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Segurança do

Trabalho
A Segurança do Trabalho é a ciência que atua na
prevenção dos acidentes do trabalho decorrentes
dos fatores de riscos ocupacionais.
Nos locais de trabalho existem inúmeras situações
de risco passíveis de provocar acidentes do
trabalho.
A Segurança do Trabalho é definida por normas e
leis.
Este curso te como missão ensinar medidas
técnicas, médicas e educacionais, empregadas
para prevenir acidentes, eliminando condições
inseguras no ambiente de trabalho com a
implantação de novas práticas.
O curso contém ainda um capítulo relacionado
com primeiros socorros de urgência.
Introdução
• Segurança do trabalho: é um conjunto de
ciências e tecnologias que tem objetivo de
promover a proteção do trabalhador visando à
redução de acidentes de trabalho e doenças
ocupacionais. Ela é uma área de engenharia e
de medicina no trabalho, cujo objetivo é
identificar, avaliar e controlar situações de risco,
proporcionando um ambiente de trabalho mais
seguro e saudável para as pessoas.
História da Segurança do Trabalho
• Muito embora o trabalho organizado no mundo
civilizado tenha surgido a milhares de anos,
verifica-se contudo que ao longo da história
parece não ter havido uma organização e
preocupação maior das nações e povos
daquelas épocas, com os aspectos referentes à
segurança de todos estes trabalhadores
anônimos e desconhecidos que empenharam-se
em promover toda a construção do nosso
Mundo Civilizado.
• Nos séculos XVIII e XIX, ocorreram importantes
eventos que culminaram com o surgimento da
consagrada Revolução Industrial, a qual,
apoiando-se na evolução decorrente do advento
de novas tecnologias, (como por exemplo, as
máquinas a vapor, os motores de combustão
interna e os motores elétricos, além das
máquinas de tecelagem e diversas outras),
imprimiu um desenvolvimento acelerado da
tecnologia em nossa civilização, modernizando
e modificando todo o mundo.
• Entretanto todo este desenvolvimento
tecnológico não se fez acompanhar do
correspondente desenvolvimento social,
ocasionando desequilíbrios, além do
agravamento da situação social.
• Em parte devido principalmente ao
deslocamento em massa das populações e
trabalhadores que moviam-se do trabalho na
agricultura e no campo para o trabalho nas
diversas Indústrias que surgiram, tais como, as
Indústrias de tecelagem, confecções, de bebidas
e alimentícias, de veículos de transporte
terrestre e naval, indústrias químicas e
metalúrgicas, construções e etc.
• Nesta época consequentemente as condições
de trabalho tornaram-se em larga escala
bastante inseguras e precárias.
• Contudo, apesar de não faltarem exemplos das
deploráveis condições de trabalho que existiam
nas épocas passadas, como também as que
ainda ocorrem na época atual, pois apesar de
avanços tecnológicos e sociais alcançados,
continuam a ocorrer casos de displicência,
abusos e situações ilegais relativas ao Trabalho
como provam as estatísticas de acidentes do
trabalho, há uma conscientização crescente
quanto ao benefício da adoção de medidas de
proteção ao trabalhador.
• Prevencionismo e sua evolução
• O início da Revolução Industrial permitiu a
organização das primeiras fábricas modernas, a
extinção das fábricas artesanais e o fim da
escravatura, significando uma revolução
econômica, social e moral.
• Porém, foi com o surgimento das primeiras
indústrias que os acidentes de trabalho e as
doenças profissionais se alastraram, tomando
proporções alarmantes.
• Os acidentes de trabalho e as doenças eram,
em grande parte, provocados por substâncias e
ambientes inadequados, dadas as condições
subumanas em que as atividades fabris se
desenvolviam, e grande era o número de
doentes e mutilados.
• Apesar de apresentar algumas melhoras com o
surgimento dos trabalhadores especializados e
mais treinados para manusear equipamentos
complexos, que necessitavam cuidados
especiais para garantir maior proteção e melhor
qualidade, esta situação ainda perdurou até a
Primeira Guerra Mundial.
• Até esta data apenas algumas tentativas
isoladas para controlar os acidentes e doenças
ocupacionais haviam sido feitas. A partir de sua
real constatação surgem as primeiras tentativas
científicas de proteção ao trabalhador, com
esforços voltados ao estudo das doenças, das
condições ambientais, do layout de máquinas,
equipamentos e instalações, bem como das
proteções necessárias para evitar a ocorrência
de acidentes e incapacidades.
• Durante a Segunda Grande Guerra, o
movimento prevencionista realmente toma
forma, pois foi quando pôde-se perceber que a
capacidade industrial dos países em luta seria o
ponto crucial para determinar o vencedor,
capacidade esta, mais facilmente adquirida com
um maior número de trabalhadores em
produção ativa.
• A partir daí, a Higiene e Segurança do Trabalho
transformou-se, definitivamente, numa função
importante nos processos produtivos e enquanto
nos países desenvolvidos este conceito já é
popularizado, os países em desenvolvimento
lutam para implantá-lo.
• Nos países da América Latina, a exemplo da
Revolução Industrial, a preocupação com os
acidentes do trabalho e doenças ocupacionais
também ocorreu mais tardiamente, sendo que
no Brasil os primeiros passos surgem no início
da década de 30 sem grandes resultados, tendo
sido inclusive apontado na década de 70 como o
campeão em acidentes do trabalho.
• Apesar disto, pode-se dizer que atualmente nós,
latino-americanos, evoluímos muito neste
campo.
• A problemática econômica, sócio-econômica,
humana, psicológica tem tal magnitude que se
pode afirmar que um país em vias de
desenvolvimento só sairá deste estágio com
sucesso, se os acidentes e doenças do trabalho
estiverem sob controle.
• Sob o aspecto humano, a preservação da
integridade física é um direito de todo o
trabalhador, pois a incapacidade permanente
para o trabalho poderá transformá-lo num
inválido, com a conseqüente perda para a
nação.
Cronológica destacam-se os seguintes
acontecimentos de relevância no que se refere ao
tema da Segurança do Trabalho:
• 1911: Começa-se a implementar com maior
amplitude o tratamento médico industrial;
• 1919: Fundação da Organização Internacional do
Trabalho - OIT, em Genebra, na Suíça.
• Nesta época o Comitê da OIT estabelecido em
Genebra na Suíça, estudando as condições de
trabalho e vida dos trabalhadores no mundo,
tornou obrigatória a constituição de Comissões,
compostas de representantes do empregador e
dos empregados, com o objetivo de zelar pela
prevenção dos acidentes do trabalho, quando as
empresas tivessem 25 ou mais empregados.
• No Brasil simultaneamente surge a primeira Lei
sobre Acidentes do Trabalho, a de nº 3.724 de
15 de janeiro de 1919.
• 1921: A Organização Internacional do Trabalho –
OIT organizou um Comitê para o Estudo de
Assuntos referentes a Segurança e a Higiene no
Trabalho.
• 1934: Tempos depois, em 10 de julho de 1934 foi
promulgada a segunda Lei de Acidentes do
Trabalho através do Decreto n o 24.637
• 1943: Criação da Consolidação das Leis do
Trabalho – CLT
• 1944: Oficialmente instituída a criação da CIPA -
Comissão Interna Para Prevenção de Acidentes,
no Brasil: Getúlio Vargas, 21 anos após a
recomendação feita pela OIT, promulgou em
10.11.1944, o Decreto –Lei n o 7.036 , fixando a
obrigatoriedade da criação de Comitês de
Segurança em Empresas que tivessem 100 ou
mais empregados. O decreto acima ficou
conhecido como Nova Lei de Prevenção de
Acidentes.
• 1953: Em 27.11.1953 a Portaria 155 oficializava
a sigla CIPA – Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes.
• 1967: Em 26.02.1967 , no Governo do
Presidente Costa e Silva, o Decreto-Lei n o 229
modificou o texto do Capítulo V , título II , da CLT,
o qual dispunha de assuntos de Segurança e de
Higiene no Trabalho.
Com esta modificação, o artigo 164 da CLT que
tratava de assuntos referentes a CIPA foi alterado
e ficou conforme o seguinte texto:
• Art. 164 – As empresas que, a critério da autoridade
competente em matéria de Segurança e Higiene no
Trabalho, estiverem enquadradas em condições
estabelecidas nas normas expedidas pelo Departamento
Nacional de Segurança e Higiene do Trabalho, deverão
manter obrigatoriamente, o Serviço Especializado em
Segurança e em Higiene do Trabalho e constituir
Comissões Internas de Prevenção de Acidentes –
CIPAs.
§ 1. 0 O Departamento Nacional de Segurança e Higiene
do Trabalho definirá as características do pessoal
especializado em Segurança e Higiene do Trabalho,
quanto as atribuições , à qualificação e a proporção
relacionada ao número de empregados das empresas
compreendidas no presente artigo.
§ 2. 0 As Comissões Internas de Prevenção de Acidentes
(CIPAS) serão compostas de representantes de
empregadores e empregados e funcionarão segundo
normas fixadas pelo Departamento Nacional de Segurança
e Higiene do Trabalho.
• 1968: Portaria 3.456: - Em 29 de novembro de
1968, a Portaria 3.456 reduziu o número de 100
para 50 empregados como o limite em que
torna-se obrigatório a criação das CIPAs em cada
Empresa.
Impacto dos Acidentes e Doenças de Trabalho
• Por que devemos prevenir os acidentes e
doenças decorrentes do trabalho?
• Sob todos os aspectos em que possam ser
analisados, os acidentes e doenças decorrentes
do trabalho apresentam fatores extremamente
negativos para a empresa, para o trabalhador
acidentado e para a sociedade.
• Anualmente, as altas taxas de acidentes e
doenças registradas pelas estatísticas oficiais
expõem os elevados custos e prejuízos
humanos, sociais e econômicos que custam
muito para o País, considerando apenas os
dados do trabalho formal.
• O somatório das perdas, muitas delas
irreparáveis, é avaliado e determinado
levando-se em consideração os danos causados
à integridade física e mental do trabalhador, os
prejuízos da empresa e os demais custos
resultantes para a sociedade.
•Danos causados ao trabalhador
•As estatísticas da Previdência Social, que
registram os acidentes e doenças decorrentes do
trabalho, revelam uma enorme quantidade de
pessoas prematuramente mortas ou incapacitadas
para o trabalho.
• Os trabalhadores que sobrevivem a esses
infortúnios são também atingidos por danos que
se materializam em:
• sofrimento físico e mental;
• cirurgias e remédios;
• próteses e assistência médica;
• fisioterapia e assistência psicológica;
• dependência de terceiros para
acompanhamento e locomoção;
• diminuição do poder aquisitivo;
• desamparo à família;
• estigmatização do acidentado;
• desemprego;
• marginalização;
• depressão e traumas.
• Prejuízos da empresa
• As micro e pequenas empresas são fortemente
atingidas pelas conseqüências dos acidentes e
doenças, apesar de nem sempre os seus
dirigentes perceberem este fato.
• O custo total de um acidente é dado pela soma
de duas parcelas: uma refere-se ao custo direto
(ou custo segurado), a exemplo do recolhimento
mensal feito à Previdência Social, para
pagamento do seguro contra acidentes do
trabalho, visando a garantir uma das
modalidades de benefícios estabelecidos na
legislação previdenciária.
• A outra parcela refere-se ao custo indireto (custo
não segurado). Estudos informam que a relação
entre os custos segurados e os não segurados é
de 1 para 4, ou seja, para cada real gasto com
os custos segurados, são gastos 4 com os
custos não segurados.
•Os custos não segurados impactam a empresa
principalmente nos seguintes itens:

