Você está na página 1de 58

Saúde e Segurança no Trabalho

Autor
Marcelo Martins
Autor revisor
Cristiano Silveira Ribeiro
Videoaula - Acidentes de trabalho e a eficácia organizacional

Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link:
"https://player.vimeo.com/video/778133858".
Introdução
No ambiente de produção, onde o risco e a interação do trabalhador com os processos são
presentes, a saúde e a segurança no trabalho têm se tornado cada vez mais importantes, uma vez
que, além do processo produtivo, é necessário cuidar para que os trabalhadores desempenhem as
suas atividades de forma segura, sem a ocorrência de acidentes que levam a lesões e situações
causadoras de doenças.

Considerando, portanto, o tema segurança e saúde ocupacional, inicialmente, será


contextualizado o ambiente de saúde e segurança do trabalhador nas empresas, evidenciando os
conceitos de saúde e segurança no trabalho e destacando a atuação das partes envolvidas com o
tema no meio ambiente de produção.

Serão identificadas as principais legislações aplicáveis, com destaque às leis trabalhistas e


previdenciárias, abordando um pouco das questões judiciais relacionadas à segurança e saúde do
trabalhador. A abordagem sobre prevenção de acidentes no trabalho envolverá conceitos sobre
acidentes, hierarquia de controle e atuação do trabalhador nas operações, bem como a higiene no
trabalho, a área da saúde e da segurança, que envolve o estudo das principais influências na
saúde do trabalhador detalhando mais sobre os agentes de riscos: físicos, químicos, biológicos,
ergonômicos e de acidente.

Será realizada abordagem da proteção nas operações perigosas detalhando os principais agentes
de periculosidade e os procedimentos de resposta à emergência. Por fim, abordaremos os
principais Sistemas de gestão de Saúde e Segurança no Trabalho.
Videoaula - Introdução à segurança e saúde ocupacional

Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link:
"https://player.vimeo.com/video/675976239".
1 Contexto e conceitos de saúde e segurança do trabalho

1.1 A história da saúde e segurança do trabalhador nas empresas

O tema saúde e segurança do trabalhador nas empresas não são temas novos, pois é possível
verificar registros de cuidados e proteção à vida e segurança no trabalho desde os primórdios.

O médico e filósofo grego Hipócrates (460-375 a.C.), em Ares, Águas e Lugares, descreveu um
quadro de “intoxicação saturnina” em um mineiro (o saturnismo é o nome dado à intoxicação
aguda ou crônica por chumbo).

Plínio, O Velho (23-79 d.C.), naturalista e escritor romano, descreveu em De Historia Naturalis uma
alusão às doenças dos trabalhadores expostos ao chumbo, ao mercúrio e às poeiras. Ele faz a
descrição dos primeiros equipamentos de proteção, conhecidos como membranas de bexiga de
animais ou panos para o rosto, como forma de atenuar a inalação de poeiras nocivas
(FUNDACENTRO, 2004).

Avicena é o primeiro a nomear uma doença relacionada à exposição a um agente, no caso o


chumbo, e que recebeu o nome de “Saturnismo”, devido à linha azulada na gengiva dos
contaminados e que, por analogia aos anéis do planeta Saturno, assim foi denominada. Hoje,
algumas correntes preferem referir-se a plumbismo como a moléstia profissional do chumbo, tal
qual se faz com outros agentes químicos.

Galeno, em 200 d.C., relatou doenças entre os trabalhadores das ilhas do Mediterrâneo.

Nos séculos XII e XIII, algumas obras publicadas foram realizadas de maneira pouco significativa
e, apenas em 1473, o alemão Ulrich Ellenbog (1435-1499) publicou um tratado sobre doenças
ocupacionais e lesões entre mineiros de ouro, considerada a primeira obra sobre higiene
ocupacional. Ele também escreveu sobre a ação tóxica do monóxido de carbono, mercúrio,
chumbo e ácido nítrico.

Georgius Agricola (1494-1555), em seu livro intitulado a De Re Metallica publicado


postumamente, em 1556, descreveu as doenças dos mineiros e as medidas preventivas prescritas
e incluiu sugestões para ventilação mineira e proteção pessoal para trabalhadores, discussões
sobre acidentes de mineração e descrições de doenças associadas a ocupações de mineração.
Figura 1 – Mina de ouro

Fonte: www.pri.org
[https://www.pri.org/stories/2017-06-
23/tracing-conflict-gold-democratic-
republic-congo] .

No século XVI, a higiene ocupacional era vista como algo místico, acreditava-se que os demônios
habitavam as minas e que as doenças podiam ser controladas pelo jejum e pela oração (ESTADOS
UNIDOS, 2017).

