As estatísticas oficiais são obtidas pelo DNPM atra-
em Goiás (1990 - 1998). vés dos Relatórios Anuais de Lavra (RAL), que não
são confiáveis, em função das peculiaridades das
3
substâncias minerais envolvidas.
ANOS PRODUÇÃO (t) VALOR (US$10 ) Outro componente da irregularidade na apuração e
1990 769.864 26.480 quantificação do volume destes agregados extraídos,
1991 797.488 21.630 decorre da freqüente ação de lavras clandestinas,
operadas em diversos portos de areia e pedreiras
1992 1.378.821 24.646
para consumo localizado, seja na periferia de cidades
1993 1.891.843 28.374 ou ao longo de rodovias e ferrovias em construção.
1994 2.713.502 29.194 A pe dra bri ta da com pre en de ou tra ma té-
1995 2.511.189 27.830 ria-prima mineral com características econômicas
similares às da areia, obtida a baixo custo nas ime-
1996 2.746.408 21.326
diações de grandes centros consumidores, em pe-
1997 1.645.155 20.085 quenas pedreiras, que utilizam calcoxistos e grani-
1998 1.390.000 15.290 tos da região. Os principais municípios produtores
Fonte: DNPM.
estão relacionados no quadro XXI.

– 148 –
Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

Quadro XXI – Pedras britadas em Goiás dólares/mês, e que representaria um montante de


(reservas medidas). R$ 65 milhões por ano.
O consumo destes materiais em Goiás e no Dis-
MUNICÍPIO QUANTIDADE PARTICIPAÇÃO% trito Federal, principalmente do granito, é proveni-
MINÉRIO (m3) ente de outros estados, com destaque para os gra-
Anápolis 1.456.710 0,64 nitos e mármores do Espírito Santo, granitos de São
Paulo e granitos e quartzitos de Minas Gerais.
Aparecida de
Goiânia 384.615
0,17 A participação de Goiás na produção nacional de
granito ainda é inexpressiva, contribuindo em 1996
Brazabrantes 93.887.547 41,16 3
com apenas 2.190m , no valor de R$ 227.333,00 (ta-
3
Caturaí 127.874.340 56,16 bela 14), com uma redução de 1.706m . Dados do
Jaraguá 4.501.560 1,97 Anuário Mineral Brasileiro (1997) revelaram uma re-
3
TOTAL 228.105.772 100,00
serva medida total de 75.979m de granito para a re-
gião de Jaupaci, Piranhas e Santa Cruz de Goiás, o
Fonte: DNPM/DEM. que não reflete o verdadeiro potencial do estado
para granitos.
No caso da areia, vários municípios se destacam Levantamento efetuado pela METAGO S.A., de-
na sua produção, sendo os mais importantes: Goiâ- terminou 17 tipos de granitos ornamentais no esta-
nia, Anápolis, Itumbiara, Silvânia, Luziânia, Jara- do, com potencialidade para serem explorados, exi-
guá, Varjão, Vianópolis, Cumari, Goiás, Aparecida bindo uma grande variedade de cores, desde o ver-
de Goiânia, Cocalzinho, Corumbá de Goiás, Santo melho ao cinza, alguns dos quais já em produção, e
Antônio do Descoberto, Cristalina e Planaltina. recebendo as seguintes denominações comerciais:
Dados obtidos do Relatório Anual de Lavra do granitos Vermelho Piranhas, Vermelho Ravana, Ver-
DNPM (1996), revelaram uma produção bruta de melho Brasília, Rosa Versales (Piranhas), Coral Jau-
3
areia e cascalho de 314.056,05m , que está estru- paci (Jaupaci), Vermelho Bonanza e Rosa Princesa
turada basicamente na produção de 30 empresas (Novo Brasil), Vermelho Romano (Córrego do Ouro),
que atuam nos municípios de Luziânia, Itumbiara, Cinza Jaraguá (Jaraguá), Cinza Rubiataba (Rubiata-
Jaraguá e Corumbá, além dos pólos produtores de ba), Cinza Oliva Uruana (Uruana), Café Brasil (Car-
areia, concentrados próximos às regiões metropoli- mo do Rio Verde), Ás de Goiás (Iporá), e outros litóti-
tanas de Goiânia e Brasília. pos como arenitos silicificados – Vermelho Jacaran-
dá (Jataí), Vermelho Paraúna (Paraúna), metacon-
Rochas Ornamentais glomerados – Verde Álacre e Verde Piranhas (Pira-
nhas), Mármore Cinza Nova Roma (Nova Roma), en-
A potencialidade goiana no setor de rochas or- contram-se atualmente em produção os granitos e
namentais é muito alta e apresenta uma grande va- conglomerados produzidos nos municípios de Pira-
riedade de tipos, com destaque na produção de nhas, Jaupaci e Iporá.
granitos vermelhos e placas de quartzito, que são O quartzito laminado constitui outro material usa-
extraídos e comercializados na forma bruta para do largamente na construção civil, na forma de re-
outros estados e retornam sob a forma beneficiada vestimento, pisos rústicos e fachadas. É extraído
para o atendimento das necessidades locais. principalmente dos expressivos depósitos de Pire-
Entretanto, encontram-se instalados no estado nópolis, Corumbá e Cocalzinho, com reservas esti-
apenas seis empresas ligadas à mineração de gra- madas de 72.361.507t. Nesta região concentra-se
nito, com 12 pedreiras em produção de blocos, 150 uma intensa atividade extrativa de placas de quart-
pedreiras de extração de placas de quartzito e três zitos finos e micáceos e quartzo-clorita-sericita xis-
empresas responsáveis pela produção de pedras tos na forma de camadas finamente laminadas.
fragmentadas e naturais. Essa atividade é desenvolvida através de 73 pedre-
A demanda do mercado goiano e do Distrito Fe- iras, empregando um contingente de 2.492 pesso-
deral para estes produtos é ainda incipiente, e se- as. Neste material o processo de industrialização é
gundo dados da SBG-SINDUSCON-GO (1998), es- incipiente, com algumas fábricas de corte já insta-
tima-se um consumo mensal de aproximadamente ladas no município de Pirenópolis.
2 2
50.000m de gra ni tos, 3.000m de már mo re, Entre outras pedras ornamentais produzidas no
2 2
50.000m de quartzito, e 500m de pedras rústicas, estado destacam-se ainda o arenito silicificado e o
o que equivale a um mercado de 2 a 3 milhões de basalto, sendo que o primeiro é encontrado nos mu-

