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APOSTILA
OPERAÇÕES DE PRODUÇÃO
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CURSO DE FORMAÇÃO EM OPERAÇÕES DE PRODUÇÃO
PETROBRAS/PSP/SC-1-11 DE SETEMBRO DE 2001
Nome da Disciplina
ÍNDICE
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Na fase inicial da produção, de uma maneira geral, as jazidas petrolíferas possuem energia suficiente
para a produção do petróleo. A produção de petróleo feita através da própria energia do reservatório é
definida como recuperação primária e somente uma parte do petróleo existente no reservatório
poderá ser produzida desta maneira.
Esta energia de elevação do petróleo está armazenada nos reservatórios sob a forma de pressão : os
fluidos e a rocha estão comprimidos. Em reservatórios nos quais não haja contribuição significativa da
capa de gás, ou de aqüífero, com o aumento do volume acumulado de petróleo produzido, ocorre a
descompressão do reservatório com redução da produção. A partir deste ponto, a continuidade da
produção acentua a tendência da diminuição da energia disponível na jazida.
O percentual recuperável é função do mecanismo de produção, que podem ser divididos em três : gás
em solução(o menos eficiente), capa de gás e influxo de água (o mais eficiente). Os mecanismos da
produção também podem ser combinados : gás em solução/influxo de água ou capa de gás/influxo de
água. A figura 1.1 mostra esquematicamente um reservatório com dois mecanismos de produção
combinados : capa de gás e influxo de água.
Quando os mecanismos naturais de produção não são mais satisfatórios para a produção de petróleo,
utilizam-se os métodos artificiais de recuperação, que são os seguintes :
Injeção de água
Injeção de gás no topo
Térmicos (Injeção de vapor e combustão “in situ “, com o objetivo de reduzir a viscosidade do
petróleo);
Injeção de gás miscível ( CO2 , N2 ou hidrocarbonetos com o objetivo de reduzir a viscosidade do
petróleo);
Químico ( injeção de polímeros ou tensoativos com o objetivo de reduzir aumentar a viscosidade
do fluido injetado ou com o o bjetivo de reduzir a tensão interfacial do fluido injetado)
Neste curso abordaremos apenas a injeção de água, que é o método de recuperação secundária
mais utilizado. Os métodos de recuperação secundária, agem no sentido de repor a energia perdida
pelo reservatório durante sua drenagem, aumentando o fator de recuperação de petróleo.
O petróleo é uma mistura complexa de hidrocarbonetos, resinas e asfaltenos. Nele, são encontrados
hidrocarbonetos de alto peso molecular e também os de baixo peso molecular como metano e o
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etano, além do CO2, H2S, N2, He, etc..., que são compostos gasosos nas condições ambientais, mas
que podem estar solubilizados no petróleo nas condições de reservatório. Quando todos os
componentes gasosos do petróleo encontram-se dissolvidos nas condições do reservatório, dizemos
que o reservatório está acima da pressão de saturação (subsaturado). Quando existe fase gasosa no
reservatório(figura 1.2), dizemos que ele está abaixo da pressão de saturação(saturado). Podemos
definir a pressão de saturação(Ps), ou pressão de bolha, como a pressão na qual, a uma dada
temperatura, ocorre a liberação da primeira bolha de gás em um determinado fluido.
gás livre
gás livre
Existem alguns reservatórios cuja pressão no início já está muito próxima da pressão de saturação.
Sendo assim, uma pequena drenagem de petróleo já será suficiente para liberar gás no reservatório.
Nesses casos, a injeção de água tem que ser iniciada concomitantemente com a produção ou até
antes.
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A primeira figura 1.3 mostra que o fator de recuperação sem injeção de água fica em torno de 11 %,
enquanto que com injeção de água o fator de recuperação passa para cerca de 48%. A figura 1.4
mostra a diferença de vazão de óleo com e sem a injeção de água.
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2.2.2. Associada
Água produzida juntamente com o óleo (AP), de poços produtores.
As águas de injeção apresentam, conforme suas fontes, características que favorecem ou contra-
indicam sua utilização. Seguem-se os principais parâmetros a serem considerados para verificar a
adequação de uma determinada água para a finalidade de injeção:
Das águas de superfície é a que mais se assemelha às águas de formação, apesar de possuir
algumas diferenças importantes na composição química, como o alto teor de sulfato e o maior teor de
magnésio em relação ao cálcio. A grande vantagem da água oceânica é que ela existe em grande
quantidade e seu custo de captação e tratamento é baixo. Nos campos da UN-BC, além de uma fonte
inesgotável de água, tem-se água de excelente qualidade, pois em alto mar a quantidade de sólidos
suspensos é muito baixa. Sendo assim, a planta de tratamento desta água pode ser mais simples no
que diz respeito a filtração( menos etapas de filtração). Apesar disso, um sistema de filtração bem
dimensionado em termos de área de filtração e eficiência é fundamental para que a qualidade da
água desejada em termos de contagem de partículas suspensas seja atingida. A água oceânica
possui cerca de 7 ppm de oxigênio dissolvido à 25 C , o que lhe confere característica altamente
corrosiva. Por isso, cuidados especiais devem ser tomados durante a escolha do material a ser
utilizado na planta de tratamento desta água. Além disso, o alto teor de sulfato desta água, a torna
incompatível com algumas águas de formação que possuem altos teores de bário, estrôncio e cálcio.
Enquanto as águas de lagos, em geral, são doces, as águas das lagunas por estarem em contato
com o mar, lhes são similares.
Tais águas podem não ser disponíveis em grande quantidade, possuem também cerca de 7 ppm de
oxigênio dissolvido a 25 C e têm bastante material em suspensão. As águas doces podem promover
o inchamento das argilas da formação e liberação de finos no reservatório.
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São águas doces disponíveis em quantidade mais ou menos limitada tendo as desvantagens das
águas de lago, podendo ter além de altos teores de sólidos, principalmente no período de cheia, altas
concentrações de resíduos industriais ou domiciliares, o que oneram o seu tratamento.
As águas de aqüíferos rasos são normalmente doces com a desvantagem de o suprimento não ser
ilimitado e podem inchar as argilas. Como vantagem, possuem teor de oxigênio dissolvido de baixo a
nulo, baixo teor de material em suspensão e, geralmente, baixa contagem de microorganismos.
