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FUNDAÇÃO DE APOIO À ESCOLA TÉCNICA

Centro de Ensino Técnico e Profissionalizante Quintino


ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL REPÚBLICA
DEPARTAMENTO DE MECÂNICA

HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO


Engº Mário L. C. Almeida
HISTÓRICO 1

Quando estudamos documentos relacionados à Segurança do Trabalho


vemos algumas referências aos riscos profissionais.

Hipócrates, quatro séculos antes de Cristo, fez menção à existência de


moléstias entre mineiros e metalúrgicos. Plínio, o Velho, no início da Era Cristã,
descreveu moléstias do pulmão e envenenamento entre mineiros, pelo manuseio
do enxofre e do zinco. Galeno, no século II, citou moléstias profissionais entre
trabalhadores das ilhas do Mediterrâneo.
Georgius Agrícola (forma latina de Georg Bauer). Médico, era estudioso de
todos os aspectos da mineralogia e da indústria metalúrgica e iniciou um estudo
de 25 anos que culminou na sua obra-prima publicada postumamente: “De re
metallica” (1556), um tratado de mineralogia e metalurgia. O tratado, com doze
capítulos, inclui 292 gravuras em madeira cuidadosamente entalhadas e estuda
problemas relacionados à extração e à fundição da prata e do ouro. A obra
discute acidentes do trabalho e doenças comuns entre mineiros, destacando-se a
“asma dos mineiros”, provocada por poeiras que Agrícola denominava
“corrosivas”. A descrição dos sintomas indica que se tratava de silicose.
Ainda no século XVI, Paracelso escreveu a primeira monografia sobre a
relação entre trabalho e doença: “Von Der Birgsucht Und Anderen Bergrank
Heiten”. Nela foram mostrados os sintomas da intoxicação pelo mercúrio.
Em 1700 publicou-se na Itália “De Morbis Artificum Dia Triba” do médico
Bernardino Ramazzini, “o pai da medicina do trabalho”. Nessa obra foram
descritas cerca de cem profissões e os riscos específicos de cada uma delas.
Descrições baseadas nas observações clínicas do autor que sempre perguntava
aos pacientes: ”Qual a sua ocupação ?”.

Com a invenção da máquina de fiar, ocorreu na Inglaterra a Revolução


Industrial. Até aí, o artesão era dono dos seus meios de produção. O alto custo
das máquinas não mais permitiu que o artesão as possuísse. Quando os
capitalistas viram as chances de lucro, decidiram comprar máquinas e empregar
pessoas para fazê-las funcionar. Surgiram assim as primeiras fábricas de tecidos
e, com elas, o Capital e o Trabalho.
Com o advento das máquinas a vapor, a indústria, que não precisava mais
dos rios para fazer as máquinas movimentarem-se, veio para as cidades, onde
havia farta mão-de-obra.
No crescimento desenfreado das fábricas não havia cuidados quanto à
saúde da mão-de-obra, constituída de homens, mulheres e crianças. Chegou-se
ao cúmulo de se vender crianças para suprir a mão de obra. No final do século
XVIII, a indústria inglesa ofereceu melhores salários mas causou problemas
ocupacionais sérios: altos índices de acidentes e de moléstias profissionais eram
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causados pelo trabalho em máquinas sem proteção, pelo trabalho executado em
ambientes fechados onde a ventilação era precária e o ruído atingia limites
altíssimos e pela inexistência de limites de horas de trabalho.
Em 1802 o Parlamento Britânico aprovou a 1ª lei de proteção ao
trabalhador: a “Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes”, que estabeleceu o limite de
12 horas de trabalho por dia, proibiu o trabalho noturno, obrigou os
empregadores a lavar as paredes das fábricas duas vezes por ano e tornou
obrigatória a ventilação destas.
Três décadas mais tarde, uma comissão parlamentar de inquérito sobre
doenças do trabalho elaborou um relatório que concluía: “Diante desta Comissão
desfilou longa procissão de trabalhadores - homens e mulheres, meninas,
abobalhados, doentes, deformados, degradados na sua qualidade humana. Cada
um deles era a evidência de uma vida arruinada, um quadro vivo de uma
crueldade humana do homem para com o homem, uma impiedosa condenação
daqueles legisladores que, quando em suas mãos detinham poder imenso,
abandonaram os fracos à capacidade dos fortes”.
A denúncia da Comissão fez com que, em 1833, surgisse a 1ª lei realmente
eficiente de proteção ao trabalhador: a “Lei das Fábricas” (Factory Act). Criava
restrições às empresas têxteis em que fosse usada a força hidráulica ou a vapor;
proibia o trabalho noturno aos menores de 18 anos e limitava as horas de
trabalho destes a 12 por dia e 60 por semana; as fábricas eram obrigadas a ter
escolas, que seriam freqüentadas pelos trabalhadores menores de 13 anos; a
idade mínima para o trabalho era de 9 anos, e um médico devia atestar que o
desenvolvimento físico da criança correspondia à sua idade.
Em 1867 incluiu-se nesta lei mais moléstias e estipulou-se a proteção das
máquinas e a ventilação mecânica para o controle de poeiras; proibiu-se a
ingestão de alimentos nos ambientes sob atmosferas nocivas da fábrica.
Foi na Grã-Bretanha onde primeiro foram registradas medidas em atenção
à boa saúde do trabalhador. Lá foi criado o 1º órgão fiscalizador do Ministério do
Trabalho para apurar doenças profissionais e realizar exames médicos pré-
admissionais e periódicos.

A evolução da Revolução Industrial resultou no aparecimento dos serviços


de saúde ocupacional em vários países europeus. Na França, em 1946, tornou-se
obrigatória a existência de serviços de saúde ocupacional em estabelecimentos,
industriais ou comerciais, onde trabalhassem mais de dez pessoas. Mais
recentemente, na Espanha e em Portugal, outras leis obrigaram à criação de
serviços de saúde ocupacional em empresas com mais de quinhentos
trabalhadores.

Nos Estados Unidos os serviços de saúde ocupacional não existiam até a


entrada em vigor de leis sobre indenizações em casos de acidente de trabalho. Por
isso, os empregadores estabeleceram, no início deste século, os primeiros serviços
de saúde ocupacional com o principal objetivo de reduzir o custo das
indenizações.

Em meados do século a importância da proteção dos trabalhadores atingiu


a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização Mundial de Saúde
(OMS). Assim, a 43ª Conferência Internacional do Trabalho estabeleceu a
“Recomendação para os serviços de saúde ocupacional, 1959” que determinava
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serem objetivos dos serviços de saúde ocupacional instalados em um
estabelecimento de trabalho, ou em suas proximidades:
1- Proteger os trabalhadores contra riscos à sua saúde, que possam
decorrer do seu trabalho ou das condições em que este é realizado.
2- Contribuir para o ajustamento físico e mental do trabalhador, obtido
especialmente pela adaptação do trabalho aos trabalhadores, e pela colocação
destes em atividades profissionais para as quais tenham aptidões.
3- Contribuir para o estabelecimento e a manutenção do mais alto grau
possível de bem-estar físico e mental dos trabalhadores.

No Brasil as estatísticas sobre doenças profissionais e sobre acidentes do


trabalho eram tão alarmantes que o Governo Federal baixou a portaria 3.237, de
17 de julho de 1972, que tornou obrigatória a existência de Serviços de Medicina
do Trabalho e de Engenharia de Segurança do Trabalho em todas as empresas
com mais de cem trabalhadores. A Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977 e as
normas regulamentadoras aprovadas pela portaria nº 3.214, de 8 de junho de
1978 dão continuidade à legislação de proteção ao trabalhador brasileiro.

Atualmente são vinte e nove as normas regulamentadoras do trabalho urbano:

NR – 01 - Disposições Gerais
NR – 02 - Inspeção Prévia
NR – 03 - Embargo ou interdição
NR – 04 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina
do Trabalho – SESMT
NR – 05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA
NR – 06 - Equipamento de proteção Individual – EPI
NR – 07 - Programa de controle médico de saúde ocupacional – PCMSO
NR – 08 - Edificações
NR – 09 - Programa de prevenção de riscos ambientais – PPRA
NR – 10 - Instalações e serviços em eletricidade
NR – 11 - Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de
materiais
NR – 12 - Máquinas e equipamentos
NR – 13 - Caldeiras e vasos de pressão
NR – 14 - Fornos
NR – 15 - Atividades e operações insalubres
NR – 16 - Atividades e operações perigosas
NR – 17 - Ergonomia
NR – 18 - Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da
construção
NR – 19 - Explosivos
NR – 20 - Líquidos combustíveis e inflamáveis
NR – 21 - Trabalho a céu aberto
NR – 22 - Trabalhos subterrâneos
NR – 23 - Proteção contra incêndios
NR – 24 - Condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho
NR – 25 - Resíduos industriais
NR – 26 - Sinalização de segurança

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NR – 27 - Registro profissional do técnico de segurança do trabalho no
Ministério do Trabalho e da Previdência Social
NR – 28 - Fiscalização e penalidades
NR – 29 - Trabalho portuário

Mais cinco regulamentam o trabalho rural:

NRR – 1 – Disposições Gerais


NRR – 2 – Serviço Especializado em Prevenção de Acidentes do Trabalho
Rural – SEPATR
NRR – 3 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural –
CIPATR
NRR – 4 – Equipamentos de Prevenção Individual
NRR – 5 – Produtos Químicos

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ACIDENTES DO TRABALHO 2

2.1 - ACIDENTES DO TRABALHO

Os acidentes no trabalho causam, em qualquer comunidade, prejuízos que


são um sério obstáculo ao desenvolvimento sócio-econômico de um país porque
debilitam o trabalhador, restringem a sua capacidade de produção além de
poderem causar danos às máquinas, equipamentos e instalações de uma
empresa.

Para se determinar e combater as causas dos acidentes do trabalho é


necessário, primeiramente, conhecermos as definições de acidente do trabalho.

2.1.1 - CONCEITO LEGAL

No Brasil, o Decreto nº 61.784 de 28 de novembro de 1967, em seu Art. 3º


assim define acidente de trabalho:

Acidente do Trabalho será aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho, a


serviço da empresa, provocando lesão corporal, perturbação funcional ou doença
que cause a morte ou a perda ou redução permanente ou temporária, da
capacidade para o trabalho.

2.1.2 - CONCEITO PREVENCIONISTA

De acordo com o conceito prevencionista:

Acidente do Trabalho é um fato inesperado, não planejado, que interrompe ou


interfere num processo normal de trabalho, resultando em lesão e/ou danos
materiais e/ou perda de tempo.

Ex.: A queda de um objeto do empilhamento mal feito, sem vítima.

No conceito legal o legislador se interessou em definir o acidente para proteger o


trabalhador acidentado garantindo-lhe o pagamento do salário
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enquanto estiver impossibilitado de trabalhar, ou indenizando-o quando houver
lesão incapacitante permanente. O conceito prevencionista, alerta-nos que o
ferimento é apenas uma das conseqüências do acidente, pois o acidente pode
ocorrer sem provocar lesões.

Estatísticas mostram que em cada 300 acidentes do trabalho, 272 são


acidentes sem lesões, 27 são acidentes que causam lesões leves e apenas 1 causa
lesões graves.

Como não podemos prever se de um acidente vai resultar, ou não, uma


lesão no trabalhador, concluímos que devemos tentar evitar todo e qualquer tipo
de acidente.

2.1.3 - CASOS CONSIDERADOS COMO ACIDENTES DO TRABALHO

• O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única,
haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou
perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija
atenção médica para a sua recuperação;

• O acidente sofrido no local e no horário do trabalho em conseqüência de:


a. ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiros ou
companheiros de trabalho;
b. ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa
relacionada ao trabalho;
c. ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiros ou de
companheiro de trabalho;
d. ato de pessoa privada do uso da razão;
e. desabamento, inundações, incêndio e outros casos fortuitos ou
decorrentes de força maior;

• A doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício


de sua atividade;

• O acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de


trabalho:
a. na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade
da empresa;
b. na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe
evitar prejuízo ou proporcionar proveito;
c. em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando
financiada por estar dentro de seus planos para melhor capacitação
da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado,
inclusive veículo de propriedade do segurado;
d. no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para
aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de
propriedade do segurado.

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Entende-se como percurso o trajeto usual da residência ou do local de
refeição para o trabalho, ou deste para aqueles, locomovendo-se o empregado a
pé ou valendo-se de transporte da empresa ou próprio ou da condução normal. O
Decreto estabelece ainda, que no período destinado à refeição ou descanso, ou
por ocasião de satisfação de outra necessidade fisiológica, no local ou durante o
horário de trabalho, o empregado será considerado a serviço da empresa.

Para fins legais, equipara-se ainda ao acidente do trabalho:

• doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo


exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da
relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social.

• doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em


função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se
relacione diretamente.

Segundo a legislação em vigor, doença profissional é aquela inerente a


determinado ramo de atividade.

Podem ser relacionadas como doenças do trabalho, resultantes das


condições especiais em que a atividade se realiza: a epilepsia, quando decorre de
um acidente de trabalho; a lepra, quando o trabalho obriga o contato permanente
com hansenianos; o câncer, quando o trabalhador está sujeito às poeiras ou
trabalho em ambiente cancerígeno; a neurose, quando a sua manifestação ocorre
ao tempo do trabalho ou é atribuída às condições em que ele se realiza.

A doença profissional ou do trabalho, para que se equipare a o acidente do


trabalho, deverá acarretar incapacidade temporária ou permanente para o
trabalho.

Não são consideradas como doença do trabalho:

• a doença degenerativa;
• a inerente ao grupo etário;
• a que não produza incapacidade laborativa;
• a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela
se desenvolva salvo comprovação de que é resultante de exposição ou
contato direto determinado pela natureza do trabalho.

IMPORTANTE: Todo o acidente do trabalho, por mais leve que seja, deverá
ser comunicado à empresa, que providenciará a CAT - Comunicação de Acidente
do Trabalho, até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de
morte, de imediato.

A CAT deverá ser preenchida em seis vias, com a seguinte destinação:

• 1ª via - ao INSS;
• 2ª via - à empresa;
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• 3ª via - ao segurado ou dependente;
• 4ª via - ao sindicato de classe do trabalhador;
• 5ª via - ao Sistema Único de Saúde-SUS;
• 6ª via - à Delegacia Regional do Trabalho.

A entrega das vias da CAT compete ao emitente da mesma, cabendo a este


comunicar ao segurado ou seus dependentes em qual Agência da Previdência
Social foi registrada.

A Comunicação de Acidente do Trabalho deverá ser feita pela empresa, ou


na falta desta o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical
competente, o médico assistente ou qualquer autoridade pública.

No caso de doença profissional ou do trabalho, considera-se como dia do


acidente a data da comunicação desta à empresa ou, na sua falta, a da entrada
do pedido do benefício no INSS, a partir de quando serão devidas as prestações
cabíveis.

No final deste capítulo, você encontrará um formulário de CAT

2.1.3.1 - DIFERENÇA ENTRE DOENÇA E ACIDENTE DO TRABALHO

Entre o acidente do trabalho e a doença profissional há uma tênue


diferença que, muitas vezes, é impossível descobrir.

- O acidente pode ser provocado intencionalmente pelo empregado.


- O acidente acontece de modo instantâneo e violento.
- A doença pode ser simulada mas não pode ser criada pelo empregado.
Tem uma duração. Não aparece num momento, provocando a lesão corporal, ou a
perturbação funcional, ou a morte. Ela se apresenta internamente num processo
silencioso.
- A causa do acidente-tipo é externa.

2.2 – CAUSAS DOS ACIDENTES DO TRABALHO

Do ponto de vista prevencionista, causa de acidente é qualquer fator que,


se fosse eliminado, teria evitado o acidente. As causas dos acidentes podem
decorrer de fatores pessoais ou materiais.

O reconhecimento das causas pode ser fácil, como no caso de um degrau


quebrado de uma escada, ou difícil, quando se precisa determinar as causas de
uma seqüência em cadeia que originaram o acidente. Pode-se dizer que a maioria
dos acidentes tem mais de uma causa.

As causas fundamentais dos acidentes do trabalho são classificadas como


atos inseguros, condições inseguras e fatores pessoais de insegurança.
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2.2.1 – ATOS INSEGUROS

Atos inseguros são as ações ou omissões, maneiras pelas quais o trabalhador


se expõe, voluntariamente ou não, a riscos de acidentes.

Responsáveis por 80% dos acidentes, os atos inseguros mais comuns


são:
- Brincadeiras em serviço (ofender, distrair, assustar, discutir, jogar
objetos, gritar, etc.);
- Desconhecimento das regras de segurança ou dos métodos seguros de
trabalho;
- Emprego incorreto das ferramentas ou de ferramentas sabidamente
defeituosas;
- Excesso de confiança dos que se julgam imunes a acidentes;
- Fadiga física ou mental, que pode prejudicar os reflexos normais do
trabalhador.
- Falta de habilidade para o desempenho da atividade (pode ocorrer por
treinamento insuficiente);
- Levantamento de cargas de forma imprópria;
- Negligência, como no caso do trabalhador que não usa os EPI’s
recomendados;
- Permanecer sob cargas suspensas ou em locais perigosos, junto a
máquinas ou à passagem de veículos;
- Remover dispositivos de proteção ou alterar o seu funcionamento,
tornando-os ineficientes;
- Realizar operações para as quais não esteja devidamente autorizado;
- Trabalhar, sem necessidade, com equipamento em movimento ou
perigoso (manutenção, reparo e lubrificação de máquinas em
movimento e realização de trabalhos em equipamentos elétricos
energizados);
- Usar vestimentas inadequadas (salto alto, mangas compridas, gravatas
soltas, cabelos compridos soltos, anéis, pulseiras, etc.);
- Uso inadequado de equipamentos (sobrecarregar veículos, andaimes,
etc.);
- Velocidades perigosas (operar máquinas em suas velocidades limites
ou em velocidades inseguras, pular de locais elevados, atirar materiais
ao invés de transportá-los, etc.).

Não são considerados como atos inseguros os que emanarem da chefia


ou as ações realizadas em obediência às instruções de superiores. Estes casos
devem ser considerados como condições inseguras.

2.2.2 – CONDIÇÕES INSEGURAS

Condições inseguras de um ambiente de trabalho são as falhas, defeitos,


irregularidades técnicas, carências de dispositivos de segurança, e outras que
põem em risco a integridade física ou a saúde do trabalhador ou a própria
segurança das instalações e equipamentos.

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São responsáveis por 18% dos acidentes.

Exemplos de condições inseguras:


- Arranjos físicos e arrumações perigosas (empilhamento perigoso,
armazenagem irregular ou perigosa, passagens obstruídas, etc.);
- Condições defeituosas dos equipamentos (grosseiro, cortante, corroído,
fraturado, de qualidade inferior, etc.);
- Condições precárias das instalações físicas (escadas, tubulações,
rampas, instalações e pisos escorregadios, corroídos, sobrecarregados,
mal conservados ou quebrados);
- Construções ou projetos inseguros;
- Equipamentos de proteção defeituosos ou mal sinalizados (extintores
descarregados ou com a carga vencida);
- Iluminação ou ventilação incorreta ou inadequada;
- Má distribuição de horários e tarefas;
- Material mal identificado ou não identificado;
- Proteção mecânica ou elétrica inadequada (falta de aterramento em
instalações elétricas);
- Operações e processos perigosos;
- Riscos naturais provenientes de irregularidades e instabilidades dos
solos, intempéries, animais selvagens (nos trabalhos externos ou “a céu
aberto”).

Não devemos confundir a condição insegura com o risco inerente de certas


operações industriais. Por exemplo: a corrente elétrica é um risco inerente aos
serviços que envolvem eletricidade. Instalações elétricas mal feitas ou
improvisadas, fios expostos, etc., são condições inseguras.

2.2.3 – FATOR PESSOAL DE INSEGURANÇA

Fator pessoal de insegurança é a característica mental ou física que leva o


trabalhador à prática do ato inseguro.

A caracterização do fator pessoal de insegurança não é fácil, exigindo o


exame apurado das circunstâncias em que ocorreu o acidente. O fator pessoal de
insegurança, como o ato inseguro, não é necessariamente causado pelo
trabalhador acidentado, podendo ser provocado por terceiros.

Os fatores pessoais de insegurança predominantes são:

- Alcoolismo ou uso de substâncias tóxicas ou de drogas;


- Conhecimento ou treinamento insuficiente;
- Defeito físico ou incapacidade física para o serviço executado
(principalmente órgãos do sentido);
- Desconhecimento do risco ou de práticas seguras para a execução do
serviço;
- Desrespeito às instituições e normas de segurança;

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- Falta de interesse pela atividade que desempenha;
- Má interpretação do perigo;
- Nervosismo ou excesso de confiança;
- Preocupação com outros problemas;
- Problemas de saúde não tratados (mentais e nervosos);
- Problemas diversos de ordem social;
- Problemas familiares.

2.3 - CONSEQÜÊNCIAS DOS ACIDENTES DO TRABALHO

Muitas vezes, pior que o próprio acidente são as suas conseqüências. Todos
perdem. Perde o empregador, com a perda da mão-de-obra, de material, de
equipamentos, de tempo, e, conseqüentemente, com a elevação dos custos
operacionais. Perde o governo, com o número crescente de inválidos e
dependentes da Previdência Social. Perde o empregado, que fica incapacitado
temporária ou permanentemente para o trabalho, de forma total ou parcial, e a
sua família que passa a ter o padrão de vida afetado pela falta dos ganhos
normais.

Um acidente do trabalho pode levar o trabalhador a se ausentar da


empresa por apenas algumas horas, quando é chamado de acidente sem
afastamento. É o que ocorre, por exemplo, quando o acidente resulta num
pequeno corte no dedo, e o trabalhador retorna em seguida.

Outras vezes, um acidente pode deixar o trabalhador impedido de realizar


suas atividades por dias seguidos, ou meses, ou de forma definitiva. Se o
trabalhador não retornar ao trabalho imediatamente ou até a jornada seguinte
temos o chamado acidente com afastamento, que pode resultar:

a) Na incapacidade temporária, que é a perda da capacidade para o


trabalho por um período limitado de tempo, após o qual o trabalhador
retorna às suas atividades normais.
b) Na incapacidade total e permanente, que é a invalidez para o trabalho.
c) Na incapacidade parcial permanente, que é a diminuição, para o resto da
vida, da capacidade física total para o trabalho desenvolvido. É o que
acontece, por exemplo, quando ocorre a perda de um dedo ou de uma
vista.

2.3.1 - PREJUÍZOS IMEDIATOS PARA O GOVERNO

a) Pagamento, através do INSS, de benefícios previdenciários ao trabalhador


acidentado ou a seus dependentes.
b) pagamento de despesas médico-hospitalares no tratamento do
acidentado, inclusive com o fornecimento de próteses.
c) despesas com a reabilitação profissional do trabalhador acidentado.

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d) assistência reeducativa e readaptativa profissional: Reeducativa quando,
depois da assistência, o funcionário retorna para a mesma função; readaptativa
quando, após a assistência, o funcionário vai para outra função.

Os principais benefícios concedidos pela Previdência Social, através do


INSS quando da ocorrência de acidentes do trabalho são: (Regulamento dos
“Benefícios da Previdência Social” aprovado pelo decreto no. 2.172, de 05/03/97)

• Reabilitação Profissional: Serviço que o INSS coloca à disposição de seus


segurados, inclusive aposentados e dependentes. Seu objetivo é proporcionar
aos segurados e dependentes incapacitados (parcial ou totalmente), os meios
para a (re)educação e (re)adaptação profissional e social, de modo que possam
voltar ao mercado de trabalho. O atendimento é feito por uma equipe
multidisciplinar, (médicos, assistentes sociais, psicólogos, sociólogos,
fisioterapeutas, entre outros). É extensivo aos dependentes, de acordo com as
disponibilidades técnico-financeiras do INSS.

• Auxílio-doença: Beneficio devido ao segurado que ficar temporariamente


incapacitado para o seu trabalho ou atividade habitual por mais de 15 dias
consecutivos. A empresa paga os primeiros 15 dias de afastamento. O INSS
paga a partir do 16° dia. O valor do auxílio doença acidentário corresponde a
91% do salário de benefício.

