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Governador

Cid Ferreira Gomes

Vice Governador
Domingos Gomes de Aguiar Filho

Secretária da Educação
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho

Secretário Adjunto
Maurício Holanda Maia

Secretário Executivo
Antônio Idilvan de Lima Alencar

Assessora Institucional do Gabinete da Seduc


Cristiane Carvalho Holanda

Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC


Andréa Araújo Rocha
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

SUMÁRIO

Introdução....................................................................................................................... 02

Evolução da Segurança do Trabalho – Aspectos econômicos, políticos e sociais ........ 03

História da Profissão, por Nestor Waldhelm (TST - GO) ................................................ 07

O que é Segurança do Trabalho .................................................................................... 13

O que exatamente faz cada profissional da Segurança do trabalho? ............................ 16

Acidentes – Classificação, causas e consequências ...................................................... 24

Estudo das causas dos acidentes de trabalho ............................................................... 36

Investigação de acidentes de trabalho

Definições, importância, métodos de avaliação e estudo de caso ................................. 43

Grupos de Risco – Quadros Demonstrativos

Caracterização, consequências, medidas de controle, agentes ..................................... 51

Vamos aprender um pouco mais sobre Agentes de Acidentes e Fontes de Lesão ......... 66

Segurança no Lar ............................................................................................................ 69

Referências Bibliográficas .............................................................................................. 76

Técnico em Segurança do Trabalho - INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 1


Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

INTRODUÇÃO

Caríssimos Alunos, Paz e Bem!

Bem vindos ao universo da Segurança do Trabalho. Aqui vamos estudar diversas


disciplinas que nos possibilitarão aplicá-las associadas a um conjunto de medidas, no dia a
dia dos trabalhadores de modo a garantir a sua integridade física e psicológica no
ambiente do trabalho.
Empresas, funcionários e gerentes têm começado, cada vez mais, a se preocupar
com a segurança no ambiente de trabalho. Medidas rápidas e simples, como palestras,
folhetos, cartazes, e-mails e dinâmicas que promovam um ambiente organizado e seguro
são boas alternativas para conscientizar todos aqueles que dividem o mesmo local de
trabalho.
A segurança do trabalho refere-se a uma série de medidas preventivas contra todo
tipo de imprevisto, como acidentes de trabalho, perturbação funcional ou até doenças
ocupacionais. Ter uma empresa segura é benéfico também para o próprio empresário, que
pode ficar tranquilo com o bem-estar dos colaboradores. Estar atento a isso promove
condições melhores de trabalho e profissionais mais produtivos e satisfeitos.
Para os trabalhadores, estar em uma empresa que preza pela segurança é muito
importante, pois isso interfere diretamente na vida saudável no ambiente corporativo. Ao
estarem seguros no trabalho, os funcionários ficam menos expostos a riscos e não
demandam altos investimentos se algo não sair como o planejado.
Todo tipo de empresa deve estar dentro das normas do Ministério do trabalho e
Emprego (MTE) e da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que dizem
respeito à segurança no trabalho. Cada segmento profissional possui suas próprias regras
e deve ser analisado por profissionais, funcionários e gerentes que têm começado, cada
vez mais, a se preocupar com a segurança no ambiente de trabalho. Medidas rápidas e
simples, como palestras, folhetos, cartazes, e-mails e dinâmicas que promovam um
ambiente organizado e seguro são boas alternativas para conscientizar todos aqueles que
dividem o mesmo local de trabalho.
A segurança do trabalho refere-se a uma série de medidas preventivas que com
dedicação e estudo aprenderemos juntos para, mais tarde, serem postas em prática no
exercício profissional.
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A Evolução da Segurança do Trabalho - Aspectos econômicos, políticos e sociais.

Dentro das perspectivas dos direitos fundamentais do trabalhador em usufruir de


uma boa e saudável qualidade de vida, na medida em que não se pode dissociar os
direitos humanos e a qualidade de vida, verifica-se, gradativamente, a grande preocupação
com as condições do trabalho.

A primazia dos meios de produção em detrimento da própria saúde humana é fato


que, infelizmente, vem sendo experimentado ao longo da história da sociedade moderna. É
possível conciliar economia e saúde no trabalho.

As doenças aparentemente modernas (stress, neuroses e as lesões por esforços


repetitivos), já há séculos vêm sendo diagnosticadas.

Os problemas relacionados com a saúde intensificam-se a partir da Revolução


Industrial. As doenças do trabalho aumentam em proporção à evolução e a potencialização
dos meios de produção, com as deploráveis condições de trabalho e da vida das cidades.

A OIT - Organização Internacional do Trabalho, em 1919, com o advento do Tratado


de Versalhes, objetivando uniformizar as questões trabalhistas, a superação das condições
subumanas do trabalho e o desenvolvimento econômico, adota seis convenções
destinadas à proteção da saúde e à integridade física dos trabalhadores (limitação da
jornada de trabalho, proteção à maternidade, trabalho noturno para mulheres, idade
mínima para admissão de crianças e o trabalho noturno para menores).

Até os dias atuais diversas ações foram implementadas envolvendo a qualidade de


vida do trabalho, buscando intervir diretamente nas causas e não apenas nos efeitos a que
estão expostos os trabalhadores.

Em 1919, por meio do Decreto Legislativo nº 3.724, de 15 de janeiro de 1919,


implantaram-se serviços de medicina ocupacional, com a fiscalização das condições de
trabalho nas fábricas.
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Com o advento da Segunda Guerra Mundial despertou-se uma nova mentalidade


humanitária, na busca de paz e estabilidade social.

Finda a Segunda Guerra Mundial, é assinada a Carta das Nações Unidas, em São
Francisco, em 26 de junho de 1945, que estabelece nova ordem na busca da preservação,
progresso social e melhores condições de vida das futuras gerações.

Em 1948, com a criação da OMS - Organização Mundial da Saúde, estabelece-se o


conceito de que a “saúde é o completo bem-estar físico, mental e social, e não somente a
ausência de afecções ou enfermidades” e que “o gozo do grau máximo de saúde que se
pode alcançar é um dos direitos fundamentais de todo ser humano..”

Em 10 de dezembro de 1948, a Assembleia Geral das Nações Unidas, aprova a


Declaração Universal dos Direitos Humanos do Homem, que se constitui uma fonte de
princípios na aplicação das normas jurídicas, que assegura ao trabalhador o direito ao
trabalho, à livre escolha de emprego, as condições justas e favoráveis de trabalho e à
proteção contra ao desemprego; o direito ao repouso e ao lazer, limitação de horas de
trabalho, férias periódicas remuneradas, além de padrão de vida capaz de assegurar a si e
a sua família saúde e bem-estar. Contudo, a reconstrução pós-guerra induz a sérios
problemas de acidentes e doenças que repercutem nas atividades empresariais, tanto no
que se refere às indenizações acidentárias, quanto ao custo pelo afastamento de
empregados doentes.

Impunha-se a criação de novos métodos de intervenção das causas de doenças e


dos acidentes, recorrendo-se à participação interprofissional.

Em 1949, a Inglaterra pesquisa a ergonomia, que objetiva a organização do trabalho


em vista da realidade do meio ambiente laboral adequar-se ao homem.

Em 1952, com a fundação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço - CECA,


as questões voltaram-se para a segurança e medicina do trabalho nos setores de carvão e
aço, que até hoje estimula e financia projetos no setor.

Na década de 60 inicia-se um movimento social renovado, revigorado e


redimensionado marcado pelo questionamento do sentido da vida, o valor da liberdade, o

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significado do trabalho na vida, o uso do corpo, notadamente nos países industrializados


como a Alemanha, França, Inglaterra, Estados Unidos e Itália.

Na Itália, a empresa Farmitália, iniciou um processo de conscientização dos


operários quanto à nocividade dos produtos químicose dos técnicos para a detecção dos
problemas. A FIAT reorganiza as condições de trabalho nas fábricas, modificando as
formas de participação da classe operária.

Na realidade o problema da saúde do trabalhador passa a ser outra, desloca-se da


atenção dos efeitos para as causas, o que envolve as condições e questões do meio
ambiente.

No início da década de 70, o Brasil é o detentor do título de campeão mundial de


acidentes. E, em 1977, o legislador dedica no texto da CLT - Consolidação das Leis do
Trabalho, por sua reconhecida importância Social, capítulo específico à Segurança e
Medicina do Trabalho. Trata-se do Capítulo V, Título II, artigos 154 a 201, com redação da
Lei nº6.514/77.

O Ministério do Trabalho e Emprego, por meio da Secretaria de Segurança e Saúde


no Trabalho, hoje denominado Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho,
regulamenta os artigos contidos na CLT por meio da Portaria nº 3.214/78, criando vinte e
oito Normas Regulamentadoras – NR, que hoje são 36.

Com a publicação da Portaria nº 3214/78 se estabelece a concepção de saúde


ocupacional.

Em 1979, a Comissão Intersindical de Saúde do Trabalhador, promove a Semana


de Saúde do Trabalhador com enorme sucesso e em 1980 essa comissão de transforma
no Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes do
Trabalho.

Os eventos dos anos seguintes enfatizaram a eliminação do risco de acidentes, da


insalubridade ao lado do movimento das campanhas salariais.

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Os diversos Sindicatos dos Trabalhadores, como o das Indústrias Metalúrgicas,


Mecânicas, tiveram fundamental importância denunciando as condições inseguras e
indignas observadas no trabalho.

Com a Constituição de 1988 nasce o marco principal da etapa de saúde do


trabalhador no nosso ordenamento jurídico. Está garantida a redução dos riscos inerentes
ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança. E, ratificadas as

Convenções 155 e 161 da OIT, que também regulamentam ações para a


preservação da Saúde e dos Serviços de Saúde do Trabalhador.

As conquistas, pouco a pouco, vêm introduzindo novas mentalidades, sedimentando


bases sólidas para o pleno exercício do direito que todos devem ter à saúde e ao trabalho
protegido de riscos ou das condições perigosas e insalubres que põem em risco a vida, a
saúde física e mental do trabalhador.

A proteção à saúde do trabalhador fundamenta-se, constitucionalmente, na tutela


“da vida com dignidade”, e tem como objetivo primordial a redução do risco de doença,
como exemplifica o art. 7º, inciso XXII, e também o art. 200, inciso VIII, que protege o meio
ambiente do trabalho, além do art. 193,que determina que “a ordem social tem como base
o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais”.

Posteriormente, o Ministério do Trabalho, por meio da Portaria nº 3.067, de


12.04.88, aprovou as cinco Normas Regulamentadoras Rurais vigentes.

A Portaria SSST nº 53, de 17.12.97, aprovou a NR 29 - Norma Regulamentadora de


Segurança e Saúde no Trabalho Portuário.

Atuando de forma tripartite o Ministério do Trabalho e Emprego, divulga para


consulta pública a Portaria SIT/SST nº 19 de 08.08.01, publicada no DOU de 13.08.01,
para a criação da NR nº 30 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho
Aquaviário. E, em 06.11.02 foi publicada no DOU a Portaria nº 30, de 22.10.02, da
Secretaria de Inspeção do Trabalho, do MTE, divulgando para consulta pública proposta
de texto de criação da Norma Regulamentadora Nº 31 – Segurança e Saúde nos
Trabalhos em Espaços Confinados.

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Os problemas referentes à segurança, à saúde, ao meio ambiente e à qualidade de


vida no trabalho vêm ganhando importância no Governo, nas entidades empresariais, nas
centrais sindicais e na sociedade como um todo.

O Ministério do Trabalho e Emprego tinha como meta a redução de 40% nos


números de acidentes do trabalho no País até 2003. Propostas para construir um Brasil
moderno e competitivo, com menor número de acidentes e doenças de trabalho, com
progresso social na agricultura, na indústria, no comércio e nos serviços, devem ser
apoiadas.

Para isso deve haver a conjunção de esforços de todos os setores da sociedade e a


conscientização na aplicação de programas de saúde e segurança no trabalho.
Trabalhador saudável e qualificado representa produtividade no mercado globalizado.

O Técnico de Segurança do Trabalho é o profissional capacitado para atuar na


empresa buscando evitar acidentes e doenças do trabalho. É um dos profissionais que
compõem o SESMT segundo a Norma Regulamentadora 4 (NR 4).

Ele trabalha se apoiando nas Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho


(NR), nas (NBR) Normas Brasileiras da ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas), na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), nas NT (Normas Técnicas) do
Corpo de Bombeiros e outras.

*Agora iremos mostrar um pouco do começo dessa história, contada pelo


Técnico em Segurança do Trabalho, Nestor Waldhelm Neto, criador e editor do
blog/site Segurança do Trabalho nwn, professor e escritor...

Através do Técnico de Segurança do Trabalho nasceu o SESMT. E hoje depois de


muitos anos de existência algumas dificuldades permanecem. Talvez as maiores sejam
conscientizar os funcionários e conscientizar o empregador. Conscientizar os funcionários
é importante para que os mesmos adotem as medidas de segurança necessárias. E
Conscientizar o empregador é importante para conseguir recursos para implantar as
medidas de segurança necessárias.

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UM POUCO SOBRE O COMEÇO DA HISTÓRIA

Desde os tempos pós Jardim do Éden o homem teve que se aventurar na busca por
alimento, e como bem sabemos, em tudo que fazemos existe algum tipo de risco, e com o
trabalho no início dos temos não foi diferente.

Talvez a primeira proteção que o homem adotou foram às roupas. As roupas além
de cobrirem a nudez protegiam contra o frio, calor, umidade, o corte em folhas de árvores,
arbustos, etc.

Para o trabalho talvez o primeiro equipamento de proteção tenha sido os utensílios


de pedras, os machadinhos, as facas, as lanças. Eles diminuíam o esforço humano e
consequentemente as lesões, e proporcionavam um trabalho mais eficiente.

A SEGURANÇA DO TRABALHO COMEÇA E TOMAR FORMA

O primeiro relato mais profundo a respeito da Segurança do Trabalho ocorreu


através do que é considerado o “Pai da Medicina”. Hipócrates que viveu entre 460 a 370
antes de Cristo, e documentou a doença dos trabalhadores nas minas de estanho.

O PRIMEIRO GRANDE MOVIMENTO PREVENCIONISTA

Antes do período da revolução industrial a mão de obra (o ser humano) era quase
descartável. Não existia preocupação com a prevenção. Se um trabalhador morresse em
trabalho simplesmente era contratado outro para o lugar.

A partir da Revolução Industrial em 1760 deixa o trabalho artesão e começa a


trabalhar com máquinas, passa a ser necessário ter mão de obra qualificada. O ser
humano começa a ser valorizado no trabalho.

O empregador começa a perceber que a simples substituição da “peça homem” não


é vantajosa. Percebe que a substituição gera mais custos do que investir em prevenção.
Começa aí a mudança de mentalidade que viria transformar as relações que norteiam o
trabalho e as ações de segurança dentro do ambiente de trabalho no mundo inteiro.

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Somente em 1802 um grande avanço foi percebido de fato. O parlamento da


Inglaterra aprovou uma lei de saúde. Estabeleceu proteção para aprendizes, fixou um
limite máximo de 12 horas de trabalho por dia e proibiu o trabalho noturno. A lei também
obrigava os empregadores a lavarem as paredes 2 vezes por ano e tornava a ventilação
obrigatória no local.

Em 1833 também na Inglaterra é criada a “Lei das Fábricas”. Dentre um dos fatores
que chamavam a atenção era a ventilação diluidora que tinha a missão de retirar os
contaminantes presentes no ambiente de trabalho. Na mesma época a Alemanha aprovou
a “Lei Operária” que trouxe também atenção a Segurança no Trabalho dos operários.

PRIMEIROS MOVIMENTOS PREVENCIONISTAS NO BRASIL

No Brasil a primeira lei relacionada à segurança foi criada em 1830. A lei regulava
sobre a prestação de serviço, e era direcionada a brasileiros e estrangeiros.

Em 1833 o Brasil encontra dificuldade por causa do trabalho colonizado. Apesar de


já existir a Lei, não existe preocupação com segurança e saúde no trabalho. No Brasil o
trabalho ainda é totalmente braçal. Os serviços de lavoura estão em expansão.

Com a abolição da escravatura surge uma grande dificuldade, a transição do


trabalho escravo para o trabalho livre.

Em 1891 foi criada uma lei brasileira que tratava sobre a proteção ao trabalho dos
menores.

Como já vimos a criação da OIT (Organização Internacional do Trabalho) em 1919


deu novo impulso à criação de normas de procedimentos seguros no trabalho no mundo.
O Brasil foi um dos membros fundadores da OIT.

Em 1919 finalmente é criada a Lei 3724 de 15/01/19, essa foi à primeira lei brasileira
sobre acidentes de trabalho.

A revolução industrial só chega ao Brasil na década de 40. Nessa época as


multinacionais começam a se instalar no Brasil. Várias normas de segurança são trazidas
junto com elas.

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Em 1944 a lei de acidentes é reformada dando início à criação do capítulo V da


CLT.