– 149 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

nicípios de Paraúna e Jataí, e utilizado em revesti- Catalão/Ouvidor. Os principais jazimentos foram


mento de passeios e praças, sob a denominação detectados no córrego São João, ribeirão Santa
comercial de “pedra portuguesa”, estando em fase Rosa e fazenda Santa Maria (São Luís de Montes
de teste para sua utilização como placas de material Belos), Santa Fé de Goiás e fazenda Bacupari (San-
polido. Já o basalto, explorado no município de clerlândia), cuja reserva geológica é de 6.022.094t
Aloândia, é usado como paralelepípedo ou, em frag- e a vermiculita é disposta em placas de até um me-
mentos menores, para revestimento de passeios. tro de diâmetro. O município de Catalão detém cer-
Outros tipos de rochas ornamentais: sob a deno- ca de 6.364.000t desse minério com um teor médio
minação genérica de “filito”, acham-se englobadas de 3% (Anuário Mineral Brasileiro, 1997).
nas estatísticas do DNPM, como uma série de ro - Na região de São Luís de Montes Belos, a
chas de calçamento e revestimento rústico de piso MINERTEC detém uma jazida de vermiculita, com
(ardósias de qualidade inferior, quartzitos, metas- reserva de 520.000 toneladas; com teor médio de
siltitos, basaltos e filitos). No setor de mármores or- recuperação de 27%, em função de seu processo
namentais, apesar da grande quantidade de ro- de beneficiamento. Sua capacidade instalada de
chas calcáreas existentes no estado, ainda não se processamento é de 15.000 toneladas de miné-
verifica seu aproveitamento. rio/ano e a industrialização é de 250.000 sacos de
100 litros (10kg) de vermiculita expandida por ano.
Vermiculita A MAMORÉ tem seus depósitos no município de
Sanclerlândia, com reserva geológica de 205.000
A vermiculita é utilizada na fabricação de isolan- toneladas, e capacidade mínima de processamento
tes térmicos e acústicos, preparo de tijolos e arga- de 400.000 toneladas de minério/ano, com uma pro-
massas leves, agregados para concreto, argamas- dução atingindo cerca de 13.000 toneladas/ano.
sa acústica, flocos para utilização na agricultura Os depósitos de Santa Fé e Catalão, com reser-
devido ao poder de retenção de água, além de for- vas de 6.900t e 5.257.402t, respectivamente, ainda
ros para a construção civil e naval. não registraram produção de vermiculita e situ-
Segundo o Anuário Mineral Brasileiro (1997) o am-se em ambiência geológica distinta dos depó-
Brasil produziu em 1996, 23.000t de vermiculita e sitos de São Luís dos Montes Belos e Sanclerlândia.
5.000t de vermiculita expandida, provenientes ba-
sicamente do Piauí (EUCATEX) com 52%, e o res- GEMAS E DIAMANTE
tante sendo produzido por Goiás (MAMORÉ Mine-
ração e MINERTEC) com 29% e pela Bahia (Minera- O setor de gemas em Goiás, como no Brasil, tem
ção PHOENIX) com 19%. A produção registrada do na garimpagem seu principal meio de produção,
Estado de Goiás, naquele ano, atingiu 8.112t de sendo as pedras comercializadas geralmente sob
vermiculita no valor de R$ 2.323.595,00. a forma bruta. Somente pequena parcela da produ-
Com relação à vermiculita expandida produzida ção é trabalhada e/ou lapidada.
no Brasil, cada empresa tem sua denominação Esse tipo de produção é caracterizado pela in-
para o tipo de produto gerado, o que pode ser ob- formalidade, leva normalmente a valores de produ-
servado no quadro XXII. ção estimados, não confiáveis, dificultando extre-
Os depósitos de vermiculita no Estado de Goiás mamente o registro de dados estatísticos, o que
acham-se distribuídos nas regiões: centro-oeste, prejudica, sensivelmente, qualquer estudo objeti-
nos municípios de São Luís de Montes Belos, San- vando melhor caracterizar o setor. Os valores da
clerlândia, Santa Fé; e sudeste, nos municípios de produção no Anuário Mineral Brasileiro não são in-

Quadro XXII – Especificações na produção de vermiculita.

MINERTEC MAMORÉ EUCATEX


TIPOS GRANULOMETRIA TIPOS GRANULOMETRIA TIPOS GRANULOMETRIA
G-1 5,0mm - 1,7mm 1 4,7mm - 1,2mm Grande 8,0mm - 2,4mm
G-2 3,3mm - 1,4mm 2 3,3mm - 0,7mm Médio 4,0mm - 1,2mm
G-3 2,4mm - 0,6mm 3 2,4mm - 0,6mm Fino 2,4mm - 0,3mm
G-4 1,2mm - 0,3mm 4 2,0mm - 0,4mm Superfino 1,2mm - 0,3mm
G - 1234 4,0mm - 0,3mm - - - -

