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Universidade Lúrio – Pemba

Engenharia Geológica
Ano 2
Semestre 2
Jazigos Minerais

Docente: Loite Lázaro José

05-10-2019 Docente: Loite Lázaro José 1


Depósitos associados às rochas graníticas

Rochas granitóides
Rochas plutónicas felsicas

Greisens

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Greisens
Mineralizações mais importantes Sn (cassiterita) e W (wolframita), podendo
ocorrer ainda Mo (molibdenita), Bi (bismutinita), Li e Be (berilo)

Agregado de quartzo e moscovita (ou lepidolita) com quantidades subordinadas


topázio, turmalina e fluorita

Espacialmente Associados às zonas apicais de intrusões graníticas rasas (1 a 4 km


de profundidade)

As maiores concentrações de Sn ocorrem em ambientes sin-colisionais e


anorogênicos

Os granitos associados aos depósitos de estanho têm geralmente composição


peralcalina ou peraluminosa

O enriquecimento em elementos como boro, flúor e lítio, é comum nos granitos


evoluídos Jazigos de Sn
Greisens placeres
Pegmatitos
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Sedex
Greisens
Alteração metasomática postmagmática
dos granitos
Diferentes tipos de alteração hidrotermal tais como:

Fluoritização
Turmalinização,
Cloritização Processos de greisenização
Talcificação
Silicificação
Topazização
albitização
Alteração Tipo Greissen:

Caracterizado por moscovita de granulação grossa, feldspato e quartzo, com ou


sem topázio e/ou turmalina. Esta alteração ocorre principalmente associada a
fases pneumatolíticas em rochas graníticas, a temperaturas acima de 250°C.
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Greisens

Minerais diagnósticos destes depósitos e


de granitos evoluídos portadores de metais raros

Topázio,

Fluorita

Turmalina

Micasl litiníferas (petalita, espodumênio,


lepidolita)

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Greisens

Enxames de veios e filões geralmente de quartzo (quartzo-


moscovita, quartzo-topázio, quartzo-turmalina)

Em stockwerk ou stockwork gerados por fraturamento hidráulico,


associados às zonas alteradas greisenizadas.

Os greisens podem se formar diretamente na cúpula granítica


(endogreisens) ou nas rochas encaixantes (exogreisens).
Shcherba propôs um modelo zonado para as zonas apicais
graníticas que corresponde:
anel externo greisenizado - anel intermediário albitizado
(albitito) - anel + interno microclinizado
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Modelo esquemático de zona de greisen baseado em Shcherba

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Minas de Panasqueira, Portugal

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Filões mineralizados de Sn-W-Cu
Minas de Panasqueira, Portugal

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Depósitos do Tipo Skarn

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Definição
Skarn é uma rocha constituída por minerais cálcio-
silicáticos, tais como granada e piroxênio, e que foram
geradas através de processos metassomáticos que
interagiram em rochas carbonáticas pré-existentes
(calcários e dolomitos) e fluidos oriundos de
magmatismo félsico. ( Meinert et al., 2005)

minerais calciossilicatados

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Definição
Os skarn de reação podem se formar de metamorfismo
isoquímico de unidades de carbonato e ardósia finamente
interacamadados onde há a transferência metassomática de
componentes entre as litologias adjacentes.

Os skarnóides são um termo descritivo de rochas calciossilicaticas


que possuem granulometria relativamente fina, pobre em ferro e
que reflete, no mínimo em parte, o controle composicional do
protólito. Geneticamente o skarnoide é intermediário entre hornfels
e skarn de granulometria grosseira.

Hornfels designa rochas de granulometria fina composta por


minerais calciossilicatados que resulta do metamorfismo de
unidades carbonáticas impuras (calcário argilítico ou ardosiano).
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Para gerar depósitos escarníticos com teores altos, é
necessário que um grande volume de fluidos e de rochas
carbonáticas interaja, sendo que essa situação só ocorre
quando um corpo granítico intrude níveis espessos de
rochas carbonáticas, emitindo fluidos que percolem por
essas rochas.

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Depósitos bem zonados e situados
.
na interface com a rocha
carbonatada

A rocha intrusiva promove o calor e o contato entre um corpo de


os fluidos com metais e/ou
necessários para a reconcentração rocha quente intrudido em uma
dos metais rocha mais fria
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Mineralizações relacionadas aos escarnitos.

