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Resumo de Geologia

ESTRUTURA INTERNA DA TERRA

Física Química

Manto- O manto é solido, mas comporta-se no tempo geológico como


líquido.
Astenosfera- É uma parte do manto superior, que é mais líquida, mas
continua solida, comportasse como plástico.
Núcleo- O núcleo é dividido em duas partes, que são o núcleo externo, que é
líquido e o núcleo interno, que é sólido, devido á forte pressão.
Tectónicas de placas

Divergente Convergente Desligamento

Divergentes- As placas afastam-se e criam material tectónico. Ex: de Rifte


Africano Oriental e Dorsal Mesoatlântica
Convergente- As placas vão uma contra a outra isto leva ao consumo de
placa. EX:
Desligamento-Durante o desligamento das placas não existe consumo ou
produção de placa. EX: Falha de St André, Califórnia
Nota: Nas fronteiras entre placas tem muito vulcanismo

Movimentos Convergentes

oceânica-oceânica Oceânica-Continental

Ex Arquipélago do Japão EX- Cordilheira dos Andes


Movimentos Convergentes
Continental-Continental

Ex- Himalaias

O que faz as placas tectónicas mover?

O movimento das placas ocorre devido ao movimento circular do manto,


que leva as placas a mexeram-se e a diferença da temperatura, que faz o
material se deslocar.

Deriva dos continentes


Até ao início do Séc. XX acreditava-se que os continentes tinham a forma e a
posição adquiridas há mais de 3000 Ma.

Eduard Suess
(Inglaterra) 1831 - 1914

Propôs os conceitos de Gondwana (atual América do sul e África) e o oceano


de mar de Tethys. Descobriu a correlação do fóssil glossopteris. Acreditava
que os oceanos tinham inundado os espaços entre os continentes

Alfred Wegener
(Alemanha) 1880 – 1930

Acreditava que os continentes atuais estiveram juntos no passado e


separaram-se ao longo do tempo.
Criou os termos: Pangeia (pangaea) - “todas as terras” e Pantalassa - “todos
os mares”
Argumentos:
Provas morfológicas-Formas dos continentes
Provas paleoclimáticas-existe continuidade entre continentes quanto á
formação de fácies glaciar.
Provas litológicas-existe continuidade entre continentes quanto á idade e tipo
de rochas
Provas paleontológicas-existe continuidade entre continentes quanto a
espécies fósseis.

Outras provas da deriva dos continentes:


Os basaltos dos fundos oceânicos apresentavam orientação magnética com
inversões, existindo simetria com eixo na cordilheira submarina de
montanhas. Durante a criação das placas tectónias são gravadas orientações
ou para norte ou para Sul, quando essa placa muda de direção é uma placas
diferentes.

Arthur Holmes (Inglaterra)


1890 – 1965

Holmes sugeriu que existiam células de convecção no manto que dissipavam


calor gerado pela radioatividade de alguns elementos.
Holmes foi também o primeiro a utilizar datação absoluta de rochas com
isótopos de urânio - Datou a terra com 4500 MA ± 100 MA.

Harry Hammond Hess (Estados Unidos) - (1906 - 1969)


Harry Hammond Hess adiantou existência de placas móveis e adiantou a
convecção como o provável "motor" do movimento.
Esboçou o conceito de expansão dos fundos oceânicos, mais tarde
confirmado por Vine e Matthews.

Sismos
Sismo
Vibração ou movimento brusco e passageiro de rochas causado vulgarmente
por movimentos tectónicos, vulcânicos, etc. O movimento é causado pela
libertação de grandes quantidades de energia sob a forma de ondas sísmicas.

Causas
Naturais
• Tectónica de placas
• Vulcanismo
• Movimentos de massas superficiais - sedimentos nos taludes continentais
ou movimentos de massas nas zonas continentais
• Abatimento de cavidades ou tetos de grutas
• Impacto de meteoritos

Antrópicas ou induzidas
• Extração de recursos (água, minerais, combustíveis fósseis, etc)
• Obras de engenharia
• Barragens (variação do nível da albufeira e turbinamento)
• Atividade industrial
• Explosões de bombas convencionais ou nucleares

Relação com o contexto tectónico


Rifte - Forças predominantemente divergentes. Sismos normalmente de fraca
magnitude.
Zonas de convergência - Forças predominantemente convergentes ou de
cizalhamento. Elevada recorrência de sismos de grande magnitude.

