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Universidade Lúrio – Pemba

Engenharia Geológica
Ano – 3 - 2020
Semestre - 1
Métodos de Prospecção e pesquisa

Docente: Loite Lázaro José


PROSPECÇÃO ATRAVÉS DE MINERAIS GUIAS

A utilização das amostras de minerais que compõem a


ganga de determinados tipos de minérios, em campanhas
prospectivas objectivando o rastreamento e a localização
de depósitos metálicos e não metálicos, constitui se em um
facto bastante comum na Exploração Mineral.

Dentre os minerais mais comumente estudados, encontra


se a magnetita, feldispato, a moscovita a ilmenita e em
particular a turmalina.
Turmalina como mineral guia prospectivo

Dos minerais citados no slide anterior, a turmalina é hoje


reconhecida como um dos minerais mais importantes para
a pesquisa mineral. Isso em parte se deve a sua grande
resistência aos processos de intemperização que faz com
que a sua assinatura geoquímica seja preservada. Ela é
um depositário significativo de boro na crosta terrestre
constituído se em um mineral acessório bastante comum
nas rochas sedimentares, metamórficas e ígneas.
A turmalina, entretanto, só se forma em quantidade onde
haja uma abundante disponibilidade de boro.
A estrutura do grupo da turmalina pode incorporar grande
variedade de cátions e registra a assinatura geoquímica do
meio em que se formou. Isto levou vários autores a
usar este mineral como indicador petrogenético (Staatz et
al., 1955; Henry & Guidotti, 1985; Jolliff et al., 1986; Arranz
Yagüe et al., 1995; Selway et al., 1999, entre outros)
Características que tornam a turmalina potencialmente útil
para exploração geoquímica estao associado ao facto dela:

Cristalizar durante as últimas fases da diferenciação


magmática, sendo concentrada nos pegmatitos, aplitos e veios
hidrotermais e também pode ocorrer como um mineral de
alteração hidrotermal;

Apresentar uma complexa estrutura química que permite uma


grande variabilidade composicional;

Ter a tendência de retirar elementos maiores, menores e traços do


seu ambiente de cristalização. Essa Sua capacidade de incorporar
vários cátions em termo de carga e tamanho, faz com que se
possa obter de uma maneira indirecta assinatura geoquímica do
meio a partir do qual cristalizou. Dessa forma pode-se retirar
informações importante de caráter prospectivo e petrogenético
Características que tornam a turmalina potencialmente útil
para exploração geoquímica estao associado ao facto dela:

 Se relacionar a vários depósitos minerais ( como a ganga ou


minerais de alteração) cristalizando aproximadamente com
minerais de minério ;

 Corresponder a um Mineral estável que resiste ao


intemperismo e a muitos eventos de alteração;

 Pode sobreviver ao metamorfismo de alto grau retendo suas


características primárias, química e textural.
Composição e assinatura da turmalina
A composição da turmalina representa um dado
extremamente importante para indicar o provável
ambiente( ígneo, metamórfico e hidrotermal) de geração
de um deposito mineral.

Elementos traço na turmalina


A investigação do conteúdo em elementos traços da
turmalina relacionada aos diversos tipos de ambiente
(derivadas de : granitos, pegmatitos depósitos
hidrotermais, depósitos auríferos, depósitos de cobre
porfiríticos etc) pode ser feita pelos mais variados métodos
analítico como, por exemplo absorção atómica,
espectrografia óptica de emissão, microssonda electrónica
etc
Com as medições cada vez mais comuns dos elementos
traço na turmalina na escala de micrómetros, esses
elementos se tornaram importantes indicadores da
evolução das rochas e fluidos que interagem com a
turmalina.
Turmalina como indicador petrográfico

A turmalina é a fase acessória comum das rochas ígneas e


metamórficas. A Turmalina pode preservar um registo
químico de mudanças nas condições durante seu
crescimento.

