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IMP – INSTITUCIONAL MT DE PÓS GRADUAÇÃO

TRABALHO DO MÓDULO:
INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO.

A EVOLUÇÃO DA ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO, SEUS


ASPECTOS EVOLUTIVOS NOS ÂMBITOS ECONÔMICO, POLÍTICO E SOCIAL

AUGUSTO ENZWEILER

CAMPO NOVO DO PARECIS – MT


2019
A evolução da engenharia de segurança do trabalho, seus aspectos evolutivos
nos âmbitos econômico, político e social.

Desde o surgimento da raça humana sabe-se da existência de riscos em


qualquer atividade por ele exercida, inicialmente predominando a caça e pesca,
passando pela agricultura e pastoreio, posteriormente o artesanato e mineração,
chegando na era da industrialização. No entanto a interligação de doenças causadas
pelas atividades laborais só se fizeram presentes com o passar dos tempos e com o
aumento das atividades voltadas às extrações minerais e com a revolução industrial.
Dessa forma e com a necessidade de evoluir e a capacidade de avanços no
controles tecnológicos também surgiram aumentos significativos nas ocorrências de
acidentes de trabalho e doenças causadas pelas atividades ocupacionais.

Aristóteles e Hipócrates já faziam uma ligação entre as atividades de extração


de minérios e as doenças que acometiam os mineradores a aproximadamente
quatro séculos antes de Cristo, porem o grande marco da segurança e saúde do
trabalho deu-se no ano de 1.700 com o Médico Italiano Bernardino Ramazzin,
considerado o Pai da Medicina do Trabalho, ao publicar um trabalho onde descreve várias
doenças relacionadas a 50 profissões, em tradução livre: "As Doenças dos Trabalhadores".

Com os avanços tecnológicos extinguiram-se as fabricas artesanais e


modernizaram-se as indústrias e com o fim da escravatura possibilitou-se um
crescimento e uma evolução econômica, social e moral do ser humano. Porem com
todo esse crescimento industrial, o aumento dos incidentes e as doenças
relacionadas com a ocupação também aumentaram, haja vista a imposição das
condições subumanas aos trabalhadores.

Com o crescimento principalmente das fábricas de algodão, no início do


Século XIX, mais precisamente no ano de 1802, foi aprovado pelo Parlamento
Britânico a primeira Lei de proteção aos trabalhadores, a "Lei de Saúde e Moral dos
Aprendizes", aplicava-se às crianças, visando sua dignidade e seu bem-estar,
implantou-se parâmetros que visavam principalmente preservar a integridade física
dos mesmos, estabelecendo uma jornada de trabalho diária de 12 horas, proibição
do trabalho noturno e regulamentando a idade mínima para trabalhar, alem disso

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procurou-se melhorar as condições de higiene e salubridade com limpezas mais
periódicas e ventilação nos ambientes de trabalho, dessa forma dá-se início aos
aspectos sociais de valorização do ser humano. No entanto esses atos foram
ineficientes até o ano de 1833, com a chamada Lei das Fábricas - "Act Factory" onde
estabeleceu-se um inspetoria profissional junto às fábricas e com o passar do tempo
essas leis foram se aperfeiçoando e foram estendidas às mulheres.

Em 1919, na Conferência da Paz foi criada a OIT - Organização Internacional


do Trabalho, formada por uma organização tripartite, entre representantes dos
empregados, empregadores e governo, na qual todos tem os mesmos direitos. A
mesma tem o objetivo de promover a justiça social e a dignidade do trabalhador. No
mesmo ano foi sancionado o Decreto Legislativo nº 3.724, que versa sobre as
obrigações resultantes dos acidentes de trabalho.

O marco da Medicina do Trabalho no Brasil foi no ano de 1943 com a


Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, que sofreu alterações no ano de 1977 e
em 1978 foi publicada a Portaria nº 3.214, que aprova as NR's - Normas
Regulamentadoras, passando o Brasil de um patamar até então recordista de
acidentes de trabalho e doenças ocupacionais a país com políticas sociais voltadas
a melhoria das condições de seus trabalhadores, pois não é interessante um país
cheio de recursos e possibilidades ser um país funcionalmente doente, assegurando
assim um capítulo específico de sua legislação voltado para a Segurança e Medicina
do Trabalho. Essa evolução só foi possível também com a criação em 1966, junto ao
Congresso Nacional de Prevenção de Acidentes realizado em São Paulo, da
FUNDACENTRO, uma instituição voltada para estudos e pesquisas na área da
Segurança e Medicina do Trabalho, identificando riscos, condições insalubres e
implantando correções pontuais desses problemas, essas ações atualmente estão
ligadas diretamente com a OMS – Organização Mundial da Saúde e com a OIT.

Com o fim da Segunda Guerra e a Declaração Universal dos Direitos


Humanos, proclamada pela Assembléia Geral das Nações Unidas em 1948, amplia-
se o Direito dos Trabalhadores, dando-lhes o direito ao repouso, férias periódicas
remuneradas, limitações nas jornadas de trabalho, condições mais humanas, justas
e favoráveis junto ao ambiente de trabalho, alem de outros parâmetros e direitos

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voltados para melhorias dos trabalhadores, essas normas abrangeria e unificaria
todos os povos e nações.

Portanto, em uma visão geral, com a evolução das políticas de Segurança e


Medicina do Trabalho, todos ganham. Economicamente o funcionário afastado de
suas atividades laborais por motivos indesejados, inesperados ou não programados
dentro dos aspectos ocupacionais gera um prejuízo ao empregador, pois alem de
não deixar de fazer parte do quadro de funcionários deve ser substituído,
temporariamente ou permanentemente, por outra pessoa para exercer a mesma
função, gerando assim uma queda em seu lucro, o qual repassará esse valor ao
consumidor final, dessa forma gera um transtorno socioeconômico. Por outro lado o
empregado que adquiri uma doença laboral, quer seja temporário ou não passa a ter
uma vida restrita e adoentada, acarretando problemas principalmente sociais com a
necessidade de atendimentos médicos e mediações periódicas, tornando assim um
ciclo vicioso, onde mais se trabalha de forma desordenada gera uma falsa sensação
de ganho, no entanto mais se gasta com tratamentos de seus enfermos. Dessa
forma uma empresa que presa pela política de segurança com a atuação na
prevenção de acidentes e na saúde com atuação de forma predominantemente
preventiva e no bem estar de seus colaboradores passa a se destacar e crescer de
forma saudável e produtiva.

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