Você está na página 1de 33

JAZIGOS MINERAIS

Aula 5
CONTEÚDO

1. Depósitos Ortomagmáticos de Crómio,


Platina, Titânio e ferro associados a
rochas básicas e ultrabásicas
2. Depósitos Ortomágmaticos de Cobre-
Niquel associados a rochas básicas e
ultrabásicas
Depósitos Ortomagmáticos de Crómio,
Platina, Titânio e ferro

Os Depósitos ortomagmáticos de cromo, platina,


titânio e ferro são encontrados quase exclusivamente
associado a rochas ígneas plutônicas básicas e
ultrabásicas, parte da platina é encontrada Depósitos de
níquel e cobre associados a Komatiites.
Depósitos Ortomagmáticos de Crómio

Crómio é décimo elemento em ordem de abundância na


Terra, é considerado um metal essencial na indústria
moderna, principalmente em função de sua resistência à
corrosão.

Dessa forma, o cromo é amplamente utilizado na


produção de aço inoxidável, liga de ferrocromo,
refratários, na indústria química e nos processos de
fundição.
Depósitos Ortomagmáticos de Crómio

Aproximadamente 90% do minério de cromo produzido


é convertido em ligas de ferrocromo, através da
indústria metalúrgica, das quais 80% são consumidas
pela indústria do aço inoxidável.

A cromite (FeCr2O4) é único mineral de crómio


economicamente aproveitável e considerado um dos
mais importantes minerais industriais no mundo.
Depósitos Ortomagmáticos de Crómio

Cromite (FeCr2O4)
Depósitos Ortomagmáticos de Crómio

Principais tipos de depósitos de Crómio


• Depositos estratiformes, associados a complexos
ígneos acamadados continentais precambrianos; e

• Depositos podiformes, hospedados em rochas


ultramáficas mais recentes de complexos ofiolíticos
obductados
Depósitos de crómio estratiforme ou
do tipo Bushveld.

Os corpos ígneos máficos como os complexos de


Bushveld e Stillwater, comumente contêm horizontes de
cromititos na porção acamadada e também um pouco de
cromite disseminada na rocha.

As camadas de cromite são muito extensas e


frequentemente ocorre por várias dezenas de
quilômetros. Esse tipo de ocorrência de cromite perfaz
cerca de 90% das reserva mundiais.
Nesses complexos pode-se verificar uma megazonação
que separa uma parte basal ultramáfica de outra de
composição norítica-anortosítica.

Os depósitos estratiformes (espessura de 1 a 5 metros)


de cromio encontram-se na base dos maciços próximos
aos níveis de ortopiroxenitos e dunitos e, provavelmente,
foram formados por processos de diferencia ção
gravitativa.
Depósitos de crómio estratiforme ou
do tipo Bushveld.

A cromite relacionada a esses


depósitos é do tipo metalúrgico com
baixo teor de Al2O3, com cristais
milimétricos, geralmente euédricos e
os depósitos têm grande tonelagem
(~500 Mt). Além da cromita Bushveld
apresenta também grandes depósitos
de magnetita titanífera e vanadinífera.
Pt e Pd são os platinóides associados
a essa cromita.
Dentre os depósitos do tipo estratiforme, destacam-se:

• O Complexo de Bushveld (Transvaal, África do Sul);

• O Grande Dique e Selukwe (Zimbabwe);

• O depósito de Kemi (Finlândia); e o

• Complexo de Stillwater (Estados Unidos).


Depósitos de cromita podiforme.

Os depósitos de cromio podiformes também são


conhecidos como do tipo Alpino ou cromite hospedada
em ofiolito.

Associam-se a rochas máficas-ultramáficas de complexos


ofiolíticos, que se desenvolvem ao longo das bordas de
placas tectônicas acrescionárias na litosfera oceânica.
Depósitos de cromita podiforme.

Um complexo ofiolítico é considerado representante da


litosfera oceânica, preservada no continente através de
incorporação nas margens continentais por meio de
obducção.

