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Índice

1.Introdução.................................................................................................................................................3
2.Objectivos da geofísica.............................................................................................................................4
3.Relação da geofísica com outras ciências..................................................................................................4
4.1. Métodos da geofísica global..............................................................................................................5
4.2 Métodos da geofísica aplicada............................................................................................................5
5.Métodos electromagnéticos.......................................................................................................................5
5.1.Método electromagnético indutivo.........................................................................................................6
5.1.1Tipos de condutivímetros usualmente usados no método electromagnético indutivo.......................8
5.1.2 Vantagens e desvantagens do método electromagnético indutivo....................................................9
5.2 Método electromagnético em domínio de tempo (TDEM)...................................................................10
5.2.1 Princípio de funcionamento...........................................................................................................10
5.2.2Vantagens e desvantagens do TDEM.............................................................................................11
5.2.3 Aplicações.....................................................................................................................................12
5.3 Método very low frequency (VLF).......................................................................................................12
5.3.1 Princípio de funcionamento...........................................................................................................12
5.4 Método GPR (Ground Penetrating Radar)............................................................................................13
5.4.1.Princípio de funcionamento...........................................................................................................14
5.4.2.Áreas de aplicação do método GPR...............................................................................................16
5.4.3 Vantagens e desvantagens do método GPR...................................................................................16
6.Conclusão................................................................................................................................................17
7.Bibliografia.............................................................................................................................................18
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1.Introdução

No âmbito da cadeira de geofísica, vimos a grande necessidade de abordar concernente aos


métodos geofísicos.

O presente trabalho irá versar detalhadamente dos métodos electromagnéticos, desde os seus
princípios de funcionamento, seus equipamentos, áreas de aplicação até as suas vantagens e
desvantagens. Eles baseiam-se no estudo da subsuperfície através de mudanças nas propriedades
eléctricas e magnéticas dos materiais que a compõem. Eles não requerem nenhum contacto com
os materiais em estudo. São utilizados para fins ambientais, geotécnicos ou hidrogeológicos.

Basicamente são reconhecidos dois grupos electromagnéticos a saber: Técnicas onde


predominam as correntes de indução e técnicas onde predominam as correntes de deslocamento.

Nas técnicas de indução temos os seguintes métodos: VLF, método indutivo e em domínio de
tempo. Nas correntes por deslocamentos temos o método georadar (GPR).

1.1 Objectivo geral


 Conhecer os métodos electromagnéticos
1.2 Objectivos específicos
 Perceber os princípios de funcionamento de cada método;
 Conhecer as áreas de aplicação de cada método;
 Conhecer as vantagens e desvantagens de cada método;
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2.Objectivos da geofísica

Segundo o programa pós-graduação em geofísica, Universidade Federal do Parà (CPGF) o


objectivo da Geofísica é detectar, localizar e delinear, de modo indirecto, corpos e estruturas
geológicas ocorrendo em profundidade. Para tanto, o geofísico lança mão de entidades físicas que
atravessam a matéria, como os campos gravimétrico, magnético e electromagnético, as
perturbações elásticas, a corrente eléctrica, o calor, e outras.

Diversos corpos e estruturas geológicas ocorrem na natureza associados a jazidas minerais e ao


petróleo. Antigas crateras de impacto, por exemplo, podem abrigar armadilhas estruturais para o
petróleo e serem descobertas através da gravimetria ou da magnetometria.

3.Relação da geofísica com outras ciências

4.Mé
todos geofísicos

Os métodos geofísicos são técnicas indirectas de investigação de estruturas de subsuperfície da


aquisição e interpretação de dados instrumentais, caracterizando-se, portanto, como métodos
insasivos ou não destrutivos. Eles dividem-se em duas partes: os métodos da geofísica global e os
da geofísica aplicada.
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4.1. Métodos da geofísica global

 Geomagnometria
 Gravitação ou geodesial
 Geoelectrecidade
 Sismologia
 Radioactividade terrestre, raios cósmicos
 Geotermologia

4.2 Métodos da geofísica aplicada

 Gravimétricos
 Eléctricos
 Electromagnéticos
 Sísmicos
 Radioactividade (gamaespectrometria)
 Medições em poço

Para o trabalho em questão, iremos abordar detalhadamente dos métodos electromagnéticos.

5.Métodos electromagnéticos

Os métodos electromagnéticos incluem técnicas geofísicas comummente utilizadas em


investigações do subsolo. Eles baseiam-se no estudo da subsuperfície através de mudanças nas
propriedades eléctricas e magnéticas dos materiais que a compõem. São utilizados para fins
ambientais, geotécnicos ou hidrogeológicos e não requerem nenhum contacto, pelo que a
operação de medição uma crosta resistiva, de estrato congelado ou areias muito secas e limpas,
não será um problema.

