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Instituto Politécnico Industrial de Luanda

Área de Formação de Química


Curso de Química Industrial

PROPOSTA DE TRATAMENTO TERCIÁRIO DE EFLUENTES DA REFINARIA DE


PETRÓLEO UTILIZANDO CASCA DE NOZ

Nome: Nº:
Sílvio Muginga Manuel 21
Suzeth Vunge da Silva 22

Orientador:
Prof. Mauro Ivan Mendes

Luanda 20 de Abril de 2022


SUMÁRIO
INTRODUÇÃO

• A água é o recurso de maior abundância no planeta e um factor limitante, pois todos os seres vivos
dependem dela para sua sobrevivência;
• Uma das maiores actividades geradora de resíduos é o refino de petróleo, além de vir carregada de
óleo ela também contém sais, enxofre,compostos orgânicos, partículas sólidas e outros
componentes que causam mudança no ecossistema aquático.
• A água na refinaria é utilizada em todo processo, desde a destilação primária até aos tratamentos
finais; na Refinaria de Luanda o efluente oleoso provém das Unidades de Processo, da área da
Movimentação de Produtos onde estão localizados os reservatórios de óleo e produtos acabados,
incluindo os slots e da própria central térmica (unidade que fornece água à unidade de processos).
• Esse efluente é tratado na refinaria passando por três separadores, por meio de tratamento físico e
químico, no final do processo espera-se alcançar a meta diária de descarte de água com um teor de
óleo de 32 ppm.
JUSTIFICATIVA

• Durante estes últimos anos a ONU e outras entidades mundiais vêm nos alertando quanto a
necessidade de se preservar os recursos hídricos, pois estima-se que daqui a mais alguns anos o
planeta sofrerá com uma escassez de tal recurso, que vale salientar ser muito importante para os
seres vivos. Com vista a isso o presente trabalho vem apresentar uma forma de minimizar tal
impacto ambiental, propondo um método de tratamento terciário de baixo custo com fim de se
reutilizar o efluente gerado no processo de refino do petróleo.
PROBLEMA

• Como minimizar os impactos negativos que os efluentes líquidos têm no ambiente e saúde
pública?
HIPÓTESE

• Adoptando-se um sistema de tratamento por adsorção à fim de que o teor de contaminantes desses
efluentes seja baixo, possibilitando assim o reúso ou o descarte dos mesmos.
OBJECTIVOS

Objectivo Geral
Propor um sistema de tratamento por adsorção utilizando
casca de noz para diminuir o teor de contaminantes dos
efluentes.
Objectivos Específicos
 Identificar os principais pontos de geração dos
efluentes.
 Identificar os contaminantes do efluente.
 Avaliar as propriedades adsortivas da casca de noz.
 Avaliar o tempo de equilíbrio e a capacidade de
adsorção da casca de noz segundo parâmetros de DQO,
COD.
CAP.I-REVISÃO DA LITERATURA
1.1 PETRÓLEO
O petróleo bruto constitue uma mistura complexa de carbono e hidrogénio,chamados de
hidrocarbonetos, além de pequenas quantidades de nitrogénio, oxigénio e enxofre. É uma
substância oleosa,com cheiro característico, com cor variando entre o negro e o castanho-
claro,com densidade menor que da água e inflamável.

Segundo Neto(2004),os óleos classificam-se em classes específicas,em função de seus


