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VI Encontro Nacional sobre o Ensino de Sociologia na Educação Básica

Florianópolis – SC
UFSC

06 a 08 de julho de 2019

Grupo de Trabalho: GT 05 - Livros didáticos de sociologia: o que sabemos


até agora? Estado da arte, balanços e comparações de experiências

Questões de gênero e sexualidade nos livros didáticos de sociologia

Autora: Larissa Guedes de Oliveira


Fundação Joaquim Nabuco – FUNDAJ
1. Introdução

Contar histórias através de imagens é algo que a humanidade carrega


em seus costumes desde os tempos remotos, uma boa representação disto
vem marcada pelas pinturas rupestres, expressões artísticas que ocupam
lugares pré-históricos para narrar as formas de linguagem da época. Em
diferentes tempos, estas expressões foram ganhando as mais diversas formas,
cores, texturas, acompanhando a humanidade em seus antepassados e
trazendo estas marcas para a contemporaneidade. Assim, as fotografias,
gravuras, charges e as histórias em quadrinhos funcionam como uma
expressão imagética que abre um enorme leque de possibilidades em sua
criação, onde a potência narrativa contada nessas imagens leva o leitor a
encontrar-se dentro dos temas mais diversos.
A temática de gênero e sexualidade, elementos estudados nesta
pesquisa, vêm marcada nos livros didáticos de sociologia, aprovados pelo
Plano Nacional do Livro Didático (PNLD), por abordagens e transmissões que
incluem o conteúdo imagético que tratam desse tema específico. Nesse
sentido, as imagens podem funcionar para fundamentar o conteúdo de maneira
mais específica e aprofundada. Logo, a tentativa desta pequisa busca
compreender em que medida o conteúdo imagético presentes nos livros
didáticos de sociologia, aprovados pelo PNLD 2018, contribuem para a melhor
compreensão do conteúdo de sociologia que trata do tema específico de
gênero e sexualidade? A análise focará nos capítulos específicos dos livros
didáticos de sociologia que tratam da questão em destaque.
Com uma historicidade bastante diferente de outras disciplinas escolares
do Brasil, a sociologia atravessou um longo caminho de intermitência no currículo
escolar. Oscilando no currículo desde o seu aparecimento, em meados do século
XIX, a sociologia, assim como a filosofia, deixou de ser disciplina obrigatória no
ensino médio em 1971 (BRASIL, 2006).
Ausente por um período um pouco mais de 60 anos, a disciplina voltou a
se tornar obrigatória em junho de 2008, com a entrada em vigor da Lei nº 11.684,
que estabeleceu as diretrizes e bases da educação nacional, incluindo a filosofia
e a sociologia como disciplinas obrigatórias nas três séries do ensino médio,

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revogando assim o artigo 36 da Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996
(BRASIL, 2008).
Recentemente, com a Reforma do Ensino Médio, a Lei nº 13.415/2017
alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), estabelecendo
novamente uma mudança na estrutura desse nível de ensino, tornando a
disciplina de sociologia facultativa no currículo dessas séries, existindo agora
como “estudos e práticas”. Ou seja, os assuntos dessa disciplina, assim como de
outras, poderão ser ensinados de maneira interdisciplinar, ministrada por outras
áreas do ensino, deixando de funcionar como componente curricular autônomo e
independente (BRASIL, 2017).
No que diz respeito aos livros didáticos, mesmo já fazendo parte do
currículo em 2008, a disciplina de sociologia começou a ter seu material didático
avaliado apenas no edital de 2012, pelo Plano Nacional do Livro Didático (PNLD),
programa que avalia, adquire e distribui livros didáticos para estudantes das
escolas públicas de todo o Brasil (FNDE, 2019). As obras de sociologia são
organizadas em um único volume e utilizadas durante os três anos do ensino
médio.
De acordo com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
(FNDE), a seleção e distribuição de livros atende à educação infantil, aos anos
iniciais e finais do ensino fundamental, ensino médio, educação de jovens e
adultos (EJA) e Programa Brasil Alfabetizado (PBA). Segundo dados do FNDE,
em 2018 foram beneficiadas 117.566 escolas, atendendo a 31.137.679 alunos e
com 153.899.147 exemplares distribuídos. A aquisição desses exemplares
custou um total de aproximadamente 1,5 bilhões de reais, o que explica o Estado
brasileiro ser um dos maiores compradores de livros do mundo (MEUCCI, 2014).
No Brasil, os livros didáticos são o produto mais valioso de uma
indústria que tem se expandido de modo notável nos últimos anos.
Segundo relatório da Fipe, entre os anos de 2010 e 2011, houve
crescimento do faturamento do setor editorial brasileiro em 7,36%. Este
crescimento tem sido considerado uma tendência, pois o mesmo
fenômeno se verificou em anos anteriores. É um mercado otimista que
tem comemorado, além das elevações do faturamento, o crescimento
nas vendas de unidades e o aumento dos consumidores de livros no
Brasil (MEUCCI, 2014, p. 212).
Meucci ainda destaca uma questão relevante no que diz respeito ao
faturamento da indústria do livro didático, ligada a conglomerados de empresas