A água produzida possui normalmente altos teores de sólidos em suspensão e de óleo emulsionado.
O enquadramento destes parâmetros antes de a água ser reinjetada demanda uma planta de
tratamento mais complexa e, consequentemente, mais cara.
Na tabela abaixo pode ser vista a comparação entre as fontes potencias de água de injeção com o
objetivo de recuperar petróleo.
Itens AS AA AO AP
Mananciais de Aqüíferos Água Água produzida
Superfície rasos oceânica
Teor de CO2 baixo baixo baixo médio
Teor de H2S baixo baixo baixo médio
Teor de O2 médio baixo baixo baixo
Corrosividade baixa a média baixa média média a alta
Teor de Sólidos alto a muito alto baixo médio muito alto
Teor de Microrganismos médio a alto baixo médio alto
Teor de Ânions baixo baixo alto médio
Teor de Óleo nenhum nenhum nenhum muito alto
Salinidade/Cátions baixa baixa média média ou alta
Custo de Adução baixo médio baixo baixo
Custo de tratamento médio a alto baixo baixo alto
Disponibilidade alta baixa a média alta baixa a média
Sazonalidade intermitente quase perene perene volume crescente
com o tempo
A tabela 2.1 deve ser tomada como um guia e não como uma indicação absoluta das
características das águas. Para citar alguns exemplos: o teor de sólidos na água oceânica pode ser
alto se a captação for efetuada no delta de um rio; o custo de tratamento pode ser alto se for
necessário dessulfatá-la para evitar incrustações salinas, e assim por diante.
Nas últimas décadas, especialmente nos últimos cinco anos, os órgãos que cuidam da
preservação do ambiente têm-se manifestado contra o descarte das águas produzidas tanto nos
oceanos como em terra e, para permiti-lo, tem estabelecido critérios rígidos, tanto em relação ao teor
de óleo como à presença de metais pesados e de certos produtos químicos. Ultimamente, tem-se
observado forte tendência em se reinjetar a água produzida, até porque, em várias situações, as
especificações exigidas para tal têm sido mais brandas do que as estabelecidas ao seu descarte.
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Esta reinjeção de água produzida pode ou não estar vinculada a um projeto que vise a recuperação
adicional de óleo; em vários casos recorrem-se a outros reservatórios para onde é a água injetada,
sem vínculo com produção de óleo. Em ambos os casos os mesmos cuidados quanto às
especificações devem ser tomados.
Parâmetro Unidades
Salinidade mg/l
Distribuição iônica dos sais dissolvidos:
Na+, K+, Li+, Ca++, Mg++, Ba++, Sr++, Ra++, Fe++ e Fe+++, Cl -, mg/l
SO4= e HCO3 -
Teor de Sólidos Suspensos ppm
Contagem e Distribuição dos tamanhos das partículas Partículas / ml
(especialmente para água tratada) -
Teores de gases corrosivos:
Teor de oxigênio ppm
Teor de gás carbônico ppm
Teor de gás sulfídrico ppm
Matéria orgânica:
Quantidade (carbono orgânico) ppm
Natureza de microorganismos (principalmente bactérias) -
Contagem de microorganosmos:
bactérias redutoras de sulfato ( BRS) nmp/ml
bactérias facultativas totais nmp/ml
bactérias anaeróbicas nmp/ml
algas célula/ml
Tabela 2.2 - Caracterização da água bruta da fonte selecionada para injeção (água produzida, água
de poços de captação, água de mananciais de superfície, etc) e da água após tratamento.
Durante a Injeção de água em uma jazida, ocorre o contato entre a água injetada e a água conata da
formação. Água conata é a água original da formação que existia antes da migração do óleo para o
reservatório e, devido às interações entre a água e os grãos dos poros, ficam, normalmente, ao redor
dos grãos do reservatório. Se o reservatório possuir um aqüífero, poderá haver incrustação devido à
incompatibilidade da água deste aqüífero com a água injetada. Como estas águas possuem
normalmente composições diferentes, interações químicas entre elas podem ocorrer. A seguir, serão
descritos os processos químicos passíveis de se desenvolver quando as águas se misturam e a
localização mais provável para a ocorrência desses fenômenos.
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Em geral, os processos químicos envolvidos na mistura de duas águas, do ponto de vista de danos
ao sistema injeção-jazida-produção, resultam em deposição de sais e conseqüentes incrustações.
A precipitação de sais em uma água ou mistura de águas ocorre sempre que é alcançado o limite de
solubilidade de um ou mais sais em determinada solução. A precipitação desses sais causa
incrustações que crescem localizadamente. Os principais ânions causadores de incrustações são os
carbonatos, bicarbonatos e sulfatos, enquanto os principais cátions que com eles combinam são o
bário, cálcio e estrôncio. Ainda pode haver, em sistemas de Injeção de água, depósitos produzidos
pela precipitação de ferro, quando em presença de oxigênio dissolvido na água, de sulfeto com a
formação ou presença de gás sulfídrico e, em alguns casos, de sais de magnésio.
Os sais de metais divalentes, isto é, os carbonatos e os sulfatos de bário, cálcio e estrôncio, são
formados quando águas incompatíveis se misturam: já o ferro raramente vem da própria água de
formação, sendo proveniente, em geral, da corrosão dos equipamentos de injeção. A fonte normal de
gás sulfidrico decorre da ação das bactérias sulfato-redutoras, mas há que se considerar também a
possibilidade da ação de águas sulfurosas.
Neste caso, raramente há problemas em relação à incompatibilidade entre as águas, salvo se a água
doce for altamente bicarbonatada, quando poderá haver lncrustação de carbonato de cálcio. Todavia,
pode haver liberação de cátions lntercambiáveis das argilas.
