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RESUMO MER PROVA 1:

Aula 3

A recuperação melhorada de óleo ou IOR refere-se às práticas para aumentar a produtividade


de um reservatório por métodos de injeção de fluidos e energia. Esses métodos compreendem
os métodos de recuperação secundárias como: perfuração de enchimento, inundação de água,
e manutenção da pressão; como também por métodos de recuperação terciária: Recuperação
termal, inundação miscível, recuperação química, entre outros. O IOP compreende, mais
precisamente, todos os métodos que visam aumentar a recuperação de óleo em um
reservatório, como estratégias operacionais, perfuração de preenchimento e horizontal poços,
melhorar a varredura vertical e de área, levando a um aumento na recuperação de petróleo. Já
o EOR compreende, principalmente os métodos de recuperação terciária, e visa a recuperação
de óleos retidos devido a forças capilares, e óleos que são imóveis ou quase imóveis devido à
alta viscosidade que podem ser alcançados apenas diminuindo a saturação de óleo abaixo da
saturação de óleo residual (Sor). Em termos gerais, podemos classificar os métodos de EOR
uma subclassificação dos métodos de IOR, onde o IOR compreende EOR + injeção de água +
injeção de gás + caracterização de reservatórios + tratamentos em escala de poço.

Métodos de IOR

 Métodos especiais tradicionais :


 Térmicos: Injeção de Vapor e Combustão In Situ
 Químicos: Injeção de polímeros , tensoativos , fluidos alcalinos
 Solventes: Injeção de CO2 (miscível ou imiscível), nitrogênio, "flue gas",
hidrocarbonetos
 WAG (Water alternating gas): frentes sucessivas de água e gas ou água e CO

Métodos não - convencionais ou avançados :

 Aquecimento eletromagnético
 Vibração mecânica
 Microbiológicos

Tratamentos em escala de poços

 Correção de perfis de injetividade / produtividade de poços através da injeção de géis ,


polímeros e produtos microbiológicos

Os processos de EOR podem ser classificados em cinco categorias: processos de controle de


mobilidade, processos químicos, processos miscíveis, processos térmicos e processos
biológicos ou microbiológicos.

 Processos de controle de mobilidade são aqueles baseados primeiramente em manter


uma razão de mobilidade favorável para aumentar a eficiência volumétrica do
processo, ou seja, faz com que o processo alcance uma parte maior do reservatório.
 Processos químicos são aqueles em que produtos químicos, como surfactantes ou
polímeros, são injetados para que a eficiência microscópica seja melhorada através da
redução da tensão interfacial entre o fluido deslocante e o petróleo. Em alguns casos,
o controle de mobilidade também pode ser realizado através de processos químicos.
 Em processos miscíveis, o objetivo é injetar fluidos que são diretamente miscíveis com
o petróleo, ou seja, fluidos que, ao se misturarem com o petróleo, formam uma única
fase. Exemplo disso seria a injeção de dióxido de carbono ou de nitrogênio. Neste caso,
a razão de mobilidade entre os dois fluidos é determinante para a eficiência de varrido
e, a molhabilidade para a eficiência de deslocamento (efeitos capilares).
 Processos térmicos envolvem injeção de energia térmica ou geração de calor dentro
do reservatório para, principalmente, alterar a viscosidade do petróleo e melhorar a
recuperação do mesmo. Injeção de vapor ou combustão in-situ através de injeção de
ar ou oxigênio são exemplos deste processo.
 Os processos biológicos ou microbiológicos consistem na adição de bactérias com a
água de injeção. Estas bactérias realizam reações químicas em contato com o petróleo
e são capazes de quebrar cadeias mais longas de hidrocarbonetos, o que resulta em
um óleo mais leve, menos viscoso e mais fácil de ser deslocado do reservatório. As
bactérias ainda podem provocar mudanças na tensão interfacial entre óleo e água ou
alterar a molhabilidade da rocha.
 A injeção de emulsões óleo em água em reservatórios tem como objetivo controlar a
razão de mobilidade dos fluidos injetado e deslocado, logo é classificado como um
processo de controle de mobilidade. Porém emulsões não só alteram a mobilidade das
fases, mas também a eficiência do deslocamento na escala de poros.

Para maximizar a recuperação de óleo em um reservatório, quatro questões devem ser


resolvidas:

 Óleo preso por forças capilares: Devido às forças capilares que interagem com as
gotículas de óleo, de 20 – 30% do óleo do reservatório fica aprisionado nos poros ou
gargantas da rocha;
 formação de fingers causados pelo óleo viscoso: Uma condição em que a interface de
dois fluidos, como óleo e água, desvia de seções do reservatório à medida que se
move, criando um perfil irregular ou com “dedos”. O fingering é uma condição
relativamente comum em reservatórios com poços de injeção de água. O resultado é
uma ação de varredura ineficiente que pode ignorar volumes significativos de óleo
recuperável e, em casos graves, uma penetração precoce de água em poços de
produção adjacentes;
 óleo desviado devido à heterogeneidade / colocação do poço: caso o poço tenha sido
perfurado em uma posição ineficiente, ou devido a heterogeneidade de poros e
permeabilidade, o fluxo de óleo é desigual pelo reservatório, o que pode impedir a
produção de parte do óleo que pode ficar retido na rocha;
 Óleo remanescente na matriz devido à falta de embebição: Caso a injeção de fluido
seja ineficiente, ou tenha um volume baixo, regiões do reservatório podem não ser
afetadas, ou pouco afetadas, pelo fluido injetado. Neste cenário, o óleo se mantém
retido na rocha pois não houve energia suficiente para mobilizar o óleo retido.