O médico italiano Bernardino Ramazzini (1633-1714), considerado o "pai da Medicina


Ocupacional" publicou, em 1700, em Modena, Itália, o livro De Morbis Artificum Diatriba (As
Doenças dos Trabalhadores), que continha descrições precisas das doenças ocupacionais de
mais de 50 grupos profissionais. O livro descreveu as silicoses em termos patológicos a partir de
observações de autópsias nos corpos dos mineiros (ESTADOS UNIDOS, 2017; FUNDACENTRO,
2004).

No século XIX, os industriais Robert Owen (1771-1858), reformador social e um dos fundadores do
socialismo utópico do País de Gales, e Daniel Legrand (1783-1859), industrial suíço e filantropo
que passou a maior parte de sua vida na França, também discutiam o tema segurança no trabalho
impulsionados pela Primeira Revolução Industrial (OIT, 2017).

Com o advento da Revolução Industrial e a completa mudança que se operou nas formas de
produção, entre 1760 e 1830, com a substituição do tear doméstico e artesanal pela grande
maquinaria movida a vapor, as pequenas oficinas ao longo dos cursos d’água foram transferidas
para grandes povoados com abundância de mão de obra e as primeiras indústrias foram
instaladas em galpões improvisados e estábulos adaptados, escuros e mal ventilados. Esses
teares complexos passaram a requerer grandes investimentos, o que inviabilizou a produção
artesanal e familiar, exigindo uma grande concentração de mão de obra, recrutada
indiscriminadamente entre homens, mulheres, crianças e velhos, criando-se a chamada
“sociedade industrial”.
Em 1802, foi aprovada na Grã-Bretanha a primeira parte da legislação da fábrica, considerada a
primeira lei sobre segurança do trabalho e aplicou-se a todos os aprendizes de até 21 anos de
idade, os quais foram impedidos de trabalhar durante a noite e por mais de 12 horas por dia; além
disso, ela providenciou que os aprendizes recebessem ensino básico. No entanto, a fraqueza da lei
era a falta de qualquer meio para impô-la. Geralmente, um juiz da paz local e um clérigo eram
nomeados para inspecionar fábricas em sua área, mas eles eram frequentemente conhecidos dos
proprietários. Ainda na Grã-Bretanha, em 1819, a Lei dos Moinhos de Algodão exigiu que nenhuma
criança com menos de nove anos fosse empregada em moinhos de algodão, com o máximo de 16
horas por dia para todos os menores de 16 anos. Mas, os meios para o cumprimento da
legislação continuaram sendo um problema.

A Lei de Fábrica e Oficinas, aprovada em 1831, limitou o dia útil em 12 horas para todos os
menores de 18 anos e, mais uma vez, não houve procedimentos para sua execução. Em 1833, o
Parlamento Britânico aprovou uma nova Lei de Fábrica, na qual nenhuma criança menor de nove
anos deveria trabalhar em fábricas e a semana deveria ter, no máximo, 48 horas de trabalho para
crianças de 9 a 13 anos, limitadas em oito horas por dia; já para crianças entre 13 e 18 anos,
foram limitados a trabalhar, no máximo, 12 horas por dia. A lei também exigiu que as crianças
menores de 13 anos recebessem educação por duas horas por dia.

O que tornou a Lei 1.833 tão importante foi que estabeleceu um sistema para garantir que os
regulamentos fossem cumpridos e criou o começo de um sistema de controle do governo no
trabalho das indústrias.

Em 1844, o Parlamento aprovou uma nova Lei de Fábricas e Oficinas que, de fato, foi o primeiro
ato de saúde e segurança na Grã-Bretanha. Todas as máquinas perigosas deveriam ser cercadas
de forma segura, e o não cumprimento era considerado uma infração criminal. Ela determinava
que nenhuma criança ou jovem deveria limpar as máquinas do moinho enquanto estivesse em
movimento. A Lei limitou as horas trabalhadas por crianças a seis e meia, com três horas de
escolaridade, e estabeleceu um dia máximo de 12 horas para jovens de 13 a 18 anos. A regra de
12 horas também foi aplicada às mulheres.

Figura 2 – Fábrica de tijolos

Fonte: Peter de Ruiter/iStock.