A tabela 3.1 apresenta os resultados de análise de algumas águas de formação e da água do mar.
a) as águas de formação são, em geral, mais ricas em cálcio do que em magnésio, ao passo que a
água do mar é mais rica em magnésio do que em cálcio;
b) a água do mar apresenta uma quantidade insignificante de bário, ao passo que há presença desse
metal em águas de formação, sendo seu teor bastante elevado em alguns casos;
c) a água do mar possui altos teores de sulfatos (cerca de 2800ppm), os quais são mais baixos nas
águas deformação;
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d) o teor de bicarbonatos na água do mar é da ordem de 150 ppm; nas águas de formação os teores
deste ânion podem ser bastante elevados;
e) existem águas de formação ricas em estrôncio, que junto com o cálcio presente, podem formar
incrustações com o sulfato da água do mar;
f) finalmente, enquanto a água do mar é ligeiramente alcalina ( pH 8), às águas de formação são ou
ligeiramente alcalinas ou, o que é mais comum, ligeiramente ácidas.
Mesmo admitindo-se que não haverá incompatibilidade química evidente entre a água conata do
reservatório, alguns fenômenos podem ser esperados, dependendo unicamente das características
da água de formação, quais sejam:
A precipitação de carbonato de cálcio pode acontecer pela combinação do íon cálcio com o íon
carbonato ou com o íon bicarbonato :
No caso de uma água de formação muito carbonatada, a redução da pressão ocasiona a liberação de
CO2, deslocando a equação para a direita e provocando a precipitação de CaCO 3. Esta situação é
encontrada na plataforma de PPM-I, onde a água de formação é altamente carbonatada,
demandando injeção constante de inibidor de incrustação no sistema de tratamento de óleo e de água
produzida.
b) metabolismo do sulfato por bactérias sulfato redutoras, com redução do teor deste ânion e
produção de sulfeto de hidrogênio.
A água de injeção pode seguir por diferentes caminhos dentro do reservatório em direção ao poço
produtor, alguns mais longos, outros mais curtos. Esses caminhos são chamados de linhas de fluxo.
A água de injeção representada pelas linhas cheias verdes na figura 3.1, empurra a água conata
representada pela linha laranja na mesma figura para o poço produtor. Quando a primeira frente de
água de injeção chega ao poço produtor, seguindo pela linha de fluxo mais curta, ela se mistura com
a água conata de outras linhas de fluxo mais longas. Se estas águas forem incompatíveis
quimicamente, precipitações podem ocorrer na formação ao redor do poço, nos canhoneados, no
gravel packing, na coluna, nas linhas de surgência e equipamentos de superfície. Os problemas são
mais graves quando a incrustação é de sulfato de bário, pois este tipo de incrustação é muito
insolúvel e de alta dureza.
Poço produtor
Poço injetor
Figura 3.1 – Linhas de fluxo representando os diversos caminhos que a água de injeção pode seguir
no reservatório ao em direção ao poço produtor.
Esta interação também é muito importante e deve sempre ser levada em conta, principalmente devido
às argilas contidas nos arenitos. Segundo dados de literatura, aproximadamente 80% dos arenitos
conhecidos no mundo contêm material argiloso. No Brasil, não há evidências de arenitos totalmente
isentos de material argiloso. Analisemos como se comportam as argilas quando da injeção de água.
Normalmente ao redor dos grãos de areia de um arenito existe uma camada de argila. Estas argilas
possuem em sua estrutura cristalina cátions que estão em equilíbrio com a água conata, que
normalmente possui salinidade maior do que a água do mar. Quando a água do mar injetada entra
em contato com as argilas, moléculas de água injetada podem ser atraídas por estes cátions, fazendo
com que a rede cristalina se expanda, causando o fenômeno do inchamento, como está demonstrado
na figura 3.2. O inchamento é prejudicial para o reservatório, pois reduz o volume poroso da rocha,
com conseqüente redução da permeabilidade.
Com o inchamento, as argilas podem se dispersar pela água e ser arrastadas pela água, tamponando
gargantas de poros mais adiante, reduzindo a permeabilidade do reservatório.
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Analisemos um caso de injeção de uma água salgada mais rica em sódio do que a água de formação.
Como cada cátion tem seu potencial próprio de atrair moléculas de água, isto é, de se hidratar,
poderá haver uma troca dos cátions intercambiáveis existentes na rede cristalina da argila pelo sódio,
resultando em muito maior hidratação da argila e conseqüente inchamento e dispersão. Por exemplo,
enquanto o cálcio se hidrata com quatro moléculas d'água, o Sódio se hidrata com trinta e uma.
A presença de microrganismos, em especial as bactérias na água de injeção, pode levar a diferentes problemas
para a produção de petróleo como plugueamento dos poços injetores, corrosão influenciada por microrganismos
(CIM), redução da qualidade do petróleo e acidificação do reservatório e fluidos produzidos (produção intensiva
de H2S - “souring”).
As bactérias redutoras de sulfato (BRS) são um dos mais comuns e problemáticos tipos de bactérias presentes em
sistemas da indústria de petróleo. As BRS podem ser encontradas tanto na forma planctônica (nadante) como na
forma séssil (aderida). As BRS toleram uma ampla faixa de pH de 5,0 a 9,5 e crescem, melhor, em temperaturas
entre 25 e 35ºC, mas uns poucos gêneros termofílicos crescem em temperaturas superiores a 60ºC.
A ação das BRS gera um dos principais tipos de processo corrosivo influenciado por microrganismos (CIM). O
mecanismo de ação das BRS pode ser explicado do seguinte modo: quando aço é corroído, uma camada de
hidrogênio atômico é gerada sobre a superfície catódica. Se o hidrogênio não é removido, ele polariza a
superfície, e a taxa de corrosão decresce. Utilizando o hidrogênio em seu processo de respiração anaeróbica, as
BRS removem o hidrogênio atômico da superfície, causando a despolarização da superfície catódica e,
conseqüentemente, aumentando a taxa de corrosão. Como resultado, a corrosão localizada (pitting) é acelerada.
A atividade microbiana em sistemas de injeção pode gerar outros tipos de problemas. Como discutido acima, as
BRS produzem sulfeto de hidrogênio, o qual pode reagir com metais dissolvidos, tais como ferro e zinco,
levando à produção de sulfetos metálicos. As partículas de sulfetos metálicos são normalmente “coletadas” pelas
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facilidades, mas são responsáveis por falhas de bombas e por perdas de injetividade em poços injetores quando
ultrapassam o sistema de filtração.