Os processos IOR significam um fator de recuperação (RF) mais alto; no entanto, nem sempre
significa taxas de óleo mais altas. Há muitos casos em que taxas de óleo altas são alcançadas
com um RF final muito baixo. Mais do que "qualquer prática após a recuperação primária", IOR
significa a combinação estratégica e sistemática sequencial de processos secundários e
terciários para maximizar a vida econômica e RF dos reservatórios de petróleo.
Relevância do Teste Piloto:

O julgamento sobre a comercialidade é baseado no teste piloto dentro do reservatório em


questão ou por comparação a um reservatório com rochas e propriedades de fluido análogas e
onde um projeto de recuperação melhorado estabelecido semelhante foi aplicado com
sucesso. Recuperações incrementais por meio de métodos de recuperação aprimorados que
ainda precisam ser estabelecidos por meio de rotina, comercialmente bem-sucedida, as
aplicações são incluídas como reservas apenas após uma resposta de produção favorável do
reservatório em questão de (a) um piloto representativo ou (b) um programa instalado, onde a
resposta fornece suporte para a análise na qual o projeto se baseia.

Um teste piloto é um experimento de campo no qual o controle e monitoramento das


variáveis de entrada é menor do que em um teste em escala de laboratório, mas maior do que
uma operação convencional. A maioria dos projetos de IOR é o resultado de uma expansão em
escala de campo do teste piloto. Existem muitos casos em que os pilotos não conseguem
atingir seus objetivos declarados devido a um design deficiente

Recomendações Gerais para Desenho e Implementação do Teste Piloto

1. Definição de Objetivos

2. Caracterização da Área Piloto

3. Localização da Área Piloto

4. Poços de Observação

5. Condição Operacional dos Poços

6. Estabelecimento da Linha de Base

7. Coleta de Dados

8. Análise de Resultados e Escala

9. Análise econômica

10. Reservas
Metodologia geral para avaliação e implementação de EOR:

Fase 1: Identificação da oportunidade: Determinar o Potencial da oportunidade, o que


necessita de uma aprovação da analise empresarial;

Fase2: Projeto conceitual: avaliar as alternativas e técnicas a serem empregadas;

Fase 3 : Projeto Básico: Desenvolver a alternativa técnica selecionada;

Fase 4: Execução: Implantar o projeto;

Fase 5: Encerramento: Aceitar formalmente o projeto.

Nos EUA, os principais métodos EOR são os métodos térmicos, injeção de flue gas (CO2) e
injeção de gas HC. As atividades de EOR eram mais comumente utilizadas no passado, onde, os
métodos termais eram os principais. Entre 2002 - 2006, a produção por injeção de gás HC
superou a produção por métodos termais nos EUA. A produção mundial total de petróleo
(incluindo condensado e líquidos de gás natural) é 84,5 milhões B / D (em 2008). A produção
mundial da EOR é de cerca de 2,5 milhões B / D (em 2008), o que é 2,96%. Para reservatórios
de óleo leve, EOR é geralmente aplicável após a recuperação secundária operações, e a meta
de EOR é ~ 45% OOIP. Óleos pesados e areias betuminosas respondem mal à recuperação
primária e secundária métodos, e a maior parte da produção de tais reservatórios vêm de EOR
métodos.

 Os métodos térmicos, especificamente a injeção de vapor, ainda dominam como


os preferidos Método EOR para reservatórios de óleo pesado.
 A injeção de ar de alta pressão (HPAI) representa uma das formas de recuperação
térmica que mostram um aumento do interesse nos últimos anos em carbonato e
formações de arenito.
 A injeção de gás hidrocarboneto (contínua ou em modo WAG) continua a ser o
processo de recuperação preferido em campos offshore, reservatórios de
condensado de gás, ou campos em locais remotos sem acesso aos mercados de
gás.
 A injeção de CO2 está recebendo a maior parte da atração como um método EOR
e potencialmente como estratégia de sequestro nos últimos anos. No entanto,
projetos de CO2-EOR em operação estão concentradas principalmente nos EUA.
 Métodos químicos EOR têm feito uma contribuição relativamente pequena para a
produção mundial de petróleo nas últimas décadas. A China é o país com maior
produção de petróleo proveniente de projetos Químicos EOR.
 Há um número crescente de SP e ASP em andamento e planejados avaliações em
escala piloto, especialmente no Canadá e nos EUA, a inundação de polímero é
ganhando interesse para reservatórios de petróleo bruto pesado (ou seja, Canadá)
e campos offshore.

Muitos campos produzindo via Recuperação secundária convencional acabam ficando


próximos do seu limite econômico e são abandonados. Em alguns casos os equipamentos de
superfície estão em bom estado e deveriam ser considerados nos futuros projetos EOR. Em
geral, lucros menores são obtidos com EOR (em relação ao RSC) devido a:

 menor quantidade de óleo recuperado;


 custos de investimento maiores.
Por outro lado, a RSC fornece indicações de como os métodos EOR devem ser projetados uma
vez que existe um histórico de produção e melhor conhecimento geológico do reservatório. A
recuperação do óleo é imperfeita por duas razões técnicas:

 varrido incompleto do reservatório (eficiência macroscópica);


 aprisionamento do óleo nas regiões contatadas por efeitos viscosos e capilares
(eficiência microscópica).

Por tanto, os métodos EOR devem procurar:

Melhorar o varrido, pela (por exemplo) redução da razão de mobilidades M

λD
M= [ SENDO λ=K /μ ]
λO

 aumento da viscosidade do fluido deslocante “D ”; ou


 diminuição da viscosidade do fluido deslocado “o” (óleo);

Diminuição (ou eliminação) das forças capilares.

O óleo residual presente nas regiões varridas pela água (RSC) permanece como pequenos
volumes e gotas isoladas trapeadas nos poros da rocha. Após aplicação de EOR apenas
pequenas quantidades de óleo (saturação de óleo residual Sor) devem ser deixadas para atrás.
Devido ao alto custo do projeto EOR a Sor deve ser menor quando comparada com a utilização
de injeção de água por exemplo (RSC).