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de comunicação e entretenimento, o que faz dele um objeto cultural complexo,
pois além de mercadoria e produto comercial, é também artefato intelectual,
ferramenta pedagógica e objeto de política pública (MEUCCI, 2014).
Além disso, funciona como uma das principais ferramentas para o
professor e estudantes em sala de aula. Muitos docentes organizam o plano de
aula baseando-se na estrutura do livro trabalhado em sala (CAVALCANTE,
2015). No caso das imagens presentes nesses livros, elas compõem uma grande
parte de seus conteúdos, o que indica, no caso da sociologia, que são recursos
úteis e importantes na apresentação dos conceitos e temas abordados. Assim,
observou-se como foi feita a abordagem do conteúdo sociológico expresso nas
imagens, buscando responder alguns questionamentos: quantas e quais são as
imagens utilizadas nos livros didáticos de sociologia que tratam da temática de
gênero e sexualidade? Em que contexto essas imagens estão inseridas? Como
elas dialogam com os assuntos de sociologia a qual remetem? Qual é a função
social, histórica e política que elas carregam?
A potência argumentativa que uma imagem comporta em sua linguagem
pode ajudar na compreensão do conteúdo de maneira mais eficaz, bem como, se
não valorizada e trabalhada pelo professor, será apenas mais um elemento
contido no livro, talvez um elemento sem importância. Mas há também um outro
ponto que escapa ao uso pelo professor. Sabendo que é possível contar uma
história apenas com o uso de imagens, a narrativa visual presente nos livros
didáticos talvez seja o elemento mais “lido” por muitos alunos, o que pode torná-
la ainda mais interessante no processo educacional, considerando que na
seleção das imagens “a competência da representação e a universalidade da
forma escolhida são cruciais. O estilo e a adequação da técnica são acessórios
da imagem e do que ela está tentando dizer” (EISNER, 1995, p.14), o que
transmite também a responsabilidade das escolhas do conteúdo do livro a quem
produz este material.
O surgimento do conteúdo imagético nos livros didáticos, segundo Meucci,
até meados dos anos 1960 "as ilustrações eram exclusivas dos livros de
geografia e botânica, que se limitavam a gravuras em preto e branco." Podemos
hoje observar o espaço que a linguagem imagética ganhou nesses livros,
funcionando como um veículo de informação capaz de contextualizar o conteúdo
abordado. Meucci argumenta também que " não se pode esquecer que o livro
didático é elaborado com a finalidade mais imediata de servir de instrumento de
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ensino e aprendizagem. Por isso, há uma tensão muito singular do autor de obras
didáticas que, afinal, dialoga simultaneamente com o professor e com o aluno"
(MEUCCI, 2014). Neste sentido, cabe valorizar a importância a qual o corpo
docente trata deste instrumento em sala de aula, pensando em todas as esferas
que compõe a estrutura do conteúdo enquadrado nestes livros, sobretudo as
imagens presentes.
No que diz respeito as questões de gênero e sexualidade envolvidas nos
currículos escolares, há hoje uma questão de disputa dentro desse contexto,
pensando nos parâmetros conservadores que ocupam parte das decisões
educacionais e com isso querem a retirada do que classificam como "ideologia de
gênero" do processo educativo nas escolas. Uma vez que conteúdos sobre
gênero e sexualidade são destacados nos livros analisados nessa pesquisa,
existe uma forte influência conservadora à retirada de um dos assuntos que
talvez seja um dos mais importantes nos livros didáticos de sociologia,
considerando que esses temas, quando trabalhados em sala de aula, podem
possibilitar a abrangência sobre o assunto e com isso a sensibilização para que
se perceba a tamanha diversidade que existe nos grupos humanos.
Beatriz Rodrugues Sanchez vem argumentar sobre as políticas de gênero
e como os entraves ocupados nos cargos políticos por mulheres é algo que se
destaca, especialmente no Brasil, devido a estrutura patriarcal em que se
consolidou os costumes da nação.
O século XX foi marcado por uma contradição no que diz respeito à
conquista da igualdade de gênero: por um lado, direitos políticos e civis
foram alcançados pelas mulheres, como o direito ao voto e o acesso ao
ensino superior; por outro, a ocupação de cargos representativos nas
instâncias legislativas e executivas continuou um campo de difícil
acesso para a população feminina. Reflexo disso é a sub-representação
política das mulheres nos parlamentos. (SANCHEZ, 2015).
Para Nilma Lino Gomes, a compreensão das causas sobre as políticas de
gênero e sexualidade poderão funcionar de maneira mais eficaz quando
trabalhadas em sala de aula. Assim, a autora argumenta que "falar sobre
diversidade e diferença implica posicionar-se contra processos de colonização
e dominação. É perceber como, nesses contextos, algumas diferenças foram
naturalizadas e inferiorizadas sendo, portanto, tratadas de forma desigual e
discriminatória" (GOMES, 2007, pg. 25).

