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03/02/2023 09:15 Descomplica | Combustíveis Fósseis E Derivados De Petróleo

Combustíveis fósseis e seus aspectos


importantes

C ombustíveis fósseis e seus aspectos importantes

A definição clássica de combustível é um material que entra em


contato com  comburente (p. ex. O2) participe de uma reação
química, chamada combustão,  originando grandes quantidades de calor
e luz, ou seja, é uma reação exotérmica. A  reação de combustão é
espontânea e como a maioria das reações exotérmicas (mas  não todas),
uma vez iniciada ela só se extinguirá quando todo combustível e
combustível for consumido.

Cabe ressaltar que a combustão é uma reação química que ocorre em


fase  gasosa, e dessa forma, é importante definir a temperatura mínima na
qual os  combustíveis líquidos ou sólidos começam a desprender vapores
que possibilitem a  ocorrência da combustão: Ponto de Fulgor (Flash
Point) é a temperatura mínima na  qual os combustíveis líquidos e sólidos
começam a desprender vapores inflamáveis, mas retirada a fonte da
ignição a reação cessa; Ponto de Combustão (Fire Point) é  a
temperatura mínima na qual irá ocorrer a combustão propriamente dita, e
mesmo  retirada a fonte de ignição, a reação contínua; e Ponto de
Ignição (Ignition Temperatura) é temperatura mínima na qual a reação
de combustão pode ocorrer  mesmo sem que haja uma fonte externa de
ignição.

Adicionalmente, a relação de concentração combustível/oxigênio deve


estar  entre o Limite Inferior de Inflamabilidade e Limite Superior de

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Inflamabilidade,  para aquele determinado combustível para que a


reação de queima seja completa.

A medida da energia de um combustível fóssil é dada pelo Poder


Calorífico  Superior (PCS) ou Inferior (PCI). Esses valores são tabelados e
a diferença entre eles  é o estado físico da água após a queima. O PCS
considera que toda a água foi  condensada, enquanto no PCI a água é
considerada em estado vapor.

Os combustíveis fósseis são resultado da decomposição por eras


geológicas de material orgânico soterrado, sujeito a calor, pressão, baixa
concentração de  oxigênio e na presença de bactérias. Sendo os
principais: o carvão mineral, o petróleo  e o gás natural.

O carvão mineral é em sua maior parte composto por carbono (entre 55%
e  98%), mas também apresenta de oxigênio, hidrogênio, enxofre e
cinzas. Na idade  média, o carvão era utilizado no aquecimento e cocção,
porém o odor da queima  deixava o ar com péssima qualidade e ele foi
proibido. No entanto, por ser abundante  na Europa no séc. XVIII, foi o
combustível da I Revolução Industrial. O primeiro  protótipo de máquina a
vapor de T. Savery foi idealizado para drenar água das minas  de carvão.
Ainda hoje, ele é responsável por quase mais de 1/4 da energia gerada
no  mundo, porém com o advento do motor a combustão perdeu espaço
para o petróleo.

Há registros arqueológicos do petróleo na antiguidade (do latim petra


“pedra”,  oleum “óleo”, "óleo de pedra”), era usado para fins bélicos, de
construção, calefação  e na medicina, além de ser citado na bíblia. Era
conhecido como asfalto, betume, nafta  da pérsia, lama e resina. A
primeira moderna perfuração para produção ocorreu em  Baku, capital do
Azerbaijão em 1848. Em 1859, com a perfuração do primeiro poço 
ocidental na Pensilvânia por Edwin Drake nasce a indústria do petróleo

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americana. O  mercado buscava por lubrificantes sintéticos, mais


eficientes e mais baratos do que o  óleo de baleia para a crescente
mecanização. Em 1870, surge a Standard Oil  Company, do magnata do
petróleo John D. Rockefeller, considerado o homem mais  rico da história
moderna. O uso dos derivados do petróleo para geração de energia e 
transporte torna-o o combustível mais usado na atualidade, compondo
cerca de 1/3  da matriz mundial (Fig. 1).