O plugueamento de poços injetores é um problema muitas vezes subestimado. As células bacterianas, o biofilme
e os subprodutos metabólicos, tais como o sulfeto de ferro, constituem um grande percentual dos sólidos
suspensos que são filtrados ou injetados na formação. Na formação, sólidos bacterianos atuam como um filtro
que retém outros sólidos e podem resultar em uma massa sólida de matéria orgânica e inorgânica. Assim,
bactérias são capazes de pluguear as regiões do reservatório próximas aos poços injetores. A principal filosofia
de controle deste problema tem sido a acidificação dos poços injetores, contudo, embora a acidificação seja
efetiva para dissolver muitos depósitos inorgânicos, os quais contribuem para o plugueamento, ela não é efetiva
na remoção de polímeros extracelulares (EPS) e outros sólidos bacterianos.
Um outro grande problema decorrente da atividade de bactérias redutoras de sulfato (BRS) é a e acidificação do
reservatório e fluidos produzidos (produção intensiva de H 2S - souring). O controle de corrosão influenciada por
microrganismos (CIM) e o “souring” (acidificação pelo H2S) são as razões mais comuns para o uso de
tratamentos biocidas em sistemas da indústria de petróleo.
O sistema de água de injeção possui várias etapas de tratamento, cada qual com objetivo de
se obter ao final uma água especificada para ser injetada no reservatório.
Overboard
( excesso)
Figura 5.1 - Sistema de tratamento e injeção de água off shore típico na Petrobrás
A água é captada através da caixa de mar, onde recebe a dosagem de hipoclorito de sódio de formas
a se obter um residual de 0,5-1,0 ppm de cloro livre. Para a geração de hipoclorito, é usada parte da
água captada, que é desviada para o gerador. Antes de passar pelas bombas de captação, a água
passa por um filtro do tipo cesta de 2000 micra. O objetivo deste primeiro filtro é reter as partículas
mais grosseiras da água, como algas, peixes, crustáceos, etc. Saindo destes filtros, a água passa
pelas bombas de captação e trocadores de calor a placas, onde a água captada troca calor com a
água do sistema de resfriamento da plataforma. Normalmente a água captada entra a uma
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Em virtude da grande necessidade de troca térmica da plataforma, o volume de água captado é maior
do que o volume injetado. Sendo assim, logo após a troca térmica nos trocadores , parte da água é
descartada pela linha de overboard e a outra parte segue para o sistema de tratamento de água de
injeção. Como a solubilidade de um gás em água decresce com o aumento da temperatura, o ganho
de temperatura na água de injeção favorece a remoção de oxigênio na desaeradora. Em
contrapartida, a elevação da temperatura aumenta a taxa de corrosão, caso água com oxigênio seja
injetada.
Ao sair dos trocadores a placa, a água passa por mais um filtro do tipo cesta de, normalmente, 80
micra antes de passar pelas bombas centrífugas da desaeradora, cujo objetivo é elevar a água até o
topo da desaeradora.
Na desaeradora, a água entra no topo com cerca de 7 ppm de oxigênio e passa pelo leito recheado
em contra-corrente com gás natural, que não possui oxigênio em sua composição. Durante este
processo, ocorre a troca de massa entre a água e o gás. O oxigênio dissolvido na água, movido pela
diferença de concentração entre as fases, migra da fase líquida para a gasosa, ou seja, migra da fase
mais rica em O2 para a fase mais pobre. A água chega ao fundo da torre, no vaso de água desaerada,
com cerca de 50-100ppb de O2 .
Para a água ser considerada apta para injeção, o teor de oxigênio deve ser < 10 ppb. Sendo assim, é
necessário remover o restante do oxigênio quimicamente.
Ainda no tanque de água desaerada ou na linha de saída da desaeradora, são aplicados os biocidas
com o objetivo de controlar o crescimento microbiológico no trecho a jusante (depois) da desaeradora.
É importante lembrar que o controle de microorganismo no trecho aeróbio (a montante da
desaeradora) é feito através da aplicação de hipoclorito de sódio na captação, enquanto que a jusante
da desaeradora, que é um trecho anaeróbio, o controle é feito através da adição de biocidas
orgânicos específicos para controlar o crescimento dos microorganismos que se desenvolvem neste
ambiente.
Deixando a desaeradora, a água ganha energia nas bombas boosters e passa pelos filtros de
polimento, que são os filtros responsáveis pela especificação da contagem de partículas e do teor de
sólidos da água. Estes filtros, na maior parte de nossos sistemas, são filtros do tipo cartucho de 5
micra nominal.
Após os filtros cartucho a água segue para as bombas principais de injeção, que elevam a pressão de
de 5-40 kgf/cm2 para valores de até 200 kgf/cm2. A pressão na descarga destas bombas mais a
pressão da coluna hidrostática deve ser suficiente para vencer as perdas de carga na linha de injeção
e a pressão estática do reservatório.
6. Etapas de tratamento
6.1 Desaeração
O objetivo da desaeração é remover o oxigênio dissolvido na água do mar captada a fim de proteger
os equipamentos e as tubulações da corrosão, evitando que produtos de corrosão (óxidos de ferro)
sejam carreados para o poço, tamponando o reservatório, e que a coluna de injeção tenha que ser
substituída precocemente em virtude de corrosão.
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O oxigênio da água é removido na desaeradora, que é um equipamento que permite o contato entre
as fases líquida e gasosa, para que a transferência de oxigênio da água para a fase gasosa se
processe. Este equipamento pode ser uma torre de pratos ou uma torre recheada. No Brasil, o
sistema de desaeração com gás natural como gás de stripping e torres com recheios randômicos é o
que mais vem sendo aplicado.
O processo de desaeração pode ser dividido em duas etapas definidas: desaeração física e
desaeração química
Lei de Dalton
Dalton descobriu que a pressão exercida por uma mistura de gás é a soma das pressões exercidas
por cada componente individualmente
PT = P1 + P2 + P3 + ....+ Pn
A pressão parcial de um componente em uma mistura gasosa é igual à fração molar do componente
na mistura gasosa multiplicada pela pressão total do sistema. Assim, se o componente número 1 de
uma mistura gasosa é o oxigênio, presente a uma fração molar de 0,2 mol, e a pressão total do
sistema é 150 psi( 1034 kPa), então :
Isto pode ser repetido para cada componente se a composição do gás é conhecida.