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Para avançar nesse contexto e entender como se procede o
funcionamento do tratamento da temática em questão, o principal objetivo deste
artigo é analisar o conteúdo imagético (fotografias, gravuras, tiras, Histórias em
quadrinhos (HQ) e charges) presentes nos livros didáticos (LD) de sociologia
aprovados no edital do PNLD de 2018 e identificar de que maneira tais imagens
dialogam, se relacionam e reforçam os conceitos, temas e teorias das questões
de gênero e sexualidade. Para tanto, buscou-se identificar e selecionar as
imagens nos livros didáticos de sociologia aprovados no edital de 2018,
especificamente dentro dos capítulos que tratam sobre gênero e sexualidade,
trazendo com isso a possibilidade de tratar e interpretar os dados produzidos.
Desse modo, a escolha da metodologia para a execução desta pesquisa
corresponde a análise do conteúdo (AC) das imagens (fotografias, gravuras, HQ,
tiras e charges) presentes nos livros didáticos de sociologia aprovados no edital
de 2018, compondo um total de 5 livros, afim de fazer um levantamento geral de
sua abordagem imagética. Bardin compreende que a análise do conteúdo "visa o
conhecimento de variáveis de ordem psicológica, sociológica, histórica, etc., por
meio de um mecanismo de dedução com base em indicadores reconstruídos a
partir de uma amostra de mensagens particulares" (BARDIN, 1995, p.44).
Bardin argumenta ainda que a análise do conteúdo consiste em "um
conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por
procedimentos, sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das
mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de
conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas)
dessas mensagens" (BARDIN, 1995, p.42).
A técnica de AC, ainda para Bardin (1995), se organiza em torno de três
etapas:
1) Pré-análise: fase de organização, que pode utilizar vários procedimentos,
como a escolha dos documentos, leitura flutuante, formulação das hipóteses e
dos objetivos e elaboração de indicadores que fundamentem a interpretação;
2) Exploração do material: é feita a administração das técnicas sobre o corpus da
pesquisa, em que os dados são codificados a partir das unidades de registro;
3) Tratamento dos resultados e interpretação: categorização, que consiste na
classificação dos elementos segundo suas semelhanças e por diferenciação, com
posterior reagrupamento, em função de características comuns. Portanto, a
codificação e a categorização fazem parte da AC.
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Após o levantamento gerado pela primeira etapa da análise das
ilustrações, a segunda etapa trata de imagens que fazem referência à temática
de gênero e sexualidade, se ancorando nos conceitos da semiótica. Sobre este
estudo, Lucia Santaella argumenta que "a semiótica é a ciência que investiga
todas as linguagens possíveis, ou seja, tem como objetivo o exame dos modos
de contribuição de todo e qualquer fenômeno, como fenômeno de produção de
significação e de sentido" (SANTAELLA, 1989, p. 15).
Pensando que uma imagem compõe uma variedade de mensagens,
Roland Barthes argumenta que "toda imagem é polissêmica e pressupõe,
subjacente a seus significantes, uma "cadeia flutuante" de significados, podendo
o leitor escolher alguns e ignorar outros" (BARTHES, 1984).
Assim, buscaremos dentro das contribuições da semiótica, interpretar o
sentido das mensagens transmitidas nas imagens selecionadas para esta etapa
do estudo, buscando compreender quais são as instâncias sociais envolvidas
neste conteúdo imagético.