Presença de zoneamento; composição química variável e


ampla estabilidade de T e P, estas propriedades são úteis
para estudos petrológicos e químicos da turmalina.
PROSPECÇÃO DOS
KIMBERLITOS E
LAPROITOS
Kimberlitos

1. Rochas ígneas derivadas do Manto Superior em área cratónica;

2. Rochas ultrabásicas (peridotitos micaceous) ricas em voláteis,


principalmente com dióxido de carbono (CO2) e água (H2O) e
textura heterogranular, devido à presença de grandes macrocristais
arredondados, megacristais e xenocristais, para além de fenocristais
euédricos e subédricos numa matriz de granulometria fina;

3. Os macrocristais incluem minerais oriundos da desagregação de


xenólitos do Manto, como da rocha encaixante para além das
características dos megacristais dos kimberlitos, principalmente com
olivina, ilmenite magnesiana, granadas do tipo piropo enriquecidas
em Ti-Cr, clinopiroxenas, flogopite, enstatite (piroxena), zircão, entre
outros;
Kimberlitos

4. Ocorrem na crosta terrestre numa percentagem inferior a 1%, e


aparecem em forma de chaminés, diques e soleiras;

5. Uma muito pequena percentagem está devidamente mineralizada;

6. Forma de cenoura, em forma de tubo, isto é, por intrusões verticais


denominadas chaminés, com diatrema explosivas e diques tabulares;

7. Os kimberlitos são reconhecidos como provindo de magma


ultrabásico rico em voláteis, com alto teor de H2O e CO2, potássio com
elevada relação de K/Na;
Jazigos de diamantes

Cidade de Kimberley. University of Cape Town, Department of Geological Sciences (1998),


Kimberley Mine, consultado no ano de 2009,
http://web.uct.ac.za/depts/geolsci/dlr/hons1998/kimb1.jpg

Primarios (Kimberlitos, lamproítos)


Secundarios (placeres)
Magmatismo
kimberlitos epiclásticos e piroclásticos
Continental
Alcalino.
Kimberlitos
kimberlitos de diatrema
Figure 19.19. Model of an idealized kimberlite
system, illustrating the hypabyssal dike-sill complex
leading to a diatreme and tuff ring explosive crater.
This model is not to scale, as the diatreme portion is
expanded to illustrate it better. From Mitchell
(1986) Kimberlites: Mineralogy, Geochemistry, and
Petrology. Plenum. New York. Winter (2001) An
Introduction to Igneous and Metamorphic
Petrology. Prentice Hall.

Contém minerais típicos


-Picroilmenitas (10 % Mg ) (Fe, Mg, Mn)TiO3
kimberlitos abissais e hipabissais
-Granate (piropo (Mg-Al), almandina (Fe2+- Al) y
uvarovita (Ca-Cr)
-Diopsido –Cr
Modelo de sistema magmático
Diamante (xenocristal) de um kimberlito tipo Sul
Africano, segundo Mitchell
(1986),
Classificação dos kimberlitos segundo Clement e Skinner (1985).

Os kimberlitos abissais -presença abundante de calcite

kimberlitos de diatrema -, textura, xenólitos, e pela sua


característica brechóide

Kimberlitos de cratera -características sedimentares e vulcano-


sedimentares
Condições físico-químicas

O magma kimberlítico inicia a sua formação em condições específicas e muito


rigorosas, com a temperatura e pressão estável, que dão uma consistência e
conservação aos diamantes durante a ascensão do magma até a superfície.

Diamante é polimorfo de carbon; Outra forma de carbono é grafite

3 factores sao requeridos para formar diamante:


 Profundidade aproximada de 150 a 200 km, isto é, no Manto Superior;
 Temperatura cerca de 1200ºC;
 Pressão de 40 Kb;
 TEMPO

Rochas associadas a diamantes:


 Kimberlite;
 lamproite.
Diamonte pode ser formado na zona de subduccao e obduccao
CLASSIFICAÇÃO PETROLÓGICA

As rochas kimberlíticas e as que estão relacionadas com estas, podem ser


divididas em vários grupos, segundo Mitchell (1995), tendo em conta a sua
textura, composição mineralógica e química.

KIMBERLITOS: Ricas em CO2, predomina mistura de olivina


fosteritica, ilmenite magnesiana…A principal característica que
diferencia os kimberlitos é a sua textura heterogranular que resulta da
presença de macrocristais e/ou megacristais imersos numa matriz fina.

ORANGEÍTOS: Ricas em H2O, A diferença entre os orangeítos e os


kimberlitos, é a ausência nos orangeítos de monticelite, espinela
magnesiana e das micas ricas em bário da série flogopite-kinoshitalite
CLASSIFICAÇÃO PETROLÓGICA cont.

LAMPROÍTOS: As fases principais de minerais são: flogopite,


tetraferriflogopite, richterite (anfíbola), olivina forsterítica,
diópsido, leucite e sanidina (feldspato potássico), os quais
podem apresentar variações nos seus teores de óxidos

A caracterização geoquímica de elementos maiores e


menores seja muito importante e, de certa forma, essencial
para a correcta classificação desse grupo de rochas.
Alterações superficiais
As rochas kimberlíticas possuem uma alta porosidade e
permeabilidade, que em condições de climas tropicais,
dado as chuvas, podem facilitar a alteração mais acelerada
do material.