SorEOR < SorRSC

Aula 4

A retirada do óleo do reservatório origina a redução da sua pressão. Se a pressão é menor do


que a pressão de bolha haverá liberação de gás e seu acumulo no reservatório. A forma mais
básica de lidar com a depleção é a injeção de água ou gás imiscível, para isto, são utilizados
poços de injeção ligados a bombas de superfície ou compressores, onde a pressão do
reservatório na zona de injeção é máxima enquanto que na zona de produção é mínima. Este
diferencial de pressão determina o fluxo de fluidos para os poços produtores empurrado pelo
avanço do fluido injetado. Os fluidos introduzidos no reservatório apresentam formas de
atuação que são comuns na maioria dos métodos EOR. Para melhor visualização dos seus
efeitos, as abordagens nas escalas macroscópica e microscópica são importantes e
complementares.

Macro escala: Escala que compreende o reservatório, a linha de produção, os poços (injetores
e produtores);

Microescala: Escala que compreende regiões na escala de 10μm a 100μm, e compreende os


poros da rocha, as conexões entre os poros, gargantas e a matriz da rocha.

A eficiência do processo extrativo está ligada à produção acumulada em função do tempo C(t).
Se analisarmos a produção acumulada de um reservatório a partir de um instante T, temos que
a produção acumulada C(t) pode ser via C1 (natural), C2 (RSC) ou C3 (EOR). C1 corresponde a
depleção natural do reservatório. A energia necessária para escoar o óleo é a energia natural
do reservatório. C2 corresponde a produção acumulada em um cenário o qual métodos de
recuperação secundária foram empregados. Em geral, a produção acumulada aumenta em
relação ao método natural, visto que a energia para escoamento do fluido é incrementada
pelo método RSC. C3 corresponde ao uso de métodos EOR, que, por sua vez, incrementam a
produção acumulada visto que estes métodos aumentam a saturação do óleo residual, e
beneficiam a recuperação dessa porção. As jazidas podem ser explotadas com maior ou menor
eficiência no que diz respeito à quantidade final de óleo a ser extraída. Cada opção resulta em
uma acumulação final de fluidos diferente.

O desempenho de cada método depende, dentre outros:

da localização e quantidade de poços injetores e produtores (malha de drenagem);

 das propriedades dos fluidos injetados;


 das propriedades do fluido deslocado;
 das propriedades da rocha-reservatório.

A forma de medir o desempenho do método de recuperação é utilizando o conceito de


eficiência do processo extrativo (E), que é o produto da eficiência de varrido (EV), pela
eficiência microscópica ou de deslocamento (ED).

E=EV E D

A eficiência macroscópica (ou eficiência volumétrica ou eficiência de varrido), corresponde à


fração do volume original de óleo do reservatório contatado pelo fluido injetado. É uma
medida da estabilidade da frente de avanço fluido injetado (água por exemplo) / fluido
deslocado (óleo).

A eficiência volumétrica (EV) depende, por sua vez, da eficiência de varrido areal (Ea), ou
horizontal, e da eficiência vertical (Eh). Ea é a razão entre a área invadida pelo fluido injetado,
Ainv, e a área total do meio poroso At:

A inv
Ea =
At
Malha de drenagem: Trata do número e localização dos poços de injeção e de produção mais
adequada ao reservatório de tal forma a maximizar o fator de recuperação minimizando
custos. Deve-se procurar minimizar o volume de fluido injetado, minimizar a produção do
fluido injetado ou maximizar sua permanência no reservatório, retardando o início do
breakthrough. Baseados na estrutura do reservatório tem-se:

injeção periférica: injeção no topo e injeção na base no qual poços de mesmo tipo, isto é,
poços de injeção ou de produção, se concentram em determinadas áreas dos reservatórios.
Não existem arranjos de poços predefinidos. Cada reservatório tem uma distribuição própria e
procura-se respeitar a distribuição natural dos fluidos. Este método potencializa “mecanismos
naturais” de produção e com o tempo poços são recompletados ou fechados.

injeção em malhas: cada modelo possui uma malha básica que se repete por todo o
reservatório, ou seja, os poços, tanto de um tipo quanto de outro, estão uniformemente
distribuídos em toda a área do reservatório. Neste caso, o fluido deslocante é injetado na
própria zona de óleo, alterando drasticamente a distribuição das saturações e a movimentação
natural dos fluidos do reservatório. Esse tipo de injeção é empregado em reservatórios com
grandes áreas e pequenas inclinações e espessuras.

 Malha normal: poço produtor rodeado por poços injetores.


 Malha invertida: poço injetor rodeado por poços produtores.

Um projeto de injeção de água necessita dos valores, pelo menos aproximados, das vazões e
das pressões de injeção. Valores muito altos de pressões de injeção podem acarretar fraturas
na formação e prejudicar seriamente o deslocamento do óleo pela água. Por outro lado, é
necessária boa injetividade para garantir uma boa produtividade.

A razão de mobilidades M para fluidos:

mobilidade do fluido deslocante , λ D


M=
mobilidade do fluido deslocado , λ o
De forma geral, a M pode ser escrito em função da permeabilidade e da viscosidade dos
fluidos:

k d /μ d
M=
kd
∗μ
ko o
( k ¿ ¿ o / μo )= ¿
μd

A razão de mobilidades M para fluidos miscíveis é obtida de

μo
M=
μd
Se M<=1, a injeção é favorável, se M>>1, o processo é desfavorável. Isso se dá, pois, O
aumento da razão de mobilidades M resulta em aumento da digitação viscosa (viscous fingers)
e por tanto em caminhos preferenciais do fluido deslocante. Assim, quão menor M , maior é a
eficiência de deslocamento.