2. Contribuições da semiótica

Aqui será feito um breve levantamento acerca deste conceito por


estudiosos da área para que haja uma melhor compreensão do uso da imagem,
sobretudo nos livros didáticos de sociologia, considerando que a representação
imagética tem assumido um papel cada vez mais presente neste material.
As linguagens que expressam os modos de interação humana são
diversas, "uma linguagem verbal, linguagem de sons que veiculam conceitos e
que se articulam no aparelho fonador, sons estes que, no Ocidente, receberam
uma tradução visual alfabética (linguagem escrita), mas existe simultaneamente
uma enorme variedade de outras linguagens que também se constituem em
sistemas sociais e históricos de representação do mundo" (SANTAELLA, 1989,
p.8). Nesse caso, ao falarmos de linguagem, elemento estudado pela semiótica,
falamos da variedade envolvida nesse mecanismo, passando pela linguagem do
corpo, a imagética e a própria escrita.
Para Gemma Penn (2015) "a semiologia tem sido aplicada em uma
variedade de sistemas de signos", realçando uma importante diferença entre
linguagem e imagem: "a imagem é sempre polissêmica ou ambígua. É por isso
que a maioria das imagens está acompanhada de algum tipo de texto: o texto tira
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a ambiguidade da imagem." Nesse sentido, Barthes enfatiza que há uma relação
de ancoragem entre imagem e texto, contribuindo, ambos, para o sentido
completo da mensagem.
A fixação é a função mais frequente da mensagem linguística; é
comumente encontrada na fotografia jornalística e na publicidade. A
função de relais é mais rara (pelo menos no que concerne à imagem
fixa); vamos encontrá-la sobretudo nas charges e nas histórias em
quadrinhos. Aqui a palavra (na maioria das vezes um trecho de
diálogo) e a imagem têm uma relação de complementaridade; as
palavras são, então, fragmentos de um sistema mais geral, assim
como as imagens, e a unidade da mensagem é feita em um nível
superior: o da história, o da anedota, o da diegese (o que confirma
que a diegese deve ser tratada como um sistema autônomo).
(BARTHES, 1984, p. 34)
Pensando que uma imagem compõe uma variedade de mensagens,
Roland Barthes argumenta que "toda imagem é polissêmica e pressupõe,
subjacente a seus significantes, uma "cadeia flutuante" de significados, podendo
o leitor escolher alguns e ignorar outros." (BARTHES, 1984).
Nesse sentido, o livro didático se apresenta como uma ferramenta
multimodal, uma vez que seu conteúdo se distribui em imagens (gráficos, tabelas,
ilustrações, fotografias, mapas, pinturas e os demais tipos de representação
iconográfica) e textos. Há uma enorme frequencia desses dois mecanismos nos
livros didáticos de sociologia e o uso de imagens através da representação das
fotografias, gravuras, quadrinhos e charges aparecem, pelo menos uma vez, em
todos os capítulos dos livros aprovados pelo PNLD 2018.
Foi no final dos anos 1980, com os avanços da semiótica, o impulso
da história das mentalidades e o interesse pelas questões de
vulgarização das ciências, que recorreu a muitos esquemas e
gráficos, que o livro didático deixou de ser considerado como um
texto subsidiariamente “enfeitado” de ilustrações, e para que a
iconografia didática — e a articulação semântica que une o texto e a
imagem — tenha sido levada em conta (CHOPPIN, 2004, p.559).
Diante da semiótica peirceana, desenvolvida por Charles Peirce, a
distribuição dos signos são divididas em três categorias: primeiridade,
secundidade e terceiridade. A primeiridade, Santaella (1989) esclareceu que se
configura no instante, no momento presente, naquilo que é original, novo,
iniciante, espontâneo e livre, não fazendo análise e nem comparações, nas
palavras da autora o primeiro "é fresco e novo, porque, se velho, já é um
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segundo em relação ao estado anterior [...] Ele não pode ser articuladamente
pensado; afirme-o e ele já perdeu toda sua inocência característica, porque
afirmações sempre implicam a negação de uma outra coisa" (SANTAELLA, 1989,
p. 29).
Peirce se refere a secundidade como o “ensinamento da experiência”,
assim, Santaella expõe que essa esperiência se remete as percepções que
sentimos no momento em que analisamos alguma coisa, é a "nossa consciência
reagindo em relação ao mundo [...] a factualidade do existir (secundidade) está
nessa corporificação material" (SANTAELLA, 1989, p. 30). É o momento de
percepção de algum fenômeno que gera os sentimentos diante daquele
determinado elemento observado. Sendo a secundidade "aquilo que dá à
experiência seu caráter factual, de luta e confronto. Ação e reação ainda em nível
de binariedade pura, sem o governo da camada mediadora da intencionalidade,
razão ou lei."
A terceiridade é o momento da percepção e interpretação daquilo que foi
observado, ou seja, "Perceber não é senão traduzir um objeto de percepção, é
interpor uma camada interpretativa entre a consciência e o que é percebido"
(SANTAELLA, 1989, p.32). A autora ainda descreve que o homem apenas
conhece, compreende e interpreta um signo por meio de outro signo. Sobre a
tríade que fundamenta a teoria dos signos, Pierce argumenta que "(...) o objeto
da representação é uma representação que a primeira representação interpreta.
Pode conceber-se que uma série sem fim de representações, cada uma delas
representando a anterior, (...). A significação de uma representação é outra
representação" ( PEIRCE, 1974, p. 99).