Em 1953 o Decreto Lei 34715 de 27/11/53 criou a SPAT (sim, nesse tempo era
SPAT mesmo), na ocasião deveria ser realizada na quarta semana de cada ano. Também
no corrente ano foi regulamentada e organizada a CIPA que já havia sido criada no ano de
1944.

Em 1960 foi regulamentado o uso de EPI. Isso aconteceu através da Portaria 319 de
30/12/60.

Em 1966 foi criada através da Lei número 5161 de 21/10/66 a Fundacentro –


Fundação Centro Nacional de Segurança Higiene e Medicina do Trabalho, atual Fundação
Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho. Recebeu esse nome em
homenagem ao seu primeiro Presidente.

Em 1976 foi criada a sexta lei de acidentes de trabalho. Como diferencial ela
identificou doença profissional e do trabalho como sinônimos, e os equiparou ao acidente
de trabalho.

O PRIMEIRO FORMATO DE SESMT

Em 1967 surge através da CLT o Decreto Lei número 229 de 28/0267 cria no Brasil
o Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), e a CIPA
(Comissão Interna de Prevenção de Acidentes).

É importante ressaltar que o SESMT era facultativo, não


existia obrigatoriedade e o país não tinha condições nem intenção
de fiscalizar. Resultado, nada de concreto aconteceu.

Em 1972 a Portaria número 3237 de 27/07/72 criou o SESMT obrigatório. Era o fim
do serviço facultativo e o começo da profissionalização do segmento. Criou-se também os
cursos de formação, essa fase foi um divisor de águas na história do SESMT.

LEGISLAÇÕES E MUDANÇAS NO NOME DA PROFISSÃO

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1. SUPERVISOR DE SEGURANÇA DO TRABALHO

1972: Portaria 3.237 MTPS Supervisor de Segurança do Trabalho 140 h Primário


Fundacentro.

2. INSPETOR DE SEGURANÇA DO TRABALHO

1976: Parecer 775/76 C.F.E Inspetor de Segurança do Trabalho Fundacentro – 1º


Grau.

3. TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO

1985: Decreto 92.530 de 09.04.86 Regulamenta a Lei 7.410 e cria a profissão de


Técnico de Segurança do trabalho – Passa o curso da Fundacentro para o MEC,
supervisor/inspetor vira TST

1987: Parecer 632/87 C.F.E regulamenta o curso em nível técnico (passa da


Fundacentro para o MEC)

1988: Primeiro curso de TST a ser iniciado no Brasil – Sena Aires

1999: Técnico em Segurança do Trabalho – Eixo Tecnológico: Ambiente, Saúde e


Segurança – RESOLUÇÃO CNE/CEB N.º 04/99 Institui as Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Profissional de Nível Técnico

2012: Resolução CNE/CEB nº. 04/12 – Eixo Tecnológico: Segurança

REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO

A profissão é regulamentada pela Lei número 7.410, de 27 de Novembro de 1985.


Em 1986 – A Lei n° 9235 de 09/04/86 regulamentou a categoria de Técnico de Segurança
do Trabalho. Que na década de 50 eram chamados de “Inspetores de Segurança”.
Durante o crescimento industrial o Brasil se via na vergonhosa posição de campeão
de acidentes de trabalho. Nesse senário e a título de emergência a função Inspetor de
Segurança foi criada.

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O curso de formação a princípio ministrado diretamente pela Fundacentro. O curso


era feito presencialmente com carga horária de 100 horas. A apostila tinha mais de 200
páginas, muitos ex-Inspetores ainda possuem a apostila até hoje.
Logo depois o Ministério do Trabalho autorizou que instituições de ensino
ministrassem o curso de formação. A Fundacentro tinha a missão de supervisioná-los.
Mesmo assim, os cursos de formação na Fundacentro existiram até 1986.
No sistema Federal de Ensino, a Escola Técnica Federal de Pernambuco oferece o
Curso de Inspetor de Segurança do Trabalho, somente a partir de 1975.
Em 1976, o Conselho Federal de Educação pronuncia-se a favor da habilitação de
Inspetor de Segurança do Trabalho. Atende proposta da FUNDACENTRO,por intermédio
do Parecer n° 775/76.
Mais tarde, em 1980, o Conselho Federal de Educação permite que as escolas
registrem os diplomas no MEC mesmo sem serem conveniadas com a FUNDACENTRO. E
elimina a exigência de que a instituição de ensino tenha convênio com a FUNDACENTRO.
O incentivo do governo cria uma onda de novos cursos pelo Brasil cerca de 100.000
profissionais são formados entre 1974 e 1985.
Os recém formados reclamam de pouco
conhecimento. Na época o governo legaliza o exercício da
profissão de Técnico de Segurança do Trabalho apenas
aos portadores de certificados obtidos em sistemas de
ensino de 2º grau (atual ensino médio), os que foram
formados em caráter prioritário no período entre 1972 e
1985, e também os que possuem registro profissional no
Ministério do Trabalho.
Em 1985 a profissão finalmente foi regulamentada pela Lei n° 7.410, de 27 de
novembro do mesmo ano, e Decreto n° 92.350, de 09 de abril de 1986, sendo denominada
“Técnico de Segurança do Trabalho”. A criação da Lei unifica e corrige desequilíbrios e
outros erros da formação do profissional. Os cursos que tinha caráter precário são também
normatizados e com isso eleva-se o nível da instrução dos profissionais da área.

CONCLUSÃO
Assim nasceu essa categoria tão importante. Foi importante até mesmo para a
criação do SESMT. O Técnico de Segurança é o único especialista de fato dentro do

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SESMT. É o único formado desde o início para atuar em Segurança do Trabalho. O foco
preventivo é o traço mais marcante do profissional.
Esse foi apenas um breve resumo sobre a história da profissão Técnico de
Segurança do Trabalho. Veja o quanto ele é importante em “A importância da Segurança
do Trabalho”

O que é Segurança do Trabalho ?

Segurança do trabalho pode ser entendida como os conjuntos de medidas que são
adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como
proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador.

A Segurança do Trabalho estuda diversas disciplinas como Introdução à Segurança,


Higiene e Medicina do Trabalho, Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas,
Equipamentos e Instalações, Psicologia na Engenharia de Segurança, Comunicação e
Treinamento, Administração aplicada à Engenharia de Segurança, O Ambiente e as
Doenças do Trabalho, Higiene do Trabalho, Metodologia de Pesquisa, Legislação, Normas

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Técnicas, Responsabilidade Civil e Criminal, Perícias, Proteção do Meio Ambiente,


Ergonomia e Iluminação, Proteção contra Incêndios e Explosões e Gerência de Riscos.

O quadro de Segurança do Trabalho de uma empresa compõe-se de uma equipe


multidisciplinar composta por Técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiro de
Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho e Enfermeiro do Trabalho. Estes profissionais
formam o que chamamos de SESMT - Serviço Especializado em Engenharia de
Segurança e Medicina do Trabalho.

Também os empregados da empresa constituem a CIPA - Comissão Interna de


Prevenção de Acidentes, que tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças
decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a
preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.

A Segurança do Trabalho é definida por normas e leis.

No Brasil a Legislação de Segurança do Trabalho compõe-se de Normas


Regulamentadoras, Normas Regulamentadoras Rurais, outras leis complementares, como
portarias e decretos e também as convenções Internacionais da Organização Internacional
do Trabalho, ratificadas pelo Brasil.

Onde atua o profissional de Segurança do Trabalho?

O profissional de Segurança do Trabalho tem uma área de atuação bastante ampla.

Ele atua em todas as esferas da


sociedade onde houver trabalhadores. Em geral
ele atua em fábricas de alimentos, construção
civil, hospitais, empresas comerciais e
industriais, grandes empresas estatais,
mineradoras e de extração. Também pode atuar
na área rural em empresas agroindustriais.

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O que faz o profissional de Segurança do Trabalho?

O profissional de Segurança do Trabalho atua conforme sua formação, quer seja ele
médico, técnico, enfermeiro ou engenheiro. O campo de atuação é muito vasto. Em geral o
engenheiro e o técnico de segurança atuam em empresas organizando programas de
prevenção de acidentes, orientando a CIPA, os trabalhadores quanto ao uso de
equipamentos de proteção individual, elaborando planos de prevenção de riscos
ambientais, fazendo inspeção de segurança, laudos técnicos e ainda organizando e dando
palestras e treinamento. Muitas vezes esse profissional também é responsável pela
implementação de programas de meio ambiente e ecologia na empresa.

O médico e o enfermeiro do trabalho dedicam-se a parte de saúde ocupacional,


prevenindo doenças, fazendo consultas, tratando ferimentos, ministrando vacinas, fazendo
exames de admissão e periódicos nos empregados.

O que exatamente faz cada um dos profissionais de Segurança do Trabalho?

A seguir a descrição das atividades dos profissionais de Saúde e Segurança do


Trabalho, de acordo com a Classificação Brasileira de Ocupações - CBO.

Engenheiro de Segurança do Trabalho - CBO 0-28.40

 Assessora empresas industriais e de outro gênero em assuntos relativos à


segurança e higiene do trabalho, examinando locais e condições de trabalho,
instalações em geral e material, métodos e processos de fabricação adotados
pelo trabalhador, para determinar as necessidades dessas empresas no
campo da prevenção de acidentes;

Técnico em Segurança do Trabalho - INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 15


Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

 Inspeciona estabelecimentos fabris, comerciais e de outro gênero, verificando


se existem riscos de incêndios, desmoronamentos ou outros perigos, para
fornecer indicações quanto às precauções a serem tomadas;

 Promove a aplicação de dispositivos especiais de segurança, como óculos de


proteção, cintos de segurança, vestuário especial, máscara e outros,
determinando aspectos técnicos funcionais e demais características, para
prevenir ou diminuir a possibilidade de acidentes;

 Adapta os recursos técnicos e humanos, estudando a adequação da máquina


ao homem e do homem à máquina, para proporcionar maior segurança ao
trabalhador;

 Executa campanhas educativas sobre prevenção de acidentes, organizando


palestras e divulgações nos meios de comunicação, distribuindo publicações
e outro material informativo, para conscientizar os trabalhadores e o público,
em geral;

 Estuda as ocupações encontradas nuns estabelecimentos fabris, comerciais


ou de outro gênero, analisando suas características, para avaliar a
insalubridade ou periculosidade de tarefas ou operações ligadas à execução
do trabalho;

 Realiza estudos sobre acidentes de trabalho e doenças profissionais,


consultando técnicos de diversos campos, bibliografia especializada,
visitando fábricas e outros estabelecimentos, para determinaras causas
desses acidentes e elaborar recomendações de segurança.

Técnico em Segurança do Trabalho - CBO 0-39.45

Técnico em Segurança do Trabalho - INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 16


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 Inspeciona locais, instalações e equipamentos da empresa, observando as


condições de trabalho, para determinar fatores e riscos de acidentes;
estabelece normas e dispositivos de segurança, sugerindo eventuais
modificações nos equipamentos e instalações e verificando sua observância,
para prevenir acidentes;

 Inspeciona os postos de combate a incêndios, examinando as mangueiras,


hidrantes, extintores e equipamentos de proteção contra incêndios, para
certificar-se de suas perfeitas condições de funcionamento;

 Comunica os resultados de suas inspeções, elaborando relatórios, para


propor a reparação ou renovação do equipamento de extinção de incêndios e
outras medidas de segurança;

 Investiga acidentes ocorridos, examinando as condições da ocorrência, para


identificar suas causas e propor as providências cabíveis;

 Mantém contatos com os serviços médico e social da empresa ou de outra


instituição, utilizando os meios de comunicação oficiais, para facilitar o
atendimento necessário aos acidentados;

 Registra irregularidades ocorridas, anotando-as em formulários próprios e


elaborando estatísticas de acidentes, para obter subsídios destinados à
melhoria das medidas de segurança;

 Instrui os funcionários da empresa sobre normas de segurança, combate a


incêndios e demais medidas de prevenção de acidentes, ministrando
palestras e treinamento, para que possam agir acertadamente em casos de
emergência;

 Coordena a publicação de matéria sobre segurança no trabalho, preparando


instruções e orientando a confecção de cartazes e avisos, para divulgar e
desenvolver hábitos de prevenção de acidentes;

 Participa de reuniões sobre segurança no trabalho, fornecendo dados


relativos ao assunto, apresentando sugestões e analisando a viabilidade de
medidas de segurança propostas, para aperfeiçoar o sistema existente.

Técnico em Segurança do Trabalho - INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 17


Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Médico do Trabalho - CBO - 0-61.22

 Executa exames periódicos de todos os empregados ou em especial


daqueles expostos a maior risco de acidentes do trabalho ou de doenças
profissionais, fazendo o exame clínico e/ou interpretando os resultados de
exames complementares, para controlar as condições de saúde dos mesmos
a assegurar a continuidade operacional e a produtividade;

 Executa exames médicos especiais em trabalhadores do sexo feminino,


menores, idosos ou portadores de subnormalidades, fazendo anamnese,
exame clínico e/ou interpretando os resultados de exames complementares,
para detectar prováveis danos à saúde em decorrência do trabalho que
executam e instruir a administração da empresa para possíveis mudanças de
atividades;

 Faz tratamento de urgência em casos de acidentes de trabalho ou alterações


agudas da saúde, orientando e/ou executando a terapêutica adequada, para
prevenir consequências mais graves ao trabalhador;

 Avalia, juntamente com outros profissionais, condições de insegurança,


visitando periodicamente os locais de trabalho, para sugerir à direção da
empresa medidas destinadas a remover ou atenuar os riscos existentes;

 Participa, juntamente com outros profissionais, da elaboração e execução de


programas de proteção à saúde dos trabalhadores, analisando em conjunto
os riscos, as condições de trabalho, os fatores de insalubridade, de fadiga e
outros, para obter a redução de absenteísmo e a renovação da mão-de-obra;

 Participa do planejamento e execução dos programas de treinamento das


equipes de atendimento de emergências, avaliando as necessidades e

Técnico em Segurança do Trabalho - INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 18


Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

ministrando aulas, para capacitar o pessoal incumbido de prestar primeiros


socorros em casos de acidentes graves e catástrofes

 Participa de inquéritos sanitários, levantamentos de doenças profissionais,


lesões traumáticas e estudos epidemiológicos, elaborando e/ou preenchendo
formulários próprios e estudando os dados estatísticos, para estabelecer
medidas destinadas a reduzir a morbidade e mortalidade decorrentes de
acidentes do trabalho, doenças profissionais e doenças de natureza não-
ocupacional;

 Participa de atividades de prevenção de acidentes, comparecendo a reuniões


e assessorando em estudos e programas, para reduzir as ocorrências de
acidentes do trabalho;

 Participa dos programas de vacinação, orientando a seleção da população


trabalhadora e o tipo de vacina a ser aplicada, para prevenir moléstias
transmissíveis;

 Participa de estudos das atividades realizadas pela empresa, analisando as


exigências psicossomáticas de cada atividade, para elaboração das análises
profissiográficas;

 Procede aos exames médicos destinados à seleção ou orientação de


candidatos a emprego em ocupações definidas, baseando-se nas exigências
psicossomáticas das mesmas, para possibilitar o aproveitamento dos mais
aptos;

 Participa da inspeção das instalações destinadas ao bem-estar dos


trabalhadores, visitando, juntamente com o nutricionista, em geral (0-68.10), e
o enfermeiro de higiene do trabalho (0 -71.40) e/ou outros profissionais
indicados, o restaurante, a cozinha, a creche e as instalações sanitárias, para
observar as condições de higiene e orientar a correção das possíveis falhas
existentes. Pode participar do planejamento, instalação e funcionamento dos
serviços médicos da empresa. Pode elaborar laudos periciais sobre acidentes
do trabalho, doenças profissionais e condições de insalubridade. Pode
participar de reuniões de órgãos comunitários governamentais ou privados,
interessados na saúde e bem-estar dos trabalhadores

Técnico em Segurança do Trabalho - INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 19


Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

 Pode participar de congressos médicos ou de prevenção de acidentes e


divulgar pesquisas sobre saúde ocupacional.

