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APOSTILA

OPERAÇÕES DE PRODUÇÃO

DISCIPLINA

Captação e Injeção de água

AUTORES:

João Carlos Ribeiro

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CURSO DE FORMAÇÃO EM OPERAÇÕES DE PRODUÇÃO
PETROBRAS/PSP/SC-1-11 DE SETEMBRO DE 2001
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CAPTAÇÃO E INJEÇÃO DE ÁGUA

ÍNDICE

1. Injeção de água em reservatório de petróleo 1

2. Fonte de água e suas características 4

3. A interação água de injeção/água de formação/rocha 7

4. O sistema de tratamento de água de injeção 12

5. Controle de Qualidade da água Injetada 32

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1. Injeção de água em reservatório de petróleo

Na fase inicial da produção, de uma maneira geral, as jazidas petrolíferas possuem energia suficiente
para a produção do petróleo. A produção de petróleo feita através da própria energia do reservatório é
definida como recuperação primária e somente uma parte do petróleo existente no reservatório
poderá ser produzida desta maneira.

Esta energia de elevação do petróleo está armazenada nos reservatórios sob a forma de pressão : os
fluidos e a rocha estão comprimidos. Em reservatórios nos quais não haja contribuição significativa da
capa de gás, ou de aqüífero, com o aumento do volume acumulado de petróleo produzido, ocorre a
descompressão do reservatório com redução da produção. A partir deste ponto, a continuidade da
produção acentua a tendência da diminuição da energia disponível na jazida.

O percentual recuperável é função do mecanismo de produção, que podem ser divididos em três : gás
em solução(o menos eficiente), capa de gás e influxo de água (o mais eficiente). Os mecanismos da
produção também podem ser combinados : gás em solução/influxo de água ou capa de gás/influxo de
água. A figura 1.1 mostra esquematicamente um reservatório com dois mecanismos de produção
combinados : capa de gás e influxo de água.

Figura 1.1 – Reservatório de petróleo com mecanismo combinado

Quando os mecanismos naturais de produção não são mais satisfatórios para a produção de petróleo,
utilizam-se os métodos artificiais de recuperação, que são os seguintes :

Métodos de recuperação secundária (convencionais):

 Injeção de água
 Injeção de gás no topo

Métodos especiais de recuperação

 Térmicos (Injeção de vapor e combustão “in situ “, com o objetivo de reduzir a viscosidade do
petróleo);
 Injeção de gás miscível ( CO2 , N2 ou hidrocarbonetos com o objetivo de reduzir a viscosidade do
petróleo);
 Químico ( injeção de polímeros ou tensoativos com o objetivo de reduzir aumentar a viscosidade
do fluido injetado ou com o o bjetivo de reduzir a tensão interfacial do fluido injetado)

Neste curso abordaremos apenas a injeção de água, que é o método de recuperação secundária
mais utilizado. Os métodos de recuperação secundária, agem no sentido de repor a energia perdida
pelo reservatório durante sua drenagem, aumentando o fator de recuperação de petróleo.

O petróleo é uma mistura complexa de hidrocarbonetos, resinas e asfaltenos. Nele, são encontrados
hidrocarbonetos de alto peso molecular e também os de baixo peso molecular como metano e o

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etano, além do CO2, H2S, N2, He, etc..., que são compostos gasosos nas condições ambientais, mas
que podem estar solubilizados no petróleo nas condições de reservatório. Quando todos os
componentes gasosos do petróleo encontram-se dissolvidos nas condições do reservatório, dizemos
que o reservatório está acima da pressão de saturação (subsaturado). Quando existe fase gasosa no
reservatório(figura 1.2), dizemos que ele está abaixo da pressão de saturação(saturado). Podemos
definir a pressão de saturação(Ps), ou pressão de bolha, como a pressão na qual, a uma dada
temperatura, ocorre a liberação da primeira bolha de gás em um determinado fluido.

A liberação de gás em um reservatório é uma dos acontecimentos mais indesejáveis , pois


compromete enormemente a drenagem do reservatório, com conseqüente prejuízo econômico. O
sintoma operacional característico da liberação de gás no reservatório é o aumento da RGO ( razão
gás óleo ) do poço, ocasionando queda de produção. Normalmente os reservatórios de petróleo da
bacia de campos, no início da produção do campo, estão acima da pressão de saturação. Ao longo
do tempo de produção, se não houver injeção de água ou se o volume injetado for insuficiente, a
pressão do reservatório tenderá a cair, alcançando a pressão de saturação. Para evitar que isto
ocorra, a injeção de água deve ser iniciada ou ampliada.

gás livre
gás livre

Figura 1.2 – Liberação de gás no reservatório

Existem alguns reservatórios cuja pressão no início já está muito próxima da pressão de saturação.
Sendo assim, uma pequena drenagem de petróleo já será suficiente para liberar gás no reservatório.
Nesses casos, a injeção de água tem que ser iniciada concomitantemente com a produção ou até
antes.

Além de manter a pressão do reservatório, a água injetada faz a varredura do reservatório,


deslocando o petróleo em direção aos poços produtores. A eficiência de varrido do reservatório com a
injeção de água não é 100%, ou seja, somente parte do óleo é efetivamente deslocado pela água. A
eficiência de varrido é dada pela relação entre o óleo móvel e o óleo residual, onde óleo móvel é o
óleo que pode ser deslocado pela água, enquanto que o óleo residual é o que fica no reservatório,
não pode ser deslocado pela água. A experiência prática mostra que, a produção por meio da
recuperação primária, utilizando somente a energia do reservatório, permite que seja produzido muito
pouco do volume total de petróleo recuperável estimado. As figuras 1.3 e 1.4 abaixo mostram o
aumento da eficiência de recuperação de petróleo com a injeção de água para determinado campo de
petróleo na bacia de campos.

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Figura 1.3 - Fator de recuperação com e sem injeção de água

Figura 1.4 - Recuperação de petróleo com e sem injeção de água

A primeira figura 1.3 mostra que o fator de recuperação sem injeção de água fica em torno de 11 %,
enquanto que com injeção de água o fator de recuperação passa para cerca de 48%. A figura 1.4
mostra a diferença de vazão de óleo com e sem a injeção de água.

2. Fontes de água e suas características

Antes de se estabelecer a dependência do esquema de tratamento da água em relação ao conjunto


de especificações para ela selecionado, é oportuno inserir uma breve alusão às diferentes fontes de
água para suprir o volume requerido pelo projeto de injeção.

A fonte ideal de água de injeção deveria apresentar as seguintes características:

 Possuir farta quantidade de água em qualquer época;


 Localizar-se o mais proximamente possível do local de uso, permitindo fácil adução;

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 Permitir acesso fácil entre a fonte e o local de uso;


 Possuir água com baixo teor de sólidos suspensos;
 Ser compatível com o sistema rocha-fluidos, isto é, que não reaja quimicamente com a rocha,
óleo e água de formação.
 Possuir água isenta de bactérias e de quaisquer outros microorganismos.
 Possuir água não-corrosiva, isto é, não conter oxigênio, gás sulfídrico e gás carbônico
dissolvidos.
 Possuir água isenta de ânions potencialmente geradores de incrustações inorgânicas, isto é, não
conter sulfatos e bicarbonatos.

2.1. Tipos de fontes de água disponíveis para injeção

2.1.1. Superfície e Aqüíferos


 Água de mananciais de superfície (AS), como rios, riachos, lagos, lagoas, represas
 Água oceânica (AO)
 Água de aqüíferos próximos à superfície (AA), obtida por meio de poços de captação

2.2.2. Associada
 Água produzida juntamente com o óleo (AP), de poços produtores.

As águas de injeção apresentam, conforme suas fontes, características que favorecem ou contra-
indicam sua utilização. Seguem-se os principais parâmetros a serem considerados para verificar a
adequação de uma determinada água para a finalidade de injeção:

 Sólidos e óleo em suspensão;


 Presença de microrganismos;
 Presença de ânions potencialmente geradores de incrustações;
 Salinidade total associada à distribuição catiônica dos sais;
 Custo de tratamento;
 Custo de adução;
 Corrosividade associada ao teor de CO2, de H2S e de O2;
 Disponibilidade;
 Sazonalidade.

2.3 Água oceânica

Das águas de superfície é a que mais se assemelha às águas de formação, apesar de possuir
algumas diferenças importantes na composição química, como o alto teor de sulfato e o maior teor de
magnésio em relação ao cálcio. A grande vantagem da água oceânica é que ela existe em grande
quantidade e seu custo de captação e tratamento é baixo. Nos campos da UN-BC, além de uma fonte
inesgotável de água, tem-se água de excelente qualidade, pois em alto mar a quantidade de sólidos
suspensos é muito baixa. Sendo assim, a planta de tratamento desta água pode ser mais simples no
que diz respeito a filtração( menos etapas de filtração). Apesar disso, um sistema de filtração bem
dimensionado em termos de área de filtração e eficiência é fundamental para que a qualidade da
água desejada em termos de contagem de partículas suspensas seja atingida. A água oceânica
possui cerca de 7 ppm de oxigênio dissolvido à 25 C , o que lhe confere característica altamente
corrosiva. Por isso, cuidados especiais devem ser tomados durante a escolha do material a ser
utilizado na planta de tratamento desta água. Além disso, o alto teor de sulfato desta água, a torna
incompatível com algumas águas de formação que possuem altos teores de bário, estrôncio e cálcio.

