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Universidade Lúrio

Faculdade de Engenharia

Departamento de Engenharia Geológica

Curso de Licenciatura em Engenharia Geológica

Semestre I, Turma do 4º ano

Material de Apoio Pedagógico

Disciplina:

PETRPETRÓLEO & GÁS (E&P)


(Capítulo II - Unidade 2.4:)

Mecanismos de escoamento de fluidos de reservatórios

Por/Docente:
Eng. Paulo M. R. Nguenha, MSc.

Pemba, Maio de 2020


PETRÓLEO E GÁS | CAPÍTULO II: MECÂNICA DOS FLUIDOS EM MEIO POROSO
Unidade 2.4. Mecanismos de escoamento de fluidos de reservatórios

@2020 Direitos de autor

Este material foi compilado no sentido de disponibilizar um Suporte de Apoio


Pedagógico aos estudantes do 4º ano Curso de Engenharia Geológica da
Faculdade de Engenharia da Universidade Lúrio, durante o período de
interrupção de aulas presencias devido ao Estado de Emergência em vigência
por causa do Covid-19.

Este material é de uso restrito e destinado ao nível académico para o qual foi
concebido.

• Está proibida toda e qualquer alteração do conteúdo sem a aprovação


do autor.
• Está interdita toda e qualquer forma de ganho monetário a partir deste
suporte.

Caso ocorra violação destas clausulas, o visado será responsabilizado perante


a Lei.

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Unidade 2.4. Mecanismos de escoamento de fluidos de reservatórios

Capítulo II: MFP (Unidade 2.4. Mecanismos de escoamento de


fluidos de reservatórios)
2.4. Mecanismos de escoamento de fluidos de reservatórios ......................... 4

2.4.1. Princípios básicos da deslocação do petróleo pela água e gás ......... 4

2.4.1.1. Energia reservatorial e forças de condução ................................ 4

2.4.2. Tipos de condução (deslocação) de petróleo .................................... 4

2.4.3. Mobilidade e Fluxo Fracional ............................................................. 9

2.4.4. Deslocamento unidimensional de água-petróleo ............................. 11

2.4.5. Teste transitório de poço.................................................................. 16

2.4.6. Ensaio transitório de pressão........................................................... 16

2.4.6.1. Regimes de fluxo ....................................................................... 17

2.4.6.2. Tipos de ensaios transitórios de pressão .................................. 17

2.4.7. Ensaio transitório de pressão de poço de petróleo .......................... 19

2.4.7.1. Teste de aumento de pressão ................................................... 21

2.4.7.2. Interpretação de testes transitórios de pressão ......................... 25

2.4.7.3. Raio de investigação de um poço líquido .................................. 27

2.4.8. Ensaio transitório de pressão do poço de gás ................................. 27

2.4.8.1. Equação de Difusividade ........................................................... 28


2.4.8.2. Teste de aumento de pressão em um poço de gás .................. 29

2.4.8.3. Raio de investigação ................................................................. 30

2.4.8.4. Teste de extração de pressão e teste de limite do reservatório 30

2.4.8.5. Análise transitória de taxa ......................................................... 31

2.4.8.6. Teste de duas taxas .................................................................. 32

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Unidade 2.4. Mecanismos de escoamento de fluidos de reservatórios

2.4. Mecanismos de escoamento de fluidos de reservatórios

2.4.1. Princípios básicos da deslocação do petróleo pela água e gás

2.4.1.1. Energia reservatorial e forças de condução

A afluência do fluido ao poço deve-se à diferença entre a pressão de formação


e a pressão na zona de fundo do poço. A energia que conduz o fluido da
formação para a zona de fundo resulta da energia das pressões geradas pelas
águas marginais e subjacentes, da energia do gás comprimido da zona da cúpula
e do chapéu-de-gás, da energia do gás que se separa do petróleo ao descer a
pressão no interior da formação abaixo da pressão de saturação, da energia de
expansão elástica do gás dissolvido no petróleo, da energia de elasticidade das
rochas e fluidos comprimidos, e também da energia de fluxo do próprio petróleo
devido as forças de gravidade. Durante o processo de exploração, a energia de
formação gasta-se para superar as forças de atrito que surgem entre as camadas
de líquido e gás, a fricção do líquido e gás contra a rocha, assim como a
resistência das forças moleculares e capilares existentes na formação.

Durante a exploração dos jazigos o petróleo pode igualmente avançar para as


zonas de fundo dos poços, quer sob ação de um, quer de todos os tipos de
energia, mas os fenómenos de elasticidade das rochas de formação, dos fluidos
de saturação e também da força de gravidade estão sempre presentes.

O tipo de condução depende das condições geológicas na zona de ocorrência


de petróleo, gás e água, do valor de pressão de formação e da extensão das
partes de todo o sistema hidrodinâmico da formação ocupadas pelo petróleo,
gás e água. No entanto, prevalece sempre um só tipo de energia reservatorial
que se destaca das outras como a principal força motriz que conduz o petróleo
para as zonas do fundo dos poços.

2.4.2. Tipos de condução (deslocação) de petróleo

De acordo com os tipos de energia motriz que provocam o deslocamento dos


hidrocarbonetos, existem os seguintes mecanismos de condução do petróleo
desde a formação até a zona do fundo do poço: pela pressão de gás ou água;
pela energia de formação (gás dissolvido e foça de gravidade).

a) Condução do petróleo pela pressão da água:

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Este modo de condução subdivide-se na condução pela pressão aquífera rígida


e condução pela pressão aquífera elástica. Com isso o petróleo chega aos poços
de produção graças a pressão criada pelas águas marginais que se deve à altura
da coluna de água H medida fora do contorno da área petrolífera, isto é, a parte
aquífera duma camada produtiva é relativamente pequena em comparação com
o contorno dado e está em contacto com as bacias aquáticas superficiais.
Durante a exploração do jazigo, a água mencionada é constantemente
abastecida graças as precipitações atmosféricas ou a outros tipos de
abastecimento natural, através da penetração na camada e substituindo
totalmente o petróleo extraído. O contorno da água petrolífera reduz-se e
transforma-se continuamente.

No decorrer do processo de exploração do jazigo observa-se uma descida da


pressão reservatorial, assim como uma certa diminuição do débito. Depois,
estabelece-se no jazigo um gradiente de pressão que assegura durante um certo
período de tempo uma exploração constante do petróleo. Se a pressão
reservatorial se mantiver acima da pressão de saturação, o factor de gás (relação
gás – petróleo) fica constante durante todo o tempo de exploração do jazigo.

Quando a água chegar até aos poços de produção que se encontram nas partes
mais elevadas do horizonte produtivo e que começa a extrair só água em vez do
petróleo, termina-se a exploração por razões económicas. Às vezes, as águas
de formação e marginais irrompem nas zonas de fundo dos referidos poços
devido à heterogeneidade das rochas e à viscosidade do petróleo, relativamente
elevada em relação a viscosidade da água reservatorial; nesse caso, durante
longos períodos de exploração, mantem-se um alto teor de água no petróleo
produzido.