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Escarnitos

• rochas calciossilicáticas formadas por substituição, tanto durante


o metamorfismo regional ou metassomatismo de contato
(intrusão de granito em rochas carbonáticas)

• desenvolvem-se entre 700-200C e 0,3 a 3 kbar


critério protólito
• Endoescarnitos: escarnificação de rochas ígneas ou
alumínicas

• Exoescarnitos: rochas carbonáticas = escarnitos cálcicos e


magnesianos
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Exoescarnitos
Critério químico - mineralógico
granadas da série andradita-grossulária,
escarnitos cálcicos - clinopiroxênios da série diopsídio-
substituição de calcários: hedenbergita, wollastonita, escapolita,
epidoto e magnetita

• ambientes mais pobres em sílica:


diopsídio, forsterita, serpentina,
escarnitos magnesianos - magnetita, talco
substituição de rochas dolomíticas:
• ambientes mais ricos em sílica:
talco, tremolita-actinolita

sílica-pirita escarnito: associado aos depósitos do tipo pórfiro

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Estágios de formação de escarnitos

A geração desse tipo de depósito é seqüencial e em linhas


gerais podem-se apontar três fases formacionais:

(1a fase)-a partir do metamorfismo termal, logo a partir da


intrusão;

(2a fase)-um intenso processo metassomático que traz a


mineralização primária;

(3a fase)-retrometamorfismo que reconcentra a


mineralização.

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Precipitação de metais-base e preciosos
durante a alteração retrógrada

• queda da temperatura dos fluidos mineralizantes


(diminuição da solubilidade)

• mistura de fluidos

• neutralização do fluido mineralizante pela reação com as


rochas carbonáticas encaixantes

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Depósitos tipo Skarn
(i) alteração por remobilização seletiva de minerais
calciossilicatados (ex: piroxênios – diopsídio, espinélio,
hedembergita, johansenita,wollastonita; granadas – andradita,
grossularita, almandina – espessartita; anfibólios –hornblenda,
tremolita-actinolita; scheelita. Esmectita (argila), clorita, talco,
siderita, calcita,opalina).

(ii) A mineralogia de alteração aparece tipicamente zonada,


existindo quase sempre uma superposição do metamorfismo
progressivo por minerais de retrometamorfismo

(iii) A rocha hospedeira é tipicamente calcária, calcários, dolomitas


ou rochas sedimentares clásticas calcárias.

(iv) Os depósitos do tipo skarn são variados compreendendo


grandes famílias de tipos de depósitos.
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Tipologia e Classificação
 Os depósitos de Skarn podem ser classificados segundo
o tipo de mineralização principal:

 Fe, Au, Cu, Zn, W, Mo e Sn

 Fe Skarn, Au Skarn, W Skarn, Cu Skarn, Zn Skarn,


Mo Skarn e Sn Skarn.

 Segundo composição da rocha hospedeira :

 Escarnitos cálcicos
 Escarnitos magnesianos
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 Escarnitos silicáticos
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Endoeskarn

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Exoeskarn

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Ambiente Geotectônico

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Depósitos do tipo pórfiro

Porphyry Deposits
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Depósito do tipo pórfiro
Aproximadamente 1/5 de ouro e cobre explorado
anualmente provém de depósitos do tipo Cu-Au-
pórfiros.
Geralmente os depósitos do tipo pórfiro são
reconhecidos a partir das seguintes características:
Presença de veios (formando stockworks);
Mineralização é espacial e geneticamente
associada a corpos intrusivos com textura
porfirítica distinta;
Grandes volumes de rocha são afetados por
alteração mineralização de origem hidrotermal.

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Depósitos do tipo pórfiro
depósitos apicais contendo Cu, Cu-Mo, Mo, Cu-Au, Sn e W.

Os mais conhecidos são os de Cu-Mo,, Cu ou Mo,


genericamente, denominados de “Guilbert & Lowell”

Depósitos sulfetados bem zonados com alterações hidrotermais


importantes, com distribuição também zonada diagnóstica.
A concentração do minério se dá por plumas de vapor (H2O de
origem magmática e meteórica) em um sistema convectivo

Depósitos epigenéticos: mineralização primária introduzida


nas rochas.
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Cu-porfiríticos
grande tonelagem e baixo teor

Cumulações de minério de Cu e de Mo disseminado, disseminado-


stockwork;

Depósitos onde a mineralização disseminada constitui grandes


volumes de minério com baixos teores.

Os depósitos mais conhecidos encontram-se nas zonas orogênicas


modernas, particularmente na região circunpacífica e em termos de
idades são mesozóicos e cenozóicos.