Lembrando que em um reservatório com injeção periférica ou no topo, a distribuição de poços


é válida somente para esse reservatório em particular, não pode ser generalizada. Já em
reservatórios homogêneos, pouco inclinados e pouco espessos, onde utiliza-se um padrão de
injeção repetido, a eficiência de varrido Ea pode ser generalizada para outros reservatórios
com igual padrão de injeção. Assim, dados obtidos em laboratório, ou via modelos
matemáticos, ou via simulação numérica podem ser utilizados em reservatórios reais que
empreguem o mesmo padrão. Padrões de injeção são representados por modelos que são
frações do padrão investigado: ex. ¼ de “five-spot”. Efeitos da gravidade são controlados
ajustando as massas específicas dos fluidos e utilizando amostras pouco espessas.

Para o reservatório 1⁄4 de five-spot contendo óleo e água conata, o volume inicial de óleo, Voi,
é

V oi =V p So =( A t h ϕ ) S o

So : saturação do óleo antes da injeção

Voi : volume inicial de óleo na rocha

Vp : volume poroso total da rocha

h: espessura da formação

φ: porosidade da formação

At : área total do reservatório

A injeção de água durante um tempo t origina a região invadida pela água Ainv. Volume
máximo de óleo que pode ser deslocado ou removido, V DL

V DL=V p (S o−S¿ )
O volume total de água VwT é dado por (injetada + conata) contida na região invadida (Ainv) em
um determinado instante de tempo. Desta forma, obtemos
V winj =V wT −V wi =( Ainv h ϕ ) S w −( A w h ϕ ) S wi=V p (S w −S wi)
inv

Vwinj : volume de água injetada que invadiu o meio poroso

Vwi : volume de água conata (inicial) na região invadida

Vpinv : volume poroso da rocha na região invadida

Sw : saturação de água na região invadida

Swi : saturação de agua inicial

Antes do breakthrough, o volume de água injetada Vwinj desloca igual volume de óleo VD, isto
é

V D=V winj =V pinv ( S w −S wi )

O volume de óleo deslocado VD é a diferença entre o vol. de óleo existente antes e depois da
invasão pela água.

V D=V pinv (S o−S ¿ )


O volume de água injetada Vwinj é igual ao produto da vazão de injeção (em condições de
reservatório) qinj pelo tempo de injeção t.

Reduzindo M é retardado o início do BT. Água fica retida no meio poroso por mais tempo
aumentando área invadida e com isso Ea. antes do breakthrough toda a água injetada
permanece no meio poroso deslocando igual volume de óleo, isto é Vwinj = VD.

A área vertical invadida depende da seção (vertical) que comunica injetor e produtor. Por
tanto, o conceito de eficiência em termos de volume (EV) é mais importante, EV =Ea x Eh. A
eficiência de varrido vertical é influenciado principalmente por: (i) segregação gravitacional, (ii)
heterogeneidade da permeabilidade (reservatórios estratificados), (iii) razão de mobilidades e
(iv) forças capilares.

A eficiência de varrido vertical Eh é definido como:

A invvertical
Eh =
At vertical

Ainv_vertical : área vertical invadida pelo fluido deslocante.

At_vertical : área vertical total entre os poços injetor e produtor.

A segregação vertical ocorre quando as densidades dos fluidos deslocante e deslocado são

diferentes. Se o fluido injetado é menos denso este se desloca pela parte superior do
reservatório (gravity override). Se o fluido injetado é mais denso este escoa preferencialmente
pela parte inferior da formação (gravity underride). Em ambos casos o breakthrough é
antecipado reduzindo a eficiência de varrido vertical.

De acordo com Craig et al. (1957) o processo é mais eficiente (Rv/g (razão
viscosidade/gravidade) elevado)

para:
 Menor diferença de densidades dos fluidos envolvidos;
 Menor espessura da formação (h) (formações delgadas);
 Menor permeabilidade da formação.

2050 v μ o L
R v/ g=
k Δ ρh
v = fluxo (bbl/d.ft²)

μo = Viscosidade do óleo, cP

L = espessura da camada, ft

h = altura da camada, ft

k = permeabilidade, mD

Δ ρ = Diferença de densidade entre Óleo/Solvente, g/cm³


A forma da interface no varrido vertical é função dos parâmetros Rv/g e M.

Para baixos Rv/g e baixo a elevado M, é caracterizado por uma segregação gravitacional
intensa. Para moderado Rv/g e elevada M, dedos viscosos se formam ao longo da interface
com segregação gravitacional. Para elevada Rv/g e elevada M, escoamento é governado por
efeitos viscosos com digitação viscosa intensa e segregação gravitacional controlada.

AULA 5

O trapeamento do óleo no reservatório é um fenômeno complexo.Depende:

 da estrutura da rocha que contem poros, gargantas, tortuosidades;


 da interação rocha-fluido, molhabilidade por exemplo;
 da interação fluido injetado-fluido deslocado, refletidos na tensão interfacial que
originam forças capilares dominantes; e
 das viscosidades de cada fluido.

Enquanto uma análise mais rigorosa não é possível, devido ao difícil acesso aos detalhes do
meio poroso, modelos simplificados permitem compreender a interação das forças envolvidas
na microescala.

A tensão superficial é um efeito físico que ocorre na interface entre duas fases químicas. Ela
faz com que a camada superficial de um líquido venha a se comportar como uma membrana
elástica. Esta propriedade é causada pelas forças de coesão entre moléculas semelhantes.
Caso não haja uma força externa, a força superficial tende a fazer um líquido tomar uma forma
de bolha.