Lei de Henry
C = kP
Onde :
Continuando o exemplo com o oxigênio, se a água estiver em contato com gás a 150 psia que contém
20 moles de oxigênio, pode-se reduzir a quantidade de oxigênio na água por:
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Reduzindo a pressão total ( PT) para valores abaixo de 150 psia(1034 kPa);
Reduzindo a concentração de oxigênio para menos de 20%.
O gás combustível utilizado como gás de stripping, após passar pelo recheio, é recolhido no topo e
enviado ao queimador (flare), ou reaproveitado pelo sistema de recuperação de vapor.
O gás natural usado não deve possuir compostos ácidos como H2S ou CO2. O teor de O2 é
usualmente reduzido, neste caso, para a faixa de 0,05 a 0,2 ppm( 50 a 200 ppb). Exige pouca
manutenção, apresenta eficiência satisfatória, além de ocupar pouco espaço e ter peso aceitável para
uso offshore.
Nas desaeradoras a gás stripping instaladas na bacia de campos, a razão vazão de gás/vazão de
água normalmente é de cerca de 1 m3 de gás/m3 de água. A vazão é sempre ajustada em função da
vazão de água, de forma que a razão entre a vazão de gás e a de água seja 1 ( 1 m 3 de gás / 1 m3 de
água).
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FCV
LCV
Esta etapa ocorre no tanque que compõe a parte inferior do conjunto desaerador é de natureza
química, porque consiste na reação de um agente fortemente redutor, com oxigênio dissolvido na
água. Como mostrado anteriormente, a reação do bissulfito com o oxigênio é a seguinte :
A dosagem de bissulfito deve ser tal que o teor de oxigênio dissolvido na água após o desaerador
seja menor que 10 ppb. Além disto deve-se adicionar um excesso do produto para que se mantenha
um residual de 3,0 p.p.m ( máximo) após o desaerador.
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Nesta etapa do processo são retidas as partículas maiores que o padrão exigido para que não haja
plugueamento dos poros do reservatório por partículas sólidas. Os filtros de polimento são compostos
por carcaças cilíndricas, com elementos filtrantes de polipropileno. Um exemplo do tipo de carcaça
para uso de cartuchos pode ser visto na figura 7.2.
Os filtros quando limpos ( início da campanha), apresentam baixo diferencial de pressão. Ao longo do
tempo, os filtros vão sendo saturados com os sólidos da água e o diferencial de pressão também
sobe gradualmente. A recomendação dos fabricantes de elementos filtrantes é de que o diferencial
máximo que os cartuchos suportam varia de 3 – 5 kgf/cm 2 . Na UN-BC, na maioria das plataformas,
os elementos filtrantes são substituídos quando atinge-se 3 kgf/cm 2 nos filtros. Se o limite de delta P
estabelecido pelo fabricante não for obedecido, corre-se o risco de haver rompimento do elementos
filtrantes e grande parte dos sólidos retidos será bombeada para o reservatório, assim como pedaços
de elemento filtrante.
Hoje o material recomendado para os elementos filtrantes é o polipropileno, pois trata-se de material
inerte e de boa resistência mecânica. A padronização do material dos elementos filtrantes foi uma
medida importante para os nossos sistemas de injeção, pois anteriormente até elementos em fibra de
celulose e de resina fenólica eram utilizados.
A fibra celulósica possui baixa resistência mecânica e, por isso, houve rompimento de cartuchos em
diversas plataformas da bacia. Além da baixa resistência mecânica, a celulose é substrato para
crescimento de microorganismos.
A resina fenólica não é indicada como material para elementos filtrantes ,pois ela é quebradiça e solta
muitos finos durante a filtração, gerando sólidos na água, principalmente nos primeiros momentos de
uso.
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Elemento
filtrante
Entrada
Saída
A etapa de filtração é de extrema importância para o reservatório, pois é nela que as partículas com
potencial de obstruir o reservatório devem ser removidas. Caso a filtração não seja bem feita, o
tamponamento (ou plugueamento), dos poros do reservatório ao redor do poço ocorrerá, com
conseqüente perda de injetividade.
A instalação dos elementos filtrantes é etapa fundamental para a garantia de uma boa filtração, pois
se houver algum elemento filtrante mal instalado, a eficiência do sistema de filtração cairá, podendo
deixar a água fora de especificação. Portanto, durante a instalação, deve-se garantir a perfeita
instalação de cada elemento, observando-se o perfeito encaixe das conexões inferior e superior no
cartucho.
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A figura 7.4 mostra como ocorre o tamponamento de um meio poroso. Nota-se que as partículas
maiores formam um reboco na parte externa da formação, enquanto que as partículas menores
migram para o interior do reservatório e também podem tamponar gargantas de poros através da
formação de pontes.
Como mostra a figura abaixo, a variação do diferencial de pressão nos filtros é lenta no início da
vida útil dos cartuchos até atingir o ponto a partir do qual o diferencial de pressão sobe
rapidamente. Normalmente a plataforma já possui histórico do comportamento do diferencial de
pressão do filtro em função do tempo e já sabe qual é o tempo de campanha característico do seu
sistema de filtração.
O tempo de campanha (tempo de vida útil dos elementos filtrantes) e é definido principalmente
pela área de filtração e pela micragem do elemento filtrante. Quanto menor a área de filtração,
menor o tempo de campanha e quanto menor a micragem, menor o tempo de campanha. Assim,
durante a fase de projeto, deve-se tomar muito cuidado ao se especificar um sistema de filtração.
Para a obtenção de um tempo de campanha de aproximadamente 1 mês, deve-se usar uma taxa
de filtração de máxima de 130 m3/m2/dia, quando se usa cartuchos de profundidade de 5 micra.
Assim, para uma vazão de 24000 m3/dia de injeção, por exemplo, a área de filtração deveria ser
de pelo menos 24 000/130 = 185 m2. Esta taxa é válida somente para cartuchos de 5 micra de
profundidade e para a água com a qualidade da água captada nas plataformas. Para água do mar
de regiões próximas ao continente esta taxa não serve, pois a qualidade da água é outra,
principalmente em relação ao teor de sólidos suspensos, que é muito maior em uma água
litorânea.