Estes complexos constituem depósitos pequenos com


geometrias muito variadas (lentes ou camadas) muito
tectonizadas, onde a cromite nodular em grandes
massas, apresenta texturas brechóides.
Depósitos de cromita podiforme.
Depósitos de Platina do tipo Bushveld

O Complexo de Bushveld (2.054 Ga) é a maior intrusão

mafica-ultramafica acamadada do mundo (65,000 km2

com uma espessura estratigráfica de 7-9 km; com volume

estimado total de magma ~1x106 km3) sendo a

hospedeira da maior parte dos recursos conhecidos de

platina, cromo e vanádio.


Depósitos de Platina do tipo Bushveld
Depósitos de Platina do tipo Bushveld

O termo reef refere-se à zona de minério estratiforme portadora de sulfeto que é rica

em elementos do grupo da platina. O reef pode atingir até 300 cm de espessura (média

de 90 cm).

No Merensky reef os depósitos de platinóides (Pt, Pd) encontram-se em horizontes bem

definidos na base da zona norítica-anortosítica (superior) desses maciços. A

denominada unidade Merensky tem composição complexa, no geral anortosítica e é ela

que contém o Merensky Reef que se encontra mineralizado em platinóides e constitui

uma rocha de matriz pegmatóide com megacristais de ortopiroxênio.

.
Depósitos de Platina do tipo Bushveld

.
Depósitos de Platina do tipo Stillwater

.O complexo acamadado de Stillwater, USA, (2.7 Ga) também apresenta uma fácies

pegmatóide mineralizada em PGE. Camadas massivas a disseminada de cromitito


ocorrem na Lower Ultramafic Series. A maior concentração de sulfetos ricos em PGE (J-
M Reef, descoberta em 1973) ocorre na zona bandada onde o plagioclásio é o principal
mineral cumulático.

O Reef J-M corresponde a uma rocha


(principalmente troctolito) de granulação grossa
(pegmatítica) portadora de olivina, 1-3 m de
espessura, com 0.5- 2% de sulfetos de metais
base disseminados (pirrotita, pentlandita,
calcopirita).
Depósitos de Platina
Os principais minerais encontrados associados ao Merensky reef,

são: a sperrylita (PtAs2), a braggita (PtPdNiS), a cooperita (PtS), Pt-

Fe alloy, laurita (RuS) e moncheíta (PtTe2). Além de uma série de

minerais de Pt e Pd associados ao Bi e Sb.

Em Stillwater os principais minerais são: moncheita (PtTe2), braggita

(PtPdNiS), cooperita (PtS), kotulskita ( PdTe) e Pt-Pd alloy.


Depósitos de Platina do
tipo Alaskan
Nesses depositos a ocorrências de platina que estão associadas com cromite

disseminada ou massiva encontrada em complexos geralmente zonados e

são formados por dunitos que gradam para piroxenitos e gabros e até dioritos

e quartzodioritos.

A platina ocorre principalmente como:

• Grãos xenomórficos de isoferroplatina (30% menores do que 400µ) em

schlieren de cromitito e como;

• Grãos idiomorficos (83% menores do que 400µ) nos silicatos do dunito

hospedeiro.
DEPÓSITOS DE TITÂNIO E FERRO

São depósitos magmáticos estratiformes (semiconcordantes) de grandes


dimensões de ilmenite e magnetite dentro complexos diferenciados de
gabro-anortosito-norito. As rochas comumente associadas incluem diorito,
diabásio e rochas intrusivas ultramaficas basais.

São caracterizados pelas texturas magmáticas primárias que podem


incluir cumulato, ofítica, subofítica, diabsica, equigranular e raras texturas
pegmatíticas. Camadas de cumulados estão presentes frequentemente.
DEPÓSITOS DE TITÂNIO E FERRO

Os dois subtipos mais gerais são:

- a ilmenite (anortosito-hosted Ti-Fe);

- a magnetite titanífera (gabro-anortosito-hosted Fe-Ti).


DEPÓSITOS DE TITÂNIO E FERRO
Os complexos gabro-anortosito-norito foram intrudidos em settings
extensionais e/ou anorogênico em ambientes metavulcano-sedimentares,
graníticos e gnáissicos.

Alguns depósitos também podem ocorrer ao longo de falhas profundas


formando faixas alongadas contendo complexos intrusivos.