O auxílio-doença deixa de ser pago:


• quando o segurado recupera a capacidade para o trabalho;
• quando este benefício se transformar em aposentadoria por invalidez;
• quando o segurado solicita e tem a concordância da perícia do INSS;
• quando o segurado volta voluntariamente ao trabalho.

OBS.: Não são devidas as prestações relativas ao acidente do trabalho:


• ao empregado doméstico;
• ao contribuinte individual;
• ao facultativo.

• Auxílio-acidente: benefício concedido, como indenização, ao segurado especial


ou empregado, trabalhador avulso, e ao médico residente que estiver
recebendo auxílio-doença, quando as lesões decorrentes de acidente de
trabalho resultarem em seqüela definitiva que implique redução da capacidade
para o trabalho e/ou impossibilite o desempenho da atividade exercida na
época do acidente. O auxílio-acidente será devido a partir do dia imediato ao
da cessação do auxílio-doença. O seu valor corresponde a 50% do salário de
benefício que deu origem ao auxílio-doença do segurado, corrigido até o mês
anterior ao do início do auxílio acidente e será devido até a véspera de início de
qualquer aposentadoria ou até a data do óbito do segurado.

• Aposentadoria por invalidez: É o benefício a que tem direito o segurado que,


estando ou não recebendo auxílio-doença, for considerado incapaz para o

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trabalho e não sujeito à reabilitação para o exercício de atividade que lhe
garanta a subsistência. Não é concedida aposentadoria por invalidez ao
segurado que, ao filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social, já era
portador da doença ou da lesão que geraria o benefício, salvo quando a
incapacidade decorreu de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.

A aposentadoria por invalidez começa a ser paga:

- a contar do dia imediato ao da cessação do auxílio-doença, caso o segurado o


esteja recebendo.
- Para o segurado que não recebe auxílio-doença:
- para o segurado empregado a partir do 16º dia de afastamento da
atividade ou a partir da data da entrada do requerimento, se entre o
afastamento e a entrada do requerimento decorrerem mais de 30 dias.
- para os demais segurados a partir da data do início da incapacidade ou;
- a partir da data da entrada do requerimento, quando requerido após o 30º
dia do afastamento da atividade.

A aposentadoria por invalidez deixa de ser paga:

• quando o segurado recupera a capacidade para o trabalho;


• quando o segurado volta voluntariamente ao trabalho;
• quando o segurado solicita e tem a concordância da perícia médica do
INSS.

O valor da aposentadoria por invalidez é 100% do salário de benefício, caso o


segurado não estivesse recebendo auxílio-doença. Se o segurado necessitar de
assistência permanente de outra pessoa, a critério da perícia médica, o valor
será aumentado em 25% a partir da data de sua solicitação.

• Aposentadoria especial - É o benefício a que tem direito o segurado, que tiver


trabalhado durante 15, 20 ou 25 anos, conforme o caso, sujeito a condições
especiais que prejudiquem a sua saúde ou integridade física. O segurado
deverá comprovar, além do tempo de trabalho, efetiva exposição aos agentes
nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais a
saúde ou integridade física, pelo período equivalente ao exigido para a
concessão do benefício.

Considera-se tempo de trabalho, os períodos correspondentes ao exercício de


atividade permanente e habitual (não ocasional nem intermitente), durante
toda a jornada de trabalho.

A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos será feita


em formulário próprio do INSS, preenchido pela empresa ou seu preposto com
base em laudo técnico de condições ambientais de trabalho, expedido por
médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho, nos termos da
legislação trabalhista.

O INSS exige carência para este benefício:


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• 180 contribuições mensais para o segurado inscrito a partir de 25.07.91;
• Os inscritos até 24.07.91 devem obedecer a uma tabela progressiva de
carência.

A aposentadoria especial começa a ser paga:

Para o segurado empregado:


• a partir da data do desligamento do emprego, quando requerida até 90 dias
após o desligamento.
• a partir da data da entrada do requerimento, quando não houver
desligamento do emprego ou quando for requerida após 90 dias do
desligamento.

Para o trabalhador avulso:


• a partir da data da entrada do requerimento.

O valor da aposentadoria especial é 100% do salário de benefício.

O aposentado por tempo de contribuição, especial ou idade pelo Regime Geral


de Previdência Social que permanecer ou retornar à atividade sujeita a este
regime, não fará jus a prestação alguma da Previdência Social em decorrência
do exercício dessa atividade, exceto ao salário família, salário maternidade e à
reabilitação profissional.

• Pensão por morte: É o benefício a que têm direito os dependentes do segurado


que falecer.

Há três classes de dependentes:


• Classe I: o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não
emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido;
• Classe II: os pais;
• Classe III: o irmão, não emancipado, de qualquer condição, menor de 21
anos ou inválido.

Observações: Por determinação judicial proferida em Ação Civil Pública


também fará jus a pensão por morte quando requerida por companheiro ou
companheira homossexual.
A condição de invalidez do dependente maior de 21 anos deverá ser atestada
pela perícia do INSS.
Enteados e tutelados equiparam-se a filhos.
Havendo dependentes de uma classe, os dependentes da classe seguinte
perdem o direito à pensão por morte. Também perde o direito ao benefício o
dependente que passar à condição de emancipado.

A pensão por morte começa a ser paga:


• a partir da data do óbito do segurado, se requerida até 30 dias do
falecimento;
• a partir da data do requerimento, se requerida após 30 dias do falecimento;
Higiene e Segurança no Trabalho - Mário L. C. Almeida
16
• a partir da data da decisão judicial, quando se tratar de morte presumida.

A pensão por morte deixa de ser paga:

• Pelo falecimento do pensionista;


• Pela extinção da cota do último pensionista;
• Se quem recebe a pensão é o filho ou o irmão, o benefício deixa de ser pago
quando esse dependente se torna emancipado, ou completa 21 anos (a
menos que seja inválido);
• Se quem recebe a pensão é inválido, o benefício deixa de ser pago cessar a
invalidez.

O valor da pensão por morte corresponde a 100% do valor da aposentadoria


que o segurado recebia quando faleceu ou 100% da aposentadoria por
invalidez a que teria direito na data do óbito.

Todos os benefícios baseiam-se no salário-beneficio (SB) que é igual:


- à média aritmética simples dos 80% maiores salários de contribuição,
corrigidos monetariamente, a partir do mês 07/94 - para os inscritos até
28/11/99
- à média aritmética simples dos maiores salários de contribuição
correspondentes a 80% de todo o período contributivo - para os inscritos
a partir de 29/11/99

Observação : O trabalhador que sofrer acidente de trabalho tem garantia da


manutenção do contrato de trabalho até 12 meses após a cessação do acidente do
trabalho.

2.3.1.1 – A DOENÇA E O ACIDENTE DO TRABALHO NO CONTRATO DE


EXPERIÊNCIA E NO AVISO PRÉVIO

Se, durante o contrato de experiência o empregado adoecer, a empresa


pagará os primeiros 15 dias e ele entrará em auxílio-doença no INSS, do qual não
sairá antes de vencidos os 90 dias do contrato.
Se, a doença se aparecer no 80° dia do contrato, a empresa deverá pagar
apenas os 10 dias que faltam para o contrato terminar. O doente desempregado
deverá passar a receber, de imediato, o auxílio-doença.

De acordo com o Pleno do Tribunal Superior do Trabalho “O contrato por


prazo determinado não tem seu termo prorrogado em virtude de licença médica do
empregado, salvo se houver prévia estipulação das partes contratantes” (AC-TP
1975/85, DOU de 8/11/85).

Se, o empregado adoecer ou se acidentar no 20º dia do aviso prévio, a


empresa deverá pagar-lhe os 10 dias restantes e o contrato ficará rescindido. O
INSS deverá, de imediato, conceder-lhe o auxílio-doença. Porém, se a doença se
apresentar no 10° dia do aviso prévio, a empresa pagará os primeiros 15 dias e o
empregado entrará em auxílio-doença. No trigésimo dia do aviso prévio o contrato
estará rescindido de acordo com o artigo 489 da CLT.
Higiene e Segurança no Trabalho - Mário L. C. Almeida
1. Emitente
PREVIDÊNCIA SOCIAL 1.Empregador 2.Sindicato 3.Médico 4.Segurado ou dependente
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL 5.Autoridade Pública

COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO - CAT 2. Tipo de CAT


1. Início 2.Reabertura 3.Comunicação de óbito em _____/_____/______
3.Razão Social/Nome 4.Tipo 1.CNPJ 2.CEI 3.CPF 4.NIT 5.CNAE
Empregador

6.Endereço Rua/Av/Nº/Compl Bairro CEP 7.Município 8.UF 9.Telefone

10.Nome 11.Nome da mãe

12.Data do Nasci. 13.Sexo 14.Estado civil 15.CTPS série Data de emissão 16.UF

1.Masc 3.Fem 1.solteiro 2.Casado 3.Viúvo 4.Sep. judic. 5.Outro 6.IGN


Acidentado

17.Carteira de identidade Data Orgão Exped. 18. UF 19.PIS/PASEP 20.Remuneração mensal

21.Endereço Rua/Av/Nº/Compl Bairro CEP 22.Município 23.UF 24.Telefone

25.Nome da ocupação 26. CBO 27. Filiação à Previdência Social 28. Aposentado? 29. Área
I - EMITENTE

1.Empregado 2. Trab. Avulso 7. Seg. Especial 8.Médico resid. 1.Sim 2.Não 1.Urbana 2.Rural
30.Data do acidente 31. Hora do Acidente 32. Após quantas horas de trabalho? 33. Houve afastamento? 34. Último dia trabalhado

1.Sim 2.Não
35.Local do acidente 36. CNPJ 37.Município do local do acidente 38.UF 39.Especif. do local do acidente
Acidente ou doença

40. Parte(s) do corpo atingida(s) 41.Agente causador

42. Descrição da situação geradora do acidente ou doença 43.Houve registro policial?


1. Sim 2. Não
44.Houve morte?
1. Sim 2. Não
45. Nome

46.Endereço Rua/Av/Nº/Compl Bairro CEP 47.Município 48.UF Telefone


Testemunhas

49. Nome

50.Endereço Rua/Av/Nº/Compl Bairro CEP 51.Município 52.UF Telefone

_____________________________ ____________________________________
Local e data Assinatura e carimbo do emitente

53.Unidade de atendimento médico 54.Data 55.Hora


Atendimento

56.Houve internação? 58.Deverá o acidentado afastar-se do trabalho durante o tratamento?


1. Sim 2. Não 57.Duração provável do tratamento________ dias. 1. Sim 2. Não
II – Atestado Médico

59.Descrição e natureza da lesão


Lesão

60.Diagnóstico provável 61. CID - 10


Diagnóstico

62.Observações

_____________________________ ____________________________________
Local e data Assinatura e carimbo do médico com CRM

64.Código da unidade Notas: 65.Número do acidente


63.Recebida em _____/_____/_____ 1. A inexatidão das declarações desta
66. É reconhecido o direito do segurado à habilitação de benefício acidentário?
67.Tipo comunicação implicará nas sanções
1.Sim 2.Não 1.Típico 2.Doença 3.Trajeto previstas nos artigos 171 e 299 do
Código Penal
III-INSS

68. Matrícula do servidor


2. A Comunicação de Acidente do
Trabalho deverá ser feita até o 1º dia
útil após o acidente, sob pena de
_____________________________ ________________________________ multa, na forma prevista no art. 22 da
Matrícula Assinatura do servidor Lei nº 8213/91.
A COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE É OBRIGATÓRIA, MESMO NO CASO EM QUE NÃO HAJA AFASTAMENTO DO TRABALHO
RISCOS AMBIENTAIS 3
RISCOS PROFISSIONAIS são os que decorrem das condições precárias,
inerentes ao ambiente ou ao próprio processo operacional das diversas atividades
profissionais.

Como visto no capítulo anterior, os riscos de operação, como por exemplo,


máquinas desprotegidas, pisos escorregadios e empilhamentos precários são
chamados de condições inseguras.
As condições inseguras relativas ao ambiente de trabalho, como por
exemplo, a presença de vapores tóxicos no processo de trabalho, o calor intenso
ou o frio excessivo, são chamados de riscos ambientais.

Assim, definimos:

RISCOS AMBIENTAIS são os riscos existentes nos ambientes de trabalho


capazes de causar danos à saúde do trabalhador em função de sua natureza,
concentração ou intensidade e tempo de exposição.

Estes riscos podem afetar o trabalhador de imediato ou a longo prazo,


provocando acidentes com lesões ou doenças do trabalho.

A ocorrência das doenças do trabalho dependerá sempre da ação


simultânea de fatores relativos ao agente ambiental, à atividade profissional e a
susceptibilidade do indivíduo ao agente ambiental. Por causa disto, estes três
fatores deverão ser sempre estudados em conjunto para uma análise real do risco
que os agentes ambientais oferecem à saúde dos trabalhadores.

A legislação obriga que os riscos ambientais sejam eliminados ou


minimizados em sua intensidade ou exposição e assegura aos trabalhadores a
percepção de adicionais por insalubridade de até 40% sobre o salário mínimo
sempre que a concentração, a intensidade ou a exposição aos agentes nocivos
exceder os limites de tolerância determinados na NR-15- Atividades e Operações
Insalubres.

3.1 – AGENTES AMBIENTAIS

Os fatores que originam as doenças do trabalho são chamados agentes


ambientais e podem ser classificados, de acordo com a sua natureza e forma de
atuação no organismo humano como agentes físicos, agentes químicos, agentes
biológicos, agentes ergonômicos e os riscos de acidentes (mecânicos).
19

3.2 - RISCOS FÍSICOS

Os riscos físicos, causados pelos AGENTES FÍSICOS, normalmente estão


relacionados com os equipamentos utilizados no processo produtivo. São eles: os
ruídos, as vibrações mecânicas, as radiações ionizantes e as não ionizantes, o frio
ou o calor extremos, as pressões anormais e a umidade.

3.2.1 - O Ruído

Embora seja o risco profissional mais freqüente na indústria, nem sempre


recebe a atenção que merece. O ruído produz redução na capacidade auditiva do
trabalhador e sua exposição intensa e prolongada atua desfavoravelmente sobre o
estado emocional do indivíduo.

3.2.2 - As Vibrações Mecânicas

De relativa freqüência na indústria, a vibração mecânica é subdividida em


duas categorias: vibrações localizadas e vibrações de corpo inteiro.

As vibrações localizadas são características de operações com ferramentas


manuais elétricas ou pneumáticas e podem produzir, a longo prazo, alterações
neuro-vasculares nas mãos dos trabalhadores, problemas nas articulações das
mãos e braços além da osteoporose (perda da substância óssea).

As vibrações de corpo inteiro, a que estão sujeitas os operadores de grandes


máquinas e motoristas de caminhões e tratores, podem produzir problemas na
coluna vertebral, dores lombares, além de haver suspeita de causarem pequenas
lesões nos rins.

3.2.3 - As Radiações ionizantes e não-ionizantes

As radiações são chamadas ionizantes porque produzem, nos materiais


sobre os quais incidem, a subdivisão de partículas inicialmente neutras em
partículas eletricamente carregadas. São provenientes de materiais radioativos
como os raios Alfa, Beta e Gama ou são produzidas artificialmente em
equipamentos como o de raios X. A sua manipulação deve obedecer a rigorosas
normas de segurança e de proteção individual.

Os raios Alfa e Beta possuem menor poder de penetração nos organismos e


oferecem menor risco; mas os raios X e Gama, de natureza eletromagnética,
possuem alto poder de penetração e podem causar a anemia, a leucemia, o
câncer e outras alterações genéticas que podem comprometer fisicamente
gerações futuras.

6Higiene e Segurança do Trabalho – Mário L. C. Almeida


20

As radiações não-ionizantes são as de natureza eletromagnética e os seus


efeitos dependem de fatores como a duração, a intensidade de exposição, o
comprimento de onda e etc.

Como exemplo temos:

- Radiação infravermelha, ou calor radiante. É encontrada em siderúrgicas,


metalúrgicas, na fabricação do vidro e em trabalhos ao ar livre onde os operários
ficam expostos à radiação solar. Além da sobrecarga térmica imposta ao
trabalhador pode causar queimaduras e catarata.

- A radiação ultravioleta é encontrada em operações de solda elétrica, fusão


de metais e no controle de qualidade de peças com lâmpadas especiais. Além de
estar relacionada ao câncer de pele, pode causar queimaduras, eritema e
conjuntivite.

- A radiação laser é utilizada largamente na indústria, nos trabalhos


topográficos e geodésicos, na medicina e nas telecomunicações. Os principais
efeitos são as queimaduras na pele e nos olhos que variam de gravidade de
acordo com a intensidade e a duração da exposição.

- As microondas são produzidas em instalações de radiotransmissão e de


radar e utilizadas em telecomunicações, alguns processos químicos de secagem
de materiais. De acordo com a intensidade das estações de transmissão ou com a
energia liberada nos processos de secagem, os operadores podem estar sujeitos à
catarata, ao superaquecimento dos órgãos internos, hipertensão, alterações no
sistema nervoso central, aumento da atividade da glândula tireóide, etc.

3.2.4 - Temperaturas extremas

São as condições térmicas rigorosas em que são realizadas diversas


atividades profissionais.

O calor extremo é responsável por uma série de problemas que afetam a


saúde e o rendimento do trabalhador como a intermação ou insolação, a
prostração térmica, a desidratação e as câimbras de calor.

O frio intenso pode provocar o enregelamento dos membros, a hipotermia


(queda da temperatura do núcleo do corpo) além de lesões na epiderme do
trabalhador, conhecidas como ulcerações do frio.

3.2.5 - Pressões Anormais

Encontradas em trabalhos submersos ou realizados abaixo do nível do


lençol freático. Dos problemas que mais comumente afetam os trabalhadores
sujeitos a pressões elevadas, está a embolia.

6Higiene e Segurança do Trabalho – Mário L. C. Almeida


21

As principais medidas de controle aos riscos físicos são os Equipamentos


de Proteção Coletiva (EPC’s) e a sinalização eficiente.

3.3 - RISCOS QUÍMICOS

Os riscos químicos são causados por AGENTES QUÍMICOS, encontrados


nas formas sólida, líqüida ou gasosa e que penetram no corpo humano por três
vias básicas: a via respiratória, a cutânea e a digestiva.

O grau de toxidade de um agente químico vai depender do seu estado físico,


da sua solubilidade, do seu PH e da via de penetração no organismo. Algumas
substâncias são inflamáveis ou apresentam risco de explosão quando em
determinada proporção no ar atmosférico, ameaçando a integridade física do
trabalhador.

Quanto ao seu estado físico, os agentes químicos podem ser:

Sólidos, como as poeiras, de origem mineral (a de sílica produz a silicose),


vegetal (a fibra de algodão produz a bissinose) ou animal, como as provenientes
do pelo ou do couro de animais.

Os agentes em estado líqüido, constituídos por ácidos e solventes, podem


causar danos ao sistema respiratório, quando em suspensão no ar, além de
queimaduras e irritações quando em contato com a pele.

A maioria das exposições aos agentes químicos na indústria se dá quando


estes se encontram na forma gasosa. Os agentes mais comuns são o dióxido de
enxofre, os óxidos de nitrogênio, o monóxido de carbono e os vapores de
solventes. De efeitos bastante diversos, chegam a causar a morte, mesmo em
pequenas concentrações, como no caso do ácido cianídrico.

Quando em suspensão ou dispersão no ar, são chamados de


contaminantes atmosféricos e são classificados em:

- Aerodispersóides, como são chamadas as poeiras, os fumos, as fumaças,


as névoas e as neblinas;
- Gases;
- Vapores.

Segundo a reação causada no organismo humano podemos dividir, a grosso


modo, os contaminantes atmosféricos em:

- Irritantes, os que têm a propriedade de produzir inflamação nos tecidos


com os quais entram em contato (amônia, ácido sulfídrico e cloro);
- Anestésicos, que apresentam ação depressiva no sistema nervoso central
(acetona, éteres e álcoois);

6Higiene e Segurança do Trabalho – Mário L. C. Almeida


22

- Asfixiantes, que podem provocar asfixia por reduzir a concentração de


oxigênio no ar ou por interferir no processo de absorção de oxigênio no sangue ou
tecidos (Metano, Hélio, Cianuretos, Hidrogênio e Nitrogênio);
- Intoxicantes Sistêmicos, que tanto causam as lesões agudas como as
crônicas:
a) podem causar lesões nos órgãos (tetracloreto de carbono e cloreto de
vinila),
b) lesões no sistema formador do sangue (benzeno, tolueno e xileno),
c) lesões no sistema nervoso (álcoois metílico e etílico);
d) Compostos tóxicos inorgânicos, que são sais de não metais (cianureto
de sódio ou de potássio, compostos de arsênico, e fluoretos) e metais
tóxicos, que podem produzir dermatoses, alterações no sistema
nervoso central, câncer, além de intoxicações graves (chumbo,
mercúrio, cádmio, manganês, cromo, etc).
- Material particulado, que são as poeiras, fumos e névoas que não foram
classificadas como contaminantes sistêmicos. Podem ser classificadas como:
a) Poeiras produtoras de fibroses, que causam endurecimento e perda de
flexibilidade dos tecidos pulmonares como a poeira de sílica, que causa
a silicose, e a poeira de amianto, causadora de asbestose.
b) Poeiras inertes, as que ficam retidas nos pulmões e só apresentam
problemas quando presentes em grandes concentrações, como a os
sais complexos de alumínio e o carvão.
c) Partículas alergizantes e irritantes, podem atuar na pele, como a poeira
da caviúna, de partículas de óleo de castanha de caju, de cromatos,
etc., ou no sistema respiratório como pólens, e as poeiras das
sementes de mamona.

Como principais medidas de controle temos a mudança de processo, a


mudança de matérias-primas, o enclausuramento do processo, a ventilação local
adequada, os exames médicos permanentes, os Equipamentos de Proteção
Coletiva e a sinalização eficiente.

3.4 - RISCOS BIOLÓGICOS

Causadores dos riscos biológicos, os AGENTES BIOLÓGICOS são


microorganismos invisíveis a olho nu que podem estar presentes na atmosfera do
ambiente de trabalho ou podem ser transmitidos por outros seres vivos.
Provocam doenças, mau cheiro, deterioração de alimentos, etc. São eles os Vírus,
as Bactérias, os Protozoários, os Fungos, os Parasitas e os Bacilos.

Entre as doenças profissionais causadas por agentes biológicos estão a


tuberculose, a brucelose, o tétano, a malária, a febre tifóide, a febre amarela e o
carbúnculo.

As medidas de controle mais comuns nos ambientes onde há o risco


biológico são a vacinação; a esterilização; o confinamento do processo; a rigorosa

6Higiene e Segurança do Trabalho – Mário L. C. Almeida


23

higiene pessoal, das roupas e dos ambientes de trabalho; os Equipamentos de


Proteção Coletiva; a ventilação adequada e o controle médico permanente.

3.5 - RISCOS ERGONÔMICOS

Os RISCOS ERGONÔMICOS são aqueles relacionados a fatores fisiológicos


e psicológicos. Dentre eles destacamos o esforço físico intenso; o levantamento e o
transporte manual de pesos; a necessidade de posturas inadequadas; a atenção,
a preocupação e a responsabilidade; os controles rígidos de produtividade; os
ritmos excessivos de trabalho; os trabalhos em turnos e os noturnos; as jornadas
de trabalho prolongadas; a monotonia; a repetitividade além de outras situações
causadoras de stress físico e/ou psíquico.

Das medidas de controle no caso dos riscos ergonômicos citamos a


conscientização dos riscos, o projeto de máquinas e equipamentos perfeitamente
adaptados ao operário, o treinamento adequado, a assistência médico psicológica
do empregado, a adoção de ritmos e posições adequadas de trabalho, as pausas
durante a jornada de trabalho, etc.

3.6 - RISCOS DE ACIDENTES

Os RISCOS DE ACIDENTES (mecânicos) estão relacionados aos


equipamentos utilizados e às condições físicas do local de trabalho, como por
exemplo:

- Arranjo físico inadequado,


- Máquinas e equipamentos sem proteção,
- Ferramentas inadequadas ou defeituosas,
- Iluminação não condizente com o serviço a ser executado,
- A eletricidade,
- Probabilidade de incêndio ou explosão,
- Armazenamento inadequado,
- Sinalização inadequada ou deficiente,
- Animais peçonhentos e outras situações de risco que poderão contribuir
para a ocorrência de acidentes.