2.4 Água de lagos ou lagunas

Enquanto as águas de lagos, em geral, são doces, as águas das lagunas por estarem em contato
com o mar, lhes são similares.

Tais águas podem não ser disponíveis em grande quantidade, possuem também cerca de 7 ppm de
oxigênio dissolvido a 25 C e têm bastante material em suspensão. As águas doces podem promover
o inchamento das argilas da formação e liberação de finos no reservatório.
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A depender das características do reservatório, a especificação deste tipo de água em termos de


contagem de partículas é mais difícil e exige um sistema de filtração um pouco mais complexo.
Maiores cuidados devem ser tomados durante a escolha do material para o sistema de tratamento de
água de lagunas, pois obviamente possuem altas salinidades, assim como a água do mar.

2.5 Água de rios

São águas doces disponíveis em quantidade mais ou menos limitada tendo as desvantagens das
águas de lago, podendo ter além de altos teores de sólidos, principalmente no período de cheia, altas
concentrações de resíduos industriais ou domiciliares, o que oneram o seu tratamento.

2.6 Água de aqüíferos rasos

As águas de aqüíferos rasos são normalmente doces com a desvantagem de o suprimento não ser
ilimitado e podem inchar as argilas. Como vantagem, possuem teor de oxigênio dissolvido de baixo a
nulo, baixo teor de material em suspensão e, geralmente, baixa contagem de microorganismos.

2.7 Água produzida

Se reinjetada na mesma formação produtora ou em outras formações produtoras é necessário


verificar a sua compatibilidade química com a água original da formação, pois sua despressurização e
manuseio com o petróleo alteram sua composição química, principalmente em características como o
pH, a alcalinidade e o teor de gases dissolvidos.

A água produzida possui normalmente altos teores de sólidos em suspensão e de óleo emulsionado.
O enquadramento destes parâmetros antes de a água ser reinjetada demanda uma planta de
tratamento mais complexa e, consequentemente, mais cara.

Na tabela abaixo pode ser vista a comparação entre as fontes potencias de água de injeção com o
objetivo de recuperar petróleo.

Itens AS AA AO AP
Mananciais de Aqüíferos Água Água produzida
Superfície rasos oceânica
Teor de CO2 baixo baixo baixo médio
Teor de H2S baixo baixo baixo médio
Teor de O2 médio baixo baixo baixo
Corrosividade baixa a média baixa média média a alta
Teor de Sólidos alto a muito alto baixo médio muito alto
Teor de Microrganismos médio a alto baixo médio alto
Teor de Ânions baixo baixo alto médio
Teor de Óleo nenhum nenhum nenhum muito alto
Salinidade/Cátions baixa baixa média média ou alta
Custo de Adução baixo médio baixo baixo
Custo de tratamento médio a alto baixo baixo alto
Disponibilidade alta baixa a média alta baixa a média
Sazonalidade intermitente quase perene perene volume crescente
com o tempo

Tabela 2.1 - Qualificação das águas de diferentes fontes

A tabela 2.1 deve ser tomada como um guia e não como uma indicação absoluta das
características das águas. Para citar alguns exemplos: o teor de sólidos na água oceânica pode ser
alto se a captação for efetuada no delta de um rio; o custo de tratamento pode ser alto se for
necessário dessulfatá-la para evitar incrustações salinas, e assim por diante.

Nas últimas décadas, especialmente nos últimos cinco anos, os órgãos que cuidam da
preservação do ambiente têm-se manifestado contra o descarte das águas produzidas tanto nos
oceanos como em terra e, para permiti-lo, tem estabelecido critérios rígidos, tanto em relação ao teor
de óleo como à presença de metais pesados e de certos produtos químicos. Ultimamente, tem-se
observado forte tendência em se reinjetar a água produzida, até porque, em várias situações, as
especificações exigidas para tal têm sido mais brandas do que as estabelecidas ao seu descarte.
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Esta reinjeção de água produzida pode ou não estar vinculada a um projeto que vise a recuperação
adicional de óleo; em vários casos recorrem-se a outros reservatórios para onde é a água injetada,
sem vínculo com produção de óleo. Em ambos os casos os mesmos cuidados quanto às
especificações devem ser tomados.

Obviamente, a utilização da água de uma determinada fonte, visando a recuperação de


petróleo, deve ser precedida de caracterização química, físico-químico e microbiológica, quantificação
e distribuição de sólidos suspensos, estudo de compatibilidade com a água do reservatório, bactérias
e gases ácidos dissolvidos ( H2S e CO2). Estes estudos constituem insumos importantíssimos para o
projeto das instalações e previsão de potenciais problemas operacionais durante a etapa de produção
do campo. Erros durante as etapas de estudo das características e dos efeitos desta água sobre o
reservatório, linhas e equipamentos podem gerar a enormes prejuízos.

2.8 Caracterização da água de injeção

A interação da água de injeção com o reservatório pode ocasionar dano à formação, e


comprometer as cotas de injeção previstas para o campo. Vários podem ser os mecanismos
causadores de dano, porém, é fundamental para o estudo de qualquer dos casos a caracterização
mais completa possível da água a ser injetada. A seguir encontram-se na Tabela 2.2 os parâmetros
necessários à caracterização, tanto da água bruta da fonte selecionada para cada estação de
tratamento, como da água de injeção, já tratada, imediatamente antes de ser injetada. Ressalta-se
que caracterização similar deve ser feita na água de formação presente nas rochas receptoras de
água .

Parâmetro Unidades
Salinidade mg/l
Distribuição iônica dos sais dissolvidos:
 Na+, K+, Li+, Ca++, Mg++, Ba++, Sr++, Ra++, Fe++ e Fe+++, Cl -, mg/l
SO4= e HCO3 -
Teor de Sólidos Suspensos ppm
Contagem e Distribuição dos tamanhos das partículas Partículas / ml
(especialmente para água tratada) -
Teores de gases corrosivos:
 Teor de oxigênio ppm
 Teor de gás carbônico ppm
 Teor de gás sulfídrico ppm
Matéria orgânica:
 Quantidade (carbono orgânico) ppm
 Natureza de microorganismos (principalmente bactérias) -
Contagem de microorganosmos:
 bactérias redutoras de sulfato ( BRS) nmp/ml
 bactérias facultativas totais nmp/ml
 bactérias anaeróbicas nmp/ml
 algas célula/ml
Tabela 2.2 - Caracterização da água bruta da fonte selecionada para injeção (água produzida, água
de poços de captação, água de mananciais de superfície, etc) e da água após tratamento.

3. A interação água de injeção/água de formação/rocha

3.1 Íons causadores de incrustação

Durante a Injeção de água em uma jazida, ocorre o contato entre a água injetada e a água conata da
formação. Água conata é a água original da formação que existia antes da migração do óleo para o
reservatório e, devido às interações entre a água e os grãos dos poros, ficam, normalmente, ao redor
dos grãos do reservatório. Se o reservatório possuir um aqüífero, poderá haver incrustação devido à
incompatibilidade da água deste aqüífero com a água injetada. Como estas águas possuem
normalmente composições diferentes, interações químicas entre elas podem ocorrer. A seguir, serão
descritos os processos químicos passíveis de se desenvolver quando as águas se misturam e a
localização mais provável para a ocorrência desses fenômenos.

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Em geral, os processos químicos envolvidos na mistura de duas águas, do ponto de vista de danos
ao sistema injeção-jazida-produção, resultam em deposição de sais e conseqüentes incrustações.

A precipitação de sais em uma água ou mistura de águas ocorre sempre que é alcançado o limite de
solubilidade de um ou mais sais em determinada solução. A precipitação desses sais causa
incrustações que crescem localizadamente. Os principais ânions causadores de incrustações são os
carbonatos, bicarbonatos e sulfatos, enquanto os principais cátions que com eles combinam são o
bário, cálcio e estrôncio. Ainda pode haver, em sistemas de Injeção de água, depósitos produzidos
pela precipitação de ferro, quando em presença de oxigênio dissolvido na água, de sulfeto com a
formação ou presença de gás sulfídrico e, em alguns casos, de sais de magnésio.

Os sais de metais divalentes, isto é, os carbonatos e os sulfatos de bário, cálcio e estrôncio, são
formados quando águas incompatíveis se misturam: já o ferro raramente vem da própria água de
formação, sendo proveniente, em geral, da corrosão dos equipamentos de injeção. A fonte normal de
gás sulfidrico decorre da ação das bactérias sulfato-redutoras, mas há que se considerar também a
possibilidade da ação de águas sulfurosas.

Ao se analisar as possibilidades de mistura de duas águas, é necessário ter em mente,


particularmente, os ânions e cátions citados no item anterior.