Resistência das rochas


As rochas são muito resistentes à compressão sem componente rotativa
(típica nas zonas de subducção) - grande acumulação de energia.
As rochas são pouco resistentes à tensão distensiva (típica nas zonas de rifte)
- baixa acumulação de energia.

Relação com a profundidade


Os sismos podem ser classificados de três formas: superficiais, intermédios e
profundos.
• Superficiais – ocorrem entre a superfície e os 70km de profundidade (85%)
• Intermédios – ocorrem entre os 70 e os 300km de profundidade (12%)
• Profundos – ocorrem entre os 300 e os 670km de profundidade (3% dos
sismos)
• Em profundidades superiores a 700km são muito raros

Epicentro e hipocentro ou foco

hipocentro ou foco

Ondas sísmicas - Ondas P - velocidade entre 6 a 8 Km/s. Propagam-se


em sólidos e líquidos.
Ondas S- Velocidade de + 3,5km/s ou cerca de 60% a 70%, a velocidade
das ondas P, propagam-se somente em sólidos.

Ondas sísmicas superficiais - Ondas Rayleigh (Ondas R) Resultam


da interferência de ondas P e S.
Nota - quanto maior é a amplitude, mais destrutiva é a onda. A
amplitude dissipa-se com a distância ao epicentro

Ondas sísmicas superficiais - Ondas Love (Ondas L) - cizalhamento


horizontal. Resultam da interferência das ondas S. São as ondas
mais destrutivas.
Nota - quanto maior é a amplitude, mais destrutiva é a onda. A amplitude dissipa-se com a
distância ao epicentro.

Escalas
Intensidade - medida decorrente da quantidade de estragos causada por um sismo.
Vulgarmente é utilizada a escala de Mercalli-Rossi e é obtida a partir de inquéritos à
população.
Magnitude - medida decorrente da quantidade de movimento induzido na superfície
terrestre, proporcional à energia libertada pelo sismo.

Vulgarmente é utilizada a escala de Richter, obtida a partir dos sismogramas.

Escala de Mercalli-Rossi – 12 categorias

I. Instrumental ou Muito fraco - Não é sentido por ninguém, exceto em condições muito especiais. Detetado
pelos sismógrafos.

II. Fraco - Sentido apenas por algumas pessoas em repouso e/ou se estiverem em andares elevados de
prédios. Alguns objetos suspensos podem oscilar muito moderadamente.

III. Leve - Sentido de modo relativamente claro por algumas pessoas no interior de edifícios, mas pode não
ser reconhecido como um sismo. Os objetos suspensos movem-se. Não é sentido no exterior.

IV. Moderado - Sentido no interior de edifícios por muitas pessoas, mas por poucas no exterior; algumas
pessoas podem acordar; A louça, as janelas, as portas e as paredes podem produzir ruído; semelhante ao
passar de um camião pesado.

V. Moderadamente forte - Sentido por quase todos; A maioria acorda; as portas e as paredes rangem, os
pratos podem partir e os quadros ou pequenos objetos movem-se; os líquidos podem transbordar de
recipientes abertos; Relógios de pêndulo param.

VI. Forte - Sentido por todos; as pessoas assustam-se e correm para o exterior. A locomoção é feita com
dificuldade; Janelas e louça partem-se, os livros caem das prateleiras e alguns móveis pesados podem virar-
se; as paredes podem rachar; podem ocorrer danos em edifícios muito mal construídos.

VII. Muito Forte - Dificuldade em manter-se de pé; Mobília virada e partida; Os carros oscilam; os prédios
bem construídos sofrem danos ligeiros, mas os prédios mal construídos podem desmoronar;
VIII. Destrutivo - Danos observáveis mesmo em edifícios bem construídos, podendo alguns de qualidade
intermédia colapsam parcialmente. Grandes danos e desmoronamento de edifícios mal construídos; Mobília
pesada move-se ou parte-se; os condutores têm dificuldade em conduzir;

IX. Ruinoso - Pânico geral; Todos os edifícios sofrem grandes danos; as casas sem alicerces deslocam-se;
Rutura de algumas canalizações; O solo pode abrir fendas.

X. Desastroso - A maioria dos prédios é destruída bem como algumas pontes; as barragens são danificadas;
os rios são desviados do seu leito; os caminhos de ferro entortam; abrem-se fendas no solo.