A condução petróleo pela água rígida assegura um coeficiente mais alto de sua
recuperação, de 0,5 até 0,8.

É conveniente frisar que, aumentando excessivamente o ritmo de extração, ou


seja, quando a exploração superar notavelmente a fluência das águas das partes
subjacentes ou do contorno, se provoca uma descida rápida da pressão
reservatorial e pode alcançar níveis iguais à pressão de saturação e ainda
inferiores. Neste caso acontece uma transformação do tipo de condução: o
deslocamento do petróleo pelo gás dissolvido sobrepõe-se ao deslocamento
pela água rígida. Por isso, ao se intensificar a produção do petróleo através da
aceleração dos ritmos de extração e evitando uma possível passagem da
condução do petróleo pela água à condução pelo gás dissolvido. Para o evitar

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compensa-se a falta de afluxo de água de formação com a injeção artificial da


mesma na parte aquífera ou petrolífera do horizonte produtivo. A compensação
da pressão deficitária das águas marginais e subjacentes realiza-se também
injetando gás nas partes mais elevadas do horizonte produtivo.

b) Condução do petróleo pela pressão aquífera elástica:

Este modo de condução própria duma vasta zona saturada por água que se
estende, para além do contorno petrolífero, a 100 ou mais quilómetros de
distância. Alem disso, a parte aquífera pode contactar com a superfície ou não.

No caso de diminuir a pressão de jazigo, o petróleo flui para a zona do fundo do


poço (no período inicial da exploração do campo) devido aos efeitos da expansão
elástica das águas reservatórias e da compressão das rochas – armazéns de
petróleo. Quanto mais extensa a área da parte petrolífera influenciada pela
diminuição da pressão, tanto maiores são as massas de fluidos que se envolvem
no movimento em direção aos poços resultante da deformação elástica dos
fluidos e das rochas. Em função da permeabilidade das rochas que formam o
horizonte produtivo, fica invariável durante longos anos a pressão reservatorial
na parte aquífera das áreas afetadas.

No caso de diminuir a pressão interior da camada, as alterações elásticas da


rocha e do fluido com respeito a uma unidade dos seus respectivos volumes são
insignificantes. Não obstante, se considerar o enorme volume do jazigo e do
sistema de pressão aquífera que o alimenta, pode se tornar para as zonas de
fundo de poço um factor de uma importância a energia elástica das rochas,
líquidos e gases, energia essa que assegura o movimento do petróleo.

Sabe-se que por ação da energia de expansão elástica do fluido e do gás, assim
como da pressão do horizonte produtivo, podem ser extraídos das actuais
reservas exploráveis mais de 15% do petróleo:

𝑉𝑓 = 𝛽 ∗ × 𝑉∆𝑝

Onde 𝑉𝑓 é a reserva elástica do fluido no reservatório ao diminuir a pressão em


∆𝑝 ; 𝑉 é o volume do reservatório; 𝛽 ∗ é o coeficiente de elasticidade:

𝛽 ∗ = 𝑚𝛽𝑓 + 𝛽𝑟

Onde 𝑚 é coeficiente de porosidade da rocha, 𝛽𝑓 𝑒 𝛽𝑟 são dos factores de


compressibilidade do fluido e da rocha, respectivamente.

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Actualmente a fim de se impedir a passagem do regime de condução elástica


pela água ao regime de condução pelo gás dissolvido utiliza-se a injeção de água
ou de gás nas partes mais elevadas do horizonte produtivo.

c) Condução petróleo pela pressão do gás:

Este modo de condução começa a manifestar-se só no caso de haver uma


pressão enorme gerada pelo chapéu-de-gás. A afluência do petróleo para os
poços deve-se, via de regra, à energia de expansão deste gás. Quando diminui
a pressão geral do deposito, o processo de deslocação do petróleo pelo gás em
expansão, ao qual nos referimos acima, está acompanhado, normalmente, por
efeitos gravitacionais. O petróleo escoa soba força de gravidade para as partes
mais baixas do jazigo; ao mesmo tempo, o gás dissolvido neste petróleo separa-
se, migrando para as zonas mais elevadas, e enche o chapéu-de-gás, fenómeno
esse que afrouxa o ritmo da queda de pressão.

Em consequência da distribuição gravitacional do petróleo e gás em condições


geológicas apropriadas será sempre possível a formação na cúpula de um
chapéu-de-gás, mesmo se inicialmente esta não exista.

Se o consumo da energia de expansão do gás não se compensar de maneira


suficiente, ocorre uma queda rápida da pressão reservatorial e uma diminuição
de débitos nos poços de produção. Após a pressão reservatorial ter atingido
valores inferiores a pressão de saturação, verifica-se um rápido crescimento do
factor de gás. A medida que o petróleo se desloca da camada e se expande a
superfície de contacto – petróleo – gás, sendo, alem disso, muito mais baixa a
viscosidade do gás em comparação com ado petróleo, ocorre uma irrupção de
gás nos poços que estão mais perto do contorno petrolífero, gastando-se assim
irracionalmente a energia de expansão de chapéu-de-gás. Por isso, se o gás
irromper nos poços petrolíferos, estes devem ser fechados.

Se o objectivo é a aceleração do ritmo de extração do petróleo, mantem-se a


pressão geral através da injeção de gás na parte da cúpula. Normalmente, usa-
se para este fim o gás de petróleo que se extrai na mesma área petrolífera.

No regime de condução pela pressão do gás o coeficiente de recuperação do


petróleo varia de 0,4 e 0,6.

d) Condução pelo gás dissolvido (condução interna pelo gás):

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Este modo é característica dos depósitos isolados que não tem chapéu-de-gás,
mas onde é activa a pressão das águas marginais ou subjacentes.

O afluxo de petróleo efetua-se devido a energia de expansão do gás dissolvido


no petróleo. Se o deposito continuar a produzir, a pressão reservatorial vai
diminuir rapidamente e as bolhas de gás começam a libertar-se do petróleo, ao
expandirem-se empurram e arrastam o petróleo para as zonas de fundo dos
poços. No entanto, o efeito de deslocamento do petróleo no deposito pela
energia do gás dissolvido é insignificante, visto que a capacidade energética do
gás normalmente esgota-se antes de se recuperar quantidades de petróleo
apreciáveis.

Durante a deslocação do petróleo pelo gás dissolvido, a pressão reservatorial


esta em declínio brusco o que consequentemente, reduz o rendimento dos
poços. No princípio o factor do gás cresce a uma velocidade galopante e depois
de atingir um determinado máximo, desce rapidamente até valores que
demonstram um esgotamento completo da formação. Este regime deixa
invariável o contorno petrolífero durante todo o período de exploração do jazigo.

Este tipo de condução dá o menor coeficiente de recuperação de petróleo,


apenas de 0,15 a 0,3.