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P
Delta P Inicial
Inicialcial
Tempo
Definição :
Os filtros de classificação nominal são os mais utilizados hoje na UN-BC, mas em função de sua
baixa eficiência, a tendência é de que sejam substituídos pelos de classificação absoluta.
“ O diâmetro da maior partícula esférica dura que passa através de um filtro específico sob
condições de teste é a indicação da maior abertura existente no elemento filtrante.”
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Normalmente a perda de carga máxima que os filtros nominais suportam é de cerca de 3 kgf/cm 2 .
Quando a perda de carga através do filtro atingir a 3 Kgf/cm 2, o conjunto deve ser retirado de
operação. Os elementos filtrantes usados devem ser retirados e descartados e em seu lugar devem
ser colocados cartuchos novos.
Existem sistemas de filtração com retrolavagem, utilizando elementos filtrantes e leitos mixtos. Essa
retrolavagem pode ser feita com a própria água de injeção ou com produtos químicos.
8. Produtos químicos
Ao longo do sistema de tratamento é prevista a dosagem de produtos químicos para auxiliarem nas
etapas do processo.
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Uma análise da química destes processos mostra que eles são muito similares nos efeitos, pois todos
dependem da fromação do ácido hipocloroso na solução, que é o principal agente esterilizante.
Quando adicionado à água, o cloro se hidrolisa para formar o ácido hipocloroso e o ácido clorídrico,
de acordo com a equação abaixo.
O ácido hipocloroso então se hidrolisa para formar íons de hidrogênio e o íon hipoclorito:
HOCl H+ + ClO-
8.2. Efeito do pH
O grau de ionização é dependente do pH. Para pH < 5, a forma Cl 2 é a única presente. Para pH >5,
HOCl e ClO- são as espécies presentes. As percentagens elativas são mostradas como função do pH
na figura abaixo.
A eficácia do cloro depende de que espécies estão presentes na solução e, portanto, do pH. O poder
bactericida de HOCl é muito maior do que do CLO- . Assim, quanto maior o pH , menor a eficácia de
uma dada quantidade de cloro. Para pH entre 8 e 9, no máximo 30 % do cloro estará presente sob a
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forma mais eficás que é o HOCl. Acima de pH 10, todo o cloro estará sob a forma de CLO -, que é a
forma menos eficaz como biocida.
O teor de cloro residual (ou de cloro) é a quantidade total de cloro presente no sistema como Cl 2,
HOCl e OCl- . Nas plataformas da UN-BC a análise de teor de cloro livre é muito comum, e seu
resultado expressa a soma das espécies químicas acima descritas. O teor de clro livre recomendado
nos sistema de captação das plataformas é de 0,5-1,0 ppm, e o produto é injetado de forma contínua.
Visto que o cloro é um forte agente oxidante, ele reage com vários materiais. Além das bactérias ele
reage também com outras formas de vida marinha, com algas, plânctons, moluscos, etc... Portanto é
necessário conhecer a quantidade de cloro necessária para a reação com outros materiais que não
as bactérias. A quantidade de cloro necessária para reagir com estes materiais é chamada de
demanda de cloro. Assim, a quantidade de cloro que deve ser injetada para matar bactérias é :
Cloro necessário para matar bactérias = Total de cloro injetado – Demanda de cloro
Nas plataformas, o residual de cloro para controle do crescimento de bactérias é de 0,5 – 1,0 ppm.
1. íon ferroso
1 ppm de de cloro reage com 1,6 ppm de (Fe++) para o íon férrico (Fe+++) .
2. H2S
3. Compostos orgânicos
4. Bissulfito ou sulfito
Cloro reage com sulfitos ou com bissulfito, normalmente utilizados como sequestrante de
oxigênio nos sistema de injeção de água.
Isto significa que o uso de cloro é limitado se o teor de H2S ou íons ferrosos for muito alto. Em sistema
cujo material da linha de captação seja aço carbono, estamos mais sujeitos ao consumo do ferro por
íons ferroso.
Normalmente não se utiliza cloro quando se tem longas linhas em aço . Se a linha é muito longa, a
quantidade de cloro necessária para se obter um teor de 0,5-1,0 ppm no final da linha é muito grande,
já que o cloro reage com o aço. Isto pode resultar em um aumento da taxa de corrosão, bem como no
aumento do custo de tratamento.
Nas plataformas da UN-BC, normalmente o cloro é utilizado no trecho aerado, antes da desaeradora
e nos sistemas mais modernos estes trechos são em material inerte à corrosão por oxigênio ou por
cloro, como as ligas de cobre/níquel, FRP ( fiber reinforced plastic ), etc..
8.4. Compatibilidade
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A compatibilidade do cloro com outros produtos químicos usados nos sistemas de injeção deve ser
avaliada . No caso do sequestrante de oxigênio, como o cloro é injetado na captação, existe um
residual de cloro ainda após a desaeradora que irá reagir com o bissulfito no tanque de água
desaerada. Portanto, a quantidade de sequestrante de oxigênio injetada deve ser suficiente para
reagir com o oxigênio residual e também com o cloro.
O tratamento direto com cloro gasoso não é recomendado para plataformas por razões de segurança
e de logística. O cloro é um gás tóxico que é comercializado em cilindros pressurizados. Assim, para
seu nas plataformas, grandes quantidades de cilindros de cloro pressurizado teriam que ser
transportados e armazenados, além da necessidade de adoção de medidas de segurança severas.
O hipoclorito de sódio ( NaOCl ) pode ser produzido em águas contendo cloreto, como a água do mar.
A água do mar é passada através de uma célula eletrolítica especial chamada de gerador de
hipoclorito, que contém dois eletrodos :um anodo e um catodo. Uma corrente elétrica contínua flui do
anodo para o catodo através da água. Íons hidrogênio ( H+) são convertidos em gás hidrogênio(H2) no
catodo e íons cloreto são convertidos em íons OCL- no anodo, como mostra a figura 8.6 .
.
Figura 8.6 - Reações químicas em uma célula geradora de hipoclorito
Outro fator que pesa a favor dos geradores de hipoclorito é que as soluções de hipoclorito fornecidas
em bombonas são muito instáveis e decresce ao longo do tempo e com o aumento da temperatura.