XI. Muito desastroso - Poucas estruturas permanecem de pé; As pontes e as canalizações subterrâneas são
destruídas;

XII. Catastrófico - Destruição total de estruturas; é notória a ondulação do solo; as rochas podem deslocar-se;
abrem-se fendas consideráveis no solo.

Escala de magnitude de Richter – escala logarítmica


Cada grau na escala de Richter corresponde a 10 vezes o movimento da
superfície e 30 vezes a energia libertada no grau anterior. Exemplo:
magnitude 5 é 10 vezes mais intenso que magnitude 4, e assim
sucessivamente.
Riscos associados aos terramotos: movimentos de massa, incêndios, tsunami.

Falhas e dobras
Por influência das forças terrestres (frequentemente relacionadas com a tectónica de
placas) as rochas podem deformar-se de dois modos distintos:
1. Deformação dúctil: quando as rochas se encontram num estado relativamente plástico
(a grandes profundidades), dá origem ao aparecimento de estruturas como dobras,
foliações, etc.
2. Deformação frágil: quando as rochas se encontram à superfície, ou muito perto dela, a
ação de forças tectónicas pode provocar a rutura das rochas, dando origem ao
aparecimento de fraturas e falhas.
Falha
Falha geológica - falha é uma superfície de rutura numa rocha onde se
observa deslocamento relativo de blocos paralelamente a um plano de
fratura.
Tipos de falhas
Falha normal

Originada por forças de distensão.


Falha inversa
Originado por forças de compressão.

Falha de deslizamento
Origina por forças de cizalhamento
Movimento para a direita Movimento para a direita

Falhas

Falha vertical Falha em charneira


Falha Transformante

Originada por força de cizalhamento.

Dobras
Dobra geológica - deformação sofrida pelas rochas em regime dúctil na qual camadas
planares são dobradas ou enrugadas em formas côncavas e convexas.
As dobras podem ser classificadas quanto à: I. Geometria se a estratigrafia for
desconhecida (antiforma, sinforma ou neutra); II. Combinação de geometria e estatigrafia
(sinclinal ou anticlinal)

Tipos de Dobras
Minerais
Requisitos para uma substância ser considerada um mineral
Ocorrência natural, estado sólido, Inorgânico, composição química razoavelmente definida
(podem ocorrer substituições de elementos químicos até um determinado grau), estrutura
cristalina razoavelmente definida (podem ocorrer modificações ou deformações na
estrutura cristalina até um determinado grau) e resultado de um processo geológico

Atono

Unidade básica de construção da matéria

Número de Protões = Número de Eletrões para os átomos serem eletricamente neutros.


Número atómico é determinado pelo número de protões.
Massa atómica é determinada pelo número de protões + o número de neutrões.

Camada de valência é a camada (ou nível) mais externa de um átomo. Apresenta os


chamados eletrões mais externos ou eletrões de valência
A camada de valência necessita, na maior parte dos átomos, de 8 eletrões para que seja
estável. Essa é a teoria do octeto.
Isótopo

Átomos que possuem o mesmo número


de protões, mas diferem no número de
neutrões.
Cada elemento tem um isótopo
superdominante, representando mais de
98% ou 99% da sua presença na natureza.
Isótopos de um determinado elemento
apresentam quase as mesmas
propriedades químicas, eles têm massas
atómicas e propriedades físicas
diferentes.
Os isótopos apresentam vulgarmente
decaimento radioativo.

As recções químicas devem-se aos eletrões. Estas partículas dispõem-se em camadas (ou
níveis energéticos) à volta do núcleo. Cada camada apenas pode ter um número
determinado de eletrões.
A camada de eletrões que determina as reações é a mais exterior, e é também a mais
energética.