– 150 –
Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

dividualizados por unidades da Federação, como é Quadro XXIV – Principais municípios produtores de
feito para as outras substâncias. Outro aspecto ne- gemas do Estado de Goiás.
gativo da informalidade na produção é o subfatura-
mento registrado e o comércio clandestino.
Os principais centros de comercialização de ge- GEMAS MUNICÍPIOS PRODUTORES
mas no estado estão nas cidades de Goiânia, Aná- Ágata Jandaia, Edealina
polis, Cristalina, Pirenópolis, Caldas Novas e Santa Água-Marinha Minaçu, Cavalcante
Terezinha, além de Brasília e Taguatinga, no Distri- Amazonita Minaçu
to Federal. Ametista Cavalcante, Minaçu, Niquelândia, Alto Paraíso, Faina
As reservas medidas (1996) (quadro XXIII) são Calcedônia Santo Antônio da Barra
encontradas somente no município de Itaberaí e Calcita Amorinópolis, Jandaia, Padre Bernado
correspondem a 56.069kg de minério, não sendo Citrino Cristalina
contabilizados os dados do garimpo de Santa Tere- Crisoprásio Niquelândia
zinha de Goiás, que é o principal pólo produtor de Cristal-de-Rocha Cristalina
esmeraldas do estado.
Diamante São Simão, Itumbiara, Santa Helena, Mineiros
Com relação ao diamante não existem, para o
Esmeralda Campos Verdes, Itaberaí, Faina
estado, registros de reservas oficiais, apesar de
Fluorita Cavalcante
apresentar o mesmo ampla distribuição, com des-
taque para as regiões sudeste e sul-sudeste, onde Granada Minaçu, Campinaçu
são produzidos diamantes de diversos tamanhos Heliodoro Minaçu, Cavalcante
e cores claras, de boa aceitação nos mercados, Morion Niquelândia
nacional e internacional. Da mesma forma que Opala Paraúna
para as gemas, sua produção também é oriunda Topázio Minaçu
da garimpagem, com todos os tipos de problemas Turmalina Montividiu do Norte, Campinaçu
já relatados.
Fonte: Lacerda Filho et al., in: Gemas de Goiás.
Dentre as principais variedades de gemas produ-
zidas em Goiás, merecem destaque: esmeralda, dia-
mante, turmalina, topázio, água-marinha, ametista e A seguir são apresentados os municípios que
cristal-de-rocha, cujos principais centros produtores participam da arrecadação da Compensação Fi-
compreendem os municípios de Campos Verdes, Ita- nanceira pela Exportação Mineral–CFEM, no Esta-
beraí, Faina, Santa Terezinha, Niquelândia, Caval- do de Goiás (quadro XXVI).
cante e Minaçu, como mostra o quadro XXIV. A média mensal da arrecadação da Compensa-
ção Financeira pela Exploração dos Recursos Mi-
7.3 Participação da Mineração nos Tributos em nerais – CFEM em Goiás, em 1998, foi da ordem de
Goiás R$ 123.553,66. Os principais municípios arrecada-
dores foram: Minaçu, Catalão, Crixás, Niquelândia
O cadastro dos 3.000 contribuintes de ICMS do e Ouvidor, exatamente onde concentram-se as
Estado de Goiás, no ano de 1998, apresenta a se- grandes mineradoras do estado. Esses municípios
guinte ordem de participação das principais em- reunidos foram responsáveis 91,59% da arrecada-
presas de mineração que atuam no estado (quadro ção da CFEM no período em análise, repetindo o
XXV). comportamento dos últimos oito anos.
Como podemos ve rificar no quadro XXVII, a
Quadro XXIII – Reservas e Produção evolução da arrecadação da Compensação Fi -
Brasileira de gemas. nanceira pela Exploração Mineral, a partir da
ESTADO RESERVAS (kg) % sua implantação em 1991, tem apresentado um
comportamento sempre crescente, saindo de
Minas Gerais 1.297.121.539 98,75
um patamar de US$ 2,2 milhões, para US$ 4,58
Rio Grande do Sul 92.611 0,71 milhões em 1998. Essa tendência acompanha a
Goiás (Itaberaí) 56.069 0,43 evolução da própria produção mineral do esta-
Espírito Santo 15.000 0,11 do, que vem apresentando ao longo dos anos
um aumento crescente e gradativo. A parte rela-
TOTAL 1.297.285.219 100,00
tiva aos recursos minerais participam com cerca
Produção Nacional (kg) 10.005.000 de 15% do total.

– 151 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

7.4 Panorama Atual e Perspectivas Quadro XXVI – CFEM no Estado de Goiás.

O Estado de Goiás é detentor de importante MUNICÍPIO PRODUTOR CFEM (R$)


província mineral com reservas de minerais, me- 01 - Anápolis 2.980,97
tálicos e não-metálicos. Dentre as primeiras, me- 02 - Aparecida de Goiânia 31.560,15
recem destaque, principalmente, as reservas de 03 - Cabeceiras 832,91
cobalto e níquel, pela sua participação nas reser- 04 - Catalão 282.596,20
vas brasileiras do bem, 97% e 73%, respectiva- 05 - Cavalcante 326,59
mente. Prata e titânio (anatásio) detêm também 06 - Cesarina 14.156,52
uma parcela significativa, 13% e 16%, respecti- 07 - Cocalzinho de Goiás 246,61
vamente.
08 - Corumbá de Goiás 353,70
09 - Cristalina 10,00
Quadro XXV – Principais empresas e a participação
10 - Crixás 167.611,52
no ICMS de Goiás.
11 - Divinópolis de Goiás 496,23
EMPRESA R$ 12 - Formosa 4.776,64
01 - S.A. Mineração de Amianto 12.586.866,77 13 - Goianira 1.632,20
02 - Cia. de Cimento GOIÁS 5.326.075,34 14 - Goiás 9.172,02
03 - Cia. Níquel Tocantins (níquel) 3.389.421,67 15 - Itumbiara 2.150,59
04 - Cia. Cimento Portand ITAU 2.872.517,28 16 - Indiara 2.238,39
05 - COPEBRAS S.A. 2.733.226,10 17, Jaraguá 1.455,45
06 - Cimento Tocantins S.A. 1.979.565,15 18 - Luziânia 380,15
07 - CODEMIN S.A. (níquel) 1.788.101,83 19 - Minaçu 588,189,43
08 - GOIASFERTIL/PEROFERTIL 1.463.539,57 20 - Montividiu 3.007,91
09 - CIPLAN - Cimento Planalto S.A. 906.585,92 21 - Niquelândia 164.746,90
10 - CEMINA S.A. 877.874,99 22 - Ouvidor 154.873,71
11 - Cia. Thermas do Rio Quente 557.876,59 23 - Planaltina 3.290,16
12 - Mineração Serra Grande Ltda. 381.460,52 24 - Piranhas 6.016,28
13 - CARVEL GOIÁS - Ind. Com. Ltda. (titânio) 375.370,28 25 - Pontalina 300,43
14 - INDAIÁ BRASIL - Águas Minerais Ltda. 365.156,90 26 - Portelândia 3.917,98
15 - Mineração Catalão de Goiás Ltda. (nióbio) 336.087,16 27 - Rio Verde 342,40
16 - COMINAS - Mineração Conventos S.A. 228.144,66 28 - Sanclerlândia 18.239,39
17 - CHRISTALINO Minerais e Refrigerantes Ltda. 203.085,25 29 - Santa Bárbara de Goiás 13.132,93
18 - Pedreira Izaira - Ind. e Com. Ltda. 163.351,48 30 - Santa Cruz de Goiás 684,18
19 - Pedreira Anhanguera Ltda. 144.254,05 31 - Silvânia 1.367,82
20 - Pedreira Araguaia Ltda. 120,479,71 32 - Trindade 494,93
21 - Água IZA - Ind. e Com. Ltda. 113,427,72 33 - Vila Propício 1.063,32
22 - SIDA - Soc. Itumb. Dragas Areia Ltda. 91.481,24 TOTAL 1.482.644,00
23 - Mineração Pedra Preta Ltda. 74.037,31 Fonte: Banco do Brasil/DNPM - 6º Distrito–GO.
24 - Britacal - Ind. e Com. Brita e Calcário Ltda. 71.792,71
25 - Minebra - Minérios Brasileiros Miner. e Ind. Ltda. 66.435,20 Do lado dos não-metálicos, destaque principal
26 - Mineração Jenipapo 61.838,71 para as reservas de amianto, praticamente a tota-
27 - Mineração de Calcário Montividiu 37.867,77 lidade das reservas brasileiras, cerca de 99%.
28 - Mineração Matheus Leme Ltda. 37.405,87 Posição importante também é ocupada pela cia-
29 - Caldas Termas Clube 34.587,68 nita, mica, quartzito ornamental e vermiculita, to-
30 - Metais de Goiás S.A. 33.491,43
das com mais de 46% do total das reservas nacio-
31 - EXTRABLOCO - Extração de Blocos e Pedras Ltda. 30.097,17
nais do bem.
No período de 1990 a 1998, para os metálicos,
32 - Draga São Francisco Areia Ltda. 24.675,78
foram descobertas e bloqueadas reservas de no-
33 - Mineração Ribeirão Canabrava 21.150,84
vos bens minerais como ferro, nióbio, (columbi-
TOTAL 37.500.330,65
ta/tantalita) e titânio. Aumento expressivo ocorreu