A Lei de Fábricas e Oficinas, de 1847, limitou o dia de dez horas para mulheres e jovens entre 13 e
18 anos. A Lei de Fábricas, de 1867, ampliou a legislação a todas as outras fábricas onde 50 ou
mais pessoas estivessem empregadas, além de trazer regulamentação para outras indústrias
específicas, altos-fornos, siderúrgicas, vidro, fabricação de papel, tabaco, impressão e
encadernação, independentemente dos números empregados. A Lei de 1867 foi, portanto, uma
nova medida de referência para melhorar, pela primeira vez, as condições dos trabalhadores em
fábricas e oficinas em todo o país. Mas, como a lei fazia tantos novos lugares de trabalho sujeitos
a inspeção oficial, foi difícil implementar.

A legislação inglesa fez surgir normas, na Alemanha, em 1869, e na Suíça, em 1877, as quais
responsabilizavam os empregadores por lesões ocupacionais (FUNDACENTRO, 2004).

Em outras Leis de Fábrica, em 1878, 1891 e 1895, o Parlamento colocou limites adicionais ao
emprego de mulheres e crianças em fábricas, os regulamentos de segurança anteriores foram
ampliados. A Lei de 1891 aumentou a idade mínima para o emprego em fábricas para 11
(PARLAMENTO BRITÂNICO, 2017).

No Brasil, a Universidade da Bahia desenvolveu, entre 1880 e 1903, trabalhos sobre a intoxicação
por chumbo nas indústrias de charutos e rapé e velas de sebo (FUNDACENTRO, 2004)

No século XX, após o término da Primeira Guerra Mundial, a Organização Internacional do


Trabalho (OIT) foi criada (em 1919), como parte do Tratado de Versalhes para refletir a crença de
que a paz universal e duradoura só pode ser realizada se baseada na justiça social.

A primeira Comissão do Trabalho criada pela Conferência da Paz reuniu-se pela primeira vez em
Paris e, depois, em Versalhes, entre janeiro e abril de 1919. A Comissão, presidida por Samuel
Gompers, chefe da Federação Americana do Trabalho nos Estados Unidos, era composta por
representantes de nove países: Bélgica, Cuba, Checoslováquia, Estados Unidos, França, Itália,
Japão, Polônia e Reino Unido. Isso resultou em uma organização tripartite, a única desse gênero,
reunindo representantes de governos, empregadores e trabalhadores em seus órgãos executivos
(OIT, 2017).

Ainda na Grã-Bretanha, em 1901, a Lei de Fábrica e Oficinas legislou sobre temas como saúde,
segurança, acidentes, horas e feriados, trabalho noturno, emprego intermitente, ginástica laboral,
modificações e extensões especiais, educação de crianças, indústrias perigosas e não saudáveis,
regulamentos para operações perigosas e trabalho em casa. A lei ainda apontava medidas
especiais para empresas, como: fábrica de móveis, fábricas de algodão, panificadoras,
lavanderias, docas, edifícios e estradas de ferro (GRÃ-BRETANHA, 1901).

Convenção de horas de trabalho (indústria).


Convenção de desemprego.
Convenção de proteção da maternidade.
Convenção de trabalho noturno (mulheres).
Convenção sobre a idade mínima (indústria).
Convenção sobre o trabalho noturno dos jovens (indústria).

A OIT tem como responsabilidade a formulação e aplicação das normas do trabalho em âmbito
internacional, através de convenções e recomendações. As convenções são divididas pela OIT em
fundamental, de governança e técnica. As fundamentais são oito, as de governança quatro e as
técnicas são cento e oitenta e uma. A Figura 3 apresenta a quantidade de convenções publicadas
pela OIT em cada um dos anos.

Figura 3 - Quantidade de convenções publicadas pela OIT

Fonte: elaborada pelo autor.

Nota-se que, na década de 1920, foram publicadas 22 convenções; na década de 1930, foram
publicadas 39 convenções; na década de 1940, 32 convenções; na década de 1950, 17
convenções; na década de 1960, 16 convenções; na década de 1970, 24 convenções; na década
de 1980, 17 convenções; na década de 1990, 13 convenções; e, no século XXI, foram apenas
publicadas 7 convenções. Portanto, até o final da década de 1950, mais de 60% das convenções
da OIT já haviam sido publicadas.
Videoaula - Segurança e saúde ocupacional no Brasil

Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link:
"https://player.vimeo.com/video/675977761".

1.2 O Brasil no contexto mundial das relações de trabalho

O Brasil é um dos países membros e fundadores da OIT, incorporada pela ONU, e como signatário
de suas Convenções e Recomendações está compromissado a regulamentar as normas,
propostas e revistas anualmente em reuniões que ocorrem de forma “tripartite” (com
representantes de governos, empresários e trabalhadores), na sede desse organismo, em Genebra.