Tipos de ligações químicas

A ligação química ocorre porque os átomos desejam organizar-se nos padrões mais
estáveis possíveis A estabilidade é conseguida através do preenchimento das orbitais
eletrónicas mais exteriores do átomo, obtendo-se assim a configuração do octeto na
camada de valência. Os átomos podem atingir a estabilidade eletrónica unindo-se a outros
átomos através de ligações químicas.
Ligações Iónicas
As ligações iónicas mantêm os átomos unidos através de uma forte atração eletrostática
entre iões carregados que diferem significativamente em termos de eletronegatividade.
Como resultado, o ião menos eletronegativo transfere eletrões para o ião mais
eletronegativo.
Eletronegatividade: capacidade que um átomo de um elemento químico tem para atrair
para si os eletrões envolvidos numa ligação química em que esteja envolvido
O resultado é um anião com uma carga negativa e um catião com uma carga positiva. Estas
cargas opostas atraem-se para formar uma molécula

Catião e Anião
Catião - Quando um átomo perde eletrões e fica com carga positive. Excesso de protões
relativamente ao nº de eletrões.
Anião - Quando um átomo recebe eletrões e fica com carga negativa. Excesso de eletrões
relativamente ao nº de protões.

As

ligações iónicas não são muito fortes. No caso do NaCl basta a dissolução em água para
quebrar as ligações.

Ligações Covalentes
Uma ligação covalente, também conhecida como ligação molecular, é formada quando
um par ou pares de eletrões são partilhados entre dois átomos para formar uma espécie
ligada covalentemente ou um composto molecular.
As ligações covalentes são, na generalidade, ligações fortes.
Minerais

A maioria dos minerais possuem mais do que um tipo de ligação na sua estrutura.

Calcite
Quartzo
80% iónica – 20% covalente
20% iónica – 80% covalente
Dureza 3
Dureza 7
Dissolução lenta, mas importante à
Praticamente insolúvel. Apenas atacado por ácido
escala geológica (exemplos: grutas)
Ligações metálicas fluorídrico
Formada entre metais, metaloides e ligas.
A ligação é formada entre átomos com carga positiva que partilham eletrões. Os eletrões
de valência vão de um átomo para o outro, movendo-se continuamente por todo o
espaço. Estes eletrões livres têm sido descritos como um "mar de eletrões"

Classificação dos minerais


Os compostos químicos são geralmente classificados pelo grupo aniónico (anião – ião com
carga negativa).
Os minerais são também classificados pelo grupo aniónico, existindo duas classes
principais:
Minerais silicatados ou silicatos
Minerais não silicatados ou não silicatos
A maioria das rochas é constituída por mais de 95% de silicatos.
O grupo dos silicatos é de longe o maior grupo de minerais, sendo compostos
principalmente por sílica e oxigénio, com a adição de catiões como o magnésio (Mg), o
ferro (Fe), o cálcio (Ca), o sódio (Na), o potássio (K) e o alumínio (Al)
Alguns dos mais importantes silicatos constituintes de rochas comuns são o feldspato, o
quartzo, as olivinas, as piroxenas, as granadas e as micas

Silicatos ferro-magnesianos
Os dois ingredientes básicos são ferro e magnésio
Minerais densos e normalmente escuros
Grupo das olivinas (olivina)
Grupo das piroxenas (augite)
Grupo das anfíbolas (hornblenda)
Grupo das micas (biotite)

Silicatos não ferro-magnesianos


Contêm alumínio
Minerais pouco densos e normalmente claros
Grupo dos feldspatos
Sub-grupo da plagioclase (albite e anortite)
Sub-grupo do feldspato potássico (ortoclase)
Grupo das micas (moscovite)
Quartzo

Carbonatos
O grupo dos carbonatos é composto de minerais contendo o anião (CO3)2- e inclui a
calcite e a aragonite (carbonatos de cálcio), a dolomite (carbonato de magnésio e cálcio) e
a siderite (carbonato de ferro).
Geralmente depositados em ambientes marinhos e lagoas pouco profundos, com águas
límpidas e quentes, como por exemplo em mares tropicais e subtropicais.
Dissolução e a precipitação dos carbonatos conduziu à formação de cavernas com
estalactites e estalagmites.

Sulfatos
Todos os sulfatos contêm o anião sulfato na forma SO42-.
Os sulfatos formam-se geralmente em ambientes evaporíticos, onde águas de alta
salinidade são lentamente evaporadas, e em sistemas de veios hidrotermais.
Os sulfatos mais comuns são a anidrite (sulfato de cálcio), a celestite (sulfato de estrôncio)
e o gesso (sulfato hidratado de cálcio).
Não Silicatos
Sulfuretos
Minerais que contém o ião sulfureto S2- geralmente combinado com um ou mais metais.
Muitos sulfuretos são também economicamente importantes como minerais metálicos,
incluindo-se entre os mais comuns a calcopirite (sulfureto de cobre e ferro) e a galena
(sulfureto de chumbo).
Fosfatos
O grupo dos fosfatos inclui todos os minerais com uma unidade tetraédrica de AO4 onde A
pode ser fósforo, antimónio, arsénio ou vanádio. O fosfato mais comum é a apatite, a qual
constitui um importante mineral biológico, encontrado nos dentes e nos ossos de muitos
animais.
Elementos nativos
O grupo dos elementos nativos inclui os metais e amálgamas intermetálicas (como as de
ouro, prata e cobre), semimetais e não-metais (antimónio, bismuto, grafite e enxofre).