Para controlar os riscos de acidentes devemos estudar arranjos físicos mais


adequados, utilizar Equipamentos de Proteção Coletiva, SÓ utilizar ferramentas
na função para a qual elas foram projetadas e eliminá-las quando defeituosas,
determinar os níveis ideais de iluminamento de cada ambiente de trabalho,
treinar o pessoal no combate aos princípios de incêndio, além de manter uma
sinalização de segurança eficiente.

6Higiene e Segurança do Trabalho – Mário L. C. Almeida


CLASSIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS RISCOS OCUPACIONAIS EM GRUPOS, DE ACORDO COM A SUA
NATUREZA E A PADRONIZAÇÃO DAS CORES CORRESPONDENTES (NR-05)

Grupo 1: Grupo 2: Grupo 3: Grupo 4: Grupo 5:


Verde Vermelho Marrom Amarelo Azul
Riscos Físicos Riscos Químicos Riscos Biológicos Riscos Ergonômicos Riscos de Acidentes
Esforços físicos Arranjo físico
Ruídos Poeiras Vírus
intensos inadequado
Levantamento e Máquinas e
Vibrações Fumos Bactérias transporte manual de equipamentos sem
pesos proteção
Ferramentas
Exigência de posturas
Radiações ionizantes Névoas Protozoários inadequadas ou
inadequadas
defeituosas
Radiações Controles rígidos de Iluminação
Neblinas Fungos
Não-ionizantes produtividade inadequada
Imposição de ritmos
Frio Gases Parasitas Eletricidade
excessivos
Trabalhos em turnos Probabilidade de
Calor Vapores Bacilos
ou noturnos incêndio ou explosão
Substâncias,
compostos ou Jornadas de trabalho Armazenamento
Pressões Anormais
produtos químicos em prolongadas inadequado
geral
Monotonia e
Umidade Animais peçonhentos
repetitividade
Outras situações de
Outras situações risco que poderão
causadoras de stress contribuir para a
físico e/ou psíquico ocorrência de
acidentes
Higiene e Segurança no Trabalho - Mário L. C. Almeida
O SESMT,
A CIPA E SUAS ATRIBUIÇÕES 4

4.1 - O SESMT - SERVIÇO ESPECIALIZADO EM ENGENHARIA DE


SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO

De acordo com a NR-04, as empresas privadas ou públicas, os órgãos


públicos da administração direta, da indireta e dos poderes Legislativo e
Judiciário que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), deverão manter, obrigatoriamente, Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT, com a finalidade
de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho.

O SESMT é composto por Engenheiros de Segurança, Médicos do Trabalho,


Enfermeiros do Trabalho, Técnicos de Segurança do Trabalho e Auxiliares de
Enfermagem do Trabalho; e o número de seus componentes varia em função do
grau de risco da atividade econômica e do número de funcionários da empresa,
conforme o quadro de dimensionamento dos SESMT.

Para fins de dimensionamento, nos canteiros de obras e nas frentes de


trabalho com menos de mil empregados, situados num mesmo Estado, Território
ou Distrito Federal, os Engenheiros de Segurança, os Enfermeiros e Médicos do
Trabalho poderão ficar centralizados. Para os Técnicos de Segurança do Trabalho
e os Auxiliares de Enfermagem do Trabalho, o dimensionamento será feito
conforme o quadro II da NR-04, anexo.

Pela NR-04, as empresas obrigadas a constituir os SESMT deverão exigir,


dos profissionais que os integram, comprovação de que satisfazem os seguintes
requisitos:

a) Engenheiro de Segurança do Trabalho – Engenheiro ou Arquiteto


portador de certificado de conclusão do curso de especialização em
Engenharia de Segurança do Trabalho, em nível de pós-graduação;

b) Médico do Trabalho – Médico portador do certificado de conclusão de


curso de especialização em Medicina do Trabalho, em nível de pós-
graduação, ou portador de certificado de residência médica em área de
concentração em saúde do trabalhador ou denominação equivalente,
26

reconhecida pela Comissão Nacional de Residência Médica, do


Ministério da Educação, ambos ministrados por universidade ou
faculdade que mantenha curso de graduação em medicina.

c) Enfermeiro do Trabalho – Enfermeiro portador de certificado de


conclusão de curso de especialização em Enfermagem do Trabalho, em
nível de pós-graduação, ministrado por universidade ou faculdade que
mantenha curso de graduação em enfermagem;

d) Auxiliar de Enfermagem do Trabalho – Auxiliar de enfermagem ou


técnico de enfermagem portador de certificado de conclusão de curso de
qualificação de Auxiliar de Enfermagem do Trabalho, ministrado por
instituição especializada reconhecida e autorizada pelo Ministério da
Educação.

e) Técnico de Segurança do Trabalho – Técnico portador de comprovação de


Registro Profissional expedido pelo Ministério do Trabalho.

AVISO:
O texto acima está baseado na NR-04 em vigor em fevereiro de 2001.
Quando o escrevemos, a Norma Regulamentadora estava sendo modificada.

Higiene e Segurança do Trabalho – Mário L.C. Almeida


QUADRO DE DIMENSIONAMENTO DOS SESMT’s
(Quadro II da NR-04)

NÚMERO DE EMPREGADOS DO ESTABELECIMENTO


GRAU Acima de 5000 para
PESSOAL 50 101 251 501 1001 2001 3501
DE cada grupo de 4000
TÉCNICO a a a a a a a
RISCO ou fração acima de
100 250 500 1000 2000 3500 5000
2000**
Técnico Seg. do Trabalho 1 1 1 2 1
Engenheiro Seg. do Trabalho 1* 1 1*
1 Aux. Enfermagem do Trabalho 1 1 1
Enfermeiro do Trabalho 1*
Médico do Trabalho 1* 1* 1 1*
Técnico Seg. do Trabalho 1 1 2 5 1
Engenheiro Seg. do Trabalho 1* 1 1 1*
2 Aux. Enfermagem do Trabalho 1 1 1 1
Enfermeiro do Trabalho 1
Médico do Trabalho 1* 1 1 1
Técnico Seg. do Trabalho 1 2 3 4 6 8 3
Engenheiro Seg. do Trabalho 1* 1 1 2 1
3 Aux. Enfermagem do Trabalho 1 2 1 1
Enfermeiro do Trabalho 1
Médico do Trabalho 1* 1 1 2 1
Técnico Seg. do Trabalho 1 2 3 4 5 8 10 3
Engenheiro Seg. do Trabalho 1* 1* 1 1 2 3 1
4 Aux. Enfermagem do Trabalho 1 1 2 1 1
Enfermeiro do Trabalho 1
Médico do Trabalho 1* 1* 1 1 2 3 1

* Tempo parcial (mínimo de 3 horas)


** O dimensionamento total deverá ser feito levando-se em consideração o dimensionamento da faixa de 3501 a 5000 mais o dimensionamento
do(s) grupo(s) de 4000 ou fração de 2000.
OBS.: Hospitais, ambulatórios, maternidades, casas de saúde e repouso, clínicas e estabelecimentos similares com mais de 500 (quinhentos)
empregados deverão contratar um Enfermeiro do Trabalho em tempo integral.

Higiene e Segurança no Trabalho - Mário L. C. Almeida


28
4.2 - A CIPA - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES

A CIPA tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes


do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a
preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.

A NR-05 determina que as empresas privadas, as públicas, os órgãos de


economia mista, os órgãos de administração direta e indireta, as instituições
beneficentes, as associações recreativas, cooperativas, bem como outras
instituições que admitam trabalhadores como empregados, deverão constituir e
manter em regular funcionamento, por estabelecimento, uma Comissão Interna
de Prevenção de Acidentes – CIPA.

Aplicam-se ainda as disposições da NR-05 aos trabalhadores avulsos e às


entidades que lhes tomem serviços.

A empresa que possuir, em um mesmo município, dois ou mais


estabelecimentos deverá garantir a integração das CIPAs e dos designados com o
objetivo de harmonizar as políticas de segurança e saúde do trabalho.

As empresas instaladas em centros comerciais ou industriais estabelecerão


mecanismos de integração das CIPAs para promover o desenvolvimento das ações
de prevenção de acidentes e doenças decorrentes do ambiente e das instalações
de uso coletivo.

A CIPA é composta por representantes do empregador e dos empregados e o


número de seus componentes variará de acordo com o grau de risco e com o
número de funcionários da empresa, ressalvadas as alterações disciplinadas em
atos normativos para setores econômicos específicos.

Os representantes do empregador, titulares e suplentes serão por ele


designados. Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão
eleitos em escrutínio secreto, com mandato de um ano, permitida uma reeleição.

O empregador designará, anualmente, dentre os seus representantes, o


Presidente da CIPA. O Vice-Presidente da CIPA será escolhido, dentre os seus
titulares pelos representantes dos empregados.

Empossados os membros da CIPA, a empresa deverá protocolizar, em até


10 dias, na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho, cópias das atas
de eleição e de posse e o calendário anual das reuniões ordinárias.

É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito


para cargo de direção de CIPAs desde o registro de sua candidatura até um ano
após o final de seu mandato.

Das atribuições da CIPA, destacamos:

Higiene e Segurança do Trabalho – Mário L. C. Almeida


29
a) identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos,
com assessoria do SESMT, onde houver; bem como participar das
discussões promovidas pelo empregador, para avaliar os impactos de
alterações no ambiente e processo de trabalho relacionados à segurança e
saúde dos trabalhadores;
b) divulgar aos trabalhadores e promover o cumprimento das Normas
Regulamentadoras, bem como cláusulas de acordos e convenções coletivas
de trabalho, relativas à segurança e saúde no trabalho;
c) elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de
problemas de segurança e saúde no trabalho e participar da
implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção
necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de
trabalho;
d) realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de
trabalho para identificar situações que venham a trazer riscos para a
segurança e saúde dos trabalhadores;
e) requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de
máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança
e saúde dos trabalhadores;
f) colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de
outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho;
g) participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador
da análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor
medidas de solução dos problemas identificados;
h) requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas e analisar as informações
sobre questões que tenham interferido na segurança e saúde dos
trabalhadores;
i) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana
Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT e participar, em
conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevenção da AIDS.

A empresa deverá promover treinamento para os membros da CIPA,


titulares e suplentes, antes da posse. O treinamento, em primeiro mandato, será
realizado no prazo máximo de 30 dias, contados a partir da data da posse e
deverá contemplar, no mínimo, os seguintes itens:

a) estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos


originados do processo produtivo;
b) metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho;
c) noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de exposição aos
riscos existentes na empresa;
d) noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e medidas
de prevenção;
e) noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à
segurança e saúde no trabalho;
f) princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos
riscos;
g) organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das
atribuições da Comissão.
Higiene e Segurança do Trabalho – Mário L. C. Almeida
30
O treinamento terá carga horária de vinte horas, distribuídas em no
máximo oito horas diárias e será realizado durante o expediente normal da
empresa.

4.3 - O MAPA DE RISCOS (pela antiga redação da NR-05)

O Mapa de Riscos tem como objetivos:

a) reunir as informações para estabelecer o diagnóstico da situação de


segurança e saúde no trabalho na empresa;

b) possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e divulgação de


informações entre os trabalhadores, além de estimular sua participação nas
atividades de prevenção.

As etapas de elaboração do mapa de riscos são:

a) conhecer o processo de trabalho no local analisado:


- os trabalhadores: número, sexo, idade, treinamentos profissionais e
de segurança e saúde, jornada;
- os instrumentos e materiais de trabalho;
- as atividades exercidas;
- o ambiente.

b) identificar os riscos existentes no local analisado, conforme a tabela de


classificação dos principais riscos ocupacionais;

c) identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia:


- medidas de proteção coletiva;
- medidas de organização do trabalho;
- medidas de proteção individual;
- medidas de higiene e conforto: banheiro, lavatórios, vestiários,
armários, bebedouro, refeitório, área de lazer.

d) identificar os indicadores de saúde:


- queixas mais freqüentes e comuns entre os trabalhadores expostos
aos mesmos riscos;
- acidentes de trabalho ocorridos;
- doenças profissionais diagnosticadas;
- causas mais freqüentes de ausência ao trabalho.

e) conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local;

O Mapa de Riscos será elaborado sobre o layout da empresa, indicando


através de círculos:

- o grupo a que pertence o risco, de acordo com a cor padronizada na


tabela;
Higiene e Segurança do Trabalho – Mário L. C. Almeida
31
- dentro do círculo deve ser anotado o número de trabalhadores expostos ao
risco;
- também deve ser anotada dentro do círculo a especificação do agente (por
exemplo: químico - sílica, hexano, ácido clorídrico; ou ergonômico -
repetitividade, ritmo excessivo);
- a intensidade do risco deve ser representada por círculos de tamanhos
proporcionalmente diferentes, de acordo com a percepção dos
trabalhadores.

O Mapa de Riscos, completo ou setorial, deverá ser afixado em cada local


analisado, de forma claramente visível e de fácil acesso para os trabalhadores.

No caso das empresas da indústria da construção, o Mapa de Riscos do


estabelecimento deverá ser realizado por etapa de execução dos serviços, devendo
ser revisto sempre que um fato novo modificar a situação de riscos estabelecida.

4.4 – O PCMSO - PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE


OCUPACIONAL

De acordo com a NR-07, o Programa de Controle Médico de Saúde


Ocupacional - PCMSO é parte integrante do conjunto mais amplo de iniciativas
da empresa no campo da saúde dos trabalhadores, devendo estar articulado com
o disposto nas demais NR’s.

O PCMSO deve considerar as questões incidentes sobre o indivíduo e a


coletividade de trabalhadores, privilegiando o instrumental clínico-epidemiológico
na abordagem da relação entre sua saúde e o trabalho.

O PCMSO tem caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce


dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza subclínica,
além da constatação da existência de casos de doenças profissionais ou danos
irreversíveis á saúde dos trabalhadores.

O PCMSO deve ser planejado e implantado com base nos riscos à saúde
dos trabalhadores, especialmente os identificados nas avaliações previstas nas
demais NR’s.

Quanto ao PCMSO, compete ao empregador:

a) garantir a sua elaboração e implementação, e zelar pela sua eficácia;


b) custear todos os procedimentos a ele relacionados;
c) indicar, dentre os médicos do SESMT, um coordenador responsável pela
sua execução;
d) no caso da empresa estar desobrigada de manter médico do trabalho
deverá o empregador indicar médico do trabalho não empregado da
empresa para o coordenar;

Higiene e Segurança do Trabalho – Mário L. C. Almeida


32
e) inexistindo médico do trabalho na localidade, o empregador poderá
contratar médico de outra especialidade.

Compete ao médico coordenador:

a) realizar os exames médicos previstos ou encarregar os mesmos a


profissional médico familiarizado com os princípios da patologia
ocupacional e suas causas, bem como com o ambiente, as condições de
trabalho e os riscos a que está ou será exposto cada trabalhador da
empresa a ser examinado;
b) encarregar dos exames complementares previstos na NR-07,
profissionais e/ou entidades devidamente capacitados, equipados e
qualificados.

O PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos exames


médicos admissional, periódico, de retorno ao trabalho, de mudança de função e
demissional.

Os exames de que trata o parágrafo anterior compreendem a avaliação


clínica, abrangendo anamnese ocupacional e exame físico e mental além de
exames complementares, realizados de acordo com os termos especificados na
NR, e seus anexos.

A avaliação clínica deverá obedecer à periodicidade prevista:

- O exame médico admissional deverá ser realizado antes que o trabalhador


assuma suas atividades;
- O exame médico periódico, de acordo com os intervalos de tempo abaixo
discriminados:

a) para trabalhadores expostos a riscos ou situações de trabalho que


impliquem no desencadeamento ou agravamento de doença
ocupacional, ou para os portadores de doenças crônicas, os exames
deverão ser repetidos:

I) a cada ano ou a intervalos menores, a critério do médico;


II) de acordo com a NR-15, para os trabalhadores sob condições
hiperbáricas;

b) para os demais trabalhadores:

I) anual, quando menores de 18 e maiores de 45 anos de idade;


II) a cada 2 anos, para os trabalhadores entre 18 e 45 anos;
O exame médico de retorno ao trabalho deverá ser realizado no primeiro dia
da volta ao trabalho de trabalhador ausente por mais de 30 dias por motivo de
doença ou acidente, de natureza ocupacional ou não, ou parto.

O exame médico de mudança de função será realizado antes da mudança.


A NR-07, entende por mudança de função a alteração de atividade, posto de
Higiene e Segurança do Trabalho – Mário L. C. Almeida
33
trabalho ou setor que implique na exposição do trabalhador a risco diferente do
que estava exposto antes da mudança.

O exame médico demissional será realizado até a data da homologação,


desde que o último exame médico ocupacional tenha sido realizado há mais de:

- 135 dias para as empresas de grau de risco 1 e 2, segundo o Quadro 1 da


NR-04 (Classificação Nacional de Atividades Econômicas);

- 90 dias para as empresas de grau de risco 3 e 4, de acordo com o mesmo


quadro.

Para cada exame médico realizado o médico emitirá o Atestado de Saúde


Ocupacional - ASO, em duas vias. A primeira via ficará arquivada no local de
trabalho, à disposição da fiscalização do trabalho. A segunda será entregue ao
trabalhador, mediante recibo na primeira via.

O ASO deverá conter no mínimo:

a) nome do trabalhador, número de registro de sua entidade, e sua função;


b) os riscos ocupacionais específicos existentes na atividade do empregado,
conforme instruções da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho -
SSST.
c) indicação dos procedimentos médicos aos quais foi submetido o
trabalhador, incluindo exames complementares e a data em que foram
realizados;
d) o nome do médico coordenador, quando houver, com respectivo CRM;
e) definição de apto ou inapto para a função específica que o trabalhador
vai exercer, exerce ou exerceu ;
f) nome do médico encarregado do exame e endereço ou forma de contato;
g) data, assinatura do médico encarregado do exame e carimbo com a sua
inscrição no Conselho Regional de Medicina.

Os dados obtidos nos exames médicos, incluindo exames complementares,


as conclusões e as medidas aplicadas serão registrados em prontuário individual,
que ficará sob a responsabilidade do médico coordenador do PCMSO. Os
prontuários deverão ser guardados por 20 anos após o desligamento do
trabalhador da empresa.

Um relatório anual discriminará o número e a natureza dos exames


médicos, incluindo avaliações clínicas e exames complementares, estatísticas de
resultados considerados anormais, assim como o planejamento para o próximo
ano. Este relatório será apresentado e discutido na CIPA, e sua cópia anexada ao
livro de atas daquela Comissão.

As empresas desobrigadas de indicar médico coordenador ficam


dispensadas de elaborar o relatório anual.

Higiene e Segurança do Trabalho – Mário L. C. Almeida


34
Verificada, através da avaliação clínica do trabalhador e/ou dos exames
constantes da NR-07, exposição excessiva ao risco, mesmo sem qualquer
sintomatologia ou sinal clínico, deverá o trabalhador ser afastado do local de
trabalho, ou do risco, até que esteja normalizado o indicador biológico de
exposição e que medidas de controle tenham sido adotadas nos ambientes de
trabalho.

Constatada a ocorrência ou o agravamento de doenças profissionais ou


verificadas disfunções de órgão ou sistema biológico, mesmo sem sintomatologia,
caberá ao médico coordenador ou encarregado:

a) solicitar a emissão da Comunicação de Acidente do Trabalho - CAT;


b) afastar o trabalhador da exposição ao risco, ou do trabalho;
c) encaminhar o trabalhador à Previdência Social para estabelecimento de
nexo causal, avaliação de incapacidade e definição da conduta
previdenciária em relação ao trabalho.
d) orientar o empregador quanto à adoção de medidas de controle no local
de trabalho.

Todo o estabelecimento deverá estar equipado com material necessário à


prestação de primeiros socorros, manter esse material guardado em local
adequado, e sob os cuidados de pessoa treinada para esse fim.

4.5 – PPRA - PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS

A NR-09 obriga a elaboração do Programa de Prevenção de Riscos


Ambientais – PPRA, para a preservação da saúde e integridade dos trabalhadores,
através da antecipação do reconhecimento, da avaliação e do controle da
ocorrência de riscos ambientais existentes, ou que venham a existir, no ambiente
de trabalho, considerando a proteção do meio-ambiente e dos recursos naturais.

O PPRA é desenvolvido sob a responsabilidade do empregador, com a


participação dos trabalhadores e sua profundidade depende das características
dos riscos e das necessidades de controle.

A NR-09 considera riscos ambientais os agentes físicos, químicos e


biológicos, existentes nos ambientes de trabalho, que causam danos à saúde do
trabalhador.

Consideram-se agentes físicos as formas de energia a que possam estar


expostos os trabalhadores, como vibrações, pressões anormais, temperaturas
extremas, ruído, radiações ionizantes e não ionizantes, infra-som e ultra-som.

Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos


que penetram no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos,
névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que sejam absorvidos através da pele ou
por ingestão.
Higiene e Segurança do Trabalho – Mário L. C. Almeida
35
Consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos, bacilos, parasitas,
protozoários, vírus, entre outros.

O PPRA deve conter a seguinte estrutura:

a) planejamento anual com metas, prioridades e cronograma indicando os


prazos para desenvolvimento das etapas e cumprimento das suas
metas;
b) estratégia e metodologia de ação;
c) forma de registro, manutenção e divulgação dos dados;
d) periodicidade e forma de avaliação do seu desenvolvimento.

Deve ser efetuada, pelo menos uma vez ao ano, uma análise global do PPRA
para avaliação do desenvolvimento e estabelecimento de novas metas e
prioridades.

O PPRA deve estar descrito num documento-base, cujas alterações e


complementações são discutidas na CIPA.

O PPRA inclui as seguintes etapas:

a) antecipação e reconhecimento dos riscos;


b) estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;
c) avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;
d) implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia;
e) monitoramento da exposição aos riscos;
f) registro e divulgação dos dados.

A elaboração, implementação, acompanhamento e avaliação do PPRA são


feitas pelo SESMT ou por pessoa ou equipe de pessoas capazes de desenvolver o
disposto na NR-09.

A antecipação envolve a análise dos métodos de trabalho das instalações


novas ou da modificação dos existentes, identificando os riscos e introduzindo
medidas para sua eliminação.

O reconhecimento dos riscos ambientais consta de:

a) sua identificação;
b) determinação e localização das fontes geradoras;
c) identificação das trajetórias e dos meios de propagação dos agentes no
ambiente de trabalho;
d) identificação das funções e do número de trabalhadores expostos;
e) caracterização das atividades e do tipo de exposição;
f) obtenção de dados existentes na empresa, que indicam comprometimento
da saúde decorrente do trabalho;
g) danos à saúde relacionados aos riscos identificados, disponíveis na
literatura técnica;
h) descrição das medidas de controle existentes.
Higiene e Segurança do Trabalho – Mário L. C. Almeida
36
A avaliação quantitativa é realizada para:

a) comprovar o controle da exposição ou a inexistência dos riscos


identificados na etapa de reconhecimento;
b) dimensionar a exposição dos trabalhadores;
c) subsidiar o equacionamento das medidas de controle.

São adotadas medidas para a eliminação ou a minimização dos riscos


ambientais sempre que verificadas uma das seguintes situações:

a) identificação, na fase de antecipação, de risco potencial à saúde;


b) constatação, na fase de reconhecimento, de risco evidente à saúde;
c) quando os resultados das avaliações quantitativas excedem os valores
previstos na NR-15 ou, na ausência destes, os valores de exposição
adotados pela American Conference of Governmental Industrial
Higyenists, ou aqueles que forem estabelecidos, desde que mais
rigorosos;
d) quando fica caracterizado o nexo causal entre danos à saúde dos
trabalhadores e o trabalho desenvolvido.