Enfermeiro do Trabalho CBO - 0-71.40

 Estuda as condições de segurança e periculosidade da empresa, efetuando


observações nos locais de trabalho e discutindo-as em equipe, para
identificar as necessidades no campo da segurança, higiene e melhoria do
trabalho;

 Elabora e executa planos e programas de proteção à saúde dos empregados,


participando de grupos que realizam inquéritos sanitários, estudam as causas
de absenteísmo, fazem levantamentos de doenças profissionais e lesões
traumáticas, procedem a estudos epidemiológicos, coletam dados
estatísticos de morbidade e mortalidade de trabalhadores, investigando
possíveis relações com as atividades funcionais, para obter a continuidade
operacional e aumento da produtividade;

 Executa e avalia programas de prevenções de acidentes e de doenças


profissionais ou não-profissionais, fazendo análise da fadiga, dos fatores de
insalubridade, dos riscos e das condições de trabalho do menor e da mulher,
para propiciar a preservação de integridade física e mental do trabalhador;

 Presta primeiros socorros no local de trabalho, em caso de acidente ou


doença, fazendo curativos ou imobilizações especiais, administrando
medicamentos e tratamentos e providenciando o posterior atendimento
médico adequado, para atenuar consequências e proporcionar apoio e
conforto ao paciente;

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Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

 Elabora e executa ou supervisiona e avalia as atividades de assistência de


enfermagem aos trabalhadores, proporcionando-lhes atendimento
ambulatorial, no local de trabalho, controlando sinais vitais, aplicando
medicamentos prescritos, curativos, instalações e teses, coletando material
para exame laboratorial, vacinações e outros tratamentos, para reduzir o
absenteísmo profissional; organiza e administra o setor de enfermagem da
empresa, provendo pessoal e material necessários, treinando e
supervisionando auxiliares de enfermagem do trabalho, atendentes e outros,
para promover o atendimento adequado às necessidades de saúde do
trabalhador;

 Treina trabalhadores, instruindo-os sobre o uso de roupas e material


adequado ao tipo de trabalho, para reduzir a incidência de acidentes;

 Planeja e executa programas de educação sanitária, divulgando


conhecimentos e estimulando a aquisição de hábitos sadios, para prevenir
doenças profissionais, mantendo cadastros atualizados, a fim de preparar
informes para subsídios processuais nos pedidos de indenização e orientar
em problemas de prevenção de doenças profissionais.

Auxiliar de Enfermagem do Trabalho

 Desempenha tarefas similares às que realiza o auxiliar de enfermagem, em


geral (5-72.10), porém atua em dependências de fábricas, indústrias ou
outros estabelecimentos que justifiquem sua presença.

Técnico em Segurança do Trabalho - INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 21


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 O profissional Auxiliar de Enfermagem do Trabalho é o Técnico em


Enfermagem, com especialização na área, que pertence aos Serviços
Especializados em Medicina do Trabalho com a finalidade de promover a
Saúde e proteger a integridade do trabalhador no “local de trabalho”,
participando da equipe multiprofissional da empresa. Trabalha sob a
supervisão da Enfermeira do Trabalho, em atendimento ambulatorial,
integrando a equipe de Higiene e Segurança do Trabalho e Medicina
Ocupacional. Além das funções do Auxiliar de Enfermagem, atua
especificamente nas seguintes áreas:

 Atendimento ao trabalhador  Verificação de sinais vitais

 Exames pré-admissionais  Diálogo de segurança

 Atendimento a pequenos  Preparo de materiais e


curativos equipamentos

 Coleta de material  Preparo de relatórios de sua


competência profissional
 Encaminhamento de
exames laboratoriais  Controle, preparo e
esterilização de
 Preparo do trabalhador para
equipamento
exame médico
*Fonte: Código Brasileiro de Ocupação - CBO

Técnico em Segurança do Trabalho - INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 22


Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

ACIDENTES – Classificação, causas consequências

Infelizmente, as estatísticas oficiais ainda


não quantificam, adequadamente, a ocorrência
anual de acidentes do trabalho no Brasil.

A principal riqueza de uma Nação são os seus recursos humanos. Como


consequência irrefutável, o bem-estar físico e mental do elemento humano é fator básico
para o desenvolvimento sócio-econômico de um país. Enfocando o caso específico do
Brasil, o acidente do trabalho representa um grande mal: anualmente ceifa milhares de
vidas e deixa dezenas de milhares de incapacitados permanentes; causa grandes
problemas de ordem social e acarreta prejuízos que atingem
algumas centenas de milhões de Reais o que significa um ônus
por demais pesado para nosso país.

O que é ACIDENTE ?

Se procurarmos num dicionário poderemos encontrar:


“Acontecimento imprevisto , casual , que resulta em ferimento ,
dano , estrago , prejuízo, avaria , ruína , etc.”

Os acidentes, em geral, são o resultado de uma combinação de fatores, entre os


quais se destacam as falhas humanas e falhas materiais.

Vale a pena lembrar que os acidentes não escolhem hora nem lugar. Podem
acontecer em casa, no ambiente de trabalho e nas inúmeras locomoções que fazemos de
um lado para o outro, para cumprir nossas obrigações diárias.

Quanto aos acidentes do trabalho o que se pode dizer é que grande parte deles
ocorre porque os trabalhadores se encontram mal preparados para enfrentar certos riscos.

Técnico em Segurança do Trabalho - INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 23


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ACIDENTE DE TRABALHO – Conceito Legal

Conforme dispõe o art. 19 da Lei nº 8.213/91, "acidente de trabalho é o que ocorre


pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos
segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta lei, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou
temporária, da capacidade para o trabalho".

Ao lado da conceituação acima, de acidente de trabalho típico, por expressa


determinação legal, as doenças profissionais e/ou ocupacionais equiparam-se a acidentes
de trabalho. Os incisos do art. 20 da Lei nº 8.213/91 as conceitua:

- doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo


exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação
elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social;

- doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função


de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente,
constante da relação mencionada no inciso I.

Como se revela inviável listar todas as hipóteses dessas doenças, o § 2º do


mencionado artigo da Lei nº 8.213/91 estabelece que, "em caso excepcional, constatando-
se que a doença não incluída na relação prevista nos incisos I e II deste artigo resultou das
condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a
Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho".

O art. 21 da Lei nº 8.213/91 equipara ainda a acidente de trabalho:

I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja
contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua
capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua
recuperação;

II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em


consequência de:

Técnico em Segurança do Trabalho - INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 24


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a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro


de trabalho;

b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada


ao trabalho;

c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro


de trabalho;

d) ato de pessoa privada do uso da razão;

e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de


força maior;

III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de


sua atividade;

IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:

a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;

b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo


ou proporcionar proveito;

c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por


esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão de obra, independentemente
do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;

d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer


que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.

§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação


de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é
considerado no exercício do trabalho.

Esses acidentes não causam repercussões apenas de ordem jurídica. Nos


acidentes menos graves, em que o empregado tenha que se ausentar por período inferior
a quinze dias, o empregador deixa de contar com a mão de obra temporariamente
afastada em decorrência do acidente e tem que arcar com os custos econômicos da
relação de empregado. O acidente repercutirá ao empregador também no cálculo do Fator
Acidentário de Prevenção - FAP da empresa, nos termos do art. 10 da Lei nº 10.666/2003.

Técnico em Segurança do Trabalho - INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 25


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Os acidentes de trabalho geram custos também para o Estado. Incumbe ao


Instituto Nacional do Seguro Social – INSS administrar a prestação de benefícios, tais
como auxílio-doença acidentário, auxílio-acidente, habilitação e reabilitação profissional e
pessoal, aposentadoria por invalidez e pensão por morte. Estima-se que a Previdência
Social gastou, só em 2010, cerca de 17 bilhões de reais com esses benefícios.

“Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho


a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional
que cause a morte, a perda ou redução da capacidade para o trabalho,
permanente ou temporária...”.

 Conceito Prevencionista

Acidente do Trabalho: ocorrência imprevista e indesejável,


instantânea ou não, relacionada com o exercício do trabalho, de
que resulta ou possa resultar lesão pessoal. (NBR 14280:2001)

É toda a ocorrência estranha ao andamento do trabalho e não


programada, da qual pode resultar danos físicos, funcionais ou
morte ao trabalhador e danos materiais e econômicos à
empresa. (Prática da Prevenção de Acidentes – Álvaro Zocchio)

Classificação do acidente de trabalho

Acidentes Típicos

Técnico em Segurança do Trabalho - INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 26


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É todo acidente com ou sem lesão, ocorrido no local e no horário de trabalho a serviço da
empresa ou em condições especiais de execução de tarefas a serviço da empresa, exceto
os de trajeto.

Acidentes de Trajeto

 É o acidente sofrido pelo empregado no percurso da residência para o


trabalho ou deste para aquela.

Acidentes Devidos à Doença do Trabalho

 São os acidentes ocasionados por qualquer tipo de doença profissional


peculiar a determinado ramo de atividade constante na tabela da Previdência
Social.

Lesão corporal

 É qualquer dano produzido no corpo humano, seja ele leve, como, por
exemplo, um corte no dedo, ou grave, como a perda de um membro.

Perturbação funcional

 É o prejuízo do funcionamento de qualquer órgão ou sentido. Por exemplo, a


perda da visão, provocada por uma pancada na cabeça, caracteriza uma
perturbação funcional.

*FONTE:Manual de Formação: Higiene e Segurança no Trabalho - Programa Formação PME6/45

Doença profissional também é acidente do trabalho?

Doenças profissionais

 São aquelas que são adquiridas na sequência do exercício do trabalho em si.

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Doenças do trabalho

 São aquelas decorrentes das condições especiais em que o trabalho é


realizado. Ambas são consideradas como acidentes do trabalho, quando
delas decorrer a incapacidade para o trabalho.

Um funcionário pode apanhar uma gripe, por contagio com colegas de trabalho.
Essa doença, embora possa ter sido adquirida no ambiente de trabalho, não é considerada
doença profissional nem do trabalho, porque não é ocasionada pelos meios de produção.

Contudo, se o trabalhador contrair uma doença ou lesão por contaminação


acidental, no exercício de sua atividade, temos aí um caso equiparado a um acidente de
trabalho.

Por exemplo, se operador de um banho de decapagem se queima com ácido ao


encher a tina do banho ácido isso é um acidente do trabalho. Noutro caso, se um
trabalhador perder a audição por ficar longo tempo sem proteção auditiva adequada,
submetido ao excesso de ruído, gerado pelo trabalho executado junto a uma grande
prensa, isso caracteriza igualmente uma doença de trabalho. Um acidente de trabalho
pode levar o trabalhador a se ausentar da empresa apenas por algumas horas, o que é
chamado de acidente sem afastamento. É que ocorre, por exemplo, quando o acidente
resulta num pequeno corte no dedo, e o trabalhador retorna ao trabalho em seguida.

Outras vezes, um acidente pode deixar o trabalhador impedido de realizar suas


atividades por dias seguidos, ou meses, ou de forma definitiva. Se o trabalhador
acidentado não retornar ao trabalho imediatamente ou até no dia seguinte, temos o
chamado acidente com afastamento, que pode resultar na incapacidade temporária, ou na
incapacidade parcial e permanente, ou, ainda, na incapacidade total e permanente para o
trabalho.

 A incapacidade temporária: É a perda da capacidade para o trabalho por


um período limitado de tempo, após o qual o trabalhador retorna às suas
atividades normais.

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 A incapacidade parcial e permanente: É a diminuição, por toda vida, da


capacidade física total para o trabalho. É o que acontece, por exemplo,
quando ocorre a perda de um dedo ou de uma vista.

 Incapacidade total e permanente: É a invalidez incurável para o trabalho.


Neste último caso, o trabalhador não reúne condições para trabalhar o que
acontece, por exemplo, se um trabalhador perde as duas vistas num acidente
do trabalho. Nos casos extremos, o acidente resulta na morte do trabalhador.

Um trabalhador desvia sua atenção do trabalho por fração de


segundo, ocasionando um acidente sério. Além do próprio
trabalhador são atingidos mais dois colegas que trabalham ao seu
lado. O trabalhador tem de ser removido urgentemente para o hospital
e os dois outros trabalhadores envolvidos são atendidos no
ambulatório da empresa. Um equipamento de fundamental
importância é paralisado em consequência do dano em algumas
peças da máquina. O equipamento parado é uma guilhotina que corta
a matéria-prima para vários setores de produção.

INCIDENTE - Nos conceitos


prevencionistas, considera-se incidente, todo
acidente sem lesão física, sendo que esta
conceituação permite a análise de todos os
acidentes ocorridos, para que possamos
descobrir as verdadeiras causas e as
consequentes medidas de prevenção.

O acidente de trabalho deve-se principalmente a duas causas:

Técnico em Segurança do Trabalho - INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 29


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I. ATO INSEGURO

É o ato praticado pelo homem, em geral consciente do que está fazendo, que está
contra as normas de segurança. São exemplos de atos inseguros: subir em telhado sem
cinto de segurança contra quedas, ligar tomadas de aparelhos elétricos com as mãos
molhadas e dirigir a altas velocidades.

PORTANTO, ATO INSEGURO É TODA CONDUTA OU COMPORTAMENTO, QUE


GERA DE UMA DECISÃO DESNECESSÁRIA A OCORRÊNCIAS DE ACIDENTES.

II. CONDIÇÃO INSEGURA

É a condição do ambiente de trabalho que oferece perigo e ou risco ao trabalhador.


São exemplos de condições inseguras: instalação elétrica com fios desencapados,
máquinas em estado precário de manutenção, andaime de obras de construção civil feitos
com materiais inadequados.

Fator pessoal de insegurança - É a causa relativa ao


comportamento humano individual e característico, que propicia a
ocorrência de acidentes.
Exemplo: Doenças na família, excesso de horas trabalhadas,
problemas conjugais, etc.

Em um passado não muito distante, a responsabilidade do acidente do trabalho era


colocada nos trabalhadores, através dos atos inseguros, essa tendência acabou criando
uma “consciência culposa” nos mesmos, pois era comum a negligência, o descuido, a
facilitação e o excesso de confiança serem apontados como causas dos acidentes.
Atualmente com o avanço e a socialização das técnicas prevencionistas o que
queremos é apurar quais são as verdadeiras causas e não os culpados pelos acidentes do
trabalho, portanto, não é que não exista o ato inseguro e a condição insegura, mas o que
precisamos é compreendê-los melhor.

Técnico em Segurança do Trabalho - INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 30


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Eliminando-se as Condições Inseguras e os Atos Inseguros


é possível reduzir os acidentes e as doenças ocupacionais.
Esse é o papel da Segurança do Trabalho.

O acidente de trabalho e suas consequências

PARA O ACIDENTADO PARA A FAMÍLIA PARA A EMPRESA


 ferimento do funcionário;  Despeça com transporte  Aumento dos custos do
do acidentado INSS;
 incapacidade para o
trabalho;  prejuízos financeiros e  Aumento do nº de
econômicos para a benefícios Concedidos
 dificuldades financeiras;
empresa; pelo INSS;
 problemas na ordem
 troca de funcionários no  Aumento do nº de
psicológica;
setor; pessoas nos hospitais
 agravamento das relações
 perda e atraso da  Aumento dos índices de
familiares;
produção; Acidentes do Trabalho,
 depressão, má reputação para o país;
 quebra de máquinas;
 angustia.  Aumento de casos de
 custo com formulários;
reclamações judiciais,
 custo com atendimento
 gerando mais gastos para
médico;
o serviço público;
 custo com advogados e
 Aumento da taxa de
assistentes técnicos em
cobrança do valor do
reclamações judiciais;
INSS descontados dos
 custo com a investigação; trabalhadores
 entre outros. (obrigatório);

 entre outros..

Portanto, qualquer acidente do trabalho acarreta prejuízos para o acidentado, para a


empresa, para a Nação.

Se encararmos o acidente do ponto de vista prevencionista (onde não há


necessidade de efeito lesivo ao trabalhador em virtude da ocorrência), simples perda de
tempo para normalizar a situação já representa um custo. Por exemplo, a queda de um

Técnico em Segurança do Trabalho - INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 31


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fardo de algodão mal armazenado, em princípio, teria como consequências: o empregado


encarregado do rearmazenagem despendera esforço para o trabalho, inclusive passando
pelo risco inerente a atividade, desnecessário se o armazenamento inicial tivesse feito
corretamente; O empregador pagará duas vezes pelo serviço armazenagem; há perda de
produção pela necessidade de execução do serviço varia vezes.

Se, no exemplo anterior, um trabalhador for atingido


pelo fardo e necessitar de um afastamento temporário para
recuperação, cita-se como consequência: o operário ficara
prejudicado em sua saúde; o empregador arcara com as
despesas do salário do acidentado, do dia do acidente e dos
seguintes 15 (quinze) dias; a empresa seguradora (no caso o
INSS) pagará as despesas de atendimento médico e os
salários a partir do 15º dia até o retorno do acidentado ao
trabalho normal.

Percebe-se que o próprio país é afetado com todo o conjunto de efeitos negativos
dos acidentes do trabalho.

Um acidente do trabalho pode levar o trabalhador a se ausentar da empresa apenas


por algumas horas, o que é chamado de acidente sem afastamento. É o que ocorre, por
exemplo, quando o acidente resulta num pequeno corte no dedo, e o trabalhador retorna
ao trabalho em seguida. Outras vezes, um acidente pode deixar o trabalhador impedido de
realizar suas atividades por dias seguidos, ou meses, ou de forma definitiva. Se o
trabalhador acidentado não retornar ao trabalho imediatamente ou até na jornada seguinte,
temos o chamado acidente com afastamento, que pode resultar na incapacidade
temporária, ou na incapacidade parcial e permanente, ou, ainda, na incapacidade total e
permanente para o trabalho.