Há registros de 600 a.c. da produção de gás natural na China, usado


como  combustível para evaporação da água do mar e salmouras para
obtenção de sal. Ele  também era "encantado" por tubulações de bambu e
levado a centros consumidores.  No oriente médio, os campos produtores
eram chamados de “chamas eternas” e  templos eram erguidos nesses
locais, como o templo Ateshgah, em Baku. O  primeiro poço comercial de
gás do ocidente foi perfurado em 1821 por William Hart, na  Pensilvânia,
que ainda hoje é considerado o “pai do gás natural”. No séc. XIX, o  gás
teve uso na iluminação, mas seu transporte aos centros era dificultoso.
Com a  invenção do bico de Bunsen, que possibilita a mistura adequada
de combustível e  combustível, tornou-se mais voltado ao aquecimento e
à cocção. Porém, por muito  tempo foi produzido como produto
indesejável dos poços de petróleo, devido ao seu  baixo valor. Somente
na década de 50, com o aperfeiçoamento do material dos  gasodutos,
passou novamente a ser considerado como combustível de interesse
 comercial. Atualmente, o gás natural é a segunda fonte energética mais
utilizada na  produção de eletricidade no Brasil.

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Fig. 1: Matriz energética mundial no ano base de


2019.

A matriz energética primária do mundo é baseada em mais de 84% de 


combustíveis fósseis (Fig. 1). A maior parte desse consumo está no
hemisfério norte  com os países mais industrializados. 

Conforme o Balanço Energético Nacional de 2020 (BEN, 2020), a matriz 


energética nacional é composta de mais de 50% de combustíveis fósseis,
porém  apenas pouco mais de 5% de carvão. O maior consumo brasileiro
consiste no petróleo  e seus derivados, muito devido ao seu extenso
modal rodoviário.

Já a matriz elétrica brasileira é composta de mais de 80% de fontes


renováveis,  sendo considerado um exemplo mundial na área. Devido a
isso, o Brasil foi convidado  a presidir o Diálogo de Alto Nível das Nações
Unidas sobre Energia, no qual será o  país líder no tema da Transição
Energética. 

Apesar de muito se debater a respeito da poluição atmosférica devido ao


uso  dos combustíveis fósseis, eles impactam o ambiente em toda a sua
cadeia produtiva.  Na produção, por exemplo, o acidente da plataforma
DeepWater Horizon no Golfo  do México, operada pela BP, é considerado
o maior desastre ambiental da história  dos EUA. Devido a uma séria de
falhas humanas e técnicas, essa plataforma explodiu  e afundou em 22 de
abril de 2010, deixando 11 trabalhadores mortos, R$ 238 bilhões  de
prejuízo e um impacto ambiental que ainda não pode ser totalmente
medido após  o poço vazar por 3 meses aproximadamente 5 milhões de
barris de óleo no mar. Na  produção de gás de folhelho, o método de
fratura hidráulica ou fracking pode  contaminar o lençol freático de forma
irrecuperável, como mostra o documentário  “GasLand” de 2010. A

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mineração de carvão tem como maior passivo ambiental a  drenagem


ácida, que altera as características do solo da região.

Há ainda alguns combustíveis fósseis não convencionais, de menor


expressão,  são eles: o Shale Gas, e Shale Oil e o Oil Sands. Ressalta-se
aqui que o Shale Gas  é erroneamente traduzido como gás de xisto,
quando é correto é gás de folhelho,  assim como o Shale Oil é o óleo de
xisto ou de xisto pirobetuminoso.

O gás de folhelho é o gás natural que se encontra preso nos interstícios


da  rocha sedimentar. O Brasil é a 10ª reserva mundial, sendo a China o
1ª e os EUA o  maior produtor. Na sua obtenção utiliza-se a fratura
hidráulica (“fracking”), que  consiste em perfurar verticalmente até a rocha
e depois horizontalmente através dela.  Em seguida, injeta-se água,
produtos químicos e areia à alta pressão, causando  fraturas na rocha. O
gás liberado é então escoado pelo poço. O gás de folhelho  revolucionou
a indústria do petróleo nos EUA, porém esse mercado tem sofrido 
enormes perdas tanto devido aos preços baixos por causa da pandemia
de COVID 19 quanto ao esforço da OPEP de frear a produção americana.