O estudo, desenvolvimento e implantação de medidas de proteção coletiva


obedece à seguinte hierarquia:

a) medidas que eliminam ou reduzem a formação de agentes prejudiciais à


saúde;
b) medidas que previnem a liberação desses agentes no ambiente;
c) medidas que reduzem a concentração desses agentes no ambiente.

A implantação de medidas de caráter coletivo deve ser acompanhada do


treinamento dos trabalhadores quanto aos procedimentos que asseguram a sua
eficiência e de informação sobre as limitações de proteção que oferecem.

Quando comprovada a inviabilidade técnica da adoção de medidas de


proteção coletiva, ou quando estas não forem suficientes ou encontrarem-se em
fase de estudo, planejamento ou implantação, ou ainda em caráter complementar
ou emergencial, devem ser adotadas outras medidas, obedecendo à seguinte
hierarquia:

a) medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho;


b) utilização de equipamento de proteção individual - EPI.

A utilização de EPI deve considerar as Normas Legais em vigor e envolver:

a) seleção de EPI adequado ao risco e à atividade exercida, considerando a


eficiência e o conforto oferecido, segundo avaliação do usuário;
b) treinamento dos trabalhadores quanto à utilização e às limitações de
proteção do EPI;
c) estabelecimento de normas para o fornecimento, o uso, a guarda, a
higienização, a conservação, a manutenção e a reposição do EPI;
Higiene e Segurança do Trabalho – Mário L. C. Almeida
37
d) caracterização das atividades dos trabalhadores, com a identificação dos
EPI's utilizados para os riscos ambientais.

O PPRA estabelece critérios de avaliação da eficácia das medidas de


proteção implantadas considerando os dados obtidos nas avaliações realizadas e
no PCMSO.

O empregador deve manter um registro de dados, de forma a constituir um


histórico técnico e administrativo do desenvolvimento do PPRA. Esses dados
devem ser mantidos por um período de 20 anos e estar sempre disponíveis aos
trabalhadores ou seus representantes e às autoridades competentes.

É responsabilidade do empregador estabelecer, implementar e assegurar o


cumprimento do PPRA como atividade permanente da empresa.

É responsabilidade dos trabalhadores:

a) colaborar e participar na implantação e execução do PPRA;


b) seguir as orientações recebidas nos treinamentos do PPRA;
c) informar ao seu superior ocorrências que impliquem riscos à saúde.

Os trabalhadores têm o direito de apresentar propostas e receber


informações que assegurem proteção aos riscos ambientais identificados pelo
PPRA.

Os empregadores devem informar aos trabalhadores dos riscos ambientais


que possam originar nos locais de trabalho e dos meios para preveni-los ou
protegerem-se dos mesmos.

Quando vários empregadores realizam simultaneamente atividades no


mesmo local de trabalho devem executar ações integradas para aplicar as
medidas previstas no PPRA visando a proteção de todos os trabalhadores
expostos aos riscos ambientais gerados.

O conhecimento que os trabalhadores têm dos processos de trabalho e dos


riscos ambientais presentes devem ser considerados, assim como o Mapa de
Riscos, na execução do PPRA.

O empregador deve garantir que, na ocorrência de riscos ambientais que


coloquem em situação de risco um ou mais trabalhadores, os mesmos possam
interromper imediatamente as suas atividades, comunicando o fato ao seu
superior para as providências.

4.6 - INSPEÇÃO DE SEGURANÇA

Tipicamente preventiva, a inspeção de segurança é uma forma antiga e


bastante eficaz de se evitar acidentes. Ela possibilita a determinação dos riscos e
Higiene e Segurança do Trabalho – Mário L. C. Almeida
38
de seus meios preventivos antes da ocorrência dos acidentes, para podermos
propor medidas que impeçam a ação desses riscos.

De acordo com a freqüência, as inspeções podem ser:

a) Rotineiras, quando estabelecidas por normas de segurança ou por


procedimentos de trabalho. Ex.: Cordas, escadas, ferramentas manuais.
b) Periódicas, quando efetuadas, conforme prévia programação, em
intervalos regulares. Podem ser diárias, anuais, quinzenais, etc. Visam
apontar riscos previstos que possam surgir de quando em quando
devido a desgastes, exposição, etc. Ex.: Extintores, caldeiras, elevadores.
c) Eventuais quando caracterizadas por ato espontâneo, não planejado.
Não têm dia certo ou período estabelecido. Devem ser feitas em conjunto
com o pessoal do SESMT.

Para impedir as situações de risco e as condições inseguras encontradas


pelas inspeções de segurança, elaboramos um Relatório de Inspeção. Neste
relatório, que deve ser conciso, são anotadas as condições inseguras e são
abordados os pontos principais da inspeção: condições de meio-ambiente,
equipamentos de combate a incêndios, EPI’s, EPC’s, máquinas, ferramentas,
equipamentos, veículos, etc. O relatório aponta com clareza o tipo de risco a ser
corrigido. Riscos susceptíveis de correção imediata assim como os que implicam
em perigo imediato devem ser resolvidos no ato da inspeção.

Nunca deverá ser arquivado um Relatório de Inspeção que contenha


recomendações ou medidas pendentes de execução.

4.7 - INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES

A CIPA tem como uma das mais importantes atribuições a de investigar os


acidentes para que eles não se repitam. Uma investigação de acidentes bem feita
tem grande importância na prevenção de acidentes futuros.

Para essa investigação os membros da CIPA devem estar aptos a apurar o


que teria ocorrido para provocar o acidente. A experiência dos membros do
SESMT, bem como a de todos os trabalhadores da empresa, ajudará, com
certeza, a descobrir a melhor medida de controle a ser adotada.

Quanto maior a quantidade das fontes de informação e pesquisa, melhor


será o resultado da investigação. Para isso as empresas devem manter arquivos
de dados estatísticos sobre segurança do trabalho para que todos tenham acesso
às informações.

Quando investigamos um acidente devemos seguir algumas diretrizes:


investigar o acidente imediatamente após a sua ocorrência; obter os fatos;

Higiene e Segurança do Trabalho – Mário L. C. Almeida


39
registrar o ocorrido em relatório, analisar os fatos sem preconceitos, propor
medidas para que o fato não se repita.

Para encontrar as causas dos acidentes devemos analisá-los com as


seguintes perguntas: “o que?”, “porque?”, “quando?”, “onde?”, “com quem?”,
“como?” o acidente ocorreu e para isso necessitamos saber: nome do acidentado;
idade; ocupação; seção em que trabalha; descrição do acidente; parte do corpo
atingida.

Durante a investigação são apurados os fatores básicos: o agente da lesão,


fatores pessoais, o tipo de acidente, as condições inseguras e os atos inseguros.

Os agentes da lesão são as máquinas, peças ou materiais em processo, os


produtos químicos, a eletricidade, os pisos, as escadas, as ferramentas, etc.

Os tipos de acidente são as batidas contra, as batidas por, a queda de


objetos ou de pessoas, os contatos com temperaturas extremas ou com a
eletricidade, a prensagem entre objetos, etc.

Higiene e Segurança do Trabalho – Mário L. C. Almeida


E.P.I. - EQUIPAMENTO
DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL 5

5.1 – DEFINIÇÃO

Conforme estipulado na NR-06, Equipamento de Proteção Individual é todo o


dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado
a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador.

É importante observar que o E.P.I. não evita o acidente mas impede ou


atenua uma lesão sofrida pelo trabalhador como conseqüência de um acidente.

O E.P.I. adequado ao risco, e em perfeito estado de conservação e


funcionamento, deve ser fornecido pela empresa aos empregados, gratuitamente,
nas seguintes circunstâncias:

a) sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis


ou não oferecerem completa proteção contra os riscos de acidentes do
trabalho e/ou de doenças profissionais e do trabalho;
b) enquanto medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas;
c) para atender às situações de emergência.

As recomendações ao empregador, quanto ao E.P.I. adequado ao risco


existente em determinada atividade, são de competência do SESMT ou da CIPA,
caso a empresa esteja desobrigada de manter o SESMT.

Nas empresas desobrigadas de possuir CIPA, cabe ao empregador,


mediante orientação técnica, fornecer e determinar o uso do E.P.I. adequado à
proteção da integridade física do trabalhador.

O E.P.I., de fabricação nacional ou importado, só poderá ser colocado à


venda, comercializado ou utilizado, quando possuir Certificado de Aprovação –
CA, expedido pelo Ministério do Trabalho e da Administração – MTA.

O fabricante é responsável pela manutenção da mesma qualidade do E.P.I.


padrão que deu origem ao CA.
41
5.2 - EXIGÊNCIAS LEGAIS FEITAS À EMPRESA E AO EMPREGADO

Obriga-se a Empresa, quanto ao E.P.I., a:

a) adquirir o tipo adequado à atividade do empregado;


b) fornecer ao empregado somente E.P.I. aprovado pelo MTA e de empresas
cadastradas no DNSST/MTA;
c) treinar o trabalhador sobre seu uso adequado;
d) tornar obrigatório o seu uso;
e) substituí-lo, imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f) responsabilizar-se pela sua higienização e manutenção periódicas;
g) comunicar ao MTA qualquer irregularidade observada no E.P.I..

Obriga-se o empregado, quanto ao E.P.I., a:

a) usá-lo apenas para a finalidade a que se destina;


b) responsabilizar-se por sua guarda e conservação;
c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para
uso.

5.3 - RELAÇÃO DOS E.P.I.s MAIS COMUNS E SUA UTILIZAÇÃO

5.3.1 - PROTEÇÃO PARA A CABEÇA

a) Protetores faciais destinados à proteção dos olhos e


da face contra lesões ocasionadas por partículas,
respingos, vapores de produtos químicos e
radiações luminosas intensas;
b) Óculos de segurança para trabalhos que possam
causar ferimentos nos olhos, provenientes de:
impacto de partículas; respingos de líquidos Protetores Faciais
agressivos e metais em fusão; irritação por poeiras
ou pela ação de radiações perigosas;
c) Máscaras para soldadores nos trabalhos de soldagem e corte ao arco
elétrico;
d) Capacetes de segurança para proteção do crânio nos trabalhos sujeitos
a: agentes meteorológicos; impactos provenientes de quedas ou projeção
de objetos; queimaduras ou choque elétrico.

Óculos de Segurança
Capacete de Segurança

Higiene e Segurança no Trabalho – Mário L. C. Almeida


42
5.3.2 - PROTEÇÃO PARA OS MEMBROS SUPERIORES

Luvas e/ou mangas de proteção e/ou cremes


protetores devem ser usados em trabalhos onde
haja perigo de lesão provocada por: materiais ou
objetos escoriantes, abrasivos, cortantes ou
perfurantes; produtos químicos corrosivos,
cáusticos, tóxicos, alergênicos, oleosos, graxos,
solventes orgânicos e derivados de petróleo;
materiais ou objetos aquecidos; choque elétrico;
Luvas de Segurança
radiações perigosas; frio e agentes biológicos.

5.3.3 - PROTEÇÃO PARA OS MEMBROS INFERIORES

a) calçados de proteção contra riscos de


origem mecânica; impermeáveis, para
trabalhos realizados em lugares
úmidos, lamacentos ou encharcados;
resistentes a agentes químicos
agressivos; contra riscos de origem
térmica; contra radiações perigosas;
contra agentes biológicos agressivos;
contra riscos de origem elétrica;
b) perneiras de proteção contra riscos de
origem mecânica; contra riscos de origem térmica; contra radiações
perigosas;

5.3.4 - PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS COM DIFERENÇA DE NÍVEL

a) Cintos de segurança para trabalhos realizados em altura superior a 2


(dois) metros, onde haja risco de queda;
b) Cadeiras suspensas para trabalhos em alturas onde haja necessidade de
deslocamento vertical, quando a natureza do trabalho assim o indicar;
c) Trava-quedas de segurança acoplado ao cinto de segurança ligado a um
cabo de segurança independente, para trabalhos realizados com
movimentação vertical em andaimes suspensos de qualquer tipo.

5.3.5 - PROTEÇÃO AUDITIVA

Protetores auriculares e abafadores, para


trabalhos realizados em locais onde o nível de
ruído seja superior a 85 dB (A), para oito horas Protetor auricular e abafador de ruído
de exposição contínua. (NR-15, Anexos 1 e 2)
Higiene e Segurança no Trabalho – Mário L. C. Almeida
43
5.3.6 - PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA

Para exposições a agentes ambientais em concentrações prejudiciais à


saúde do trabalhador, de acordo com os limites estabelecidos na NR-15:

a) respiradores contra poeiras, para trabalhos que implicam na produção


de poeiras;
b) máscaras para trabalhos de limpeza por abrasão, através do jateamento
de areia;
c) respiradores e máscaras de filtro químico para a exposição a agentes
químicos prejudiciais à saúde;
d) aparelhos de isolamento (autônomos ou de adução de ar), para locais de
trabalho onde o teor de oxigênio seja inferior a 18% em volume.

5.3.7 - PROTEÇÃO PARA O TRONCO

Aventais, jaquetas, capas e outras vestimentas especiais de proteção para


trabalhos em que haja perigo de lesões provocadas por: riscos de origem térmica;
riscos de origem radioativa; riscos de origem mecânica; agentes químicos; agentes
meteorológicos; umidade.

5.3.8 - PROTEÇÃO PARA O CORPO INTEIRO

Aparelhos de isolamento (autônomos ou de adução de ar) para locais de


trabalho onde haja exposição a agentes químicos absorvíveis pela pele, pelas vias
respiratória e digestiva, ou prejudiciais à saúde.

5.3.9 - PROTEÇÃO PARA A PELE

Cremes Protetores, contra o risco de agentes químicos absorvíveis pela pele.

A NR-06 determina ainda que todo o empregado deve trabalhar calçado,


ficando proibido o uso de tamancos ou chinelos. As sandálias só serão utilizadas,
em casos especiais, quando a autoridade do MTb permitir-lhes o uso e se
comprovado que, pela atividade desenvolvida, não oferecem riscos à integridade
física do trabalhador.

Higiene e Segurança no Trabalho – Mário L. C. Almeida


44

TABELA I:
LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA RUÍDO CONTÍNUO OU INTERMITENTE
(NR-15, Anexo 1)

NÍVEL DE MÁXIMA EXPOSIÇÃO


RUÍDO dB (A) DIÁRIA PERMISSÍVEL
85 8 horas
86 7 horas Observações:
87 6 horas
88 5 horas 1. Ruído de Impacto é aquele
89 4 horas e 30 minutos
que apresenta picos de energia
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos acústica de duração inferior a 1 (um)
92 3 horas segundo, a intervalos superiores a 1
93 2 horas e 40 minutos (um) segundo.
94 2 horas e 15 minutos 2. Entende-se por Ruído
95 2 horas
Contínuo ou Intermitente, para fins
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos de aplicação de Limites de Tolerância,
100 1 hora o ruído que não seja ruído de
102 45 minutos impacto.
104 35 minutos 3. Não é permitida a exposição
105 30 minutos
a níveis de ruído contínuo acima de
106 25 minutos
108 20 minutos 115 dB(A) para indivíduos que não
110 15 minutos estejam adequadamente protegidos.
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos

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PRINCÍPIOS BÁSICOS
DA PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS 6
O fogo é um elemento indispensável à nossa sobrevivência e ao nosso
progresso. Ele é utilizado em processos industriais e domésticos. Quando
industrializado, o fogo é gerador de energias e riquezas, fora de controle é
responsável por incêndios e destruição.

CHAMAMOS INCÊNDIO AO FOGO DESCONTROLADO

6.1 – A COMBUSTÃO

Combustão , ou simplesmente fogo, é uma reação química de oxidação


rápida em que há a geração de calor.

Para que a combustão aconteça é necessária a combinação de alguns


elementos essenciais: o combustível, o comburente, a temperatura de ignição ou
calor e a reação em cadeia.

Combustível é qualquer substância, sólida, líqüida ou gasosa, que vai


queimar, produzindo luz e calor, e transformar-se ou servir de propagação ao
fogo.

Comburente é a substância que mantém a combustão, o gás que envolve o


combustível. O comburente mais comum é o oxigênio contido no ar atmosférico
na proporção de 21%. O ar atmosférico é respirável e alimenta a combustão
quando contém, no mínimo, 16% de oxigênio.

Temperatura de ignição ou calor é a temperatura mínima a que deve ser


aquecida uma substância, para que se inicie a combustão.

Antes de iniciar a combustão, à medida que a temperatura vai


aumentando, o combustível passa pelo Ponto de Fulgor.

Ponto de Fulgor é a temperatura a partir da qual o combustível sólido ou


líqüido começa a desprender vapores inflamáveis.

Em seguida, caso a temperatura continue a subir, o combustível alcançará


o seu Ponto de Ignição.
46

Ponto de Ignição é a temperatura em que os gases desprendidos do


combustível entram em combustão independentemente de qualquer fonte de
calor.

Na queima, a combustão só ocorre depois do combustível ter alcançado a


sua temperatura de ignição.

Reação em cadeia são as reações químicas que ocorrem quando as


moléculas de um combustível se combinam com o oxigênio e oxidam-se até que
sejam atingidos os pontos finais da combustão.

Para fins didáticos utiliza-se a figura de um triângulo para representar os


elementos essenciais à ocorrência da combustão.

A combustão pode ser chamada de


completa, incompleta ou espontânea.

É dita completa quando se verifica em


ambientes livres e com suprimento normal de
oxigênio.

É incompleta quando ocorre em setor


confinado e com deficiência de oxigênio.

A combustão é espontânea quando tem


origem em reações químicas, físicas ou em
processos biológicos, sem que o combustível O Triângulo do Fogo
tenha tido contato com uma fonte de calor.
Ex.: Auto-inflamação do celulóide, da pólvora, de blocos de Vulcaespuma,
do carvão mineral, de resíduos de algodão e de panos e estopas impregnados de
óleo de linhaça.

A transmissão do calor acontece, praticamente, de três maneiras:

- Condução, quando o calor é transmitido de um corpo para outro por


contato direto ou através de uma substância condutora de calor;
- Irradiação, quando o calor é transferido de um corpo para outro por
intermédio de ondas caloríficas que se propagam pelo espaço existente entre os
dois corpos;
- Convexão, quando o calor é transmitido através da circulação dos
vapores, tanto nos líqüidos como nos gases.

6.2 – OS PROCESSOS DE EXTINÇÃO

Para extinguir o fogo basta suprimir o combustível, absorver o calor ou


isolar o combustível incendiado do ar atmosférico.

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47

À ação de suprimir o combustível chamamos


isolamento. Ex.: Fechando-se o registro da passagem do gás
de cozinha para os queimadores notamos que o fogo se
apaga por falta de combustível.

Ao ato de absorver o calor chamamos resfriamento.


Ex.: Mergulhando-se o carvão em brasa em água fria esta
se aquece e as brasas se apagam por ausência de calor.

Ao processo de isolar a substância incendiada do


oxigênio do ar damos o nome de abafamento. Ex.: Se
pegarmos uma vela acesa e a cobrirmos com uma redoma
de vidro, de modo que o ar não penetre, notaremos que a
chama da vela vai apagando lentamente, até extinguir-se,
por falta do oxigênio.

6.3 – AS CLASSES DE INCÊNDIO E OS MÉTODOS DE COMBATE

Para efeito de estudos, quanto aos processos e elementos de extinção,


dividimos os incêndios em quatro classes: A, B, C e D.

Incêndios de Classe A são os que ocorrem em materiais de fácil combustão,


que têm a propriedade de queimar em sua superfície e profundidade, e que
deixam resíduos como: tecidos, madeira, papel, fibras, couro, borracha, etc. Neste
tipo de incêndio a melhor escolha está na retirada do calor. Utilizamos para isso
água ou soluções que a contenham em grandes proporções.

Incêndios de Classe B são os que acontecem em produtos considerados


inflamáveis, que têm a propriedade de queimar somente em sua superfície não
deixando resíduos, como: óleos, graxas, tintas, vernizes, álcoois, éter, gorduras,
ceras, solventes, gasolina, etc. Nesta classe de fogo não há aquecimento sob a
superfície. Não devemos, pois, utilizar a água em jato sólido, e sim um elemento
abafante como a espuma, a neblina, o dióxido de carbono ou o pó químico.

Incêndios de Classe C são os que ocorrem em equipamentos elétricos


energizados, com a corrente elétrica ligada, como em motores, transformadores,
quadros de distribuição, cabos condutores, etc. Neste caso o agente extintor não
deve ser bom condutor de energia elétrica, pois o operador pode ser, até mesmo,

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48
eletrocutado. Os extintores mais recomendados aqui são os a base de dióxido de
carbono ou de pó químico, extinguindo o incêndio por abafamento. O pó químico,
por deixar resíduos, não é recomendado em incêndios em aparelhos eletrônicos
de precisão.

Incêndios de Classe D são os que ocorrem em metais pirofóricos, como:


antimônio, cádmio, carbureto de cálcio, fósforo, lítio, magnésio, pó de alumínio,
potássio, selênio, sódio, titânio, zinco, zircônio, etc. Para extinguí-los utilizamos
pós especiais, que impedem a continuação das chamas, como o grafite em pó, a
limalha de ferro fundido e a areia seca.

Apresentamos a seguir um quadro resumido do que foi visto acima, com os


materiais extintores mais recomendados para cada tipo de incêndio.

DIÓXIDO
CLASSES
PÓ DE PÓ
DE ÁGUA ESPUMA
QUÍMICO CARBONO ESPECIAL
INCÊNDIO
(CO2)
A SIM SIM NÃO NÃO NÃO
B NÃO SIM SIM SIM NÃO
C NÃO NÃO SIM SIM NÃO
D NÃO NÃO NÃO NÃO SIM

6.4 - EQUIPAMENTOS DE COMBATE A INCÊNDIO

Chamamos de equipamentos de combate a incêndio os diversos


dispositivos, engenhos, aparelhos e peças empregados na luta contra o fogo.
Esses equipamentos constituem as instalações preventivas e protetoras,
conforme a classificação usada pelos bombeiros.

Quanto à mobilidade, as instalações são chamadas fixas quando fazem


parte da estrutura do prédio, como as redes de hidrantes, as canalizações dos
edifícios, os detetores de incêndio ou fumaça, os chuveiros automáticos -
Sprinklers, Mulsyfire e Protectospray, etc. As instalações são ditas móveis, ou
portáteis, quando podem ser deslocadas de um ponto para outro, de acordo com
a necessidade, como as viaturas, os extintores, as mangueiras de incêndio, os
esguichos, etc.

6.4.1 – OS EXTINTORES

Extintor é um aparelho que serve para apagar princípios de incêndio. Há


extintores portáteis, rebocáveis (carretas) e fixos. Estudaremos apenas alguns dos
tipos de extintores mais comuns:

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49
a) Extintor de Água, Água-gás ou Água pressurizada (A) – São indicados,
exclusivamente, para incêndios de classe A. Podem ser de pressão
permanente ou injetada.

- O de pressão permanente é constituído de um recipiente cilíndrico


contendo água sob pressão, controlada por um manômetro.
- O de pressão injetada é formado por um recipiente cilíndrico contendo
água pura. Fixada à tampa, existe uma pequena ampola contendo
CO2. Ao abrirmos a válvula da ampola o gás é liberado, pressionando a
água.

b) Extintores de Espuma (ES) – Específicos para o combate a incêndios das


classes A e B, são constituídos de um cilindro com duas câmaras, cada
uma contendo uma solução química: uma contendo água com,
geralmente, sulfato de alumínio; outra contendo bicarbonato de sódio
misturado com um estabilizador, o alcaçuz. Uma vez virado o extintor, as
duas soluções químicas se encontram e, instantaneamente, formam uma
espuma rica em gás carbônico.

c) Extintor de Pó Químico seco (PO) – Indicado para os incêndios das


classes B e C, pode também ser usado nos incêndios de classe A, quando
os combustíveis forem fardos de algodão ou de outros materiais têxteis.
Tem na parte superior uma válvula manobrável e um aplicador de pó em
forma de funil. Externamente, fixada ao cilindro, há uma pequena
ampola de aço com CO2 e um tubo de comunicação da ampola com a
parte interna do aparelho. Abrindo-se a válvula da ampola de CO2, o gás
faz o arraste do pó existente no cilindro e a expulsão do mesmo através
da mangueira e do aplicador. Há extintores deste tipo que são
pressurizados e para entrarem em funcionamento basta que se abra a
válvula de escape. São mais eficientes que os de CO2 mas deixam
resíduos, o que os torna desaconselháveis para aplicação em instalações
elétricas sensíveis como em computadores.

d) Extintores de Dióxido de Carbono (CO2) – Indicado para os incêndios das


classes B e C, é constituído de um cilindro de aço contendo o gás sob
pressão. Tem na parte superior uma válvula, travada com um grampo de
segurança, e um aplicador de gás em forma de funil. Para funcionar,
retiramos o grampo e acionamos o gatilho (ou giramos o volante,
conforme o tipo de aparelho).