O hipoclorito de bombona na realidade é o cloro ( Cl 2), que é um gás, dissolvido em uma solução de
hidróxido de sódio ( NaOH). Portanto, a elevação da temperatura durante o armazenamento do
produto é suficiente para reduzir a solubilidade do cloro na solução e favorecer a liberação do gás,
reduzindo a concentração de hipoclorito na solução.
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A inibição ou letalidade de um agente antimicrobiano depende do seu modo de ação, que pode se enquadrar nas
seguintes categorias:
Um biocida industrial é considerado multifuncional por atacar muitos sítios dentro de uma célula. Por exemplo, o
glutaraldeído ataca, além de proteínas, o peptideoglicano da parede celular e os ácidos teicóicos da célula.
Na figura 9.1 podem ser verificados os sítios de ação dos principais compostos biocidas.
Alguns tratamentos biocidas, quando realizados por longos períodos, podem ter a sua eficiência reduzida devido
ao fato de as bactérias se tornarem resistentes. O desenvolvimento de resistência aos bactericidas à base de sais
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A avaliação prévia de tratamentos biocidas em laboratório deve ser uma prioridade, visto que muitos produtos
podem, em situações de campo, incentivar o crescimento microbiano por fornecerem fontes de carbono ou
nitrogênio para os microrganismos existentes no sistema alvo.
Aldeídos, quaternários de amônio, aminas e THPS são exemplos comuns de biocidas orgânicos. Dos
biocidas orgânicos, os comumente utilizados nas plataformas são o THPS, glutaraldeído e os sais
quaternários de amônio. Sendo assim, centraremos nossa atenção nos estudo desses biocidas.
Segundo estudo recente, o THPS tem perfil ambiental surpreendentemente bom. Ele é, também, classificado
como prontamente biodegradável e sem potencial para a ocorrência de bioacumulação.
Um outro benefício ambiental é o fato de o THPS ser rapidamente oxidado no ambiente, a THPO (óxido de
trihidroximetilfosfina), que tem baixa toxicidade aquática e não é considerado como um agente causador de
danos ambientais. O THPO tem a seguinte estrutura química:
Ambos os compostos, o THPS e o THPO, são fotodegradados no ambiente. Com base nos dados de toxicidade
do THPS e do THPO considera-se que o THPS pode ter efeito ambiental menos drástico do que as outras bases
ativas biocidas normalmente utilizadas no combate aos microrganismos causadores da CIM. Segundo estudos
desenvolvidos pela Rhodia, o THPS age sobre a membrana da célula bacteriana causando a liberação de material
celular. Na figura 9.2 pode-se observar uma imagem de microscopia eletrônica de transmissão de células
bacterianas antes e após contato com THPS.
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Aldeídos são largamente usados como biocidas em sistemas de injeção de água. Aldeídos não são
bons para penetrar o biofilme e freqüentemente são misturados com tensoativos tais como o
quaternário de amônio para melhorar seu poder de penetração no biofilme e, com isso, fazer melhor
controle das bactérias sésseis.
O glutaraldeído é um ingrediente ativo de grande parte dos biocidas comerciais utilizados no controle de
bactérias e algas. O glutaraldeído é um composto acíclico
de cinco átomos de carbono, e os carbonos terminais são grupos funcionais aldeídos. Os grupos funcionais
aldeídos são agentes que reagem com os constituintes básicos de proteínas (por ex.:, os grupos –NH 2, -OH, -
COOH, e -SH) existentes na membrana, na parede celular, e no citoplasma da célula, desta forma destruindo o
organismo. O glutaraldeído é solúvel em água, e, também, possui semelhante densidade, porém, é insolúvel em
óleo; assim, em ambiente água/óleo, ele tem forte afinidade com a fase aquosa.
O glutaraldeído é formulado em concentração de até 50%, o máximo permitido pela legislação ambiental. As
formulações podem conter água, metanol ou isopropanol (ou uma combinação de todos). Os alcoóis são,
geralmente, adicionados para proteção contra congelamento durante sua armazenagem, mas pode também
incorporar capacidade de penetração. Alguns produtos têm de 2 a 5% de compostos quaternários de amônio
(QAT), o que promove aumento da atividade biocida sob certas condições.
Nas concentrações máximas permitidas, o glutaraldeído é classificado como corrosivo pelo Departamento de
Transporte dos Estados Unidos da América. A corrosividade do glutaraldeído tem causado preocupação quando
dosagens choque são aplicadas em pontos não facilmente acessíveis do sistema (ex: poços injetores, base de
tanques etc). Porém, em sistemas apresentando processos corrosivos devidos predominantemente a CIM, o uso
de glutaraldeído, em níveis recomendados, pode resultar em decréscimo da corrosão por meio do controle
microbiológico.
O glutaraldeído é incompatível com substâncias alcalinas ou com ácidos fortes. Em particular, é reativo com
amônia e substâncias contendo aminas. As aminas podem promover polimerização exotérmica do glutaraldeído.
Compostos quaternários de amônio são compatíveis com glutaraldeído; porém, alguns produtos à base de QAT
são formulados com outras aminas que tornam o produto incompatível. Assim, testes de compatibilidade devem
ser realizados antes de sua aplicação.
A forma mais simples para descarte de glutaraldeído é diluí-lo a níveis biodegradáveis, abaixo de 10 ppm. O
descarte diluído pode ser disposto em unidades de tratamento de água e esgoto ou, como alternativa, pode
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serbiodegradado no local pela descarga em água superficial de acordo com regulamentações aplicadas. Porém, se
a diluição ou a biodegradação não é viável,
soluções de até 10.000 ppm de glutaraldeído podem ser desativadas quimicamente pela elevação do pH para 11
ou mais. Onde a regulamentação ambiental local permite, o glutaraldeído pode ser atomizado com solvente
inflamável dentro de um incinerador. Sua combustão completa produz dióxido de carbono e água.
Até recentemente o glutaraldeído era utilizado como biocida de choque nos sistema de injeção de água na
dosagem de 420 ppm, 2 vezes por semana e durante 1 hora cada aplicação. Em virtude de sua relativa
volatilidade e emissão de vapores tóxicos, foi substituído pelo THPS.