A fim de incrementar o ritmo de extracção e o coeficiente de recuperação do


petróleo produzido pelo gás em expansão, recomenda-se que desde o início da
produção se injecte água ou gás mantendo, assim, constante a pressão
reservatorial.

e) Condução (drenagem) gravitacional:

Este modo de condução caracteriza-se pela diminuição da pressão em todo o


reservatório até esta alcançar a pressão atmosférica, ficando o petróleo
desgaseificado. Neste regime o petróleo é capaz de fluir em direcção aos poços
aproveitando apenas a força de gravidade. Os poços têm maior produtividade
nas zonas mais baixas se a camada for vertical. Geralmente a condução
gravitacional realiza-se por métodos de ascensão mecanizada até o momento
que as despesas de exploração deixarem de se justificar devido ao custo do
petróleo produzido.

Finalmente, é bom frisar que são raros os casos de depósitos de petróleo que
tivessem apresentado apenas um tipo de condução. Várias áreas de um campo
petrolífero podem apresentar diferentes tipos de condução. Por exemplo o

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petróleo é conduzido para os poços marginais mediante a pressão das águas


marginais e as partes interiores da camada podem ser drenadas sob acção da
energia de expansão do chapéu-de-gás ou em resultado da energia do gás
dissolvido no petróleo.

2.4.3. Mobilidade e Fluxo Fracional

As equações 5.6 e 5.7 são a base para definições de mobilidade, mobilidade


relativa, taxa de mobilidade e fluxo fracionário.

A mobilidade para petróleo e água é definida como:

O petróleo viscoso normalmente possui uma baixa mobilidade em relação à água


e flui com uma velocidade menor que a água quando submetido ao mesmo
gradiente de pressão.

As mobilidades relativas são definidas da seguinte forma:

A taxa de mobilidade é usada para avaliar a eficácia de um deslocamento em


meios porosos. Em geral, a razão de mobilidade é a mobilidade do fluido de
deslocamento dividida pela mobilidade do fluido que está sendo deslocado.

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Como exemplo, considere uma inundação de água de um reservatório de


petróleo. A água é injetada no reservatório para deslocar o petróleo e fornecer
suporte de pressão. Nesse caso, a taxa de mobilidade M é:

Se 𝑀 for maior que 1, o deslocamento é "desfavorável" porque um fluido menos


móvel está sendo empurrado por um fluido mais móvel. Em um deslocamento
"favorável", o fluido de deslocamento é menos móvel que o fluido deslocado.

O fluxo fracionário da água é a fração da água que flui através do reservatório


durante um processo de deslocamento água-petróleo:

Por outro lado, o corte de água (𝑊𝐶𝑇) é a taxa de água produzida na superfície
dividida pela taxa total de produção de líquidos na superfície:

O 𝑊𝐶𝑇 não deve ser confundido com o fluxo fracionário da água.

Figura 1: Fluxo fracionário para deslocamento petróleo-água com


permeabilidades relativas.

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O fluxo fracionário da água depende da taxa de mobilidade, dos efeitos de


flutuabilidade em relação ao petróleo e dos gradientes de pressão capilar entre
o petróleo e a água. Aqui, negligenciamos os efeitos de flutuabilidade e pressão
capilar. A substituição das equações 5.6 e 5.7 pelas taxas de fluxo de água e
petróleo na equação 5.13 fornece:

Assim, para um dado par de viscosidades de água e petróleo, o fluxo fracionário


depende apenas da saturação da água através da dependência da saturação
das permeabilidades relativas.

2.4.4. Deslocamento unidimensional de água-petróleo

O fluxo fracionário é um conceito útil para modelar o deslocamento água-petróleo


em uma dimensão. Embora os reservatórios reais não sejam unidimensionais,
entender o básico dos deslocamentos em uma dimensão é um bom começo para
entender deslocamentos mais complexos. Em alguns casos, como inundações
diretas de água com acionamento por linha, o fluxo de fluido pode ser
aproximado como fluxo linear unidimensional de um poço de injeção para um
poço de produção. A figura 2 ilustra o padrão do poço de acionamento de linha
direta. Linhas de injetores são alternadamente espaçadas entre linhas de
produtores.

Figura 2: Locais dos poços no padrão de acionamento direto da linha.

A velocidade na qual qualquer saturação de água se propaga através de um


meio poroso durante uma enchente é proporcional à inclinação da curva de fluxo
fracionário. Para saturações de água inferiores a 20% na figura 1., a inclinação

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é relativamente pequena. A inclinação aumenta à medida que a saturação


aumenta para cerca de 35% e, em seguida, a inclinação diminui e se aproxima
de zero quando a saturação da água se aproxima de 75%.

Um outro método para usar curvas de fluxo fracionárias para prever resultados
de inundações de água em reservatórios de petróleo em uma dimensão, é o
Método de Welge em que a condição de saturação inicial é a saturação inicial de
água 𝑆𝑤𝑖 e a saturação de petróleo correspondente 𝑆𝑜 = 1 − 𝑆𝑤𝑖. O método
consiste nas quatro etapas a seguir:

1) Fluxo fracionário de água - o fluxo fracionário da água gera uma curva


a partir de permeabilidades e viscosidades relativas usando a equação
5.15, que negligencia os efeitos da pressão gravitacional e da pressão
capilar.

2) Saturação de choque - construa a tangente à curva de fluxo fracionário


da água a partir da condição inicial para o fluxo fracionário (𝑓𝑤 = 0) e a
saturação inicial da água (𝑆𝑤𝑖 ). O ponto de tangência à curva de fluxo
fracionário corresponde à saturação da água 𝑆𝑤𝑓 e ao fluxo fracionário da
água 𝑓𝑤𝑓 imediatamente atrás da frente do choque de saturação.

3) Produção de petróleo na ruptura da água - à ruptura da água ocorre


quando a frente de choque atinge o poço de produção. Para encontrar a
produção de petróleo na ruptura, extrapole a tangente encontrada na
etapa 2 para cruzar com a linha 𝑓𝑤 = 1. A saturação da água no
cruzamento é a saturação média da água atrás da frente. O volume de
poros de petróleo produzido na ruptura é igual à saturação média da água
menos a saturação inicial da água. O volume de água injetada é igual ao
volume de petróleo recuperado na ruptura; também é igual ao inverso da
inclinação da tangente.

4) Comportamento de produção pós-ruptura - construa uma tangente à


curva de fluxo fracionário da água para saturação da água maior que 𝑆𝑤𝑓.
O inverso da inclinação dessa tangente é o volume de poros de água
injetada 𝑄𝑤𝑖 quando a saturação no ponto tangente atinge o poço
produtor. Extrapole a tangente para cruzar com a linha 𝑓𝑤 = 1. A
saturação da água no cruzamento é a saturação média da água após a
injeção do volume de poros 𝑄𝑤𝑖 . O volume de poros de petróleo produzido

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𝑄𝑜𝑝 é igual à saturação média da água menos a saturação inicial de água


𝑆𝑤𝑖 . Repita a etapa 4 conforme desejado para produzir resultados
adicionais de recuperação de petróleo.