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Importância dos depósitos do tipo pórfiro
para Cu e Au

Gold Resources Copper Resources

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Distribuição espacial dos depósitos

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DISTRIBUIÇÃO DOS DEPÓSITOS NA CROSTA
TERRESTRE

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depósitos do tipo pórfiro34
Corte geológico
Batu Hijau Porphyry Deposit, Indonesia
(920 million tons of ore grading 0.55 wt.% Cu, 0.42 g/t Au)

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Batu Hijau Porphyry Cu-Au Deposit, Indonesia

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Batu Hijau Porphyry Cu-Au Ores

Hypogene Supergene

Malachite

Bornite

Chalcopyrite

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CARACTERÍSTICAS GEOLÓGICAS GERAIS

 Idade: Mesozóico/Cenozóico; depósitos Paleozóicos


e do Pré-C não são comuns

> 50% da produção de Cu mundial


 Depósitos são de grandes dimensões: > 20 milhões de ton.;
depósito gigante de 2 Bt a 1,5% e Cu = 30 Mt Cu

 Cu-Au= 160 Mt; 0,55 Cu, 0,003% Mo, 0,38g/t Au e 1,7 g/t Ag
Cu-Au-Mo= 390 Mt; 0,48% Cu, 0,015% Mo, 0,16g/t Au e 1,6 g/t Ag
Cu-Mo= 500 Mt; 0,41% Cu, 0,016% Mo, 0,012 g/t Au e 1,22 g/t
Ag.

 Exemplos Clássicos: Bingham (Utah, USA); Red Mountain (Arizona,


USA); Santa Rita (Novo México, USA); El Salvador (Chile)

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MODO DE OCORRÊNCIA DA MINERALIZAÇÃO

 veios de quartzo, stockwork, brechas e disseminações com


sulfetos, ocupando áreas de dezenas de km2

Au-rich porpyry at Marte Mine,


northern Chile (Photo Lluís
Fontboté, 1994.10-3/1)

 Minerais de minério: pirita predominante, com


calcopirita + molibdenita  bornita  Au
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stockwork
05-10-2019 depósito La Granja, Peru
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brecha hidrotermal depósito El Teniente, Chile
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DEPÓSITOS DE Cu-Mo-Au DO TIPO PÓRFIRO

AMBIENTE
TECTÔNICO
 Relacionam-se espacial,
temporal e geneticamente à
intrusões ígneas, félsicas, de
granulação grossa e porfiríticas
quartzo diorito, granodiorito,
quartzo monzonito e rochas
alcalinas (sienitos)

 Batólitos e stocks epizonais (1-2 km) em arcos vulcano-


plutônicos, comumente arcos de ilhas ou arcos de margens
continentais  geralmente associados ao magmatismo de zonas
de subducção
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DEPÓSITOS DE Cu-Mo-Au DO TIPO PÓRFIRO
AMBIENTE TECTÔNICO

Encontram-se associados a zonas de subducção relacionadas tanto a


margens continentais ativas
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The Origin of Porphyry Cu-Au-Mo
Magmas Hydration Melting

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AMBIENTE TECTÔNICO

Márgens convergentes de placas e


arcos magmáticos associados a zonas
de subducção

· Pórfiros Cu-Mo = Márgens


continentais ativos

· Pórfiros Cu-Au = Arcos de ilhas

· Pórfiros Mo = Parte interna (lado do


continente) de arcos magmáticos).

· Pórfiros Sn-W = Detrás-arco

Tectonic Setting of Porphyry Deposits


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Zonas de alteração – deposito porfiritico

 Zona potássica: Sempre presente, caracterizada Caracterizada por K-


feldspato secundário, biotita e/ou clorita substituindo K-feldspato
primário, plagioclásio e minerais máficos. Quantidades menores de
sericita podem estar presentes;

 Zona fílica ou de sericitização: Não está sempre


presente. Caracterizada por veios de quartzo, sericita e pirita e em menor
quantidade clorita, milita e rutilo substituindo K-feldspato e biotita;

 Zona argílica: Nem sempre presente. Caracterizada por minerais


de argila (caolinita e montmorilonita) com alguma pirita disseminada. O
Plagioclasio é fortemente alterado, o K-feldspato não é afetado e a biotita
é cloritizada.;

 Zona propilítica: Sempre presente. Caracterizada pela clorita, calcita e


menor quantidade de epidoto. Minerais máficos altamente alterados e
menos plagioclásio.
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Em profundidade todas as zonas tendem a fundir numa única
assembléia quartzoK-feldspato-sericita-clorita.

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Minério e texturas
de alteração

Potassic Alteration

Bornite
Chalcopyrite

High Grade Ore

Phyllic Alteration

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Alteração potássica

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From Hypogene to Supergene

Hypogene Supergene

Malachite

Bornite

Chalcopyrite

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Duvidas???

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