Esses métodos baseiam-se em duas simples leis da física: a lei de Faraday e a lei de Ampere

Lei de Faraday: É com essa lei que se entende a produção de corrente eléctrica em um circuito
colocado sob efeito de um campo magnético variável ou por um circuito em movimento em um
campo magnético constante.
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Lei de Ampere: estabelece por sua parte que um campo magnético é produzido por uma corrente
eléctrica.

Estes métodos podem-se classificar em dois grupos:

Técnicas onde predominam as correntes de indução e técnicas onde predominam as correntes de


deslocamento. Como ilustra o gráfico seguinte:

Fonte: geo.ua.pt, universidade de Aveiro.

5.1.Método electromagnético indutivo

O método electromagnético indutivo mede a condutividade eléctrica em subsuperfície a partir de


baixo número de induções (César augusto Moreira, citando McNeil, 1980a).

Este método tem como princípio a passagem de uma corrente eléctrica por meio de uma bobina
emissora, que resulta em um campo electromagnético primário. A propagação deste campo em
um meio condutor no subsolo, assumindo como meio homogéneo, resulta em correntes
secundárias alternadas que produzem um campo electromagnético secundário.

Uma bobina receptora posicionada dentro da área de influência dos campos primário e secundário
capta a corrente induzida resultante da soma dos campos. As diferenças de intensidade, direcção
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e fase entre os campos electromagnético primário e secundário podem levar a presença de corpos


condutores.

Os parâmetros envolvidos na propagação electromagnética são a condutividade eléctrica e


permissividade dieléctrica dos materiais de subsuperfície. A condutividade eléctrica varia em
função do tipo de solo ou rocha, porosidade, grau de saturação e em função das propriedades
electroquímicas dos fluidos de preenchimento dos poros, este ultimo apresenta-se como factor
dominante em muitos casos (César augusto Moreira, citando Sheriff, 1980; McNeill, 1980b). 

Fig.1. Princípio electromagnético indutivo.

Fonte: Revista brasileira de geofísica

Os equipamentos no método electromagnético indutivo podem ser denominados genericamente


de condutivímetros.

O condutivímetro é composto de duas bobinas (emissão e recepção). A bobina transmissora emite


um campo magnético primário, que induz, em subsuperfície, correntes eléctricas, que geram um
campo secundário, como visto anteriormente. A combinação destes dois campos é medida pela
receptora, e o equipamento é construído de forma a fornecer a leitura directa da condutividade.
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5.1.1Tipos de condutivímetros usualmente usados no método electromagnético indutivo

 Equipamento EM31: transportado ao ombro por um operador, permite que se efectuem


leituras em modo contínuo ou pontualmente, estando as bobines inseridas num varão,
distanciadas a 3,66m em posição complanar. O condutivímetro opera com uma frequência
de trabalho de 9800 Hz, permitindo atingir até 6 m de profundidade.

Fig.2. condutivímetro EM31

Aplicação: Este é um equipamento muito útil em estudos de contaminação, estudos geotécnicos,


cartografia geológica, arqueologia e detecção de objectos metálicos enterrados entre outros.

 Condutivímetro EM34: é constituído por um transmissor, um receptor e duas bobines,


uma emissora e outra receptora, ligadas entre si por um cabo de referência que pode ter os
comprimentos de 10, 20 e 40m. As bobines podem ser transportadas individualmente por
dois operadores e o equipamento permite a recolha de dados com profundidades aparentes
de investigação entre os 5,9 e os 50,6m para as frequências de funcionamento de 6400,
1600 e 400 Hz.
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Fig. 3. Condutivímetro EM34 Modo de operação

Fonte: Projeto CETESB – GTZ. Metodos geofisicos 6200

Aplicação: muito efectivo em estudos hidrogeológicos e geológicos, sobretudo na detecção de


fontes contaminantes de aquíferos profundos e a exploração de fontes água subterrânea para
abastecimento.

5.1.2 Vantagens e desvantagens do método electromagnético indutivo

 Vantagens:
 Disponibilidade de equipamento simples, barato e fácil de operar e manter.
 Boa eliminação de ruído, graças a filtros para bandas.
 Vasta gama de frequências de operação.
 Desvantagens:
 O campo secundário é medido como o campo primário activado, isso traz mais
dificuldade de medição de campos secundários fracos.
 Como consequência do anterior, é mais sensível a mudanças no relevo
topográfico, erro de localização e desorientação as bobinas TZ e Rx.
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 Como a maioria implementa uma medida muitas vezes, de cada vez, é mais
demorado quando um maior número de frequências utilizadas.