As etapas 2 e 3 são demonstradas na figura 5.8:

Figura 3: Aplicação das etapas 2 e 3 de Welge à curva de fluxo fracionário.

Uma linha tangente é desenhada a partir de 𝑓𝑤 = 0,0 em 𝑆𝑤𝑖 = 0,15. O ponto de


tangência é 𝑓𝑤𝑓 = 0,78 em 𝑆𝑤𝑓 = 0,48. A linha tangente atinge 𝑓𝑤 = 1,0. em
𝑆𝑤 = 0,58. A saturação média da água atrás da frente da enchente é de 58%.
O volume de poros de água injetada e o petróleo produzido no rompimento da
água são iguais e dados por 𝑄𝑤𝑖𝑏𝑡 = 𝑄𝑤𝑜𝑝𝑏𝑡 = 0,58 − 0,15 = 0,43.

O passo 4 é ilustrado na Figura 4:

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Figura 4: Aplicação da etapa 4 de Welge à curva de fluxo fracionário da fig. 1.

Para uma saturação de água de 58%. Uma linha é desenhada tangente à curva
𝑓𝑤 em 𝑆 𝑤 = 0,58. A inclinação da linha tracejada na figura.4 é 1,04.

O volume de poros correspondente de água injetada 𝑄𝑤𝑖 é o inverso da


inclinação, então 𝑄𝑤𝑖 = 0,96. A linha tangente atinge 𝑓𝑤 = 1, 0. em 𝑆𝑤 = 0, 64. A
saturação média da água atrás da frente da inundação é de 0,64, e o volume de
poros de petróleo produzido 𝑄𝑜𝑝 é 0,64 − 0,15 = 0,49. A aplicação repetida da
etapa 4 gera uma curva de produção de petróleo com o aumento da injeção de
água. Os resultados são mostrados na Figura 5.

Figura 5: Produção de petróleo durante o deslocamento água-petróleo.

A figura 5. mostra que o volume de petróleo recuperado é igual ao volume de


água injetada até o ponto de ruptura da água. Depois desse ponto, os volumes
contínuos de água injetada produzem cada vez menos petróleo. Em outras
palavras, o fluxo fracionário da água continua aumentando, enquanto o fluxo
fracionário do petróleo diminui. Considerando a economia de uma inundação de
água real, chega-se a um ponto em que o valor do petróleo produzido é igual ao
custo das operações de inundação de água, incluindo injeção e descarte. As
operações normalmente cessam antes desse ponto.

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A Figura 6. mostra o perfil de saturação da água a meio caminho entre o início


da injeção e a ruptura da água.

Figura 6: Perfil de saturação da água quando a frente está na metade da


amostra.

A posição normalizada nesta figura varia de 0 na entrada a 1 na saída. Posição


normalizada é a distância da frente de inundação do poço de injeção dividida
pela distância entre o poço de injeção e o poço de produção.

O rápido aumento na saturação da água na posição normalizada de 0,5 é


freqüentemente chamado de choque de saturação ou frente de choque.

Antes da frente de choque, a saturação da água é constante e igual à saturação


inicial da água 𝑆𝑤𝑖 . Atrás da frente, a saturação da água aumenta gradualmente
para 𝑆𝑤 = 1 − 𝑆𝑜𝑟 na posição de entrada. A penetração de água corresponde à
chegada da frente na posição de saída. Após o avanço, o perfil de saturação
continua aumentando, aproximando-se assintoticamente de 𝑆𝑤 = 1 − 𝑆𝑜𝑟 .

O método de Welge é destinado a obter um gráfico para estimar a produção de


petróleo para inundações de água ou gás.

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2.4.5. Teste transitório de poço

Os testes transitórios de poços medem mudanças na pressão do reservatório


associadas a mudanças nas taxas de poços. A medição e a análise da resposta
à pressão dependente do tempo podem fornecer informações sobre a estrutura
do reservatório e o desempenho esperado do fluxo do reservatório. Testes
transitórios de poços geralmente motivam mudanças na maneira como o poço é
operado ou o campo é gerenciado.

2.4.6. Ensaio transitório de pressão

O teste transitório de pressão (𝑃𝑇𝑇) é um método amplamente usado para


obter informações sobre o reservatório longe do poço. O método 𝑃𝑇𝑇 baseia-se
na medição das mudanças de pressão no furo de poço em função do tempo que
acompanha as mudanças na taxa de fluxo de fluido no furo de poço. Mudanças
na pressão são conhecidas como transientes de pressão.

Um teste transiente de pressão pode ser usado para estimar a capacidade de


fluxo (permeabilidade vezes a espessura) no poço, pressão média do
reservatório na área de drenagem do poço, a distância até os limites e falhas do
reservatório e danos na formação nas proximidades do poço. A capacidade de
vazão e as medidas de danos na formação indicam a qualidade de um
completamento de poço. Alguns testes transitórios de pressão fornecem
amostras de fluido que são adequadas para medir as propriedades do fluido.

A integração de informações do 𝑃𝑇𝑇 com dados de outras fontes pode ser usada
para ajudar a caracterizar o reservatório. Por exemplo, mudanças na taxa de
fluxo em um poço podem levar a mudanças de pressão que podem ser
observadas em outro poço se o reservatório não tiver uma barreira impermeável
entre os dois poços. Isso dá uma ideia sobre a continuidade do caminho de fluxo
entre os dois poços. Outro exemplo de integração de dados é a combinação da
capacidade de fluxo de 𝑃𝑇𝑇 com a espessura da formação. Neste caso, uma
estimativa da permeabilidade da formação na região do poço investigada pelo
teste transitório de pressão é estimada dividindo a capacidade de fluxo do teste
transitório de pressão pela espessura líquida da formação de um perfil de poço.

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2.4.6.1. Regimes de fluxo

A Figura 7. mostra diferentes regimes de fluxo no poço, resultantes de uma


mudança na taxa.

Figura 7: Regimes de fluxo.

O círculo no eixo de pressão do poço é a pressão inicial 𝑝𝑖 . A resposta inicial é


dominada pelos efeitos do furo de poço e quase furo de poço. Efeitos de furo de
poço estão associados ao volume do furo de poço, enquanto efeitos de furo de
poço próximos estão associados à qualidade da parede do poço. O volume do
poço é conhecido como armazenamento do poço, e a qualidade da parede do
poço é quantificada por uma variável conhecida como skin.

A região de transição é o período de tempo entre o fluxo dominado pelo furo de


poço e a região de ação infinita. A região de ação infinita é o período em que
a resposta de pressão se comporta como se não fosse afetada pelo furo de poço
(limite interno) ou pelo limite externo. Um afastamento da tendência definida
durante a região de ação infinita indica que o transiente de pressão está sendo
afetado pelo limite do reservatório.