•salário dos quinze primeiros dias após o acidente;


•transporte e assistência médica de urgência;
•paralisação de setor, máquinas e equipamentos;
•comoção coletiva ou do grupo de trabalho;
• interrupção da produção;
• prejuízos ao conceito e à imagem da empresa;
• destruição de máquina, veículo ou equipamento;
• danificação de produtos, matéria-prima e outros
insumos;
• embargo ou interdição fiscal;
• investigação de causas e correção da situação;
• pagamento de horas-extras;
• atrasos no cronograma de produção e entrega;
• cobertura de licenças médicas;
• treinamento de substituto;
• aumento do prêmio de seguro;
• multas e encargos contratuais;
• perícia trabalhista, civil ou criminal;
• indenizações e honorários legais; e
• elevação de preços dos produtos e serviços.
• Custos resultantes para a sociedade
• As estatísticas informam que os acidentes
atingem, principalmente, pessoas na faixa etária
dos 20 aos 30 anos, justamente quando estão
em plena condição física.
• Muitas vezes, esses jovens trabalhadores, que
sustentam suas famílias com seu trabalho,
desfalcam as empresas e oneram a sociedade,
pois passam a necessitar de:
• socorro e medicação de urgência;
• intervenções cirúrgicas;
• mais leitos nos hospitais;
• maior apoio da família e da comunidade; e
benefícios previdenciários.
• Isso, consequentemente, prejudica o
desenvolvimento do País, provocando:
• redução da população economicamente ativa;
• aumento da taxação securitária; e
• aumento de impostos e taxas.
• É importante ressaltar que, apesar de todos os
cálculos, o valor da vida humana não pode ser
matematizado, sendo o mais importante no
estudo o conjunto de benefícios que a micro ou
pequena empresa consegue com a adoção de
boas práticas de Saúde e Segurança no
Trabalho, pois, além de prevenir acidentes e
doenças, está vacinada contra os imprevistos
acidentários, reduz os custos, otimiza conceito e
imagem junto à clientela e potencializa a sua
competitividade.
Mapa de Risco
• O MAPA DE RISCO foi criado através da
Portaria n° 05 em 17/08/92, tratando da
obrigatoriedade, por parte de todas as
empresas, da "representação gráfica dos riscos
existentes nos diversos locais de trabalho", e
fazia parte da NR-09. Posteriormente o Mapa de
Riscos passou a constar como anexo IV da NR
5, por meio da Portaria n° 25 de 29 de dezembro
de 1994.
O MAPA DE RISCOS tem como objetivos :
· reunir as informações necessárias para
estabelecer o diagnóstico da situação de
segurança e saúde no trabalho na empresa;
· possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e
divulgação de informações entre os trabalhadores,
bem como estimular sua participação nas
atividades de prevenção.
ETAPAS DE ELABORAÇÃO:
1. Conhecer o processo de trabalho no local
analisado: os trabalhadores: número, sexo, idade,
treinamentos profissionais e de segurança e
saúde, jornada; os instrumentos e materiais de
trabalho; as atividades exercidas; o ambiente.
2. Identificar os riscos existentes no local
analisado, conforme a classificação da Tabela I;
3. Identificar as medidas preventivas existentes e
sua eficácia. Medidas de proteção coletiva;
medidas de organização do trabalho; medidas de
proteção individual; medidas de higiene e conforto:
banheiro, lavatórios, vestiários, armários,
bebedouro, refeitório, área de lazer.
4. Identificar os indicadores de saúde:
· queixas mais frequentes e comuns entre os
trabalhadores expostos aos mesmos riscos;
· acidentes de trabalho ocorridos;
· doenças profissionais diagnosticadas;
· causas mais frequentes de ausência ao
trabalho.
5. Conhecer os levantamentos ambientais já
realizados no local;
6. Elaborar o Mapa de Riscos, sobre o layout da
empresa, indicando através de círculo:
· o grupo a que pertence o risco, de acordo com a
cor padronizada na Tabela I;
· o número de trabalhadores expostos ao risco, o
qual deve ser anotado dentro do círculo;
· a especificação do agente (por exemplo:
químico - sílica, hexano, ácido clorídrico; ou
ergonômico-repetitividade, ritmo excessivo) que
deve ser anotada também dentro do círculo;
· a intensidade do risco, de acordo com a
percepção dos trabalhadores, que deve ser
representada por tamanhos proporcionalmente
diferentes de círculos.
•Após discutido e aprovado pela CIPA, o MAPA DE
RISCOS, completo ou setorial, deverá ser afixado
em cada local analisado, de forma claramente
visível e de fácil acesso para os trabalhadores.
• No caso das empresas da indústria da
construção, o MAPA DE RISCOS do
estabelecimento deverá ser realizado por etapa
de execução dos serviços, devendo ser revisto
sempre que um fato novo e superveniente
modificar a situação de riscos estabelecida.
• Quadro - Classificação dos principais riscos
ocupacionais em grupos, de acordo com a sua
natureza e a padronização das cores
correspondentes.
Equipamentos de Proteção Individual – EPI
• São considerados equipamentos de proteção
individual todos os dispositivos de uso pessoal
destinados a proteger a integridade física e a
saúde do trabalhador.
• Quando não for possível adotar medidas de
segurança de ordem geral, para garantir a
proteção contra os riscos de acidentes e
doenças profissionais, deve-se utilizar os
equipamentos de proteção individual,
conhecidos pela sigla EPI.
• Os equipamentos de proteção individual, ou
"EPI", formam, em conjunto, um recurso
amplamente empregado para a segurança do
trabalhador no exercício de suas funções.
São empregados, rotineira ou excepcionalmente,
nas seguintes circunstâncias:
•QUANDO O TRABALHADOR SE EXPÕE
DIRETAMENTE A RISCOS NÃO
CONTROLÁVEIS POR OUTROS MEIOS
TÉCNICOS DE SEGURANÇA
•Ex: uso de óculos, protetores, máscaras e outros
"E.P.I.", em operações com aparelhos de
soldagem;
• QUANDO O TRABALHADOR SE EXPÕE A
RISCOS APENAS PARCIALMENTE
CONTROLADOS POR OUTROS RECURSOS
TÉCNICOS
• Ex: Uso de máscaras respiratórias apropriadas
em cabines de pintura, mesmo que provida de
ventilação
• EM CASOS DE EMERGÊNCIA OU SEJA,
QUANDO A ROTINA DO TRABALHO É
QUEBRADA POR QUALQUER
ANORMALIDADE, EXIGINDO O USO DE
PROTEÇÃO COMPLEMENTAR E
TEMPORÁRIA PELOS TRABALHADORES
ENVOLVIDOS
• Ex: uso de máscaras respiratórias apropriadas
para reparos de vazamentos de contaminantes;
• A TÍTULO PRECÁRIO, EM PERÍODO DE
INSTALAÇÃO, REPAROS OU SUBSTITUIÇÃO
DE DISPOSITIVOS, PARA IMPEDIR O
CONTATO DO TRABALHADOR COM O
FATOR DE RISCO.
• Ex: Uso de luvas de amianto para manipulação
de peças quentes, enquanto não se dispõe de
equipamentos para esse manuseio.
O EPI deve cumprir as seguintes características:
· Proteger adequadamente;
· Serem Resistentes
· Serem Práticos
· De fácil Manutenção
• Assim, correspondendo a cada parte do corpo
humano temos um "E.P.I." mais adequado, a
saber:
• PROTEÇÃO DO CRÂNIO - Capacetesde
segurança.
• PROTEÇÃO VISUAL E FACIAL - Óculos e
escudos de segurança 1 - 2- 3.
• PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA - Máscaras
respiratórias 1- 2 - 3 - 4.
• PROTEÇÃO AURICULAR - Protetores
auriculares 1- 2- 3- 4.
• PROTEÇÃO PARA O TRONCO - Aventais,
blusões e capas de segurança.
• PROTEÇÃO PARA OS MEMBROS
SUPERIORES - Luvas, mangas e punhos
segurança.
• PROTEÇÃO PARA OS MEMBROS
INFERIORES - Calçados de segurança,
perneiras.
• PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS - Cinturões de
segurança.
OBRIGAÇÕES DO EMPREGADOR:
a. adquirir o tipo adequado à atividade do
empregado;
b. fornecer ao empregado somente EPI aprovado
pelo MTA e de empresas cadastradas no
DNSST/MTA;
c. treinar o trabalhador sobre o seu uso adequado;
d. tornar obrigatório o seu uso;
e. substituí-lo, imediatamente, quando danificado
ou extraviado;
f. responsabilizar-se pela sua higienização e
manutenção periódica;
g. comunicar ao MTA qualquer irregularidade
observada no EPI.
• OBRIGAÇÕES DO EMPREGADO:
• Obriga-se o empregado, quanto ao EPI, a:
• a) usá-lo apenas para a finalidade a que se
destina;
• b) responsabilizar-se por sua guarda e