3.2 Interação água doce/água de formação

Neste caso, raramente há problemas em relação à incompatibilidade entre as águas, salvo se a água
doce for altamente bicarbonatada, quando poderá haver lncrustação de carbonato de cálcio. Todavia,
pode haver liberação de cátions lntercambiáveis das argilas.

3.3 Interação água do mar/água de formação

A tabela 3.1 apresenta os resultados de análise de algumas águas de formação e da água do mar.

Analisando-se teoricamente a interação entre a água do mar e as águas de formação , observa-se


que :

a) as águas de formação são, em geral, mais ricas em cálcio do que em magnésio, ao passo que a
água do mar é mais rica em magnésio do que em cálcio;

b) a água do mar apresenta uma quantidade insignificante de bário, ao passo que há presença desse
metal em águas de formação, sendo seu teor bastante elevado em alguns casos;

c) a água do mar possui altos teores de sulfatos (cerca de 2800ppm), os quais são mais baixos nas
águas deformação;

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Constituintes MARLIM RONCADOR RJS - 442 ÁGUA


(mg/l) MRL- 6 RO- 5 (MRL 300) DO MAR
Na+ 20000 65000 29000 11500
+
K 102 410 140 226
2+
Mg 325 800 440 1390
Ca2+ 818 7100 2000 504
2+
Sr 198 580 300 9
2+
Ba 46 44 68 1
SO42- <1 32 <1 2834
Br- 75 210 7 -
B4O72- - - - 26
-
HCO3 390 20 135 150
-
Cl 33700 116982 38400 21300
pH (25 °C) 7.6 6.4 6.6 8.0
TABELA 3.1 –Água de formação de diversos campos de petróleo e água do mar.

d) o teor de bicarbonatos na água do mar é da ordem de 150 ppm; nas águas de formação os teores
deste ânion podem ser bastante elevados;

e) existem águas de formação ricas em estrôncio, que junto com o cálcio presente, podem formar
incrustações com o sulfato da água do mar;

f) finalmente, enquanto a água do mar é ligeiramente alcalina ( pH  8), às águas de formação são ou
ligeiramente alcalinas ou, o que é mais comum, ligeiramente ácidas.

Mesmo admitindo-se que não haverá incompatibilidade química evidente entre a água conata do
reservatório, alguns fenômenos podem ser esperados, dependendo unicamente das características
da água de formação, quais sejam:

a) precipitação de sais devido à ação da pressão e, principalmente, da temperatura. É sabido que a


solubilidade do carbonato de cálcio e do sulfato de cálcio diminui com o aumento da temperatura e
redução da pressão. Pode acorrer também a precipitação retardada até mesmo do sulfato de bário,
se a água de formação estive supersaturada em bário nas condições de reservatório.

A precipitação de carbonato de cálcio pode acontecer pela combinação do íon cálcio com o íon
carbonato ou com o íon bicarbonato :

Ca++ + CO3-2  CaCO3

Ca(HCO3)2  CaCO3 + CO2 + H2O

No caso de uma água de formação muito carbonatada, a redução da pressão ocasiona a liberação de
CO2, deslocando a equação para a direita e provocando a precipitação de CaCO 3. Esta situação é
encontrada na plataforma de PPM-I, onde a água de formação é altamente carbonatada,
demandando injeção constante de inibidor de incrustação no sistema de tratamento de óleo e de água
produzida.
b) metabolismo do sulfato por bactérias sulfato redutoras, com redução do teor deste ânion e
produção de sulfeto de hidrogênio.

3.4 Precipitação por incompatibilidade água de injeção/ água de formação


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A água de injeção pode seguir por diferentes caminhos dentro do reservatório em direção ao poço
produtor, alguns mais longos, outros mais curtos. Esses caminhos são chamados de linhas de fluxo.
A água de injeção representada pelas linhas cheias verdes na figura 3.1, empurra a água conata
representada pela linha laranja na mesma figura para o poço produtor. Quando a primeira frente de
água de injeção chega ao poço produtor, seguindo pela linha de fluxo mais curta, ela se mistura com
a água conata de outras linhas de fluxo mais longas. Se estas águas forem incompatíveis
quimicamente, precipitações podem ocorrer na formação ao redor do poço, nos canhoneados, no
gravel packing, na coluna, nas linhas de surgência e equipamentos de superfície. Os problemas são
mais graves quando a incrustação é de sulfato de bário, pois este tipo de incrustação é muito
insolúvel e de alta dureza.

Poço produtor

Sulfato (água do mar)

Bário (água da formação)

Poço injetor

Figura 3.1 – Linhas de fluxo representando os diversos caminhos que a água de injeção pode seguir
no reservatório ao em direção ao poço produtor.

3.5. Interação entre água de injeção/rocha reservatório

Esta interação também é muito importante e deve sempre ser levada em conta, principalmente devido
às argilas contidas nos arenitos. Segundo dados de literatura, aproximadamente 80% dos arenitos
conhecidos no mundo contêm material argiloso. No Brasil, não há evidências de arenitos totalmente
isentos de material argiloso. Analisemos como se comportam as argilas quando da injeção de água.

3.5.1. A interação da água com as argilas

Normalmente ao redor dos grãos de areia de um arenito existe uma camada de argila. Estas argilas
possuem em sua estrutura cristalina cátions que estão em equilíbrio com a água conata, que
normalmente possui salinidade maior do que a água do mar. Quando a água do mar injetada entra
em contato com as argilas, moléculas de água injetada podem ser atraídas por estes cátions, fazendo
com que a rede cristalina se expanda, causando o fenômeno do inchamento, como está demonstrado
na figura 3.2. O inchamento é prejudicial para o reservatório, pois reduz o volume poroso da rocha,
com conseqüente redução da permeabilidade.

Com o inchamento, as argilas podem se dispersar pela água e ser arrastadas pela água, tamponando
gargantas de poros mais adiante, reduzindo a permeabilidade do reservatório.

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Figura 3.2 – hidratação da argila ilita

Analisemos um caso de injeção de uma água salgada mais rica em sódio do que a água de formação.
Como cada cátion tem seu potencial próprio de atrair moléculas de água, isto é, de se hidratar,
poderá haver uma troca dos cátions intercambiáveis existentes na rede cristalina da argila pelo sódio,
resultando em muito maior hidratação da argila e conseqüente inchamento e dispersão. Por exemplo,
enquanto o cálcio se hidrata com quatro moléculas d'água, o Sódio se hidrata com trinta e uma.

4. Importância das bactérias para sistemas de injeção de água

A presença de microrganismos, em especial as bactérias na água de injeção, pode levar a diferentes problemas
para a produção de petróleo como plugueamento dos poços injetores, corrosão influenciada por microrganismos
(CIM), redução da qualidade do petróleo e acidificação do reservatório e fluidos produzidos (produção intensiva
de H2S - “souring”).

As bactérias redutoras de sulfato (BRS) são um dos mais comuns e problemáticos tipos de bactérias presentes em
sistemas da indústria de petróleo. As BRS podem ser encontradas tanto na forma planctônica (nadante) como na
forma séssil (aderida). As BRS toleram uma ampla faixa de pH de 5,0 a 9,5 e crescem, melhor, em temperaturas
entre 25 e 35ºC, mas uns poucos gêneros termofílicos crescem em temperaturas superiores a 60ºC.

A ação das BRS gera um dos principais tipos de processo corrosivo influenciado por microrganismos (CIM). O
mecanismo de ação das BRS pode ser explicado do seguinte modo: quando aço é corroído, uma camada de
hidrogênio atômico é gerada sobre a superfície catódica. Se o hidrogênio não é removido, ele polariza a
superfície, e a taxa de corrosão decresce. Utilizando o hidrogênio em seu processo de respiração anaeróbica, as
BRS removem o hidrogênio atômico da superfície, causando a despolarização da superfície catódica e,
conseqüentemente, aumentando a taxa de corrosão. Como resultado, a corrosão localizada (pitting) é acelerada.

É extremamente difícil estimar os custos relacionados a processos corrosivos atribuídos à atividade de


microrganismos (BRS e outras bactérias) na indústria de petróleo. Entretanto, falhas localizadas atribuídas à ação
de BRS têm resultado, nos últimos anos, em custos da ordem de 10 a 45 milhões de dólares, relativos às ações de
controle e substituição de equipamentos e linhas. Os custos, envolvendo em especial o controle da atividade de
BRS, são também significativos, com valores anuais da ordem de US$ 150,000.00 por plataforma, somente para
produtos biocidas.

A atividade microbiana em sistemas de injeção pode gerar outros tipos de problemas. Como discutido acima, as
BRS produzem sulfeto de hidrogênio, o qual pode reagir com metais dissolvidos, tais como ferro e zinco,
levando à produção de sulfetos metálicos. As partículas de sulfetos metálicos são normalmente “coletadas” pelas

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facilidades, mas são responsáveis por falhas de bombas e por perdas de injetividade em poços injetores quando
ultrapassam o sistema de filtração.