2.4.6.2. Tipos de ensaios transitórios de pressão

A taxa de fluxo do poço pode ser aumentada ou diminuída nos poços de


produção e nos injetores. Consequentemente, os quatro tipos possíveis de
testes transitórios de pressão associados a mudanças na taxa de produção e
injeção de poços estão resumidos na Tabela 7 – tipos de 𝑷𝑻𝑻:

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Unidade 2.4. Mecanismos de escoamento de fluidos de reservatórios

A pressão do poço é menor que a pressão de formação nos poços de produção.


Se o poço de produção for fechado, a pressão no poço aumentará.

O 𝑃𝑇𝑇 correspondente é chamado de teste de acumulação de pressão (𝑃𝐵𝑈).


Se a taxa de fluxo de produção for aumentada, a pressão do poço diminuirá.
Nesse caso, o 𝑃𝑇𝑇 correspondente é chamado de teste de redução de
pressão.

No caso de poços de injeção, a pressão do poço é superior à pressão de


formação. Se o poço de injeção for fechado, a pressão no poço diminuirá e o
𝑃𝑇𝑇 correspondente será chamado de teste de queda de pressão. Por outro
lado, um teste de injetividade é executado aumentando a taxa de injeção e
monitorando o aumento associado na pressão do poço. Testes de injetividade
podem ser executados para confirmar que um poço de injeção pode atingir a
taxa de injeção desejada.

Muitos testes de poço transitório são diferenciados pela maneira como a taxa de
fluxo é alterada. A taxa de fluxo pode ser alterada incrementalmente ou em
etapas abruptas. Uma diminuição da taxa de fluxo existente para desligar é uma
mudança abrupta na taxa e ocorre nos testes de 𝑃𝐵𝑈 e queda de pressão. Por
outro lado, mudanças incrementais de uma taxa para outra são usadas em
testes de transmissão de poços de gás. Os testes de transmissibilidade em
poços de gás fornecem informações sobre a capacidade de fluxo de poços de
gás.

Os testes projetados para medir a mudança de pressão em um poço como


resultado de uma mudança incremental na taxa de outro poço são chamados
testes de pulso de pressão ou testes de interferência. Nesse caso, uma
mudança na taxa de fluxo em um poço pode induzir uma mudança na pressão
em outro poço, se os poços estiverem em comunicação de pressão. A
comunicação de pressão entre os poços significa que uma mudança de pressão
em um poço pode ser detetada em outro poço.

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2.4.7. Ensaio transitório de pressão de poço de petróleo

O comportamento de um transiente de pressão induzido na formação por uma


mudança na vazão é modelado usando a Equação de Difusividade para um
líquido monofásico em um meio homogêneo. A Equação de Difusividade nas
coordenadas radiais é a equação diferencial parcial:

Onde 𝑝 é a pressão do fluido, 𝑟𝐷 é o raio adimensional e 𝑡𝐷 é o tempo


adimensional. O 𝑟𝑎𝑖𝑜 𝑠𝑒𝑚 𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠ã𝑜 é definido como:

Onde 𝑟 é a distância radial do poço (pés) e 𝑟𝑤 é o raio do poço (pés). O


𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑠𝑒𝑚 𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠ã𝑜 é definido em termos de um grupo de parâmetros, a saber:

Onde 𝑘 é a permeabilidade (md), 𝑡 é o tempo (h), 𝜙 é a porosidade (fração), 𝜇 é


a viscosidade do líquido móvel monofásico (cp) e 𝑐𝑇 é a compressibilidade total
(psia−1) O grupo de parâmetros 𝑘/𝜙𝜇𝑐𝑇 é chamado coeficiente de difusividade.

O índice 𝑖 é usado para mostrar que a viscosidade do líquido 𝜇 e a


compressibilidade total 𝑐𝑇 são avaliadas à pressão inicial. O 𝑟𝑎𝑖𝑜 𝑠𝑒𝑚 𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠ã𝑜
aumenta à medida que a distância radial aumenta e o 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑠𝑒𝑚 𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠ã𝑜
aumenta à medida que o tempo aumenta.

A Equação de Difusividade é baseada em várias suposições:

a. A equação se aplica ao fluxo monofásico de um líquido levemente


compressível;

b. O líquido flui apenas na direção radial horizontal;

c. As mudanças na formação e nas propriedades líquidas são


insignificantes.

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Na prática, a formação e as propriedades líquidas dependem da pressão e


podem sofrer pequenas alterações conforme a pressão muda. Por uma questão
de consistência, os valores iniciais são usados para analisar testes transitórios
de pressão. A suposição de fluxo horizontal implica que os efeitos da gravidade
são negligenciados. Além disso, supõe-se que a taxa de fluxo seja proporcional
ao gradiente de pressão, para que a lei de Darcy se aplique.

Uma consequência das suposições é que o poço é capaz de produzir ou injetar


líquido em toda a espessura da formação, de modo que o fluxo seja apenas ao
longo da direção radial. A compressibilidade total do sistema é:

Onde 𝑐𝑟 é a compressibilidade das rochas e a compressibilidade na fase fluida


é a média ponderada pela saturação das compressibilidades nas fases petróleo,
água e gás.

A Equação de Difusividade é resolvida tratando o poço como uma fonte de linha


com vazão constante. A suposição da fonte da linha implica que o volume de um
poço real não tem um impacto significativo em nosso modelo de teste transitório
de pressão. Em geral, essa é uma suposição razoável, porque os poços
geralmente têm apenas alguns centímetros de diâmetro e o teste transitório de
pressão pode sondar o reservatório a uma distância radial de centenas de pés.
O volume do poço afeta a resposta de pressão antecipada, como observado
anteriormente, e deve ser considerado na interpretação dos resultados do 𝑃𝑇𝑇.

As soluções da equação de difusividade dependem das condições de contorno


especificadas. Durante o tempo de ação infinita, o fluxo em um reservatório se
comporta como se não tivesse um limite externo e o reservatório pode ser tratado
como um reservatório infinito. A solução da Equação de Difusividade para o fluxo
de petróleo em um meio poroso com limite externo em 𝑟𝐷 → ∞ é:

O termo 𝐸𝑖 (⋯) é a integral exponencial:

A 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑠𝑒𝑚 𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑝𝐷 em unidades de campo de petróleo é:

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Onde 𝑘 é a permeabilidade (md), ℎ é a espessura (ft), 𝑞 é a taxa de fluxo


(𝑆𝑇𝐵/𝑑), 𝐵 é o fator de volume de formação (𝑅𝐵/𝑆𝑇𝐵), 𝜇 é a viscosidade (cp),
𝑝𝑖 é a pressão inicial do reservatório (psia) e 𝑃𝑤𝑓 é a pressão do poço (psia).

A equação 12.5 é válida desde o diâmetro externo do poço no raio adimensional


𝑟𝐷 = 1 até o limite externo do reservatório em 𝑟𝐷 → ∞. Se usarmos uma
aproximação da solução integral exponencial que é válida quando 𝑡𝐷 /𝑟𝐷2 >10
em𝑟𝐷 = 1 e expressar variáveis em unidades de campos de petróleo, obtemos:

O skin geralmente varia de −5 < 𝑆 < 50. Um valor positivo do skin 𝑆 indica
danos ao poço. Se o skin 𝑆 for negativo, isso sugere que o poço é estimulado.