As convenções, quando ratificadas por um país, passam a fazer parte de seu ordenamento
jurídico; no Brasil, isso se dá através de leis e decretos (OIT, 2011). Das 193 convenções
publicadas pela OIT, o Brasil é signatário de 96, sendo sete de oito convenções fundamentais, três
de quatro convenções de governança e oitenta e seis de cento e setenta e sete convenções
técnicas.

Se considerarmos que nosso país conheceu sua “Revolução Industrial” tardiamente, somente a
partir do século XX, quando após a crise do setor agrícola e declínio dos ciclos do café, borracha e
cana-de-açúcar e com o fim da escravidão formal, os detentores do capital necessitaram
diversificar suas atividades e importaram um modelo de desenvolvimento experimentado há
quase um século pelos países europeus e norte-americano.

Embora “abolida” a escravidão, as relações de trabalho permaneciam quase que imutáveis.


Mesmo substituída a figura do senhor de escravos e a senzala, permanecia o feitor. A grande
insatisfação gerada entre a classe operária emergente foi sentida nos movimentos grevistas da
década de 1910, quando, em 1917, tivemos a primeira greve geral operária em São Paulo, que
reivindicava, basicamente, redução de jornada de trabalho, melhores salários e condições de vida
e trabalho.

Tal movimento teve como reflexo a aprovação, em 1919, da primeira Lei de Seguros de Acidentes
de Trabalho de caráter compulsório para determinadas indústrias da iniciativa privada (caráter
excludente).

Em 1923, o movimento organizado dos trabalhadores implantou para os ferroviários o primeiro


sistema de aposentadorias e pensões, as chamadas Caixas que, embora de caráter corporativista,
iniciaram um sistema de previdência gerido pelos próprios trabalhadores. Em 1933, com a
participação do Estado, essas Caixas foram transformadas em Institutos de Aposentadorias e
Pensões, tais como o IAPTEC, IAPB, IAPI etc., que incluiu a assistência médica, mantendo,
entretanto, seu caráter corporativo.

Com a promulgação da CLT - Consolidação das Leis do Trabalho, em 01/05/1943, através do


Decreto-Lei n. 5452, inspirado na Carta del Lavoro de Mussolini, em vigor até hoje em nosso país,
todas as relações que regem o trabalho assalariado, com exceção do funcionalismo público
estatutário, passaram a ser regulamentadas por esse conjunto de leis.

Em 1960, foi criada a Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS) no intuito de centralizar os
diversos Institutos e ter maior controle de suas ações, ampliando os seus benefícios a uma
parcela da população.

Em 1966, é constituído o INPS, que, a partir de 1967, incorporou o seguro acidente de trabalho
(SAT), até então controlado pelas seguradoras privadas. Instituiu-se a tarifação múltipla desse
seguro, dependendo do tipo de empresa e de seus riscos.

No início da década de 70, o Brasil começou a ser apontado como recordista de analfabetismo, de
acidentes de trabalho etc. Estávamos em plena era das construções de obras faraônicas, tais
como a Ponte Rio-Niterói, Transamazônica, grandes hidrelétricas etc.

Em resposta a essa triste marca, o governo adotou alguns planos emergenciais na tentativa de
responder à opinião pública mundial. Criou o Plano Nacional de Valorização do Trabalhador -
PNVT, em 1972, que tinha entre suas diversas metas baixar as estatísticas oficiais de acidentes de
trabalho, no prazo de 2 anos, dos patamares absurdos de quase 20% de sua população
economicamente ativa (PEA), para valores próximos a zero. Na mesma época, os Estados Unidos
mantinham uma taxa em torno de 5%, o que motivou por lá um plano quinquenal de redução de
acidentes de trabalho no qual foram instituídas multas de até dez mil dólares diários para as
empresas infratoras.

O PNVT criava a obrigatoriedade dos SESMTs em empresas com mais de 100 empregados, sendo
que não havia, até então, no país, cursos regulares para formação de “especialistas”. Foram
aproveitados nos cursos emergenciais, criados a partir de então, as experiências de técnicos
formados em suas empresas, na grande maioria multinacionais e montadoras de automóveis, e
que tinham como objetivo controlar:

O absenteísmo no trabalho.
As horas perdidas por acidentes de trabalho.
Realizar estatísticas dos acidentes.
Combater incêndios e defender o patrimônio.

Foi essa a visão básica que norteou a formação profissional dos primeiros técnicos
especializados na área de segurança e saúde dos trabalhadores.