Meteorização dos minerais dos kimberlitos superficias 20 –


30 m (oxidação e hidratação) –Yellow ground (solo
amarelo)

Kimberlitos não alterados – Blue ground (solo azul)


Lamproíto
Lamproíto é uma rocha ígnea ultrapotássica, rica em
magnésio e constituída por flogopita titanífera, richterita,
olivina forsterítica, diopsídio, sanidina e leucita;

Em virtude da sua elevada temperatura de formação o


lamproíto tem uma baixa capacidade de preservação dos
xenólitos eventualmente capturados, por conseguinte, eles
são raros e quando presentes são principalmente de dunito e
o seu tamanho é pequeno (até 3 cm);

Os lamproítos têm forma de taça de champagne com uma


fácies de cratera (mais enriquecida em diamantes) recoberta
na superfície por sedimentos fluvio-lacustrinos e material
vulcânico piroclático (tufos, tufos brechados, tufos arenosos
com lapillis, tufos brechados com xenólitos) associado a uma
fácies ígnea tardia com menos voláteis e, portanto, menos
explosiva.
Distribuição de Campos Kimberlíticos e Rochas Alcalinas, em relação ao
sistema de rift Africano

Os kimberlitos
ocorrem em grupos,
campos e províncias
o controlo estrutural – Armadilhas estruturais

As falhas controlam de certa forma a distribuição kimberlítica.

Fraturas de zonas profundas provocam canais para a ascensão do magma.

Na resposta dos movimentos epeirogénicos, movimento vertical e basculante


da crosta que afecta extensas plataformas continentais, as rochas são falhadas
e/ou deformadas é dentro destas plataformas que o magmatismo kimberlítico,
e em especial a formação de diatremas, tem a sua maior expressão.

Os kimberlitos e as rochas alcalinas que estão localizados nas margens


continentais definem distintas fracturas lineares que podem estar
relacionadas com as extensões de falhamentos transformantes oceânicas.

O facto das chaminés kimberlíticas se encontrarem nos vales dos rios, é um


testemunho inequívoco de que são herdeiras das principais falhas tectónicas.
o controlo estrutural
PESQUISA DE DIAMANTE
• Não difere da pesquisa de depósitos de minerais
pesados, => princípio de concentração, essencialmente
gravimétrico, é o mesmo (densidade 3,52).
• Subsiste marcante diferença que torna essa gema um
caso singular => grau de concentração muito pequeno da
ordem de alguns ppb.
• Dois métodos foram desenvolvidos para detecção directa
dos sítios favoráveis à sua presença e concentração =>
depósitos aluvionares.
• Metodologias, conhecidas na literatura clássica como
métodos inglês/W Africano e belga/Centro Africano, (
Bardet, 1973).
• Devido ao grande interesse que sempre despertou, três
outros métodos indiretos de pesquisa foram
desenvolvidos para buscar as fontes 'primárias' dos
diamantes (rochas portadoras - kimberlitos e lamproítos)
Os métodos clássicos de prospecção indireta são
denominados de loaming ou do SW Africano e russo ou
schlichs (Bardet, 1973).

Recentemente campanhas exploratórias empreendidas


nas Montanhas Rochosas (Estados Unidos e Canadá),
objetivando a determinação de sítios contendo rochas
kimberlíticas e lamproíticas, adaptaram as condições locais
às metodologias clássicas, propiciando o método
denominado Cordilheira Norte-Americana.
MÉTODOS INDIRETOS -Método loaming ou do SW
Africano
• Foi utilizado com êxito na prospecção dos kimberlitos das
savanas africanas => contribuição eólica na concentração
dos minerais encontrados no solo.
• Determina corpos kimberlíticos através da prospecção dos
minerais satélites: cromodiopsídio, a ilmenita magnesiana e
o cromopiropo, encontrados na superfície do terreno.

Essa metodologia desenvolve-se em três fases sucessivas:

• Fase de detecção das zonas kimberlíticas;

• Follow-up, ou a determinação dos corpos kimberlíticos;

• Fase de teste => estudo desses corpos.