Os depósitos podem ocorrer como lentes massivas, camadas, pods, sills,


diques e intrusões irregulares e como corpos de óxidos disseminados e
intersticiais. Intercrescimentos por exsolução de ilmenita e magnetita são
característicos.
DEPÓSITOS DE TITÂNIO E FERRO

Os principais minerais incluem ilmenita, Fe-ilmenita, Ti- e V- magnetita,


magnetita e titanohematita. Os minerais acessórios podem incluir rutilo,
titanita, espinélios, apatita, sulfetos e granada.

Por exemplo, o depósito de Lac Tio, Canadá (~ 120 Mt) corresponde a


grandes massas lenticulares de ilmeno-magnetita diferenciadas dentro de
anortositos. Os contatos são geralmente bruscos, mas também podem ser
gradacionais. A cobertura da massa mineralizada é representada por uma
rocha com bandas alternadas de ilmenita pura e de anortosito com ilmenita
disseminada.
Depósitos de Ni-Cu (PGE)

Os principais minerais incluem ilmenita, Fe-ilmenita, Ti- e V- magnetita,


magnetita e titanohematita. Os minerais acessórios podem incluir rutilo,
titanita, espinélios, apatita, sulfetos e granada.

Por exemplo, o depósito de Lac Tio, Canadá (~ 120 Mt) corresponde a


grandes massas lenticulares de ilmeno-magnetita diferenciadas dentro de
anortositos. Os contatos são geralmente bruscos, mas também podem ser
gradacionais. A cobertura da massa mineralizada é representada por uma
rocha com bandas alternadas de ilmenita pura e de anortosito com ilmenita
disseminada.
Depósitos de Ni-Cu do tipo Duluth

O Complexo de Duluth corresponde a uma grande intrusão mafica (6.500 km2) de


idade 1,2 to 1,1 Ga, que consiste de 40 sub-intrusões colocadas durante
rifteamento em rochas metasedimentares (ardósia, argilito, grauvaca) e
metavulcânicas.

O minério de cobre-níquel ocorre em pelo menos 9 depósitos magmáticos de


sulfetos situados nos 100 a 300 metros basais das intrusões e seus contatos com
rochas sedimentares paleoproterozóicas e granitos arqueanos.

A mineralização consiste predominantemente de sulfetos disseminados ou


massivos (pirrotita + pentlandita + calcopirita+ cubanita ± minerais PGE ± grafita)
que coletivamente correspondem à cerca de 4,0 Bt de minério com 0,66% Cu e
0,20% Ni, em média.
Depósitos de Ni-Cu do tipo Duluth

Esse Deposito, associa-se a intrusões diferenciadas sem bandamento


rítmico, geralmente associadas aos grandes derrames basálticos
continentais (e.g., Duluth, USA e Noril’sk, Rússia).

Os depósitos são de Ni-Cu estratiformes na base de maciços


paralelizados ao seu contato inferior. Ocorrem platinóides e a cromita é
praticamente ausente. Os diferenciados finais são mais ácidos do que os
de Bushveld e Stillwater.
Depósitos de Ni-Cu do tipo Duluth
Depósitos de Ni-Cu do tipo Sudbury

A intrusão de Sudbury consiste de uma subcamada marginal de noritos


finamente granulados, recoberta por rochas mais grossas noríticas,
gabróicas e granofíricas. Os sulfetos encontram-se na base da intrusão.
O contato basal com as rochas encaixantes é altamente irregular e
caracterizado por embayments, breccias e diques radiais.

Sudbury é reconhecida como uma estrutura de impacto (de meteoro).


Depósitos de Ni-Cu do tipo Sudbury

O conteúdo em Ni e PGE, que são similares aqueles de minérios


formados de magmas basálticos, leva a que se considere que os sulfetos
foram segregados de material magmático derivado do manto que
ascende em resposta a descompressão produzida pelo impacto.

O processo de formação de minério de Sudbury parece ser único no


mundo e não parece factível de ser aplicado a outras intrusões
acamadadas formadas por magmatismo continental.
Depósitos de Ni-Cu do tipo Sudbury
Obrigado pela atenção dispensada

FIM

Você também pode gostar