– 152 –
Geologia e Recursos Minerais do Estado de Goiás e do Distrito Federal

Quadro XXVII – Compensação financeira - principais produtores minerais nacionais, o que de-
CFEM – Goiás (1991 - 1998). monstra a importância dos mesmos na mineração
do estado e na economia regional.
ANO CFEM (US$) Dentre os metálicos destacam-se: cobalto, nió-
1991 2.283.294,00 bio, níquel e ouro, pela participação de quase 50%
1992 2.408.234,00 do valor da produção mineral do estado. O cobalto
representa a totalidade da produção nacional. Ní-
1993 3.097.403,00
quel responde com 87% da mesma.
1994 3.452.925,00 Dentre os não-metálicos destacam-se: amianto,
1995 3.992.887,00 calcário e rochas fosfáticas, responsáveis por apro-
1996 4.247.753,00 ximadamente 48% do valor da produção mineral do
estado. O amianto responde por toda a produção
1997 4.462.132,00
mineral brasileira.
1998 4.580.558,00 No caso das gemas e diamantes, o setor carece
Fonte: DNPM – 6º Distrito. de uma maior atenção dos órgãos públicos devido
ao potencial existente. Um dos principais entraves
com as reservas de cobalto. Também aumentaram ao desenvolvimento deste setor está na informali-
as reservas de cobre, pirocloro e níquel. Reduções dade da exploração e baixa agregação de valor
acentuadas ocorreram com as reservas de ouro, aos produtos comercializados. Como exemplo,
manganês e prata. para os anos de 1994, 1995 e 1996 as exportações
Para os não-metálicos, foram definidas reservas de gemas como água-marinha, esmeralda, topázio
para novos bens minerais como areia industrial, ar- azul e turmalina, mostraram, entre o preço da gema
gila refratária, filito, mica, pedras britadas, turfa e bruta e seu correspondente produto trabalhado
gemas. Reduções acentuadas ocorreram com as e/ou lapidado, uma variação de 18 a 180 vezes. No
reservas de argila, dolomito e rocha fosfática. Au- caso brasileiro as pedras são comercializadas na
mentos significativos somente para amianto, grani- sua grande maioria sob a forma bruta. Em 1996,
to e quartzito ornamental. Não houve variação para para as gemas, as quantidades exportadas de pri-
ardósia, areia/cascalho, barita, gnaisse, mármore e mários (pedras brutas) superaram em 97% as
quartzo (cristal). Existem no estado reservas de al- quantidades exportadas de manufaturados (traba-
guns bens minerais não-metálicos ainda não explo- lhadas e/ou lapidadas). Situação semelhante vem
rados, principalmente barita, caulim, mármore or- ocorrendo desde 1989.
namental, mica, talco e turfa. Recomenda-se estabelecer mecanismos legais
Pela variação ocorrida em alguns dos principais de apoio ao setor, na tentativa de reverter o quadro
não-metálicos para a economia mineral do estado, atual, tirando-o da informalidade e, conseqüente-
parece que foram de pouca ou nenhuma expres- mente, eliminando e/ou reduzindo significativa-
são os investimentos em atividades prospectivas e mente o subfaturamento e o comércio clandestino
de pesquisa geológica sistemática nos últimos de gemas. Os programas de apoio devem consi-
anos. Com razão, os investimentos no estado, pelo derar medidas visando melhorar a extração, produ-
menos nos últimos três anos da série estudada, em ção e comercialização e estabelecer linhas de cré-
pesquisa mineral, corresponderam a somente 6% dito para a capacitação tecnológica das empresas,
do total investido no Brasil nessa área. Desses, cer- objetivando uma melhor competitividade no merca-
ca de 89% foram direcionados para ouro. Os inves- do internacional e maior agregação de valor aos
timentos em mineração, nas áreas de concessão produtos comercializados.
de lavra, nesse mesmo período, corresponderam a Para um maior desenvolvimento do setor dos
quase 19% do total investido no Brasil. Desses, cer- não-metálicos, atenção especial deve ser dada prin-
ca de 92% foram em áreas de níquel e 5% de ouro. cipalmente: calcário, fosfato, areia, cascalho, argila,
Com relação ao valor da produção mineral no es- granitos, mármore e ardósia, já que estas substân-
tado (1996), tanto os metálicos como não-metálicos cias oferecem um excelente mercado regional.
mostram participação relativa próxima a 50%. Em
1998 os minerais metálicos tiveram uma participa- 7.5 Concluõses
ção no PMB goiano de 46%, contra 54% dos mine-
rais não-metálicos. Com um valor comercializado Diante das informações levantadas, chega-se a
de quase R$500 milhões, Goiás está entre os cinco conclusões importantes sob o aspecto do atual es-