Molhabilidade é a habilidade de um líquido em manter contato com uma superfície sólida,


resultante de interações intermoleculares quando os dois são colocados juntos. O grau de
umectação (molhabilidade) é determinado por um equilíbrio as forças de aderência e coesivas.
Em um reservatório, a superfície sólida é a rocha e os fluidos são água, óleo e gás. A fase que
“molha” preferencialmente a superfície é denominada fase molhante e por conseguinte a
outra fase é denominada a fase não molhante. A forma da interface entre fluidos imiscíveis
resulta da interação entre as forças moleculares que atuam nas interfaces líquido-líquido e
líquido-sólido. A molhabilidade pode também ser definida pelo ângulo de contato θ (medido
pela bolha). θ < 90 o indica que o líquido molhante é o da água, θ > 90 o indica que o líquido
molhante é o óleo, e θ = 90° indica molhabilidade neutra. O conceito de molhabilidade é de
grande importância, já que pode afetar os seguintes fatores:

 A localização e saturação de água irredutível;


 A distribuição dos fluidos nas jazidas;
 O valor e a localização do óleo residual;
 O mecanismo de deslocamento.

Os ângulos de contato estáticas são medidas quando a gota está assentada na superfície e o
limite trifásico não está se movendo. Os ângulos de contato estáticos também são usados para
definir a energia livre superficial, isto é, a tensão superficial.

Ângulo de contato dinâmico: Este fenómeno deve-se à heterogeneidade da superfície que é


causada pela heterogeneidade química e rugosidade. A heterogeneidade da superfície dá
origem a um parâmetro denominado de histerese do ângulo de contacto, que pode ser
definida pela medição de ângulos de contacto de avanço e recuo, também conhecidos como
ângulos de contacto dinâmicos. Estes últimos são capazes de fornecer mais informações sobre
as propriedades da superfície quando comparados com os ângulos de contacto estáticos.

Pressão Capilar: A tensão interfacial agindo em uma interface curva entre dois fluidos causa
uma diferença de pressão entre as duas fases. A pressão do fluido localizado no lado concavo
da interface é maior do que a pressão do lado convexo. A diferença de pressão é proporcional
à tensão interfacial e inversamente proporcional ao raio de curvatura da interface. Quanto
menor o raio de curvatura da interface, maior a diferença de pressão entre as fases. Em um
meio poroso, o raio de curvatura das interfaces óleo-água é muito pequeno devido as
pequenas dimensões dos poros, tornando a diferença de pressão entre as duas fases grande.
Em um reservatório define-se pressão capilar como a diferença de pressão da fase não
molhante e a fase molhante.

Pc=Pnm – Pm

Na Engenharia de Petróleo, convencionou-se que a pressão capilar num sistema óleo-água é


definida por: Pc = Po − Pa

Assim temos, para um sistema óleo-água, que:

Pc > 0, superfície rochosa molhada pela água;

Pc < 0, superfície rochosa molhada pelo óleo.


Ao se introduzir um capilar de vidro (molhado preferencialmente por água) em um recipiente
contendo água e óleo, passando pela interface das duas fases, pode-se observar que a água
sobe pelo capilar até as pressões das colunas de água e óleo se equilibrem. Considerando Pa a
pressão da água logo abaixo da interface no capilar e Po, a pressão do óleo logo acima da
interface, o equilíbrio de pressão em uma mesma horizontal pode ser escrito como:

Po + ρ o gh=P a+ ρa gh

Pc ≡ Po−P a=( ρa−ρo ) gh

O lado concavo da interface corresponde a fase não molhante. Desta forma, a pressão da fase
não molhante será sempre maior do que a pressão da fase molhante. Admitindo que a
interface óleo ‘água é uma superfície esférica, a pressão capilar pode ser dada pela equação de
Laplace como:

2 σ ao
Pc=
R
onde: R é o raio de curvatura da superfície esférica, mas também podemos considerar que
r
R= sendo r o raio interno do tubo capilar. A equação acima, indica que o efeito da
cosθ
capilaridade é mais intenso quanto menor forem os poros da rocha reservatório. Além disso,
comparando-a com a equação dada pela condição de equilíbrio capilar gravitacional, temos:

2 σ ao cosθ
Pc= =( ρa−ρo )gh
r
Podemos concluir então que a água atinge alturas mais elevadas em capilares de menor
dimensão. Se o reservatório for considerado como sendo formado por um conjunto de
capilares de diferentes diâmetros, concluímos que a água estará presente em diferentes
profundidades, dependendo do tamanho dos poros da rocha.
A pressão capilar em qualquer ponto da interface dos fluidos pode ser obtida através da
equação de Laplace, dada por:

Pc=σ ao ( R1 − R1 )
1 2

onde R1 e R2 são os raios principais de curvatura da interface. Os raios são medidos em planos
perpendiculares. A expressão anterior nos leva às seguintes conclusões:

R1 < R2 ⇒ Pc > 0 (molhabilidade à água)

R1 > R2 ⇒ Pc < 0 (molhabilidade ao óleo)

Se o volume de água em torno dos grãos da rocha diminui, necessariamente o raio de


curvatura R1 decrescerá. Assim, conforme expresso pela equação de Laplace, a pressão capilar
aumentará. Como a relação entre volume de água e o volume total de fluidos define a
saturação de água no sistema, podemos concluir que existe uma relação inversa entre a
pressão capilar e a saturação, ou seja:

R 1↓ ⇒ Sa ↓⇒ Pc ↑

onde Sa = saturação de água = volume de água / volume total. A relação entre a pressão
capilar e a saturação é normalmente obtida através de experimentos de laboratório com
amostras de testemunho submetidas a processos de deslocamento de fluidos imiscíveis.