5.2 Método electromagnético em domínio de tempo (TDEM)

Este método consiste no registo das variações ao longo do tempo do campo magnético secundário
gerado, enquanto o transmissor não emite. Isto evita ruídos e permite utilizar a bobine emissora
como receptora.

5.2.1 Princípio de funcionamento.

O processo consiste em fazer circular ciclicamente um campo eléctrico alternado em torno de


uma bobina transmissora. Durante esta ligação, estabelece-se um campo magnético estável no
subsolo.

Quando se corta de forma instantânea a corrente que circula pela bobina transmissora (e por
tanto, cessa o campo magnético primário), o campo EM induzido no subsolo causa correntes
parasitas que se propagam tanto através do terreno como em condutores próximos.

Como consequência de perdas de resistência, estas correntes diminuem com tempo, provocando
um campo magnético decrescente na superfície.

Por tanto, a medida da relação de decrescimento do campo secundário proporciona una forma de
detectar a presencia de corpos condutores no subsolo e estimar a sua condutividade.
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Fig.4. Esquema de funcionamento do TDEM

Fonte: Microsurvey Aerogeofisica e consultoria científica LTDA.

A dimensão da bobina transmissora determina a profundidade método de pesquisa. Por exemplo,


bobinas de 500 metros quadrados pode ser alcançado até 2 km de penetração, embora a resolução
está perdida nas primeiras camadas.

Para aplicações ambientais são usadas bobinas geralmente 2,5 ou 2,5 metros de largura, o que
permitem obter uma resolução superior para camadas superficiais, e também são menos afectados
pelo ruído ambiente ao trabalhar perto de áreas urbanas.

5.2.2Vantagens e desvantagens do TDEM

 Vantagem: A grande vantagem na utilização do método electromagnético no domínio do


tempo é a sequência do sinal resposta distribuída em canais de tempo nos permite
determinar a profundidade dos corpos condutores assim como sua forma  e posição de
mergulho.
 Desvantagem: Devido à maior largura de banda, há uma maior necessidade de maior
amplitude do campo, isso significa mais poder, mais custo, mais pesado, mais geralmente
equipamentos volumosos e menos portáteis.
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5.2.3 Aplicações

Aplicações do método TDEM baseiam-se nas características do aparelho e podem variar desde
aplicações na superficiais ( NanoTEM ) a profundidades (Long offset Transient Domain) .

 Nano TEM (cerca de 50 m de profundidade):


 Estudos ambientais

 Geotecnia – Engenheira civil

 Profundidade: (aplicações mais comuns até 1000 m de profundidade)


 Exploração geológica

 Exploração geotérmica profunda (câmaras magmáticas, zonas de subdção, e.t.c.)

 Exploração petrolífera profunda em áreas complexas.

5.3 Método very low frequency (VLF)

Este método diferencia-se dos anteriores devido a fonte emissora ser uma estação distante. O
campo primário é gerado por antenas de rádio distantes (centenas ou milhares de quilómetros) de
muita baixa frequência.

5.3.1 Princípio de funcionamento

O método VLF baseia-se no facto de que as propriedades eléctricas do solo afectam o


comportamento das ondas de rádio de baixa frequência. Essas ondas são geradas por poderosas
antenas transmissoras VLF 200 a 300 metros de altura, localizadas em lugares ao redor do
planeta. Através destas antenas circula uma corrente alternada, gerando-se um campo
electromagnético variável que se propaga em todas as direcções e pode ser detectado a milhares
de quilómetros de distância da antena emissora. As ondas electromagnéticas emitidas tem uma
frequência de 3 a 30 kHz.
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Fig.5. esquema de funcionamento do VLF

Fonte: TRX consulting. Engineering. Earth sciences.

A grande vantagem destes sistemas, independentemente da sua precisão é evitar o transporte para
o campo de equipamentos pesados que possam gerar um campo electromagnético primário,
utilizando apenas bobines que captem o campo resultante.

5.3.2 Aplicações
 Aplicado para detectar a presença de corpos condutores (como por exemplo falhas
preenchidas por minerais argilosos),
 Detecção de mudanças laterais de fácies (contactos litológicos bem distintos).
 Exploração de minerais metálicos

5.4 Método GPR (Ground Penetrating Radar)

O GPR, ou georadar, é um método geofísico de superfície (não destrutivo) que utiliza ondas
electromagnéticas de alta frequência (normalmente entre 10 e 2500 MHz) com o objectivo de
mapear estruturas, diferenças litológicas subsuperfíciais, cavidades ou objectos enterrados. Este é
o método electromagnético mais utilizado na área da geotecnia.

