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GINEAD
Brand, Aniele Fischer
SST Unidade 1 - Contexto histórico da Segurança e Saúde no
Trabalho / Aniele Fischer Brand
Ano: 2020
nº de p.: 19
Objetivos específicos
• Abordar o surgimento da Segurança e Saúde no Trabalho no âmbito mundial
e no Brasil;
• Analisar os impactos da Revolução Industrial na segurança e saúde no tra-
balho.
• Apresentar entidades importantes para a segurança no trabalho e saúde
ocupacional.
Apresentando a unidade
Bem-vindos, caro(a)s aluno(a)s! Estamos no início da disciplina Segurança no
Trabalho. Você já refletiu sobre como eram as condições de trabalho antigamente?
Será que sempre houve uma preocupação com o trabalhador, sua saúde e suas
condições de trabalho? Antes de aprofundarmos os conceitos principais na
atualidade, nesta primeira unidade, convidamos você a conhecer o contexto
histórico do surgimento da segurança e saúde no trabalho e compreender de que
forma a Revolução Industrial impactou este tema. Bons estudos!
Tópicos de Estudo
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Quando se fala em trabalho humano, os conceitos são diversificados e evoluem
com o passar do tempo. Se considerarmos, por exemplo, já na pré-história, quando
o homem saía para caçar, podemos perceber o trabalho nesta ação.
Saiba mais
Você pode aprofundar seus conhecimentos em relação ao conceito
de trabalho com autores como Karl Marx e Adam Smith.
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Figura 1.2: O trabalho escravo.
Esse livro era um tratado sobre doenças ocupacionais em que diversas ocupações
e as respectivas medidas que deveriam ser tomadas no sentido de diminuir os
perigos à saúde dos trabalhadores. Esta obra foi considerada pioneira e serviu
como base para o desenvolvimento da medicina ocupacional.
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Saiba mais
Para acessar o resumo e comentário da obra “De Morbis
Arti icum Diatriba”, Acesse:
<https://www.trabalhosgratuitos.com/Exatas/Inform%C3%A1tica/
RESUMO-E-COMENT%C3%81RIOS-SOBRE-O-LIVRO-AS-DOEN%C3%
87AS-551527.html
Outro fato apresentado por Chimirci e Oliveira (2016) é que nessa época
disseminou-se na sociedade europeia a crença que as doenças ocupacionais
causavam perdas de produtividade e, consequentemente, de dinheiro. Visto que o
potencial máximo de produtividade do trabalhador só pode ser alcançado quando
este goza de saúde e vigor, os empregadores passaram a valorizar a manutenção
da saúde e a prevenção de doenças ocupacionais, com a finalidade de manter
os trabalhadores produtivos o quanto fosse possível, evitando, assim, perda de
produtividade e dinheiro.
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Figura 1.3: O trabalho artesanal.
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Podemos perceber, então, que com a Revolução Industrial os trabalhadores
perdem o controle sobre o processo produtivo. Se antes para sobreviver o indivíduo
utilizava-se da própria terra, tinha contato direto com a matéria prima, produzia
do início ao fim o produto, na produção industrial ele passa ser apenas parte de
um processo e empregado de outra pessoa. Este fato muda a relação de trabalho
existente na Europa.
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controle sobre a segurança no desempenho das atividades ou a carga horária de
trabalho e descanso. Essas condições precárias que esgotavam o trabalhador,
muitas vezes os levavam ao alcoolismo, prostituição e criminalidade, além
da mortalidade ser consideravelmente alta em alguns segmentos industriais
(CHIMIRCI; OLIVEIRA, 2016).
Maximiano (2006) afirma que as condições de trabalho dessa época nas fábricas
eram rudes e os trabalhadores ficavam totalmente à disposição do industrial e
capitalista. Chegavam a trabalhar 14 horas por dia, não podiam reclamar dos
salários, dos horários de trabalho, do barulho e da sujeira nas fábricas.
Curiosidade
Cercear: cortar pela raiz, restringir; impor limites. Fonte: <https://
www.dicio.com.br/cercear/>
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trabalho noturno, obrigava os empregadores a lavar as fábricas e tornava a
ventilação obrigatória.
Reflita
Leia o artigo disponível no link: <http://tools.folha.com.br/
print?site=emcimadahora&url=http://www1.folha.uol.com.
br/ciencia/2016/12/1840573-ossos-podem-revelar-como-
industrializacao-afetou-saude-humana.shtml> e reflita como
a Revolução Industrial pode ter afetado, em termos da saúde
humana e doenças ocupacionais, a vida das pessoas da época e
nas nossas atuais.