conservação;
• c) comunicar ao empregador qualquer alteração
que o torne impróprio para uso.
OBRIGAÇÕES DO FABRICANTE E DO
IMPORTADOR:
O fabricante nacional ou o importador obrigam-se,
quanto ao EPI, a:
a. comercializar ou colocar à venda somente o
EPI, portador de CA;
b. renovar o CA, o Certificado de Registro de
Fabricante - CRF e o Certificado de Registro de
Importador - CRI, quando vencido o prazo de
validade estipulado pelo MTA;
c. requerer novo CA, quando houver alteração das
especificações do equipamento aprovado;
d. responsabilizar-se pela manutenção da mesma
qualidade do EPI padrão que deu origem ao
Certificado de Aprovação - CA;
e. cadastrar-se junto ao MTA, através do DNSST.
•Para que se tenha a certeza de que um EPI é
válido para uma determinada atividade, deve-se
observar a presença do CA ou CERTIFICADO DE
APROVAÇÃO que é uma prova de que o EPI foi
avaliado e testado por órgãos competentes do
governo, e conseqüentemente, servem para a
atividade que lhe foram determinadas.
Equipamentos de Proteção coletiva
• Os equipamentos de proteção coletiva são
conhecidos pela sigla EPC.
• Como o próprio nome diz, equipamentos de
proteção coletiva são dispositivos utilizados no
ambiente laboral com o objetivo de proteger os
trabalhadores dos riscos inerentes aos
processos.
• Normalmente os EPC’s envolvem facilidades
para os processos industriais colaborando
no AUMENTO DE PRODUTIVIDADE e
minimizando os EFEITOS DE PERDAS em
função de melhorias nos ambientes de trabalho.
• Via de regra quando se pensa nos
equipamentos de proteção coletiva vem à mente
investimentos altos de retorno duvidoso. A bem
da verdade, isso raramente ocorre, pois em se
tratando de técnicas prevencionistas, as idéias
que maior resultado apresentam são as que
conciliam baixo custo e alta durabilidade às
condições ideais de proteção.
• Outra verdade inquestionável é a de que os
detentores do maior conhecimento de soluções
ideais de proteção são os próprios trabalhadores
que estão expostos aos riscos. Comprova-se
isso facilmente, lembrando-se dos resultados
colhidos com a criação dos grupos de qualidade.
• A melhoria das condições de trabalho
dependem, e muito, do projeto do processo e,
por isso, é mister que se realize uma análise
prévia desses sistemas, antes de sua
implantação por profissionais especializados em
segurança do trabalho, para que os riscos
ocupacionais sejam identificados e as medidas
de proteção convenientes sejam adotadas antes
da liberação do processo.
• Respeitados esses critérios, os investimentos
em melhorias do processo são melhor
otimizados, evitando-se o risco de paradas
desnecessárias para correção de anomalias.
• As medidas de proteção coletiva, isto é, que
beneficiam a todos os trabalhadores,
indistintamente, devem ter prioridade, conforme
determina a legislação que dispõe sobre
Segurança e Medicina do Trabalho.
• Os EPC’s podem ser equipamentos simples,
como corrimãos de escadas até sistemas
sofisticados de detecção de gases dentro de
uma planta química.
• Os dispositivos de segurança em máquinas, por
exemplo, tem a finalidade principal de proteger a
integridade física das pessoas, quer sejam
operadores ou outros trabalhadores presentes
nas áreas de processo.
• Essa é uma das maiores vantagens que o EPC
possui frente a outros sistemas de proteção,
pois além de proteger a coletividade, não
provoca desconforto aos trabalhadores.
• Os equipamentos de proteção coletiva não
prejudicam a eficiência do trabalho, quando
adequadamente escolhidos e instalados.
Os EPC’s para serem perfeitamente definidos e
adequados devem respeitar algumas premissas
básicas:
•Ser do tipo adequado em relação ao risco que irão
neutralizar;
•Depender o menos possível da atuação do
homem para atender suas finalidades;
•Ser resistentes às agressividades de impactos,
corrosão, desgastes, etc., a que estiverem
sujeitos;
• Permitir serviços e acessórios como limpeza,
lubrificação e manutenção;
• Não criar outros tipos de riscos, principalmente
mecânicos como obstrução de passagens,
cantos vivos, etc.
• Os EPC's devem ser mantidos nas condições
que os especialistas em segurança
estabelecerem, devendo ser reparados sempre
que apresentarem qualquer deficiência.
Veja alguns exemplos de aplicação de EPC’s:
•SISTEMA DE EXAUSTÃO que elimina gases,
vapores ou poeiras do local de trabalho;
•ENCLAUSURAMENTO, ISTO É, FECHAMENTO
DE MÁQUINA BARULHENTA PARA LIMPEZA
DO AMBIENTE DO RUÍDO EXCESSIVO;
•COMANDO BI-MANUAL, QUE MANTÉM AS
MÃOS OCUPADAS, FORA ZONA DE PERIGO
DURANTE O CICLO DE UMA MÁQUINA;
• CABO DE SEGURANÇA PARA CONTER
EQUIPAMENTOS SUSPENSOS SUJEITOS A
ESFORÇO CASO VENHAM A SE
DESPRENDER.
Dicas de prevenção a acidentes de trabalho
• Todos os anos milhões de trabalhadores são
vítimas de acidentes no trabalho. Grande parte
deles são causados pela falta de atenção, e
também pelo não uso de equipamentos
adequados às atividades que exercem. Aqui vão
algumas dicas de prevenção:
1. Evite se distrair durante suas atividades,
mantenha a atenção! Assim, será bem difícil que
aconteça algo com você.
2. Horário de descontrair é durante as horas de
folga. Lugar de trabalhar é lugar de trabalhar!
3. Já ouviu falar em “a pressa é inimiga da
perfeição”? Pois é, procure fazer suas atividades
com antecedência. Seu trabalho com certeza terá
mais qualidade e será mais seguro para você.
4. Tem alguma dúvida em relação a algum
serviço? Melhor perguntar a seu supervisor qual é
a melhor forma de realiza-lo para evitar que algo
saia errado!
5. Ao perceber que a máquina ou equipamento
que opera está com algum problema ou
apresentando falhas, comunique imediatamente a
seu supervisor. Lembre-se que operar máquinas
que não estejam em perfeito funcionamento são
um grande risco para sua segurança.
6. Evite fumar em locais proibidos, principalmente
se houver risco de explosão ou tenha produtos
inflamáveis por perto ou no local. Além disso,
cigarro faz mal à saúde, de modo geral.
7. Não dê uma de inventor, improvisando
ferramentas. Se as suas estiverem em más
condições, a empresa é responsável peça
manutenção e troca delas. Comunique os
responsáveis.
8. Tem um novo colega em seu setor? Seja cordial
e avise-o dos perigos ali no ambiente do qual
vocês fazem parte. Assim como você, ele tem uma
família e a vida dele é tão importante quanto a
sua!
9. Caso aconteça algum acidente de trabalho,
chame um profissional que entenda de verdade de
como cuidar de você ou de seu colega. Sempre
vão aparecer os “sabe tudo”, mas é importante
lembrar que muitas vezes, uma atitude errada
pode causar danos irreversíveis à saúde.
10. Não é eletricista? Não se meta a fazer
trabalhos ligados a essa função. Além de poder
causar danos na rede, corre o risco de levar um
choque e sofrer consequências mais sérias.
11. Máquinas não pensam, apenas executam
funções coordenadas por você. Cuide delas, mas
principalmente de sua segurança.
12. Respeite as ordens de seu chefe ou mestre.
13. Procure conhecer as normas e regras de
segurança do ambiente em que você trabalha.
14. Anéis, pulseiras, brincos, correntes, gravatas e
demais acessórios não fazem parte do seu
uniforme. Evite usar enquanto estiver trabalhando,
pois evitará levar broncas e também trabalhará
com mais segurança. Deixe os acessórios para o
momento em que não estiver trabalhando.
15. A máquina estragou? Pare ela para realizar
consertos ou lubrifica-las.
16. É muito importante aprender como se usam os
extintores e dispositivos de combate a incêndio.
Nunca se sabe quando vai precisar e para isso é
extremamente importante saber como funcionam.
17. Por mais que alguns equipamentos de
proteção sejam incômodos e não muito bonitos,
eles são indispensáveis! Adquira o hábito de
trabalhar protegido sempre.
18. Suas mãos levam o sustento para sua família.
Evite expô-las a perigos e as proteja sempre com
luvas adequadas à sua atividade.
Ergonomia