A incapacidade temporária é a perda da capacidade para o trabalho por um período


limitado de tempo, após o qual o trabalhador retorna às suas atividades normais.

A incapacidade parcial e permanente é a diminuição, por toda vida, da capacidade


física total para o trabalho. É o que acontece, por exemplo, quando ocorre a perda de um
dedo ou de uma vista.

Técnico em Segurança do Trabalho - INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 32


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A incapacidade total e permanente é a invalidez incurável para o trabalho.

Nesse caso, o trabalhador não tem mais condições para trabalhar. É o que
acontece, por exemplo, se um trabalhador perde as duas vistas em um acidente do
trabalho. Nos casos extremos, o acidente resulta na morte do trabalhador.

Percebe-se que os danos causados pelos acidentes são sempre bem maiores do
que se imagina à primeira vista. Há diversos custos que o próprio bom-senso facilmente
determina. Outros, porém, além de não serem identificados na totalidade, quando o são,
tornam-se de difícil mensuração.

Segundo, César P. S. Machado Jr., “o empregador tem responsabilidade ampla


quanto à integridade física de seu empregado, que extrapola os limites da
responsabilidade derivada do contrato de trabalho, alcançando a responsabilidade pela
reparação de danos patrimoniais ou morais advindos” (MACHADO, 1999, p.53).

A responsabilidade do empregador não se resume ao contrato de trabalho, nesse


sentido temos o seguinte acórdão do Tribunal de Minas Gerais:

Indenização – acidente de trabalho – redução da capacidade –


danos morais e matérias – culpa recíproca. O rebaixamento de função com
a consequente redução de salário, em decorrência de acidente de trabalho
que tornou o empregado inabilitado para o exercício da atividade laborativa
anteriormente desempenhada, acarreta para o empregador obrigação de

Técnico em Segurança do Trabalho - INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 33


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indenização por danos morais e matérias, na proporção de sua culpa, por


se tratar de indenização de direito comum, sendo admissível a culpa
concorrente se para o evento danoso contribuiu o trabalhador. (apelação
civil n 1983777 Relator Juiz Tenisson Fernandes).

No que tange a responsabilidade civil e criminal no acidente de trabalho não se


pretende despertar para os cuidados para com a segurança apenas porque há o risco de
uma penalização ao infrator, mas que se tenha essa obrigação porque se está lidando com
o homem, com o cidadão que deve ter seus direitos individuais respeitados. Cada
trabalhador deve ser exemplo no trato dessa questão, zelando não só pela sua saúde
física e mental, mas também pela de seus colegas, pautando por atitudes prevencionistas,
que considerem o homem, na prática, como o "verdadeiro patrimônio" da empresa.

Logo, concluímos que o risco de acidentes é inerente à própria atividade do


trabalhador. Na verdade não existe fórmula capaz de eliminar, radicalmente, os riscos de
acidentes no trabalho, aqui também compreendidas as doenças ocupacionais, cujas
causas sejam as condições adversas enfrentadas na atividade laboral. O que a sociedade
pode e deve fazer é adotar medidas de higiene e segurança que resguardem, o mais
possível, a vida e a saúde do trabalhador.

Diante do exposto, não resta dúvida da necessidade de buscar medidas que tenha
por finalidade prevenir os Acidentes de Trabalho, pois, como já foi demonstrando, os
reflexos dos acidentes de trabalho incidem sobre diversas áreas da sociedade.

Desta forma não se deve despertar para os cuidados para com a segurança apenas
porque há o risco de uma penalização ao infrator, mas que se tenha essa obrigação
porque se está lidando com o homem, com o cidadão que deve ter seus direitos individuais
respeitados. Cada trabalhador deve ser exemplo no trato dessa questão, zelando não só
pela sua saúde física e mental, mas também pela de seus colegas.

ESTUDO DAS CAUSAS DOS ACIDENTES DE TRABALHO:

CONDIÇÃO INSEGURA, ATO INSEGURO e FATORES PESSOAIS.

A. ACIDENTE

Técnico em Segurança do Trabalho - INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 34


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1- Acidente do Trabalho: ocorrência imprevista e indesejável, instantânea


ou não, relacionada com o exercício do trabalho, de que resulta ou possa resultar
lesão pessoal. (NBR 14280:2001)

2- Conceito Prevencionista: é toda a ocorrência estranha ao andamento


do trabalho e não programada, da qual pode resultar danos físicos, funcionais ou
morte ao trabalhador e danos materiais e econômicos à empresa. (Prática da
Prevenção de Acidentes – Álvaro Zocchio)

3- Incidente ou quase acidente: ocorrência com potencial de causar


danos a alguém ou alguma coisa, mas que nenhum dano visível ou mensurável
ocasionou. (NBR 14280:2001). Evento que deu origem a um acidente ou que tinha
o potencial de levar a um acidente.(OHSAS 18001:1999)

4- Acidente Impessoal: acidente cuja caracterização independe de existir


acidentado, não podendo ser considerado como causador direto da lesão pessoal.
(NBR 14280: 2001). (Quadro 2 – pág. 15 e 16)

5- Acidente Pessoal: acidente cuja caracterização depende de existir


acidentado. (NBR 14280:2001). (Quadro 3 – pág. 17 a 19)

Na caracterização de acidente impessoal é necessário considerar-se que, muitas


vezes, um acidente impessoal gera outro acidente impessoal, que, por sua vez, pode
gerar outro acidente impessoal e assim por diante, sendo cada um desses acidentes
impessoais capaz de gerar mais acidentes pessoais.
Exemplo: um galpão que armazena inflamáveis, atingido por um raio (primeiro
acidente impessoal) incendeia-se (segundo acidente impessoal) e, em virtude desse
incêndio, cai a rede elétrica externa (terceiro acidente impessoal), atingindo alguém
(acidente pessoal) que sofre choque elétrico (lesão pessoal).

O acidente impessoal não pode ser considerado causador direto da lesão


pessoal. Há sempre, entre eles e a lesão um acidente pessoal intermediário, como
mostram os exemplos a seguir:

Técnico em Segurança do Trabalho - INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 35


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Acidente Impessoal Acidente Pessoal Lesão Pessoal


Queda de objeto Impacto sofrido pela pessoa Fratura

Explosão de caldeira Contato com objeto ou substância a Queimadura


temperatura elevada (vapor)
Explosão de caldeira Impacto sofrido por pessoa de Fratura
fragmento de caldeira
Explosão de caldeira Nenhum Nenhuma

Inundação Imersão Afogamento

Inundação Picada de cobra Envenenamento

Inundação Contato com condutor elétrico Choque elétrico

B. CAUSAS DOS ACIDENTES

1. Condição Ambiente de Insegurança (condição ambiente): condição do


meio que causou o acidente ou contribuiu para sua ocorrência. (NBR 14280:2001).

Condições Inseguras apresentam-se como deficiências técnicas na:


a) Construção e instalações: em que se localiza a empresa: áreas
insuficientes, pisos fracos e irregulares, excesso de ruído e trepidações, falta
de ordem e de limpeza, instalações elétricas impróprias ou com defeitos, falta
de sinalização, piso escorregadio, buracos, saliências, plataforma sem
corrimão, sem rodapé (falha de projeto) iluminação inadequada (falta e
excesso), ventilação inadequada, etc;

b) Maquinaria: localização imprópria das máquinas, falta de


proteção em partes móveis polias, engrenagens e pontos de agarramento,
máquinas apresentado defeitos, falta de dispositivos de segurança, etc;

Técnico em Segurança do Trabalho - INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 36


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c) Proteção do trabalhador: proteção insuficiente ou totalmente


ausente, roupas não apropriadas, calçados impróprios, equipamento de
proteção com defeito.

d) Elaboração e redação de procedimentos e normas de trabalho.

e) Execução de ordens advindas de superior, mesmo que


informalmente.

Estas causas são apontadas como responsáveis pela maioria dos


acidentes. No entanto, deve-se levar em conta que, às vezes, os acidentes são
provocados por haver condições e atos inseguros ao mesmo tempo.

2. Ato Inseguro: ação ou omissão que, contrariando preceito de


segurança, pode causar ou favorecer a ocorrência de acidente. (NBR 14280:2001).
Eles podem ser:

Conscientes - as pessoas sabem que estão se expondo ao perigo;

Inconscientes - as pessoas desconhecem o perigo a que se expõem;

Circunstancial – as pessoas podem conhecer ou desconhecer o perigo, mas


algo mais forte as leva a prática da ação insegura. Exemplos: tentativa de salvar
alguém em situação perigosa, tentativa de evitar algum prejuízo à empresa; ou
mesmo fazer algo errado por pressão da chefia.

Quanto à ação perigosa das pessoas, nada muda nos três exemplos; o que
diferencia um dos outros é o estado de consciência das pessoas ou o motivo que as
levou a praticar o ato inseguro. Convém não confundir, no caso, ato com atitude.
Atitude é a decisão mental de praticar a ação física que aproxima as pessoas do
perigo.

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Alguns atos inseguros destacam-se entre os catalogados como mais


frequentes, embora a maior evidência de um ou de outro varie de empresa para
empresa. Os mais conhecidos são:

 Ficar junto ou sob cargas suspensas

 Colocar parte do corpo em lugar perigoso

 Usar máquinas sem habilitação ou autorização

 Imprimir excesso de velocidade ou sobrecarga

 Lubrificar, ajustar e limpar máquinas em movimento

 Improvisação ou mau emprego de ferramentas manuais

 Uso de dispositivo de segurança inutilizados

 Não usar proteções individuais

 Uso de roupas inadequadas ou acessórios desnecessários

 Manipulação insegura de produtos químicos

 Transportar ou empilhar inseguramente

 Fumar ou usar chamas em lugares indevidos

 Tentativa de ganhar tempo

 Brincadeiras e Exibicionismo

Na caracterização do ato inseguro deve-se levar em consideração o seguinte:


a) o ato inseguro pode ser algo que a pessoa fez quando não deveria fazer ou
deveria fazer de outra maneira, ou, ainda, algo que deixou de fazer quando deveria ter
feito;

b) o ato inseguro tanto pode ser praticado pelo próprio acidentado como por
terceiros;

c) a pessoa que o pratica pode fazê-lo consciente ou não de estar agindo


inseguramente;

Técnico em Segurança do Trabalho - INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 38


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d) quando o risco já vinha existindo por certo tempo, anteriormente a ocorrência do


acidente – sendo razoável esperar-se que durante esse tempo a administração o
descobrisse e eliminasse – o ato que criou esse risco não deve ser considerado ato
inseguro, pois o ato inseguro deve estar intimamente relacionado com a ocorrência do
acidente, no que diz respeito ao tempo;

e) o ato inseguro não significa, necessariamente, desobediência às normas ou


regras constantes de regulamentos formalmente adotados, mas também se caracteriza
pela não observância de práticas de segurança tacitamente aceitas. Na sua caracterização
cabe a seguinte pergunta: nas mesmas circunstâncias, teria agido do mesmo modo uma
pessoa prudente e experiente?

f) a ação pessoal não deve ser classificada como ato inseguro pelo simples fato de
envolver risco. Por exemplo: o trabalho com eletricidade ou com certas substâncias
perigosas envolve riscos óbvios, mas, embora potencialmente perigoso, não deve ser
considerado, em si, ato inseguro. Será, no entanto, considerado ato inseguro trabalhar com
eletricidade ou com tais substâncias, sem a observância das necessárias precações;

g) só se deve classificar uma ação pessoal como ato inseguro quando tiver havido
possibilidade de adotar processo razoável que apresenta menor risco. Por exemplo: se o
trabalho de uma pessoal exigir a utilização de certa máquina perigosa, não provida de
dispositivo de segurança, isso não deve ser considerado ato inseguro. Entretanto, será
considerado ato inseguro a operação da máquina dotada de dispositivo de segurança,
quando tiver sido esse dispositivo retirado ou neutralizado pelo operador;

h) os atos de supervisão, tais como decisões e ordens de chefe no exercício de


suas funções, não devem ser classificados como atos inseguros. Assim, também,
nenhuma ação realizada em obediência a instruções diretas de supervisor deve ser
considerada ato inseguro.

3. Fator Pessoal de Insegurança: causa relativa ao comportamento


humano, que pode levar a ocorrência de acidente ou a prática de ato inseguro.
(NBR 14280:2001) (Quadro 5 – pág. 36)

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Alguns fatores que podem levar os trabalhadores a praticar atos inseguros:

a) Inadaptação entre homem e função por fatores constitucionais.


Exemplos: sexo (mina); idade (serviços pesados); tempo de reação aos estímulos;
coordenação motora (deficientes físicos); estabilidade X estabilidade emocional;
extroversão / introversão (conversa); agressividade; impulsividade, problemas
neurológicos; nível de inteligência; grau de atenção; percepção; coordenação visual-
motora; voluntariedade (iniciativa).

b. Fatores Circunstanciais: são os fatores que estão influenciando o


desempenho do indivíduo no momento. Exemplos: problemas familiares; abalos
emocionais; discussão com colegas; alcoolismo e toxicomania (consumo de drogas);
grandes preocupações; doença; estado de fadiga.

c. Desconhecimento dos riscos da função e/ou da forma de evitá-los.


Causados por: seleção ineficaz; falhas de treinamento; falta de treinamento (em
novatos): negação do risco (quando elevado).

d. Desajustamento: relacionado com certas condições específicas do


trabalho. Exemplos: problemas com chefia; problemas com os colegas; política
salarial imprópria; política promocional imprópria; clima de insegurança; pressão por
produtividade.

e. Personalidade: fatores que fazem parte das características de


personalidade do trabalhador e que se manifestam por comportamentos impróprios.
Exemplos: o desleixado; o “machão”; o exibicionista calado; o exibicionista falador; o
desatento o brincalhão; o negligente; o desleixado; o apressado; o indisciplinado;
excesso de autoconfiança.

4. Fator Material do agente do Acidente: causa relativa a condição


ambiental de insegurança que pode levar a ocorrência de acidente ou a sua
existência.

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 falha de projeto;

 erro ou desvios em instalação (na execução do projeto);

 falha ou falta de manutenção;

 desorganização ou indisciplina (indicam incompetência ou desleixo da


chefia e falta de talento para comando, às vezes imputando pressa ao
trabalho);

 falta ou não liberação de verba, recursos (falha nas decisões


administrativas);

 desvios e improvisações nos processos (segurança não é envolvida


nas mudanças no processo produtivo).

O esquema, a seguir, demonstra bem como ocorrem os acidentes,


suas consequências diretas para sabermos como evita-los

IMPESSOAL DANO MATERIAL (ou não)


NÀO HÁ VÍTIMA

FONTE DA LESÃO LESÃO


CAUSAS ACIDENTE CONSEQUÊNCIAS

HOMEM PESSOAL VÍTIMA (acidentado)


DANO MATERIAL

FATOR
PESSOAL DE ATOS
INSEGUROS
INSEGURANÇA
MEIO FATOR
OU AGENTE
FATOR
MATERIAL CONDIÇÃO AMBIENTE
DO DE
AGENTE DO INSEGURANÇA
ACIDENTE

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INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES DE TRABALHO - DEFINIÇÃO, IMPORTÂNCIA,


MÉTODOS DE AVALIAÇÃO, ESTUDO DE CASO.

Definição:

Investigação de Acidentes é um
processo que se baseia no levantamento de dados e a apuração de fatos que contribuíram
para a ocorrência do acidente, bem como o estudo e dados para chegar à causa – ou às
causas – do acidente e analisando estas causas, determinar que medidas preventivas
devem ser tomadas para evitar a recorrência ou minimizar a probabilidade de novas
ocorrências semelhantes.

Importância:

Ter uma sistemática que nos possibilite a oportunidade de aprender com os


acidentes, evitando que estes se repitam. Não desejamos os acidentes, mas, uma vez que
ocorrem, devemos aprender com os mesmos.

Roteiro Para Investigação de Acidente;

O processo de investigação deve começar o mais cedo possível, após o acidente.


Isto porque, quaisquer alterações que venham a ser praticadas no cenário do acidente
podem dificultar as investigações, ou mesmo desvia-la dos rumos mais favoráveis à
elucidação dos fatos. O ideal é que nada se altere, a não ser em casos inevitáveis, para
prevenir outras consequências, como estancar um vazamento de produtos perigoso,
remoção do que ainda poderá cair ou explodir, etc.

O profissional que investiga um acidente deve sempre usar com cautela as


informações que recebe, principalmente as primeiras. Não é conveniente formular
hipóteses sobre as primeiras informações e se deixar emocional por qualquer que seja a
origem ou o tipo de informação.
Técnico em Segurança do Trabalho - INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 42
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Boa parte do sucesso de uma investigação de um acidente depende de quem se


encarrega dela: do domínio que tem do assunto, da sensibilidade na busca e no uso das
informações – aceite ou rejeição, da habilidade de comunicação e de envolvimento de
pessoas que devem participar e fornecer informações.