Como os cursos não eram reconhecidos pelos órgãos de Educação, ficou a cargo da
FUNDACENTRO, entidade criada pela Lei 5.161 de 21/10/66, e que iniciou suas atividades em
1969, com objetivo de promover estudos e pesquisas na área de Saúde e Trabalho, a autorização e
fiscalização do conteúdo desses cursos.

A legislação acidentária sofreu profundas alterações, em 1976, pela Lei 6.367, que além de instituir
taxação fixa do seguro acidente de trabalho (SAT) para as empresas, promoveu a enorme
subnotificação dos acidentes de trabalho existentes no país.

Em 1977, o Capítulo V do Título II da CLT - “Da Segurança e da Saúde do Trabalhador”, sofreu uma
profunda alteração, cuja redação foi dada pela Lei 6.514 de 22/12/77 (D.O.U. de 23/12/77), e
regulamentado pela Portaria 3.214 de 08/06/78 (D.O.U. de 06/07/78) e posteriores alterações, que
instituíram as 37 Normas Regulamentadoras existentes atualmente

Durante a “Era Collor”, novamente a Previdência Social passou por reformas com a criação do
INSS - Instituto Nacional do Seguro Social, que englobou o INPS e o IAPAS (aposentadorias e
pensões), já que o INAMPS (assistência médica) passou a fazer parte do SUS - Sistema Único de
Saúde, sob controle dos governos estaduais.

Novas Leis da previdência, de n. 8212 e 8213/91, regulamentadas pelos Decretos 611 e 612/92,
introduziram mudanças, entre as quais a estabilidade de emprego por 1 ano do acidentado no
trabalho, após o seu retorno ao emprego, e na CAT- Comunicação de Acidentes de Trabalho,
obrigatória para concessão de benefícios, e que, anteriormente, era de competência exclusiva do
empregador, podendo agora também ser realizada tanto pelo acidentado como pelo seu sindicato,
pelo serviço médico que o atendeu ou por seus familiares.

Desde o início dos anos 2000 até os dias atuais, as leis trabalhistas e previdenciárias vêm
sofrendo profundas alterações para melhor controle e fiscalização do governo. A modernização de
seu conteúdo, o uso da tecnologia de dados e a unificação das bases em sistema, chamado
eSocial, são ações que visam a redução da burocracia e ajustes na arrecadação previdenciária,
além de servir de base para que as empresas adaptem seus métodos e processos a ambientes
seguros e saudáveis.

1.3 Conceitos de saúde e segurança no trabalho

A temática de saúde e segurança no trabalho envolve diversos conceitos importantes sob o ponto
de vista prático que permitem o entendimento específico da disciplina. São eles:

Acidente: “Evento ou sequência de eventos de ocorrências anormais, ou qualquer interferência no


processo normal de trabalho, que resultem em consequências que possam causar lesões ao
trabalhador” (ABNT NBR 18801, 2010).
Acidente de trabalho: “Ocorrência imprevista e indesejável, instantânea ou não, relacionada com o
exercício do trabalho, de que resulte ou possa resultar lesão pessoal” (NBR 14280, 2001).

Figura 4 – Acidente no trabalho

Fonte: Fertnig/iStock.
Acidente de trajeto: “Acidente sofrido pelo empregado no percurso da residência para o local de
trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de
propriedade do empregado, desde que não haja interrupção ou alteração de percurso por motivo alheio
ao trabalho” (NBR 14280, 2001).
Acidente impessoal: “Acidente cuja caracterização independe de existir acidentado, não podendo ser
considerado como causador direto da lesão pessoal” (NBR 14280, 2001).
Acidente pessoal: “Acidente cuja caracterização depende de existir acidentado” (NBR 14280, 2001).
Ato inseguro: “Ação ou omissão que, contrariando preceito de segurança, pode causar ou favorecer a
ocorrência de acidente.” (NBR 14280, 2001).
Avaliação de riscos: “Processo de avaliação de risco(s) proveniente(s) de perigo(s), levando em
consideração a adequação de qualquer controle existente, e decidindo se o risco é ou não aceitável”
(OHSAS 18001, 2007).
Condição ambiente de insegurança (condição ambiente): Condição do meio que causou o acidente ou
contribuiu para a sua ocorrência (NBR 14280, 2001).
Condição de trabalho: “Toda e qualquer variável presente ao ambiente de trabalho capaz de alterar
e/ou condicionar a capacidade produtiva do indivíduo, causando ou não agressão ou depreciações à
saúde deste” (BARBOSA FILHO, 2011).
Desempenho de Saúde e Segurança do Trabalho (SST): Resultados mensuráveis da gestão de uma
organização de seus risco(s) de SST, que inclui a medição da eficácia dos controles da organização e
envolve política de SST, objetivos de SST e outros requisitos de desempenho da SST da organização
(OHSAS 18001, 2007).
Doença: Condição física ou mental adversa identificável, oriunda de, e/ou agravada por, uma atividade
laboral e/ou situação relacionada ao trabalho (OHSAS 18001, 2007).