Os sais quaternários de amônio são incompatíveis com agentes oxidantes fortes, tais como cloro, iodo, peróxidos,
cromatos, ácido nítrico, percloratos, oxigênio concentrado e permanganatos.
A maioria dos biocidas à base de QUAT é biodegradável em concentrações subletais e, assim, a desativação
química não é necessária. Porém, o QUAT pode ser retirado da água usando-se filtros de argilas naturais. Esta
propriedade de atração do QUAT para a argila permite que o efluente tratado seja considerado como não-tóxico
para despejo, caso nenhum outro composto tóxico estiver presente.
Na UN-BC, os sais quaternário de amônio são denominados biodispersantes e são aplicados após a desaeradora
na dosagem contínua de 5 ppm.
São produtos especificados para controlarem principalmente as bactérias anaeróbias, uma vez que
são dosados na parte desaerada do sistema. São dosados no tanque de água desaerada da
desaeradora ou na linha de saída deste equipamento.
Estas bactérias são responsáveis por pittings nas superfícies metálicas de equipamentos e
tubulações e geram H2S no sistema. Esse H2S, devido ao processo corrosivo, reage com o ferro
metálico, gerando sulfeto de ferro, que podem tamponar tubulações e também os poros da rocha
reservatório.
É um forte agente redutor a base de bissulfito de sódio, responsável pela etapa de desaeração
química da água do mar. É injetado na parte inferior dos desaeradores, onde reage com o oxigênio
dissolvido reduzindo-o de 100 ppb para um máximo de 10 ppb.
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Deve-se adicionar este produto em excesso (em relação a quantidade estequiométrica), de forma a
se manter um residual de sulfito de 2 a 3 ppm no header de injeção.
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Preventol GA Bayer
Nipacid GT Clariant
Frongabac THPS Clariant THPS 75 % em água Biocida de choque 140 ppm/1h/2 vezes p/ semana
TOLCIDE PS 75 ( THPS) Baker jusante da desaeradora
Depende da eficiência da desaeradora. A
Polisol 40B Poland Bissulfito de sódio a 40 %, catalisado Sequestrante de oxigênio dosagem deve ser suficiente para zerar o
com sais de cobalto, em água oxigênio e manter um residual de bissulfito
Dearborn X-302 entre 2-3 ppm.
vaso de água desaerada da
desaeradora
Alfox C
Clariant
SEQUEST OS 40 BR
Sisbrax SQO40
Preventol R-50 Bayer
Sal quaternário de amônio a 50 % em jusante da desaeradora. nunca 5 ppm continuamente
Denvercide QT-50 Poland água injetar antes da desaeradora, Biodispersante
pois, por ser um tensoativo, gera
Dodigen 1611 Clariant espuma.
Bactol Q Clariant
Observação : Atentar para o fato de que o sequestrante de oxigênio deve ser injetado no tanque de água desaerada ( desaeradora) e o biocida de choque na saída da desaeradora. Como estes
produtos reagem entre si, o ponto de aplicação é importantíssimo. Se os produtos forem aplicados num mesmo ponto, o biocida de choque consumirá todo o sequestrante de oxigênio,
acarretando aumento na concentração de oxigênio durante a aplicação do biocida de choque.
Fórmula para o cálculo da vazão de injeção de produto químico:
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São bombas centrífugas multiestágios, que succionam a água de pressões a baixas pressões e
elevam a sua pressão para os níveis necessários para a injeção nos poços ( 90 a 200 kgf/cm 2 ).
Essas bombas podem ser movidas por motor trifásico de indução elétrica ou por turbinas, a vapor ou
a gás. Existe controle que evita superaquecimento das bombas (resultante de baixa vazão), através
da recirculação de um fluxo mínimo de água.
Após este bombeamento, a água é coletada no header e é enviada para os poços de injeção.
São equipamentos que utilizam a nanofiltração seletiva para os íons sulfato ( SO 4 ), através de
membranas que permitem a passagem de grande parte de todas as outras espécies químicas
presentes na água do mar e reduz a concentração do sulfato de 2800 mg/l para até 80 mg/l.
Devido a necessidade de se gerenciar grandes quantidades de água oleosa e a pressões dos órgãos
ambientais em relação ao descarte dessa água no mar, a Petrobras vem estudando formas de
reinjetar a água produzida. A reinjeção poderá ocorrer em reservatórios não produtores,
simplesmente para descarte, ou mesmo em reservatórios produtores com a finalidade de recuperação
secundária.
Essa operação já é realizada no Brasil na exploração “on shore“, e alguns projetos estão sendo
desenvolvidos na Bacia de Campos. A plataforma PPG-I iniciou o projeto de reinjeção de água
produzida este ano ( 2003 ).
No caso de se utilizar água oleosa como água de injeção, cuidado especial deve ser tomado em
relação ao teor de óleo e graxas (TOG), que possui um poder de tamponamento igual ou maior que
os sólidos em suspensão.
Para a verificação da qualidade da água injetada, são realizadas várias análises em amostras
coletadas no header de injeção. As análises realizadas são as seguintes :
Para a medição da qualidade da água injetada, foi criado o IQUAI (índice de qualificação global da
água de injeção). A definição deste índice encontra-se na figura abaixo:
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BR PETROBRAS UN-BC
Plugueamento dos
Poços Injetores
Teor de Sólidos ATP/RES 2 mg/l 2,0 1,5 1,5 2,5 2,5 1,5 1,5 2,0 2,0 1,5 1,5 1,5 2,0 10,0 2,0 2,0 1,5 2,0
Suspensos
Teor de Óleo e Graxa ATP/RES 2 mg/l - - - - - - - - - - - - - 20,0 - - - -
(água produzida)
Núm. de Partíc. c/ Diâm. ATP/RES 2 n/ml 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 20 10 10 10 10 10
X=5 X=5 X=5 X=10 X=10 X=5 X=5 X=5 X=5 X=5 X=5 X=5 X=5 X=5 X=5 X=10 X=5 X=5
Maior que “X” micras
por ml
Corrosão
Teor de O2 Dissolvido ST/EIS 1 ppb 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10
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