Na primeira fase da pesquisa a amostragem pode ser
efetuada:
• Nos aluviões, caso exista uma rede de drenagem apropriada
na área;

• Nos solos, em malha de 1 milha quadrada, nas regiões


desprovidas de drenagem e onde ocorram condições
favoráveis para a concentração dos minerais pesados por
deflação. Essa amostragem é feita varrendo-se uma
superfície equivalente a 1 m2 da camada mais superficial do
solo (3 cm);

• Pela amostragem mista de solos e aluviões.


A quantidade de amostra colectada por ponto gira em torno
dos 13,5 kg, sempre com granulometria inferior a 5 mm. Esse
material, após peneiramento a 1 mm, é dividido em duas
frações: 5 a 1 mm que é concentrada em peneira; e < 1 mm
que é bateada.
Na fase de follow-up => malha prospectiva se estreita até
se precisar o contorno da anomalia. Posteriormente
implanta-se poços e trincheiras p/ amostragem do
kimberlito.

O teor dos minerais satélites do kimberlito é avaliado pelo


número de grãos de tamanhos entre 5 e 1 mm1.
• São contados todos os minerais satélites, convertendo-se
esses resultados para o equivalente em grãos de ilmenita.
• Um grão de ilmenita vale 1,
• Um grão de granada corresponde a 100 grãos de ilmenita
e
• Um grão de cromodiopsídio vale 1000 grãos de ilmenita.
O cromodiopsídio é o mineral com menor capacidade de
transporte marca a posição do diatrema.
• A anomalia máxima determinada sobre um pipe
kimberlítico foi de 3809 grãos equivalentes de ilmenita.
MÉTODOS INDIRETOS - Método russo (schlichs)

O principal mineral satélite prospectado é a granada piropo. O


schlichs corresponde a um concentrado de minerais pesados
com grãos de granulometria entre 0,1 e 1 mm.
A amostragem é semelhante à do tipo leito activo:
• ponttos de colecta, com 1 km de espaçamento dispostos
ao longo da rede de drenagem.
• De cada ponto retira-se 20 litros de material para ser
concentrado.

Esse método foi desenvolvido e aplicado nas condições


das estepes siberianas, onde as encaixantes dos
kimberlitos são sedimentares, com a predominância de
tipos carbonáticos.

Isso torna a assembléia de minerais pesados dos


concentrados bastante simples devido à pequena
contribuição das rochas sedimentares, facto que contribuiu
no desenvolvimento dessa metodologia.
MÉTODOS INDIRETOS - Metodologia da Cordilheira
Norte-Americana

A Cordilheira da América do Norte encontra-se submetida a um


regime flúvio-glacial. Correspondem a um terreno com relevo de
moderado a forte, com sistema de drenagem (perene e
intermitente) bem desenvolvido e gradiente hidráulico das
correntes bastante acentuado e onde a dispersão dos minerais, a
partir das áreas fontes, se dá por creep da cobertura de solo e
pelo escoamento laminar das águas pluviais e do degelo da neve.

• As amostragens são efetuadas a intervalos de 1,5 km ao longo de


todas as drenagens principais. Posteriormente, são efetudas
campanhas de amostragem em malha mais adensada (follow-up)
e de mapeamento geológico.
Em cada sítio de amostragem são colectados, nos locais mais
favoráveis à concentração de minerais pesados, cerca de 10 a 15 kg
de material a - 6 mesh.
Nesse método as amostras coletacdas não são concentradas no
campo (bateadas), mas enviadas para laboratório, onde passam por
três estágios de preparação:

 Lavagem, peneiramento e secagem;

 Separação densimétrica com bromofórmio e iodeto de metileno;

 Separação dos minerais pesados em frações eletromagnéticas,


usando-se o separador eletromagnético Frantz.
Minerais satélites prospectados: cromodiopsídio, granada piropo,
zircão e cromita.
As frações estudadas corresponderam a - 0,250 mm e + 0,125 mm
(kimberlitos Sloan e Mountain) e - 0,125 mm (Kimberlito Jack).
MÉTODOS INDIRETOS - Metodologia da Cordilheira Norte-Americana

Com relação aos dois kimberlitos das figuras 1 e 2 => os números de grãos dos
minerais satélites não decrescem à medida que se afastam das áreas fontes.
Devido às trapas existentes no leito das drenagens e que vão propiciar o
acúmulo dos minerais pesados
MINERAIS SATÉLITES
Minerais kimberlíticos
• A maioria dos minerais satélites dos kimberlitos não são propriamente
kimberlíticos, mas se encontram nos xenólitos e nódulos encontrados nas
brechias kimberlíticas.
Esses xenólitos (eclogitos, lherzolitos depletados, eclogitos do manto) e
discrete nodules (nódulos distintos) são adquiridos pelo kimberlito quando o
magma ascende em direção à superficie.