Propriedades físicas – Óticas


Brilho
O brilho depende da absorção, refração ou reflexão da luz pelas superfícies frescas de
fratura do mineral (ou as faces dos seus cristais ou as superfícies de clivagem). O brilho é
avaliado à vista desarmada e descrito em termos comparativos. Os brilhos são em geral
agrupados em: i) metálico e ii) não metálico. Diz-se que o brilho é não metálico quando
não é semelhante aos dos metais, sendo característico dos minerais transparentes ou
translúcidos.
Brilhos não metálicos:
• Acetinado – faz lembrar o brilho do cetim; é característico dos minerais fibrosos;
• Adamantino – brilho que se assemelha ao do diamante
• Ceroso – lembra o da cera
• Nacarado – brilho não metálico semelhante ao das pérolas
• Resinoso – brilho não metálico que lembra o observado nas superfícies de fratura das
resinas
• Vítreo – brilho não metálico que lembra o do vidro
Brilhos metálicos:
• Metálico – brilho que se assemelha ao dos metais, sendo característico de minerais
opacos
• Submetálico – brilho que faz lembrar o dos metais, mas não tão intenso, sendo
característico dos minerais quase opacos
Propriedades físicas – Ópticas
Cor
A cor é uma característica que resulta da absorção seletiva de certos comprimentos de
onda da luz visível branca por parte dos minerais. Esta característica pode variar devido a
impurezas existentes em minerais como o quartzo, o corindo, a fluorite, a calcite e a
turmalina, entre outros. Noutros casos, a superfície do mineral pode estar alterada, não
mostrando sua verdadeira cor. Esta característica, embora seja muito importante na
distinção dos minerais, apenas deve ser utilizada após alguma experiência por parte do
observador e deve ser sempre conjugada com outras propriedades físicas.

Traço ou risca
A cor do traço de um mineral pode ser observada quando uma porcelana branca é riscada.
Alguns minerais, tais como a clorite, o gesso e o talco, deixam um traço branco, enquanto
o zircão, a granada e a estaurolite deixam um traço castanho avermelhado. O traço de um
mineral fornece uma importante característica para sua identificação, já que permite
diferenciar materiais com cores e brilhos similares. O traço é uma característica mais
constante do que a cor.
Propriedades físicas – Mecânicas
Dureza
Expressa a resistência de um mineral à
abrasão ou ao risco em superfícies não
alteradas. Reflete a força de ligação dos
átomos, iões ou moléculas que formam a
estrutura cristalina. A escala de dureza mais
frequentemente utilizada é a escala de
dureza relativa de Mohs, constituída pelos
seguintes minerais de referência (ordenados
por dureza crescente):

Clivagem
Característica que se observa quando a rutura de alguns minerais ocorre,
preferencialmente, segundo superfícies planas e brilhantes. Os planos, segundo os quais
ela ocorre, designam-se por planos de clivagem. Estes correspondem a planos de fraqueza
na estrutura cristalina desses minerais.
A excelente clivagem das micas resulta da fragilidade da combinação de ligações químicas
iónicas e de van der Waals ao longo de uma direção da estrutura cristalina em oposição às
fortes ligações covalentes e iónicas nas outras direções. A calcite apresenta três direções
de clivagem.
Clivagem
A clivagem pode caracterizar-se, entre outros critérios, pela facilidade com que se produz -
designando-se por fácil ou difícil - e pela sua qualidade. Neste caso podem ser definidos
três tipos de clivagem:
• Perfeita - quando a rutura ocorre segundo superfícies de clivagem lisas e brilhantes;
raramente os minerais clivam de outro modo. Ex.: mica, calcite, galena;
• Imperfeita - a rutura ocorre segundo superfícies de clivagem com algumas
irregularidades.
Ex.: granada, anfíbolas, piroxenas;
• Inexistente - o mineral não cliva. Ex.: quartzo.