• Ao longo da história, os seres humanos não


sofreram tantas modificações, enquanto as
máquinas, os equipamentos e as rotinas de
trabalho estão em permanente transformação
com a substituição do trabalho manual por
máquinas, computadores e robôs, significando
que o desenvolvimento tecnológico já
ultrapassou a capacidade humana de adaptação
tanto física quanto mental.
• A preocupação em estudar o homem, seu
trabalho, suas capacidades e necessidades,
além das ferramentas, dos equipamentos e o
meio ambiente deu origem à Ergonomia, palavra
de origem grega que significa ERGON =
trabalho e NOMOS = regras/normas,
significando as leis que regem o trabalho.
• A Ergonomia surgiu com o homem primitivo, na
medida em que este utilizava utensílios de barro
para retirar e acumular água, cozinhar alimentos
e até mesmo quando usava os ossos de
grandes animais e lascas de pedras para o corte
e a defesa física.
• Desde o seu nascimento, a Ergonomia
preocupa-se com a qualidade de vida total do
indivíduo, preservando sua saúde física e
mental, e promovendo segurança, conforto e
eficiência. Esta ciência parte do princípio de que
todo ser humano é único, ou seja, não se pode
separar o corpo físico do corpo psíquico, pois
eles estão a todo o momento interagindo.
• Na percepção ergonômica, todo e qualquer
trabalho possui dois componentes: o físico e o
mental, que necessitam de equilíbrio para
proporcionar bem-estar e saúde aos
trabalhadores. As pessoas possuem estaturas e
constituição física diferentes. Portanto, a
capacidade de suportar sobrecarga física e
mental também varia de indivíduo para
indivíduo.
• Estas características tão distintas devem ser
levadas em consideração no planejamento das
tarefas e das condições de trabalho.
• É razoável concluir que uma máquina, um
equipamento, painel, plataforma, cadeira, mesa
ou ferramenta de trabalho com desenho
inadequado e sem permitir ajustes de
adequação para o usuário podem provocar
dores lombares, lesões nos músculos, tendões e
articulações.
• Por outro lado, a forma como o trabalho é
organizado e as relações de trabalho têm
significativos papéis na determinação da saúde
mental dos trabalhadores. Os objetivos práticos
da Ergonomia são a segurança e o bem-estar
dos trabalhadores no seu relacionamento com
os sistemas produtivos.
Posições de trabalho

• Em pé
• As tarefas que exigem que o trabalhador fique
constantemente em pé provocam uma
sobrecarga nas pernas. Estas podem ficar
inchadas, pois os músculos não se movimentam
o suficiente para bombear a quantidade
adequada de sangue de volta para o coração.
Em conseqüência, aparecem o cansaço e a
redução da capacidade de concentração.
• É impossível trabalhar em pé comodamente por
muito tempo quando a altura em que as tarefas
são realizadas é inadequada ou quando os
controles das máquinas e equipamentos não
estão ao alcance. É necessário que exista
bastante espaço para os pés, para que o
trabalhador possa mudar de posição e distribuir
alternativamente o peso.
• Roupas ou uniformes apertados dificultam os
movimentos durante o trabalho, por isso devem
ser evitados.
• A altura em que a tarefa é realizada é um fator
importante, pois, se esta for incorreta, o
organismo se cansará mais facilmente. A altura
deve ser ideal para que o trabalho possa ser
realizado sem que o trabalhador precise curvar
as costas e de modo que os ombros
permaneçam relaxados em posição natural.
• Quando se trabalha em pé é importante que:
• os objetos necessários à execução da tarefa
sejam de fácil alcance;
• a altura da bancada esteja ajustada à estatura
do trabalhador, de forma que, quando este
estiver em pé, a superfície de trabalho esteja ao
nível dos cotovelos, deste modo ele poderá ficar
com as costas eretas e os ombros relaxados
• o trabalhador fique em uma posição ereta em
frente à bancada e próximo dela, com o peso
distribuído igualmente entre as duas pernas;
• a altura da superfície de trabalho seja alterada
de acordo com a natureza do trabalho; e os
comandos, tais como as alavancas ou
interruptores, estejam em nível mais baixo do
que os ombros;
• a superfície sobre a qual o trabalhador esteja
em pé seja adequada e resistente às condições
de trabalho; e
• os calçados sejam adequados, diminuindo a
sobrecarga das costas e pernas
•O ideal é que o trabalhador possa alternar entre as
posições sentado e em pé, e inclusive revezar
entre uma tarefa mais sedentária e outra que exija
maior movimentação.
• Sentado