O plugueamento de poços injetores é um problema muitas vezes subestimado. As células bacterianas, o biofilme
e os subprodutos metabólicos, tais como o sulfeto de ferro, constituem um grande percentual dos sólidos
suspensos que são filtrados ou injetados na formação. Na formação, sólidos bacterianos atuam como um filtro
que retém outros sólidos e podem resultar em uma massa sólida de matéria orgânica e inorgânica. Assim,
bactérias são capazes de pluguear as regiões do reservatório próximas aos poços injetores. A principal filosofia
de controle deste problema tem sido a acidificação dos poços injetores, contudo, embora a acidificação seja
efetiva para dissolver muitos depósitos inorgânicos, os quais contribuem para o plugueamento, ela não é efetiva
na remoção de polímeros extracelulares (EPS) e outros sólidos bacterianos.

Um outro grande problema decorrente da atividade de bactérias redutoras de sulfato (BRS) é a e acidificação do
reservatório e fluidos produzidos (produção intensiva de H 2S - souring). O controle de corrosão influenciada por
microrganismos (CIM) e o “souring” (acidificação pelo H2S) são as razões mais comuns para o uso de
tratamentos biocidas em sistemas da indústria de petróleo.

5. O sistema de tratamento de água de injeção

O sistema de água de injeção possui várias etapas de tratamento, cada qual com objetivo de
se obter ao final uma água especificada para ser injetada no reservatório.

Overboard
( excesso)

Figura 5.1 - Sistema de tratamento e injeção de água off shore típico na Petrobrás

A água é captada através da caixa de mar, onde recebe a dosagem de hipoclorito de sódio de formas
a se obter um residual de 0,5-1,0 ppm de cloro livre. Para a geração de hipoclorito, é usada parte da
água captada, que é desviada para o gerador. Antes de passar pelas bombas de captação, a água
passa por um filtro do tipo cesta de 2000 micra. O objetivo deste primeiro filtro é reter as partículas
mais grosseiras da água, como algas, peixes, crustáceos, etc. Saindo destes filtros, a água passa
pelas bombas de captação e trocadores de calor a placas, onde a água captada troca calor com a
água do sistema de resfriamento da plataforma. Normalmente a água captada entra a uma

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temperatura de 18-23 C no trocador e sai a 34-44C. A temperatura de captação da água depende da


profundidade da captação. Quanto mais profunda a captação, mais fria é a água e melhor será a troca
térmica.

Em virtude da grande necessidade de troca térmica da plataforma, o volume de água captado é maior
do que o volume injetado. Sendo assim, logo após a troca térmica nos trocadores , parte da água é
descartada pela linha de overboard e a outra parte segue para o sistema de tratamento de água de
injeção. Como a solubilidade de um gás em água decresce com o aumento da temperatura, o ganho
de temperatura na água de injeção favorece a remoção de oxigênio na desaeradora. Em
contrapartida, a elevação da temperatura aumenta a taxa de corrosão, caso água com oxigênio seja
injetada.

Ao sair dos trocadores a placa, a água passa por mais um filtro do tipo cesta de, normalmente, 80
micra antes de passar pelas bombas centrífugas da desaeradora, cujo objetivo é elevar a água até o
topo da desaeradora.

Na desaeradora, a água entra no topo com cerca de 7 ppm de oxigênio e passa pelo leito recheado
em contra-corrente com gás natural, que não possui oxigênio em sua composição. Durante este
processo, ocorre a troca de massa entre a água e o gás. O oxigênio dissolvido na água, movido pela
diferença de concentração entre as fases, migra da fase líquida para a gasosa, ou seja, migra da fase
mais rica em O2 para a fase mais pobre. A água chega ao fundo da torre, no vaso de água desaerada,
com cerca de 50-100ppb de O2 .

Para a água ser considerada apta para injeção, o teor de oxigênio deve ser < 10 ppb. Sendo assim, é
necessário remover o restante do oxigênio quimicamente.

No tanque de água desaerada, ocorre a complementação do processo de desoxigenação da água


com a adição de sequestrante de oxigênio(bissulfito de sódio), que reage com o O2 conforme
mostrado abaixo:

NaHSO3 + 1/2O2  NaHSO4

Ainda no tanque de água desaerada ou na linha de saída da desaeradora, são aplicados os biocidas
com o objetivo de controlar o crescimento microbiológico no trecho a jusante (depois) da desaeradora.
É importante lembrar que o controle de microorganismo no trecho aeróbio (a montante da
desaeradora) é feito através da aplicação de hipoclorito de sódio na captação, enquanto que a jusante
da desaeradora, que é um trecho anaeróbio, o controle é feito através da adição de biocidas
orgânicos específicos para controlar o crescimento dos microorganismos que se desenvolvem neste
ambiente.

Deixando a desaeradora, a água ganha energia nas bombas boosters e passa pelos filtros de
polimento, que são os filtros responsáveis pela especificação da contagem de partículas e do teor de
sólidos da água. Estes filtros, na maior parte de nossos sistemas, são filtros do tipo cartucho de 5
micra nominal.

Após os filtros cartucho a água segue para as bombas principais de injeção, que elevam a pressão de
de 5-40 kgf/cm2 para valores de até 200 kgf/cm2. A pressão na descarga destas bombas mais a
pressão da coluna hidrostática deve ser suficiente para vencer as perdas de carga na linha de injeção
e a pressão estática do reservatório.

6. Etapas de tratamento

6.1 Desaeração

O objetivo da desaeração é remover o oxigênio dissolvido na água do mar captada a fim de proteger
os equipamentos e as tubulações da corrosão, evitando que produtos de corrosão (óxidos de ferro)
sejam carreados para o poço, tamponando o reservatório, e que a coluna de injeção tenha que ser
substituída precocemente em virtude de corrosão.

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O oxigênio da água é removido na desaeradora, que é um equipamento que permite o contato entre
as fases líquida e gasosa, para que a transferência de oxigênio da água para a fase gasosa se
processe. Este equipamento pode ser uma torre de pratos ou uma torre recheada. No Brasil, o
sistema de desaeração com gás natural como gás de stripping e torres com recheios randômicos é o
que mais vem sendo aplicado.

O processo de desaeração pode ser dividido em duas etapas definidas: desaeração física e
desaeração química

6.2. Desaeração Física

É efetuada na coluna localizada na parte superior do conjunto de desaeração. É um equipamento que


promove o contato entre água aerada e gás combustível, através de um leito recheado, que é
formado por anéis de polipropileno, dispostos aleatoriamente (randômicos), ou estruturados na torre
recheada. Sua finalidade é aumentar a área de contato entre água aerada que flui no sentido
descendente e o gás combustível que sobe pela coluna.

A remoção mecânica de um gás solubilizado em um líquido é governada por três fatores :

 Lei de Dalton das pressões parciais


 Lei de Henry
 Temperatura

Lei de Dalton

Dalton descobriu que a pressão exercida por uma mistura de gás é a soma das pressões exercidas
por cada componente individualmente

PT = P1 + P2 + P3 + ....+ Pn

A pressão parcial de um componente em uma mistura gasosa é igual à fração molar do componente
na mistura gasosa multiplicada pela pressão total do sistema. Assim, se o componente número 1 de
uma mistura gasosa é o oxigênio, presente a uma fração molar de 0,2 mol, e a pressão total do
sistema é 150 psi( 1034 kPa), então :

P1 = ( PT)(fração molar 02) = (0,2)(150) = 30 psi ( 207 kPa)

Isto pode ser repetido para cada componente se a composição do gás é conhecida.

Lei de Henry

Henry descobriu que a quantidade de um dado gás dissolvido em um líquido é diretamente


proporcional à pressão parcial do gás na fase gasosa acima do líquido.

C = kP

Onde :

C = Concentração do gás no líquido;


K = Constante;
P= Pressão da fase gasosa.

Portanto, se nós estivermos interessados em reduzir a quantidade de um gás dissolvido na água, é


necessário reduzir a pressão parcial do gás em contato com o líquido. Isto pode ser realizado
reduzindo a pressão total do sistema ou a concentração do gás de interesse na mistura gasosa em
contato com a água.

Continuando o exemplo com o oxigênio, se a água estiver em contato com gás a 150 psia que contém
20 moles de oxigênio, pode-se reduzir a quantidade de oxigênio na água por:
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 Reduzindo a pressão total ( PT) para valores abaixo de 150 psia(1034 kPa);
 Reduzindo a concentração de oxigênio para menos de 20%.

O fenômeno de desaeração física se baseia na diminuição da pressão parcial do oxigênio


dissolvido na água, fazendo com que ele se desprenda e seja arrastado pela fase gasosa que
segue para o topo da coluna.

O gás combustível utilizado como gás de stripping, após passar pelo recheio, é recolhido no topo e
enviado ao queimador (flare), ou reaproveitado pelo sistema de recuperação de vapor.

O gás natural usado não deve possuir compostos ácidos como H2S ou CO2. O teor de O2 é
usualmente reduzido, neste caso, para a faixa de 0,05 a 0,2 ppm( 50 a 200 ppb). Exige pouca
manutenção, apresenta eficiência satisfatória, além de ocupar pouco espaço e ter peso aceitável para
uso offshore.