2.4.7.1. Teste de aumento de pressão

Os conceitos de análise de teste transitório de pressão podem ser exibidos


descrevendo a análise para o teste de 𝑃𝐵𝑈. O teste da 𝑃𝐵𝑈 mede a resposta de
pressão no poço quando o poço é fechado após a produção do poço. É
necessário ter uma vazão média para o período de produção. As taxas de fluxo
em poços reais tendem a flutuar. Uma vazão média 𝑞 é determinada pela
produção do poço por um período 𝑡𝐹 . Logo:

Após o fechamento do poço, o tempo decorrido medido a partir do fechamento


é indicado como 𝛥𝑡. A pressão do fundo do poço é registrada como uma
função do tempo durante o período de fechamento. O teste da 𝑃𝐵𝑈 é analisado
usando o princípio de superposição. O princípio de superposição diz que a
mudança total de pressão no local do poço fechado é equivalente a uma soma
linear das mudanças de pressão em dois poços: o poço real e um poço
imaginário. O poço real e o imaginário estão localizados no mesmo local.
A mudança de pressão no poço real é devida à taxa de produção 𝑞 para todo o
período do teste mais a taxa de produção −𝑞 do imaginário, ou imagem, bem

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para o período de fechamento do teste. As taxas para o teste 𝑃𝐵𝑈 são mostradas
na Figura 8:

Figura 8: Taxas para o teste 𝑃𝐵𝑈.

A linha sólida na figura é a taxa total obtida pela adição das taxas do poço real e
da imagem.

A 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑠𝑒𝑚 𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠ã𝑜 é uma função linear do logaritmo do tempo durante o


período de ação infinita, como na Equação 12.8; portanto:

A aplicação do princípio de superposição e o uso de unidades de campo de


petróleo dão a pressão de fechamento de poço (psia), como:

Onde 𝑝𝑖 𝑖 é a pressão inicial do reservatório (psia), 𝑞 é a taxa de fluxo estabilizada


(STB/D), 𝐵 é o fator de volume de formação (RB/STB), 𝜇 é a viscosidade (cp),
𝑘 é a permeabilidade (md), e ℎ é a espessura líquida (pés). O termo
𝑃𝐷 ([𝑡𝐷 + ∆𝑡 ]𝐷 ) é a 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑎𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 avaliada no tempo adimensional
[𝑡𝐹 + ∆𝑡]𝐷 , e o termo 𝑃𝐷 (∆𝑡𝐷 ) é 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑎𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 avaliada no tempo

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adimensional ∆𝑡𝐷 . A pressão sem dimensão na Equação 12.11 é substituída pela


Equação 12.10 para obter:

Onde 𝑡𝐻 é o tempo Horner sem dimensão:

A hora é a unidade dos dois tempos 𝑡𝐹 , 𝛥𝑡 para ser consistente com a unidade
de tempo usada no cálculo do tempo adimensional. A variável 𝑚 é dada por:

A unidade de 𝑚 é (psia) por ciclo logarítmico quando a pressão está em (psia),


𝑞 é vazão estabilizada (STB / D), 𝐵 é fator de volume de formação (RB / STB),
𝜇 é viscosidade (cp), 𝑘 é permeabilidade (md), e ℎ é a espessura líquida (pés).

A equação 12.12 é a equação de uma linha reta se plotarmos 𝑝𝑤𝑠 versus o


𝑙𝑜𝑔𝑎𝑟𝑖𝑡𝑚𝑜 𝑑𝑜 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝐻𝑜𝑟𝑛𝑒𝑟 em um gráfico semilogarítmico. A inclinação da
linha reta é −𝑚.

Um exemplo do gráfico semilogarítmico para um teste de 𝑷𝑩𝑼 é mostrado na


Figura 9:

Figura 9: Gráfico de Horner.

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O enredo é chamado de enredo de Horner. O comportamento no início de um


gráfico de Horner é exibido em grandes períodos de Horner, no lado direito do
gráfico. Os tempos posteriores correspondem aos tempos menores de Horner,
no lado esquerdo da transação. O efeito de armazenamento do poço aparece
como o rápido aumento da pressão de fechamento nos primeiros tempos da
figura 9. e não termina até o 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝐻𝑜𝑟𝑛𝑒𝑟 ≈ 25. O período de ação infinita
aparece quando a linha reta no tempo de Horner varia de ~ 25 𝑎 ~ 4. A inclinação
da linha reta traçada através do período de ação infinita é a inclinação 𝑚.

Onde 𝑚 tem unidades de (psia / log ciclo).

O valor de 𝑚 é a diferença de pressão durante um ciclo logarítmico. Na figura 9.,


a inclinação 𝑚 é de aproximadamente 0,8 𝑝𝑠𝑖𝑎/𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜 𝑙𝑜𝑔𝑎𝑟í𝑡𝑚𝑖𝑐𝑜 para o ciclo
logarítmico entre o 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝐻𝑜𝑟𝑛𝑒𝑟 = 10 𝑒 100. Neste exemplo de 𝑃𝐵𝑈, um
efeito de limite do reservatório é observado para tempos de Horner menores que
4 quando a inclinação do infinito-linha de atuação muda.

A capacidade de fluxo na região de investigação do teste de poço transitório é


obtida reorganizando a Equação 12.14 para obter:

A inclinação 𝑚 é obtida a partir do gráfico de Horner. A espessura líquida da


formação ℎ obtida de um perfil de poço pode ser usada com a capacidade de
fluxo 𝑘ℎ da Equação 12.15 para estimar a permeabilidade na região de
investigação. A estimativa de permeabilidade do teste de poço transitório
representa um volume de amostra maior do que as medições laboratoriais de
permeabilidade usando núcleos. O fator do 𝑠𝑘𝑖𝑛 𝑠𝑒𝑚 𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑆 pode ser
estimado a partir do gráfico de Horner como:

Onde 𝑝𝑤𝑓 (𝑡𝐹 ) é a pressão de fluxo do poço no final do período de fluxo


estabilizado 𝑡𝐹 e 𝑝1ℎ𝑟 é a pressão do período de ação infinita no tempo de
fechamento 𝛥𝑡 = 1ℎ. Muitas vezes, é necessário extrapolar a linha reta traçada
pelo período de ação infinita para o tempo de Horner no tempo de fechamento
𝛥𝑡 = 1 para determinar 𝑝1ℎ𝑟 .

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2.4.7.2. Interpretação de testes transitórios de pressão

Os testes transitórios de pressão podem fornecer informações sobre os padrões


de fluxo dentro do reservatório. Alguns padrões de fluxo comuns são ilustrados
na Figura 10: fluxo radial em um plano horizontal, fluxo linear em um plano
vertical e fluxo esférico.

Figura 10: Padrões comuns de fluxo.