Durante tarefas que não exigem muita força
muscular e que podem ser executadas em áreas
limitadas, o trabalhador deve estar sentado.
Toda a área deve estar ao alcance do
trabalhador, sem que ele necessite esticar ou
torcer o corpo.
• Uma boa postura para quem trabalha sentado é
estar próximo da mesa de trabalho, com as
costas eretas.
• A mesa e a cadeira devem ser desenhadas de
forma que a superfície de trabalho esteja no
mesmo nível dos cotovelos e que a pessoa fique
com as costas eretas e os ombros relaxados.
• Ficar sentado o dia todo não faz bem para a
saúde e é por isso que deverá haver variações e
alternâncias nas tarefas desenvolvidas para
prevenção do sedentarismo.
• Para o trabalho de precisão deverá haver apoio
ajustável para os cotovelos, antebraços ou
mãos.
• Condições visuais
• É essencial que se veja claramente aquilo com
que se está trabalhando. A maioria dos objetos
deve ficar a 50 centímetros de distância dos
olhos.
• No caso de objetos muito pequenos, estes
devem ser colocados sobre uma superfície mais
elevada, sendo algumas vezes necessário fazer
uso de uma lente de aumento.
• Para reduzir o desconforto decorrente do
trabalho sentado junto a máquinas ou terminais
de computador, recomenda-se:
• as condições da tela ou lente devem ser
ajustadas cuidadosamente, de forma a
compatibilizá-las com a visão individual;
• a posição da tela e a distância entre esta e os
olhos devem ser ajustáveis individualmente;
a iluminação deve ser adequada ao tipo de
trabalho que está sendo realizado para evitar
ofuscamento ou reflexos. Certas atividades
exigem uma iluminação complementar ou
especial;
• as jornadas de trabalho deverão contar pausas
para repouso visual; e
• o assento da cadeira de trabalho deverá ter uma
altura ajustável, para que cada pessoa possa
trabalhar na posição mais confortável possível.
Levantamento de cargas
•O levantamento e o transporte manual de cargas
pesadas devem ser evitados, devendo ser
realizados por equipamentos mecânicos. Se isto
não for possível, várias pessoas devem trabalhar
juntas, sendo importante que todas utilizem os
métodos corretos de levantamento.
• O levantamento de peso deve ser realizado com
o auxílio das pernas e não das costas. A postura
correta deve ser com os ombros para trás, as
costas arqueadas e os joelhos dobrados.
• O peso deve ser mantido o mais próximo
possível do corpo. Para levantar a carga, manter
as costas retas e, aos poucos, esticar as pernas,
observando:
• a carga próxima ao corpo;
• os pés separados e o peso do corpo
corretamente distribuído;
• a carga apoiada nas duas mãos
• os joelhos dobrados;
• o pescoço e as costas alinhados;
• as costas retas e as pernas em movimento de
esticar.
• Organização e conteúdo do trabalho
• Condições de trabalho adequadas contribuem
para a segurança e a saúde dos trabalhadores,
e para melhorar a produção e a competitividade
da empresa.
• Para a Ergonomia, existem algumas decisões
administrativas que auxiliam na melhoria da
organização e do conteúdo do trabalho:
• aumentar o grau de liberdade para a realização
da tarefa, reduzindo a fragmentação e a
repetição;
• permitir maior controle do trabalhador sobre o
seu trabalho;
• levar em conta que a capacidade produtiva de
uma pessoa pode variar, e que essa capacidade
é diferente entre um indivíduo e outro;
• estabelecer pausas, quando e onde cabíveis,
durante a jornada de trabalho para relaxar,
distensionar e permitir a livre movimentação,
sem aumento do ritmo ou da carga de trabalho;
• enriquecer o conteúdo do trabalho, nas tarefas e
locais de atividade, para que a criatividade e a
realização profissionais sejam objetivos comuns
das empresas e dos trabalhadores;
• o mobiliário dos locais de trabalho deve permitir
posturas confortáveis, ser adequado às
características físicas do trabalhador e à
natureza das tarefas, e permitir liberdade de
movimentos; e
• ferramentas e instrumentos de trabalho devem
ser adequados à tarefa e ao seu operador.
Primeiros Socorros
• A recuperação de uma vítima de um acidente
depende da rapidez com que ela recebe os
primeiros atendimentos. Para tanto, é
necessário conhecer um pouco sobre esses
procedimentos. Lembramos que o socorro final
deve sempre ser prestado por equipe médica
especializada e que os primeiros socorros são
apenas procedimentos para manter a vítima
estável até a chegada dos especialistas.
• Os primeiros socorros ou socorro básico de
urgência são as medidas iniciais e imediatas
dedicadas à vítima, fora do ambiente hospitalar,
executadas por qualquer pessoa, treinada, para
garantir a vida, proporcionar bem-estar e evitar
agravamento das lesões existentes.
• A prestação dos primeiros socorros depende de
conhecimentos básicos, teóricos e práticos por
parte de quem os está aplicando.
• O restabelecimento da vítima de um acidente,
seja qual for sua natureza, dependerá muito do
preparo psicológico e técnico da pessoa que
prestar o atendimento.
• O socorrista deve agir com bom senso,
tolerância e calma.
O primeiro atendimento mal sucedido pode levar
vítimas de acidentes a sequelas irreversíveis.
Ferimentos
Ferimentos leves
Procedimento:
• Lave bem as mãos. Sempre use luvas.
• Limpe o ferimento com bastante água corrente e
sabão.
• Não tente retirar farpas, cacos de vidro ou
partículas de metal do ferimento, a menos que
saiam facilmente durante a limpeza.
• Não toque no ferimento com os dedos nem com
lenços usados ou outros materiais sujos.
• Proteja o ferimento com gaze esterilizada ou
pano limpo, sem apertar.
• Mude o curativo quantas vezes forem
necessárias para mantê-lo limpo e seco.
• Verifique se o paciente é vacinado contra o
tétano. Em caso de dúvida, procure o médico.
• Se, posteriormente, o ferimento ficar dolorido ou
inchado, procure orientação médica. É sinal de
infecção.
Ferimentos externos ou profundos
•Caso haja sangramento, siga as instruções
referentes ao item Hemorragia.
•Os ferimentos extensos ou profundos necessitam
de atenção médica urgente, principalmente se:
• As bordas do ferimento não se juntam
corretamente.
• Há presença de corpos estranhos.
• Pele, músculos, nervos ou tendões estão
dilacerados.
• Há suspeita de penetração profunda do objeto
causador do ferimento (faca, prego, etc.).
• O ferimento é no crânio ou na face;
• A região próxima ao ferimento não tem aparência
nem funcionamento normal.
Queimaduras
É qualquer lesão provocada no organismo por
ação do calor.
Provoca queimadura o contato direto com:
• Chama, brasa ou fogo.
• Vapores quentes.
• Líquidos ferventes.
• Sólidos superaquecidos ou incandescentes.
Também causam queimaduras:
• Substâncias químicas (ácidos, soda cáustica,
fenol, nafta, etc.).
• Substâncias radioativas.
• Radiação infravermelha e ultravioleta (em
aparelhos, laboratórios ou devido ao excesso de
raios solares).
• Eletricidade.
• Baixas temperaturas.
Queimaduras externas
Classificam-se em:
• Superficiais: atingem a 1ª camada da pele (1º
grau).
• Profundas: destroem totalmente a pele (2º e 3º
graus).
a) Procedimento de queimaduras superficiais:
• Trate como se fosse um ferimento leve.
• Lave e mantenha a área queimada sob água
corrente para resfriamento.
• Não coloque pomadas, creme dental, etc
b) Procedimento de queimaduras profundas:
• Não fure as bolhas.
• Não arranque, nem solte roupas coladas à
queimadura.
• Quando necessário, recorte as roupas em volta
da ferida.
• Ofereça líquidos, quando o acidentado estiver
consciente.
• Encaminhe a vítima para atendimento médico.
• Quanto maior a área da pele queimada, mais
grave é o caso.
O procedimento tem por objetivo:
• Prevenir estado de choque.
• Controlar a dor.
• Evitar contaminação.
Queimaduras por agentes químicos
Procedimento:
• Lave a área atingida com bastante água.
• Aplique jatos de água enquanto retira as roupas
do acidentado.
• Proceda como nas queimaduras superficiais,
prevenindo o choque e a dor.
• Podem ser produzidas por substâncias irritantes:
ácidos, álcalis, água quente, vapor, cinzas
quentes, pó explosivo, metal fundido e chama
direta.
Procedimento:
• Lave os olhos da vítima durante vários minutos,
se possível, com soro fisiológico.
• Tampe o olho atingido com gaze ou pano limpo.