A eficiência da desaeradora é função dos seguintes parâmetros:

 Concentração de oxigênio na água de entrada da desaeradora;


 Altura da desaeradora e tipo de recheio usado;
 Razão vazão de gás/vazão de água;
 Pressão de operação da desaeradora;
 Temperatura da desaeradora.

Nas desaeradoras a gás stripping instaladas na bacia de campos, a razão vazão de gás/vazão de
água normalmente é de cerca de 1 m3 de gás/m3 de água. A vazão é sempre ajustada em função da
vazão de água, de forma que a razão entre a vazão de gás e a de água seja 1 ( 1 m 3 de gás / 1 m3 de
água).

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FCV

LCV

Figura 6.2 - Desaeradora a gás de stripping

7.2.7 Desaeração Química

Esta etapa ocorre no tanque que compõe a parte inferior do conjunto desaerador é de natureza
química, porque consiste na reação de um agente fortemente redutor, com oxigênio dissolvido na
água. Como mostrado anteriormente, a reação do bissulfito com o oxigênio é a seguinte :

NaHSO3 + 1/2O2  NaHSO4

O produto utilizado atualmente é a base de bissulfito de sódio (NaHS0 3) e normalmente é fornecido


sob a forma de solução aquosa contendo 40 % de bissulfito de sódio. A reação do bissulfito de sódio
com o oxigênio ocorre mais rapidamente quando catalisada por cobalto. Por isso, este produto é
catalisado com sais de cobalto.

A dosagem de bissulfito deve ser tal que o teor de oxigênio dissolvido na água após o desaerador
seja menor que 10 ppb. Além disto deve-se adicionar um excesso do produto para que se mantenha
um residual de 3,0 p.p.m ( máximo) após o desaerador.

7.2.8 Bombas Booster

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A pressão de operação no interior da desaeradora fica em torno de 0,3-0,6 kgf/cm2g, sendo


insuficiente para que a água flua para o resto do sistema. Este problema é resolvido com a utilização
de bombas centrífugas boosters de estágio único chamadas. Estas bombas fornecem à água
desaerada, pressão suficiente para vencer a etapa de filtração de polimento e atender ás exigências
de NPSH ( net pressure suction head )requerido pelas bombas principais de injeção.

7.2.9 Filtração de Polimento

Nesta etapa do processo são retidas as partículas maiores que o padrão exigido para que não haja
plugueamento dos poros do reservatório por partículas sólidas. Os filtros de polimento são compostos
por carcaças cilíndricas, com elementos filtrantes de polipropileno. Um exemplo do tipo de carcaça
para uso de cartuchos pode ser visto na figura 7.2.

Os filtros quando limpos ( início da campanha), apresentam baixo diferencial de pressão. Ao longo do
tempo, os filtros vão sendo saturados com os sólidos da água e o diferencial de pressão também
sobe gradualmente. A recomendação dos fabricantes de elementos filtrantes é de que o diferencial
máximo que os cartuchos suportam varia de 3 – 5 kgf/cm 2 . Na UN-BC, na maioria das plataformas,
os elementos filtrantes são substituídos quando atinge-se 3 kgf/cm 2 nos filtros. Se o limite de delta P
estabelecido pelo fabricante não for obedecido, corre-se o risco de haver rompimento do elementos
filtrantes e grande parte dos sólidos retidos será bombeada para o reservatório, assim como pedaços
de elemento filtrante.

Hoje o material recomendado para os elementos filtrantes é o polipropileno, pois trata-se de material
inerte e de boa resistência mecânica. A padronização do material dos elementos filtrantes foi uma
medida importante para os nossos sistemas de injeção, pois anteriormente até elementos em fibra de
celulose e de resina fenólica eram utilizados.

A fibra celulósica possui baixa resistência mecânica e, por isso, houve rompimento de cartuchos em
diversas plataformas da bacia. Além da baixa resistência mecânica, a celulose é substrato para
crescimento de microorganismos.

A resina fenólica não é indicada como material para elementos filtrantes ,pois ela é quebradiça e solta
muitos finos durante a filtração, gerando sólidos na água, principalmente nos primeiros momentos de
uso.

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Elemento
filtrante
Entrada

Saída

Figura 7.2 - Tipo de carcaça para uso de cartucho

Figura 7.3 - Filtros de cartucho do sistema de água de injeção da P-18

A etapa de filtração é de extrema importância para o reservatório, pois é nela que as partículas com
potencial de obstruir o reservatório devem ser removidas. Caso a filtração não seja bem feita, o
tamponamento (ou plugueamento), dos poros do reservatório ao redor do poço ocorrerá, com
conseqüente perda de injetividade.

A instalação dos elementos filtrantes é etapa fundamental para a garantia de uma boa filtração, pois
se houver algum elemento filtrante mal instalado, a eficiência do sistema de filtração cairá, podendo
deixar a água fora de especificação. Portanto, durante a instalação, deve-se garantir a perfeita
instalação de cada elemento, observando-se o perfeito encaixe das conexões inferior e superior no
cartucho.

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A figura 7.4 mostra como ocorre o tamponamento de um meio poroso. Nota-se que as partículas
maiores formam um reboco na parte externa da formação, enquanto que as partículas menores
migram para o interior do reservatório e também podem tamponar gargantas de poros através da
formação de pontes.

Figura 7.4 – Tamponamento de um meio poroso

Como mostra a figura abaixo, a variação do diferencial de pressão nos filtros é lenta no início da
vida útil dos cartuchos até atingir o ponto a partir do qual o diferencial de pressão sobe
rapidamente. Normalmente a plataforma já possui histórico do comportamento do diferencial de
pressão do filtro em função do tempo e já sabe qual é o tempo de campanha característico do seu
sistema de filtração.

O tempo de campanha (tempo de vida útil dos elementos filtrantes) e é definido principalmente
pela área de filtração e pela micragem do elemento filtrante. Quanto menor a área de filtração,
menor o tempo de campanha e quanto menor a micragem, menor o tempo de campanha. Assim,
durante a fase de projeto, deve-se tomar muito cuidado ao se especificar um sistema de filtração.

Para a obtenção de um tempo de campanha de aproximadamente 1 mês, deve-se usar uma taxa
de filtração de máxima de 130 m3/m2/dia, quando se usa cartuchos de profundidade de 5 micra.
Assim, para uma vazão de 24000 m3/dia de injeção, por exemplo, a área de filtração deveria ser
de pelo menos 24 000/130 = 185 m2. Esta taxa é válida somente para cartuchos de 5 micra de
profundidade e para a água com a qualidade da água captada nas plataformas. Para água do mar
de regiões próximas ao continente esta taxa não serve, pois a qualidade da água é outra,
principalmente em relação ao teor de sólidos suspensos, que é muito maior em uma água
litorânea.

Sazonalmente temos problemas de variação da qualidade da água do mar, que impacta os


nossos sistema de filtração, reduzindo o tempo de campanha e, desespecificando a água, caso o
sistema de vedação dos filtros não seja eficaz. No período em que a água do mar piora, o teor de
sólidos suspensos e a contagem de partículas aumenta muito, pois a água fica rica em matéria
orgânica proveniente das correntes frias do pólo sul ( região das Malvinas).

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Resposta típica de um filtro ao aumento


do diferencial de pressão

P

Delta P Inicial
Inicialcial
Tempo

Figura 7.5 – Variação típica do P em um filtro com o tempo.

7.2.9.1 Elementos filtrantes de classificação Nominal

Definição :

“ Um valor arbitrário em microns, determinado pelo fabricante do filtro, baseado na remoção de


uma determinada porcentagem de todas as partículas de determinado tamanho ou maiores.
Raramente é bem definido e não é passível de reprodução pelo usuário.”

Os filtros de classificação nominal possuem as seguintes características :

 Percentual de remoção em peso ( gravimétrico);


 Matriz porosa não fixa;
 Micragem arbitrária definida pelo fabricante;
 Resultados não reproduzíveis.

Os filtros de classificação nominal são os mais utilizados hoje na UN-BC, mas em função de sua
baixa eficiência, a tendência é de que sejam substituídos pelos de classificação absoluta.

Figura 7.4 - Comportamento do filtro nominal

“ O diâmetro da maior partícula esférica dura que passa através de um filtro específico sob
condições de teste é a indicação da maior abertura existente no elemento filtrante.”
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Nos filtros de classificação absoluta possuem as seguintes características:

 Percentual de remoção baseado em tamanho e quantidade de partículas;


 Matriz porosa fixa e estável;
 Diâmetro controlado dos poros;
 Definição absoluta de micragem.

Figura 7.6 – Comportamento do filtro absoluto

Para os filtros absolutos, define-se um fator denominado  da seguinte maneira :

x = Número de partículas de tamanho “ X” que entra no filtro/Número de partículas de tamanho


“X” que passam pelo filtro.

% remoção para partículas de tamanho “X” = (x – 1).100/ x

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Figura 7.7– Diferenças entre os filtros nominais e os absolutos

Normalmente a perda de carga máxima que os filtros nominais suportam é de cerca de 3 kgf/cm 2 .
Quando a perda de carga através do filtro atingir a 3 Kgf/cm 2, o conjunto deve ser retirado de
operação. Os elementos filtrantes usados devem ser retirados e descartados e em seu lugar devem
ser colocados cartuchos novos.