A taxa de fluxo depende da diferença de pressão entre o poço e o reservatório,


e as setas na figura indicam a direção do fluxo. Os padrões de fluxo podem ser
inferidos a partir de um gráfico de diagnóstico log-log. Esse gráfico é
preparado plotando a 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 versus 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 em uma escala log-log. Também
apresenta um gráfico de uma função conhecida como
𝑑𝑒𝑟𝑖𝑣𝑎𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑒𝑚 𝑓𝑢𝑛çã𝑜 𝑑𝑜 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑒𝑚 𝑢𝑚𝑎 𝑒𝑠𝑐𝑎𝑙𝑎 𝑙𝑜𝑔 − 𝑙𝑜𝑔.

A função "derivado de pressão" é o produto do tempo de fechamento 𝛥𝑡 e a


derivada da pressão em relação ao tempo de fechamento, a saber,
𝛥𝑡. 𝑑𝑝 / 𝑑 (𝛥𝑡) ou 𝑑𝑝/𝑑𝑙𝑛(𝛥𝑡). A derivada da pressão é um indicador mais
sensível das características do reservatório e do fluxo do que a resposta da
pressão.

Um exemplo de gráfico de diagnóstico log-log é apresentado na Figura 11. para


um poço parcialmente concluído.

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Figura 11: Gráfico de diagnóstico log-log de poço parcialmente concluído.

O padrão de fluxo para uma completação parcial é apresentado como o padrão


de fluxo esférico na figura 10. O padrão de fluxo esférico aparece após a
resposta da pressão de armazenamento do furo de poço. A resposta da pressão
não mostra tanto a estrutura quanto a resposta da derivada da pressão
𝑑𝑝/𝑑𝑙𝑛(𝛥𝑡). O padrão de fluxo esférico não continua até o final do teste. Em
algum momento, o fluxo esférico muda para fluxo radial à medida que o fluxo
de fluido encontra os limites superior e inferior do reservatório.

O padrão de fluxo radial aparece como a resposta da derivada de pressão com


uma inclinação zero.

A Figura 12. ilustra a inclinação da curva de derivada de pressão em um gráfico


de diagnóstico log-log para armazenamento de poço, fluxo linear, fluxo radial e
fluxo esférico.

Figura 12: Inclinações de padrões de fluxo em um gráfico log-log.

Os analistas de 𝑃𝑇𝑇 procuram essas inclinações ao interpretar os resultados de


𝑃𝑇𝑇.

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2.4.7.3. Raio de investigação de um poço líquido

A mudança na pressão induzida por uma mudança na taxa de fluxo no poço viaja
através do reservatório a uma taxa que é uma função das propriedades da rocha
e do fluido do reservatório.

A distância percorrida pelo transiente de pressão para longe do furo de poço


depende do tempo decorrido após a alteração na taxa de fluxo. Essa distância é
conhecida como raio de investigação. A análise de Horner de um teste de
𝑃𝐵𝑈 fornece a seguinte equação para o raio de investigação:

Onde o raio de investigação 𝑟𝑖𝑛𝑣 está em (pés), 𝛥𝑡 é o tempo de fechamento (h),


𝑘 é a permeabilidade (md), 𝜙 é a porosidade (fração), 𝜇 é a viscosidade (cp) da
fase líquida móvel e 𝑐𝑇 é a compressibilidade total (1/psia).

O raio de investigação é uma aproximação da distância percorrida pelo


transiente de pressão. Isso pode ser útil na caracterização do reservatório, pois
pode ser usado para estimar a distância a uma característica no reservatório que
causa uma mudança na inclinação da pressão medida no poço.

O tempo de fechamento correspondente à mudança na inclinação e pode ser


usado para estimar a distância até o recurso que causou a mudança na
inclinação. Os recursos que podem alterar a inclinação da resposta de pressão
incluem barreiras sem fluxo, como falhas de vedação ou entalhes de
permeabilidade. O raio da investigação fornece informações sobre a distância
para o recurso. A interpretação do recurso deve ser consistente com todos os
dados disponíveis.

2.4.8. Ensaio transitório de pressão do poço de gás

O 𝑃𝑇𝑇 de um poço de gás depende dos mesmos princípios gerais que o 𝑃𝑇𝑇 de
um poço de petróleo. A taxa de fluxo de gás é alterada e a mudança resultante
na pressão no poço é registrada em função do tempo. Resultados do poço de
gás 𝑃𝑇𝑇 podem ser usados para dois propósitos:
a) determinar as características do reservatório e;
b) determinar a capacidade de transmissão do poço de gás.

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2.4.8.1. Equação de Difusividade

O ponto de partida do poço de gás 𝑃𝑇𝑇 é uma Equação de Difusividade. A


pressão era a função dependente na Equação de Difusividade para o poço de
petróleo 𝑃𝑇𝑇. Por outro lado, a Equação de Difusividade para o poço de gás
𝑃𝑇𝑇 deve levar em conta propriedades de gás não lineares. Isso pode ser feito
expressando a Equação de Difusividade para o fluxo de gás em termos de
pseudo-pressão de gás real 𝒎(𝒑) (psia2/cp), definida como:

Onde 𝒑𝒓𝒆𝒇 é a pressão de referência (psia), 𝒑′ é a variável modelo (psia), 𝒁 é


o fator de compressibilidade do gás real (fração) e 𝝁 é a viscosidade do gás (cp).
A pseudo-pressão de gás real 𝑚(𝑝) é responsável pela dependência de pressão
de 𝑍 e µ. A Equação de Difusividade para o fluxo de gás monofásico na direção
radial é:

O 𝑟𝑎𝑖𝑜 𝑠𝑒𝑚 𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠ã𝑜 e 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑠𝑒𝑚 𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠ã𝑜 são definidos como:

onde 𝑟 é a distância radial do poço (pés), 𝑟𝑤 é o raio do poço (pés), 𝑘 é a


permeabilidade (md), 𝑡 é o tempo (h), 𝜙 é a porosidade (fração), 𝜇 é o gás
viscosidade (cp) e 𝑐𝑇 é a compressibilidade total (psia-1). O índice 𝑖 mostra que
a viscosidade do gás 𝜇 e a compressibilidade total 𝑐𝑇 são avaliadas à pressão
inicial. A compressibilidade total do sistema é:

onde 𝑐𝑟 é a compressibilidade das rochas e a compressibilidade na fase fluida é


a média ponderada pela saturação das compressibilidades nas fases petróleo,
água e gás. Se todas as três fases estiverem presentes, a equação de

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difusividade para o fluxo de gás monofásico é baseada na suposição de que o


gás é a única fase móvel.