3. Principais Resultados
Foi perceptível que o tema de gênero e sexualidade está presente em
todos os livros analisados, em menor grau em alguns e em maior presença em
outros. Os livros cumprem as exigências que o guia do PNLD de 2018 estabelece
para o uso das imagens, assim, as descrições abaixo foram respeitadas pelas
obras analisadas.
Critérios de avaliação de imagens (fotos, ilustrações, gráficos, tabelas e
mapas) – neste bloco, o avaliador atentou tanto para o aspecto técnico
das imagens, verificando se a impressão permitia boa visualização e os
créditos e as fontes estavam corretamente descritos, como para o
aspecto didático, avaliando se as imagens auxiliaram na aprendizagem.
Outro aspecto observado foi saber se as imagens incorreram em algum

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preconceito ou estereótipo de qualquer natureza, conteúdo religioso ou
marca comercial (PNLD, 2018).

Nesta pesquisa, os livros analisados correspondem a:


Livro 1: Sociologia em movimento, de Afrânio Silva et al.
Livro 2: Tempos modernos, tempos de sociologia, de Helena Bomeni et al.
Livro 3: Sociologia para jovens do século XXI, de Luiz Oliveira e Ricardo Costa
Livro 4: Sociologia Hoje, de Igor Machado et al.
Livro 5: Sociologia, de Silva M. Araújo, Mª Aparecida Bridi e Benilde Motim

Tabela 1: Características dos livros analisados e menções à temática de gênero e sexualidade


LIVRO 1 LIVRO 2 LIVRO 3 LIVRO 4 LIVRO 5
Número total 399 384 399 328 383
de páginas do
livro
Páginas com 24 14 34 14 29
menção ao
tema
Fotografias 21 7 21 4 14
referentes ao
tema
Gravuras, 4 3 6 6 0
cartazes,
propagandas
referentes ao
tema
Quadrinhos, 1 4 4 5 11
tiras ou
charges
referentes ao
tema

3.1 Questões de gênero e sexualidade em cada livro

O livro Sociologia em Movimento traz um capítulo inteiro específico da


temática de gênero e sexualidade, intitulado de "gêneros, sexualidades e
identidades". O livro contextualiza a partir de uma cronologia que parte desde os
aspectos sobre os direitos da mulher, até o exercício do Supremo Tribunal
Federal ao reconhecimento jurídico da união estável entre pessoas do mesmo
sexo. As imagens tratam desses assuntos de maneira contextualizada, levando

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também a citação de autores e autoras que trabalham sobre os temas. O livro
retrata imagens que engloba também, nas questões de gênero, o protagonismo
das mulheres negras, como a Marcha das Mulheres Negras contra o Racismo,
levando para a discussão as questões de raça, que são fundamentais para que
se compreenda que a estrutura social se baseia dentro desse contexto, mesmo
assim, esse conteúdo foi explorado em apenas uma imagem, a maior parte do
conteúdo imagético trabalha com mulheres brancas.
Já o livro Tempos Modernos, Tempos de sociologia, não traz nenhum
capítulo específico para tratar o tema, o qual vem acompanhado a assuntos
ligados as desigualdades sociais. Assim, temas como religião, trabalho e
economia se entrelaçam às questões de gênero e sexualidade. Nas imagens, há
um pequeno texto como legenda que procura abordar e tratar o que a imagem
retrata. Algumas são pouco discutidas no decorrer do assunto, aparecendo mais
como uma ilustração que acompanha o conteúdo.
Sociologia para Jovens do século XXI também levanta capítulos que
tratam especifícamente dos temas em estudo, um aparece como "Relações de
gênero e dominação masculina no mundo de hoje" e o outro "Debatendo a
diversidade sexual e de gênero", sendo este o livro que mais aborda e trabalha
as questões de gênero e sexualidade. O livro começa tratando da questão desde
o que é nascer menina e menino em nossa sociedade, explicando ideias de
gênero e sexualidade e colocando sempre a evidência da construção social em
que a masculinidade heteronormativa funciona como um elemento superior nas
relações de gênero. As imagens falam também sobre o empoderamento feminino
nas marchas protagonizadas por mulheres e enfatiza, em fotografias, tirinhas e
demais ilustrações, o quão preconceituosa ainda é a sociedade com as relações
homoafetivas. Em outras imagens, mostra casamentos entre homens e também
entre mulheres, parada LGBT e como as pessoas trans estão se articulando
socialmente. O conteúdo imagético da obra vem sempre acompanhado de textos
que explicam as situações de cada imagem. Assim, o livro tem um aparato de
informações importantes para possibilitar outros olhares sobre as relações
humanas.
Como o livro Sociologia Hoje não trata de um capítulo específico para o
tema de gênero e sexualidade, a análise das imagens funcionou no decorrer de
toda a obra, mas foi perceptível que o conteúdo imagético nem sempre faz
relação a temática específica do estudo em questão, aparecendo muitas vezes
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mediante uma análise mais superficial. Notou-se que o livro se distribui em torno
de 3 unidades que englobam as três esferas das ciências sociais: antropologia,
sociologia e política e dentro dessas três categorias encontrou-se uma ou outra
questão que trata dos temas desse estudo, de maneiras mais superficiais em
alguns capítulos e mais intensas em outros. No capítulo 13, que fala dos
movimentos sociais, algumas imagens fazem referência a sexualidade e gênero,
como, por exemplo, o movimento LGBT na parada gay e a marcha das vadias,
fazendo uma breve contextualização do que se tratam as imagens. Na primeira
unidade, que fala sobre antropologia, o assunto e as imagens são mais
recorrentes. A unidade aborda questões como grupos indígenas, raça e gênero.
Dentro dessa unidade, os capítulos 2 e 3 "Padrões, normas e culturas" e "Outras
formas de pensar a diferença" o assunto de gênero e sexualidade são mais
contextualizados. Um exemplo de imagem que trata do assunto é da cartunista
Laerte, uma transexual que traz em suas ilustrações críticas importantes ao
sistema heteronormativo e conservador.
Figura 1