Existem sistemas de filtração com retrolavagem, utilizando elementos filtrantes e leitos mixtos. Essa
retrolavagem pode ser feita com a própria água de injeção ou com produtos químicos.

8. Produtos químicos

Ao longo do sistema de tratamento é prevista a dosagem de produtos químicos para auxiliarem nas
etapas do processo.

8.1. Hipoclorito de sódio

O hipoclorito de sódio é o biocida inorgânico mais amplamente usado em sistemas de injeção de


água. Normalmente ele é aplicado no trecho aerado do sistema ( antes da desaeradora) para
controle de crescimento de cracas nas caixas de mar/tubulão de captação e de bactérias na
desaeradora, na região dos recheios. A dosagem recomendada deve ser ajustada para que se
consiga um residual de 0,5 a 1,0 ppm de cloro livre na entrada da desaeradora.

A aplicação de hipoclorito em sistema de injeção de água é largamente utilizada em virtude do baixo


preço de aplicação do produto e de sua alta eficácia como bactericida. Baseado nas características

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de crescimento de organismos marinhos, foi determinado que a adição contínua de cloro ou


hipoclorito de sódio continuamente é mais eficaz do que a dosagem de choque. Foi observado que o
controle de crescimento de moluscos é mais eficaz quando se utiliza dosagem contínua, enquanto
que a dosagem de choque só foi eficaz no controle de crescimento de algas.

A cloração da água pode ser feita de diversas formas :

i) Tratamento direto com cloro ( Cl2);


ii) Tratamento com solução de hipoclorito de sódio;
iii) Gerador de Hipoclorito

Uma análise da química destes processos mostra que eles são muito similares nos efeitos, pois todos
dependem da fromação do ácido hipocloroso na solução, que é o principal agente esterilizante.

Quando adicionado à água, o cloro se hidrolisa para formar o ácido hipocloroso e o ácido clorídrico,
de acordo com a equação abaixo.

Cl2 + H2O  H+ + HOCl

O ácido hipocloroso então se hidrolisa para formar íons de hidrogênio e o íon hipoclorito:

HOCl  H+ + ClO-
8.2. Efeito do pH

O grau de ionização é dependente do pH. Para pH < 5, a forma Cl 2 é a única presente. Para pH >5,
HOCl e ClO- são as espécies presentes. As percentagens elativas são mostradas como função do pH
na figura abaixo.

Figura 6.1 - Efeito pH na concentração de equilíbrio do aciddo hipocloroso

A eficácia do cloro depende de que espécies estão presentes na solução e, portanto, do pH. O poder
bactericida de HOCl é muito maior do que do CLO- . Assim, quanto maior o pH , menor a eficácia de
uma dada quantidade de cloro. Para pH entre 8 e 9, no máximo 30 % do cloro estará presente sob a

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forma mais eficás que é o HOCl. Acima de pH 10, todo o cloro estará sob a forma de CLO -, que é a
forma menos eficaz como biocida.

A quantidade de cloro requerida no tratamento é função do tempo de contato com os


microorganismos e da temperatura, bem como do pH, como já foi dito anteriormante.

O teor de cloro residual (ou de cloro) é a quantidade total de cloro presente no sistema como Cl 2,
HOCl e OCl- . Nas plataformas da UN-BC a análise de teor de cloro livre é muito comum, e seu
resultado expressa a soma das espécies químicas acima descritas. O teor de clro livre recomendado
nos sistema de captação das plataformas é de 0,5-1,0 ppm, e o produto é injetado de forma contínua.

8.3. Demanda de cloro

Visto que o cloro é um forte agente oxidante, ele reage com vários materiais. Além das bactérias ele
reage também com outras formas de vida marinha, com algas, plânctons, moluscos, etc... Portanto é
necessário conhecer a quantidade de cloro necessária para a reação com outros materiais que não
as bactérias. A quantidade de cloro necessária para reagir com estes materiais é chamada de
demanda de cloro. Assim, a quantidade de cloro que deve ser injetada para matar bactérias é :

Cloro necessário para matar bactérias = Total de cloro injetado – Demanda de cloro

Nas plataformas, o residual de cloro para controle do crescimento de bactérias é de 0,5 – 1,0 ppm.

Algumas dos materiais que reagem com o cloro são :

1. íon ferroso

1 ppm de de cloro reage com 1,6 ppm de (Fe++) para o íon férrico (Fe+++) .

2. H2S

Cloro reage com H2S

4 Cl2 + 4 H2O + H2S ↔ H2SO4 + 8 HCl

3. Compostos orgânicos

Cloro reage com alguns inibidores de corrosão e alguns inibidores de incrustação

4. Bissulfito ou sulfito

Cloro reage com sulfitos ou com bissulfito, normalmente utilizados como sequestrante de
oxigênio nos sistema de injeção de água.

Isto significa que o uso de cloro é limitado se o teor de H2S ou íons ferrosos for muito alto. Em sistema
cujo material da linha de captação seja aço carbono, estamos mais sujeitos ao consumo do ferro por
íons ferroso.

Normalmente não se utiliza cloro quando se tem longas linhas em aço . Se a linha é muito longa, a
quantidade de cloro necessária para se obter um teor de 0,5-1,0 ppm no final da linha é muito grande,
já que o cloro reage com o aço. Isto pode resultar em um aumento da taxa de corrosão, bem como no
aumento do custo de tratamento.

Nas plataformas da UN-BC, normalmente o cloro é utilizado no trecho aerado, antes da desaeradora
e nos sistemas mais modernos estes trechos são em material inerte à corrosão por oxigênio ou por
cloro, como as ligas de cobre/níquel, FRP ( fiber reinforced plastic ), etc..

8.4. Compatibilidade

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A compatibilidade do cloro com outros produtos químicos usados nos sistemas de injeção deve ser
avaliada . No caso do sequestrante de oxigênio, como o cloro é injetado na captação, existe um
residual de cloro ainda após a desaeradora que irá reagir com o bissulfito no tanque de água
desaerada. Portanto, a quantidade de sequestrante de oxigênio injetada deve ser suficiente para
reagir com o oxigênio residual e também com o cloro.

8.5.Tratamento direto com cloro

O tratamento direto com cloro gasoso não é recomendado para plataformas por razões de segurança
e de logística. O cloro é um gás tóxico que é comercializado em cilindros pressurizados. Assim, para
seu nas plataformas, grandes quantidades de cilindros de cloro pressurizado teriam que ser
transportados e armazenados, além da necessidade de adoção de medidas de segurança severas.

8.6. Eletrólise de solução salina ( água do mar) na plataforma - Gerador de hipoclorito

O hipoclorito de sódio ( NaOCl ) pode ser produzido em águas contendo cloreto, como a água do mar.
A água do mar é passada através de uma célula eletrolítica especial chamada de gerador de
hipoclorito, que contém dois eletrodos :um anodo e um catodo. Uma corrente elétrica contínua flui do
anodo para o catodo através da água. Íons hidrogênio ( H+) são convertidos em gás hidrogênio(H2) no
catodo e íons cloreto são convertidos em íons OCL- no anodo, como mostra a figura 8.6 .

.
Figura 8.6 - Reações químicas em uma célula geradora de hipoclorito

Geradores de hipoclorito são comumente usados em sistemas de injeção de água em plataformas


para eliminar a necessidade de transporte e armazenamento de grandes quantidade de solução de
hipoclorito.

Outro fator que pesa a favor dos geradores de hipoclorito é que as soluções de hipoclorito fornecidas
em bombonas são muito instáveis e decresce ao longo do tempo e com o aumento da temperatura.
O hipoclorito de bombona na realidade é o cloro ( Cl 2), que é um gás, dissolvido em uma solução de
hidróxido de sódio ( NaOH). Portanto, a elevação da temperatura durante o armazenamento do
produto é suficiente para reduzir a solubilidade do cloro na solução e favorecer a liberação do gás,
reduzindo a concentração de hipoclorito na solução.

Cl2 + 2NaOH ↔ NaOCl + NaCl + H2O

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Normalmente as bombonas de hipoclorito contém cerca de 11 % de cloro quando são fabricadas.


Dependendo das condições de armazenamento e de transporte para as plataformas ( calor e
agitação), o teor de cloro pode ser reduzido a menos da metade da concentração original. Isto faz
com que a plataforma tenha um alto consumo do produto para conseguir obter o residual
recomendado de cloro livre no sistema.

9. Biocidas usados em sistema de injeção de água

A inibição ou letalidade de um agente antimicrobiano depende do seu modo de ação, que pode se enquadrar nas
seguintes categorias:

a) reação com a membrana celular, gerando aumento da permeabilidade celular


e levando à perda de constituintes celulares;

b) inativação de enzimas essenciais;

c) destruição ou inativação funcional do material genético (DNA e RNA).

Um biocida industrial é considerado multifuncional por atacar muitos sítios dentro de uma célula. Por exemplo, o
glutaraldeído ataca, além de proteínas, o peptideoglicano da parede celular e os ácidos teicóicos da célula.