– 153 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

tágio da arte da economia mineral de Goiás e do perda de renda e receita fiscal para o Estado. Este é
Distrito Federal, como mostrado a seguir: um segmento que necessita de estudos mais deta-
O Estado de Goiás dispõe de importantes recursos lhados para o real conhecimento do potencial ge-
minerais, o que bem pode ser avaliado por suas re- mológico, apoio e medidas quanto à comercializa-
servas, tanto para a classe dos metálicos como para ção e ao processamento tecnológico no que diz res-
os não-metálicos, o que permite uma sustentabilida- peito à lapidação e à indústria joalheira.
de ao desenvolvimento do setor, em resposta ao pró- Quanto aos não-metálicos, os recursos identifi-
prio crescimento da economia goiana, assim como à cados, principalmente para calcário, fosfato, ro-
economia nacional. chas ornamentais e argilas, revestem-se de suma
No que se refere aos recursos minerais metálicos, importância para o setor mineral do estado em face
o Estado de Goiás firma-se como destacado detentor do seu atual estágio de desenvolvimento, principal-
de reservas de cobalto, cobre, nióbio, níquel, prata, ti- mente pela vocação agroindustrial de Goiás.
tânio (anatásio) e ouro, apresentando-se com desta- O Distrito Federal apresenta uma pequena e inci-
cada produção para cobalto, nióbio, níquel e ouro. piente produção mineral, mais voltada para minerais
Em relação ao setor de gemas e pedras precio- agregados para a construção civil, calcário e água
sas, o potencial do estado é significativo, mas devi- mineral, não apresentando maiores perspectivas
do à informalidade em que se processam as ativida- para o setor industrial de metálicos e não-metálicos,
des econômicas deste segmento, proporcionam pelo menos a médio prazo.

– 154 –
Geologia e Recursos Minerais do Estadode Goiás e do Distrito Federal

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– 184 –
APÊNDICES
APÊNDICE 1

LISTAGEM DOS RECURSOS MINERAIS DO


ESTADO DE GOIÁS E DO DISTRITO FEDERAL
APÊNDICE 2

DADOS GEOCRONOLÓGICOS
APÊNDICE 3

SIGLAS UTILIZADAS
CPRM - Cia de Pesquisa de Recursos Minerais – Serviço Geológico do Brasil
DNPM - Departamento Nacional de Produção Mineral
SMET - Secretaria de Minas, Energia e Telecomunicações do Estado de Goiás
METAGO - Metais de Goiás S/A
UnB - Universidade de Brasília
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear
UFG - Universidade Federal de Goiás
SECEX - Secretaria do Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio e Turismo.
DOTE - Base de dados técnicos da CPRM
META - Base de dados de jazimentos minerais da CPRM
AFLO - Base de dados descrição de afloramentos da CPRM
SIGMETA - Base de dados de jazimentos minerais do DNPM
PETRO - Base de dados e análises petrográficas da CPRM
DICART - Divisão de Cartografia da CPRM
IAG-USP - Instituto de Aerogeofísica da Universidade de São Paulo
SINDUSCON-GO - Sindicato da Indústria da Construção Civil de Goiás
SINICEG - Sindicato das Indústrias de Calcário do Estado de Goiás
PMB - Valor da Produção Mineral Brasileira
PMGO - Valor da Produção Mineral de Goiás
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil
Folhas em Execução
NA.19-Z Alto Rio Negro9 SC.21-Z-A Ilha 24 de Maio1 SE.22-V-A Guiratinga1
NA.20 Boa Vista8 SC.24.V Aracaju NW8 SE.23-Z-B-IV Serro1
SA.22-X-D Belém4 SC.24-V-A-I Riacho Queimadas1 SE.23-Z-D-I Conceição do Mato Dentro1
SA.23-Z São Luís NE/SE8 SD.22-Z-A Itapaci1 SF.23-Y Rio de Janeiro SW8
SB.22-X-B Rondon do Pará4 SD.22-Z-B Uruaçu1 SG.22-X-B Itararé1
SC.20 Porto Velho8 SD.24-Y-B Ilhéus1 SH.22 Porto Alegre8