A NR-23, que trata da proteção contra incêndios, faz entre outras, as


seguintes recomendações:

a) cada extintor deve ter uma etiqueta presa ao seu bojo, protegida
convenientemente, com o número de identificação e informações sobre a
data em que foi carregado e a data de recarga;
b) os cilindros dos extintores de pressão injetada devem ser pesados
semestralmente e, se a perda de peso for superior a 10% do peso original
deve ser providenciada a sua recarga;
c) o extintor de espuma deve ser recarregado semestralmente;
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50
d) os extintores devem ser colocados em locais de fácil visualização, de
fácil acesso, onde haja menor probabilidade do fogo bloquear o seu
acesso e nunca nas paredes das escadas;
e) os extintores não deverão ter o seu bordo superior a mais de 1,60m
acima do piso nem poderão ser cobertos por pilhas de materiais.

6.5 – PROCEDIMENTOS BÁSICOS EM CASO DE INCÊNDIO

CHAME O CORPO DE BOMBEIROS PARA QUALQUER PRINCÍPIO DE


INCÊNDIO, POR MENOR QUE PAREÇA SER!

- Evacue toda a área. Os curiosos e as pessoas de boa vontade só


atrapalham.
- Ponha todos num lugar seguro, no andar térreo, para que todos possam
sair com segurança.
- Antes de dar combate ao fogo desligue as chaves de energia elétrica.
- Mantenha sempre a calma, atue com seriedade e NÃO TENTE SER
HERÓI!
- Ao abandonar a casa, feche todas as janelas e portas e desligue os
ventiladores para que as correntes de ar não alimentem o fogo.
- Não se fie em que alguém tenha chamado o Corpo de Bombeiros; faça-o
você mesmo!

6.5.1 - INCÊNDIOS EM QUE SE ESTÁ CONFINADO A UMA SALA

- Não tente salvar objetos, primeiro tente salvar sua vida.


- Antes de abrir uma porta, toque-a com a mão. Estando fria abra-a com
cuidado, protegendo-se atrás dela. Se estiver quente NÃO ABRA A
PORTA. Arranque o carpete próximo à porta, obstrua as frestas com um
pano molhado e afaste da mesma os materiais de fácil combustão.
- Desligue a chave elétrica geral da sala ou compartimento.
- Se encontrar todas as vias de fuga bloqueadas, refugie-se em um
banheiro, molhando a porta e vedando-a com panos e papeis molhados.
Obstrua o ralo das pias com um pano e abra totalmente todas as
torneiras para que as pias transbordem. Molhe suas roupas.
- Se ficar preso na fumaça cubra o nariz e a boca com lenço ou pano
molhado para filtrar o ar. Mova-se rente ao chão, onde o ar é mais
respirável, para alcançar a saída ou uma janela para gritar por socorro.
Abra a janela e coloque perto de si um móvel para servir de anteparo
para o calor. Atire para fora tudo o que queimar facilmente (cortinas,
tapetes, papéis, etc).
- Não se tranque em qualquer compartimento.
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51
- Se estiver preso, tente arrombar as portas com o impacto de qualquer
objeto resistente.
- Procure alcançar o térreo usando a escada mais próxima. Não use o
elevador. Suba somente se for impossível descer.
- Se o incêndio for de grande proporção e nos andares inferiores vá para o
local mais alto e seguro possível, fechando atrás de si as portas corta-
fogo de cada andar.

6.5.2 - SE A FRIGIDEIRA OU PANELA DE FRITURAS PEGAR FOGO

- Desligue a fonte de calor.


- Cubra a panela com a sua tampa, com uma bandeja ou com uma toalha
molhada. Não jogue água sobre a frigideira nem a leve para uma pia ou
uma janela.

6.5.3 - SE A ROUPA DE ALGUÉM PEGAR FOGO

- Se for você mesmo, role pelo chão para abafar as chamas.


- Sendo outra pessoa, deite-a no chão de qualquer modo. Cubra a área em
chamas com um tapete, um cobertor ou um casaco para que isole as
chamas do ar. Proteja o rosto da vítima e o seu próprio, usando o casaco
ou cobertor como escudo.
- Se for uma criança tomada de pânico impeça-a de correr (já que isso aviva
as chamas). Enrole-a num cobertor e isole as chamas conforme descrito
acima.
- As roupas escaldadas devem ser tocadas com cuidado pois os tecidos
quentes pioram os danos à pele do paciente. Retire as partes escaldadas,
cuidadosamente, começando pelas partes não queimadas. Chame uma
ambulância. Se a pessoa não estiver gravemente queimada leve-a para
um hospital imediatamente. Jamais tente remover roupas carbonizadas
ou queimadas de uma pessoa. Deixe essa operação para os especialistas.

6.5.4 - INCÊNDIO NUM AUTOMÓVEL

- Pare o automóvel e faça todos os passageiros saírem.


- Se possível, desligue o cabo da bateria antes de usar o extintor.
- Se o motor pegar fogo, entreabra um pouquinho o capô e introduza o
aplicador do extintor pela abertura.
- Se o incêndio for grave, afaste-se do carro, pois o tanque de combustível
pode explodir ou a fumaça venenosa dos plásticos em combustão podem
comprometer seus pulmões.
- Se você vir alguém preso num carro em chamas tente tirar a pessoa dali,
desde que você não corra perigo.

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A CONDUTA
EM PRIMEIROS SOCORROS 7
7.1 – DEFINIÇÃO

Acidentes acontecem a qualquer hora, em qualquer lugar e com qualquer


pessoa. Devemos estar preparados para enfrentá-los da melhor maneira possível.

Primeiros socorros são auxílios ou atitudes prestadas por um leigo a uma


pessoa acidentada, tendo como única finalidade manter a vítima com vida até a
chegada do médico.

A falta de alguém que conheça a aplicação de primeiros socorros pode ser


fatal para um acidentado ou doente. Agir corretamente até a chegada do médico
pode significar a diferença entre a vida e a morte.

O principal objetivo na prestação dos primeiros socorros é salvar a vida.

São qualidades do socorrista:

- o senso de improvisação;
- atender o acidentado com calma;
- a rapidez e segurança do atendimento;
- procurar acalmar o doente e animá-lo.

Portanto lembre-se: é importante evitar o pânico e inspirar confiança.

MUITO IMPORTANTE : Não faça nada além do que o rigorosamente essencial para
controlar a situação até a chegada do médico.

7.2 – A CAIXA, OU KIT, DE PRIMEIROS SOCORROS

A caixa, ou kit, de primeiros socorros deve ser preparada antes de se


precisar dela. Uma vida poderá, amanhã, depender deste procedimento.

Acondicione numa caixa, de preferência metálica, o seguinte material:

• 04 pacotes de compressas de gaze esterilizada de 7,5cm x 7,5cm,


embrulhadas separadamente;
53
• 03 rolos de ataduras de gaze, de medidas diferentes;
• 02 pares de luvas de atendimento, descartáveis;
• 01 caixa de cotonetes;
• 01 caixa de fósforos;
• 01 conta-gotas;
• 01 fralda de algodão;
• 01 lâmina de barbear (sem uso);
• 01 lanterna;
• 01 pacote de algodão absorvente;
• 01 pacote de Band-aid;
• 01 rolo de atadura de crepom, de 10cm x 4,5m;
• 01 rolo de esparadrapo de 25mm x 4,5m
• 01 saco para água quente;
• 01 termômetro;
• 01 tesoura sem ponta;
• 01 tubo de pomada contra irritações da pele;
• 01 tubo de vaselina esterilizada;
• 01 vidro de 100ml de água oxigenada (10 volumes);
• 01 vidro de 100ml de amônia;
• 01 vidro de 50ml de solução antisséptica (mertiolate ou similar);
• 01 vidro de álcool;
• 01 vidro de leite de magnésia;
• alfinetes de fralda;
• colheres de plástico;
• copos de papel;
• gaze, em chumaço, para os olhos;
• Novalgina em comprimidos ou em gotas;
• sabão líquido, não cáustico, ou sabonete..
• sacos plásticos de 25cm x 35cm;
• sal de mesa (pequeno pacote);

Esta caixa deve ficar em lugar de fácil acesso e fora do alcance de crianças,
na empresa, em casa, no carro ou mesmo pode ser levada em excursões.

7.3 – PRIMEIRAS NOÇÕES PARA FINS DE DIAGNÓSTICO:

Consciência – Verifica-se se o acidentado consegue responder a perguntas


simples ou se está desmaiado.

Pupilas – Devemos observar se a pupila (menina dos olhos) se contrai,


quando se levantam as pálpebras (uma de cada vez).

Coração – Colocar o ouvido sobre o lado esquerdo do peito do acidentado e


ouvir os batimentos cardíacos.

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54

Temperatura – Com auxílio do termômetro ou colocando a superfície


externa dos dedos sobre a testa do acidentado verifica-se a temperatura corporal,
que é normal quando está em torno dos 36,5 ºC.

Respiração – observar as IRPM (incursões respiratórias por minuto).


Normal no homem adulto: 16 a 20 IRPM.

Pulso Arterial – É a percepção da onda sangüínea, resultado do


bombeamento feito pelo coração, dentro da artéria. A freqüência do pulso
corresponde ao número de bombeamentos do coração por minuto. Normalmente a
freqüência varia de 60 a 100 b.p.m.

7.4 – COMO AGIR EM CASO DE ACIDENTES

1. Mantenha a vítima deitada, em posição confortável, até certificar-se de que a


lesão não tem gravidade.

2. Investigue a existência de hemorragia, envenenamento, parada respiratória,


ferimentos, queimaduras e fraturas.

3. Dê prioridade ao atendimento dos casos de hemorragia abundante,


inconsciência, parada cárdio-respiratória, estado de choque e
envenenamento, pois exigem socorro imediato.

4. Verifique se há lesão na cabeça, quando o acidentado estiver inconsciente ou


semiconsciente. Havendo hemorragia por um ou ambos os ouvidos, ou pelo
nariz, pense em fratura de crânio.

5. Não dê líquidos a pessoas inconscientes.

6. Recolha, em caso de amputação, a parte seccionada, envolva-a em um pano


limpo, e conservada em gelo, para entrega imediata ao médico.

7. Certifique-se de que qualquer providência a ser tomada não agrave o estado


da vítima.

8. Chame o médico ou transporte a vitima, se necessário . Forneça as seguintes


informações:

- Local e condições em que a vitima foi encontrada;


- Quais os Primeiros Socorros a ela dispensados.

9. EVITE O PÂNICO !

10. Comunique a ocorrência à autoridade policial local.

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7.5 – O QUE FAZER EM CASO DE ...

7.5.1 - ESTADO DE CHOQUE

Em todos os casos de lesões graves, terror, emoções fortes, ferimentos


graves, choques elétricos, hemorragias agudas, queimaduras extensas, fraturas,
intoxicações alimentares, exposições a extremos de calor e frio, problemas
circulatórios, dores agudas e infecções graves, pode acontecer o estado de
choque.

Sinais:

- Pele fria e pegajosa;


- sudorese (transpiração) na testa e nas palmas das mãos;
- face pálida com expressão de ansiedade;
- sensação de frio, chegando às vezes a ter tremores;
- náuseas e vômitos;
- respiração curta, rápida e irregular;
- perturbação visual;
- pulso fraco e rápido;
- inconsciência total ou parcial.

Enquanto espera a chegada do médico ou providencia o transporte da


vítima, tome as seguintes providências:

- Realize uma rápida inspeção na vítima;


- combata a causa do estado de choque. (P. ex.: controle a hemorragia);
- conserve a vítima deitada;
- afrouxe-lhe a roupa apertada no pescoço, no
peito e na cintura;
- retire da boca, secreção, dentadura, goma de
mascar ou outro objeto;
- inicie a respiração boca-a-boca, em caso de
parada respiratória;
- faça massagem cardíaca externa associada à respiração boca-a-boca se a
vítima apresentar dilatação das pupilas e falta de pulso;
- se ocorrer vômito, vire a cabeça da vítima para o lado;
- levante as pernas da vítima, se não houver fratura;
- mantenha a cabeça da vítima mais baixa que o corpo;

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- mantenha a vítima agasalhada com cobertores ou mantas;
- remova imediatamente a vítima para o hospital mais próximo;

MUITO IMPORTANTE : NÃO DÊ LÍQUIDOS OU BEBIDAS ALCOÓLICAS!

7.5.2 - DESMAIO

Pode ser considerado uma forma leve de “estado de choque”, provocado em


geral por emoções fortes, fadiga, fome ou nervosismo.
A vítima empalidece, cobre-se de suor, o pulso e a respiração são fracos.

Providências:

- Deite a pessoa de costas com a cabeça baixa;


- Desaperte-lhe as roupas;
- Aplique-lhe panos frios, no rosto e na testa.

Se o desmaio durar mais de 1 ou 2 minutos, agasalhe o paciente e procure


um médico.

Sentindo que vai desmaiar, ao ver uma hemorragia ou ferimento, baixe


imediatamente a cabeça ou sente-se numa cadeira e curve-se para a frente com a
cabeça entre as pernas, mais baixa que os joelhos e respire profundamente.

7.5.3 - PARADA RESPIRATÓRIA

A parada respiratória é a emergência que requer o mais perfeito


atendimento. A falta de oxigênio pode causar a morte de 3 a 5 minutos.

Sinais:

- Ausência de movimentos respiratórios;


- inconsciência;
- lábios. língua e unhas azulados;

Providências:

APLIQUE RESPIRAÇÃO DE SOCORRO IMEDIATAMENTE

7.5.4 - MÉTODO BOCA-A-BOCA (ADULTO)

Providências:

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- Coloque a vítima deitada de costas
com os braços estendidos ao longo do corpo;
- desobstrua a boca e a garganta da
vítima, fazendo tração da língua, retirando
corpos estranhos e secreção;
- suspenda o pescoço da vítima com
uma das mãos e, com a outra incline-lhe a
cabeça para trás, mantendo-a nesta posição;
- puxe o queixo da vítima para cima, de forma que sua língua não impeça a
passagem de ar;
- aperte as narinas com os dedos da mão que está sobre a testa, a fim de
evitar a fuga de ar pelo nariz, quando você soprar;
- encha os seus pulmões de ar;
- coloque sua boca com firmeza na boca da
vítima;
- sopre até notar, na vítima, a expansão do
tórax.
- retire a sua boca da boca da vítima para
facilitar a saída do ar insuflado nos pulmões;
- repita este processo de 15 a 18 vezes por
minuto ;
- continue aplicando a respiração de
socorro por mais algum tempo, mesmo
depois que a vítima volte a respirar.

MUITO IMPORTANTE: VERIFIQUE, depois de 30 segundos, se os movimentos


respiratórios foram restabelecidos. Caso a vítima continue em parada
respiratória , observe se as pupilas estão dilatadas - Sinal indicativo de parada
cardíaca . Inicie imediatamente a massagem cardíaca externa
associada à respiração de socorro .

A possibilidade de recuperação diminui a cada minuto.


Cada segundo é importante quando uma vida está em perigo.

NÃO DESANIME! INSISTA na recuperação da vítima até a chegada do médico.

7.5.5 - MÉTODO BOCA-A-BOCA


(CRIANÇAS PEQUENAS)

Providências:

- Coloque a criança de cabeça para


baixo, segurando-a pelos pés;
- Dê-lhe algumas palmadas nas costas;

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- Coloque a vítima deitada de costas;
- desobstrua , com o dedo, a boca e a garganta da vítima;
- suspenda o pescoço da vítima com uma das mãos e, com a outra sobre a
testa, incline a cabeça para trás;
- coloque sua boca bem aberta sobre a boca e o nariz da criança;
- sopre suavemente até que o peito da criança se levante;
- retire a sua boca da boca e nariz da criança para facilitar a saída do ar;
- repita , de 18 a 20 vezes por minuto ;
- continue aplicando a respiração de socorro, até que a vítima volte a
respirar;
- pressione levemente a região situada entre o umbigo e as costelas a fim de
eliminar o ar por acaso contido no estômago.

7.5.6 – MÉTODO HOLGER-NIELSEN

É o método de respiração artificial recomendado pela Cruz Vermelha


Americana. Deve ser utilizado quando o método boca-a-boca não possa ser
realizado.(traumatismos graves de face,
envenenamento por cianureto, ácido sulfúrico,
fenol e outras substâncias cáusticas)
Neste método, a vítima fica de bruços, com
a cabeça voltada para um lado e apoiada sobre
as mãos que estão cruzadas. O socorrista se
ajoelha diante da cabeça da vítima.
O movimento inicial consiste na elevação
dos cotovelos do acidentado para cima e para
trás, e que visa à penetração de ar nos
pulmões. Depois desse movimento, retorna-se
à posição inicial.
O movimento seguinte consiste na
compressão do tórax, colocando as mão
abertas no meio das costas da vítima.
Faça pressão verticalmente, usando o peso do seu corpo. Esse movimento
possibilita que o ar seja expulso dos pulmões. Depois disso volte à posição inicial.

Quando a vítima começar a respirar ajuste o método ao ritmo de seus


movimentos.

IMPORTANTE: NÃO suspenda o processo bruscamente.


REPITA O MOVIMENTO 12 VEZES POR MINUTO
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59
7.5.7 - MÉTODO DE SILVESTER

Também indicado nos casos em que não se pode empregar o boca-a-boca.

Providências:

- Desobstrua a boca e a garganta da vitima, fazendo tração da língua e


retirando corpos estranhos e secreção;

- coloque a vítima deitada de costas;


- coloque algo embaixo do tórax da vítima para que sua cabeça se incline
para trás;
- ajoelhe-se, colocando a cabeça da vítima entre seus joelhos;
- segure os braços pelos pulsos da vítima, cruzando-os e comprimindo-os
contra a parte inferior do peito;

- puxe os braços da vítima para cima, para fora e para trás o mais que
puder.

IMPORTANTE: NÃO suspenda o processo bruscamente.


REPITA O MOVIMENTO 15 VEZES POR MINUTO

7.5.8 - PARADA CARDÍACA (MASSAGEM CARDÍACA)

Os casos de parada de coração exigem ação imediata. Não Espere a


chegada do médico !

Sinais:

- Inconsciência;
- ausência de pulso;
- dilatação das pupilas;
- extremidades arroxeadas.
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60
Providências:

- Coloque a vítima deitada de costas, sobre


superfície dura;
- ponha suas mãos sobrepostas sobre a metade
inferior do esterno, mantendo os dedos ligeiramente
levantados e abertos;
- comprima com vigor o esterno da vítima,
pressionando o coração de encontro à coluna vertebral;
- descomprima em seguida, mantendo as mãos na
posição inicial. Repita a manobra tantas vezes quanto
necessárias (cerca de 60 por minuto).

Em adolescentes pressione o tórax com uma das mãos. Em crianças


pressione apenas com os dedos.

Caso se verifique ao mesmo tempo parada respiratória, deverá ser feita,


além da massagem cardíaca, a respiração de socorro.
- aplique 2 respirações de socorro depois de 15 compressões do tórax;
- solicite, se possível, a ajuda de mais um socorrista;
- continue executando, sem interrupção , a respiração de socorro e a
massagem cardíaca externa até a recuperação da vitima ou a chegada do médico,
sempre no mesmo ritmo: 15 massagens para 2 sopros (boca-a-boca) ou 2
movimentos (Silvester).

MUITO IMPORTANTE : NÃO interrompa, de maneira alguma , a


ressuscitação cárdio-respiratória ao transportar a vítima.

7.5.9 - CHOQUE ELÉTRICO

Falta de segurança das instalações, imprudência, indisciplina, ignorância,


distração e situações acidentais (abalroamento de um veículo contra um poste)
são as causas mais freqüentes de choque elétrico.

Sinais:

Dependendo das condições da vítima e das características da corrente


elétrica, o acidentado pode apresentar:

- sensação de formigamento;
- contrações musculares fracas, que poderão tornar-se violentas e
dolorosas;
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61
- dificuldade ou parada respiratória;
- inconsciência;
- alterações do ritmo ou parada cardíaca;
- queimaduras;
- traumatismos (fraturas, rotura de órgãos internos, etc.).

Nos acidentes elétricos, a vitima pode ficar "presa " ao condutor elétrico ou
ser violentamente projetada à distância.

Providências:

- Não toque na vítima até que ela esteja separada


da corrente ou esta interrompida;
- Remova o fio ou o condutor elétrico com o auxilio
de material bem seco : cabo de vassoura jornal dobrado,
pano grosso dobrado, tapete de borracha, corda ou outro
material isolante.
- Puxe a vítima sem lhe tocar a pele, usando um pano seco dobrado ou
outro material isolante disponível.
- coloque a vítima deitada de costas;
- Desobstrua a boca, o nariz e a
garganta de corpos estranhos ou secreção;
- em caso de parada respiratória,
inicie imediatamente a respiração de
socorro;
- execute massagem cardíaca, junto
com a respiração de socorro , se a vitima
apresentar ausência de pulso e pupilas dilatadas;
- evite o estado de choque;
- Continue com a respiração de socorro por mais algum tempo - mesmo
depois que a vítima volte a respirar;
- depois do restabelecimento dos movimentos respiratórios mantenha a
vítima em repouso ;
- Insista, na respiração de socorro e na massagem cardíaca , até a
chegada do medico .

MUITO IMPORTANTE: - NÃO DÊ líquidos.


- NÃO desanime! INSISTA na recuperação do acidentado.
- O tempo é fator decisivo no atendimento à vítima de choque elétrico.
SEJA RÁPIDO!

7.5.10 – AFOGAMENTO

Representa, no mundo, a segunda causa de morte por acidente, na faixa de


1 a 25 anos de idade.

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62
Sinais:

- Agitação;
- dificuldade respiratória;
- inconsciência:
- parada respiratória;
- parada cardíaca.

Providências:

- Aproxime-se da vitima pelas costas, segure-a e mantenha a sua cabeça


fora d'água;
- inicie imediatamente a respiração de socorro, ainda dentro d'água;

- comprima o seu estômago para expulsar água, se necessário;


- faça a massagem cardíaca, se necessário;
- friccione com vigor os braços e as pernas do afogado para estimular a
circulação;
- remova imediatamente a vítima para o serviço de salvamento ou o
hospital mais próximo.

7.5.11 - ATAQUE CARDÍACO

Sinais:

- Respiração curta e difícil;


- dor na parte superior do abdômen;
- dor no peito, às vezes estendendo-se para os braços ou para o pescoço e a
cabeça;
- transpiração abundante;
- palidez e náuseas.

Providências:

- procure o médico imediatamente;


- coloque a vítima recostada;
- desaperte-lhe as roupas na cintura, no colarinho, no peito, etc.;
- agasalhe-a, evitando o excesso de aquecimento;

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63
- mantenha-a em repouso absoluto;
- aconselhe-a a respirar profunda e lentamente;
- indague-lhe se já teve crises semelhantes ou se está em tratamento
médico;
- remova imediatamente para o hospital mais próximo ou chame um
médico;

IMPORTANTE: NÃO tente levantar ou transportar a vítima sem o auxílio


de outras pessoas.

7.5.12 - CONVULSÃO (Epilepsia)

Contratura involuntária da musculatura provocando movimentos


desordenados e em geral acompanhada de perda de consciência.

Sinais:
- Perda súbita da consciência.
- contratura desordenada da musculatura;
- salivação abundante;
- às vezes, eliminação de fezes e urina.

Providências:

- retire, de perto da vítima, objetos com os quais se possa machucar;


- afrouxe-lhe as roupas;
- deixe a vitima debater-se livremente:
- coloque um lenço dobrado entre os dentes para evitar mordidas da língua;
- afrouxe-lhe as roupas;
- procure na vítima pulseira, medalha ou identificação médica que possa
indicar a causa da convulsão;
- cessada a convulsão, mantenha-a em repouso. Deixe-a dormir, se quiser;
- evite comentários sobre o acidente.