Na figura 9.1 podem ser verificados os sítios de ação dos principais compostos biocidas.

Fig. 9.1 – Sítios de ação dos compostos biocidas (9) .

A resistência a antimicrobianos é um processo natural desenvolvido pela capacidade dos organismos se


adaptarem a uma nova condição ambiental. A resistência a drogas pode ser devido a um fator preexistente no
microrganismo, ou devido a um fator adquirido. Os tratamentos realizados em baixas concentrações de produtos
e intermitentes podem propiciar o aparecimento de gerações de microrganismos mais resistentes.

Alguns tratamentos biocidas, quando realizados por longos períodos, podem ter a sua eficiência reduzida devido
ao fato de as bactérias se tornarem resistentes. O desenvolvimento de resistência aos bactericidas à base de sais

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quaternários de amônio (QAT), hexahidro-1,3,5-trietil-s-triazina, tiocarbamatos e isotiazolonas apresenta-se


documentado.

A avaliação prévia de tratamentos biocidas em laboratório deve ser uma prioridade, visto que muitos produtos
podem, em situações de campo, incentivar o crescimento microbiano por fornecerem fontes de carbono ou
nitrogênio para os microrganismos existentes no sistema alvo.

Aldeídos, quaternários de amônio, aminas e THPS são exemplos comuns de biocidas orgânicos. Dos
biocidas orgânicos, os comumente utilizados nas plataformas são o THPS, glutaraldeído e os sais
quaternários de amônio. Sendo assim, centraremos nossa atenção nos estudo desses biocidas.

9.1.Sulfato de Tetrahidroximetil Fosfônio (THPS)

O THPS é um sal quaternário fosfônio de cadeia curta. Sua estrutura é a seguinte:

Segundo estudo recente, o THPS tem perfil ambiental surpreendentemente bom. Ele é, também, classificado
como prontamente biodegradável e sem potencial para a ocorrência de bioacumulação.

Um outro benefício ambiental é o fato de o THPS ser rapidamente oxidado no ambiente, a THPO (óxido de
trihidroximetilfosfina), que tem baixa toxicidade aquática e não é considerado como um agente causador de
danos ambientais. O THPO tem a seguinte estrutura química:

Ambos os compostos, o THPS e o THPO, são fotodegradados no ambiente. Com base nos dados de toxicidade
do THPS e do THPO considera-se que o THPS pode ter efeito ambiental menos drástico do que as outras bases
ativas biocidas normalmente utilizadas no combate aos microrganismos causadores da CIM. Segundo estudos
desenvolvidos pela Rhodia, o THPS age sobre a membrana da célula bacteriana causando a liberação de material
celular. Na figura 9.2 pode-se observar uma imagem de microscopia eletrônica de transmissão de células
bacterianas antes e após contato com THPS.

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Figura 9.2 - bactéria antes e após a ação do THPS


9.2. Glutaraldeído

Aldeídos são largamente usados como biocidas em sistemas de injeção de água. Aldeídos não são
bons para penetrar o biofilme e freqüentemente são misturados com tensoativos tais como o
quaternário de amônio para melhorar seu poder de penetração no biofilme e, com isso, fazer melhor
controle das bactérias sésseis.

O glutaraldeído é um ingrediente ativo de grande parte dos biocidas comerciais utilizados no controle de
bactérias e algas. O glutaraldeído é um composto acíclico
de cinco átomos de carbono, e os carbonos terminais são grupos funcionais aldeídos. Os grupos funcionais
aldeídos são agentes que reagem com os constituintes básicos de proteínas (por ex.:, os grupos –NH 2, -OH, -
COOH, e -SH) existentes na membrana, na parede celular, e no citoplasma da célula, desta forma destruindo o
organismo. O glutaraldeído é solúvel em água, e, também, possui semelhante densidade, porém, é insolúvel em
óleo; assim, em ambiente água/óleo, ele tem forte afinidade com a fase aquosa.

O glutaraldeído é formulado em concentração de até 50%, o máximo permitido pela legislação ambiental. As
formulações podem conter água, metanol ou isopropanol (ou uma combinação de todos). Os alcoóis são,
geralmente, adicionados para proteção contra congelamento durante sua armazenagem, mas pode também
incorporar capacidade de penetração. Alguns produtos têm de 2 a 5% de compostos quaternários de amônio
(QAT), o que promove aumento da atividade biocida sob certas condições.

Nas concentrações máximas permitidas, o glutaraldeído é classificado como corrosivo pelo Departamento de
Transporte dos Estados Unidos da América. A corrosividade do glutaraldeído tem causado preocupação quando
dosagens choque são aplicadas em pontos não facilmente acessíveis do sistema (ex: poços injetores, base de
tanques etc). Porém, em sistemas apresentando processos corrosivos devidos predominantemente a CIM, o uso
de glutaraldeído, em níveis recomendados, pode resultar em decréscimo da corrosão por meio do controle
microbiológico.

Outros dados sugerem que a corrosividade do glutaraldeído concentrado pode ser


negativa, em parte, devido à formação de uma estrutura polimérica sobre a superfície do metal exposto. O filme é
formado pela polimerização do glutaraldeído
catalisada pelo ferro livre resultante da corrosão inicial.

O glutaraldeído é incompatível com substâncias alcalinas ou com ácidos fortes. Em particular, é reativo com
amônia e substâncias contendo aminas. As aminas podem promover polimerização exotérmica do glutaraldeído.
Compostos quaternários de amônio são compatíveis com glutaraldeído; porém, alguns produtos à base de QAT
são formulados com outras aminas que tornam o produto incompatível. Assim, testes de compatibilidade devem
ser realizados antes de sua aplicação.

A forma mais simples para descarte de glutaraldeído é diluí-lo a níveis biodegradáveis, abaixo de 10 ppm. O
descarte diluído pode ser disposto em unidades de tratamento de água e esgoto ou, como alternativa, pode
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serbiodegradado no local pela descarga em água superficial de acordo com regulamentações aplicadas. Porém, se
a diluição ou a biodegradação não é viável,
soluções de até 10.000 ppm de glutaraldeído podem ser desativadas quimicamente pela elevação do pH para 11
ou mais. Onde a regulamentação ambiental local permite, o glutaraldeído pode ser atomizado com solvente
inflamável dentro de um incinerador. Sua combustão completa produz dióxido de carbono e água.

Até recentemente o glutaraldeído era utilizado como biocida de choque nos sistema de injeção de água na
dosagem de 420 ppm, 2 vezes por semana e durante 1 hora cada aplicação. Em virtude de sua relativa
volatilidade e emissão de vapores tóxicos, foi substituído pelo THPS.

9.3. Sais Quaternários de amônio

Os compostos de quaternário de amônio são comumente denominados de “ quats” e atuam como


detergente, removendo ou facilitando a remoção do biofilme de uma superfície.
Os sais quaternários de amônio (QUAT) são íons (NH 4+) com grupo alquil (hidrocarbonetos), com todos os
átomos de hidrogênio substituídos. Os QUAT constituem a classe dos compostos catiônicos (carregados
positivamente) que são usados em biocidas e inibidores de corrosão como um biocida. Atua sobre a membrana
celular como um detergente, dissolvendo lipídeos e causando perda de material celular vital. As propriedades
detergentes do QUAT fornecem uma ação adicional contra polissacarídeos (EPS) construídos pelo resultado da
colonização microbiana. Os biocidas contendo QUAT podem ser formulados com uma variedade de aditivos,
incluindo hidróxido de potássio (KOH), alcoóis e água. Como um inibidor de corrosão, o QUAT forma filme
protetor sobre as superfícies internas do sistema tratado, reduzindo assim a exposição do metal a agentes
oxidantes. A combinação das propriedades biocida e fílmica do QUAT provê uma opção estratégica contra a
CIM em tubulações e colunas de poços. Porém, sua eficácia depende dos níveis dosados e das condições locais.

Os sais quaternários de amônio são incompatíveis com agentes oxidantes fortes, tais como cloro, iodo, peróxidos,
cromatos, ácido nítrico, percloratos, oxigênio concentrado e permanganatos.

A maioria dos biocidas à base de QUAT é biodegradável em concentrações subletais e, assim, a desativação
química não é necessária. Porém, o QUAT pode ser retirado da água usando-se filtros de argilas naturais. Esta
propriedade de atração do QUAT para a argila permite que o efluente tratado seja considerado como não-tóxico
para despejo, caso nenhum outro composto tóxico estiver presente.

Na UN-BC, os sais quaternário de amônio são denominados biodispersantes e são aplicados após a desaeradora
na dosagem contínua de 5 ppm.

São produtos especificados para controlarem principalmente as bactérias anaeróbias, uma vez que
são dosados na parte desaerada do sistema. São dosados no tanque de água desaerada da
desaeradora ou na linha de saída deste equipamento.

Estas bactérias são responsáveis por pittings nas superfícies metálicas de equipamentos e
tubulações e geram H2S no sistema. Esse H2S, devido ao processo corrosivo, reage com o ferro
metálico, gerando sulfeto de ferro, que podem tamponar tubulações e também os poros da rocha
reservatório.