As questões de gênero e sexualidade são bem trabalhadas no capítulo 3


"A família no mundo de hoje", do livro Sociologia. A obra busca mostrar como as
familias têm se estruturado, mostrando a família como instituição social, a família
baseada na estrutura patriarcal e as famílias em transição. Nas imagens, o
tratamento à família aparece dentro da configuração que se estabelece as
famílias indígenas, homoafetivas e patriarcais. Algumas charges não aperecem
com discussões em textos, o que pode dificultar a compreensão do que está

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tentando transmitir e funcionar apenas como uma ilustração. Enfatiza também
questões de direitos humanos, como o movimento feminista, casamentos
homoafetivos e tirinhas que reforçam como a sociedade se estruturou em um
conceito patriarcal.

3.2 Leitura Semiótica da imagem selecionada

Após o balanço geral feito na tabela 1, a seleção da imagem para a


análise ocorreu seguindo o critério do livro que mais abordou as questões de
gênero e sexualidade em seu conteúdo imagético.
Figura 2

Fonte: Sociologia Para Jovens do século XXI

A tira do ilustrador Carlos Ruas está presente no livro didático "Sociologia


para jovens do século XXI", dos autores Luiz Fernandes Oliveira e Ricardo Cesar
Rocha da Costa. Dentro das categorias plásticas da imagem, o primeiro elemento
que chama atenção do olhar são as cores, estabelecidas entre preto/branco e
vermelho. Mas o impacto que se concentra o olhar vai diretamente para as
formas de coração em cor vemelho escuro que permitem, no decorrer da leitura
imagética, assim como na leitura verbal estabelecida no diálogo entre os dois
homens, identificar o que representam esses corações.
Para seguir as etapas da análise, comecemos com o homem que
apresenta um perfil de masculinidade que carrega um certo padrão patriarcal e,
com isso, de autonomia. O homem já se configura como uma pessoa mais velha,
de bigode, careca e em sua roupa a gravata aparece como um acessório

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importante para lhe configurar como uma pessoa de poder e que estabelece
normas. O homem, na primeira parte da tirinha, também fuma um charuto, mais
um elemento para lhe causar um certo teor de superioridade. Tal superioridade
se configura não apenas pelas roupas e acessórios que ele usa, mas
principalmente pelo diálogo que é estabelecido entre as duas figuras, mesmo
assim, se a imagem fosse lida apenas pela ilustração, sem o diálogo, a forma
como o homem mais velho se posociona já mostra um grau de superioridade. O
outro homem, aparentemente mais jovem, recebe as normas do homem mais
velho que, diante de sua construção patriarcal e heteronormativa, propõe
estabelecer como se dará o funcionamento das formas de relações entre os
diversos grupos sociais, impondo seus conceitos, seu padrão entre o que
acredita ser certo e errado e com isso deposita o seu autoritarismo conservador
dentro das diversas formas de relação entre a sociedade, estabelecendo ideias
normativas sobre o que pensa a respeito de gênero e sexualidade.
Os corações representam grupos humanos e a diversidade incorporada
em cada um deles, mostrando que dentro daquela variedade de pessoas existe
uma exclusão social de suas vidas, desejos, sexualidades, uma vez que se
apresentam em um padrão diferente do que a sociedade patriarcal e normativa
construiu, a partir do momento em que o homem mais velho busca definir a
sexualidade e o gênero dessas pessoas como algo que precisa ser visto
mediante um comportamento negativo. Assim, causar uma má imagem, como diz
o homem na tirinha, é uma forma de criminalizar e anular as formas diversas de
relações humanas.
Algumas instituições sociais de fato incorporam esse pensamento e
deposita na diversidade sexual uma variedade de preconceitos, gerando uma
visão negativa sobre esses grupos. Um bom exemplo disso é o projeto de Lei do
Senado nº 193/2016, com a proposta da inclusão nas diretrizes e bases da
educação nacional o Programa Escola Sem Partido, com o objetivo proibir as
manifestações ideológicas e político-partidárias por parte de professores em sala
de aula, que visa defender os valores das familias tradicionais e com isso
bloquear discussões como as de gênero, por exemplo. Esse discurso
conservador se torna imprudente porque funciona exatamente dentro de um
padrão único de pensamento, assim como retrata a tirinha, que traz uma
ideologia heteronormativa que não permite englobar as diversidades existentes
dentro da sociedade, das escolas, das salas de aula e do próprio material
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didático que chegará a esses espaços, impossibilitando que a escola funcione
com um espaço democrático.
Nesse caso, o livro didático, junto com o trabalho que o professor vai
realizar, será uma ferramenta importante para que a escola tenha espaço para
falar sobre gênero, sexualidade, política, filosofia, ideologias e todos os tipos de
doutrinas. Esses assuntos não precisam ser vistos como algo perigoso e
ameaçador para se trabalhar em sala de aula, mas libertador, proporcionando
que os estudantes possam expandir seus conceitos sobre a diversidade, pois é
justamente dela que o espaço educativo se constrói. Assim, essa tirinha e tantas
outras imagens presentes nos livros didáticos de sociologia, podem e devem
funcionar como um aparato de compreensão de como a sociedade tem se
construído e de como ela pode desconstruir alguns padrões preconceituosos e
conservadores e isso só será possível mediante um processo educativo.