Figura 5 – Condição mental adversa

Fonte: Fg Trade/iStock.
Doença profissional: Doença do trabalho causada pelo exercício de atividade específica, constante de
relação oficial (NBR 14280, 2001).
Doença do trabalho: Doença decorrente do exercício continuado ou intermitente de atividade
laborativa capaz de provocar lesão por ação mediata (NBR 14280, 2001).
Incidente: ocorrência decorrente, ou no decorrer, de um trabalho, que pode resultar em lesões e
problemas de saúde (ISO45001, 2018).
Identificação de Perigo: Processo de reconhecimento de que um perigo existe e definição de suas
características (OHSAS 18001, 2007).
Higiene: Ciência que visa à preservação da saúde e à prevenção de doenças (FERREIRA, 1997).
Higiene do trabalho: Ciência e arte dedicadas à antecipação, reconhecimento, avaliação e controle de
fatores e riscos ambientais gerados nos postos de trabalho e que podem causar enfermidade, prejuízos
à saúde ou ao bem estar dos trabalhadores, tendo em vista o possível impacto nas comunidades
vizinhas e no meio ambiente geral (SALIBA, 2016).
Horas-homem de exposição ao risco de acidente (horas-homem): Somatório das horas durante as
quais os empregados ficam à disposição do empregador, em determinado período (NBR 14280, p. 2001).
Lesão com afastamento (lesão incapacitante ou lesão com perda de tempo): Lesão pessoal que impede
o acidentado de voltar ao trabalho no dia imediato ao do acidente ou de que resulte incapacidade
permanente (NBR 14280, p. 2001).
Lesão imediata: Lesão que se manifesta no momento do acidente (NBR 14280, 2001).
Lesão mediata (lesão tardia): Lesão que não se manifesta imediatamente após a circunstância
acidental da qual resultou (NBR 14280, 2001).
Lesão pessoal: Qualquer dano sofrido pelo organismo humano, como consequência de acidente do
trabalho (NBR 14280, 2001).
Lesão sem afastamento (lesão não incapacitante ou lesão sem perda de tempo): Lesão pessoal que não
impede o acidentado de voltar ao trabalho no dia imediato ao do acidente, desde que não haja
incapacidade permanente (NBR 14280, 2001).
Objetivo de SST: Meta de Saúde e Segurança do Trabalho, em termos do desempenho da SST, que uma
organização estabelece para ela própria atingir (OHSAS 18001, 2007).
Perigo: Fonte com potencial para provocar danos, lesões e problemas de saúde (ISO45001, 2018).
Política de SST: Intenções e princípios gerais de uma organização em relação ao seu desempenho da
SST, conforme formalmente expresso pela alta gestão da empresa. A política de SST fornece um
arcabouço para a ação e para o estabelecimento dos objetivos de SST (OHSAS 18001, 2007).
Risco: Combinação da probabilidade de ocorrência de um evento perigoso ou exposição(ões) com a
gravidade da lesão ou doença que pode ser causada pelo evento ou exposição(ões) (OHSAS 18001,
2007).
Saúde: Bem-estar físico, mental e social não sendo considerado somente a ausência de enfermidade
ou doença (FERREIRA, 1997).
Saúde e Segurança do Trabalho (SST): Condições e fatores que afetam, ou poderiam afetar, a segurança
e a saúde de funcionários ou de outros trabalhadores (incluindo trabalhadores temporários e pessoal
terceirizado), visitantes ou qualquer outra pessoa no local de trabalho (OHSAS 18001, 2007).
Segurança: Estado, qualidade ou condição daquele ou daquilo que se pode confiar (FERREIRA, 1997).

Figura 6 – Trabalhadores
executando trabalho em ambiente
seguro

Fonte: Nano Stockk/iStock.