Folhas Impressas
Borda Oeste SB.25-V-C-IV João Câmara1 SD.24-V-A Seabra2 (CD-ROM)
Creporizão (Geoquímica) SB.25-Y-C-V Limoeiro1 SD.24-V-A-I Seabra1
NA.20-X Roraima Central9 (CD-ROM) SC.20-V-B-V Porto Velho1 SD.24-V-A-II Utinga1
NA.20-X-C-III Paredão1 SC.20-V-C-V Abunã1 SD.24-V-A-V Lençóis1
NA.20-X-C-VI Serra do Ajarani1 SC.20-V-C-VI Mutumparaná1 SD.24-V-C Livramento do Brumado
NB.20-Z-B-V Monte Roraima1 SC.20-V-D-I Jaciparaná1 SD.24-V-C-II Mucugê1
NB.20-Z-B-VI Monte Caburaí1 SC.20-Z-C-V Paulo Saldanha1 SD.24-Y-A Vitória da Conquista2
NB.20-Z-D-II Rio Quinô1 SC.20-Z-C-VI Rio Pardo1 SD.24-Y-B-V Ibicaraí1
NB.20-Z-D-III Rio Cotingo1 SC.22-X-A Redenção4 (CD-ROM) SD.24-Y-B-VI Itabuna1
NB.20-Z-D-V Vila Pereira1 SC.22-X-B Conceição do Araguaia4 SE.21-Y-D Corumbá1
NB.20-Z-D-VI Rio Viruquim1 SC.23-Y-D Formosa do Rio Preto1 SE.22-V-B Iporá2
NB.21-Y-A-IV Sem denominação SC.23-X-D-IV Campo Alegre de Lourdes1 SE.22-V-B Iporá1 (1999)
NB.21-Y-C-I Sem denominação SC.23-Z-A/Y-B Curimatá/Corrente1 SE.22-X-A São Luís de Montes Belos2
SA.20-V Rio Cuiuni1 SC.23-Z-C Santa Rita de Cássica1 SE.22.X-A-II Sanclerlândia1(CD-ROM)
SA.23-Z-C Itapecuru-Mirim4 SC.24-V-A Paulistana1 SE.22-X-A-III Itaberaí1
SA.22-Y-D Altamira4 SC.24-V-A-II Paulistana1 SE.22-X-A-VI Nazário1
SA.23-V-C Castanhal4 (CD-ROM) SC.24-V-A-III Santa Filomena1 SE.22-X-B Goiânia2
SA.23-V-D Turiaçu4 SC.24-V-A-IV Barra do Bonito1 SE.22-X-B Goiânia8 (1999)
SA.23-X-C Cururupu4 SC.24-V-A-V Afrânio1 SE.22-X-B-I Nerópolis1
SA.23-Y-B Pinheiro4 SC.24-V-A-VI Riacho do Caboclo1 SE.22-X-B-II Anápolis1
SA.23-Z-A São Luís4 SC.24-V-B-IV Cristália1 SE.22-X-B-IV Goiânia1
SA.23-Y-D Santa Inês4 SC.24-V-C Petrolina1 SE.22-X-B-V Leopoldo de Bulhões1
SA.24-Y-D-V Irauçuba3 (CD-ROM) SC.24-V-C-III Petrolina1 SE.22-X-B-VI Caraíba1
SB.20-Z-B-VI Mutum1 SC.24-V-D Uauá2 SE.22-X-D Morrinhos2
SB.21-V-D Vila Mamãe Anã8(CD-ROM) SC.24-V-D-I Itamotinga1 SE.23-V-B São Romão2
SB.21-X-C Caracol8(CD-ROM) SC.24-X-A Belém de S. Francisco1(CD-ROM) SE.23-Z-B Guanhães2
SB.21-Y-B Jacareacanga8(CD-ROM) SC.24-X-C-V Santa Brígida1 SE.23-Z-C Belo Horizonte2
SB-21-Z-A Vila Riozinho8(CD-ROM) SC.24-X-C-VI Piranhas1 SE.23-Z-C-VI Belo Horizonte1 (CD-ROM)
SB.21-Z-C Rio Novo8 (CD-ROM) SC.24-X-D-V Arapiraca1 SE.23-Z-D Ipatinga2
SB.22-Y-B São Félix do Xingu4 SC.24-Y-B Senhor do Bonfim2 SE.23-Z-D-IV Itabira1 (CD-ROM)
SB.22-X-C Serra Pelada4 SC.24-Y-B-VI Euclides da Cunha3 SE.24-V-A Almenara2
SB.22-X-D Marabá4 SC.24-Y-C Jacobina2 SE.24-Y-C-V Baixo Guandu1
SB.22-Z-A Serra dos Carajás4 SC.24-Y-C-V Morro do Chapéu1 SE.24-Y-C-VI Colatina1
SB.22-Z-B Xambioá4 SC.24-Y-D Serrinha1 (rev.) SF.21 Campo Grande 8 (CD-ROM)
SB.22-Z-C Xinguara4 SC.24-Y-D Serrinha2 SF.21-V-B Aldeia Tomásia1
SB.22-Z-C Xinguara4 (CD-ROM SC.24-Y-D-II Gavião1 SF.21-V-D Porto Murtinho1
SB.22-Z-D Araguaína4 SC.24-Y-D-IV Mundo Novo1 SF.21.X.A Aquidauana1
SB.23-V-A Açailândia4 (CD-ROM) SC.24-Y-D-V Pintadas1 SF.23-V-D-V-4 São Gonçalo do Sapucaí1
SB.23-V-B Vitorino Freire4 SC.S4-Y-D-VI Serrinha1 SF.23-X-B-I Mariana1
SB.23-V-C Imperatriz4 SC.24-Z-A-II Jeremoabo1 SF.23-X-B-II Ponte Nova1
SB.23-V-D Barra do Corda4 SC.24-Z-A-III Carira1 SF.23-X-B-IV Rio Espera1
SB.23-X-A Bacabal4 SC.25-V-A-II Vitória de Santo Antão1 SF.23-X-C-III Barbacena1
SB.23-X-B Caxias1 SD.21-Y-C-II Pontes e Lacerda1 SF.23-X-C-VI Lima Duarte1
SB.23-X-C Presidente Dutra4 SD.21-Z-A Rosário do Oeste2 SF.23-X-D-I Rio Pomba1
SB.24-V-C-III Crateús1 SD.21-Z-C Cuiabá2 SF.23-Y-B-II-2 Heliodora1
SB.24-V-D-V Mombaça1 SD.22-X-D Porangatu2 SF.24-V-A-II Afonso Cláudio1
SB.24-X-B/D Areia Branca/Mossoró2 SD.22-Z-B Uruaçu2 SF.24-V-A-III Domingos Martins1
SB.24-Y-B Iguatu1 SD.22-Z-C Ceres2 SF.24-V-A-V Cachoeiro de Itapemirim1
SB.24-Y-B-II Catarina1 SD.22-Z-C-II Morro Agudo1 SF.24-V-A-VI Piúma1
SB.24-Y-C-V Patos1 (PI) SD.22-Z-C-V Goiás1 SG.22-X-D-I Curitiba8 (CD-ROM)
SB.24-Y-C-VI Simões1 SD.22-Z-C-VI Itaguaru1 SG.22-Z-B Joinville2
SB.24-Z-B Caicó1 SD.22-Z-D Goianésia2 SG.22-Z-D-I-2 Botuverá
SB.24-Z-B-II Currais Novos3 SD.22-Z-D-IV Jaraguá1 SG.22-Z-D-II-1 Brusque1
SB.24-Z-B-V Jardim do Seridó3 SD.22-Z-D-V Pirenópolis1 SG.22-Z-D-V Florianópolis1
SB.24-Z-C Serra Talhada1 SD.23-X-B Ibotirama2 SG.22-Z-D-VI Lagoa1
SB.24-Z-C Serra Talhada1 (1999) SD.23-X-C-V Coribe1 SH.22-V-C-IV Santa Maria
SB.24-Z-C-VI Afogados da Ingazeira1 SD.23-X-D Bom Jesus da Lapa2 SH.22-Y-A Cachoeira do Sul2
SB.24-Z-D-I Patos1 (PB) SD.23-Y-C Brasília2 SH.22-Y-A Cachoeira do Sul2 (CD-ROM)
SB.24-Z-D-II Juazeirinho1 SD.23-Y-D Buritis2 SH.22-Y-C Pedro Osório1 (CD-ROM)
SB.24-Z-D-IV Monteiro1 SD.23-Z-D-II Monte Azul3 SH.22-Y-A-I-4 Passo do Salsinho1
SB.24-Z-D-V Sumé1 SD.23-Z-D-IV Janaúba3 SH.22-Y-B Porto Alegre1
SB.25-V-C Natal2 SD.23-Z-D-V Rio Pardo de Minas3

