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03/02/2023 16:57 Descomplica | Combustíveis Fósseis E Derivados De Petróleo

Introdução aos Derivados de Petróleo

O refino e os métodos de separação

O refino de petróleo é uma série de operações que visam


separar o petróleo,  que tem uma composição rica e complexa,
em correntes de constituintes, chamados  derivados de maior valor
agregado como a gasolina, o diesel e o GLP. As unidades  industriais que
possuem esses conjuntos de processos são chamadas refinarias,  cujos
arranjos de equipamentos variam de acordo com os produtos desejados
assim  como com o petróleo a ser refinado.

O refino é dividido em 4 tipos de operações básicas: separação,


conversão,  tratamento e processos auxiliares, conforme mostra a Tab. 1.

A separação baseia-se nas diferenças de características físico-químicas,


tais  quais ponto de ebulição, solubilidade e afinidade com certo solvente.
Apesar de um

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O esquema de refino entre diferentes refinarias pode variar bastante, a


destilação,  processo mais importante, está sempre presente, visando
separar o óleo bruto em  suas frações básicas tais como nafta, gás
combustível e gasóleo atmosférico, por  exemplo. Essas frações básicas
são encaminhadas posteriormente para tratamentos adicionais visando a
extração dos produtos finais de interesse do  mercado. Os processos de
conversão (reações químicas) alteram a estrutura dos  hidrocarbonetos e
podem recuperar produtos cuja separação física já não tem  viabilidade,
como transformando resíduos pesados em frações mais leves, dentre 
outras possibilidades. Quanto mais pesado o petróleo, mais resíduos
pesados. Esses  processos podem ser realizados termicamente ou
cataliticamente. Essas unidades  aumentam significativamente a
complexidade do custo da refinaria. Para o  enquadramento dos derivados
é necessário, ainda, a utilização das unidades voltadas  ao tratamento do
produto gerado devido a impurezas, por exemplo, como no caso do 
enxofre normalmente presente nas correntes de diesel que precisa ser
reduzido a um  valor mínimo antes do armazenamento. Já os processos
auxiliares visam o  tratamento dos contaminantes removidos nos
processos e a geração de utilidades  para os demais tratamentos (e. g. H2
para o hidrotratamento).

O layout das refinarias, como dito, varia tanto em função do petróleo que
ela  recebe, se leve ou pesado, se rico em enxofre ou CO2 e etc., quanto
em função dos  produtos que ela gera. Naturalmente, em função disso
variam também o preço do  empreendimento tal como a complexidade do
arranjo. Uma unidade importante  presente na maior parte das refinarias
moderna e que substituiu muitas outras  unidades de craqueamento
térmico é a UFCC (Unidade de Craqueamento Catalítico em leito
Fluidizado) e apesar de aumentar sensivelmente o valor dos produtos da 
refinaria, seu investimento é de 2,5 a 4 vezes o da unidade de destilação
atmosférica.

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Os processos de separação física mais importantes são:

• Destilação: consiste na separação das frações dos hidrocarbonetos de 


acordo com os diferentes pontos de ebulição. É realizada por 
equipamentos específicos conhecidos como torre ou coluna de 
destilação. A destilação atmosférica recebe diretamente o óleo cru e 
sempre está presente em uma refinaria. Já a destilação a vácuo ocorre 
em uma coluna que opera em pressão manométrica negativa separando 
o resíduo da destilação atmosférica (RAT). Essas torres apresentam 
internos conhecidos como pratos, bandejas que promovem a troca
de energia e massa entre o vapor e o líquido descendente, ou recheios, 
peças que podem ser dispostas aleatoriamente ou em pacotes que têm  o
mesmo objetivo dos pratos. O uso de um ou outro interno depende do 
projeto da coluna e de fatores como viscosidade do óleo, queda de 
pressão disponível para a coluna, corrosividade, entre outros. Na Fig.  2
um desenho esquemático apresenta a destilação atmosférica e as 
frações básicas nas quais ela separa o óleo. Um esquema da coluna de 
destilação a vácuo é mostrado na sequência.