Segundo Chimirci e Oliveira (2016), um estudo liderado pelo doutor Oswaldo Cruz,
no início do século XX, entre 1907 e 1912, durante a construção da ferrovia Madeira-
Mamoré, demonstrou os primeiros casos de doenças infecciosas relacionadas ao
trabalho.
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Assim como ocorrera na Europa no século anterior, as pressões dos movimentos
sociais e trabalhistas, bem como as denúncias dos trabalhadores, levaram a
publicação de legislações voltadas à proteção do trabalhador.
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total ou parcial, da capacidade para o trabalho. Em 1938, este órgão se transforma
em Serviço de Higiene do Trabalho e, em 1942, passa denominar-se Divisão de
Higiene e Segurança do trabalho.
Por meio do Decreto-Lei n°5.452 de 1943 fica aprovada a Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT). Com um capítulo específico sobre Higiene e Segurança do Trabalho,
a CLT traz em seus artigos elementos que dizem respeito, por exemplo, à iluminação
adequada, ao conforto térmico, ventilação, ao fornecimento de equipamentos
individuais de proteção à incolumidade do trabalhador, tais como: óculos, luvas,
máscaras, aventais, calçados, capuzes, agasalhos apropriados, etc., dentre outros.
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Saiba mais
Para ampliar seus conhecimentos a cerca destas legislações
consulte diretamente os links:
Portanto, é possível observarmos que diversas medidas legais foram surgindo com
o passar do tempo para que o trabalhador pudesse estar assegurado no seu local
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de trabalho. No entanto, é preciso ficar atento para que as regulamentações sejam
cumpridas.
Reflita
Você assume diariamente um comportamento seguro em todas
as suas atividades profissionais?
Fundacentro
A Fundacentro é uma autarquia ligada ao Ministério do Trabalho e Emprego. Foi
criada oficialmente em 1966 em virtude da preocupação do governo e da sociedade
com os altos índices de acidentes e doenças do trabalho. A oficialização de sua
criação se deu durante o Congresso Nacional de Prevenção de Acidentes, realizado
em São Paulo.
Conforme exposto eu seu site oficial, em sua fase inicial foram realizados
os primeiros estudos e pesquisas no País sobre os efeitos de inseticidas
organoclorados na saúde; da bissinose, doença ocupacional respiratória que atinge
trabalhadores do setor de fiação, expostos a poeira de algodão e juta; sobre as
consequências das vibrações e ruídos em trabalhadores que operam marteletes;
sobre o teor da sílica nos ambientes de trabalho na indústria cerâmica e ainda sobre
os riscos da exposição ocupacional ao chumbo. Desenvolveu também estudos
sobre as Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho - DORT (à época
chamada de lesões por Esforços Repetitivos - LER).
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De acordo com a Fundacentro (2017), a entidade dispõe de uma rede de
laboratórios em segurança, higiene e saúde no trabalho e de uma das bibliotecas
especializadas mais completas. Seus profissionais, formados em diversas áreas,
possuem três atividades principais:
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No Brasil, a OIT é representada desde a década de 1950. Além de promover
permanentemente as Normas Internacionais do trabalho, do emprego, da melhoria
das condições de trabalho e da ampliação da proteção social, essa agência apoia
o esforço nacional de promoção do trabalho decente em diversas áreas, como:
combate ao trabalho forçado, ao trabalho infantil e ao tráfico de pessoas para
fins de exploração sexual e comercial. Também procura promover a igualdade de
oportunidades e de tratamento de gênero e raça no trabalho, além de promover o
trabalho decente para jovens.
Segundo Chirmici e Oliveira (2016), a importância deste instituto para o Brasil está
na produção de conhecimento e publicação dos padrões e metodologias para
avaliação, amostragem e análise de agentes e substâncias químicas. Além disto,
oferece parâmetros a serem seguidos nas avaliações ocupacionais. A Associação
Brasileira de Higienistas Ocupacionais disponibilizou em parceria com a Vale em
seu site, a tradução do Manual de Estratégia de Amostragem, publicado pelo NIOSH.
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No Brasil e em muitos países os limites de tolerância a diversos riscos ocupacionais
estabelecidos por essa associação são bem respeitados e recebem grande
importância. No Brasil, por exemplo, a legislação determina que na ausência de
limites estipulados pelas NRs vigentes, devem ser utilizados os limites estipulados
pela ACGHI.
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Saiba mais
Você pode aprofundar seus conhecimentos em relação a estas
entidades acessando os links:
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Referências
CATTANI, A. D. (Org.). Dicionário crítico sobre trabalho e tecnologia. 4. ed.
Petrópolis: Vozes, 2002.
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