O efeito Jamin é o fenômeno que impe de o u dificulta, em certos casos, o fluxo d e fluidos em
um canal do meio poroso quando mais de uma interface estão presentes. Considere por
exemplo um canal de fluxo com raio uniforme contendo duas fases, óleo e água, em condições
est áticas, conforme ilustra do na Figura, onde uma gota de óleo encontra -se aprisionada no
seio da água.

Empregando - se o conceito de pressão capilar, ou seja, de que na interface entre dois fluidos
imiscíveis existe uma diferença de pressão que é exatamente a pressão capilar e de que a
pressão é sempre maior no fluido que não molha preferencialmente a rocha , pode - se
escrever que

p A + p c − pc = p B
A B
onde Pa e Pb são as pressões na água os pontos A e B, e Pca e Pcb pressões capilares na
interfaces A e B , respectivamente . Logo, a diferença entre as pressões na água nos pontos A e
B é:

p A − pB =p c − pc
B A

Como as tensões interfaciais, os ângulos de contato e os raios do canal ( capilar) são os


mesmos nos dois pontos A e B as pressões capilares também são iguais. Ou seja, a diferença de
pressão é nula, então, a gota de óleo ficará imóvel, submetida a pressões iguais em A e B. Já no
caso a seguir:

Neste caso, gradiente de pressão externo, causador do fluxo, modifica o raio de curvatura,
consequentemente, o angulo de contato, de modo imprimir à gota de óleo uma forma
aerodinâmica. O angulo de contato em A é maior que em B, a pressão capilar é menor que em
B. e consequentemente maior é a resistência ao fluxo. Como θA > θB, então pca<pcb e, por
tanto, pA – pB > 0. Assim, para que haja fluxo é necessária a aplicação de um diferencial de
pressão entre os pontos A e B. Ocorre que, quanto maior é o gradiente aplicado entre os
pontos A e B, na tentativa de se vencer as pressões capilares e provocar o fluxo, mais a gota se
de forma. Com isso, o ângulo de contato em A aumenta, enquanto em B diminui ainda mais,
crescendo então a resistência ao fluxo.

O snap off ocorre na presença de dois fluidos imiscíveis, quando o fluido não molhante
(normalmente óleo) se desloca através da garganta do poro. É um mecanismo de formação de
gotas de óleo que resulta na geração de emulsões no meio poroso, e leva a geração in-situ de
emulsões. É indesejada porque emulsões ficam trapeadas e quando conseguem ser produzidas
devem ser separadas em superfície. A separação não é simples. A fase não molhante é
envolvido por um colar da fase molhante na constrição a qual cresce continuamente
originando o snap off. Se a razão volume do poro / volume da garganta é grande (constrição
acentuada) tem-se snap off. Se a razão volume do poro / volume da garganta é pequena não
se origina snap off.

Na porção do reservatório contatado pelo fluido injetado, a recuperação depende do balanço


entre forças viscosas e capilares traduzido pelo número de capilaridade, Ca.

μw V
Ca=
σ wo

 Redução da saturação de óleo <> aumento do fator de recuperação.


 Aumento do fator de recuperação é resultado do aumento do número de capilaridade.
 Deve-se promover o aumento do número de capilaridade.
 Para ter efeito na recuperação, o aumento deve ser em ordens de grandeza (ex. de 10-
5 para 10-4):
 aumentando a viscosidade do fluido deslocante, isto diminui o problema de fingers
melhorando a eficiência de varrido, mas requerem-se elevadas pressões de
bombeamento;
 diminuindo a tensão interfacial (mediante a adição de, por exemplo, surfactantes).
AULA 6

Injeção de soluções poliméricas

A injeção de soluções poliméricas objetiva controlar a mobilidade do fluido deslocante no


reservatório. Se um reservatório é considerado apto à injeção de soluções poliméricas é
importante analisar:

 tipo de polímero;
 concentração;
 tamanho do banco de injeção;
 salinidade.

No Brasil o método está ainda na fase de crescimento, é aplicado em grande escala na China.
Polímeros são utilizados em varias etapas da indústria do petróleo: fluidos de perfuração,
fluido para fraturamento hidráulico, correção da injetividade, etc. No contexto de EOR é
utilizado o parâmetro razão de mobilidades M. Esta redução na razão de mobilidades é obtida
principalmente pelo aumento da viscosidade da água de injeção ao adicionar polímeros e pela
diminuição da permeabilidade relativa à água. Contudo, projetos de injeção de polímeros são
bastante complexos por existirem fenômenos físicos que não são observados na tradicional
injeção de água, tais como: comportamento não-newtoniano da solução polimérica, retenção
do polímero no meio poroso, degradação, etc. Dessa forma, existe um elevado número de
incertezas no que se refere a projetos de injeção de polímeros.

Relação entre a mobilidade do fluido deslocante λ d e a mobilidade do óleo λo.

k d ( Sd )
k d( Sd)
λd
M= =
[ ]=
μd
∗μ
ko ( Sd ) o
λo ko (Sd ) μd
μo [ ]
A permeabilidade do fluido deslocante kd é medido na saturação de óleo

residual kd(1 − Sor). A permeabilidade do óleo ko medido na saturação de água conata


ko(Swc). Isso significa que as permeabilidades consideradas são os valores maiores da curva de
permeabilidades efetivas.

 Razão de mobilidades maior do que 1 (M ≫ 1) é desfavorável.


 Razão de mobilidades menor ou próximo a 1 (M ≈ 1) é favorável.

Controle da mobilidade é obtido aumentando a visc. do fluido deslocante. A mistura de


polímeros com água, mesmo em baixas concentrações (100 ppm a 1.500 ppm), aumenta a
viscosidade da solução. Para tempo de injeção muito longo, a saturação de óleo residual tende
a ser igual à saturação residual irredutível de óleo. Como projetos EOR tem tempo de vida
finito, a saturação residual média de óleo na região invadida (Sor_media) será maior do que a
saturação residual irredutível de óleo (Sor_irred), Sor_media > Sor_irred. Com isso: ED = So –
Sor_media.