Fratura
Refere-se à maneira pela qual um mineral se parte quando percutido, exceto quando ela é
controlada pelas propriedades de clivagem e partição. O estilo de fracturação é um
elemento importante na identificação do mineral. Alguns minerais apresentam estilos de
fracturação muito característicos, determinantes na sua identificação.
Podem ser definidos, essencialmente, quatro tipos de fratura:
• Concoidal - superfícies de fratura lisas e curvas semelhantes à superfície interna de uma
concha (exemplos: quartzo);
• Fibrosa - as superfícies de fratura assemelham-se a estilhaços ou fibras;
• Serrilhada - superfícies de fratura dentadas, com bordos cortantes;
• Irregular - superfícies de fratura rugosas, irregulares.
Tenacidade
Mede a coesão de um mineral, ou seja, a resistência a ser quebrado, dobrado ou
esmagado. A tenacidade não reflete necessariamente a dureza: o diamante, por exemplo,
possui dureza muito elevada (é o termo mais alto da escala de Mohs), mas tenacidade
relativamente baixa, já que quebra facilmente se submetido a um impacto

• Quebradiço ou frágil – o mineral parte-se ou é pulverizado com facilidade;


• Maleável – o mineral, por impacto, pode ser transformado em lâminas;
• Séctil – o mineral pode ser cortado por uma lâmina de aço;
• Dúctil – o mineral pode ser estirado para formar fios;
• Flexível – o mineral pode ser curvado sem, no entanto, voltar à sua forma original;
• Elástico – o mineral pode ser curvado, voltando à sua forma original quando a força
cessa
Densidade
É a medição direta da densidade mássica, medida pela relação direta entre a massa e o
volume do mineral.
Peso específico (ou densidade relativa)
É a relação do peso de um mineral quando comparado com o peso de igual volume de
água. Para isto, o mineral deve ser pesado imerso em água e ao ar. O processo utiliza a
balança de Jolly.

Magnetismo
Ocorre nos poucos minerais que, devido à sua natureza ferromagnética, são atraídos por
um íman. Os exemplos mais comuns são a magnetite, a pirrotite e outros com elevado
teor de metais que podem ser magnetizados após aquecimento, como o manganês, o
níquel e o titânio.
Sistema cristalino
A forma do cristal é muito importante na identificação do mineral, pois esta reflete a
organização cristalina da estrutura dos molecular e dá boas indicações sobre o sistema de
cristalização do mineral. Os cristais perfeitos são muito raros, pelo que a maioria dos
cristais apenas desenvolve algumas de suas faces.
Célula unitária: É a menor parte do cristal que contém as suas características, e que
repetido tridimensionalmente forma um mineral.

Hábito
Se um mineral se apresenta segundo cristais suficientemente demarcados, em forma e
tamanho, utilizam-se frequentemente as seguintes designações, para descrever o seu
aspeto ou hábito:
Capilar - quando os cristais são finos como cabelos;
Acicular - com o aspeto de agulhas
Colunar - quando os cristais prismáticos têm dimensões que fazem lembrar colunas;
Tabular - quando a forma dos cristais é dominada por duas faces paralelas, próximas,
muito desenvolvidas;
Prismático, Cúbico, octaédrico, romboédrico, etc. - designações referentes à forma
poliédrica dominante desses cristais

Além das anteriores designações, existem algumas específicas, utilizadas para certos
hábitos de alguns minerais.
Paralelos - quando os cristais (geralmente de hábito prismático) são, aproximadamente,
paralelos entre si.
Geode - quando os cristais revestem a superfície interna de uma cavidade.
Minerais com aspeto de massas finamente cristalizadas:
Micáceo - quando o mineral é divisível segundo finíssimas lâminas (como as micas), diz-se
ainda, hábito lamelar e hábito escamoso, conforme a divisão se dá por lamelas ou por
escamas, respetivamente.
Fibroso - quando a massa mineral aparenta ser formada por fibras.
Granular - quando constituída por um agregado de pequenos grãos; sacaroide, se a
aparência é a de uma massa de açúcar cristalizado; oolítico, se os grãos têm dimensão
de ovos de peixe; pisolítico, no caso de serem do tamanho de ervilhas.

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