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Geologia

Métodos para o estudo do interior da geosfera


O homem defronta-se com um problema: o aumento da temperatura em
profundidade.
Este aumento de temperatura deve-se ao facto de a Terra ter energia interna,
que se manifesta através da sua geodinâmica interna.
O estudo do desenvolvimento e da formação desta energia é do âmbito da
Geotermia.
À variação de temperatura em profundidade dá-se o nome de gradiente
geotérmico.
À profundidade que é preciso descer, abaixo da zona de temperatura
constante, para que a temperatura interna da geosfera aumente 1 °C, designa-
-se grau geotérmico.
Dado que o interior da geosfera está mais quente do que a sua superfície,
gera-se uma transferência de calor do interior para o exterior, que se designa
fluxo geotérmico.

Métodos de estudo do interior da geosfera


• Geomagnetismo
A Terra é cercada por um campo de forças magnéticas – a magnetosfera.
Admite-se que o geomagnetismo – campo de forças magnéticas que envolve a
Terra – se deve ao contínuo movimento de rotação do material constituinte do
núcleo externo, que se encontra no estado líquido, Este movimento cria uma
corrente elétrica, a qual, por sua vez, origina o campo magnético terrestre.
Sendo que os materiais bons condutores de corrente elétrica são os metais,
admite-se, de forma indireta, através dos dados geomagnéticos, que o núcleo
da geosfera tem uma composição metálica.
• Gravimetria
Qualquer corpo situado à superfície da Terra experimenta uma força (F) de
atração para o centro da Terra. Esta força, força gravítica, varia na razão direta
das massas e na razão inversa do quadrado da distância ao centro da Terra.
Através do estudo de anomalias gravimétricas é possível detetar a localização
de minerais de diferentes densidades.
A gravimetrias é o método de prospeção mineira e de petróleo.
Ao nível das grandes cadeias montanhosas, existem anomalias gravimétricas
negativas porque debaixo das montanhas existem raízes formadas por rochas
pouco densas. Essas raízes são muito maiores do que a montanha visível e
mergulham no manto mais denso.
Sabe-se que a densidade da Terra é de 5,5 e que a densidade das rochas da
superfície terrestre é de 2,7.
Deduz-se, então, que no interior da Terra devem existir materiais de
densidades muito superiores.

Sismologia
Os sismos ou tremores de terra são movimentos vibratórios com origem nas
camadas superiores da Terra, provocados pela libertação de energia.
A maior parte dos sismos ocorre nas fronteiras entre placas – sismos
tectónicos.
O movimento lendo das placas tectónicas, permite, que nas suas fronteiras
haja acumulação de energia.
As forças tectónicas criam tensões que vão deformando os materiais rochosos;
com o decorrer do tempo há uma acumulação de tensões e deformação; no
decorrer deste processo pode ser ultrapassado o limite de plasticidade dos
materiais, ocorrendo fratura, e liberta-se a energia acumulada; surge uma
falha – rutura com movimento relativo entre os dois blocos; os materiais, após
a formação da falha, recuperam parte da sua forma inicial, deixam de estar
deformados – ressalto elástico.

Crosta em repouso

Deformação devido a tensões

Instante da rutura

Ressalto elástico para adquirir uma nova posição de equilíbrio

Os sismos podem ser precedidos e sucedidos por sismos menores, aos quais se
dá o nome de abalos premonitórios e réplicas.
O local no interior da geosfera onde ocorre libertação de energia designa-se de
hipocentro. O local à superfície da Terra, situado na vertical do foco, chama-se
epicentro.
A distância entre o hipocentro e o epicentro designa-se profundidade focal.
Um sismo com epicentro no oceano pode originar ondas gigantes designadas
maremoto, raz de maré ou tsunami.
Ondas sísmicas
Ondas P, primárias, de compressão ou longitudinais
• As partículas deslocam-se no sentido de propagação da onda;
• A propagação efetua-se alternando compressões e distensões, o que
altera o volume das rochas;
• São as primeiras ondas a serem registadas (velocidade = 6.5 km/s);
• Propagam-se em todos os estados físicos;
• Alguma da sua energia pode ser transmitida para a atmosfera, sob a
forma de ondas sonoras.
Ondas S, secundárias ou transversais
• As partículas deslocam-se num plano perpendicular ao deslocamento
das ondas P;
• São muito mais lentas (3.2 km/s) do que as P;
• Provocam mudanças de forma nos materiais;
• Propagam-se apenas em materiais sólidos.
Ondas de Love, ondas superficiais
• As ondas de Love envolvem deslocações laterais das partículas;
• As partículas vibram horizontalmente, fazendo a direção de vibração um
angulo reto com a direção de propagação;
• A sua velocidade média é de 3 km/s;
• Deslocam-se à superfície da Terra, apenas em materiais sólidos.
Ondas de Rayleigh, ondas superficiais
• As ondas de Rayleigh provocam deslocamento das partículas do solo
semelhante às vagas do mar, seguindo uma trajetória elíptica, num
plano perpendicular à direção de propagação;
• Resultam de interferências entre as ondas P e S;
• São ondas mais lentas (2.7 km/s), mas as mais destrutivas;
• Deslocam-se à superfície da Terra, em meios sólidos e líquidos.
A rigidez condiciona a velocidade de propagação das ondas sísmicas na razão
direta, isto é, quanto maior for a rigidez, maior é a velocidade e vice-versa; e a
densidade na razão inversa, isto é, quanto maior for a densidade, menor é a
velocidade de propagação das ondas e vice-versa.
No meio líquido a velocidade de propagação das ondas P diminui na passagem
de um meio sólido para um líquido e não se propagam as ondas S, porque a
rigidez de um meio liquido é nula.

Intensidade e magnitude de um sismo


Intensidade – é um grau de destruição causado pelo sismo.
A escala de Mercalli caracteriza-se por 12 níveis de intensidade. Começando
por o nível 1 onde as pessoas não sentem as vibrações e acabando no nível 12
onde há uma destruição total da paisagem. Em cada nível a intensidade
aumenta.
• É uma escala que avalia a intensidade de um sismo;
• É pouco rigorosa porque depende da avaliação do grau de precessão das
vibrações sentidas pelas pessoas;
• É uma escala fechada, constituída por 12 graus, desde I (sismo não é
sentido e é apenas determinado por sismógrafos) até ao XII (alteração
da paisagem com enormes fraturas no solo);
• Para além da subjetividade da avaliação de um sismo há ainda a
considerar outros fatores:
- A natureza dos solos;
- A profundidade do foco e a distância ao epicentro;
- A quantidade da energia libertada pelo foco.
Magnitude – é a energia libertada por um sismo no hipocentro. A
determinação da magnitude é feita com base na interpretação de
sismogramas.

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