Folhas em Editoração
NA.20-Y Serra Imeri1 SB.24.Z Jaguaribe SE8 SH.22-X-B-IV Criciúma1
NA.20-Z Caracaraí9 SC.24-X Aracaju NE8 SH.22-Y-C-II Piratini1
SA.23-V/Y São Luís SW/NW8 SC.24-Z Aracaju SE8
SB.24-Y Jaguaribe SW8 SC.24.Y Aracaju SW8

1
Levantamento Geológico/Geoquímico/Metalogenético nas escalas 1:500.000, 1:250.000, 1:100.000, 1:50.000; 2Mapas Metalogenéticos e de Previsão de
Recursos Minerais escala 1:250.000; 3Mapas de Previsão de Recursos Hídricos Subterrâneos escala 1:100.000; 4Projeto Especial Mapas de Recursos
Minerais, de Solos e de Vegetação para a Área do Programa Grande Carajás – Subprojeto Recursos Minerais; 5Levantamento geológico visando ao meio
ambiente; 6Levantamentos aerogeofísicos; 7Integração geológica/geoquímica de regiões metropolitanas; 8Integração geológico/metalogenética nas escalas
1:500.000 e 1:250.000; 9Mapeamento Geológico/Metalogenético da Região Amazônica na escala 1:500.000.
Folhas Concluídas

SC.24-V-B Salgueiro2 SE.24-Y-C Colatina2


NA.20-X-B Uraricoera2 SC.24-X-A Floresta2 SF.21-V-B Baía Negra2
NA.21-V-A Conceição do Maú2 SC.24-X-B Garanhuns2 SF.21-X-A Miranda2
NA.20-X-D Boa Vista2 SC.24-X-C Paulo Afonso2 SF.23-V-A-II.2 Rio São Lourensinho7
NA.20-Z-B- Caracaraí2 SC.24-X-D Santana do Ipanema2 SF.23-V-A-III.1 Itanhaem7
NB.20-Z-B e SC.24-Y-A Mirangaba2 SF.23-V-A-III.2 Mangagua7
NB.21-Z-A Monte Roraima2 SC.24-Z-A Jeremoabo2 SF.23-Y-A-V.4 Campinas7
NB.20-Z-D Vila Surumu2 SC.24-Z-B/D Aracaju/Estância2 SF.23-Y-A-VI.3 Valinhos7
NB.21-Y-C Rio Maú2 SC.24-Z-C Tobias Barreto2 SF.23-Y-C-II.2 Indaiatuba7
NA.21-Z-B Rio Citaré2 SC.25-V-A Recife2 SF.23-Y-C-II.4 Cabreúva7
NA.22-V-B Rio Oiapoque2 SC.25-V-C Maceió2 SF.23-Y-C.III.1 Jundiaí7
NB.22-Y-D Cabo Orange2 SD.20-V-B Príncipe da Beira2 SF.23-Y-C-III.2 Atibaia7
NA.22-V-D Lourenço2 SD.20-X-A Pedras Negras2 SF.23-Y-C-III.3 Santana do Parnaíba7
NA.22-Y-A Serra do Tumucumaque2 SD.20-X-B Vilhena2 SF.23-Y-C-III.4 Guarulhos7
NA.22-Y-B Rio Araguari2 SD.20-X-C Ilha do Sossego2 SF.23-Y-C-V.2 São Roque7
NA.22-Y-D Macapá2 SD.20-X-D Pimenteiras2 SF.23-Y-C-V.4 Juquitiba7
SA.21-X-B Rio Maicuru2 SD.21-Y-C Mato Grosso2 SF.23-Y-C.VI.1 Itapecerica da Serra7
SA.24-Y-A Parnaíba2 SD.21-Y-D Barra do Bugres2 SF.23-Y-C-VI.2 São Paulo7
SA.24-Y-B Acarau2 SD.22-X-A Araguaçu2 SF.23-Y-C-VI.3 Imbu-Guaçu7
SA.24-Y-C Granja2 SD.22-X-B Alvorada2 SF.23-Y-C-VI.4 Riacho Grande7
SA.24-Y-D Sobral2 SD.22-X-C São Miguel do Araguaia2 SF.23-Y-D-I.1 Piracaia7
SA.24-Z-C Fortaleza2 SD.22-Y-D Barra do Garças2 SF.23-Y-D-I.2 Igaratá7
SB.22-X-C Rio Itacaiúnas2 SD.22-Z-A Mozarlândia2 SF.23-Y-D-I.3 Itaquaquecetuba7
SB.22-X-D Marabá2 SD.23-V-A Arraias2 SF.23-Y-D-I.4 Santa Isabel7
SB.22-Z-A Rio Paraopebas2 SD.23-V-C Campos Belos2 SF.23-Y-D-II.3 Jacareí7
SB.24-V-A Piripiri2 SD.23-X-A Barreiras2 SF.23-Y-D-IV.1 Suzano (Mauá)7
SB.24-V-B Quixadá2 SD.23-X-C Santa Maria da Vitória2 SF.23-Y-D-IV.2 Mogi das Cruzes7
SB.24-V-C Crateús2 SD.23-Y-A São João d'Aliança2 SF.23-Y-D-IV.3 Santos7
SB.24-V-D Quixeramobim2 SD.23-Z-A Manga2 SF.23-Y-D-IV.4 Bertioga7
SB.24-X-A Aracati2 SD.23-Z-B Guanambi2 SF.23-Y-D-V.1 Salesópolis7
SB.24-X-C Morada Nova2 SD.24-V-A Seabra2 SF.23-Y-D-V.2 Pico do Papagaio7
SB.24-Y-A Valença do Piauí2 SD.24-V-B Itaberaba2 SF.23-V-A Franca2
SB.24-Y-B Iguatu2 SD.24-V-D Jequié2 SF.23-V-B Furnas2
SB.24-Y-C Picos2 SD.24-X-C Jaguaribe2 SF.23-V-C Ribeirão Preto2
SB.24-Y-D Juazeiro do Norte2 SD.24-X-A Salvador2 SF.23-V-D Varginha2
SB.24-Z-A Souza2 SD.24-Y-B Ilhéus2 SF.23-X-A Divinópolis2
SB.24-Z-B Caicó2 SD.24-Z-A Itacaré2 SF.23-X-B Ponte Nova2
SB.24-Z-D Patos2 SD.24-Y-C Rio Pardo2 SF.23-X-C Barbacena2
SB.25-Y-A Cabedelo2 SD.24-Y-D Itapetinga2 SF.23-X-D Juiz de Fora2
SB.25-Y-C João Pessoa2 SD.24-Z-C Canavieiras2 SF.23-Y-A Campinas2
SC.20-V-C Abunã2 SE.21-V—D-V Morraria do Ínsua1 SF.23-Y-B Guaratinguetá2
SC.20-V-D Ariquemes2 SE.21-Y-B-II Lagoa de Mandioré1 SF.23-Y-C São Paulo2
SC.20-Y-B Alto Jamari2 SE.21-Y-B-III Amolar1 SF.23-Y-D Santos2
SC.20-Y-D Serra dos Uopianes2 SE.23-V-A Unaí2 SG.22-X-A Telêmaco Borba2
SC.20-Z-A Rondônia2 SE.23-V-C Paracatu2 SG.22-X-B Itararé2
SC.20-Z-B Rio Branco2 SE.23-V-D João Pinheiro2 SG.22-X-C Ponta Grossa2
SC.20-Z-C Presidente Médici2 SE.23-X-A Montes Claros2 SG.22-X-D Curitiba2
SC.20-Z-D Pimenta Bueno2 SE.23-X-B Araçuaí2 SG.23-V-C Cananéia2
SC.21-Z-B Vila Guarita2 SE.23-X-C Pirapora2 SG.23-V-A Iguape2
SC.22-X-D Miracema do Norte2 SE.23-X-D Capelinha2 SG.22-Z-D Florianópolis2
SC.22-Z-B Porto Nacional2 SE.23-Y-A Patos de Minas2 SH.21-Z-D Bagé2
SC.22-Z-D Gurupi2 SE.23-Y-B Três Marias2 SH.21-Z-B São Gabriel2
SC.23-X-D São Raimundo Nonato2 SE.23-Y-C Uberaba2 SH.22-X-B Criciúma2
SC.23-Y-C Natividade2 SE.23-Y-D Bom Despacho2 SH.22-Y-D Pelotas2
SC.23-Z-B Xique-Xique2 SE.23-Z-A Curvelo2 SH.22-Z-C Mostarda2
SC.23-Z-D Barra2 SE.24-V-C Teófilo Otoni2 SI.22-V-A Jaguarão2
SC.24-V-A Paulistana2 SE.24-Y-A Governador Valadares2