A economicidade de um projeto é melhor quando menor for Sor_media. O beneficio da


solução polimérica, comparado com o uso de água, é a obtenção da Sor_media em um tempo
menor (porque menos água é produzida), o que resulta na antecipação de receitas. Produção
com menores volumes de fluido injetado implicam menores custos de injeção, de elevação e
de separação. Nas curvas de fluxo fracionário as saturações médias (água – Swf - e solução
polimérica - Sspf) podem ser melhor comparadas. A consequência é o aumento da
recuperação de óleo.

A melhora do processo com soluções poliméricas está associado a:

a) efeitos macroscópicos, bastante explorados e compreendidos;

b) efeitos microscópicos, série de complexas interações que ainda não são claramente
compreendidos/explicados.

Após a passagem da água, óleo fica retido no meio poroso por algum dos mecanismos
seguintes:

“Dead ends”: o óleo é trapeado em “curvas” nos poros, onde a água não consegue entrar;

Filme de óleo nas paredes: O óleo se adere às paredes, formando uma superfície oleosa, onde
a água não penetra, fazendo com que o óleo não seja carreado pela água;

Gotas de óleo nos grãos da rocha: o óleo fica aprisionado em gargantas de poros, de forma
que a água não consegue carrear, devia a formação de outras vias preferenciais para a água;

Gotas de óleo nas constrições: Efeito Jamin;

Polímeros utilizados nas soluções poliméricas:

Polímeros são formados por moléculas muito grandes compostos por milhares de blocos
(monômeros). As massas moleculares (das cadeias de moléculas) variam de 0,5 a 30 milhões.
Polímeros mostram uma distribuição de pesos moleculares, o que é conhecido então é o peso
molecular médio do polímero. Pequenas concentrações (250 ppm – 0,025% a 4000 ppm –
0,4%) do polímero incrementam consideravelmente a viscosidade da solução resultante. As
instalações de superfície utilizadas para injetar água precisam poucas melhorias para injetar as
soluções poliméricas, normalmente a adição do sistema de mistura e de filtragem é suficiente.
Além de aumentar a viscosidade, as poliacrilamidas (HPAM) alteram a permeabilidade da
rocha o que também diminui a mobilidade do banco de água injetado após a solução
polimérica.

Polímeros não são tóxicos nem corrosivos e reduzem o BSW com isso mais óleo é produzido
com manuseio de menores volumes de água. A principal desvantagem (a depender do tipo de
polímero utilizado) é sua degradação química, por cisalhamento ou bacteriana. Isto é, as
propriedades projetadas em superfície são alteradas quando injetadas.

Polímeros disponíveis comercialmente: poliacrilamida parcialmente hidrolisada, goma


xantana, poliacrilamida (PAM), óxido de polietileno – PEO, copolímeros de ácido acrílico e
acrilamida, Hidroxi-etil-celulose (HEC), Carboxi-metil-hroxi-etil-celulose (CMHEC), ácido
acrílico, glucana, dextrana, poli (álcool vinílico)Destes, os mais utilizados em EOR são:

a) poliacrilamida parcialmente hidrolisada (HPAM - Partially Hydrolyzed Polyacrylamide) –


polímero sintético; e
b) goma xantana – biopolímero.

Poliacrilamida: É o polímero artificial mais utilizado pela indústria de petróleo. Eles possuem
cadeia flexível, que pode ou não conter grupos hidrolisados e recebem esse nome, pois
apresentam a acrilamida como cadeia principal. As poliacrilamidas são, em sua maioria,
aniônicas e as diferentes disposições dessas cargas pelo corpo do polímero, causadas por
processos de produção diferenciados, geram propriedades físicas diferentes quando imersos
em solução aquosa. As poliacrilamidas parcialmente hidrolisadas (HPAM-Partially Hydrolyzed
Polyacrylamide) tem grande dependência, sobre a sua viscosidade, da presença de sais, o grau
de hidrólise, temperatura da solução, peso molecular, estruturas tridimensionais e a qualidade
do solvente. Porém, é possível melhorar a sua estabilidade pela mudança de composição. Os
efeitos dos sais na viscosidade das soluções de poliacrilamida vêm sendo bastante estudados
devido a sua importância para a indústria, para avaliar os efeitos da adição de cloreto de sódio
(NaCl) na viscosidade das poliacrilamidas com diferentes graus de hidrólise, obtendo
resultados que corroboram com a queda da viscosidade, na presença de sal, de poliacrilamidas
iônicas e, para amostras não iônicas, não houve mudança com a presença de sais. Soluções
HPAM, além de perderem viscosidade com o aumento da salinidade e da dureza do meio,
ainda podem precipitar se essa concentração for muito alta.

As poliacrilaminas se comportam como fluido não newtoniano, apresentando também uma


pseudoplasticidade. A viscosidade das soluções depende diretamente da concentração de
polímero e do peso molecular dele, porém polímeros muito pesados podem acarretar
problemas de injetividade no poço.

Goma xantana: É um polissacarídeo, classificado como um polímero natural, sendo produzido


por diversas cepas da bactéria Xanthomonas Campestris. Com o passar dos anos a sua
utilização como espessante e estabilizante cresceu muito, transformando-o em um polímero
usado em larga escala e com atuação em várias áreas distintas da indústria. A goma xantana
apresenta uma estrutura primária composta por repetidas unidades de pentassacarídeos
sendo muito regular na presença de ramificações em uma glicose a cada duas, essas
ramificações são muito importantes, pois aliadas a rigidez da cadeia central, e outras
características da sua estrutura química, elas conferem as características únicas da goma de
xantana para a aplicação nas diversas indústrias. Pelo fato da sua composição química ser
muito mutável, dependendo de fatores como condições operacionais durante a fermentação e
tipo de bactéria produtora, ela vem sendo muito estudada para que cada vez mais seja
produzida com as características específicas necessárias para cada fim.