4. Últimas considerações

A inclusão do livro didático de sociologia no ensino médio é algo recente,


os estudos a respeito do tema estão crescendo cada vez mais. A análise sobre a
forma como os conteúdos, conceitos e temas são colocados nas narrativas
verbais e visuais dos livros didáticos podem funcionar como uma contribuição a
consolidação do ensino de sociologia na educação.
Diante do nosso atual cenário político e social, que persistem em criar
estereótipos e preconceitos a respeito dos gêneros, identidades e diversidades,
carregando dentro desse sistema a imposição de um senso comum baseado em
ideias conservadoras, a escolha da análise sobre um tema tão emblemático pode
ser um ponto de partida para contribuir com a reflexão daquilo que pode ser
aprimorado e revisto nas futuras obras de sociologia do Plano Nacional do Livro
Didático. Além disso, as discussões em sala, que estão bem incorporadas dentro
das atividades desse material escolar, pode gerar uma sensibilização nos
estudantes sobre um maior entendimento a respeito das diversidades existentes,
proporcionando um debate que avance dentro de um cenário político altamente
opressor, conservador e preconceituoso.
Na análise, foi possível perceber que os livros precisam incorporar esses
assuntos de forma mais abrangente, como, por exemplo, fazer um tratamento
mais profundo da temática de raça diante da temática de gênero e sexualidade,
isso precisa ser visto de maneira entrelaçada, pois vai possibilitar que se
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compreenda que os preconceitos são ainda mais veementes sobre os povos
negros e isso se intensifica de forma ainda mais profunda com a questão da
região, raça, classe, gênero e sexualidade. Além disso, acredito ser importante
que os livros tenham capítulos próprios para trabalhar os temas de gênero e
sexualidade, pois foi notável que os livros que tratam do tema de maneira mais
específica são aqueles que mais conseguem aprofundar nas questões. É
importante também que se avance nas legendas e na contextualização das
imagens para que elas possam ser melhor compreendidas e dialogadas com os
assuntos aos quais fazem menção.
O PNLD 2018, como vimos, deixa claro que os livros precisam sustentar
uma abordagem de respeito às diferenças, propondo diálogos e reflexões que
venham combater as desigualdades sociais. Essas regras e critérios que
possibilitam a aprovação dos livros didáticos, embora respeitadas em todas as
obras analisadas, ainda precisam avançar em alguns livros, principalmente
aqueles que não têm capítulos específicos para o tratamento da questão, ou
outros que não dialogam de forma aprofundada com as imagens expostas no
decorrer dos conteúdos.
No mais, foi perceptível que a temática desta pesquisa, algo ameaçado
constantemente por grupos conservadores, vem avançando nos livros didáticos
de sociologia, alguns mais que outros, mas todos propõe o embate diante das
construções baseadas nas "ideologias de gênero" e "doutrinação ideológica",
discursos construídos com base em forças conservadoras que promovem
retrocessos e ameaçam as conquistas de políticas públicas que visam o respeito
a diversidade.

16
Apêndice A

Nesta parte do trabalho, serão colocadas algumas imagens que fazem


referência ao tema de estudo desse artigo, possibilitando que o leitor visualize e
perceba as relações de gênero e sexualidade que são tratadas mediante o
conteúdo imagético presente nos livros didáticos aqui analisados.