• Minerais satélites associados às rochas kimberlíticas :


• Granada
• IImenita magnesiana (FeMgO TiO2) ou picroilmenita
• Cromodiopsídio
• Cromita

Minerais indicadores dos lamproítos


• Cromita
• Granada Mg - almandina (G5)
• Zircão
• Turmalina
PESQUISA DE DIAMANTE
MINERAIS SATÉLITES

Minerais kimberlíticos
Os discrete nodules
consistem de cristais de
ilmenita magnesiana
(picroilmenita), piropo
titanífero (c/ baixo cromo),
diopsídio subcálcico,
enstantita, flogopita, zircão e
intercrescimento de ilmenita-
piroxênio.
Correspondem a tipos
mineralógicos formados nas
mais diversas
profundidades, da
astenosfera à crosta

Proporcionalmente,
dependendo do mineral
satélite, as concentrações
podem variar de 0,5% a 10%
em relação ao volume da
rocha.
MINERAIS SATÉLITES

Minerais kimberlíticos - Granada


• Tipos e tonalidades das granadas relacionadas à kimberlitos: piropo de
cor laranja, cromopiropo violeta e o piropo-almandina vermelha escura
e laranja (Bardet, 1973)
• Granadas de kimberlitos apresentam cores lilás e púrpura para o piropo,
laranja e vermelho-alaranjada para almandina-piropo e vermelha e rosa
para a almandina (Tompkins,1987).
• Hoje a classificação da granada => química mineral em microssonda
eletrônica. de fundamental importância para auxiliar na determinação da
fertilidade dos corpos kimberlíticos,
• A correcta determinação da química das granadas permite distinguir os
corpos férteis dos não mineralizados. Assim, a granada do grupo G-10,
do tipo cromopiropo com alto teor de Cr2O3 (entre 4% e 16%) e baixo
teor de CaO (< 3%) e a granada do grupo G-9, do tipo eclogítica
caracterizada pelo alto teor de Na2O (> 0,07%), são consideradas
reveladoras de corpos mineralizados.
A granada piropo divide-se em:

 piropo propriamente dito, de cor laranja (TIO2 0,92%;


Cr2O3 0,30 - 0,50%; 20% de MgO);
 piropo cromífero, de cor púrpura ou violeta (TIO2 < 2 -
3%);
 piropo almandina, de cor vermelho sangue (MgO 9 a
12%);
 No Lesotho a granada piropo de cor vermelha-
amarronzada deriva da suíte discrete nodules, já o
piropo cromífero vermelho púrpura seria de lherzolitos
depletados.
MINERAIS SATÉLITES
Minerais kimberlíticos –
Ilmenita magnesiana (FeMgO TiO2) ou picroilmenita
• Sua cor é preto antracito.
• Apresenta-se em formas maciças e arredondadas. Esse aspecto
arredondado é original e não provém do transporte fluvial.
• Superfície apresenta-se corroída com cavidades cilíndricas ou esféricas.
• Normalmente recoberta por uma crosta esbranquiçada a creme de
leucoxênio.
• A ilmeno-geikielita é pouco magnética, porém, é atraída no separador
Frantz na faixa de 2 ampéres.
• As picroilmenitas derivadas de kimberlitos férteis tem concentrações de
Cr2O3 variando entre 0,3% e 2% e teores de MgO acima de 10 %.

Cromodiopsídio
• Tem cor verde (verde relva) muito característica e
• n = 1,68 com grande ângulo de extinção.
MINERAIS INDICADORES DE LAMPROÍTOS

Principais indicadores dos lamproítos.


Cromita
• É reconhecida como importante mineral indicador dos lamproítos. Ocorrem em
grãos arredondados a esferoidais, em forma de disco, e em octaedros entre 0,2 e
2 mm. Apresenta cor preta e exibe alteração acinzentada. Grãos quebrados
exibem bordas translúcidas de cor castanha.
• Corresponde às populações P3 e P4. O tipo P3 predomina e pode ser
reconhecido pelo teor de Cr2O3 entre 38% e 55%; Al203 entre 10% e 18% e Ti02
< 1%. O Ni vai de 1100 a 700 ppm e o Zn de 200 a 600 ppm, com concentrações
em torno de 400 ppm.
Granada Mg-almandina (G5)
• Ocorre em fragmentos de cristais ou em formas anédricas, de cor rosa, púrpura,
alaranjada ou castanha pálida. Os teores de alguns de seus óxidos constituintes
são: 25 - 30% FeO / < 0,35% TiO2 / < 0,13% Cr2O3 / 5,26-10,9% MgO e 1,07-
5,66% CaO.
Zircão
• Ocorre em grãos arredondados a esféricos (< 0,5 mm), de cor púrpura a castanha
(não-fluorescente) e rosa a mel (fluorescente laranja ao UV). Quimicamente =>
1,7% de MgO.
Turmalina
• Do tipo dravita, ocorre em grãos redondos a arredondados, translúcidos, de cor
castanha clara, a opacos com cores mais amarronzadas.
Distâncias de transporte dos minerais satélites