Uma habilidade importante do investigador é a de fazer perguntas. Ele deve


entender, antes de tudo, o sentido que as tradicionais perguntas feitas nas investigações
em geral tomam nas investigações de acidente de trabalho. São perguntas
indispensáveis, mas para serem feitas nas oportunidades certas e de maneira a se obter
respostas satisfatórias. Perguntas que ensejam respostas “sim” ou “não” podem não
acrescentar dados ou outras informações úteis à investigação e até criar barreiras ou
constrangimento entre os interlocutores.

“Quem?” A pergunta refere-se às pessoas ou presumivelmente envolvidas na


ocorrência: quem se ”acidentou?” Quem mais participava do trabalho? Quem fez isto
errado ou deixou de fazer? E assim por diante, de acordo com a necessidade ou
conveniência.

“O Que?” É muito empregado para esclarecer danos ocasionais pelo acidente ou


de algo que tenha contribuído para a ocorrência: o que resultou do acidente? O que
falhou? O que deixou de ser feito ou foi feito errado? Deve estar sempre na mente a
pergunta: o que teria evitado que o acidente acontecesse?

“Qual?” Pode substituir as perguntas acima comentadas, por parecerem mais


claras em certas ocasiões, ou por questão de estilo. Em vez de perguntar: o que faz
normalmente? Pode-se perguntar: qual a atividade normal dele? Qual foi a parte do corpo
afetada? Qual a norma de segurança que deixou de ser cumprida?

“Quando” É a pergunta que procura localizar no tempo os fatores que levaram ao


desencadeamento do acidente. Ela busca respostas como: foi no dia e hora tal;...Quando
alimentava a máquina X;... Quando soltava a braçadeira do acoplamento, etc.

“Onde?” Esta procura localizar o acontecimento no espaço, isto é, onde aconteceu


o acidente: no prédio ”X", na seção “Y”, na máquina “Z”, no trabalho de..., etc.

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“Como” É a pergunta para saber como o acidente aconteceu, ou como


aconteceram outras coisas que contribuíram para que tenha acontecido. Costuma haver
divergências entre as versões dos acidentados, de testemunhas, da supervisão e de
outros. Nenhuma deve ser escolhida como a correta, quando isto acontece. É necessário
compara-las entre si e com outras informações obtidas e indícios ou evidências
encontradas no local do acidente. De tudo isso deve sair o “como” definitivo.

“Por quê” É a pergunta que mais se faz; ela pode ser feita em sequência e para
esclarecer respostas às outras perguntas. Não há limite para essa pergunta. Ela deve ser
repetida até que exista algo que possa ser por ela esclarecido. O importante é saber
coloca-la à medida que cada assunto arrolado na investigação for sendo desenvolvido.

Quem investiga não deve temer o constrangimento. Deve, isso, sim, perguntar o
porquê de tudo, de conformidade com a necessidade o a conveniência. Deve, além do
mais, discutir as respostas quando não as entender ou não forem convincentes e procurar
não perder a sequenciados “porquês” até estar convencido que chegou ao que desejava.

Elementos da Vítima

Estes elementos são fundamentais na investigação, pois, dão pistas das possíveis
causas do acidente.

Dados pessoais: Alguns dados referentes ao acidentado e mesmo de outros


envolvidos na ocorrência mesmo sem sofrer lesão poderão ser úteis no transcorrer da
investigação e no final para as conclusões. Entre eles, além da identificação funcional do
empregado estão: idade, tempo de casa, função que exerce e se é especialista no
assunto, tempo que exerce a função, se tem instruções se segurança para o que faz, etc.

Agente do Acidente - coisa, substância ou ambiente que, sendo inerente à


condição ambiente de insegurança, tenha provocado o acidente. (Vide quadro 4 – NBR
14280:2001, pág. 21 a 34).

Agente do acidente – Indicar a coisa, substância ou ambiente a que se relaciona a


condição de insegurança. Não se indica como agente do acidente coisa que, no momento
do acidente, constituía estrutural e fisicamente, parte de alguma outra, mesmo quando dela
se projetou ou se destacou imediatamente antes do acidente.
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A característica do “agente do acidente” é apresentar condição ambiente de


insegurança e ter contribuído para a ocorrência do acidente.

Sua escolha é baseada apenas nesse fato, sem se considerar se provocou ou não
lesão.

Notas

1- A relação entre a condição ambiente de insegurança e o agente e tal


que, quando as duas classificações são comparadas, a condição
ambiente indica, necessariamente, o agente do acidente.
2- O agente do acidente pode ser ou não coincidente com a fonte da
lesão. As duas classificações são inteiramente independentes uma
da outra.

Agente do Acidente e Fonte de Lesão

Para usar-se a classificação da NBR 14280:2001 é necessário que se tenha pleno


conhecimento de tudo o que está estabelecido com relação à condição ambiente, agente e
fonte da lesão.

A classificação do agente e da fonte da lesão tem normalmente a mesma


denominação, porém nos casos de diversas manifestações de energia que, classificáveis
como fonte de lesão, não devem, no entanto, ser consideradas como agente (o agente,
sempre depende da inexistência de uma condição ambiente de insegurança, é o
equipamento que libera a referida energia): ou o caso das substâncias ou equipamentos
emissores das radiações ionizantes que, classificáveis como agente não devem ser
considerados como fonte da lesão- ex. motor elétrico (AA), energia elétrica (FL);
equipamento de mergulho (AA), pressão ambiente anormal (FL); equipamento de raio X
(AA), radiação ionizante (FL); lixadeira (AA), ruído (FL).

Fonte da Lesão – coisa, substância, energia ou movimento do corpo que


diretamente provocou a lesão. (Vide quadro 4 – NBR 14280:2001, pág. 21 a 34)

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Se uma lesão resultar do contato violento com dois ou mais objetos,


simultaneamente ou em rápida sequência, sendo impossível determinar qual foi o objeto
que diretamente produziu a lesão, escolher a fonte da lesão na forma seguinte:

a) Quando a opção for entre um objeto em movimento e outro parado, escolher o


objeto em movimento;

b) Quando a opção for entre dois objetos em movimento ou entre objetos parados,
escolher o objeto tocado por último;

c) Indicar “movimento do corpo” como fonte da lesão, apenas quando a lesão tiver
resultado, exclusivamente, de tensão provocada por movimento livre do corpo ou
suas partes (voluntário ou involuntário) ou de posição do corpo forçada ou anormal.
Compreendem-se, aí, os casos de distensões, luxações, torções, que tenham
resultado de esforços diversos, inclusive os necessários para retomar o equilíbrio,
desde que a perda de equilíbrio não culmine em queda ou em contato violento com
um objeto acima da superfície de sustentação;

d) Não indicar “movimento de corpo” como fonte da lesão se esta tiver ocorrido durante
uma queda, ou se tiver decorrido de batida em um objeto qualquer, ou do ato de
levantar, empurrar, puxar, manusear ou arremessar objetos. No caso de queda,
indicar a superfície ou o objeto sobre o qual o corpo da pessoa veio a parar. No
caso de levantar, empurrar, puxar, manusear ou arremessar um objeto, indicar o
objeto sobre o qual o esforço físico foi exercido;

e) Se, em decorrência de acidente com veículo, uma pessoa que estava nesse veículo
sofrer lesão, indicar o veículo como fonte de lesão;

f) Deve ser assegurada relação entre a fonte da lesão e a natureza da lesão, que
possibilite a análise comparativa desses elementos.

Natureza da Lesão – expressão que identifica a lesão, segundo suas


características principais (contusão, escoriação, distensão, torção, luxação, fratura,
queimadura, lesões múltiplas, congelamento, geladura, asfixia, afogamento, insolação,
dermatose, ferida incisa/corte). (Vide quadro 8 – NBR 14280:2001, pág. 44 a 46)

Localização da Lesão – indica a sede da lesão (cabeça, ouvido(D, E), olho, nariz,
braço(D, E), antebraço, mão, perna, pé, joelho, etc.) . Muitas vezes a identificação da fonte

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da lesão só se dá por meio da localização desta. O estudo estatístico da localização da


lesão pode determinar a existência de determinado fator de insegurança, seja por condição
ambiental, administrativa ou “ato inseguro”.

*(Vide quadro 9 – NBR 14280:2001, pág. 46 a 48)

ESTUDO DE CASO – ACIDENTE COM PEDRO

Pedro estava furando um cano. Para executar o serviço se equilibrava em cima de


umas caixas em forma de escada, pois a escada estava muito distante e o serviço
precisava ser feito rapidamente, afinal de contas, ele já tinha feito isto inúmeras vezes e
era um dos mais experientes. Utilizava uma furadeira elétrica portátil. Ele já havia feito
vários furos e a broca estava com o fio gasto e, por esta razão, Pedro estava forçando a
penetração da mesma.

“Por um instante, a sua atenção fora desviada por algumas faíscas que
saíam do cabo de extensão, exatamente onde havia um rompimento,
que deixava expostos os fios condutores de eletricidade. Ao desviar a
atenção, ele torceu o corpo, forçando a broca no furo. Com a pressão
ela quebrou e, neste mesmo instante, ele voltou o rosto para ver o que
ocorrera, sendo atingido por um estilhaço da broca em um dos olhos
(direito). Com um grito, largou a furadeira, pôs as mãos no rosto,
perdeu o equilíbrio e caiu”.

Um acontecimento semelhante, ocorrido há um ano atrás com um novato, nesta


mesma empresa, determinava o uso de óculos de segurança na execução desta tarefa.

Os óculos que Pedro deveria ter usado estava sujo e quebrado, pendurado em um
prego.

Segundo o que o encarregado dissera, não ocorrera nenhum acidente nos últimos
meses e o pessoal não gostava de usar os óculos. Por esta razão, ele não se preocupou
em recomendar o uso do mesmo nesta operação, porque tinha coisas mais importantes a
fazer.

Técnico em Segurança do Trabalho - INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 47


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Exercício Proposto

Analise as causas deste acidente, separando-as em condições ambientais de


insegurança, atos inseguros e os fatores pessoais relacionados, bem como o agente do
acidente. Aponte também a fonte, natureza e localização da lesão e as medidas
preventivas para evitar-se acidente semelhante.

Caracterização do acidente e da lesão

Furadeira elétrica (broca)


Agente do acidente
Furadeira elétrica (broca)
Fonte da lesão
Natureza da lesão Lesão ocular
Localização da lesão Olho (direito)

Causas do Acidente

Condição ambiente de Medidas Preventivas


insegurança
Broca com fio gasto - Treinamento sobre afiação de broca.
- Revisar procedimento de trabalho quanto a riscos de acidente operando
com broca sem fio.
- Escolher broca adequada para cada tipo de material a furar.
Cabo de extensão com fios - Treinamento sobre inspeção e preenchimento de check-list de ferramentas
manuais antes de operá-las.
expostos
- Revisar procedimento de trabalho
- Não usar extensões com emenda
Óculo sujo e quebrado - Re-treinamento sobre importância do uso de EPI
- Conscientização da responsabilidade do superior em fazer cumprir as
normas de segurança (EPI)
- Substituição de óculo quebrado (definir claramente as responsabilidades)
Superior não exigia o uso - Conscientização da responsabilidade do superior em fazer cumprir as
normas de segurança (EPI)
obrigatório do óculo de
- Revisar ou definir uma política de segurança
segurança, conforme
recomendação.
Caixas no lugar de escada - Remover caixas do local (não contribuiu para o acidente)
Ato Inseguro Fator pessoal de insegurança Ações preventivas
Forçar a penetração da broca - Excesso de autoconfiança - A pressão sobre o trabalho deve
ser avaliada frente ao risco de
acidente
- Retreinamento
Não usar óculo de segurança - Excesso de autoconfiança - Retreinamento
- Problemas com chefia (não - Atitude pró-ativa frente aos riscos
cumprimento de normas de de acidente (não fazer tarefa se
segurança) existir risco de acidente)

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Não examinar o cabo da - Negligência do colega com seu - Retreinamento


equipamento de trabalho
extensão antes de iniciar o
- Desconhecimento dos riscos da
trabalho fiação exposta

Improvisar caixas como - Excesso de autoconfiança - Retreinamento


- Atitude pró-ativa frente aos riscos
escada
de acidente (não fazer tarefa se
existir risco de acidente)

VAMOS VER AGORA ALGUNS EXEMPLOS DE ANÁLISES DE


GRUPOS DE RISCOS

CARACTERIZAÇÃO, CONSEQUÊNCIAS,
MEDIDAS DE CONTROLE COLETIVAS E INDIVIDUAIS POR AGENTES

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GRUPO DE RISCO: FÍSICO


AGENTE CARACTERIZAÇÃO CONSEQÜÊNCIA MEDIDAS DE CONTROLE
COLETIVA INDIVIDUAL
Ruídos O ruído é caracterizado pela sua 1.Surdez temporária ou 1.Na fonte: diminuição das -Protetor
freqüência, intensidade. permanente forças dinâmicas e velocidade, auricular
Seus efeitos dependem do NPS 2.Irritabilidade, fadiga, balanceamento, novas máquinas -Rodízio de
e tempo de exposição. Alteração do sistema 2.Enclausuramento da máquina pessoas
cardiovascular. geradora de ruído (controle na -Redução da
(Vide NR 15- Anexo 1 e 2.) 3.Nervosismo, fadiga trajetória) por materiais jornada
mental, frustração, absorventes ou refletivos de
prejuízo no som.
desempenho do 3.Trajetória: Barreiras para a
trabalho(faltas) propagação do ruído
Vibrações Na indústria é comum o uso Enjôo ou náuseas (01 a -Amortecedores Revezamento
de máquinas e equipamentos 1 Hz e aceleração de 5 dos expostos.
-Isolamento (através de
(Vide NR que produzem vibrações, a 100 m/s2);
15- podendo ser nocivas ao Afundamento do tórax amortecedores, fixação não
Anexo 8) trabalhador. – constrição do peito e
rígida)
tosse (< 16 Hz e 140
A sensibilidade do corpo
dB); Artrose do
humano varia em função da
cotovelo, necrose dos
freqüência e aceleração:
ossos dos dedos,
-tórax-abdômen: 3 a 6 Hz,
problemas nervosos,
-globo ocular: 60 a 90 Hz,
alteração do tato
-mandíbula e lábios: 200 a 300
(equipamento manual
Hz.
vibrante)
Radiações de interesse: gama, 1.Efeitos dependem da Radiação externa: 1.Vestimenta
Radiações raios X, beta, alfa e nêutron dose da radiação 1.Blindagem: uso de barreiras especial que
Ionizantes adequadas, constituídas de impede o
Natural: minerais radiativos – 2.Somáticos: materiais que tenham a contato do
(Vide NR U-238; K-40; tório-232; C-14; 2.1.crônicos – catarata, capacidade de absorver as organismo
15- etc. anemia, leucemia, radiações ionizantes. Ex. com material
Anexo 5) Artificial: Iodo-131; Estrôncio- câncer de tireóide ou chumbo ou concreto (espessura radiativo.
90; Au-198; Co-60 de pele determinada em função do tipo e
2.2. agudos – dor de energia da radiação incidente). 2.Máscaras
Radiações são formas de energia cabeça, náuseas, 2.Distância: afastar expostos da para proteção
transmitidas pelo espaço como vômitos, queda de fonte (beta) respiratória
ondas eletromagnéticas. Efeitos cabelo, perda de 3.Limitação do tempo de contra fontes
principais sobre o organismo: apetite, fadiga, exposição: radiativas
ionização e excitação. infecção na garganta, Radiação interna: dispersas no
diarréia . 1.Cabines especiais: em ar.
Ionização: radiação atinge o trabalhos de laboratório onde há
átomo subdividindo-o em 2 3.Genéticos: mutação desprendimento de gases ou 3.Limitação
partes carregadas eletricamente nos genes: aniridia outros compostos radioativos – do tempo de
(par iônico). (ausência de íris do ventilação adequada evita que a exposição
olho), surdo-mudez, radiação espalhe pelo ambiente, (caso de
Operadores de RX e de cataratas atingindo o trabalhador. radiações de
Radioterapia estão expostos à Podem ser usadas cabines elevada
radiação ionizante. hermeticamente fechadas intensidade –
Radiação beta: percorre curto (materiais altamente perigosos à um menor
trajeto no ar saúde). A manipulação é feita tempo de
com luvas especiais acopladas à exposição para
Fontes pontuais de raios X, cabine. O trabalho é mais lento. a dose não
gama e nêutrons: a intensidade ultrapassar o
da radiação varia inversamente Enclausuramento da fonte de LT).
com a distância. I1 = radiação: pisos e paredes
(R2)2 revestidas de chumbo em salas
I2 = (R1)2 de raios-X

Técnico em Segurança do Trabalho - INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 50