IMPORTANTE: NÃO tenha medo, a saliva de um epiléptico não transmite a


doença. NÃO tente despertar a vítima;
Mantenha-se vigilante. Afaste os curiosos.
Nas convulsões infantis, havendo febre alta, dê um banho morno de imersão de
10 ou 15 minutos de duração. Deite a criança envolta na toalha.

PROCURE O MÉDICO IMEDIATAMENTE.

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64
7.5.13 - FERIMENTOS

7.5.13.a - FERIMENTOS LEVES OU SUPERFICIAIS

Providências:

- Lave as mãos antes de cuidar da vitima;


- limpe o ferimento com água e sabão;

- aplique mercurocromo, iôdo, mertiolate ou outro antisséptico;


- proteja o ferimento com uma compressa de gaze ou pano limpo,
fixando-a sem apertar;

- não tente retirar farpas, vidros ou partículas de metal do ferimento, a


menos que saiam facilmente durante a limpeza;
- mude o curativo tantas vezes quanto necessário para mantê-lo limpo;
- não toque no ferimento com os dedos, lenços usados ou outros materiais
sujos;
- se o ferimento ficar dolorido e/ou inchado é sinal de infecção;

PREVINA-SE CONTRA O TÉTANO. CONSULTE O MÉDICO !

7.5.13.b - FERIMENTOS GRAVES

Os casos de ferimentos extensos ou profundos que exigem pronto


atendimento médico são os seguintes:

- Quando as bordas do ferimento não se juntam corretamente;


- quando há a presença de corpos estranhos;
- quando a pele, os músculos, os nervos ou os tendões estão dilacerados;
- quando há a suspeita de penetração profunda do objeto causador do
ferimento (prego, bala, faca, etc.);
- quando o ferimento é no rosto ou no crânio;
- quando a região próxima ao ferimento não apresenta funcionamento ou
aparência normal;
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7.5.13.b.I - No abdômen:

- Mantenha no lugar, com o maior cuidado, os órgãos expostos (intestinos,


estômago etc). Evite ao máximo mexer neles.
- Caso tenham saído da cavidade e estejam expostos, não procure recolocar
os órgãos na cavidade.
- Cubra com uma compressa úmida.
- Prenda a compressa firmemente no lugar com uma atadura.
- O objetivo é proteger os órgãos expostos por meio de um curativo de
pressão. A atadura deverá ser firme, mas não apertada.

7.5.13.b.II - No tórax:

- Coloque sobre o ferimento uma gaze ou um chumaço de pano ou a


própria mão para impedir a penetração de ar através do ferimento.

- Segure o chumaço no lugar. Pressione com firmeza.


- Um cinto ou faixa de pano passado firmemente em volta do tórax sobre o
curativo será capaz de manter fechado o ferimento.
- Não aperte muito o cinto ou a faixa em torno do tórax para não prejudicar
os movimentos respiratórios da vítima.

IMPORTANTE: NÃO retire a faca, o punhal ou outro material,


quando presos ao organismo.
NÃO DÊ LÍQUIDOS.

7.5.13.b.III - Na cabeça:

Exceto os de menor gravidade, os ferimentos na cabeça requerem rápida


atenção médica.

Providências:

- Em caso de inconsciência ou de
inquietação, deite a vítima de costas e afrouxe
suas roupas, principalmente em volta do pescoço.
Agasalhe a vitima.
- Havendo hemorragia em ferimento no
couro cabeludo, coloque uma compressa ou um
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66
pano limpo sobre o ferimento. Pressione levemente. Prenda com ataduras ou
esparadrapo.
- Se o sangramento for no nariz, na boca ou num ouvido, vire a cabeça da
vítima para o lado do ouvido ou do nariz que está sangrando.
- aplique compressas geladas ou saco de gelo no local da lesão;
- evite o estado de choque;
- mantenha o nariz, a boca e a garganta desobstruídos, facilite o vômito;
- remova imediatamente a vitima para o hospital mais próximo;

IMPORTANTE: NÃO DÊ LÍQUIDOS.


Pense em fratura de crânio se houver sangramento pelo ouvido ou nariz.

7.5.14 - BANDAGENS

Com o objetivo de manter um curativo, uma imobilização de fratura ou


conter provisoriamente uma parte do corpo, empregam-se ataduras. Na falta de
ataduras, use tiras limpas de um lençol, de uma saia, um lenço, um guardanapo
ou uma toalha etc.
Na aplicação de uma bandagem tome os seguintes cuidados:
- A região deve estar limpa.
- Os músculos relaxados.

- Começar da extremidade para o centro: nos membros superiores, no


sentido da mão para o braço; nos membros inferiores, começar pelo pé.

7.5.15 - CONTUSÃO

Lesão produzida pela pancada de um corpo sem rompimento da pele.

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67
Sinais:

Dor e inchação no local.

Providências:

- Repouso da região atingida;


- aplique compressas frias ou saco de gelo até que a dor e a inchação
diminuam;
- procure o médico, se a contusão for grave.

7.5.16 - DISTENSÃO MUSCULAR

E a lesão do músculo, por movimento brusco e violento.

Sinais:

- Dor intensa quando se movimenta:


- contração da musculatura atingida.

Providências:

- Evite movimentar a região atingida:


- aplique compressas geladas ou saco de gelo;
- procure um médico, se necessário.

7.5.17 - ENTORSE

É a separação momentânea das superfícies ósseas na articulação.

Sinais:

- Dor intensa quando se movimenta;


- inchação local.

Providências:

- Evite movimentar a região atingida:


- aplique compressa gelada ou saco de gelo;
- imobilize a região como se fosse uma fratura;
- procure um médico;

IMPORTANTE: NÃO use compressas QUENTES nas primeiras 24 horas;


NÃO FRICCIONE a região lesada.
O entorse SEMPRE EXIGE orientação médica.

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7.5.18 – LUXAÇÃO OU DESLOCAMENTO

É o deslocamento dos ossos de uma articulação.

Sinais:

- Dor violenta;
- deformação local;
- impossibilidade de movimentos.

Providências:

Atenda como se fosse uma fratura fechada.

7.5.19 – FRATURAS

É a quebra do osso.
O primeiro socorro consiste em impedir o
movimento das partes quebradas, evitando o
agravamento da lesão.
As fraturas podem ser:
- Fechadas - quando o osso se quebra e
não perfura a pele.
- Expostas - quando o osso se quebra e
rompe a pele.

Sinais:
Fratura Fechada Fratura Exposta
- Dor e inchação no local;
- dificuldade ou incapacidade de movimentos:
- posição anormal da região atingida;
- sensação de atrito das partes ósseas;
- rompimento da pele com exposição do osso quebrado (fratura exposta).

Providências:

7.5.19.a - FRATURAS FECHADAS

- Coloque o membro acidentado em posição tão


natural quanto possível, sem desconforto para a
vítima.
- Ponha talas sustentando o membro atingido.
As talas deverão ter comprimento suficiente para
ultrapassar as juntas acima e abaixo da fratura.
Qualquer material rígido pode ser empregado como
tala: tábua, estaca, papelão, vareta de metal ou mesmo uma revista grossa ou um
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69
jornal grosso e dobrado. Use panos ou outro material macio para acolchoar as
talas, a fim de evitar danos à pele. As talas devem ser amarradas com ataduras,
ou tiras de pano não muito apertadas, em, no mínimo, quatro pontos:

- abaixo da junta, abaixo da fratura


- acima da junta, acima da fratura

Um outro recurso em caso de


fratura de perna consiste em amarrar a
perna quebrada na outra, desde que sã.

7.5.19.b - FRATURAS EXPOSTAS

- Coloque uma gaze, um lenço ou um pano limpo sobre o ferimento.


- Fixe firmemente o curativo no lugar, utilizando-se de uma bandagem forte
- gravata, tira de roupa, cinto etc.
- Mantenha a vítima deitada.
Aplique talas, conforme descrito para as fraturas fechadas, sem tentar
puxar o membro ou fazê-lo voltar à sua posição natural.
Transporte a vítima, somente após imobilizar a parte fraturada.
Chame ou leve o paciente a um médico ou a um hospital, de carro ou de
ambulância, tão logo a fratura seja imobilizada.

IMPORTANTE: NÃO TENTE COLOCAR O OSSO NO LUGAR .


NÃO DESLOQUE OU ARRASTE A VÍTIMA ATÉ QUE A REGIÃO SUSPEITA DE
FRATURA TENHA SIDO IMOBILIZADA, A MENOS QUE A VÍTIMA SE
ENCONTRE EM IMINENTE PERIGO.

7.5.20 - FRATURA DE CRÂNIO

Sinais:

- Perda de sangue pelo nariz ou ouvido;


- perda ou não da consciência;
- náusea e vômito surgem imediatamente ou horas depois do acidente.

Providências:

- Mantenha a vitima em repouso, recostada;


- aplique compressas geladas ou saco de gelo na área atingida:
- estanque a hemorragia, se houver;
- não deixe a vítima entrar em estado de choque ;
- faça a massagem cardíaca, associada à respiração de socorro, se a vítima
não apresentar pulso ou apresentar dilatação das pupilas;

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70
- envolva o pescoço com panos até que
ofereça apoio à cabeça e coloque travesseiros
ou almofadas lateralmente, para impedir os
movimentos para os lados;

- remova imediatamente a vítima


para o hospital.

IMPORTANTE : Qualquer vítima com traumatismo de crânio PRECISA


ASSISTÊNCIA MÉDICA IMEDIATA. NÃO PERCA TEMPO !

7.5.21 - FRATURA DA ESPINHA (coluna vertebral)

Sinais:

- Dor local após traumatismo;


- dormência dos membros;
- paralisia.

Providências:

- Manter a vítima agasalhada e imóvel :


- observe a sua respiração. Esteja pronto para executar a respiração boca-
a-boca.
- evite o estado de choque ;
- use uma superfície dura - maca, padiola, tábua, porta, etc., para o
transporte do acidentado;
- solicite a ajuda de pelo menos quatro pessoas para transferir o acidentado
para a maca;
- movimente o acidentado em bloco deslocando todo o corpo ao mesmo
tempo. Evite mexer separadamente a cabeça, o pescoço, o tronco, os braços ou as
pernas;

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71
- imobilize o acidentado deitado de costas ou deitado de barriga para
baixo, preenchendo as curvaturas do corpo com lençóis ou toalhas dobrados, a
fim de impedir o movimento da coluna;

- durante o transporte, evite paradas e freadas bruscas do veículo;


- solicite a assistência de um médico na remoção da vítima.

IMPORTANTE : O erro durante a movimentação poderá causar à vítima


DANOS IRREPARÁVEIS.

7.5.22 - FRATURA DE COSTELA

Sinais:

- Dor no local agravada nos movimentos respiratórios.

Providências:

- Manter a vítima em repouso e em posição confortável;


- procure o médico.

7.5.23 - FRATURA DE BACIA

Sinais:

- Dor local, após traumatismo, que se agrava com a movimentação.

Providências:

- Manter a vítima
deitada de costas e em
repouso absoluto ;
- use uma superfície
dura: maca, padiola, tábua
ou porta, para transportar a
vítima;
- solicite a ajuda de pelo
menos quatro pessoas para
transferir o acidentado para
a maca;
- movimente a vítima em
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72
bloco , deslocando todo o corpo ao mesmo tempo. Evite mexer separadamente a
cabeça, o pescoço, o tronco, os braços ou as pernas;
- proteja a bacia lateralmente, com travesseiros, almofadas ou cobertores
dobrados;
- coloque, entre as pernas da vítima, um pano dobrado (um paletó, por
exemplo);

- imobilize a bacia com faixa de pano bem larga ou lençol, fixando o


acidentado à maca;
- amarre com uma faixa de pano o peito, os joelhos e tornozelos, para maior
firmeza da imobilização;
- evite o estado de choque ;
- remova imediatamente a vítima para o hospital.

IMPORTANTE : A fratura de bacia pode causar a perfuração de órgãos internos,


hemorragia e, conseqüentemente, estado de choque.
EVITE A MOVIMENTAÇÃO DESNECESSÁRIA DO ACIDENTADO .

7.5.24 - FRATURA DE CLAVÍCULA

Sinais:

- Dor intensa no local e a vítima não consegue


movimentar o braço do lado afetado e o sustenta com o
outro ao nível do cotovelo.

Providências:

- Coloque um pano dobrado entre o


braço afetado e o tórax (axilas);
- com duas tiras de pano, fixe o braço
afetado ao tórax;
- coloque a mão do lado afetado junto
ao ombro do lado oposto, fixando o braço
nessa posição com uma tipóia;
- procure um médico .
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7.5.25 - FRATURA DE BRAÇO (úmero)

Providências:

- Coloque um pano dobrado entre o braço afetado e o tórax (axilas);


- proteja o lado externo do braço com uma tala (revista dobrada), do ombro
ao cotovelo;
- com o auxílio de duas faixas de tecido, prenda o braço junto ao tórax;
- use uma tipóia para amparar o antebraço;
- procure o médico .

7.5.26 - FRATURA DE ANTEBRAÇO (rádio e cúbito)

Providências:

- Dobre o antebraço, mantendo o polegar para cima;


- proteja a região a ser imobilizada com algodão ou pano;
- coloque duas talas nos lados interno e externo do antebraço,
ultrapassando o cotovelo e os dedos;
- use uma tipóia para amparar o antebraço;
- procure o médico .

7.5.27 - FRATURA DE PUNHO E MÃO

Providências:

Imobilize como uma fratura de


antebraço.

7.5.28 - FRATURA DE COXA (fêmur)

Sinais:

- Dor forte que se agrava com a movimentação;


- deformação local, podendo ocorrer a rotação do pé.

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Providências:

- Manter a vítima deitada de costas e em repouso;


- proteja toda a perna com pano ou algodão;
- imobilize o membro fraturado na posição encontrada ;

- coloque duas talas, uma ao longo da face interna do membro, e a outra na


face externa, do tornozelo até a axila. Improvise talas com cabos de vassoura,
guarda-chuvas, ripas ou tábuas;
- remova a vítima para o hospital.

7.5.29 - FRATURA DE RÓTULA

Providências:

- Manter a vítima deitada de costas e em repouso;


- proteger o membro com pano, preenchendo o vão do joelho para firmeza
da articulação;
- colocar uma tala atrás da perna,
do calcanhar até parte superior da coxa;
- remova a vítima para um hospital.

7.5.30 - FRATURA DE PERNA (tíbia e perônio)

Sinais:

- Dor forte que se agrava com a movimentação;


- inchação local;
- deformação ou não na região da lesão.

Providências:

- Manter a vítima deitada de costas e


em repouso;
- proteger a perna com pano;
- imobilizar a perna fraturada na
posição encontrada ;
- colocar duas talas, interna e
externamente à perna, ultrapassando o joelho e o pé;
- remova a vítima para o hospital.
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7.5.31 - FRATURA DE TORNOZELO

Providências:

Imobilizar como se fosse fratura de perna.

7.5.32 - FRATURA DE PÉ

Providências:

- Remover com cuidado o sapato da


vítima;
- proteger a região atingida, até o meio
da perna, com pano ou tecido;
- imobilizar o pé e parte da perna, com
o próprio sapato, revista, tábua ou
travesseiro;
- remover a vítima para o hospital.

7.5.33 - HEMORRAGIA

É a perda de sangue provocada pelo rompimento de um vaso sangüíneo –


veia ou artéria.

Toda hemorragia deve ser controlada imediatamente . A hemorragia


abundante e não controlada pode causar a morte em 3 a 5 minutos. Não perca
tempo! Estanque a hemorragia.

7.5.33.a - HEMORRAGIA EXTERNA

Providências:

- Manter a região que sangra em posição mais alta que o resto do corpo;
- usar uma compressa ou lenço limpo sobre o
ferimento, pressionando-o com firmeza, a fim de
estancar o sangramento;
- comprimir a ferida com os dedos ou com a
mão, caso não disponha de uma compressa:

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- calque fortemente, com o dedo ou com a mão,
de encontro ao osso, nos pontos onde a veia ou artéria
são mais fáceis de encontrar. Esses pontos são fáceis de
decorar, desde que você os observe na figura ao lado,
com atenção.

- Se o ferimento for na perna, dobre o joelho; se


for no antebraço, dobre o cotovelo; sempre com o
cuidado de colocar por dentro da parte dobrada, bem
junto da articulação, um chumaço de pano, algodão ou
papel.

IMPORTANTE : Em caso de hemorragia abundante em braços ou pernas,


aplique um torniquete .

Os torniquetes são usados para controlar a hemorragia grave, que não


possa ser dominada por outros meios, braço ou perna amputados, esmagados ou
dilacerados. Proceda do seguinte modo:

- use uma tira de pano larga e resistente, um lenço, fralda, gravata, etc.,
para fazer o torniquete;
- enrole o pano em volta da parte superior do braço ou da perna, logo acima
do ferimento, prendendo o rolo de pano ou de papel;
- dê um meio-nó;

- coloque um pequeno pedaço de madeira no meio-nó;


- dê um nó completo sobre a madeira;
- torça o pedaço de madeira até parar a hemorragia;
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77
- fixe o pedaço de madeira;
- marque na testa da vítima ou em qualquer lugar visível da vítima as
letras “TQ” e a hora de aplicação do torniquete;
- não cubra o torniquete;
- desaperte-o gradualmente cada 1O ou 15 minutos:
- Se a hemorragia cessar, deixe-o frouxo no lugar. Aperte-o novamente, se
necessário;
- evite o estado de choque ;
- remova imediatamente a vítima para o hospital mais próximo;

IMPORTANTE: Se o paciente ficar com as extremidades dos dedos frias e


arroxeadas, afrouxe um pouco o torniquete para restabelecer a circulação.
NÃO use arame, barbante ou material muito fino para fazer o torniquete.

Enquanto estiver controlando a hemorragia mantenha a vítima agasalhada.


Se o paciente puder engolir, se estiver consciente e se não houver suspeita de
lesão no ventre , dê-lhe líquidos para beber. Nunca dê bebidas alcoólicas .

7.5.33.b - HEMORRAGIA INTERNA

Sinais:

A hemorragia é resultante de um ferimento profundo com lesão de órgãos


internos. O sangue não aparece. A vítima apresenta:

- pulso fraco e rápido; - palidez intensa e mucosas


- pele fria; descoradas;
- sudorese; - sede;
- calafrios; - tonturas.

Providências:

- Manter o paciente deitado com a cabeça mais baixa que o corpo, exceto
quando houver suspeita de derrame cerebral ou fratura de crânio, quando a
cabeça deverá ser mantida levantada.
- aplicar compressa gelada ou saco de gelo onde a vítima foi atingida -
possível local da hemorragia;
- agir como se fosse um estado de choque.

MUITO IMPORTANTE: PROCURE O MÉDICO IMEDIATAMENTE.


NÃO PERCA TEMPO!

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7.5.33.c - HEMORRAGIA DOS PULMÕES (Hemoptise)

Depois de um acesso de tosse o sangue sai pela boca em golfadas e é de cor


vermelha rutilante e espumoso .

Providências:

- Coloque a vítima em repouso com a cabeça mais baixa que o corpo;


- mantenha-a tranqüila;
- procure o médico imediatamente .

7.5.33.d - HEMORRAGIA DO ESTÔMAGO (Hematêmese)

A vítima apresenta, antes da perda de sangue, enjôo, náuseas, palidez


acentuada, sudorese, vômito de sangue vivo ou escuro tipo “borra de café” e com
restos alimentares.

Providências:

- Mantenha a vítima deitada sem travesseiro, em repouso;


- aplique saco de gelo ou compressa fria sobre o estômago;
- remova imediatamente a vítima para o hospital mais próximo;

IMPORTANTE: NÃO DÊ LÍQUIDOS!

7.5.33.e - HEMORRAGIA NASAL (Epistaxe)

Providências:

- Sente a vítima com a cabeça para trás e aperte-lhe as


narinas durante 5 minutos ;
- se a hemorragia não ceder, coloque um tampão de
gaze dentro da narina e uma compressa gelada ou saco de
gelo sobre o nariz;
- procure o médico, caso não consiga estancar o
sangramento.

IMPORTANTE : Algumas doenças podem causar hemorragia nasal.


CONSULTE O MÉDICO.

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79
6.5.33.f - HEMORRAGIA DENTÁRIA

Providências:

- Coloque no local que sangra um lenço enrolado ou um pequeno rolo de


atadura de gaze, apertando-o fortemente com as arcadas dentárias durante,
aproximadamente, 30 minutos;
- procure o dentista, se necessário.

6.5.34 - QUEIMADURAS

São quaisquer lesões decorrentes da ação do calor ou emanações


radioativas. Exemplos:

- contato direto com chama ou brasa ou fogo;


- vapores quentes;
- líquidos em ebulição;
- sólidos superaquecidos ou incandescentes;
- substâncias químicas (ácidos, soda cáustica, fenol, nafta, etc.);
- emanações radioativas;
- radiações infravermelhas e ultravioletas (em aparelhos, laboratórios ou
devido ao excesso de raios solares);
- eletricidade;
- frio excessivo.

Classificação das Queimaduras:

As queimaduras externas classificam-se em:


- superficiais , quando atingem algumas camadas da pele;
- profundas , quando há destruição total da pele.

Classificação em graus:

1º GRAU - lesão das camadas superficiais da pele, com:


- vermelhidão;
- dor local suportável.
Exemplo: aquelas causadas pelos raios solares.

2º GRAU - lesão das camadas mais profundas da pele, com:


- vermelhidão;
- formação de bolhas;
- desprendimento de camadas da pele;
- dor e ardência locais, de intensidade variável.

3º GRAU - lesão de todas as camadas da pele, comprometendo os tecidos mais


profundos.
- comprometimento de tecidos mais profundos, até o osso.

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80
O mesmo acidentado pode apresentar Queimaduras de 1º, 2º e 3º graus.

IMPORTANTE: O RISCO DE VIDA não está no grau da queimadura, e sim, na


EXTENSÃO da superfície atingida, devido ao ESTADO DE CHOQUE e à maior
possibilidade de INFECÇÃO.
QUANTO MAIOR A ÁREA QUEIMADA, MAIS GRAVE É O CASO.

Avaliação da Área Queimada:

Use a "regra dos nove":


Cabeça – 9% da superfície do corpo
Pescoço – 1%
Membro superior esquerdo - 9%
Membro superior direito - 9%
Tórax, abdômen e genitais (frente) -18%
Tórax e região lombar (costas) - 18%
Membro inferior esquerdo – 18%
Membro inferior direito – 18%

Providências:

• NA PEQUENA QUEIMADURA – atinge menos de 10 %


de área queimada;

A - Se Queimadura Térmica (líquidos quentes, fogo,


vapor, raios solares):

- lave com água a pequena área queimada;


- tome uma das 3 providências seguintes:

a) coloque sobre a queimadura uma gaze ou pano limpo embebida em


solução de bicarbonato de sódio, enfaixando frouxamente, ou
b) pincele a queimadura com uma substância antisséptica
(mertiolate), cobrindo com gaze ou pano limpo, ou
c) passe vaselina esterilizada na parte queimada e cubra com gaze ou
pano limpo.

B - Se Queimadura Química (por


agentes químicos):

- lave imediatamente a área


queimada com bastante água, de modo
lento e continuo, durante 15 minutos,
em caso de substância corrosiva ou
irritante ;
- cubra com gaze ou pano limpo.
- procure o médico .

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81
• NA GRANDE QUEIMADURA – atinge mais de 10 % de área queimada.

A - Se Queimadura Térmica:

- Deite a vítima;
- coloque a cabeça e o tórax da vítima em plano inferior ao resto do corpo,
levantando-lhe as pernas, se possível;
- se a vítima estiver consciente , dê-lhe líquidos para beber: água, chá,
sucos. Nunca dê bebidas alcoólicas ;
- administre uma medicação contra dor que seja de seu conhecimento;
- evite a contaminação , colocando um pano limpo sobre a superfície
queimada;
- remova imediatamente a vítima para o hospital mais próximo.