• Leve a vítima ao médico o mais rápido possível
Hemorragia
•É a perda de sangue devido ao rompimento de um
vaso sanguíneo, veia ou artéria.
•Toda hemorragia deve ser contida imediatamente.
A hemorragia intensa, e não controlada, pode
causar morte no período de 3 a 5 minutos.
Procedimento:
• Não perca tempo! Pare a hemorragia.
• Não esqueça de usar luvas.
• Use uma compressa limpa e seca: gaze, pano
e/ou lenço limpo.
• Coloque a compressa sobre o ferimento.
• Pressione com firmeza.
• Use atadura, tira de pano, gravata ou outro
recurso que tenha à mão para amarrar a
compressa e mantê-la bem firme no lugar.
• Caso não disponha de compressa, feche a ferida
com o dedo ou com a mão, evitando uma
hemorragia intensa.
• Aperte fortemente com o dedo ou com a mão de
encontro ao osso nos pontos onde a veia ou a
artéria é mais fácil de ser encontrada.
• Quando o ferimento for nos braços ou nas
pernas e sem fratura, a hemorragia será
controlada mais facilmente se a parte ferida ficar
elevada.
• Em caso de hemorragia intensa em braços e
pernas, aplique um torniquete.
Os torniquetes são usados para controlar a
hemorragia, quando o acidentado teve braços ou
pernas mutilados, esmagados ou dilacerados.
Suspeitas de hemorragia interna
A hemorragia interna é resultante de um ferimento
profundo com lesão de órgãos internos. O sangue
não aparece, mas a pessoa apresenta:
• Pulso fraco.
•Pele fria.
• Suores abundantes.
• Palidez intensa.
• Sede.
• Tonturas.
• Além disso, pode estar inconsciente (estado de
choque).
O que fazer:
• Mantenha a vítima deitada (a cabeça mais baixa
que o corpo). Quando houver suspeita de fratura
do crânio ou de derrame cerebral, a cabeça deve
ser mantida elevada.
• Aplique compressas frias ou saco de gelo no
ponto atingido.
• Conduza, o mais rapidamente possível, ao
socorro médico.
Hemorragia nasal
Procedimento:
• Ponha o paciente sentado, com a cabeça voltada
para frente. Aperte-lhe a narina durante 10
minutos.• Caso a hemorragia não ceda, coloque
um tampão de gaze dentro da narina e um pano
ou toalha fria sobre o nariz. Se possível, use um
saco de gelo.
• Se a hemorragia continuar, o socorro médico é
necessário.
Lesões de ossos, articulações e músculos
Fratura
Fratura é o rompimento total ou parcial de
qualquer osso. Existem dois tipos de fratura:
a) Fechada: o osso se quebrou, mas a pele não
foi perfurada.
b) Exposta: o osso está quebrado e a pele
rompida.
Sinais e sintomas:
• Dor intensa.
• Impossibilidade de movimentar a região afetada.
O que fazer:
• Imobilize o local da fratura e também as
articulações próximas, acima e abaixo do local.
• Para imobilizar, recorra a talas de papelão, cabos
de vassouras, bengala, galho de árvore
• As talas deverão ter o comprimento suficiente
para ultrapassar as articulações acima e abaixo da
fratura. Deverão ser amarradas com ataduras, no
mínimo, em quatro pontos: abaixo da articulação e
abaixo da fratura; acima da articulação e acima da
fratura.
• Conduza ao socorro médico.
Contusões e distensões
•São lesões provocadas por pancada ou torção
sem ferimento externo. Quando o local da
contusão fica arroxeado, é sinal de que houve
hemorragia ou derrame por baixo da pele. O
acidentado sente dor, e o local fica inchado.
O que fazer:
• Imobilize e deixe a parte afetada em repouso.
• A partir do segundo dia, use compressas de água
quente para apressar a cura
•Entorse
•É a torção de uma junta ou articulação, com
ruptura parcial ou total dos ligamentos.
O que fazer:
• Trate como se houvesse fratura.
• Imobilize a parte afetada.
• Aplique gelo e compressas frias.
• Luxação
• É o deslocamento de um ou mais ossos da
posição normal que ocupa na articulação.
• A pessoa apresenta dor, deformação e inchação
no local. Toda vez que os ossos de uma
articulação ou junta saírem do seu lugar,
proceda como no caso de fraturas fechadas.
O que fazer:
• Imobilize como nos casos de fratura.
• Não faça massagens no local lesado.
• Procure auxílio médico.
Desmaio
É a perda temporária e repentina da consciência,
provocada em geral por emoções súbitas, fadiga,
fome, nervosismo.
O que fazer:
• Deite a pessoa de costas e levante suas pernas.
• Afrouxe-lhe as roupas.
• Mantenha o ambiente arejado.
• Aplique-lhe panos frios no rosto e na testa.
• Se o desmaio durar mais de um ou dois minutos,
agasalhe o paciente e procure um médico.
Estado de choque
É o estado de depressão de vários órgãos do
organismo devido a uma falha circulatória,
podendo levar a morte.
O que fazer:
• Controle ou evite a causa do estado de choque.
• Conserve a vítima deitada.
• Afrouxe-lhe as roupas.
• Retire da boca secreções, dentaduras ou
qualquer objeto.
• Inicie a massagem cardíaca externa se houver
ausência de pulso e dilatação das pupilas.
• Vire a cabeça da vítima para o lado, caso haja
vômitos.
• Mantenha a cabeça da vítima sempre mais baixa
que o corpo.
Choque elétrico
Choque elétrico é a passagem de corrente elétrica
pelo corpo, quando em contato com material
eletrificado.
O que fazer:
• Interrompa imediatamente o contato da vítima
com a corrente elétrica.
• Para isso, utilize material não-condutor bem
seco (pedaço de pau, cabo de vassoura,
borracha e/ou pano grosso), ou desligue a
eletricidade.
• Certifique-se de estar pisando em chão seco, se
não estiver usando botas de borracha.
• Proteja as áreas da queimadura, como indicado
no item Queimadura.
• Verifique respiração e pulso. Se não sentir
nenhum destes, comece a reanimar a vítima, pois
devido ao choque elétrico, pode ocorrer parada
cardíaca e respiratória.
• Leve a vítima ao médico.
Corpo estranho nos olhos e ouvidos
Corpo estranho nos olhos
São pequenas partículas de poeira ou grãos
diversos que se alongam nos olhos. A pessoa
apresenta dor ou ardência, lacrimejamento e
vermelhidão no olho atingido.
O que fazer:
• Abra bem o olho do acidentado e lave com água
limpa ou soro fisiológico.
• Faça a vítima piscar
• Se não conseguir remover o corpo estranho com
facilidade, proteja ambos os olhos com gaze ou
pano limpo e caminhe a pessoa ao médico
• Nunca esfregue o olho nem use colírio
anestésico.
Corpo estranho nos ouvidos
São pequenas partículas ou insetos que se
introduzem nos ouvidos.
O que fazer:
• Não tente retirar o corpo estranho com nenhum
objeto (grampo, arame, alfinete, cotonete, etc.).
• Em caso de pequenos insetos, coloque algumas
gotas de óleo comestível no ouvido a fim de
imobilizar e matar o inseto.
• Procure socorro médico.
Convulsão
É a perda súbita de consciência, acompanhada de
contrações musculares bruscas e involuntárias,
conhecida popularmente como “ataque”.
O que fazer:
• Coloque a vítima deitada de costas.
• Proteja-lhe a cabeça e vire-a para o lado.
• Introduza um pedaço de pano ou lenço limpos
entre os dentes para evitar mordeduras na língua.
• Afaste qualquer objeto para que não se
machuque.
• Afrouxe-lhe as roupas e deixe-a debater-se
livremente.
• Não dê tapas na pessoa nem jogue água sobre
ela.
• Procure um serviço médico após a recuperação
da consciência, para orientação e tratamento.
Parada cardíaca e respiratória
•É a parada dos batimentos do coração e da
respiração.
•Para saber se o paciente teve uma parada
cardíaca, sinta a pulsação nos punhos, na região
do pescoço (carótida) ou na virilha (femural).
•A parada respiratória leva à morte num período de
3 a 5 minutos.
O paciente apresenta:
• Ausência de movimentos respiratórios (está
completamente imóvel).
• Unhas e lábios roxos.
• Ausência de pulso e batimentos cardíacos.
• Pupilas dilatadas.
O que fazer:
• Deite a vítima de cabeça para cima, sobre uma
superfície plana.
• Levante o queixo do paciente e posicione a sua
cabeça de forma a esticar o pescoço, forçando-o
para cima.
• Retire objetos que possam impedir a entrada de
ar pela boca (dentadura e pontes).
•Se não houver resposta (respiração espontânea),
inicie respiração boca a boca.
Respiração boca a boca
Procedimentos:
• Feche as narinas da vítima com o polegar e o
indicador para não deixar saída de ar. Sopre até
encher de ar o peito do paciente.
• Faça massagem cardíaca.
Massagem cardíaca
Procedimento:
• Coloque as mãos espalmadas, uma sobre a
outra, em cima do peito do indivíduo.