A goma de xantana apresenta uma aceitação muito grande na indústria devido a sua vasta
gama de características favoráveis, se comparadas a outros polímeros. A principal
característica que agrega valor a utilização da xantana é a sua alta viscosidade obtida com
concentrações baixas, aliado a esse fator de elevada importância, ela ainda apresenta outras
propriedades reológicas de alto interesse como por exemplo: os altos níveis de
pseudoplasticidade, ou seja, a viscosidade diminui com o aumento da taxa de deformação,
mas recupera rapidamente a viscosidade na remoção da tensão de cisalhamento;
viscoelasticidade; tensão residual elevada; alta estabilidade em ambientes hostís de
temperatura, pH e presença de sais, sendo, no mercado, o polissacarídio com a maior
estabilidade. Todas estas características são variantes, elas dependem de alguns fatores, como
as diferentes cepas e colônias de bactérias utilizadas na produção, e os processos utilizados
para a sua fabricação.
Outra característica marcante da xantana é a alta solubilidade em água quente ou fria, sendo
estáveis em ambos os cenários. Elas apresentam, comparativamente a outros polímeros, altas
taxas de resistência à degradação pelo calor, mantendo-se a elevadas temperaturas por
prolongados períodos de tempo, sem nenhuma grande alteração de viscosidade. A goma
xantana é extremamente compatível com sais, apresentando, não só um incremento na
viscosidade com a adição de NaCl ou cloreto de potássio (KCl), como também um aumento da
resistência a degradação por calor sofrida pelo polímero.

A mistura água+polímero deve ser feita sob condições de máxima limpeza (contaminantes
reduzem sua viscosidade). Soluções poliméricas são adequados para reservatórios
moderadamente heterogêneos com razão de mobilidades variando entre 5 e 40 (2-300*). Em
reservatórios estratificados a frente de avanço é melhorada. O reservatório deve ter boa
permeabilidade uma vez que a solução injetada tem viscosidade elevada. A viscosidade é a
principal propriedade física no contexto de EOR. A viscosidade depende: do peso molecular do
polímero, da concentração, da salinidade, da temperatura, do grau de hidrólises, do pH, das
forças atuantes no escoamento.

A injetividade de polímero é uma medida de quão facilmente a solução de polímero pode ser
entregue na formação do reservatório. É uma tarefa crítica e um declínio na injetividade pode
virar negativamente o previsto fluxo de caixa do projeto de inundação de polímero. Isso se
deve basicamente ao atraso na produção de óleo ou ao alto custo de bombeamento. Ambos
os polímeros mencionados (xantana e HPAM) podem sofrer problemas de injetividade por
diferentes razões. A presença de microgéis e impurezas na xantana pode limitar sua
injetividade; Viscoelasticidade e retenção de HPAM são os principais fatores que restringem
sua injetividade. A xantana tem comportamento reológico pseudoplástico (diluição por
cisalhamento) em poros meios de comunicação. Quando o HPAM flui em meio poroso, é
exposto a cisalhamento e alongamento deformações à medida que é transportado através de
canais de fluxo convergentes-divergentes.

Inicialmente polímeros foram considerados por sua propriedade de aumentar a viscosidade do


fluido deslocante. Posteriormente verificou-se que a permeabilidade do meio poroso era
reduzida após a passagem da solução polimérica: as moléculas do polímero criavam zonas de
bloqueio ao fluxo. A retenção das moléculas dos polímeros é causada pela adsorção na
superfície da rocha e trapeamento mecânico nos poros. Certa taxa de retenção é desejável
(para obter valores adequados do fator de resistência residual). Depois da passagem do banco
de solução polimérica tem-se a resistência residual ao fluxo da água. Ocorre porque muitas
moléculas de polímero continuam adsorvidas à rocha reservatório. O fator de resistência
residual ao fluxo da água R௥ (ou RRF) é uma medida da redução da permeabilidade efetiva à
água após a injeção da solução polimérica.

λw
Rr= antes

λw
depois

Δ Pw
Rr= antes

Δ Pw depois

Como a mobilidade da água é sempre maior que a mobilidade da solução polimérica, temos R
> 1, onde 3 ≤ Rr ≤ 5.
Se Rr = 3 significa que a mobilidade da água antes de injetar a sp é 3 vezes maior do que a
mobilidade de água após injetar a sp; Elevado Rr (= 5) é desejado uma vez que prolonga a
característica da solução polimérica. Significa que no banco de água injetado posteriormente
(w2) algumas características das soluções poliméricas estarão presentes quando as moléculas
adsorvidas sejam liberadas e arrastadas na corrente injetada. Água salgada reduz o fator de
resistência R. A vantagem dos polímeros no controle da mobilidade é indicada por elevados
valores do fator de resistência. Biopolímeros não são retidos na superfície da rocha por tanto
não mostram fator de resistência.

A dependência da visc. da solução polimérica (μ ௦௣଴ taxa de cisalhamento zero)

com a salinidade (Csep) e a concentração do polímero (Cp), pode ser

representada pela equação de Flory-Huggins (Flory, 1953).

Modelos matemáticos para a viscosidade da solução polimérica

μ0sp =μ w [1+ ( A p 1 C p + A p 2 C2p + A p 3 C 3p ) C Sp


sep ]

Ap1, Ap2, Ap3 e Sp: constantes de ajuste;

Cp : concentração do polímero na água;

Csep : salinidade efetiva para polímero

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