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. Definição e Causas
Os sismos, ou tremores de terra, são movimentos vibratórios com origem nas
camadas superiores da Terra, provocados pela libertação de energia.
A maior parte dos sismos são tectónicos pois ocorrem nas zonas de fronteira
entre placas tectónicas. Também existem sismos de colapso (devido a abatimento de
grutas ou cavernas) e sismos vulcânicos (ocorrem antes da erupção vulcânica).
O movimento lento, mas implacável, das placas tectónicas (afastamento ou
colisão) permite que, nas suas fronteiras, se acumulem enormes quantidades de
energia.
As tensões que se acumulam, na sequência destes movimentos tectónicos,
deformam os materiais rochosos do interior da Terra, enquanto a sua elasticidade o
permitir. Quando a tensão ultrapassa a capacidade de resistência/deformação das
rochas, elas fraturam, libertando, por ressalto elástico, a energia acumulada (sob a
forma de calor e de ondas elásticas) e assim se produz um sismo.
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Os sismos podem ser antecedidos por sismos menores – abalos premonitórios.
Os sismos podem ser sucedidos por sismos menores – réplicas.
Se a tensão cisalhante atinge o valor crítico, ultrapassando o atrito na zona da
falha, dá-se uma movimentação brusca e as rochas em ambos os lados da falha
ressaltam elasticamente, libertando energia sob a forma de calor e de ondas elásticas,
isto é, produz-se um sismo.
Falha ativa – é uma estrutura geológica que resulta da fratura de rochas, com
formação de blocos que se deslocam uns em relação aos outros. Exemplo de falha
ativa: a fronteira entre placas tectónicas; contudo, durante um sismo, podem formar-
se outros sistemas de falhas ativas, na sequência da energia libertada ao longo do
plano de falha tectónica.
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Definem-se 4 tipos de ondas sísmicas:
. Ondas Primárias ou P
. Ondas Secundárias ou S
. Ondas Superficiais de Love
. Ondas Superficiais de Rayleigh.
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- São ondas transversais – as partículas constituintes dos materiais rochosos vibram
perpendicularmente à direção de propagação da frente de onda;
- Uma vez que incidem transversalmente nas estruturas, a sua ação sobre os edifícios é
mais destruidora;
- Ondas de baixa amplitude, mas superior à das P;
- Só se propagam em meios sólidos.
Como vimos, as ondas P e S são ondas internas, isto é, são ondas com origem
no foco que se propagam no interior da Terra, em qualquer direção. A sua interação
com a superfície da geosfera produz outro tipo de ondas: as ondas superficiais – ondas
de Love e ondas de Rayleigh.
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Se o interior da Terra fosse homogéneo, a energia sísmica propagar-se-ia com a
mesma velocidade em todas as direções. Não sendo o caso, na geosfera, a velocidade
de propagação das ondas sísmicas internas depende das propriedades físicas das
rochas que atravessam, nomeadamente, da rigidez, densidade e incompressibilidade.
Rigidez (r) – propriedade que confere à matéria uma forma definida.
Densidade (d) – concentração de matéria num dado volume.
Incompressibilidade (k) – avalia a resistência de um corpo sólido à variação de volume
em função da pressão.
A velocidade das ondas P (VP) e S (VS) calcula-se com as seguintes fórmulas:
VP = (k + 4/3 r) / d
VS = r / d
NOTA: Não é para calcular as fórmulas; apenas para perceber porque é que as ondas P
se propagam nos sólidos, líquidos e gases e as ondas S apenas nos sólidos. Tem a ver
com o k , presente na VP, que faz com que o resultado nunca seja zero.
Explicando: a rigidez (r) de um meio líquido é zero; se substituirmos o r por zero nas
fórmulas anteriores, vemos que VS = zero; já na VP temos o k, que não permite que o
resultado dê zero.
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. Intensidade e magnitude de um sismo
A intensidade de um sismo depende (além de outros fatores):
- Da profundidade do foco e da distância ao epicentro
- Da natureza do subsolo
- Da quantidade de energia libertada no foco
- Da “qualidade” das infraestruturas.
Para avaliar a intensidade de um sismo numa determinada área, utiliza-se a
Escala Internacional ou de Mercalli Modificada. Esta escala é:
- Qualitativa (avaliada por relatos das pessoas e grau de destruição)
- Imprecisa (apoiada em inquéritos)
- Graduada de I (o sismo é apenas detetado pelos sismógrafos) até XII (alteração da
paisagem com enormes fraturas no solo).
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Intensidade Magnitude
Um sismo tem uma única magnitude; no entanto, tem várias intensidades.
A intensidade de um sismo varia de região para região, sendo maior próximo do
epicentro.
- Sismos interplaca – ocorrem nas zonas de fronteira de placa (maior ocorrência nas
zonas de colisão).
Sismicidade Interplaca
A placa oceânica, ao colidir com a placa continental, mergulha sob esta. É este
arrastamento para o interior da geosfera que constitui o mecanismo gerador da maior
parte dos sismos nestas zonas. Ex.: Andes, na América do Sul.
Ex.: A Índia ao colidir com a Ásia resultou na formação dos Himalaias (colisão
entre as placas Euroasiática e Indo-Australiana).
Quando duas placas oceânicas colidem, a mais densa mergulha sob a de menor
densidade, desenvolvendo tensões que podem desencadear sismos. Ex.: ilhas Aleutas
e Indonésia).
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D) Afastamento de placas oceânicas (O O)
. Sismicidade em Portugal
Tectonicamente, Portugal Continental situa-se na Placa Euroasiática, limitada a
sul pela Falha Açores-Gibraltar (corresponde à fronteira entre as placas Euroasiática e
Africana) e, a oeste, pela Dorsal Médio-atlântica. O movimento das placas caracteriza-
se pelo deslocamento para norte da Placa Africana e pelo movimento divergente da
dorsal atlântica.
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Arquipélago da Madeira, sismicidade reduzida, com atividade sísmica na Placa
Africana – a 25 de Novembro de 1942, grau VI na Escala de Mercalli.
. Previsão e Prevenção
- Identificar zonas de maior risco.
- Construir estruturas mais sólidas e anti-sísmicas.
- Promover a educação da população.
- Medidas de segurança.
- Planos de emergência.