• Pressione energicamente o tórax da vítima. Para
isso, coloque o peso do seu próprio corpo sobre
as suas mãos.
• Faça esses movimentos 70 a 80 vezes por
minuto. Podem ser feitas ao mesmo tempo, por
dois indivíduos, massagem cardíaca e respiração.
• A força a ser aplicada dependerá da estrutura
física da vítima.
• Aplique a massagem intercalada à respiração
boca a boca. Para cada 30 massagens cardíacas,
sopre duas vezes na boca do paciente,
enchendo-lhe os pulmões de ar.
Afogamento
Antes de qualquer socorro ao afogado, observe:
• Se existem correntezas.
• O tamanho e o peso da vítima.
• O estado da vítima (móvel, parada ou
debatendo-se).
• Tome cuidado para não afogar-se também.
• Retire a vítima da água.
O que fazer:
• Deite a vítima de costas, se possível, com a
cabeça mais baixa que o corpo.
• Inicie a respiração boca a boca.
• Vire a cabeça da vítima para o lado, se ela
vomitar.
• Execute a massagem cardíaca externa, se a
vítima apresentar ausência de pulso.
• Remova imediatamente a vítima para o hospital
mais próximo.
Lesões na coluna
A vítima com lesão na coluna, geralmente
apresenta insensibilidade e dificuldades em
movimentar os membros.
O que fazer:
• Não toque e não deixe ninguém tocar na vítima.
• Não vire a pessoa com suspeita de fratura de
coluna.
• Observe atentamente a respiração e o pulso.
Esteja pronto para iniciar as manobras de
ressuscitação.
Ao transportar a vítima, tome os seguintes
cuidados:
• Use sempre maca. Na sua falta, use uma tábua,
bagageiro ou o próprio assento do banco traseiro
de algum veículo ou qualquer objeto plano rígido.
• Remova a vítima para a maca, adotando-se o
método de três pessoas. Carregue-a mantendo o
seu corpo reto.
• A cabeça, o ombro, a bacia e as pernas deverão
ficar apoiadas nos braços dos socorristas.
• Evite balanços e freadas bruscas.
• Use lençóis ou travesseiros no apoio do pescoço
e das costas.
Transporte de acidentados
A remoção da vítima deve ser feita com o máximo
de cuidado para evitar que as lesões se agravem.
Antes da remoção, se necessário:
• Controle hemorragias.
• Previna estado de choque.
• Inicie respiração boca a boca.
• Execute massagem cardíaca externa.
Como levantar a vítima com segurança:
• Antes de levantar o ferido, verifique as lesões,
principalmente, com relação a possíveis danos à
coluna vertebral. Cada parte do corpo deve ser
apoiada.
• A movimentação e o transporte devem ser feitos
com cuidado para não agravar as lesões.
• A maca é o melhor meio de transporte.
Como improvisar uma maca:
• Pegar 2 cabos de vassoura, galhos de árvores,
guarda-chuvas ou qualquer material semelhante e
resistente. Pegar 2 paletós (guarda-pós, camisas,
etc.). Enfiar as mangas para dentro, abotoá-las
inteiramente e enfiar os cabos pelas mangas.
• Enrolar uma toalha grande ou cobertor em torno
dos dois cabos.
• Também podem ser utilizadas tábuas, portas ou
poltronas leves.
Diferentes tipos de transporte
• Transporte de apoio: utilizado quando a vítima
está consciente e pode andar.
• Transporte de cadeirinha: quando a vítima está
consciente, mas não pode andar.
• Transporte em cadeiras.
• Transporte em braços.
• Transporte nas costas.
• Transporte pela extremidade.
• Os quatro últimos tipos de transporte são
utilizados para transportar pacientes conscientes
e inconscientes. Porém, não servem para
transportar pacientes com suspeita de fraturas
ou outras lesões graves.
Insolação
Ocorre devido à ação direta dos raios solares
sobre o indivíduo. A pessoa apresenta:
• Intensa falta de ar.
• Dor de cabeça, náuseas e tontura.
• Temperatura do corpo elevada.
• Pele quente, avermelhada e seca.
• Extremidades arroxeadas.
• Inconsciência.
O que fazer:
• Remova o paciente para lugar fresco e arejado.
• Coloque-o deitado com a cabeça elevada.
• Coloque compressas frias sobre sua cabeça e
envolva o corpo com toalhas molhadas.
• Encaminhe a vítima de insolação objetivando
baixar a temperatura do corpo, de modo
progressivo.
Intermação
Ocorre devido à ação do calor em lugares
fechados e não-arejados (fundições, padarias,
caldeiras, etc.).
A pessoa apresenta:
• Palidez.
• Dor de cabeça e náuseas.
• Suor intenso.
• Tontura e inconsciência.
O socorro à vítima de intermação tem a finalidade
de baixar a temperatura do corpo, de modo
progressivo.
O que fazer:
• Remova o paciente para lugar fresco e arejado.
• Deite-o com a cabeça elevada.
• Coloque compressas frias sobre a cabeça e
envolva o corpo com toalhas molhadas.
• Encaminhe-o ao médico.
Envenenamento e intoxicação
Venenos ou tóxicos são substâncias que, em
contato com o organismo, podem levar à morte.
Casos em que se deve suspeitar de
envenenamento:
• Cheiro de veneno no hálito.
• Mudanças de cor dos lábios e da boca.
• Dor ou sensação de queimadura na boca e na
garganta.
• Estado de inconsciência, de confusão mental ou
mal estar.
O que fazer:
• Transporte rapidamente a vítima para um pronto
socorro.
• Tome as medidas de primeiros socorros
específicas para cada caso
Ingestão de medicamentos
A ingestão de doses elevadas de medicamentos
pode levar à intoxicação.
O que fazer:
• Inicie imediatamente a respiração boca a boca.
• Provoque vômito, fazendo a vítima beber: água
morna ou água com sal ou água com sabão ou
ainda passe levemente o dedo indicador ou um
cabo de colher na garganta da vítima.
Ingestão de produtos químicos
A ingestão de produtos químicos (soda cáustica,
querosene, gasolina, removedor, ácidos,
solventes, etc.), pode provocar estado de
inconsciência.
O que fazer:
• Não provoque vômitos.
• Não deixe a vítima caminhar.
• Não dê álcool à vitima.
• Não dê azeite ou óleo.
• Procure um médico com urgência.
Aspiração de venenos
A vítima apresenta tosse, chiadeira (falta de ar).
O que fazer:
• Carregue a vítima para um lugar arejado.
• Não a deixe caminhar.
• Aplique respiração boca a boca, se necessário.
Envenenamento através da pele
Pode provocar lesão da pele e intoxicação.
O que fazer:
• Lave a pele com água corrente.
• Aplique jatos d’água sobre a pele enquanto retira
as roupas da vítima.
• Aja com rapidez, para evitar que a lesão aumente
e a pele absorva mais veneno.
Animais peçonhentos e mordedura por animais
Animais peçonhentos são aqueles que injetam no
organismo humano substâncias tóxicas. Sã eles:
cobras venenosas, escorpiões e aranhas.
Picada de cobra venenosa
É um acidente agudo e de evolução rápida.
Deverá ser tratado nos primeiros 30 minutos após
o acidente.
Sinais e sintomas:
• Dor.
• Inchaço.
• Manchas roxas.
• Hemorragia.
O que fazer:
• Não perca tempo.
• Leve, se possível, a cobra causadora do acidente
(viva ou morta) para identificação.
• Deite a vítima o mais rápido possível.
• Leve imediatamente para a Unidade Sanitária
mais próxima, com a mínima movimentação
possível.
• Aplique compressa de gelo no local.
• Não dê álcool, nem querosene, nem infusões ao
acidentado.
• Jamais corte a pele para extrair o sangue.
Picada de escorpião e de aranha
A vítima apresenta:
• Dor no local da picada, podendo passar para as
áreas vizinhas.
• Queda rápida de temperatura.
• Suor intenso.
• Náuseas e vômitos.
O que fazer:
• Lave o local atingido com água e sabão.
• Mantenha a vítima em repouso.
• Procure um médico.
Mordedura de animais
•Qualquer tipo de mordedura ou arranhão causado
por animais pode transmitir raiva. A raiva é
transmitida por cão, gato, morcego e animais
silvestres (raposa, macaco, etc.).
•Tratamento
•Não existe tratamento para raiva ou hidrofobia.
Portanto, é fundamental o tratamento preventivo,
após a mordedura.
O que fazer:
• Lave o ferimento com água e sabão.
• Procure um médico para que ele avalie o tipo de
lesão e oriente sobre o tratamento a ser instituído.
Medidas a serem tomadas em relação ao
animal agressor:
• Todo animal agressor é suspeito de raiva.
• Todo o animal silvestre é considerado raivoso.
• Não sacrifique o animal agressor. Mantenha-o
preso.
• O animal agressor (cão ou gato) deverá ser
observado por um período de dez dias, mesmo
que já tenha sido vacinado contra raiva.
• O período de observação de dez dias somente
se aplica a cães e gatos domésticos.
Nos outros casos, deve ser iniciada a vacinação
anti-rábica no ferido.
Normas Regulamentadoras