constituintes,aspectos geológicos e tipos de produtos a produzir,logo,temos as seguintes classes
de petróleo:
• Parafínica: Óleos com baixa viscosidade e características de fluidez e leveza.
• Parafínico- naftênica: Os óleos com densidade e viscosidade superiores à classe parafafínica, possuindo
baixo teor de enxofre.
• Naftênica: Óleos que apresentam propriedades mescladas entre a classe parafínica e a parafínico-
naftênica; possuem baixo teor de enxofre.
• Aromática: Óleos de elevada densidade por possuírem até 30% de asfaltenos em sua estrutura,
caracterizando-se como óleos pesados.
O petróleo pode ainda ser caracterizado pelo grau de densidade API (ºAPI) do American
Petroleum Institute,como sendo:
 Petróleos Leves: acima de 30º API (< 0,72 g/ cm3)
 Petróleos Médios: entre 21 e 30º API
 Petróleos Pesados: abaixo de 21º API (> 0,92 g/cm3)
Segundo teor de enxofre,tem a seguinte classificação:
 Petróleos “Doces” (sweet): teor de enxofre < 0,5 % de sua massa
 Petróleos “Ácidos” (sour): teor de enxofre > 0,5 % em massa
 Praticamente todos os óleos têm gravidade específica menor que 1. Processos de intemperismo podem
alterar as propriedades do óleo tornando-o mais denso provocando seu afundamento na água.
Outras grandezas também definem o petróleo,entre elas citam-se:
Volatilidade: é caracterizada pela destilação;
Viscosidade: é a resistência ao fluxo;
Fluidez: é a temperatura abaixo da qual o óleo não fluirá;
Tensão superficial: é a força de atracção entre as moléculas de superfície de um líquido;
Flash point:”: temperatura em que os vapores de um produto irão ignizar quando em contato com uma
fonte de ignição;
Solubilidade: processo em que uma substância pode dissolver em um dado soluto.
1.2 A INDÚSTRIA DO PETRÓLEO
Segundo Neto,et al.,(2004) o ciclo de vida do petróleo se categoriza pelos seguintes segmentos
conforme ilustra a figrua abaixo:
IMPORTÂNCIA DAS REFINARIAS
O petróleo quando é extraído do solo tem pouquíssimas aplicações.
O processamento do petróleo bruto nas refinarias é para produzir produtos de forma a aproveitar
ao máximo o seu potencial energético, logo as refinarias são importantes porque é nela em que
são separadas as diversas fracções do óleo.

OBJECTIVO DO REFINARIA DO PETRÓLEO


Uma refinaria de petróleo, ao ser planejada e construída, pode destinar-se a dois objectivos
básicos (Abadie, 2002):

 O primeiro objectivo destina-se à produção de combustíveis e matérias-primas petroquímicas;

 Por sua vez, o segundo objectivo é a produção de lubrificantes básicos e parafinas.


PROCESSOS DE REFINAÇÃO DO PETRÓELEO
O refino do petróleo consiste numa série de operações pelas quais passa o óleo cru para a obtenção
dos seus derivados que são os produtos de maior interesse comercial.
Segundo Abadie (2002), os processos em uma refinaria podem ser classificados em quatro
grandes grupos:

 Processos de separação: são sempre de natureza física e têm por objectivo desdobrar o petróleo
em suas fracções básicas;

 Processos de conversão: são sempre de natureza química e visam transformar uma fracção em
outra , ou alterar sua constituição molecular, de forma a melhorar sua qualidade, valorizando-a;

 Processos de tratamento: têm por finalidade principal eliminar as impurezas que, estando
presentes nas fracções, possam comprometer suas qualidades finais;

 Processos auxiliares: são aqueles que se destinam a fornecer insumos à operação dos outros
anteriormente citados, ou a tratar rejeitos desses mesmos processos.
ETAPAS DE REFINO DO PETRÓLEO
Destilação atmosférica
A separação do petróleo ocorre em
diferentes temperaturas de acordo
com os pontos de ebulição das
substâncias. A figura a seguir ilustra
o processo de destilação.
Destilação a vácuo
A destilação a vácuo funciona como
uma segunda destilação, e ocorre em
pressão inferior da atmosférica. A
diminuição da pressão faz com que as
substâncias com maior cadeia carbónica
entrem em ebulição com temperatura
mais baixa.

A figura a seguir mostra como ocorre a


destilação a vácuo:
Craqueamento Do Petróleo
Os resíduos restantes são submetidos ao craqueamento para um aproveitamento quase integral do petróleo, por
meio da pirólise ou craqueamento, que corresponde a quebra de moléculas maiores e transformação em
moléculas menores

C12H26(l) → C8H18(l) + 2C2H4(l) (2)

Querosene Gasolina Eteno

O processo, além da gasolina ser obtida no refino é também gerado uma matéria-prima,

o eteno (C2H4), utilizada nas indústrias petroquímicas para a fabricação de plástico.