Livro 1: Sociologia em Movimento


Figura 3

A fotografia de Douglas Pingituro, acompanha a seguinte legenda "A marcha das


vadias, em São Paulo (SP, 2015). Dedicado ao combate à violência contra as
mulheres e à defesa de igualdade de gênero, o evento ocorre anualmente desde
2011, quando foi realizado em Toronto, no Canadá, pela primeira vez. No Brasil,
acontece em diversas cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro, Recife,
Forteleza, entre outras". Na imagem, há um acompanhamento, dentro do assunto
trabalhado no livro didático, termos como "masculinidade hegemônica", falando
que não há uma forma de masculinidade universal.
Figura 4

17
Fotografia de Shestock/Glow Imagens, o texto que a acompanha fala que"apesar
de muitas limitações ainda impostas aos direitos das uniões homoafetivas, é cada
vez mais frequente a adoção de crianças por esses casais". O livro trata a
questão sobre o aumento dos índices de violência contra as mulheres e os não
heterossexuais, buscando romper com os tabus padrões que foram impostos
dentro da ideologia patriarcal.

Livro 2: Tempos modernos, tempos de sociologia


Figura 5

Mulher cuida da filha enquanto trabalha em casa, 2013. A chamada "tripla


jornada feminina" evidencia o grau de desigualdade entre os gêneros no que
consiste em responsabilidades dentro e fora de casa. Fotografia de Dmitry
Melnikov.

Livro 3: Sociologia para jovens do século XXI

Figura 6

Fonte: Reprodução do facebook

18
"Legenda da imagem: Amanda Palha, travesti, classificada em primeiro lugar
para Serviço Social na Universidade Federal de Pernambuco, em 2016". Na
contextualização da imagem, aparece a questão do nome social no processo de
construção de identidade de gênero.
Figura 7

A charge do autor Waldez aparece no livro a partir de uma


contextualização sobre as questões de violência doméstica que as mulheres
sofrem. Enfatiza a Lei Maria da Penha e coloca percentuais de quanto essas
violências crescem no país. O livro fala também da importância de pequisar e
estudar as mulheres e traz um destaque a Chimamanda Ngozi, uma escritora
nigeriana que fala sobre a luta das mulheres.

Livro 4: Sociologia Hoje


Figura 8

Fonte: Marvel Comics

19
A tirinha fala, em sua legenda, sobre "o primeiro casamento gay no
universo dos quadrinhos marvel: o super-herói Estrela Polar (Jean-Paul Beaubier)
se uniu ao namorado Kyle Jinadu (à esquerda) na edição número 51 (junho de
2012). As diferenças no mundo contemporâneo vão além das étnicas e culturais,
produzindo outros tipos de identificação". O livro contextualiza a questão
trazendo um levantamento superficial sobre o conceito de identidade.
Figura 9

Fonte: Malcom Evans


"Esta charge ilustra como a divergência de interpretações pode ser um
problema social, podendo até gerar conflitos. A ciência social é uma forma de
pensar essas diferentes interpretações e também de oferecer dados que
sustentem posições de vários pontos de vista". A charge não é muito
problematizada durante o assunto, aparecendo mais que as ciências socias são
as promotoras de um pensamento crítico, mesmo assim, pouco se traz a
criticidade da imagem em questão.

Livro 5: Sociologia
Figura 10

Fonte: Lucas Lacaz Ruiz

20
Legenda: "Foto do primeiro casal homossexual a formalizar seu
casamento no Brasil. Tal fato ocorreu em Jacareí (SP) em 28 de junho de 2011".
A imagem aparece dentro do assunto que fala sobre o respeito a diversidade
sexual e as contituições familiares dentro de relações homoafetivas, rompendo
com o padrão heteronormativo.
Figura 11

Fonte: Acervo Reminiscências

Na legenda da imagem, a descrição fala sobre o "Núcleo familiar da elite


brasileira no século XIX; Martinho Prado Jr. e sua família, em 1890". A
abordagem no livro didático em que se insere essa imagem, fala sobre a familia
patriarcal no Brasil e seus desdobramentos, enfatizando os costumes da
oligarquia e também das relações de gênero da época.

As imagens retratadas nesta etapa do trabalho buscou mostrar


brevemente o tipo de conteúdo imagético que está presente nos livros didáticos,
bem como a forma que essas iconografias fazem menção aos assuntos
trabalhados dentro das temáticas de gênero e sexualidade. Alguns livros têm
uma abordagem excelente, enfatizando questões importantes para a
compreensão da temática, outras ilustrações não acompanham um processo
explicativo mais enfático. No mais, as imagens trazem um conteúdo interessante
para as reflexões que podem ser construídas em sala de aula.

21
REFERÊNCIAS

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