Os principais elementos que constituem um sistema de georadar são:

 2 Antenas (uma emissora e outra receptora)


 Fonte de energia (bateria)
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 Sistema de armazenamento digital


 Computador de monitorização em tempo real (opcional)
 Carrinho de transporte (opcional)

Fig.6. componentes de georadar.

Fonte: Projeto CETESB – GTZ. Metodos geofisicos 6200

5.4.1.Princípio de funcionamento

O princípio físico do GPR consiste na emissão de ondas electromagnéticas que são geradas
através de um curto pulso de alta frequência e que, por sua vez, são repetidamente emitidas para o
terreno por uma antena transmissora.

A propagação do sinal das ondas e a profundidade de alcance destas, dependem da frequência do


sinal emitido e das propriedades eléctricas dos materiais percorridos: condutividade eléctrica,
permissividade dieléctrica e permeabilidade magnética. As variações nestas propriedades fazem
com que parte do sinal seja reflectido e refractado.

As ondas reflectidas são assim recebidas por uma outra antena, receptora, colocada na superfície
a uma determinada distância constante da antena emissora. O sinal reflectido é registado em
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função do tempo de percurso da onda (tempo duplo), que é amplificado, digitalizado e gravado
num dispositivo, deixando os dados prontos para um posterior processamento.

Fig.7. Esquema de funcionamento de GPR

Fonte: geo.ua.pt, universidade de Aveiro.

A frequência da antena tem um papel muito importante uma vez que é ela a principal responsável
pela profundidade de penetração da onda electromagnética. Para maiores frequências de onda
resulta uma maior resolução da subsuperfície mas atinge-se uma menor profundidade de
penetração. Por outro lado, para menores frequências, a profundidade de penetração aumenta mas
obtém-se uma menor resolução.

Tabela 1. Ilustrando a frequência em função da profundidade.


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Fonte: geo.ua.pt, universidade de Aveiro.

5.4.2.Áreas de aplicação do método GPR

 Caracterização geológica e hidrogeológica,


 Localização de resíduos enterrados, localização de galerias subterrâneas,
 Detecção de contaminação orgânica ou inorgânica.

5.4.3 Vantagens e desvantagens do método GPR

Vantagens:

 Medições relativamente fáceis de fazer e não intrusivas;

 A mobilização do veículo contendo o GPR permite uma boa aquisição de dados num
curto espaço de tempo;

 Os dados adquiridos podem ser visualizados no campo em tempo real e permitir uma
primeira interpretação no local;

 Método relativamente rápido e económico comparado com outros métodos de prospecção.

Desvantagens:

 Profundidade de penetração do sinal e qualidade de resolução estão dependentes um do


outro;

 Método sensível ao ruído exterior causado por factores geológicos e culturais que
interferem no registo de dados;

 Objectos que emitem radiação electromagnética como telemóveis e outros dispositivos,


podem também interferir nos resultados obtidos.
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6.Conclusão

Depois de uma análise antecedida pela pesquisa, foram tiradas conclusões concernente ao tema
em questão. Dentre elas destaca-se a variação das propriedades eléctricas e magnéticas no
subsolo, como base para as investigações electromagnéticas, bem como nas duas leis de física: lei
de Faraday e de Ampere. São aplicadas nos estudos hidrogeológicos, geotectónicos e ambientais.

Dentre os distintos métodos electromagnéticos, os mais usuais são o método indutivo (que mede
a condutividade eléctrica em subsuperfície a partir de baixo número de induções) e em domínio
de tempo (que consiste no registo das variações ao longo do tempo do campo magnético
secundário gerado, enquanto o transmissor não emite).
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7.Bibliografia

AQUIMO, Wagener Franca, DOURADO, João Carlos e MOREIRA, Cesar Augusto. Aplicação
do método electromagnético indutivo no monitoramento de contaminantes em subsuperfície.
Revista Brasileira de geofísica, vol 25 (4), 2007.

FERRAS, Arturo Jesus Lorenzo. Métodos electromagnéticos. Programa de formação


iberoamericano em materiais de águas. Área temática 4.1. Hidrologia iv. Cidade de Habana,
Cuba.

I.M.S.SOUSA, Ana, M.G.CATARINO, Lídia e P.O.FIGUEIREDO, Fernando. Aplicação do


método electromagnético de prospecção ao estudo de plumas de contaminação (Lixeira de
Tábua-Midoes-Portugal). Universidade de Coimbra, 2010.

cpgf.ufpa.br/write_pagina_cpgf.asp?pagina=geofísica

http://www.microsurvey.net/asam.html

Método electromagnético en el domino del tiempo TDEM (SEDT). Agosto 2012

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