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19/01/2023 14:42 Descomplica | Ergonomia

Histórico e Objetivos da Ergonomia

R evolução Industrial
Considero significativo iniciarmos os processos de análise e
reconhecimento de riscos com base histórica, a qual irá de forma
mais aprofundada nos proporcionar maior possibilidade de
contextualização e reforço dos argumentos técnicos do engenheiro de
segurança do trabalho, que com base teórica, terá como formatar
raciocínios lógicos e fundamentados. A  Revolução Industrial  foi o
período de grande desenvolvimento tecnológico que teve início na
Inglaterra a partir da segunda metade do século XVIII e que se espalhou
pelo mundo causando grandes transformações. A Revolução Industrial
garantiu o surgimento da indústria e consolidou o processo de formação
do capitalismo.
É fato que o nascimento da indústria causou grandes mudanças na
economia mundial, assim como o próprio nome diz, “revolução” é um
grande movimento que causa transfomações drásticas no estilo de vida
da humanidade.  A Revolução Industrial acelerou a produção de
mercadorias muito em virtude das necessidades de desenvolvimento e a
exploração dos recursos da natureza. Além disso, a Revolução Industrial
foi responsável por grandes transformações no  processo  produtivo  e
nas relações de trabalho.
Gerou grandes transformações no modo de produção de insumos.
Outrora antes do surgimento da indústria, a produção acontecia
pelo modo de produção manufatureiro, isto é, um modo de produção
manual que utilizava a capacidade artesanal daquele que produzia, sendo
considerado um processo lento que não atendia a demanda que por
vezes demonstrava-se crescente e emergencial. Assim, a manufatura foi 1

substituída pela maquinofatura.

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Concluiu-se que com a maquinofatura não seria mais necessário a


utilização de vários trabalhadores artesãos para produzir uma mercadoria,
entendia-se que uma pessoa manuseando as máquinas conseguiria fazer
boa parte do processo sozinha. Com isso, o  salário  do trabalhador  se
desvalorizou ainda mais, uma vez que não eram mais necessários tantos
funcionários com habilidades manuais; estes foram um dos maiores
impactos ocorridos durante a revolução industrial que forçou a sociedade
local a aderir ao conceito maquinofatureiro em nova realidade para os
trabalhadores.
     
Acidentes na Indústria
Com o avanço da industrialização dos processos, a desvalorização
dos trabalhos manuais tornou-se mais evidente o exodo dos artesãos de
zonas rurais obrigando-os a buscar oportunidades nas grandes cidades
onde poucas industrias da época eram instaladas. A excasses de
emprego obrigou os trabalhadores a lidar com várias situações de risco
como por exemplo: carga de trabalho excessiva. Nas indústrias inglesas
do período da Revolução Industrial, a  jornada  diária  de trabalho
costumava ser de até 16 horas com apenas 30 minutos para o almoço o
que evidencia a inexistência de legislações que fossem aplicadas de
maneira a preservar a saúde e a integridade dos trabalhadores. Os
trabalhadores que não suportassem a jornada eram sumariamente
substituídos por outros, como simples peças de reposição impondo o
entendimento que o homem deveria acompanhar o mesmo ritmo imposto
por máquinas e equipamentos. 
Não havia nenhum tipo de segurança para os trabalhadores e
constantemente acidentes aconteciam. O acidente mais comum era
quando os trabalhadores tinham seus dedos presos na máquina e muitos
os perdiam. Certamente motivados por vários fatores, como fadiga, ruído
intenso, desconforto térmico, postura inadequada de trabalho entre outros
fatores relevantes quanto a condições mínimas de segurança no
ambiente de trabalho. Os trabalhadores que se afastavam motivados por
acidente ou saúde poderiam ser desligados e não eram pagos. Só eram