B - Se Queimadura Química:

- lave imediatamente a área queimada com bastante água, de modo lento


e continuo, durante 15 minutos;
- aplique jatos de água enquanto retira as roupas da vítima;
- proceda como nas queimaduras térmicas, evitando o estado de choque e
a dor ;

IMPORTANTE: NÃO PERCA TEMPO!


NÃO aplique ungüentos, graxas, bicarbonato de sódio ou outras
substâncias em queimaduras externas.
EVITE tocar a área queimada.
NÃO retire corpos estranhos ou graxas ou lesões.
NÃO fure as bolhas (flictenas) existentes.

7.5.35 - INSOLAÇÃO

É uma perturbação devida à exposição direta e prolongada do indivíduo


aos raios solares.

Sinais:

- Pele quente e avermelhada;


- pulso rápido e forte;
- dor de cabeça acentuada;
- sede intensa;
- temperatura do corpo elevada;
- dificuldade respiratória;
- inconsciência.

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82
Providências:

- Remova a vítima para lugar fresco e arejado;


- retire-lhe as roupas;
- mantenha o acidentado em repouso e recostado;
- aplique compressa gelada, saco de gelo ou banho frio, se possível;
- inicie a respiração de socorro, em caso de parada respiratória;
- execute a massagem cardíaca externa, associada à respiração de socorro,
caso a vítima apresente ausência de pulso e dilatação das pupilas;

IMPORTANTE: Remova IMEDIATAMENTE a vítima para o hospital mais


próximo.
BAIXAR a temperatura do corpo de MODO PROGRESSIVO , vem a ser uma das
principais medidas de socorro à vítima de INSOLAÇÃO.

7.5.36 - INTERMAÇÃO

Perturbação do organismo causada por excessivo calor em locais úmidos e


não arejados (padarias, fundições, caldeiras, etc.).

Sinais:

- Dor de cabeça e náuseas;


- palidez acentuada;
- transpiração excessiva;
- pulso rápido e fraco;
- temperatura do corpo normal ou ligeiramente febril;
- cãibra no abdômen ou nas pernas;
- inconsciência.

Providências:

- Remova a vítima para lugar fresco e arejado;


- retire-lhe as roupas;
- mantenha a vítima deitada, com a cabeça mais baixa que o resto do
corpo;
- inicie a respiração de socorro, em caso de parada respiratória;
- execute a massagem cardíaca externa, associada à respiração de socorro,
caso a vítima apresente ausência de pulso e dilatação das pupilas;
- procure o médico.

7.5.37 - CONGELAMENTO

Perturbação do organismo pelo excesso de exposição ao frio, atingindo,


geralmente, as extremidades do corpo.

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83
Sinais:

- Pele arroxeada, seguida de palidez e coloração cinza-amarelada;


- dormência das extremidades;
- dor local que desaparece progressivamente pela ação anestésica do frio;
- inchação;
- bolhas que aparecem de 12 a 24 horas após a exposição ao frio;
- perturbação visual;
- inconsciência.

Providências:

- Aqueça a vítima, utilizando-se de cobertores, casacos, saco de água


quente ou outro material disponível;
- assim que houver melhora da parte lesionada solicite ao acidentado que
movimente os dedos das mãos e dos pés;
- dê uma bebida quente: leite, chá ou café, se a vítima estiver consciente;
- procure o médico.

7.5.38 - ENVENENAMENTOS

Venenos são substâncias que, em contato com o organismo, causam


transtornos que perturbam e lesam a saúde, podendo ocasionar a morte.

Os venenos penetram no organismo com mais freqüência, pela boca, vias


respiratórias (por inalação) e por via cutânea (pele).

Sinais:

Dependendo da natureza e da quantidade de veneno, a vítima pode


apresentar:

- Alteração do hálito (cheiro da substância ingerida ou inalada);


- mudança de cor dos lábios e da língua;
- dor intensa;
- salivação abundante;
- náusea e vômito, podendo este ser sanguinolento:
- tosse e dificuldade respiratória;
- alteração do ritmo do pulso;
- dor de cabeça;
- excitação, convulsão, sonolência e inconsciência:
- sinais de estado de choque;
- parada respiratória;
- parada cardíaca.

Providências:

- Remova a vítima para lugar arejado, se o veneno foi inalado ;


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84
- Desobstrua a boca e a garganta da vítima, retirando corpos estranhos e
secreção;
- Inicie a respiração de socorro, em caso de parada respiratória, pelo
método boca-a-boca ou Silvester , nos casos em que o primeiro não possa ser
aplicado (ácido muriático, ácido sulfúrico, ácido clorídrico, soda cáustica,
potassa, lisol, cianuretos e outros);
- faça a massagem cardíaca associada à respiração de socorro se a vítima
apresentar ausência de pulso e pupilas dilatadas;
- mantenha a vítima em repouso;
- evite o estado de choque ;
- retire-lhe as roupas, se encharcadas com a substância venenosa e lave a
vítima com bastante água:
- provoque o vômito, se o veneno foi ingerido , fazendo a vítima beber 3 a 4
copos de água morna ou água de sabão;
- toque com o dedo ou com o cabo de uma colher a garganta da vítima para
despertar o reflexo do vômito;
- repita a manobra várias vezes, até a chegada do médico ou até que o
líquido vomitado saia límpido;
- faça a vítima ingerir, se possível, claras de ovos batidas com água (um
litro d’água para 4 claras), ou uma mistura de água e farinha de trigo, na
proporção de 4 colheres de sopa para 1 litro d'água, enquanto aguarda o socorro
médico;
- proteja a cabeça do envenenado, quando em convulsão;
- remova imediatamente a vítima para o hospital;
- entregue ao médico ou à autoridade policial local, frascos ou caixas de
remédios ou outra substância qualquer encontrados junto à vítima.

IMPORTANTE: NÃO provoque o VÔMITO em caso de INCONSCIÊNCIA , de


CONVULSÃO ou de INGESTÃO de substâncias CORROSIVAS ou IRRITANTES
(ácido sulfúrico, ácido clorídrico, soda cáustica, água sanitária, etc.)

NÃO dê substância oleosa.


NÃO dê bebida alcoólica ao envenenado.

NÃO PERCA TEMPO!


EVITE que o VENENO seja absorvido pelo organismo.

7.5.39 - ACIDENTES PROVOCADOS POR ANIMAIS RAIVOSOS

A raiva ou hidrofobia é uma doença contagiosa e grave que ataca o


homem e animais. É transmitida por um vírus, eliminado através da saliva do
animal contaminado, que penetra no organismo por ocasião da mordedura ou
arranhão da pele.

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85
O aparecimento dos sinais da doença oscila entre 10 dias e meses. Esse
período será mais curto quanto mais profundo e próximo à cabeça for o
ferimento.

Sinais:

- Febre;
- dor de cabeça;
- vômito;
- nervosismo e agitação;
- salivação abundante;
- excitação aos estímulos do meio-ambiente: luz, vento, ruído, etc.;
- aversão à água.

Providências:

- lave imediatamente a ferida com bastante água e sabão;


- aplique mertiolate, mercúrio cromo ou outro antisséptico na área lesada;
- encaminhe o acidentado a um serviço especializado ou centro de saúde
mais próximo.

IMPORTANTE: A RAIVA é doença INCURÁVEL após o aparecimento de seus


primeiros sintomas.
A RAIVA PODE e DEVE ser PREVENIDA.
VACINE O SEU ANIMAL DOMÉSTICO!
TODO o acidentado por mordida de animal, VACINADO ou NÃO, DEVE ser
examinado pelo MÉDICO.
NÃO mate o animal agressor, conserve-o preso e em observação.

7.5.40 - ACIDENTES PROVOCADOS POR ANIMAL PEÇONHENTO (Cobra)

As cobras peçonhentas (venenosas) apresentam características que as


distinguem das não peçonhentas (não venenosas).

PEÇONHENTAS:

Cabeça chata, triangular, bem


destacada do corpo, coberta de
escamas pequenas semelhantes às do
corpo.
Olhos pequenos, com pupila em
fenda vertical e fosseta lacrimal entre
os olhos e as narinas.

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86
Escamas do corpo alongadas,
pontudas, imbricadas, com carena
mediana, dando ao tato uma
impressão de aspereza.
Cauda curta, afinada
bruscamente.

Quando perseguidas, tomam atitude de ataque, enrodilhando-se.


Hábitos noturnos.
Movimentos vagarosos.
Ovovivíparas - dão à luz filhotes vivos.

NÃO PEÇONHENTAS:

Cabeça estreita, alongada, mal destacada do corpo, com placas poligonais,


em vez de escamas.
Olhos grandes, com pupila circular, fosseta lacrimal ausente.

Escamas achatadas, sem carena dando ao tato um impressão de liso,


escorregadio.
Cauda longa, afinando-se gradualmente.
Quando perseguidas, fogem.
Hábitos diurnos.
Movimentos rápidos.
Ovíparas - põem ovos para incubar.

IMPORTANTE: A COBRA CORAL , apesar de VENENOSA, é uma exceção. Ela


apresenta: cabeça pequena, alongada e não destacada do corpo;
AUSÊNCIA de fosseta lacrimal.

A marca deixada pela picada, o


aspecto da área atingida e as queixas da
vítima, auxiliam na identificação da
cobra.

Sinais:

7.5.40.a - PICADA POR CASCAVEL

- Dor intensa local, logo após a picada, que desaparece em seguida;


- ausência de alterações no local da picada;

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- pálpebras caídas, perturbação visual, testa franzida e dificuldade de
movimentação dos olhos;
- são sinais que surgem uma hora após o acidente;
- urina escura, tipo "coca-cola" e escassa.

7.5.40.b - PICADA POR JARARACA, CAIÇACA, COTIARA, URUTU, JARARACUÇU

- Dor intensa local e persistente;


- área atingida apresentando: inchação volumosa, vermelhidão, manchas
arroxeadas, bolhas, pequenos pontos de hemorragia;
- urina sanguinolenta.

7.5.40.c - PICADA DE SURUCUCU PICO-DE-JACA

O aspecto da área atingida é semelhante ao provocado pela picada de


jararaca.

As perturbações oculares e visuais são semelhantes às causadas pela


cascavel.

A intoxicação é gravíssima, não só pelos efeitos do veneno, como pela


grande quantidade de peçonha inoculada.

7.5.40.d - PICADA POR CORAL

- Ausência de alterações no local da lesão;


- dor generalizada;
- mal-estar intenso, perturbação visual, cansaço, salivação grossa,
dificuldade de engolir e de articular palavras, torpor e paralisia.

Providências;

- Manter a vítima em repouso absoluto;


- procurar eliminar o veneno rapidamente;
- extrair a maior quantidade possível de sangue ou serosidade,
espremendo o ferimento;

- perfurar a área atingida, usando alfinete, espinho, agulha ou outro objeto


pontiagudo, para facilitar o sangramento;

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- sugar o ferimento várias vezes, desde que não tenha ulceras na boca
ou dentes estragados;
- aplicar as medidas acima recomendadas nos primeiros minutos após o
acidente;
- evitar o estado de choque;
- remover imediatamente a vítima para o hospital.

IMPORTANTE: Todo o acidente provocado por picada de cobra venenosa EXIGE


a aplicação de soro ESPECÍFICO, na QUANTIDADE ADEQUADA
e no TEMPO IDEAL.

Soros Específicos:

Anticrotálico - cascavel
Antilaquésico - surucucu
Antibotrópico – jararaca, jararacuçu,
urutu, caiçaca, cotiara
Antielapídico - corais

No caso de acidente causado por cobra


não identificada, ou na falta de soro
específico, use o soro antiofídico polivalente.

Levar a cobra para ser identificada facilita a escolha do tratamento.

IMPORTANTE: NÃO aplique garrote.


NÃO perca tempo fazendo curativos ou qualquer tratamento caseiro.
NÃO ANDE SEM BOTAS NEM TOQUE COM AS MÃOS em lugares onde possa
ser atacado por cobras.

7.5.41 - ARANHA

O perigo da picada de aranha depende de sua agressividade e do tipo de


veneno.
São muitas as espécies de aranhas venenosas. Dentre estas, destacam-se:
a aranha-armadeira, a viúva-negra, a tarântula e a aranha-marrom.

Sinais:

A vítima pode apresentar:

- Dor intensa local, que se irradia com dormência;


- tristeza;
- cãibras;
- contratura muscular

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89

- transpiração abundante;
- pulso rápido;
- salivação intensa;
- dificuldade ou parada respiratória;
- parada cardíaca e morte (geralmente em crianças).
ou
- dor discreta no local da picada;
- reação da pele com erupção, inchação volumosa e manchas arroxeadas.

Providências:

- Mantenha a vítima em repouso;


- aplique compressas de álcool com gotas de amônia e saco de gelo no local;
- administre uma medicação contra dor que seja do seu conhecimento, se
necessário;
- inicie a respiração de socorro, em caso de parada respiratória;
- execute a massagem cardíaca, associada à respiração de socorro, se a
vítima apresentar ausência de pulso e dilatação das pupilas;
- procure imediatamente o médico.

IMPORTANTE: A aplicação do soro específico é de responsabilidade médica.

7.5.42 – ABELHA, MARIMBONDO E OUTROS INSETOS

A picada de insetos, em regra, não causa problemas, mas pode tornar-se


perigosa quando forem múltiplas em locais sensíveis: face, pálpebra, língua,
pescoço, etc.

Há pessoas alérgicas que sofrem devido às picadas de insetos. Tais pessoas


devem receber tratamento médico imediato, pois uma picada de inseto pode ser
um risco de vida para uma pessoa sensível.

Sinais:

- Dor intensa no local;


- inchação;
- vermelhidão.

Em casos graves, a vítima pode apresentar dificuldade respiratória,


chegando à asfixia e até ao estado de choque.

Providências:

- Retire os ferrões do inseto, com uma pinça, agulha ou tesourinha;


- esprema o local da picada para fazer sair o veneno;
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90

- aplique compressas de álcool com gotas de amônia e saco de gelo;


- procure médico, se necessário.

7.5.43 – ESCORPIÃO, LACRAIA E CENTOPÉIA

Embora a picada destes animais não seja, geralmente, um acidente grave


no adulto sadio, em crianças e pessoas idosas ela pode ser mortal.

Sinais:

- Dor repentina, intensa e propagada;


- dormência na área atingida;
- inchação local;
- transpiração abundante;
- salivação em excesso;
- náuseas e vômitos;
- sonolência;
- dificuldade respiratória, inconsciência e morte - nos casos graves.

Providências:

- Manter a vítima em repouso;


- aplicar compressas de álcool ou de gelo no local do ferimento;
- administrar uma medicação contra dor que seja de seu conhecimento;
- remova imediatamente a vítima para o hospital.

IMPORTANTE: A aplicação do soro específico deve ser iniciada na primeira hora


da picada.

7.5.44 - MEDUSA E ÁGUA-VIVA

Sinais:

- Dor intensa;
- vermelhidão local;
- inchação, com ou sem bolhas;
- coceira;
- náuseas e vômitos;
- cãibras;
- dificuldade respiratória;
- parada cardíaca e morte.

Providências:

- Retire imediatamente a vítima da água;

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- derrame sobre a região álcool metílico ou aplique compressas de álcool
com gotas de amônia, a fim de que os espinhos aderentes à pele se retraiam,
facilitando sua remoção com a pinça;
- administre uma medicação contra dor e um comprimido antialérgico que
seja do seu conhecimento;
- evite o estado de choque;
- inicie a respiração de socorro, em caso de parada respiratória;
- execute a massagem cardíaca, associada à respiração de socorro, se a
vítima apresenta ausência de pulso e dilatação das pupilas;
- remova imediatamente a vítima para o hospital.

7.5.45 - PERTURBAÇÃO MENTAL

Sinais:

O doente pode apresentar:


- inquietação; - alucinações (ouve vozes);
- agressividade; - depressão (tristeza profunda);
- irritabilidade; - gosto pelo isolamento;
- insubordinação: - atitudes extravagantes;
- insônia; - idéias de suicídio;
- idéias de perseguição; - crises de choro.
- idéias de grandeza;

Providências:

- Trate o doente com respeito e paciência, seja qual for o seu


comportamento;
- Desvie a atenção do doente de tudo que possa ser prejudicial;
- tente localizar um parente ou pessoa amiga que possa responsabilizar-se
pelo doente;
- Seja firme em suas decisões. Somente tome atitude de imobilizar o
doente se ele estiver na iminência de causar danos a si ou a outras pessoas;
- solicite a alguém que chame imediatamente um médico ou serviço
especializado de urgência.

7.5.46 - ACIDENTES OCULARES

7.5.46.a - CORPOS ESTRANHOS

Partículas de poeira, limalhas de ferro, fragmentos de vidro, cílios e


pequenos insetos, podem atingir o globo ocular, danificando-o ou não.

Sinais:

- Lacrimejamento; - dor local;


- ardência; - vermelhidão;
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92
Providências:

- Faça a vítima fechar os olhos para permitir que as lágrimas lavem e


removam o corpo estranho.

NÃO esfregue os olhos.

7.5.46.a.I - CORPO ESTRANHO MÓVEL

- Faça a vítima fechar os olhos para permitir que as


lágrimas lavem e removam o corpo estranho;
Se o processo falhar:
- pegue a pálpebra superior e puxe para baixo, sobre a
pálpebra inferior, para deslocar a partícula;
- irrigue o olho com água limpa, de preferência usando
conta-gotas;
- peça à vitima para pestanejar;
Se, ainda, assim, não resolver:
- puxe para baixo a pálpebra inferior, revirando para
cima a pálpebra superior, conforme ilustração;
- descoberto o corpo estranho, tente retirá-lo com
cuidado, tocando-o de leve com a ponta úmida de um lenço
limpo.

Se o cisco estiver sobre o globo ocular, não tente retirá-lo. coloque


uma compressa ou pano limpo e leve a vítima ao médico.

7.5.46.a.II - CORPO ESTRANHO FIXO

- Proteja o olho afetado com uma gaze ou pano limpo e encaminhe a vítima
ao médico ou a um serviço especializado.

IMPORTANTE: NÃO insista na remoção de um corpo estranho quando as


medidas tomadas acima não foram satisfatórias; provavelmente se trata de
CORPO ESTRANHO ENCRAVADO no globo ocular.

7.5.46.b - QUEIMADURAS

7.5.46.b.I - POR SUBSTÂNCIAS CORROSIVAS

Ácidos, soda cáustica, cal, cimento e outras substâncias irritantes podem


ocasionar lesões graves do globo ocular.
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Providências:

- lave com bastante água, ou se possível, com


soro fisiológico, de modo lento e continuo, durante
10 a 15 minutos;
- proteja os olhos atingidos com um pano
limpo ou uma gaze;
- remova imediatamente o acidentado para
um hospital ou serviço especializado.

7.5.46.b.II - POR RADIAÇÕES (olho do arco voltaico,


olho do soldador, cegueira da neve)

Sinais:

Nesses casos as perturbações só se


manifestam horas após a exposição aos raios.
Geralmente ocorre:

- dor violenta local;


- ardência;
- lacrimejamento;
- vermelhidão dos olhos;
- intolerância à claridade.

Providências:

- Aplique compressas de água gelada sobre os olhos;


- remova imediatamente a vítima para o hospital mais próximo ou serviço
especializado.

IMPORTANTE: A compressa gelada alivia a dor e protege os olhos da claridade.

7.5.46.b.III - CONTUSÕES E FERIMENTOS

Lesões aparentemente sem gravidade podem comprometer toda a estrutura


do olho.

Providências:

- Faça um curativo protetor, sem comprimir a região afetada;


- encaminhe o acidentado ao médico ou a um serviço especializado.

IMPORTANTE: NÃO aplique colírios ou pomadas sem indicação médica.

O USO correto dos óculos de segurança PREVINE ACIDENTES.

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7.5.47 - CORPOS ESTRANHOS

7.5.47.a - NO OUVIDO

Grão de cereais, contas, botões e pequenos insetos podem penetrar ou


serem introduzidos no ouvido.

Providências:

PENETRAÇÃO DE PEQUENOS INSETOS

- Deite a vítima de lado com o ouvido afetado voltado para cima;


- coloque no ouvido 4 gotas de óleo de cozinha;
- mantenha a vítima na mesma posição por 5 a 10 minutos;
- coloque a vítima em posição oposta, facilitando assim o escoamento do
óleo e, provavelmente, a saída do inseto;
- procure o médico, se necessário.

INTRODUÇÃO DE PEQUENOS OBJETOS

- Tente removê-los inclinando a cabeça da vítima para baixo e para o lado


do ouvido afetado;
- solicite que a vítima execute com firmeza pequenos saltos a fim de
provocar a saída do corpo estranho;
- procure o médico, se necessário.

IMPORTANTE: NÃO use qualquer objeto como: pinças, palitos,


arames, grampos, etc.

7.5.47.b - NO NARIZ

Providências:

- Encha os pulmões de ar pela boca;


- comprima com o dedo a narina não obstruída;
- com a boca fechada, tente expulsar o ar dos pulmões através da narina
obstruída;
- procure o médico, caso o corpo estranho não seja eliminado com esta
manobra.

IMPORTANTE: NÃO use qualquer objeto como: pinças, palitos,


arames, grampos, etc.

7.5.47.c - NA GARGANTA

Moedas, dentes postiços, espinhas de peixe e outros objetos podem ficar


presos à garganta.

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Providências:

- Tente remover o corpo estranho com os dedos, cuidadosamente;


- provoque o vômito, tocando com os dedos levemente na garganta;
- incline a vítima para frente e para baixo, batendo firmemente com a mão
aberta em suas costas.

Se criança, segure-a pelos pés, com a cabeça para baixo, batendo-lhe nas
costas;
- inicie a respiração de socorro, em caso de parada respiratória;
- execute a massagem cardíaca, se a vítima apresenta ausência de pulso e
pupilas dilatadas;
- remova a vítima para o hospital mais próximo, se necessário.

7.5.48 - DORES DE OUVIDO

Providências:

- levante a cabeça da paciente colocando-a sobre vários travesseiros.


- coloque um saco de água quente ou almofada térmica sobre o ouvido
afetado.

PROCURE O MÉDICO.
O tratamento adequado exige diagnóstico seguro, que só o médico pode dar.

IMPORTANTE: NÃO deixe o doente assoar o nariz com força nem fechando uma
das narinas. NÃO use gotas, ungüentos ou óleos aquecidos no ouvido, a não ser
que seja receitado pelo médico. DÊ um analgésico comum se tiver à mão.

7.5.49 - DORES DE DENTE

1. Causada por Cáries:

- limpe a cavidade com uma mecha de algodão enrolada num palito;


- encha a cavidade com "cera para dor de dente" e cubra-a com algodão.

NÃO DEIXE A CERA TOCAR NA LÍNGUA OU NAS GENGIVAS:


PODE QUEIMAR.

Outras Causas: (gengivas, maxilares, etc.)

- use um saco de água quente ou de gelo, sobre o rosto, no lado que estiver
dolorido.
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96
Em qualquer coso:

- tomar um analgésico comum traz alívio provisório.

PROCURE O DENTISTA O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL.

7.5.50 - PARTO SÚBITO

Embora o parto seja um ato natural, chame um médico e providencie


transporte para um hospital.

Existem, todavia, alguns pontos que devem ser lembrados, caso uma
pessoa se encontre diante da emergência de um parto e tenha que prestar
auxílios à parturiente, por falta de recursos médicos próximos ou por não ter
condições de transportá-la a um hospital.

Providências:

- Deixe a natureza agir. Seja paciente. Espere até que a criança nasça.
- Lave as mãos. Conserve limpo tudo o que cerca a parturiente.
- Durante o parto apenas ampare o corpinho dá criança que nasce.
- Após nascida, proteja a criança, evitando contato com locais sujos ou
chão frio e úmido. Mantenha-a com a cabeça ligeiramente abaixada.
- Cubra o recém-nascido a fim de mantê-lo aquecido.
- Caso o bebê não esteja respirando, limpe-lhe rapidamente a boca e o
nariz. Coloque-o de cabeça para baixo para facilitar a saída de secreções. Se não
respirar, aplique a respiração boca-a-boca. Aja com delicadeza.
- Ferva uma tesoura ou limpe-a com álcool. Faça o mesmo com um
barbante ou linha grossa.
- Amarre o barbante ou linha grossa em volte do cordão
umbilical, a cerca de 5 cm do bebê (quatro dedos) para
interromper a circulação sangüínea no cordão. A seguir,
amarre um outro barbante em volta do cordão umbilical, a
cerca de 10 cm do bebê. Entre os dois nós deve haver uma
distância de 5 cm.
- Corte o cordão umbilical, entre os dois barbantes,
usando a tesoura limpa.
- Mantenha mãe e filho agasalhados.
- Segure a criança com cuidado e apenas o necessário.
- Afaste as pessoas do local.