Sistema de SST: Parte do sistema de gestão de uma organização utilizada para desenvolver e
implementar sua política de saúde e segurança do trabalho e para gerenciar seus riscos de SST. Um
sistema de gestão é um conjunto de elementos inter-relacionados utilizados para estabelecer a
política e os objetivos e para atingir tais objetivos que inclui a estrutura organizacional, atividades de
planejamento, incluindo, por exemplo, a avaliação de riscos e o estabelecimento de objetivos,
responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos (OHSAS 18001, 2007).
Trabalho: atividade coordenada, de caráter físico ou intelectual, necessária à realização de qualquer
tarefa, serviço ou empreendimento (FERREIRA, 1997).
Taxa de frequência de acidentes: Número de acidentes por milhão de horas-homem de exposição ao
risco, em determinado período (NBR 14280, 2001).
Taxa de frequência de acidentados com lesão com afastamento: Número de acidentados com lesão
com afastamento por milhão de horas-homem de exposição ao risco, em determinado período (NBR
14280, 2001).
Taxa de frequência de acidentados com lesão sem afastamento: Número de acidentados com lesão
sem afastamento por milhão de horas-homem de exposição ao risco, em determinado período (NBR
14280, 2001).
Taxa de gravidade: Tempo computado por milhão de horas-homem de exposição ao risco, em
determinado período (NBR 14280, 2001).
Tempo computado: Tempo contado em "dias perdidos, pelos acidentados, com incapacidade
temporária total" mais os "dias debitados pelos acidentados vítimas de morte ou incapacidade
permanente, total ou parcial" (NBR 14280, 2001).
Videoaula - SESMT – Papel e personagens na segurança e saúde no
trabalho

Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link:
"https://player.vimeo.com/video/675978916".

Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina no


1.4 Trabalho

Conforme o grau de risco e o número de profissionais na organização, a empresa poderá ser


obrigada a contratar profissionais especializados em medicina e segurança ocupacional para a
composição do Serviço Especializado em Segurança e Medicina Ocupacional.

O dimensionamento, ou seja, o número de profissionais é estabelecido conforme determina a


Norma Regulamentadora NR-04. Formado por Técnico em Segurança no Trabalho, Engenheiro de
Segurança, Médico do Trabalho e profissionais da Enfermagem, esse grupo tem as seguintes
atribuições na empresa, definidas pela Norma Regulamentadora NR-04:

a. Aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança e de medicina do trabalho ao ambiente de trabalho


e a todos os seus componentes, inclusive máquinas e equipamentos, de modo a reduzir até eliminar os
riscos ali existentes à saúde do trabalhador.
b. Quando esgotados todos os meios conhecidos para a eliminação do risco e ele persistir, mesmo reduzido,
determinar a utilização, pelo trabalhador, de Equipamentos de Proteção Individual - EPI, de acordo com o
que determina a NR 6, desde que a concentração, a intensidade ou característica do agente assim o exija.
c. Colaborar, quando solicitado, nos projetos e na implantação de novas instalações físicas e tecnológicas da
empresa, exercendo a competência disposta na alínea "a".
d. Responsabilizar-se tecnicamente pela orientação quanto ao cumprimento do disposto nas NRs aplicáveis
às atividades executadas pela empresa e/ou seus estabelecimentos.
e. Manter permanente relacionamento com a CIPA, valendo-se ao máximo de suas observações, além de
apoiá-la, treiná-la e atendê-la, conforme dispõe a NR 5;
f. Promover a realização de atividades de conscientização, educação e orientação dos trabalhadores para a
prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, tanto através de campanhas quanto de
programas de duração permanente.
g. Esclarecer e conscientizar os empregadores sobre acidentes do trabalho e doenças ocupacionais,
estimulando-os em favor da prevenção.
h. Analisar e registrar em documento(s) específico(s) todos os acidentes ocorridos na empresa ou
estabelecimento, com ou sem vítima, e todos os casos de doença ocupacional, descrevendo a história e as
características do acidente e/ou da doença ocupacional, os fatores ambientais, as características do agente
e as condições do(s) indivíduo(s) portador(es) de doença ocupacional ou acidentado(s).
i. Registrar mensalmente os dados atualizados de acidentes do trabalho, doenças ocupacionais e agentes de
insalubridade, preenchendo, no mínimo, os quesitos descritos nos modelos de mapas constantes nos
Quadros III, IV, V e VI da NR-04, devendo o empregador manter a documentação à disposição da inspeção do
trabalho.
j. Manter os registros de que tratam as alíneas "h" e "i" na sede dos Serviços Especializados em Engenharia
de Segurança e em Medicina do Trabalho ou facilmente alcançáveis a partir dela, sendo de livre escolha da
empresa o método de arquivamento e recuperação, desde que sejam asseguradas condições de acesso aos
registros e entendimento de seu conteúdo, devendo ser guardados somente os mapas anuais dos dados
correspondentes às alíneas "h" e "i" por um período não inferior a 5 (cinco) anos.
k. As atividades dos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho são essencialmente prevencionistas, embora não seja vedado o atendimento de
emergência, quando se tornar necessário. Entretanto, a elaboração de planos de controle de efeitos de
catástrofes, de disponibilidade de meios que visem ao combate a incêndios e ao salvamento e de imediata
atenção à vítima deste ou de qualquer outro tipo de acidente estão incluídos em suas atividades.