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AGENTE CARACTERIZAÇÃO CONSEQÜÊNCIA MEDIDAS DE CONTROLE


COLETIVA INDIVIDUAL
Radiação não Excitação: radiação atinge o 1.Óculos específicos e
ionizante átomo excitando-o, aumentando 1.Vedação do roupas protetoras para
sua energia interna (não tem 1.Efeito térmico nos equipamento e parada microondas em caso
energia suficiente para ionizá-lo). órgãos internos da fonte em caso de de emergência.
A radiação pode ser transmitida (menor a freqüência, abertura do aparelho.
através do vácuo(radiação solar). maior o risco – maior 2. Óculos de
a potência e tempo 2. Isolamento da fonte segurança e
1.Microondas: 1 mm <  < 1 m de exposição, maior vestimenta contra o
(Vide NR 15- Anexo 7) possibilidade de de radiação (biombo calor radiante(luva,
órgãos expostos avental e perneira de
2.Radiação infravermelha: 1 m ficarem doentes). p/ proteção da raspa).
<  < 1 mm ; emitida por corpos
cuja superfície encontra-se à 2.Queimaduras na operação de solda)
temperatura maior que a do pele ( < 1,5 m), 3.1. Protetores
ambiente ao redor deles. Também cataratas e lesões na oculares e faciais,
chamado de calor radiante. retina(casos mãos, braços e tórax
Fontes: solar; fornos extremos) em materiais que
Sinalização da
metalúrgicos, siderúrgicos e na refletem ou absorvem
área/fonte radioativa.
ind. vidro, solda oxiacetilênica. o U.V. para evitar
(Vide NR 15- Anexo 3) doença de pele: luva,
3.1. Barreiras de
avental e perneira de
chapas metálicas,
3. Radiação ultravioleta: 10 nm < raspa; óculos com
cortinas opacas, ou
 < 400 nm ; 3.1. Conjuntivite
materiais
sombra 2 por baixo da
3.1. 250 nm <  < 350 nm (após horas de máscara de solda para
transparentes ou semi-
(faixa eritemática e germicida)- exposição) e câncer evitar exposição aos
transparentes à luz,
fontes: solda elétrica, metais em de pele (exposição outros soldadores(*).
que eliminam frações
fusão, maçaricos, lâmpadas repetida durante
importantes da
germicidas. (Vide NR 15- Anexo muitos anos de 4. Óculos de
radiação.
7) exposição – segurança de
equivalente à densidade ótica
irradiação solar). (D.O.) indicada para a
4.Raios laser: emissão de apenas energia envolvida.
um comprimento de onda
9radiação altamente concentrada. 4. Olhos e pele
(Vide NR 15- Anexo 7)

Freqüência: é o nº de vezes que


um ciclo se repete.
1 cps = 1 Hz
comprimento de onda (  ): é a
distância percorrida pela onda
durante um ciclo.

(*) Intensidade de corrente


elétrica - Sombra Nº
5 – 75
9
75 - 200
10 - 11
200 – 400
12 - 13
> 400
14

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AGENTE CARACTERIZAÇÃO CONSEQÜÊNCIA MEDIDAS DE CONTROLE


COLETIVA INDIVIDUAL
Temperatura Em atividades ao ar livre em regiões de Queimaduras pelo 1.Isolamento das Vestimentas contra
Extrema - clima frio. Em atividades em câmaras frio (geladuras), o frio: jaquetas e
fontes de frio.
Frio frigoríficas de conservação, como gripes, inflamações calças térmicas,
pescados, alimentos congelados. das amídalas e da meias e luvas.
Perde-se a destreza manual. laringe, resfriados,
algumas alergias,
(Vide NR 15- Anexo 9) congelamento das
mãos e pés,
problemas
circulatórios.
Temperatura Presentes em atividades profissionais Vasodilatação 1.Insuflação de ar 1. Aclimatização (é
Extrema - ligadas à indústria siderúrgica, indústria periférica; fresco no local de total em
Calor de vidro, têxtil e outros ramos que trabalho – altera a aproximadamente
liberam grandes quantidades de energia Sudorese; temperatura e 2 semanas)
térmica. Presente também em velocidade do ar.
atividades ao ar livre (construção civil e Doenças do calor: 2. Ingestão de água
trabalho no campo). 1. exaustão do calor, 2.Ventilação local e sal (perdido pela
2. desidratação, exaustora com a sudorese).
Mecanismos de trocas térmicas 3. Câimbras de calor, função de retirar
Condução: quando dois corpos em 4. Choque térmico umidade relativa, 3. Limitação do
temperaturas diferentes são colocados (mudança brusca de calor e gases dos tempo de
em contato, haverá um fluxo de calor temperatura em ambientes. exposição –
do corpo com temperatura maior para o ambientes diferentes) alternância com
de temperatura menor. Fluxo nulo 3.Utilização de local de repouso
quando temperaturas tornam-se iguais. barreiras refletoras térmico.
Condução-convecção: a troca térmica (alumínio polido,
se processa como no caso anterior, no aço inoxidável) ou
4. Óculos com
entanto, neste caso, pelo menos um dos absorventes (ferro
lentes especiais
corpos é um fluido. Neste caso a ou aço oxidado) de
(reter 95% da
transmissão do calor provocará a radiação
radiação
movimentação do fluido. (diferença de infravermelha,
infravermelho
temp. vide fig. Pág.34 – Riscos Físicos colocadas entre a
incidente) p/
– Fundacentro) fonte e o
fontes de calor
Radiação: quando dois corpos trabalhador.
radiante.
encontram-se com temperaturas
diferentes, haverá uma transferência 4. Isolamento das Luvas, mangotes,
de calor, por emissão de radiação fontes de calor (p. aventais e capuzes
infravermelha, do corpo com ex. tubulações). de amianto(isolante
temperatura maior para ao corpo de térmico) revestido
temperatura menor. O calor por tecido
transmitido através deste mecanismo aluminizado
é denominado de calor radiante. (refletir calor
radiante).
Evaporação: Um líquido que envolve
um sólido, em uma determinada
temperatura, transforma-se em vapor,
passando para o meio ambiente. É
função da quantidade de vapor já
existente no meio e da velocidade do ar
na superfície do sólido. Neste caso o
líquido retira calor do sólido para
passar a vapor. Conclui-se que o sólido
perdeu calor ao meio ambiente pelo
mecanismo da evaporação. (Vide NR
15- Anexo 3)

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AGENTE CARACTERIZAÇÃO CONSEQÜÊNCIA MEDIDAS DE CONTROLE


COLETIVA INDIVIDUAL
Pressões Pressão normal é a atmosférica. Devido à compressão: As contidas As contidas na
Anormais Patm = 101,3 Kpa (ao nível do mar) 1.Rompimento do tímpano na NR 15 – NR 15 –
1 Atm = 760 mm Hg a 0º C devido ao aumento brusco Anexo 6. Anexo 6.
1 Pa = 1 N / m2 da pressão.
2.Irritação nos pulmões : a
Baixas pressões: atividades realizadas onde 5 atm, o oxigênio, em sua
a pressão ambiente está abaixo da concentração normal no ar.
atmosférica. Ex.: tarefas em grandes 3.A 15 atm, o ar pode ser
altitudes. Pilotos em aviões não tolerado por apenas 3
pressurizados esporadicamente expostos. horas.
4.Efeito narcótico no
Altas pressões: atividades realizadas onde a
nitrogênio: a + de 4 atm.
pressão ambiente está acima da atmosférica.
5.Perda de consciência: a +
Ex.: tarefas realizadas em tubulão de ar
de 10 atm.
comprimido, máquinas de perfuração
(“shield”), caixões pneumáticos, Devido à descompressão:
campânulas; trabalhos realizados por
mergulhadores. 1.Ruptura dos alvéolos
pulmonares se a expansão
Tubulão de ar comprimido: em escavações brusca do ar nos pulmões.
abaixo do lençol freático. A pressão acima 2.Dores nas juntas,
do normal é para evitar infiltração de água e pruridos, suores frios,
instabilidade da escavação. palidez, equimoses, ruptura
do tímpano e dores nos
Caixão pneumático: compartimentos ouvidos.
estanques para realizar trabalhos submersos:
fundo dos mares, rios e represas. Usado na
construção de pontes e barragens.

(Vide NR 15 - Anexo 6)
Umidade Atividades ou operações executadas em Gripes, inflamações das 1.Colocação Botas, avental
locais alagados ou encharcados, com amídalas e da laringe, de estrados e luvas de
umidade excessiva, capazes de causar danos resfriados. de madeira borracha para
à saúde do trabalhador. empregados
2.Ralos para em
(Vide NR 15- Anexo 10) escoamento. galvanoplastia,
cozinha,
limpeza, etc.

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GRUPO DE RISCO: QUÍMICO


AGENTE CARACTERIZAÇÃO CONSEQÜÊNCIA MEDIDAS DE CONTROLE
COLETIVA INDIVIDUAL
Substâncias, 1.Agentes químicos que podem poluir o local de Em função das 1. Substituição do Máscara de
compostos trabalho e entrar em contato com o organismo características de produto químico proteção
ou produtos dos trabalhadores. Podem ter ação localizada ou cada substância, utilizado por outro respiratória,
químicos distribuídos em diversos órgãos e tecidos. mas basicamente menos tóxico ou luvas de
em geral as mesmas não tóxico. borracha,
2.Vias de ingresso no organismo: descritas abaixo. 2.Mudança ou neoprene,
Vide NR 15 a-Inalação: principal via de ingresso e alteração do aventais e
– Anexos disseminação no organismo –a superfície dos processo ou botas.
11 e 13 alvéolos pulmonares no adulto é de 80 a 90 m2- , operação.
o que facilita a absorção de gases e vapores, que 3.Enclausuramento Limitação da
podem passar ao sangue e distribuir-se por todo do processo. exposição.
o organismo. 4.Segregação da
b-Absorção cutânea: quando uma substância de operação ou Controle
uso industrial entra em contato com a pele, processo (levar médico.
podem acontecer as seguintes situações: para fora).
a-A pele e a gordura protetora podem atuar 5. Ventilação
como uma barreira protetora efetiva. (Nada Geral diluidora
ocorre) 6.Ventilação e
b-O agente pode agir na superfície da pele, exaustão do
provocando uma irritação primária. local.(captura do
c-A substância química pode combinar com as contaminante no
proteínas da pele e provocar uma sensibilização. local de origem)
d-O agente pode penetrar através dela, atingir o associado a
sangue e atuar como um tóxico generalizado. ciclones, câmaras
Ex. ácido cianídrico, mercúrio, chumbo de sedimentação,
tetraetila, alguns defensivos agrícolas. filtro de mangas,
c-Ingestão: via secundária de ingresso, pois precipitadores
somente ocorre acidentalmente (ninguém ingere eletrostáticos,
deliberadamente – só se estiver comendo em processos úmidos,
local contaminado). lavadores de gases.
7.Armazenamento
Para avaliar o potencial tóxico das substâncias adequado.
químicas, alguns fatores devem ser 8.Fazer refeições
considerados: em refeitório (não
-Concentração: > concentração, + rápido efeitos no local de
-Índice respiratório: representa a quantidade de trabalho)
ar inalado pelo trabalhador durante a jornada (é
função da atividade).
-Sensibilidade individual: resistência varia de
indivíduo p/ indivíduo.
-Toxicidade: é o potencial tóxico da substância
no organismo.
-Tempo de exposição: é o tempo que o
organismo fica exposto ao contaminante.

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AGENTE CARACTERIZAÇÃO CONSEQÜÊNCIA MEDIDAS DE CONTROLE


COLETIVA INDIVIDUAL
Vapores Vapor: é a fase gasosa de uma substância, que a 25º C e Idem às Limitação da
e Gases 760 mm Hg é líquida ou sólida. Ex. vapores de água, acima exposição.
vapores de gasolina, vapores de naftalina, mercúrio. descritas.
Vide NR 2.d.Óculos de
15 – Gás: é a denominação dada às substâncias que, em No caso de segurança;
Anexos condições normais de pressão e temperatura (25º C e 760 asfixiantes Quando a
11 e 13 mm Hg), estão no estado gasoso. Ex. hidrogênio, simples, concentração
oxigênio, nitrogênio, butano, GLP. 1. Inflamação na avaliar a for superior ao
pele, na concentração LT, usar
Classificam-se, segundo a ação sobre o homem: conjuntiva ocular de O2 para respiradores
1.Irritantes: e nas vias tomar ações com filtros
-Primários: ação sobre as vias respiratórias superiores: respiratórias. preventivas. químicos.
sobre os brônquios; sobre os pulmões; irritantes atípicos. Gases e vapores
-Secundários:além de irritantes, têm ação tóxica altamente Controle
generalizada sobre o organismo. Ex. gás sulfídrico solúveis em água médico.
atacam o nariz e a
2.Anestésicos: maioria dos solventes orgânicos; ação garganta,
depressiva sobre o sistema nervoso central. enquanto que os
de baixa
De acordo com a ação sobre o organismo: solubilidade os
a.Anestésicos primários: substâncias que não produzem alvéolos
outro efeito além da anestesia, mesmo em exposições pulmonares.
repetidas a baixas concentrações. Ex. hidrocarbonetos
alifáticos (butano, propano, eteno), ésteres, aldeídos,
2.b.Dano ao fígado
cetonas.
e aos rins
b.Anestésicos de efeitos sobre as vísceras: Ex.
2.c.Anemia
hidrocarbonetos clorados (tetracloreto de carbono,
irreversível e
tricloroetileno, percloroetileno).
leucemia
c.Anestésicos de ação sobre o sistema formador do
(benzeno)
sangue: substâncias que se acumulam preferencialmente
Hipertrofia do
nos tecidos graxos, medula óssea e sistema nervoso. Ex.
fígado e anemia
hidrocarbonetos aromáticos (benzeno, tolueno, xileno)
discreta (tolueno e
d.Anestésicos de ação sobre o sistema nervoso: Ex.
xileno).
Álcoois (metílico e etílico, ésteres de ácidos orgânicos,
2.d.Perturbação da
dissulfeto de carbono)
visão e
e.Anestésicos de ação sobre o sangue e o sistema
conjuntivites;
circulatório: Ex. Nitrocompostos orgânicos
inconsciência,
(nitrotolueno, nitrito de etila, nitrobenzeno, anilina,
dificuldade de
toluidina).
respiração,
depressão cardíaca,
3.Asfixiantes: chama-se de asfixia o bloqueio dos
coma e morte
processos vitais tissulares, causado por falta de oxigênio.
(dependendo da
Os gases podem ser subdivididos em:
concentração)
a.Asfixiantes simples: substâncias que tem a propriedade
de deslocar o oxigênio do ambiente (alta concentração).
2.e.Alteração na
O ar deve ter no mínimo 18% de O2 para que a vida
hemoglobina do
humana seja mantida sem risco algum. Ex. hidrogênio,
sangue.
nitrogênio, hélio (fisiologicamente inertes); metano,
etano, acetileno (também anestésicos simples, de ação
narcótica muito fraca); CO2 (devido a outros efeitos,
possui LT)
b.Asfixiantes químicos: substâncias que, ao ingressarem
no organismo, interferem na perfeita oxigenação dos
tecidos. Não alteram a concentração do oxigênio no
ambiente. O asfixiante não permite que o oxigênio seja
adequadamente aproveitado pelo organismo. Ex. CO,
anilina e ácido cianídrico.

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AGENTE CARACTERIZAÇÃO CONSEQÜÊNCIA MEDIDAS DE CONTROLE


COLETIVA INDIVIDUAL
Aero- 1.Poeiras: são partículas sólidas, produzidas 1. Silicose (sílica); -Ventilação e -Limitação da
dispersóides por ruptura mecânica de sólidos. Geradas asbestose (asbesto); exaustão do exposição.
(poeiras, nos processos de moagem, perfuração, pneumoconiose(minerais local.(captura do
fumos, explosão, transporte e minérios; limpeza contendo sílica livre contaminante no -Óculos de
névoas, abrasiva (jateamento de areia); corte e cristalizada ou silicatos, local de origem) segurança;
neblinas) polimento de mármore e granitos. Diâmetro carvão mineral); doenças associado a Quando a
da partícula < 100μ (mícron: que é a broncopulmonares ciclones, concentração
Vide NR 15 milésima parte de 1 mm). Partículas < 0,5 μ crônicas: bissinose câmaras de for superior ao
– Anexos são reexaladas ao exterior. Maior problema é (algodão, agave (sisal), sedimentação, LT, usar
12 e 13. a sílica livre cristalizada. Pós orgânicos: bagaçose (bagaço de filtro de mangas, respiradores
Processos envolvendo atividades com cana); alergias, asmas ou precipitadores para poeira ou
vegetais: (Vide NR 15 - Anexo 12). dermatoses (semente de eletrostáticos, com filtros
rícino, de amido e de processos químicos
tabaco). úmidos,
2.Fumos: são partículas sólidas
2.Saturnismo ou lavadores de -Controle
produzidas por condensação ou oxidação
plumbismo (fumos de gases. médico.
de vapores de substâncias que são sólidas
chumbo); distúrbios do -Ventilação
a temperatura normal. Processos de
sistema nervoso central Geral diluidora
combustão de madeira ou fusão de
(mercúrio); -
metais: chumbo, mercúrio, arsênio,
desarranjo intestinal Enclausuramento
cromo, manganês e seus compostos (mais
(zinco) do processo
importantes), antimônio, estanho, cobre,
-Limpeza do
níquel, zinco, cádmio, selênio, ferro e seus
local
compostos (menor importância).
-Fazer refeições
em refeitório
3.Névoas: são partículas líquidas produzidas (não no local de
por ruptura mecânica de líquidos. trabalho)

4.Neblinas: são partículas líquidas


produzidas por condensação de vapores de
substâncias que são líquidas a temperatura
normal.