Reforma Catalítica
Esse processo químico permite que a cadeia carbónica seja reestruturada sem que o número de
carbonos seja alterado. Os hidrocarbonetos de cadeia normal são transformados em hidrocarbonetos
ramificados, cíclicos e aromáticos com o uso de catalisadores apropriados e sob aquecimento.
Ex.:
Obtenção De Hidrocarboneto Ramificado

Isomerização do heptano em 2-metil-


hexano

Obtenção De Hidrocarboneto
Cíclico
Processos De Tratamento
1.2.4 Consumo De Água Nas Refinarias
A quantidade de água utilizada pelas refinarias depende dos processos envolvidos. Nas refinarias a água
pode ser tanto matéria prima, fluído de transporte, fluido de arrefecimento ou refrigeração ou nos
processos de limpeza dos equipamentos.

Sua aplicação primordial é nas caldeiras e na produção de combustível de petróleo durante o


processamento e resfriamento.
1.3 Principais Processos E Efluentes Gerados
Os principais processos de refinação do petróleo e
efluentes gerados são descritos na tabela a seguir:

Efluentes provenientes dos principais processos de refinação do Petróleo


Processo Efluente do processo
  Vazão:7,9 L/Bbl

Dessalinização do Petróleo Cru Óleo, H2S, fenol, altos níveis de sólidos


em suspensão, sólidos dissolvidos, alta
DBO, alta temperatura

  Vazão:98,4 L/Bbl

Destilação atmosférica Óleo, H2S, NH3, sólidos em suspensão,


cloretos, marcaptanos, fenol, pH
elevado.

Destilação à vácuo _
Craqueamento térmico/ visco- Vazão: 7,6 L/Bbl
redução
Óleo, H2S, NH3, sólidos em suspensão,
fenol, alto pH, DBO, DQO.
1.3.2 Característisca Do Efluente E Seus Efeitos
As características desses efluentes dependem muito da
matéria-prima a utilizar e o tipo de processo.

Características dos Efluentes das Refinarias de Petróleo


Parâmetros Limites

Mínimo Máximo

Temperatura ºC 22 41
pH 6,2 10,6
DBO (mg/L) 17 280
DQO (mg/L) 140 3.340
Sulfetos (mg/L) 0,0 38
Dureza com CaCO3 (mg/L) 139 510
Alcalinidade com CaCO3 (mg/L) 77 356
Óleo (mg/L) 23 200
Fósforo (mg/L) 0,0 97
NH3 (mg/ L com N) 0,0 120
Cloretos (mg/L) 19 1.080
Sulfatos (mg/L) 0,0 182
1.4 Tratamento De Efluentes

Tratar efluentes consiste em remover as impurezas


físicas, químicas, biológicas e organismos patogénicos
dos efluentes; tendo como objectivo a adequação a uma
qualidade desejada ou ao padrão de qualidade vigente.
.
Para este efeito os processos de tratamento classificam-
se em 3 etapas:
• Tratamento primário
• Tratamento secundário
• Tratamento terciário

.
1.5 Processo De Adsorção
Processo em que moléculas são retidas na superfície de uma substancia. Considerada
uma etapa de polimento final.
Dependendo da natureza das forcas envolvidas ela pode ser classificada em duas partes:
• Adsorção física
• Adsorção química
1.5.1 O Adsorvente

Um adsorvente é uma superfície sólida insolúvel, distinguem-se nos


meios porosos. Tem como fator da propriedade adsortiva a sua estrutura
microporosa (Diâmetro).
1.5.2 Isotermas De Adsorção

Este mostra a quantidade de um determinado soluto adsorvido por uma


superfície adsorvente, em função da concentração de equilíbrio do soluto
por meios matemáticos .
1.5.2.1 Isoterma De Langmuir Onde:

Qe: massa do adsorvato adsorvida por unida de massa do


adsorvente (m/g)

Ce: a concentração, no equilíbrio do adsorvato em


solução depois da adsorção
 

Qmx: Constante empírica que indica a capacidade de


Ou adsorção na monocamada (m/g)

(4) b: Constante relacionada a energia livre de adsorção


Onde:

Qe: quantidade do
1.5.2.3 Isoterma De Freundlich adsovato por unidade de
adsorvente (m/g ou
mol/g)
(5)
Ce: a concentração do
Ou adsorvato no equilíbrio
(mg/l ou mol/l)
(6) K e n: coeficientes a
serem determinados
 
empiricamente
Cap- II- METODOLOGIA
2.1 A Refinaria De Luanda
2.4 Equipamentos

Estes equipamentos são bem conhecidos por efetuar analises para águas industriais,
água potável, efluentes domésticos e industriais e bem como por medições de cor por
transmitância e refletância.

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