Memória Técnica
• Mapas de serviço disponíveis para cópias heliográficas (*)
• Disquetes de computador com análises químicas, petrográficas, mineralógicas etc (*)
• Sistema de Informações em Recursos Naturais – SIR (**)
• Bases de Dados:
GEOB e GTM – Bibliografia SIGEO – Projetos de Geologia, Geoquímica e Geofísica
META – Ocorrências Minerais SISON – Dados de Sondagem
AFLO – Descrição de Afloramento DOTE – Acervo Bibliográfico da CPRM
PETR – Análises Petrográficas PROJ – Carteira de Projetos da CPRM

Locais de acesso: (*) DNPM: Brasília e Distrito Regional; (**) Brasília e Distritos Regionais e CPRM: Rio de Janeiro
Departamento de Apoio Técnico
Giuseppina Giaquinto de Araújo

Divisão de Cartografia
Paulo Roberto Macedo Bastos

Divisão de Editoração Geral


Maria da Conceição C. Jinno

EQUIPES DE PRODUÇÃO

Cartografia Digital

Carlos Alberto da Silva Copolillo José Pacheco Rabelo


Carlos Alberto Ramos Julimar de Araújo
Elaine de Souza Cerdeira Leila Maria Rosa de Alcantara
Elcio Rosa de Lima Luiz Guilherme Araújo Frazão
Hélio Tomassini de O. Filho Marco Antonio de Souza
Ivan Soares dos Santos Maria Luiza Poucinho
Ivanilde Muniz Caetano Marília Santos Salinas do Rosário
João Bosco de Azevedo Paulo José da Costa Zilves
João Carlos de Souza Albuquerque Risonaldo Pereira da Silva
Jorge de Vasconcelos Oliveira Samuel dos Santos Carvalho
José Barbosa de Souza Sueli Mendes Sathler
José Carlos Ferreira da Silva Valter Alvarenga Barradas
José de Arimathéia dos Santos Wilhelm Petter de Freire Bernard

Editoração

Antonio Lagarde Marília Asfura Turano


Edaloir Rizzo Pedro da Silva
Jean Pierre Souza Cruz Sandro José Castro
José Luiz Coelho Sergio Artur Giaquinto
Laura Maria Rigoni Dias
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
SECRETARIA DE MINAS E METALURGIA

Ministro de Estado Rodolpho Tourinho Neto


Secretário Executivo Helio Vitor Ramos Filho
Secretário de Minas e Metalurgia Luciano de Freitas Borges

COMPANHIA DE PESQUISA DE RECURSOS MINERAIS – CPRM


Serviço Geológico do Brasil

Diretor-Presidente Umberto Raimundo Costa


Diretor de Hidrologia e Gestão Territorial Thales de Queiroz Sampaio
Diretor de Geologia e Recursos Minerais Luiz Augusto Bizzi
Diretor de Administração e Finanças José de Sampaio Portela Nunes
Diretor de Relações Institucionais e Desenvolvimento Paulo Antonio Carneiro Dias
Chefe do Departamento de Geologia Sabino Orlando C. Loguércio

SUPERINTENDÊNCIAS REGIONAIS

Superintendente de Belém Xafi da Silva Jorge João


Superintendente de Belo Horizonte Osvaldo Castanheira
Superintendente de Goiânia Mário de Carvalho
Superintendente de Manaus Fernando Pereira de Carvalho
Superintendente de Porto Alegre Cladis Antonio Presotto
Superintendente de Recife Marcelo Soares Bezerra
Superintendente de Salvador José Carlos Vieira Gonçalves da Silva
Superintendente de São Paulo José Carlos Garcia Ferreira
Chefe da Residência de Fortaleza Clodionor Carvalho de Araújo
Chefe da Residência de Porto Velho Rommel da Silva Sousa
ANEXOS

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