Outro sério problema associada a contaminação microbiológica é o “ souring “, ou seja, geração de


H2S no próprio reservatório, devido a adaptação desses microorganismo as condições de pressão e
temperatura da jazida.

Os biocidas utilizados atualmente são a bases de sais quaternários de amônio e glutaraldeido. O


primeiro é dosado continuamente, numa concentração de 5 ppm, já o segundo tem dosagem de
choque, 420 ppm, durante uma hora, duas vezes por semana.

10. Seqüestraste de oxigênio

É um forte agente redutor a base de bissulfito de sódio, responsável pela etapa de desaeração
química da água do mar. É injetado na parte inferior dos desaeradores, onde reage com o oxigênio
dissolvido reduzindo-o de 100 ppb para um máximo de 10 ppb.

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Deve-se adicionar este produto em excesso (em relação a quantidade estequiométrica), de forma a
se manter um residual de sulfito de 2 a 3 ppm no header de injeção.

Comercialmente o sequestrante de oxigênio é fornecido como uma solução aquosa contendo de 36 a


40 % de bissulfito de sódio catalizado por sais de cobalto ( CO++).

11. Inibidor de Incrustação

Produto a base de CO-POLIMERO ACRÍLICO, com finalidade de minimizar o choque de corrente do


desbalanceamento iônico existente entre a água de injeção e a água de formação, evitando que
sejam atingidos os produtos de solubilidade de determinados sais(carbonatos, bicarbonatos e
sulfatos), que podem precipitar e formar incrustações.

A aplicação do inibidor de incrustação só ocorre no início da injeção de água no reservatório, para


evitar que ocorre incrustação ao redor do poço injetor, com reflexos negativos sobre a injetividade do
poço.

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PRODUTOS QUÍMICOS UTILIZADOS NOS SISTEMAS DE INJEÇÃO DE ÁGUA NA UN-BC

ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO : 06/10/2003, CONTATO : JOÃO CARLOS ( ST/EIS, 13134, CHAVE


LM10)
Produto Químico Fornecedor Princípio ativo Função Dosagem
P O N T O D E A P L I C A Ç Ã O
Polibac TC Poland
Glutaraldeído a 50 % em água Jusante da desaeradora Biocida de choque 420 ppm/1h/2 vezes p/ semana
EC-6112 A Nalco

Preventol GA Bayer

Nipacid GT Clariant
Frongabac THPS Clariant THPS 75 % em água Biocida de choque 140 ppm/1h/2 vezes p/ semana
TOLCIDE PS 75 ( THPS) Baker jusante da desaeradora
Depende da eficiência da desaeradora. A
Polisol 40B Poland Bissulfito de sódio a 40 %, catalisado Sequestrante de oxigênio dosagem deve ser suficiente para zerar o
com sais de cobalto, em água oxigênio e manter um residual de bissulfito
Dearborn X-302 entre 2-3 ppm.
vaso de água desaerada da
desaeradora
Alfox C
Clariant
SEQUEST OS 40 BR
Sisbrax SQO40
Preventol R-50 Bayer
Sal quaternário de amônio a 50 % em jusante da desaeradora. nunca 5 ppm continuamente
Denvercide QT-50 Poland água injetar antes da desaeradora, Biodispersante
pois, por ser um tensoativo, gera
Dodigen 1611 Clariant espuma.

Bactol Q Clariant

Observação : Atentar para o fato de que o sequestrante de oxigênio deve ser injetado no tanque de água desaerada ( desaeradora) e o biocida de choque na saída da desaeradora. Como estes
produtos reagem entre si, o ponto de aplicação é importantíssimo. Se os produtos forem aplicados num mesmo ponto, o biocida de choque consumirá todo o sequestrante de oxigênio,
acarretando aumento na concentração de oxigênio durante a aplicação do biocida de choque.
Fórmula para o cálculo da vazão de injeção de produto químico:

Vazão de injeção água ( m3/h) x dosagem ( ppm)


Vazão de produto químico ( l/h) = -----------------------------------------------------------------------------
1000

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12. Bombas Principais de Injeção

São bombas centrífugas multiestágios, que succionam a água de pressões a baixas pressões e
elevam a sua pressão para os níveis necessários para a injeção nos poços ( 90 a 200 kgf/cm 2 ).
Essas bombas podem ser movidas por motor trifásico de indução elétrica ou por turbinas, a vapor ou
a gás. Existe controle que evita superaquecimento das bombas (resultante de baixa vazão), através
da recirculação de um fluxo mínimo de água.

Após este bombeamento, a água é coletada no header e é enviada para os poços de injeção.

13. Unidade de redução de sulfato

Quando temos incompatibilidade significativa entre a água de injeção e a água de formação, é


necessário a redução dos teores de sulfato na água a ser injetada, para prevenir a formação de
sólidos no reservatório, e principalmente incrustações nos poços produtores.

São equipamentos que utilizam a nanofiltração seletiva para os íons sulfato ( SO 4 ), através de
membranas que permitem a passagem de grande parte de todas as outras espécies químicas
presentes na água do mar e reduz a concentração do sulfato de 2800 mg/l para até 80 mg/l.

14. Reinjeção de água produzida

Devido a necessidade de se gerenciar grandes quantidades de água oleosa e a pressões dos órgãos
ambientais em relação ao descarte dessa água no mar, a Petrobras vem estudando formas de
reinjetar a água produzida. A reinjeção poderá ocorrer em reservatórios não produtores,
simplesmente para descarte, ou mesmo em reservatórios produtores com a finalidade de recuperação
secundária.

Essa operação já é realizada no Brasil na exploração “on shore“, e alguns projetos estão sendo
desenvolvidos na Bacia de Campos. A plataforma PPG-I iniciou o projeto de reinjeção de água
produzida este ano ( 2003 ).

No caso de se utilizar água oleosa como água de injeção, cuidado especial deve ser tomado em
relação ao teor de óleo e graxas (TOG), que possui um poder de tamponamento igual ou maior que
os sólidos em suspensão.

15. Controle de Qualidade da água Injetada

Para a verificação da qualidade da água injetada, são realizadas várias análises em amostras
coletadas no header de injeção. As análises realizadas são as seguintes :

Total de sólidos suspensos


Contagem de partículas
Teor de oxigênio
Teor de sulfetos
Teor de ferro
Bactérias redutoras de sulfato(BRS)
Bactérias anaeróbias totais
Filtrabilidade

Para a medição da qualidade da água injetada, foi criado o IQUAI (índice de qualificação global da
água de injeção). A definição deste índice encontra-se na figura abaixo:

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Tabela de especificação para água de injeção de diversos campos da bacia de campos

BR PETROBRAS UN-BC

Especificação da Qualidade da Água de Injeção na Bacia de Campos


Data de Atualização: 09/2002 - Data de Validade: 30/11/2004

Valor Máximo por Campo


Parâmetro Respons Pe- Unid
. so .
Especificado Pela AB/ BR CG CH/ CO CRT ESP GP MA MLL MLS MRL NA PG/ RO SA/ VD VL
Especif. ABL MLH CRP BJ

Plugueamento dos
Poços Injetores
Teor de Sólidos ATP/RES 2 mg/l 2,0 1,5 1,5 2,5 2,5 1,5 1,5 2,0 2,0 1,5 1,5 1,5 2,0 10,0 2,0 2,0 1,5 2,0
Suspensos
Teor de Óleo e Graxa ATP/RES 2 mg/l - - - - - - - - - - - - - 20,0 - - - -
(água produzida)
Núm. de Partíc. c/ Diâm. ATP/RES 2 n/ml 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 20 10 10 10 10 10
X=5 X=5 X=5 X=10 X=10 X=5 X=5 X=5 X=5 X=5 X=5 X=5 X=5 X=5 X=5 X=10 X=5 X=5
Maior que “X” micras
por ml
Corrosão
Teor de O2 Dissolvido ST/EIS 1 ppb 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10

Teor de Sulfetos ST/EIS 1 ppm 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 10 2 2 2 2


Solúveis
Bactérias (BRS planctônicas ST/EIS 1 NMP 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50
– mesófilas e termófilas *) /ml
Bactérias Anaeróbicas ST/EIS 1 NMP 5000 5000 5000 5000 5000 5000 5000 5000 5000 5000 5000 5000 5000 5000 5000 5000 5000 5000
Totais (BANHT planctônicas) /ml

OBS.: * Bactérias termófilas somente nos casos de água produzida.

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Referência Bibliográfica

1. Manual de Água de Injeção

2. Nunes, N.V. et Al – Qualidade de água de injeção – Apostila

3. Thomas, J.E. et Al – Fundamentos de engenharia de Petróleo, 2001

4. Engefiltro/Pall – Filtração de fluidos, São Paulo, 2001

5. Souza Filho, J.E.- Tratamento de água para injeção em campos de Petróleo,


Apostila, Serec/Cen-nor.

6. Patton, C.C. – Injection Water Applied, Campbell Pet Series, 1985,

7. Penna, M.O.- Seleção de Pacotes de tratamento para sistemas de injeção de


água do mar, RT BIO Número 007/2003, 2003.

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