IMPORTANTE: NÃO INTERFIRA no processo do parto.


NAO LAVE a película de cor esbranquiçada que cobre o corpo do
recém-nascido. Ela protege a pele.
NENHUMA MEDIDA deverá ser tomada com relação aos olhos, ouvidos, nariz
e boca do bebê. Deixe isso por conta do médico, da parteira ou da enfermeira.

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7.5.51 - REMOÇÃO DE ACIDENTADOS

A movimentação ou transporte da vítima do local do acidente para o


hospital é tarefa que requer do socorrista o máximo cuidado e correto
desempenho para não complicar as lesões existentes.

Antes da remoção:

- Tente controlar a hemorragia;


- Mantenha a respiração;
- Execute a massagem cardíaca, se necessário;
- Imobilize os pontos suspeitos de fraturas;
- Evite ou controle o estado de choque.

A MACA É O MELHOR MEIO DE TRANSPORTE

Pode-se fazer uma boa maca abotoando-se duas camisas ou um peletó em


duas varas ou bastões resistentes ou enrolando um cobertor, dobrado em três,
em volta de tubos de ferro ou bastões. Ou ainda, usando uma tábua larga, ou
porta.

Como levantar a vítima com segurança:

Se o ferido tiver que ser


levantado antes de um exame
para verificação das
lesões, cada parte de seu corpo
deve ser apoiada. O corpo tem
que ser mantido sempre em
linha reta, não devendo ser
curvado.

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Como puxar o ferido para local seguro:

Puxe a vítima pela direção da cabeça ou pelos pés. Nunca pelos lados.
Tenha o cuidado de certificar-se de que a cabeça está protegida

Como transportar a vítima:

Ao remover um ferido para um local onde possa ser usada a maca, adote o
método de uma, duas ou três pessoas para o transporte da vitima (conforme
ilustrações), dependendo do tipo e da gravidade da lesão, da ajuda disponível e do
local (escadas, paredes, passagens estreitas etc.).

Os métodos que empregam um ou dois socorristas são ideais para


transportar uma pessoa que esteja inconsciente devido a afogamento ou asfixia.
Todavia, não servem para carregar um ferido com suspeita de fraturas ou outras
lesões graves. Em tais casos, use sempre o método de três socorristas.

Empregue um dos métodos abaixo, conforme o caso:

1. Transporte de apoio
2. Transporte em "cadeirinha"
3. Transporte em cadeira
4. Transporte em braço
5. Transporte nas costas
6. Transporte pelas extremidades

Higiene e Segurança no Trabalho - Mário L. C. Almeida


99

Como levantar a vítima do chão sem auxílio de outra pessoa:

Como remover a vítima utilizando cobertor ou semelhante:

Como remover vítima com suspeita de fratura de coluna ou de bacia:

- Use uma superfície dura;


- solicite a ajuda de quatro pessoas para transferir o acidentado para a
maca;
- mova a vítima em bloco, todo o corpo ao mesmo tempo, evitando mexer,
em separado, a cabeça, o pescoço, o tronco, os braços e as pernas.

Higiene e Segurança no Trabalho - Mário L. C. Almeida


100
O transporte de acidentados em veículos também merece cuidados.

Oriente o motorista quanto a freadas bruscas e balanços contínuos que


poderão agravar o estado da vitima.

Lembre-se de que o excesso de velocidade, longe de apressar o salvamento


do acidentado, poderá causar novas vítimas.

Higiene e Segurança no Trabalho - Mário L. C. Almeida


ANEXO 1

SEGURANÇA NOS LABORATÓRIOS DE MECÂNICA

Em toda a profissão há riscos profissionais. A corrente elétrica é um risco


inerente aos serviços que envolvem a eletricidade mas nem por isso a energia
elétrica pode ser considerada uma condição insegura.

Nos nossos laboratórios de Mecânica existem algumas máquinas que


podem ser consideradas de risco.

Listamos, a seguir, algumas máquinas que lá estão, os acidentes mais


freqüentes que com elas possam acontecer e algumas recomendações para a
prevenção desses acidentes.

1 – ESMERIL: Máquina usada para fazer desbastes e afiação das arestas


cortantes de vários tipos de ferramentas.

ACIDENTES MAIS FREQÜENTES:

- Quebra do rebolo ocasionando ferimentos graves no operador.


- Lesões graves nas mãos do operador por segurar a ferramenta com
estopa ou pano.
- Queimaduras nas mãos do operador provocadas pelo não resfriamento
das ferramentas ou por fagulhas

PREVENÇÃO E RECOMENDAÇÕES:

- Utilização de máscaras e óculos de segurança.


- Verificar se o rebolo está com a proteção para evitar que fagulhas
atinjam o operador.
- Verificar se o batente de apoio se encontra a ± 2 mm da superfície do
rebolo para evitar o esmerilhamento do dedo.
- Verificar se o material do rebolo é compatível com o material a ser
esmerilhado.
- Não utilizar luvas ou estopa ou pano para segurar a peça.
- Desligar sempre a chave elétrica antes de fazer qualquer manutenção na
máquina.
- Não utilizar suporte para fixar a peça a ser esmerilhada.

2 – FRESADORA: Máquina usada para produzir rasgos em peças a serem


encaixadas, abrir dentes em engrenagens, etc.
102
ACIDENTES MAIS FREQÜENTES:

- Lançamento da peça mal presa atingindo gravemente o operador.


- A má fixação da fresa pode fazer com que esta se rompa, lançando-se
sobre o operador.
- Embaraçamento das partes da máquina com mangas de camisas
compridas, adornos (anéis, pulseiras e etc.), cabelos compridos.

PREVENÇÃO E RECOMENDAÇÕES:

- Utilização de máscaras e óculos de segurança.


- Verificar se as peças e a fresa estão bem presas.
- Verificar se o material da fresa é compatível com o material a ser
fresado.
- Como em toda a máquina rotativa, utilizar sempre roupa adequada ao
trabalho e retirar adornos que possam prender na máquina. O cabelo, se
comprido, deverá estar preso.
- Desligar sempre a chave elétrica antes de fazer qualquer manutenção na
máquina.

3 – FURADEIRA: Máquina usada para produzir furos circulares por meio de giro de
uma ferramenta de corte

ACIDENTES MAIS FREQÜENTES:

- Lançamento da peça por força radial atingindo gravemente o operador.


- Quebra ou entortamento da broca, ferindo o operador.
- Embaraçamento das partes da máquina com mangas de camisas
compridas, adornos (anéis, pulseiras e etc.), cabelos compridos.

PREVENÇÃO E RECOMENDAÇÕES:

- Utilização de máscaras e óculos de segurança.


- Verificar se as peças e a broca estão bem presas.
- Verificar se a broca está bem afiada.
- Verificar se o material da broca é compatível com o material a ser
perfurado.
- Como em toda a máquina rotativa, utilizar sempre roupa adequada ao
trabalho e retirar adornos que possam prender na máquina. O cabelo, se
comprido, deverá estar preso.
- Desligar sempre a chave elétrica antes de fazer qualquer manutenção na
máquina.

4 – SERRA OPERATRIZ: Usada para o fracionamento de materiais em pedaços.

ACIDENTES MAIS FREQÜENTES:

- Quebra da serra atingindo o operador.


- Perfuração dos dedos pelas engrenagens da máquina.
Higiene e Segurança no Trabalho - Mário L. C. Almeida
103

PREVENÇÃO E RECOMENDAÇÕES:

- Verificar o aperto da serra para evitar que ela se solte e quebre, ferindo o
operador.
- Proteger as engrenagens da máquina para que as mãos do operador nela
não se prendam.
- O material a ser serrado deve ser bem fixado para evitar que a serra se
quebre.
- Usar luvas para manusear o material a ser serrado.

5 – SOLDA OXI-ACETILENO: Usada para fundir duas ou mais peças entre si,
usando o oxigênio como comburente e o acetileno como combustível.

ACIDENTES MAIS FREQÜENTES:

- Intoxicação por inalação de gases e vapores provenientes do processo de


soldagem.
- Queimaduras na visão causadas por radiações e fagulhas.
- Superaquecimento das mangueiras, provocando vazamento e incêndio.
- Explosão da linha caso esta não esteja limpa.
- Queimaduras provocadas pelo mal-uso (desatenção).

PREVENÇÃO E RECOMENDAÇÕES:

- Armazenar corretamente o cilindro de gás.


- Fechar bem o cilindro logo ao terminar o serviço.
- Não permitir o contato do cilindro com fios energizados.
- Manter as mangueiras bem afastadas da área de soldagem.
- Fazer periodicamente a limpeza da linha.
- Utilizar o maçarico corretamente.
- Para trabalhos leves, de pequena duração, usar óculos com filtros. Em
trabalhos mais pesados usar óculos de concha dupla com perfeita
vedação contra fagulhas.
- O trabalho deve ser executado em local arejado.

6 – SOLDA ELÉTRICA: Equipamento usado para unir duas ou mais peças entre si,
com ou sem adição de material, de modo a formar uma junção através do processo
de eletrodo revestido.

ACIDENTES MAIS FREQÜENTES:

- Choque elétrico.
- Queimaduras na visão causadas por radiações ultravioleta e
infravermelha.
- Queimaduras por respingos de material fundido.
- Intoxicação por fumos e gases provenientes da queima.
- Quedas e tropeços em fios de grande comprimento.

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104
PREVENÇÃO E RECOMENDAÇÕES:

- Usar máscara de soldador, luvas, avental e perneiras de raspa e botinas


providas de biqueiras de aço.
- Ligar o equipamento à terra.
- Ligar o equipamento através de chave com fusíveis ou disjuntor.
- Verificar se todos os cabos condutores estão em perfeitas condições.
- Nunca colocar o porta-eletrodo sobre a peça ou sobre qualquer parte
ligada eletricamente ao circuito de soldagem.
- Não deixar os cabos condutores em áreas de circulação.
- Usar cabos com o menor comprimento possível.
- O trabalho deve ser executado em local bem ventilado.

7 – TORNO: Máquina usada para remover material da superfície de uma peça em


rotação com o auxílio de uma ferramenta de corte.

ACIDENTES MAIS FREQÜENTES:

- Desprendimento do cavaco atingindo o operador.


- Queimaduras provocadas pelos cavacos.
- Rompimento da peça a ser torneada atingindo o operador.
- Embaraçamento das partes da máquina com mangas de camisas
compridas, adornos (anéis, pulseiras e etc.), cabelos compridos, gravatas
de visitantes.
- Ferimentos nos pés causados por cavacos que caem da máquina.

PREVENÇÃO E RECOMENDAÇÕES:

- Utilização de máscaras e óculos de segurança.


- Uso de sapatos de couro.
- Utilizar sempre roupa adequada ao trabalho e retirar adornos que
possam prender na máquina. O cabelo, se comprido, deverá estar preso.
- Verificar se as ferramentas e a peça estão bem presas.
- Retirar a chave “T” da placa logo após fixar a peça.
- Usar a proteção coletiva da máquina para evitar o lançamento de
cavacos.
- Desligar sempre a chave elétrica antes de fazer qualquer manutenção na
máquina.

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Capa: Acidente de Trabalho – detalhe - (1944), de Eugênio de
Proença Sigaud.

SIGAUD, Eugênio de Proença, pintor, gravador, engenheiro e


arquiteto brasileiro. (Santo Antônio de Carangola, RJ, 1899 –
Rio de Janeiro, 1979).

Em 1936 obteve medalha de bronze no Salão Nacional


de Belas-Artes e em 1942 conquistou medalha de prata com o
seu trabalho A estátua e a rua, em encáustica.
Desde 1935 Sigaud veio aperfeiçoando seu processo de
pintura mural, tendo realizado de 1945 a 1957 vários
trabalhos, como o projeto de restauração, decoração
arquitetônica e vitrais da igreja de São Jorge (RJ); os painéis
murais da igreja de Jacarezinho (PR) e do salão nobre do
Sindicato dos Despachantes da Alfândega (RJ).
A partir de 1937 sua obra caracterizou-se por temas
inspirados na atividade do proletariado, em especial do
trabalhador da construção civil, como no seu quadro A torre de
concreto, pertencente ao acervo do Museu Nacional de Belas-
Artes.

Bibliografia

TELERJ. Primeiros Socorros. Telerj, 1974


Ribeiro Fº, Leonídio Francisco. Técnicas de Segurança do Trabalho. Cultura Editora, 1974
FINEP. Primeiros Socorros. Finep, 1979
PETROBRÁS. Primeiros Socorros. Petrobrás, 1979
PHILCO. Segurança no Trabalho. Philco, 1980
USU - Engenharia de Segurança do Trabalho - Conduta em Primeiros Socorros. USU, 1982
Lima, Sérgio de Assis. Organização e Segurança no Trabalho. ETER – Mecânica, 1997
Porto, João V. Organização e Segurança no Trabalho. ETER - Informática, 1998

Nossos agradecimentos aos instrutores Élio, Gérson, Joaquim, Nilo, Henrique e Raimundo, da
ETER, pela colaboração no Anexo 1

Rio de Janeiro, fevereiro de 2001


ÍNDICE

1 - HISTÓRICO................................................................................................................... 3

2 - ACIDENTES DO TRABALHO
2.1 - Acidentes do Trabalho .............................................................................................. 6
2.1.1 - Conceito Legal .................................................................................................... 6
2.1.2 - Conceito Prevencionista ...................................................................................... 6
2.1.3 - Casos considerados como Acidentes do Trabalho ................................................ 7
2.1.3.1 - Diferença entre Doença e Acidente do Trabalho .............................................. 9
2.2 – Causas dos Acidentes do Trabalho ........................................................................... 9
2.2.1 – Atos Inseguros .................................................................................................... 10
2.2.2 – Condições Inseguras ........................................................................................... 10
2.2.3 – Fator Pessoal de Insegurança ............................................................................. 11
2.3 - Conseqüências dos Acidentes do Trabalho ............................................................... 12
2.3.1 - Prejuízos imediatos para o Governo ..................................................................... 12
2.3.1.1 – A doença e o Acidente do Trabalho no contrato de experiência e no aviso
prévio ........................................................................................................ 16

3 – RISCOS AMBIENTAIS
3.1 – Agentes Ambientais ................................................................................................. 18
3.2 - Riscos Físicos .......................................................................................................... 19
3.2.1 - O Ruído .............................................................................................................. 19
3.2.2 - As Vibrações Mecânicas ...................................................................................... 19
3.2.3 - As Radiações Ionizantes e Não-ionizantes ............................................................ 19
3.2.4 - Temperaturas Extremas ...................................................................................... 20
3.2.5 - Pressões Anormais .............................................................................................. 20
3.3 - Riscos Químicos ....................................................................................................... 21
3.4 - Riscos Biológicos ...................................................................................................... 22
3.5 - Riscos Ergonômicos ................................................................................................. 23
3.6 - Riscos de Acidentes .................................................................................................. 23

4 – O SESMT, A CIPA E SUAS ATRIBUIÇÕES


4.1 – O SESMT, Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho ............................................................................................................... 25
4.2 - A CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes .............................................. 28
4.3 - O Mapa de Riscos .................................................................................................... 30
4.4 – O PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional ............................. 31
4.5 – PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais .............................................. 34
4.6 – Inspeção de Segurança ............................................................................................ 37
4.7 – Investigação de Acidentes ........................................................................................ 38

5 - E.P.I. – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL


5.1 – Definição ................................................................................................................. 40
5.2 - Exigências Legais feitas à Empresa e ao Empregado ................................................ 41
5.3 - Relação dos E.P.I.s mais comuns e sua utilização .................................................... 41
5.3.1 - Proteção para a Cabeça ...................................................................................... 41
5.3.2 – Proteção para os Membros Superiores ................................................................ 42
5.3.3 - Proteção para os Membros Inferiores ................................................................... 42
5.3.4 - Proteção contra Quedas com Diferença de Nível .................................................. 42
5.3.5 – Proteção Auditiva ............................................................................................... 42
5.3.6 - Proteção Respiratória .......................................................................................... 43
5.3.7 - Proteção para o Tronco ....................................................................................... 43
5.3.8 - Proteção para o Corpo Inteiro ............................................................................. 43
5.3.9 - Proteção para a Pele ........................................................................................... 43

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6 - PRINCÍPIOS BÁSICOS DA PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS
6.1 – A Combustão .......................................................................................................... 45
6.2 – Os Processos de Extinção ........................................................................................ 46
6.3 – As Classes de Incêndio e os Métodos de Combate ..................................................... 47
6.4 - Equipamentos de combate a incêndio ....................................................................... 48
6.4.1 – Os Extintores ..................................................................................................... 48
6.5 – Procedimentos básicos em caso de Incêndio ............................................................ 50
6.5.1 - Incêndios em que se está confinado a uma sala .................................................. 50
6.5.2 - Se a frigideira ou panela de frituras pegar fogo .................................................... 51
6.5.3 - Se a roupa de alguém pegar fogo ......................................................................... 51
6.5.4 - Incêndio num automóvel ..................................................................................... 51

7 - A CONDUTA EM PRIMEIROS SOCORROS


7.1 – Definição ................................................................................................................. 52
7.2 – A caixa, ou kit, de primeiros socorros ....................................................................... 52
7.3 – Primeiras noções para fins de diagnóstico ................................................................ 53
7.4 – Como agir em caso de acidentes ............................................................................... 54
7.5 – O que fazer em caso de ... ....................................................................................... 55
7.5.1 – Estado de Choque .............................................................................................. 55
7.5.2 – Desmaio ............................................................................................................. 56
7.5.3 – Parada Respiratória ............................................................................................ 56
7.5.4 – Método BOCA-A-BOCA (ADULTO) ....................................................................... 56
7.5.5 – Método BOCA-A-BOCA (CRIANÇAS PEQUENAS) ................................................. 57
7.5.6 – Método HOLGER-NIELSEN ................................................................................. 58
7.5.7 – Método de SILVESTER ........................................................................................ 59
7.5.8 – Parada Cardíaca (Massagem Cardíaca) ............................................................... 59
7.5.9 – Choque Elétrico .................................................................................................. 60
7.5.10 – Afogamento ...................................................................................................... 61
7.5.11 – Ataque Cardíaco ............................................................................................... 62
7.5.12 – Convulsão (Epilepsia) ....................................................................................... 63
7.5.13 – Ferimentos ....................................................................................................... 64
7.5.13.a - Ferimentos Leves ou Superficiais ................................................................. 64
7.5.13.b - Ferimentos Graves ...................................................................................... 64
7.5.13.b.I - No Abdômen: .......................................................................................... 65
7.5.13.b.II - No Tórax: ............................................................................................... 65
7.5.13.b.III - Na Cabeça: ............................................................................................ 65
7.5.14 – Bandagens ....................................................................................................... 66
7.5.15 – Contusão .......................................................................................................... 66
7.5.16 – Distensão Muscular .......................................................................................... 67
7.5.17 – Entorse ............................................................................................................ 67
7.5.18 – Luxação ou Deslocamento ................................................................................ 68
7.5.19 – Fraturas ........................................................................................................... 68
7.5.19.a - Fraturas Fechadas ....................................................................................... 68
7.5.19.b – Fraturas Expostas ....................................................................................... 69
7.5.20 – Fratura de Crânio ............................................................................................. 69
7.5.21 – Fratura da Espinha (Coluna Vertebral) .............................................................. 70
7.5.22 – Fratura de Costela ........................................................................................... 71
7.5.23 – Fratura de Bacia .............................................................................................. 71
7.5.24 – Fratura de Clavícula ........................................................................................ 72
7.5.25 – Fratura de Braço (Úmero) .................................................................................. 73
7.5.26 – Fratura de Antebraço (Rádio e Cúbito) ............................................................... 73
7.5.27 – Fratura de Punho e Mão .................................................................................. 73
7.5.28 – Fratura de Coxa (Fêmur) ................................................................................... 73
7.5.29 – Fratura de Rótula ........................................................................................... 74
7.5.30 – Fratura de Perna (Tíbia e Perônio) ..................................................................... 74
7.5.31 – Fratura de Tornozelo ....................................................................................... 75
7.5.32 – Fratura de Pé ................................................................................................... 75
7.5.33 – Hemorragia ....................................................................................................... 75
7.5.33.a – Hemorragia Externa ................................................................................... 75
7.5.33.b – Hemorragia Interna .................................................................................... 77
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7.5.33.c – Hemorragia dos Pulmões (Hemoptise) .......................................................... 78
7.5.33.d – Hemorragia do Estômago (Hematêmese) ...................................................... 78
7.5.33.e – Hemorragia Nasal (Epistaxe) ........................................................................ 78
7.5.33.f – Hemorragia Dentária .................................................................................. 79
7.5.34 – Queimaduras ................................................................................................... 79
7.5.35 – Insolação ......................................................................................................... 81
7.5.36 – Intermação ...................................................................................................... 82
7.5.37 – Congelamento .................................................................................................. 82
7.5.38 – Envenenamentos ............................................................................................. 83
7.5.39 – Acidentes provocados por animais raivosos ...................................................... 84
7.5.40 – Acidentes provocados por animal peçonhento (Cobra) ....................................... 85
7.5.40.a - Picada por Cascavel .................................................................................... 86
7.5.40.b - Picada por Jararaca, Caiçaca, Cotiara, Urutu, Jararacuçu .......................... 87
7.5.40.c - Picada de Surucucu Pico-de-jaca ................................................................ 87
7.5.40.d - Picada por Coral ......................................................................................... 87
7.5.41 – Aranha ............................................................................................................ 88
7.5.42 – Abelha, Marimbondo e outros insetos .............................................................. 89
7.5.43 – Escorpião, Lacraia e Centopéia ........................................................................ 90
7.5.44 – Medusa e Água-Viva ........................................................................................ 90
7.5.45 – Perturbação Mental ......................................................................................... 91
7.5.46 – Acidentes Oculares .......................................................................................... 91
7.5.46.a - Corpos Estranhos ....................................................................................... 91
7.5.46.a.I - Corpo estranho móvel ............................................................................. 92
7.5.46.a.II - Corpo estranho fixo ............................................................................... 92
7.5.46.b – Queimaduras ............................................................................................. 92
7.5.46.b.I - Por substâncias corrosivas ...................................................................... 92
7.5.46.b.II - Por Radiações
(olho do arco voltaico, olho do soldador, cegueira da neve) ...................... 93
7.5.46.B.III - Contusões e Ferimentos ....................................................................... 93
7.5.47 – Corpos Estranhos ............................................................................................ 94
7.5.47.a - No Ouvido .................................................................................................. 94
7.5.47.b - No Nariz ..................................................................................................... 94
7.5.47.c - Na Garganta ............................................................................................... 94
7.5.48 – Dores de Ouvido .............................................................................................. 95
7.5.49 – Dores de Dente ................................................................................................ 95
7.5.50 – Parto Súbito .................................................................................................... 96
7.5.51 – Remoção de Acidentados ................................................................................. 97

ANEXO 1 – SEGURANÇA NOS LABORATÓRIOS DE MECÂNICA


1 – ESMERIL ................................................................................................................... 101
2 – FRESADORA ............................................................................................................. 101
3 – FURADEIRA .............................................................................................................. 102
4 – SERRA OPERATRIZ ................................................................................................... 102
5 – SOLDA OXI-ACETILENO ............................................................................................ 103
6 – SOLDA ELÉTRICA ..................................................................................................... 103
7 – TORNO ...................................................................................................................... 104

Bibliografia 105

Tabelas e Formulários
Formulário de Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT ........................................... 17
Classificação dos principais Riscos Ocupacionais ............................................................ 24
Quadro de dimensionamento do SESMT .......................................................................... 27
Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente ............................................... 44

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