• Melhores registros sobre as distâncias de transporte dos minerais


kimberlíticos, a partir de suas áreas fontes, correspondem aos efectuados
para o cromodiopsídio.
• Para esse mineral, em Angola, África, foi registrada uma distância de
transporte de 800 m, enquanto na Yakutia, Rússia, as distâncias foram de
3 a 4 km (Bardet, 1973).
• Já na Cordilheira Norte Americana as distâncias atingidas pelo
cromodiopsídio e pela granada piropo, em transporte flúvio-glacial, foram
de até 12 km a partir de suas áreas fontes, os kimberlitos Sloan 1 e 2.
• Em Piumhi, MG, os estudos realizados na fração entre - 0,50 mm e +
0,250 mm de concentrados de minerais pesados permitiram estimar:
para o cromodiopsídio => distância de cerca de 1,5 km.
para a granada => registrada uma distância a partir de sua área fonte de
4 km.
Composição mineralogica clássica como guias ou
indicadores prospectivos, segundo Muggeridge (1995).
Mineral Composição Cor Dureza/Densida
de
Granada Piropo, Silicato, Mg, Al, Fe, Ca, Cr, Vermelho, rosa, amarelo, 7,5 / 3,51
com alto Cr e baixo Ca Ti. laranja.

Picroilmenita, Óxido, Mg, Fe, Ti, Cr, Mn, Preta azulada. 5-6 / 4,5-5
Ilmenite magnesiana Al, Si.

Cromo Diópsido, Silicato, Ca, Mg, Fe, Cr, Al, Verde-esmeralda. 5-6 / 3,3-3,6
(Clinopiroxena) Na.
Espinela, Cromífera, Óxido, Mg, Fe, Cr, Al, Mn, Preta. 5,5 / 4,3-4,57
Cromite Ti.
Flogopite/Mica Silicato, Al, Mg, K, Fe, Ti, Bronze, castanho, 2,5-3 / 2,78-2,85
Cr. avernelhada.

Olivina Silicato, Mg, Fe, Ni, Mn. Verde amarelado. 6-7 / 3,2-3,33

Enstatite Silicato, Mg, Fe, Al, Ca, Ti. Verde oliva, castanho. 5,5 / 3,1-3,3
(piroxena)/Bronzite
(Ortopiroxena)
Zircão Silicato, de Zr, baixo U e Th. Incolor, rosado, amarelo, 7,5 / 4,68-4,7
castanho.
Kricherita/Mg Silicato, Mg, K, Ti, Fe, Ca, Vermelho, rosa, castanho. 5-6 / 3,09
Katforita Na.

Priderita Titanato, Fe, Ba, K. Castanho, avermelhado. 6 / 3,86

Diamante C nativo, (N,B) Incolor, amarelo, 10 / 3,52


castanho.
As granadas do tipo piropo, com composição subcálcica e com elevado teor de
crómio são chamadas de granadas G10

Diagrama Cr2O3 – CaO, para as inclusões de granadas peridotíticas de diversos


locais do mundo, publicado por Gurney (1984).
granadas mantélicas G10
-importantes indicadores de minerais de diamantes nos kimberlitos.
Minerais indicadores
High-Mg ilmenite (picroilmenite with >8wt.%MgO and >0.5wt.%Cr2O3), chro-
mian diopside, chromian spinel or chromite, Cr-rich pyrope, low-U zircon, phlogopite and, of
course, microdiamonds

Heavy minerals concentrate from glacial till in the region around Ekati, N. T., Canada, where more than
150 kimberlite pipes have been found.CourtesyW. Prochaska,MULeoben. Indicator minerals on display include
dark green Cr-diopside, pale or transparent yellow eclogitic garnet (?), light grey picroilmenite, dark grey
chromite, dark red Cr-pyrope, bright green olivine and one octahedral diamond (centre, diameter 1.8mm)
Dúvidas ?

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