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GRUPO DE RISCO: BIOLÓGICO

AGENTE CARACTERIZAÇÃO CONSEQÜÊNCIA MEDIDAS DE CONTROLE


COLETIVA INDIVIDUAL
Vírus, Os agentes biológicos podem -Infecção por tétano em ferimentos -Saneamento -Uso de EPI:
bactérias, ser encontrados na indústria e machucados (esmagamento) em básico máscara
protozoários, da alimentação, em hospitais, atividades com carne e aves . -Anti-ratização. cirúrgica; luvas
fungos, laboratórios, na limpeza -Hepatite, tuberculose, micoses da -Higiene rigorosa de látex ou
parasitas, pública (coleta de lixo), em pele que podem ser levados por nos locais de cirúrgica, avental
bacilos estações de tratamento de outros funcionários ao ambiente de trabalho e botas de
esgoto, estábulos, etc. trabalho. -Hábitos de borracha ou látex;
As vias de entrada dos -Diarréias causadas por falta de higiene pessoal - Controle médico
agentes são: asseio e higiene em ambientes -Vacinação permanente
1-Cutânea: contato pela pele destinados à alimentação. -Ventilação / -Roupas
2-Digestiva: na ingestão de 1-leptospirose: pelo contato com exaustão adequadas
alimentos águas contaminadas com urina de adequada
3-Respiratória: ao inalar o ar rato. -Treinamento
contaminado 3-Pneumonia

(Vide NR 15 – Anexos 14)

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GRUPO DE RISCO: ERGONÔMICOS


AGENTE CARACTERIZAÇÃO CONSEQÜÊNCIA MEDIDAS DE CONTROLE
COLETIVA INDIVIDUAL
Esforço físico -O esforço físico realizado pelo -Leões na coluna, -Rever o processo produtivo - Controle
intenso trabalhador é incompatível com lombalgia, hérnia, -O esforço deve ser médico e das
sua capacidade de força e compatível com a capacidade queixas
comprometa a sua saúde ou sua de força do trabalhador.
segurança. (17.2.6) -Trabalhos em dupla
-Usar equipamentos ou
(Vide NR 17 – Ergonomia) ferramentas que diminuam o
esforço físico.
-Treinamento
Levantamento e -Transporte manual de sacas em -Leões na coluna, -Rever o processo produtivo - Controle
transporte distâncias acima de 60 m lombalgia, hérnia, médico e das
-Usar o critério do NIOSH
manual de peso (11.2.2) queixas
(National Institute for
-O peso para levantamento
Occupational Safety and
manual de carga é superior a 23
Health) para levantamento de
kg.
cargas para determinar o peso
máximo.
(Vide NR11 – Transporte,
movimentação, armazenamento -Usar equipamentos ou
e manuseio de materiais) ferramentas que diminuam o
esforço físico.
- Treinamento
Exigência de -O posto de trabalho foi feito -Lombalgias, lesão -O posto de trabalho deve ser -Corrigir
postura exclusivamente em função do na coluna feito em função de fatores postura do
inadequada processo. O fator humano não psico-fisiológicos. trabalho
foi contemplado no projeto. -Disponibilizar mobiliário - Controle
-Mobiliário inadequado. ergonômico médico e das
- Treinamento queixas
Controle rígido -O desempenho ou a produção -Stresse -Rever o processo produtivo - Controle
de produtividade é controlada individualmente e -Não realizar controle rígido médico e das
nível de exigência é severo. de produtividade. queixas

Imposição de Ritmo de trabalho muito -Fadiga -Rever o processo produtivo - Controle


ritmos intenso -Alteração no ritmo de médico e das
excessivos trabalho queixas
Trabalho em -O trabalho em turno de -Insônia, -Rever o processo produtivo - Controle
turno e noturno revezamento ou noturno vai perturbação do médico e das
contra o ritmo biológico: sono queixas
horários de sono -Estresse
principalmente.

Jornadas de -Necessidade freqüente de -Sono, fadiga, -Rever o processo produtivo - Controle


trabalho realização de horas extras ou estresse -Planejamento adequado das médico e das
prolongadas jornadas prolongadas, causando atividades de forma a não ser queixas
sono, desconcentração, necessário a realização de HE.
cansaço, maior probabilidade
de ocorrência de acidentes.
Monotonia e Trabalhos muito parados, sem -Sono, Rever o processo - Controle
repetitividade mobilidade, repetitivos (ciclos desconcentração, médico e das
< 30 s e que corresponde a + fadiga, estresse, queixas
de 50% da jornada). DORT

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GRUPO DE RISCO: DE ACIDENTE


AGENTE CARACTERIZAÇÃO CONSEQÜÊNCIA MEDIDAS DE CONTROLE
COLETIVA INDIVIDUAL
Arranjo Layout inadequado impossibilitando a Lesões na cabeça -Projeto considerando Capacete
físico circulação segura das pessoas. Partes baixas (contusão, corte, todas as normas de
inadequado constituindo-se em obstáculos a passagem e ferida contusa, segurança.
possibilidade de se bater com a cabeça. hematomas) mãos, -Almofadas de
Piso com aberturas desprotegidas ou não braços, joelhos e proteção
sinalizadas (saliências, depressões). Piso pés (torção, -Sinalização de partes
escorregadio (8.3). luxação), pernas. baixas e salientes no
Falta de proteção contra intempéries (8.4) piso.
Partes móveis de máquinas com menos de
0,70 m de faixa livre (12.1.3). Distância
entre máquinas e equipamentos menor do
que 0,60 m (12.1.4).

(Vide NR 8 – Edificações e NR 12 –
Máquinas e Equipamentos)
Máquinas e Máquinas e equipamentos sem proteção de Lesões do tipo -Proteções de partes
equipamentos partes móveis, dispositivos de segurança; amputação, móveis (polias,
sem proteção válvulas de segurança, micro-switch, fim contusão, engrenagens,
de curso, travas de segurança,dispositivos esmagamento, correntes, eixos,
de parada de emergência (12.2 e 12.3), luxação, fratura, excêntricos, etc).
freios, dispositivos de controle de poluição. corte, ferida -Micro-switch
contusa. -Válvulas de
(Vide NR 12 – Máquinas e Equipamentos) segurança testadas
periodicamente
-Acionadores de
parada de emergência
-Tapetes de segurança
-Cortina de proteção

Ferramentas Chaves de boca e de fenda rombudas, Leões do tipo -Ferramentas em boas -Luvas de
inadequadas tortas, desgastadas; cunhas encabeçadas corte, ferida condições raspa ou
ou (rombudas). Ferramentas com cabos contusa, -Substituição de vaqueta
defeituosas rachados (martelo, enxada, picareta, etc.); esmagamento, ferramentas -Óculo de
ferramentas de uso em eletricidade sem fratura. defeituosas segurança
proteção isolante ou apresentando -Check-list de
rompimento. ferramentas
Iluminação Nível de iluminância abaixo dos valores -Fadiga visual. Adequação aos níveis
inadequada estabelecidos pela NBR 5413. -Quedas, batidas especificados pela
em função da NBR 5413.
(Vide NR 17 – Ergonomia) pouca visibilidade.

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AGENTE CARACTERIZAÇÃO CONSEQÜÊNCIA MEDIDAS DE CONTROLE


COLETIVA INDIVIDUAL
Eletricidade Instalações elétricas desprotegidas. -Parada cardio- -Relés de fuga -Calçado de
Falta de aterramento de motores, respiratória -Sistema de segurança para
máquinas e equipamentos. -Queimaduras aterramento contra eletricista
Falta de sistema de proteção contra -Fibrilação eletricidade estática, -Luvas de
descargas atmosféricas. -Morte curtos circuitos, proteção para
Acúmulo de eletricidade estática. descargas trabalhos em
atmosféricas. eletricidade
(Vide NR 10 – Instalações e serviços -Testador de presença
em eletricidade) de tensão
-Cabos para realização
de aterramento
-Duplo isolamento
-Hastes e varas de
manobra

Probabilidade Ambientes como depósitos de materiais -Perda de -Depósitos organizados


de incêndio ou combustíveis e inflamáveis com patrimônio. e limpos;
explosão atmosfera dentro da faixa de -Morte, -Ventilação adequada;
explosividade. queimadura, -Sistema de iluminação
fratura e equipamentos a
prova de explosão
-Sistemas de combate a
incêndio fixas
(hidrantes, sprinklers)
e móveis (extintores).
-Sinalização de áreas
de risco;
-Proibição de
condução/geração de
faísca, chama, fonte de
calor.

Armazenamento Empilhamento inadequado, acima do -Morte, fratura, -Armazenamento


inadequado limite de altura (mais de 30 fiadas de contusão, dentro das normas de
saco, quando o processo é mecanizado; esmagamento segurança, conforme
ou mais de 20 fiadas de sacos, quando o previsto na NR 11.
processo de empilhamento é manual) -Empilhamento de
(11.2.5 e 11.2.6) ou com número de embalagens segundo a
embalagens empilhadas acima do especificação do
recomendado pelo fabricante. fabricante.
O empilhamento interfere na
iluminação(11.3.4).
Afastamento de menos de 50 cm entre o
material empilhado e as estruturas
laterais do prédio, ou obstruindo o
acesso a equipamentos de combate a
incêndio (11.3.2 e 11.3.3).

(vide NR 11- Transporte,


movimentação, armazenagem e
manuseio de materiais)

Técnico em Segurança do Trabalho - INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 60


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Animais Áreas rurais ou próximas de vegetação, Empeçonhamento -Ambientes roçados e -Luvas de


peçonhentos mata, ou em materiais advindos de limpos; raspa ou
(venenosos) áreas rurais possibilitam a ocorrência de -Colocação de telas de vaqueta;
cobras, aranhas, escorpiões, taturanas. proteção ou outra perneiras;
forma de vedação de botas de
aberturas. segurança

MAPEAMENTO DE RISCOS AMBIENTAIS


ÁREA/SETOR: N° DE TRABALHADORES EXPOSTOS AO
Caldeiras RISCO: 10 (safra) 2 (entre safra)
CIPEIRO RESPONSÁVEL PELA AVALIAÇÃO:
Fulano de Tal

GRUPO I: RISCOS FÍSICOS (sinalizar no mapa com círculo verde) DATA 31/07/04
FOLHA 1
FONTE Nº no PROTEÇÃO
RISCO GERADORA MAPA INDIVIDUAL/COLETIVA RECOMENDAÇÕES/SUGESTÕES
Uso obrigatório de protetor
Ruído Compressores, 1 EPIs auricular
exaustores e Diálogo prevencionista.
insufladores
Vibrações

Radiações Ionizantes

Radiações não
Ionizantes Caldeira e Soldas 4 EPI'S Usar os EPIs específicos para
cada função.

Pressões Anormais

Temperaturas Fornalhas das Usar os EPIs específicos para cada


extremas caldeiras. 6 EPIs função
Atenção ao descer no porão das
caldeiras.
Treinamento específico e diálogo.
Umidade

Outros

Técnico em Segurança do Trabalho - INTRODUÇÃO A SEGURANÇA DO TRABALHO 61


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MAPEAMENTO DE RISCOS AMBIENTAIS


ÁREA/SETOR:Ca N° DE TRABALHADORES EXPOSTOS
ldeiras AO RISCO: 10
CIPEIRO RESPONSÁVEL PELA
AVALIAÇÃO: Fulano de Tal e Cicrano de Talio

GRUPO II: RISCOS QUÍMICOS (sinalizar no mapa com círculo 31/07/


vermelho) DATA 04
FOL
HA 1/1
FONTE N° no PROTEÇÃO
RISCO GERADORA MAPA INDIVIDUAL/COLETIVA RECOMENDAÇÕES/SUGESTÕES
Lenha,
Poeiras carregamento do 10 EPIs Uso de máscara para poeiras.
pó e cinza da
fornalha.

Fumos

Névoas

Vapores

Monóxido de
Gases carbono 14 Manter a caldeira em perfeito estado de
funcionamento, evitando vazamento de CO
para o ambiente interno. Ventilar em caso de
situação anormal ou de emergência.
Produtos Produtos para Máscara c/ filtro, avental,
químicos em tratamento 15 EPIs específicos luvas nitrílicas,
da água da
Geral caldeira. calçado de segurança, treinamento e
diálogo prevencionista.
Neblina

Outros

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MAPEAMENTO DE RISCOS AMBIENTAIS


ÁREA/SETOR: Caldeiras N° DE TRABALHADORES EXPOSTOS AO RISCO: 10
CIPEIRO RESPONSÁVEL PELA AVALIAÇÃO: Fulano de Tal e Cicrano de
Talio
DATA: 31/07/2004
GRUPO III: RISCOS BIOLÓGICOS (sinalizar no mapa com círculo
marrom) FOLHA : 1 / 1

RISCO N° no MAPA LOCAL RECOMENDAÇÕES/SUGESTÕES


Vírus 16 Sanitários Manter limpos e esterelizados. Orienta-
ção quanto ao uso correto. Quem limpa
usar EPIs adequados.
Bactérias 17 Sanitários Manter limpos e esterelizados. Orienta-
ção quanto ao uso correto. Quem limpa
usar EPIs adequados.
Protozoários 18 Sanitários Manter limpos e esterelizados. Orienta-
ção quanto ao uso correto. Quem limpa
usar EPIs adequados.
Fungos 19 Sanitários Manter limpos e esterelizados. Orienta-
ção quanto ao uso correto. Quem limpa
usar EPIs adequados.
Bacilos 20 Sanitários Manter limpos e esterelizados. Orienta-
ção quanto ao uso correto. Quem limpa
usar EPIs adequados.
Parasitas 21 Sanitários Manter limpos e esterelizados. Orienta-
ção quanto ao uso correto. Quem limpa
usar EPIs adequados.
Outros

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VAMOS APRENDER UM POUCO MAIS SOBRE


OS AGENTES DOS ACIDENTES E FONTES DE LESÕES

LESÃO COM AFASTAMENTO


 É A LESÃO PESSOAL QUE IMPEDE O ACIDENTADO DE VOLTAR AO TRABALHO NO
DIA IMEDIATO AO DIA DO ACIDENTE OU QUE RESULTE DIA DO ACIDENTE OU QUE
RESULTE INCAPACIDADE PERMANENTE

LESÃO SEM AFASTAMENTO


 É AQUELA QUE NÃO IMPEDE O ACIDENTADO DE VOLTAR AO TRABALHO NO DIA
IMEDIATO AO DO ACIDENTE, DESDE QUE NÃO HAJA INCAPACIDADE PERMANENTE

AGENTE DO ACIDENTE E FONTE DE LESÃO

DOENÇA OCUPACIONAL
 É A LESÃO ENTENDIDA COMO SENDO PRODUZIDA OU DESENCADEADA PELO
EXERCÍCIO DO TRABALHO PECULIAR A DETERMINADA ATIVIDADE

NATUREZA DO TRABALHO
 É O TIPO DO TRABALHO QUE ESTAVA SENDO DESENVOLVIDO NA ÁREA EM QUE O
EMPREGADO ACIDENTOU-SE.
 PODENDO SER:
NORMAL: TRABALHOS NORMAIS NO ÓRGÃO;
MANUTENÇÃO : CONCENTRADA COMO PARADA DA UNIDADE;
EMERGÊNCIA : ATENDIMENTO OU EXPOSIÇÃO AO RISCO;

ATIVIDADE
 É A AÇÃO OU TRABALHO QUE O ACIDENTADO ESTAVA DESENVOLVENDO QUANDO
DA OCORRÊNCIA DO ACIDENTE.

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NATUREZA DA LESÃO
 É A EXPRESSÃO QUE IDENTIFICA A LESÃO, SEGUNDO SUAS CARACTERÍSTICAS
PRINCIPAIS
 OBSERVAÇÕES:
 DEVE SER INDICADA A LESÃO BÁSICA.
 CLASSIFICAR LESÕES MULTIPLAS NO CASO DE ACIDENTADO QUE TENHA
SOFRIDO VÁRIAS LESÕES, SEM PREPONDERÂNCIA.

LOCALIZAÇÃO DA LESÃO
 É A INDICAÇÃO DA SEDE DA LESÃO.
EXEMPLOS: APARELHO GENITO-URINÁRIO; TÓRAX; PERNA; CRÂNIO;BRAÇO E MÃO.