Fig. 2 – Unidade de destilação atmosférica e a


vácuo

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• Desasfaltação: utiliza solvente para extrair um óleo de alta


viscosidade  do resíduo de vácuo da destilação (RV). O óleo
desasfaltado (ODES) é  utilizado na fabricação de lubrificantes.

• Desparafinação: utiliza solvente para extrair hidrocarbonetos 


parafínicos, diminuindo assim, sua presença em frações que
originam óleos lubrificantes. Essas parafinas aumentam o ponto de
fluidez do  óleo. Esta unidade é sem dúvidas a mais custosa na
produção de  lubrificantes.

Os processos de conversão térmica foram importantes no início da


indústria para aumentar a rentabilidade uma vez que convertem resíduos
pesados em produtos  leves. Porém, atualmente processos térmicos
como Craqueamento Térmico e  Viscorredução foram gradualmente
substituídos pela UFCC. Destaca-se, no entanto, um processo térmico
utilizado para aumentar a produção de diesel:

• Coqueamento retardado (UCR): a unidade de coqueamento


retardado  (UCR) transforma resíduo de vácuo em produtos mais
leves como  GLP, Nafta e óleo diesel além de seu mais importante
produto, o  coque verde de petróleo (CVP). É chamado retardado
porque a formação de coque acontece nos tambores de coque e não
no forno.  O CVP é matéria-prima importante para a produção de
eletrodos e  como combustível de cimenteiras e siderúrgicas.

Os processos de conversão catalítica são os processos de refino em que


as  reações químicas ocorrem na presença de um catalisador. Os
catalisadores são  substâncias que aumentam a velocidade da reação
desejada transformando frações  pesadas em derivados mais nobres(e. g.
naftas e GLP).

• Craqueamento Catalítico em leito Fluidizado (UFCC): Utiliza um 


catalisador muito fino que se comporta como fluido ao ser aerado.
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Os  produtos estão apresentados na Fig. 3. É o principal processo


para a  produção da gasolina.

Fig. 3 – UFCC

• Hidrocaqueamento Catalítico (HCC): dos processos mais antigos


do  refino, conhecido desde a década de 20, tornou-se quase
obrigatório nas  refinarias modernas. É muito versátil podendo tanto
cargas como naftas  como gasóleo pesados fornecendo frações que
compõem a gasolina com  a possibilidade de maximizar certo
produto de interesse.

Adicionalmente, os produtos apresentam baixos teores de 


contaminantes. Opera em altas temperaturas e pressões usando 
hidrogênio, craqueando moléculas pesadas e as hidrogenando ao 
mesmo tempo. Como desvantagem é a unidade mais cara, tendo custo 
de 4,5 a 7,4 vezes o custo da unidade de destilação atmosférica.

• Alquilação Catalítica: utilizada para produzir gasolina de alta


octanagem  a partir de GLP usando catalisador de ácido fluorídrico
(HF).

• Reforma catalítica: utilizada para produzir gasolina de alta


octanagem  ou aromáticos (benzeno, tolueno e xileno) a partir de
nafta usando  catalisador de metal nobre (platina e rênio).

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Atividade extra

“O que há por trás da venda de refinarias da Petrobras” – Coluna de


Macelo Gauto  na agência de notícias epbr de 17 de abril de 2021.
Disponível em:  https://epbr.com.br/o-que-ha-por-tras-da-venda-das-
refinarias-da-petrobras/

“Um ensaio sobre refino, combustíveis e a falácia da concorrência” –


Deyvid Bacelar no site Poder360 em 28 de março de 2021. Disponível
em:

https://www.poder360.com.br/opiniao/economia/um-ensaio-sobre-refino-
combustiveis-e-a-falacia-da-concorrencia-por-deyvid-bacelar/

Referência Bibliográfica

BRASIL, N. Í.; ARAÚJO, M. A. S., SOUSA, E. C. M. Processamento de


Petróleo e  Gás. 1ª Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011.

FARAH, M. A. O petróleo e seus derivados. Rio de Janeiro: LTC, 2012. 


FAHIM, M.

A., TAHER, A. A., ELKILANI, A. S. Introdução ao Refino de Petróleo.


2ªEd.  Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. 

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