2.4.8.2. Teste de aumento de pressão em um poço de gás

Esclareçamos a análise do 𝑃𝑇𝑇 do poço de gás analisando um teste de 𝑃𝐵𝑈 em


um poço de gás. Uma taxa de fluxo de gás é mantida a uma taxa estabilizada
por uma duração 𝑡𝐹 . O poço é fechado após o período de fluxo estabilizado e a
resposta de pressão no poço é registrada como uma função do tempo de
fechamento 𝛥𝑡. O princípio da superposição é combinado com a observação de
que a pseudo-pressão sem gás real aumenta linearmente com o logaritmo do
tempo durante o período de ação infinita para encontrar a solução da Equação
de Difusividade do gás real como:

Onde 𝑚(𝑝𝑤𝑠 ) é a pseudo-pressão de gás real sem dimensão avaliada em 𝑝𝑤𝑠 de


pressão de poço, 𝑚(𝑝𝑖 ) é a pseudo-pressão de gás real sem dimensão avaliada
à pressão inicial 𝑝𝑖 , 𝑞 é a taxa de fluxo superficial do gás (MSCF/D), 𝑇 é a
temperatura do reservatório (°R), 𝑘 é a permeabilidade (md), ℎ é a espessura da
formação (ft), 𝑆 é o skin (sem dimensão) e 𝐷 é o coeficiente de fluxo não-Darcy
((MSCF / D-1). O fator de Skin 𝑆 é o fator que caracteriza os danos à formação
mais um fator proporcional à taxa de gás 𝑞 que explica o fluxo turbulento de gás
em altas taxas de fluxo. A aplicação dessas equações ao caso 𝑃𝐵𝑈 fornece:

Onde 𝑡𝐻 é o 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝐻𝑜𝑟𝑛𝑒𝑟 𝑠𝑒𝑚 𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠ã𝑜:

Os resultados do teste de acumulação são analisados pela primeira plotagem


𝑚(𝑝𝑤𝑠 ) versus 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝐻𝑜𝑟𝑛𝑒𝑟 (𝑡𝐹 + 𝛥𝑡)/𝛥𝑡 em um gráfico de Horner
semilogarítmico.

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A Capacidade de fluxo é dada por:

Ela é estimada a partir da inclinação 𝑚 da parcela de Horner. A inclinação


𝑚 não deve ser confundida com a pseudo-pressão de gás real 𝑚(𝑝). O fator de
Skin 𝑆 é dado por:

Onde 𝑚(𝑝1ℎ𝑟 ) é uma pseudo-pressão de gás real extrapolada para uma pressão
de fechamento de 1ℎ𝑜𝑟𝑎.

2.4.8.3. Raio de investigação

O raio de investigação para um teste de 𝑃𝐵𝑈 em um poço de gás é uma


estimativa da distância que o transiente de pressão se afasta do poço durante o
tempo de fechamento 𝛥𝑡. É estimado usando para 𝑟𝑖𝑛𝑣 ≤ 𝑟𝑒 .

Onde 𝑟𝑖𝑛𝑣 é o raio de investigação (ft), 𝑟𝑒 é o raio de drenagem (ft), 𝑘 é a


permeabilidade (md), 𝛥𝑡 é o tempo de fechamento (h), 𝜙 é a porosidade (fração),
𝜇 é a viscosidade do gás (cp) e 𝑐𝑇 é a compressibilidade total (1 / psia). O raio
de investigação para poços de gás tem a mesma dependência funcional que o
raio de investigação para poços de petróleo, mas o coeficiente é maior para um
poço de gás do que para um poço de petróleo.

2.4.8.4. Teste de extração de pressão e teste de limite do reservatório

Um procedimento que é análogo à análise de teste da 𝑃𝐵𝑈 é usado para analisar


testes de redução de pressão em poços de gás. O teste de levantamento mede
a resposta da pressão a uma taxa de fluxo de gás 𝑞 para um poço de gás que
foi fechado o tempo suficiente para atingir uma pressão estática, ou seja, uma
pressão que não muda. A mudança na pseudo-pressão de gás real é:

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onde 𝑡 é o tempo em que o poço está fluindo na taxa 𝑞. Os resultados do teste


de rebaixamento são analisados pela primeira plotagem 𝛥𝑚(𝑝) versus 𝑙𝑜𝑔𝑡.

A Capacidade de fluxo:

É estimada a partir da inclinação 𝑚.

O teste de redução de pressão pode ser usado para estimar os limites de um


reservatório de gás. O teste de limite do reservatório é um teste de redução
de pressão que continua até que o fluxo de gás no estado pseudo-estável (𝑃𝑆𝑆)
seja alcançado. O início do fluxo do 𝑃𝑆𝑆 começa no momento:

Onde 𝑡𝑠 é o tempo de estabilização em (h), 𝜙 é a porosidade (fração), 𝜇 é a


viscosidade do gás (cp), 𝑐𝑇 é a compressibilidade total (psia-1), 𝑘 é a
permeabilidade (md) e 𝐴 é a drenagem área do poço em ft2. A área de drenagem
para um sistema radial pode ser aproximada como uma área circular 𝐴 = 𝜋𝑟𝑒 2
onde 𝑟𝑒 é o raio de drenagem. O tempo de estabilização 𝑡𝑠 é uma aproximação
porque o raio de drenagem 𝑟𝑒 não é bem conhecido.

2.4.8.5. Análise transitória de taxa

A análise transiente de taxa (𝑅𝑇𝐴) usa a taxa de fluxo e pressão de furo de


poço para prever a taxa de produção para reservatórios de permeabilidade muito
baixa. O 𝑅𝑇𝐴 é um método mecanicista que combina a lei de Darcy, uma
Equação de Estado e Equilíbrio Material para obter soluções que dependem de
diferentes condições de contorno.

As condições de contorno representam diferentes orientações de poço e


geometrias de reservatório. A solução que melhor corresponde aos dados de
produção é usada para calcular características do reservatório, como
permeabilidade e gás original. A qualidade da correspondência depende da
qualidade dos dados, que podem ser afetados pelo ruído nos dados e pela
frequência da amostragem de dados. O ruído de dados é introduzido por
mecanismos que não estão incluídos no 𝑅𝑇𝐴, como fluxo multifásico,

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interferência de outros poços e alocação de taxas para diferentes camadas


geológicas.

O tempo de estabilização e o raio da investigação dependem da permeabilidade.


Reservatórios de gás apertados e folhelhos de gás têm permeabilidades que são
ordens de magnitude menores que os reservatórios de gás convencionais.
Muitas vezes, é muito caro realizar um teste transitório de pressão em um poço
de gás ou poço de gás de xisto até que o limite do reservatório seja atingido
porque o tempo de estabilização é muito longo ou o raio de investigação é muito
curto para uma duração realista do teste de poço.

2.4.8.6. Teste de duas taxas

O fator de turbulência 𝐷 é determinado pela realização de dois testes


transitórios de poço com duas vazões diferentes {𝑞1, 𝑞2}. Cada teste produz um
valor de pele {𝑆’1 , 𝑆’2 },. As duas equações para o skin são resolvidas para as
duas incógnitas 𝑆 e 𝐷 na expressão 𝑆’ = 𝑆 + 𝐷 |𝑞|, com vazões {𝑞1 , 𝑞2 } e skins
{𝑆’1 , 𝑆’2 }.

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