• As normas regulamentadoras poderão ser


obtidas, na íntegra, no endereço (internet)
www.mte.gov.br.
• Resumo das normas regulamentadoras
• NR 1 - Disposições Gerais
• As empresas privadas e públicas que possuam
empregados regidos pela Consolidação das Leis
do Trabalho - CLT deverão cumprir as normas
regulamentadoras relativas à segurança e à
medicina do trabalho.
•NR 2 - Inspeção Prévia
•Todo estabelecimento novo deverá solicitar
aprovação de suas instalações ao órgão regional
do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, que
emitirá o CAI-Certificado de Aprovação de
Instalações.
• NR 3 - Embargo ou Interdição
• A Delegacia Regional do Trabalho poderá
interditar e/ou embargar o estabelecimento, as
máquinas, o setor de serviços, se eles
demonstrarem grave e iminente risco para o
trabalhador.
• NR 4 - Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho - SESMT
• Será implantado na empresa conforme a
gradação do risco da atividade principal e o
número total de empregados do
estabelecimento.
•NR 5 - Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes - CIPA
•Todas as empresas privadas, públicas, sociedades
de economia mista, instituições beneficentes,
cooperativas, os clubes, desde que possuam
empregados regidos pela Consolidação das Leis
do Trabalho - CLT, dependendo do grau de risco
da empresa e do número mínimo de 20
empregados, são obrigados a constituir e manter a
CIPA.
• NR 6 - Equipamentos de Proteção Individual -
EPIs
• As empresas são obrigadas a fornecer
gratuitamente aos seus empregados
equipamentos de proteção individual - EPI,
destinados a proteger a saúde e a integridade
física do trabalhador. Todo equipamento deve ter
o CA - Certificado de Aprovação do Ministério do
Trabalho e Emprego - MTE.
• NR 7 - Programa de Controle Médico e Saúde
Ocupacional - PCMSO
• Trata dos exames médicos obrigatórios
(admissional, periódico, por mudança de função
ou demissional) e do programa de
acompanhamento da saúde dos empregados.
• NR 8 - Edificações
• Define os parâmetros para as edificações,
observando-se a proteção contra a chuva,
insolação excessiva ou falta de insolação.
Devem-se observar as legislações pertinentes
dos níveis federal, estadual e municipal.
• NR 9 - Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais - PPRA
• Objetiva a preservação da saúde e a integridade
do trabalhador, através da antecipação, da
avaliação e do controle dos riscos ambientais
existentes, ou que venham a existir no ambiente
de trabalho.
•NR 10 - Instalações e Serviços de Eletricidade
•Trata das condições mínimas para garantir a
segurança daqueles que trabalham em instalações
elétricas, em suas diversas etapas, incluindo
projetos, operação, reforma e ampliação, incluindo
terceiros e usuários.
• NR 11 - Transporte, Movimentação,
Armazenagem e Manuseio de Materiais
• Destina-se à prevenção de acidentes na
operação de elevadores, guindastes,
transportadores industriais e máquinas
transportadoras.
• NR 12 - Máquins e Equipamentos
• Determina as instalações e áreas de trabalho;
distâncias mínimas entre as máquinas e os
equipamentos; dispositivos de acionamento,
partida e parada das máquinas e equipamentos.
• NR 13 - Caldeiras e Vasos de Pressão
• Estabelece competências nas atividades
referentes ao projeto de construção,
acompanhamento de operação e manutenção,
inspeção e supervisão de caldeiras e vasos de
pressão.
•NR 14 - Fornos
•Define os parâmetros para a instalação de fornos;
cuidados com gases, chamas, líquidos. Devem-se
observar as legislações pertinentes nos níveis
federal, estadual e municipal.
• NR 15 - Atividades e Operações Insalubres
• Considera atividade insalubre aquela que ocorre
além dos limites de tolerância - LT. O limite de
tolerância assegura que a intensidade, a
natureza e o tempo de exposição ao agente não
causarão dano à saúde do trabalhador durante a
sua vida laboral.
• NR 16 - Atividade e Operações Perigosas
• Considera atividade perigosa aquela que ocorre
além dos limites de tolerância - LT. As atividades
perigosas são ligadas a explosivos, inflamáveis
e energia elétrica.
•NR 17- Ergonomia
•Estabelece os parâmetros que permitem a
adaptação das condições de trabalho às
características psicofisiológicas do homem
• NR 18 - Condições e Meio Ambiente de
Trabalho na Indústria da Construção -
PCMAT
• Estabelece o elenco de providências a serem
executadas, em função do cronograma de uma
obra, levando-se em conta os riscos de
acidentes e doenças do trabalho, e as suas
respectivas medidas de segurança.
•NR 19 - Explosivos
•Estabelece os parâmetros para o depósito, o
manuseio e o armazenamento de explosivos.

• NR 20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis


•Define os parâmetros para o armazenamento de
combustíveis e inflamáveis.
• NR 21 - Trabalho a Céu Aberto
• Define o tipo de proteção aos trabalhadores que
trabalham sem abrigo contra intempéries,
insolação e condições sanitárias.

• NR 22 - Trabalhos Subterrâneos
• Destina-se aos trabalhos em minerações
subterrâneas ou a céu aberto, garimpos,
beneficiamento de minerais e pesquisa mineral.
• NR 23 - Proteção Contra Incêndios
• Estabelece a proteção contra incêndio; saídas
para retirada de pessoal em serviço e/ou
público; pessoal treinado e equipamentos. As
empresas devem observar também as normas
do Corpo de Bombeiros sobre o assunto.
• NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto
nos Locais do Trabalho
• Todo estabelecimento deve atender às
determinações desta norma, no tocante à
otimização das condições, e às instalações
sanitárias e de conforto.
• NR 25 - Resíduos Industriais
• Objetiva a eliminação dos resíduos gasoso,
sólido, líquido de alta toxidade, periculosidade,
risco biológico e radioativo.
• NR 26 - Sinalização de Segurança
• Estabelece as cores na segurança do trabalho
como forma de prevenção, evitando a distração,
a confusão e a fadiga do trabalhador, bem como
cuidados especiais quanto a produtos e locais
perigosos.
• NR 27- Registro Profissional do Técnico em
Segurança no Ministério do Trabalho e
Emprego
• O técnico em segurança do trabalho deve ser
portador de, no mínimo, certificado de conclusão
do Ensino Médio, com currículo estabelecido e
aprovado pelo Ministério da Educação - MEC e
registro profissional no Ministério do Trabalho e
Emprego - MTE.
• NR 28 - Fiscalização e Penalidades
• Estabelece uma gradação de multas, para cada
item das normas. Estas gradações são divididas
por número de empregados, risco na segurança
e risco em medicina do trabalho. O auditor fiscal
do trabalho, baseado em critérios técnicos,
autua o estabelecimento, faz a notificação e
concede prazo para a regularização e/ou
defesa.
• NR 29 - Segurança e Saúde no Trabalho
Portuário
• Regula a proteção obrigatória contra acidentes e
doenças profissionais, estabelece os primeiros
socorros a acidentados, visando a alcançar as
melhores condições de segurança e saúde para
os trabalhadores portuários.
• NR 30 - Segurança e Saúde no Trabalho
Aqüaviário
• Estabelece a proteção e a regulamentação do
trabalho e das condições ambientais no trabalho
aqüaviário.
• NR 31 - Segurança e Saúde no Trabalho na
Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração
Florestal e Aquicultura
• Esta Norma Regulamentadora tem por objetivo
estabelecer os preceitos a serem observados na
organização e no ambiente de trabalho, de
forma a tornar compatível o planejamento e o
desenvolvimento das atividades da agricultura,
pecuária, silvicultura, exploração florestal e
aquicultura com a segurança e saúde e meio
ambiente do trabalho.
• NR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em
Estabelecimentos de Saúde
• Tem por finalidade estabelecer as diretrizes
básicas para a implementação de medidas de
proteção à segurança e à saúde dos
trabalhadores dos serviços de saúde, bem como
daqueles que exercem atividades de promoção
e assistência à saúde em geral.
• NR 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em
Espaços Confinados
• Esta Norma tem como objetivo estabelecer os
requisitos mínimos para identificação de
espaços confinados e o reconhecimento,
avaliação, monitoramento e controle dos riscos
existentes, de forma a garantir
permanentemente a segurança e saúde dos
trabalhadores que interagem direta ou
indiretamente nestes espaços.
• NR 34 - Condições e Meio Ambiente de
Trabalho na Indústria da Construção e
Reparação Naval
• Estabelece os requisitos mínimos e as medidas
de proteção à segurança, à saúde e ao meio
ambiente de trabalho nas atividades da indústria
de construção e reparação naval.
• NR 35 - Trabalho em Altura
• Esta Norma estabelece os requisitos mínimos e
as medidas de proteção para o trabalho em
altura, envolvendo o planejamento, a
organização e a execução, de forma a garantir a
segurança e a saúde dos trabalhadores
envolvidos direta ou indiretamente com esta
atividade.
• Resumo das normas regulamentadoras
rurais
• NRR1 - Disposições Gerais
• Disposições relativas à segurança e à higiene
no trabalho rural, de observância obrigatória,
conforme dispositivo no art. 13 da Lei nº/, 5.889
de 8/6/73.
• NRR2 - Serviço Especializado em Prevenção
de Acidentes do Trabalho Rural - SEPATR
• A propriedade rural com cem (100) ou mais
trabalhadores é obrigada a organizar e manter
em funcionamento o SEPATR.
• NRR3 - Comissão Interna de Prevenção de
Acidente Rural - CIPATR
• O empregador rural que mantenha a média de
20 (vinte) ou mais empregados fica obrigado a
organizar e manter em funcionamento, por
estabelecimento, uma CIPATR.
• NRR4 - Equipamento de Proteção Individual
• Considera-se EPI, para os fins de aplicação
desta Norma, todo dispositivo de uso individual
destinado a preservar e proteger a integridade
física do trabalhador rural.
• NRR5 - Produtos Químicos
• Define os produtos químicos utilizados no
trabalho rural: agrotóxicos e afins, fertilizantes e
corretivos.
Siglas
Conclusões
• Apesar de toda a legislação criada e existente,
nos tempos atuais o desenvolvimento
tecnológico continua ainda dissociado do
desenvolvimento econômico e social, afetando a
distribuição da mão de obra e da renda,
atingindo principalmente as classes sociais
menos favorecidas.
• Assim o grande desafio a ser vencido é o de
conseguirmos harmonizar e equilibrar o
desenvolvimento tecnológico, com
desenvolvimento social e econômico das
nações, melhorando as condições de educação
e trabalho no Brasil e no mundo.
Vídeos Recomendados

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construção civil

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contratado
Leituras Recomendadas

• AYRES, Dennis de Oliveira. Manual de


Prevenção de Acidente do Trabalho. São
Paulo: Editora Atlas, 2001.

• TORREIRA, Raúl Peragallo. Manual de


Segurança Industrial. São Paulo: Margus
Publicações, 1999.
• ZOCCHIO, Álvaro. Prática da Prevenção de
Acidentes. São Paulo: Editora Atlas, 2002.

• PONZETTO, Gilberto. Mapa de Riscos


Ambientais. São Paulo: LTR Editora, 2010.
FIM

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