FONTE DA LESÃO
 É A COISA, SUBSTÂNCIA, ENERGIA OU MOVIMENTO DO CORPO QUE DIRETAMENTE
PROVOCOU A LESÃO.
EXEMPLOS:MÁQUINAS EM GERAL; ESTRUTURAS E EDIFICAÇÕES; ESCADAS;
EQUIPAMENTO AQUECIMENTO; EQUIPAMENTOS DE GUINDAR; MOTORES E
BOMBAS; SUBSTÂNCIAS E PRODUTOS.

CLASSIFICAÇÃO DA LESÃO
 É A CLASSIFICAÇÃO EMPREGADA PARA DETERMINAR SE A LESÃO OCORREU COM
RETORNO IMEDIATO, COM OU SEM RESTRIÇÃO DE ATIVIDADE, INCAPACIDADES
TEMPORÁRIA OU PERMANENTE OU AINDA COM MORTE.
 TIPOS:
RETORNO IMEDIATO SEM RESTRIÇÕES; RETORNO SEM RESTRIÇÃO DE ATIVIDADE;
RETORNO COM RESTRIÇÃO DE ATIVIDADE; INCAPACIDADE TEMPORÁRIA TOTAL;
INCAPACIDADE PERMANENTE; MORTE.

CUSTO DA LESÃO
 É O CUSTO ENVOLVIDO DIRETAMENTE NA LESÃO. É CALCULADO A PARTIR DOS
DIAS PERDIDOS E DO SALÁRIO BRUTO DO ACIDENTADO.

AGENTE DO ACIDENTE
 É O OBJETO, SUBSTÂNCIA OU LOCAL NO QUAL OU AO REDOR DO QUAL EXISTIA A
CONDIÇÃO AMBIENTE DE INSEGURANÇA ESCOLHIDA NO ITEM ANTERIOR.

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EXEMPLOS: SUPERFÍCIES E ESTRUTURAS; ESTRUTURAS E EDIFICAÇÕES;


MÁQUINAS; EQUIPAMENTOS DE GUINDAR; EQUIPAMENTO ELÉTRICO; EMISSORES
DE RADIAÇÃO; EQUIPAMENTO SOB PRESSÃO.

DATA DO ACIDENTE
 É A DATA QUANDO O ACIDENTE FOI REGISTRADO.

DATA DO AFASTAMENTO
 É A DATA EMPREGADA PARA OS CASOS DE LESÃO COM AFASTAMENTO, OU SEJA,
A DATA DE INÍCIO DO AFASTAMENTO DO ACIDENTADO.

DATA DA ALTA
 É A DATA DO TÉRMINO DO AFASTAMENTO DO ACIDENTADO A QUAL
CORRESPONDE ÀQUELA EM QUE O ACIDENTADO FOI CONSIDERADO APTO A
RETORNAR AO TRABALHO.

HORA DO ACIDENTE
 É A DETERMINAÇÃO EXATA DO HORÁRIO DE ACONTECIMENTO DO ACIDENTE

DESCRIÇÃO
 É A DESCRIÇÃO COMPREENSÍVEL DE COMO OCORREU O ACIDENTE E A LESÃO,
INDICANDO DANOS MATERIAIS, PRINCIPAIS OMISSÕES OU AÇÕES QUE SURGIRAM
A PARTIR DO EVENTO.

MEDIDAS PREVENTIVAS/CORRETIVAS
 ONDE SE PODE ENUMERAR AS AÇÕES QUE FORAM TOMADAS PARA PREVENIR
E/OU MITIGAR O ACIDENTE EM QUESTÃO.

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Segurança no Lar

Os acidentes domésticos podem ter consequências


muito graves e até fatais.
Transforme a sua casa num lugar mais seguro!

Os acidentes domésticos são muito comuns. Mesmo com todo o


cuidado, há objetos e situações que representam risco e podem provocar
acidentes. Para as crianças e para os idosos, em especial, todas as divisões
da casa podem representar um enorme risco.

Um tapete que não está devidamente assente com


proteção antiderrapante, uma gaveta da cómoda aberta, a porta
de um armário, um fio do telefone solto, podem provocar quedas
e traumatismos com consequências muito graves. Por vezes,
esses acidentes são tão graves que podem levar à morte.

QUAIS SÃO OS FATORES DE RISCO OU CAUSAS MAIS FREQUENTES


DE ACIDENTES DOMÉSTICOS?

 Escorregar ao andar sobre pisos molhados, úmidos ou encerados;

 Andar de meias ou usar chinelos e sapatos mal apertados;

 Móveis no meio do caminho (gavetas abertas, por exemplo), principalmente entre o


quarto e a casa de banho;

 Escadas com degraus de tamanhos diferentes;

 Tapetes nos quartos, casas de banho, corredores e outras divisões da casa;

 Pouca iluminação;

 Estar em pé em cima de um banco ou cadeira;

 Tonturas ao levantar-se;

 Visão alterada pela idade;

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 Perda do equilíbrio, muitas vezes causada por remédios;

 Nos mais idosos, enfraquecimento dos ossos e dos músculos;

 Soleiras das portas não niveladas com o chão.

QUAIS SÃO OS FATORES DE RISCO OU CAUSAS MAIS FREQUENTES


DE ACIDENTES DOMÉSTICOS ENVOLVENDO IDOSOS?

 Visão e audição deficientes;

 Enfraquecimento dos ossos e dos músculos;

 Problemas de locomoção ou osteoarticulares e tremores;

 Fatores do ambiente;

 Iluminação deficiente;

 Inexistência de corrimão ou de barras de segurança, nomeadamente na banheira;

 Mobília
instável;

 Pavimento
escorregadio;

 Calçado não
apropriado.

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Consideremos o texto, a seguir:

Veja Dicas de prevenção

Armadilhas dentro de casa.

*(extraído do site www.clicabrasilia.com.br)

A cada dia, Corpo de Bombeiros atende uma média de 13 ocorrências desta


natureza. Crianças estão entre as vítimas!

Um descuido dentro de casa pode ser


fatal. As armadilhas estão por todos os
lados. A cada dia, o Corpo de Bombeiros
registra uma média de 13 casos de
acidentes domésticos. Intoxicações,
quedas e queimaduras são os mais
comuns.

A ocorrência mais recente foi registrada, ontem, em Sobradinho. Uma


mulher morreu eletrocutada no quintal de casa.

Somente nos primeiros quatro meses deste ano, o Corpo de Bombeiros


registrou 1.606 ocorrências de acidentes domésticos no Distrito Federal.
Apesar de os números estarem ainda em um patamar elevado, os casos
têm diminuído com o passar dos anos. De janeiro a abril de 2005, foram
computados 2.250 acidentes domésticos. No mesmo período de 2006, o
índice foi reduzido para 1.938 casos.

Os campeões de ocorrências no ano são vítimas de quedas, com 1.233


casos. Logo em seguida, aparecem acidentes provocados por intoxicações
diversas (114) e vazamento de gás de cozinha (79). Mesmo com a redução
de ocorrências em relação ao ano passado, o mês de abril voltou a
preocupar. Em janeiro, foram 410 acidentes domésticos, passando para 422
em fevereiro e 310 em março. Já em abril o número saltou para 448 casos.

Feriados

O chefe de da Comunicação Social do Corpo de Bombeiros, major Rogério


Santos Soares, explica que o mês de abril é natural que haja um incremento
no número de ocorrências em virtude dos feriados. "Quanto mais a pessoa
fica em casa, mais chance tem de sofrer um acidente doméstico", ressalta.

O auxiliar de pedreiro Manoel Neves da Silva, 46 anos, passou por maus


bocados ao tentar ascender um fogão de lenha. Manoel diz que esqueceu
uma garrafa de álcool próximo ao fogão, quando de repente viu seu corpo
ser consumido pelo fogo. "Foi muito rápido. Eu só senti uma quentura nas

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minhas costas e depois comecei a rolar no chão. Depois disso eu só me


lembro de ter acordado aqui no hospital", relata.

Manoel Neves da Silva, pedreiro

Para o major Rogério, a intensificação nos


trabalhos de prevenção contribuiu para reduzir os números relacionados a
acidentes domésticos. "Nós estamos empenhados em mostrar para a
população os cuidados que devem ser tomados para evitar esses tipos de
acidentes. São procedimentos bastante simples e que se forem seguidos
corretamente podem salvar vidas", comentou.

Acidentes Domésticos

Os acidentes domésticos são


muito comuns, e mesmo com todo o
cuidado alguns objetos e situações
apresentam riscos, principalmente para
as crianças; às vezes esses acidentes
são tão graves que podem levar à
morte.

Os pais devem lembrar que para


a criança tudo pode ser brinquedo
interessante e ela não é capaz de
avaliar o perigo. Por isso devem ficar
atentos a pequenos objetos como
moedas, tampinhas de garrafas, clips,
botões até brinquedos que possuam
peças pequenas e que se soltam com
facilidade e possam causar engasgos e sufocamento.

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Veja outras dicas Interessantes!

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Siga algumas regras básicas e transforme sua casa em um lugar seguro:

 MEDICAMENTOS
Todo medicamento deve ser guardado em lugares altos e, de preferência, trancados com
chave. Nenhum medicamento deve ser tomado sem orientação médica.

 ESCADAS
As escadas devem possuir corrimão e o piso não deve ser liso. Quando as crianças forem
pequenas e principalmente na época em que estão engatinhando ou começando a andar,
procure colocar protetores e barreiras em todos os acessos da casa que levem à escada.
 JANELAS E SACADAS
Para quem tem crianças em casa e principalmente em apartamentos, devem ser colocadas
grades ou redes de proteção. Muitos acidentes acontecem pela falta de proteção em janelas
e sacadas.
 PISCINAS
Crianças nunca devem ser deixadas sozinhas perto das piscinas. Em casa deve ser
colocada tela de proteção ou grade em volta da piscina. Toda vez que a criança for nadar,
em casa ou no clube, nunca deve deixar de usar bóias.
 COZINHAS
As pessoas e muito menos as crianças não têm noção do perigo que a cozinha representa,
por isso mantenha as crianças sempre longe. Criança não tem medo de fogo, nunca deixe
as panelas com os cabos virados para fora do fogão. Cuidado também com vazamento de
gás. Verifique sempre os botões do fogão e se as mangueiras do gás estão em ordem.
 PRODUTOS QUÍMICOS E MATERIAL DE LIMPEZA
Por serem produtos altamente tóxicos e, muitas vezes, inflamáveis devem ser deixados em
local de difícil acesso para crianças e animais. Nunca permita que crianças mexam com
álcool ou outros produtos abrasivos e inflamáveis. A ingestão de certos produtos pode ser
fatal.
 TOMADAS
Utilize sempre protetores especiais para as tomadas evitando assim choques e outros
acidentes.
 OBJETOS PONTIAGUDOS OU CORTANTES
Facas, tesouras, chaves-de-fenda e outros objetos perfuro-cortantes nunca devem ser
dados às crianças. Mantenha esses objetos em locais fechados onde a criança não tenha
acesso.

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 FERRO DE PASSAR ROUPA


Nunca deixe o ferro ligado com o fio desenrolado e ao alcance das crianças. Além da alta
temperatura, é perigoso por seu peso e eletricidade.

*Em caso de acidente saiba como praticar os


PRIMEIROS SOCORROS E CHAME SOCORRO
ESPECIALIZADO URGENTE, SE NECESSÁRIO!

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ATLAS – Manuais De Legislação ATLAS. Segurança e Medicina Do Trabalho. São Paulo


48ª Edição.

BRASIL. Consolidação das Leis Trabalhistas: decreto-lei 5452/43.


In:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm (Acesso em 22/09/2011,
às 19h).

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, Brasília, DF: Senado,


1988. In:http://www.senado.gov.br/legislacao/const/con1988 (acesso em 20/09/2010, às
17h.

CAMPOS, Armando Augusto Martins. CIPA uma Nova Abordagem.

CAMPOS, José Luiz Dias; CAMPOS, Adelina Bitelli Dias. Acidentes do Trabalho. São
Paulo: LTr, 1991.

CARRION, Valentin. Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho. Edit. Saraiva, 24ª
Edição.

FIGUEIREDO, Guilherme José Purvin de. Direito ambiental e a saúde dos


trabalhadores. São Paulo: LTr, 2000.

GONÇALES, Odonel Urbano. Manual de Direito Previdenciário. 10. ed. São Paulo: Atlas,
2002.

GONÇALVES, Edwar Abreu. Manual de Segurança e Saúde no Trabalho. Edit. LTR 2000.

JORGE NETO, Francisco Ferreira e CAVALCANTE, Jouberto de Quadros Pessoa.

MANUAIS DE LEGISLAÇÃO, SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO. Edit. Atlas, 47ª


Edição.

Manual de Formação: Higiene e Segurança no Trabalho - Programa Formação PME 7/45

MELO, Raimundo Simão de. Direito Ambiental do Trabalho e Saúde do Trabalhador. 4.


ed. São Paulo: LTr, 2010.

MICHEL, Oswaldo. Acidentes do Trabalho e Doenças Profissionais. Edit. LTR/2000.

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Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

MONTEIRO, Antonio Lopes e BERTAGNI, Acidentes do Trabalho e Doenças Profissionais,


Edit. Saraiva, 2ª ed. Atualizada.

OLIVEIRA, José de. Acidentes do Trabalho. Edit. Saraiva, 3ª Edição.

PADILHA, Norma Sueli. Do meio ambiente do trabalho equilibrado. São Paulo: LTr,
2002.

REVISTA CIPA – Revista CIPA, Traz Várias Informações Como Congressos Sobre SST.

REVISTA PROTEÇÃO – Site Da Revista Proteção. Eventos, Guia De Produtos, Artigos.

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO. Edit. IOB, 14ª Ed., Mar/2000.

SITE ÁREA SEG.COM CARTILHA DO SESI/SEBRAE. GASPARI, Adalton. APOSTILA


PRODA SAÚDE SEGTRABALHO.

Site do FENATEST – Federação Nacional Dos Técnicos De Segurança Do Trabalho.


Site do FUNDACENTRO – Fundação Jorge Duprat Figueiredo De Segurança e Medicina
Do trabalho.

Site do Ministério da Previdência Social

Site do MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO – Site do Ministério do Trabalho e


Emprego. NRs, CAs, portarias, FAT, FGTS.

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Hino Nacional Hino do Estado do Ceará

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas Poesia de Thomaz Lopes


De um povo heróico o brado retumbante, Música de Alberto Nepomuceno
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, Terra do sol, do amor, terra da luz!
Brilhou no céu da pátria nesse instante. Soa o clarim que tua glória conta!
Terra, o teu nome a fama aos céus remonta
Se o penhor dessa igualdade Em clarão que seduz!
Conseguimos conquistar com braço forte, Nome que brilha esplêndido luzeiro
Em teu seio, ó liberdade, Nos fulvos braços de ouro do cruzeiro!
Desafia o nosso peito a própria morte!
Mudem-se em flor as pedras dos caminhos!
Ó Pátria amada, Chuvas de prata rolem das estrelas...
Idolatrada, E despertando, deslumbrada, ao vê-las
Salve! Salve! Ressoa a voz dos ninhos...
Há de florar nas rosas e nos cravos
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido Rubros o sangue ardente dos escravos.
De amor e de esperança à terra desce, Seja teu verbo a voz do coração,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido, Verbo de paz e amor do Sul ao Norte!
A imagem do Cruzeiro resplandece. Ruja teu peito em luta contra a morte,
Acordando a amplidão.
Gigante pela própria natureza, Peito que deu alívio a quem sofria
És belo, és forte, impávido colosso, E foi o sol iluminando o dia!
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Tua jangada afoita enfune o pano!
Terra adorada, Vento feliz conduza a vela ousada!
Entre outras mil, Que importa que no seu barco seja um nada
És tu, Brasil, Na vastidão do oceano,
Ó Pátria amada! Se à proa vão heróis e marinheiros
Dos filhos deste solo és mãe gentil, E vão no peito corações guerreiros?
Pátria amada,Brasil!
Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas!
Porque esse chão que embebe a água dos rios
Deitado eternamente em berço esplêndido, Há de florar em meses, nos estios
Ao som do mar e à luz do céu profundo, E bosques, pelas águas!
Fulguras, ó Brasil, florão da América, Selvas e rios, serras e florestas
Iluminado ao sol do Novo Mundo! Brotem no solo em rumorosas festas!
Abra-se ao vento o teu pendão natal
Do que a terra, mais garrida, Sobre as revoltas águas dos teus mares!
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores; E desfraldado diga aos céus e aos mares
"Nossos bosques têm mais vida", A vitória imortal!
"Nossa vida" no teu seio "mais amores." Que foi de sangue, em guerras leais e francas,
E foi na paz da cor das hóstias brancas!
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símbolo


O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- "Paz no futuro e glória no passado."

Mas, se ergues da justiça a clava forte,


Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!

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