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pagos os funcionários que trabalhavam efetivamente sem ausências;


essa desumanidade favoreceu um certo pensamento capitalista, focado
única e exclusivamente em produção, não levando em consideração as
condições de vida das pessoas.
Essa situação degradante fez com que os trabalhadores
mobilizassem-se pouco a pouco contra seus patrões. Isso levou à criação
das  organizações de trabalhadores  (mais conhecidas
como  sindicatos),  e chamadas na Inglaterra de  trade  union.  As
organizações exigiam melhorias nas condições de trabalho, adequações
salariais e redução na jornada de trabalho. Favoreceram dois grandes
movimentos de trabalhadores: o ludismo e o cartismo.
• O ludismo teve uma atuação radical no período entre 1811 e 1816 e
sua orientação consistia em invadir as fábricas e destruir as máquinas.
Isso acontecia porque os líderes do movimento afirmavam que as
máquinas estavam tirando os empregos dos homens e, por esta razão,
deveriam ser destruídas. O que na ocasião gerou grandes conflitos
(Figura 1).
• Já o movimento cartista, surgiu na década de 1830 e lutava por direitos
do trabalhador e políticos para a classe de trabalhadores da Inglaterra.
As principais exigências dos líderes cartistas era o direito de que todos
os homens pudessem votar. Os líderes cartistas também exigiam que
sua classe tivesse representatividade no Parlamento inglês, podendo
assim ter representatividade. 

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História da Ergonomia                                                                

O objetivo da psicologia do trabalho não se resume apenas à


produtividade, à quantidade de produção de cada indivíduo, mas ao nível
de qualidade do trabalho de forma abrangente, em que os trabalhadores
possam se influenciar mutuamente para além da execução de tarefas.
Para que essas influências recíprocas se deem positivamente – para o
bem da empresa, dos trabalhadores e da sociedade, é necessário que os
envolvidos nessas relações saibam da importância de seus papéis. Essa
consciência precisa gerar não somente um comportamento adequado,
livre de falsificações e distorções, mas também ativar comportamentos de
superação de seus papéis, comportamentos não prescritos pelos papéis
determinados.

Outro setor que pode contribuir muito é a área de Recursos Humanos,


principalmente no processo de seleção, onde, com as ferramentas
apropriadas, pode identificar com razoável grau de certeza, características
psicológicas que podem causar acidentes em determinadas funções.

Psicologiaocupacional e a prevenção de acidentes

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Muito antes da formalização da ergonomia como disciplina e o surgimento


do termo “ergonomia” no Séc XVIII, temos exemplos da criação de
ferramentas a partir de pedaços de pedra para melhorar a atividade da
caça, tornando-a mais eficaz e confortável para o caçador. Estas
adaptações se deram no período pré-histórico e de certa forma, mostram
um aspecto importante da ação ergonômica: Adaptar o trabalho ao
homem.

A formação histórica da Ergonomia Os primeiros estudos sobre as


relações entre homem e o trabalho se perdem na origem dos tempos: em
termos arqueológicos, é possível demonstrar que os utensílios de pedra
lascada se miniaturizaram, num processo de melhoria de
manuseabilidade e que teve por resultados produtivo, o ganho de
eficiência na caça e coleta. O ganho de eficiência no processo de caça
permitiu uma nova forma de divisão do trabalho podendo as mulheres se
ocuparem melhor dos bebês e com isso reduzindo a mortalidade infantil
(Meirelles, Comunicação pessoal). Existem também no Museu do Louvre
papiros egípcios que denotam recomendações de natureza ergonômica
para a construção de utensílios de construção civil, assim como desenhos
de arranjos organizacionais para o canteiro de obras de pirâmides. Em
seu sentido clássico, a Ergonomia buscou primeiramente entender os
fatores humanos pertinentes ao projeto de instrumentos de trabalho,
ferramentas e outros apretrechos típicos da atividade humana em
ambiente profissional. Mais adiante buscou-se entender, tabelar, organizar
dados sobre os fatores humanos que deveriam ser considerados não
apenas para os instrumentos, mas para os projetos de sistemas de
trabalho, como as linhas de montagem, as salas de controle, os postos de
direção de máquinas (cockpits) e assim por diante. No seu sentido mais
contemporâneo se busca entender os determinantes de uma atividade de
trabalho através de contribuições num sentido ainda mais amplo, que

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incluem a organização do trabalho e os softwares, procedimentos e


estratégias operatórias.

Referência Bibliográfica

HOBSBAWM, Eric J. A Era das Revoluções 1789-1848. Rio de Janeiro:


Paz e Terra, 2014, p. 59.
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/revolucao-industrial.htm

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