O óleo de folhelho, ou “óleo de xisto” é encontrado como: “xisto


betuminoso” – óleo de folhelho que se encontra aprisionado na rocha.
Nesse caso, os  hidrocarbonetos que compõem o betume são fluidos – ou
“xisto pirobetuminoso” – apresenta de 7 a 25% de o material combustível
que está na forma sólida e é  conhecido como querogênio. Apresenta
cerca de 30% de enxofre. Quando aquecido a altas temperaturas, produz
óleo, gás e água, deixando um resíduo sólido rico em  carbono.

Por fim, Oil Sands ou areias betuminosas é uma mistura de areia, água e 
betume (óleo muito pesado) e seu processo visa separar e purificar o
betume extraído.  São encontradas principalmente em Alberta, no

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Canadá. De todos os combustíveis,  é aquele que apresenta maior


potencial de impacto ambiental.
 

Atividade extra

Documentário especial do History Channel “A História do Petróleo”, vídeo


1.  Disponível em:

http://unipeg1.blogspot.com/2010/08/documentario-historia-do-petroleo-
do.html

Documentário sobre o fracking “GasLand” de 2010 (vencedor do prêmio


de Júri  Especial do festival de Sundance), disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=k3eYX7LaLLg

Para conhecer melhor o desastre do golfo do México:

Filme “Horizonte Profundo: Desastre no Golfo” de 2016, dirigido por Peter


Berg.

Referência Bibliográfica

https://aulas.descomplica.com.br/pos/pos-graduacao-em-geracao-e-uso-da-energia/turma/combustiveis-fosseis-e-derivados-de-petroleo/aula/asp… 6/8
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BRASIL, N. Í. Introdução à Engenharia Química. 3ª ed. p. 322. Rio de


Janeiro: Ed.  Interciência, 2013.

RIBEIRO, F. 2003. Impacto do Gás Natural nas Emissões de Gases de


Efeito Estufa:  O Caso do Município do Rio De Janeiro. Dissertação –
Programa de Planejamento  Energético, COPPE/UFRJ. Rio de Janeiro,
2003.

Balanço Energético Nacional - BEN, EPE, 2020. Disponível em: 


https://www.epe.gov.br/pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/balanco
energetico-nacional-2020/

CO2 Emissions. Our World in Data, 2020. Disponível em: 


https://ourworldindata.org/co2-emissions

 
 

Atividade extra

Documentário especial do History Channel “A História do Petróleo”, vídeo


1.  Disponível em:

http://unipeg1.blogspot.com/2010/08/documentario-historia-do-petroleo-
do.html

Documentário sobre o fracking “GasLand” de 2010 (vencedor do prêmio


de Júri  Especial do festival de Sundance), disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=k3eYX7LaLLg

https://aulas.descomplica.com.br/pos/pos-graduacao-em-geracao-e-uso-da-energia/turma/combustiveis-fosseis-e-derivados-de-petroleo/aula/asp… 7/8
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Para conhecer melhor o desastre do golfo do México:

Filme “Horizonte Profundo: Desastre no Golfo” de 2016, dirigido por Peter


Berg.

Referência Bibliográfica

BRASIL, N. Í. Introdução à Engenharia Química. 3ª ed. p. 322. Rio de


Janeiro: Ed.  Interciência, 2013.

RIBEIRO, F. 2003. Impacto do Gás Natural nas Emissões de Gases de


Efeito Estufa:  O Caso do Município do Rio De Janeiro. Dissertação –
Programa de Planejamento  Energético, COPPE/UFRJ. Rio de Janeiro,
2003.

Balanço Energético Nacional - BEN, EPE, 2020. Disponível


em:  http://https://www.epe.gov.br/pt/publicacoes-dados-
abertos/publicacoes/balanco energetico-nacional-2020/

CO2 Emissions. Our World in Data, 2020. Disponível


em:  https://ourworldindata.org/co2-emissions

https://aulas.descomplica.com.br/pos/pos-graduacao-em-geracao-e-uso-da-energia/turma/combustiveis-fosseis-e-derivados-de-petroleo/aula/asp… 8/8

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