Quanto aos profissionais que compõem o SESMT.

1.4.1 Engenheiro de segurança

Conforme Lei nº 7.410, de 27 de novembro de 1985, o exercício da profissão de Engenheiro de


Segurança do Trabalho é permitido ao arquiteto ou ao engenheiro, que concluiu o curso em nível
de pós-graduação com título de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho. O curso
de pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho deverá ter currículo fixado pelo
Conselho Regional de Engenharia (CREA).

Figura 7 – Engenheira de segurança

Fonte: whyframestudio/iStock.

O CONFEA, na resolução nº 325 de 27 de Novembro de 1987, define em seu artigo 4 as atividades


de engenharia de segurança do trabalho como:

Supervisionar, coordenar e orientar tecnicamente os serviços de engenharia de segurança no trabalho.


Estudar as condições de segurança dos locais de trabalho e das instalações e equipamentos, com
vistas especialmente aos problemas de controle de risco, controle de poluição, higiene do trabalho,
ergonomia, proteção contra incêndio e saneamento.
Planejar e desenvolver a implantação de técnicas relativas a gerenciamento e controle de riscos.
Vistoriar, avaliar, realizar perícias, arbitrar, emitir parecer, laudos técnicos e indicar medidas de
controle sobre grau de exposição e agentes agressivos de riscos físicos, químicos e biológicos, tais
como poluentes atmosféricos, ruídos, calor radiação em geral e pressões anormais; caracterizando as
atividades, operações e locais insalubres e perigosos.
Analisar riscos, acidentes e falhas, investigando causas, propondo medidas preventivas e corretivas e
orientando trabalhos estatísticos, inclusive com respeito a custos.
Propor políticas, programas, normas e regulamentos de segurança do trabalho, zelando pela sua
observância.
Elaborar projetos de sistemas de segurança e assessorar a elaboração de projetos de obras, instalações
e equipamentos, opinando do ponto de vista da engenharia de segurança.
Estudar instalações, máquinas e equipamentos, identificando seus pontos de riscos e projetando
dispositivos de segurança.
Projetar sistemas de proteção contra incêndio, coordenar atividades de combate a incêndio e de
salvamento e elaborar planos para emergência e catástrofes.
Inspecionar locais de trabalho no que se relaciona à segurança do trabalho, delimitando áreas de
periculosidade.
Especificar, controlar e fiscalizar sistemas de proteção coletiva e equipamentos de segurança,
inclusive de proteção individual e de proteção contra incêndio, assegurando-se de sua qualidade e
eficiência.
Opinar e participar da especificação para aquisição de substâncias e equipamentos cuja manipulação,
armazenamento, transporte ou funcionamento possam apresentar riscos, acompanhando o controle
do recebimento e da expedição.
Elaborar planos destinados a criar e desenvolver a prevenção de acidentes, promovendo a instalação
de comissões e lhes assessorando o funcionamento.
Orientar o treinamento específico de segurança do trabalho e assessorar a elaboração de programas de
treinamento geral, no que diz respeito à segurança do trabalho.
Acompanhar a execução de obras e serviços decorrentes da adoção de medidas de segurança, quando
a complexidade dos trabalhos a executar assim exigir.
Colaborar na fixação de requisitos de aptidão para o exercício de funções, apontando os riscos
decorrentes desses exercícios.
Propor medidas preventivas no campo de segurança do trabalho, em face do conhecimento da
natureza e gravidade das lesões provenientes do acidente de trabalho, incluídas as doenças do
trabalho.
Informar aos trabalhadores e à comunidade, diretamente ou por meio de seus representantes, as
condições que possam trazer danos à sua integridade e às medidas que eliminam ou atenuam esses
riscos e que deverão ser tomadas.

O CONFEA em sua resolução Nº 437, de 27 de Novembro de 1999, obriga que estudos, projetos,
planos, relatórios, laudos e quaisquer outros trabalhos ou atividades relativas à Engenharia de
Segurança do Trabalho só terão valor jurídico quando seus autores forem engenheiros ou
arquitetos, especializados em Engenharia de Segurança do Trabalho e registrados nos devidos
Conselhos Regionais.
1.4.2 Técnico em Segurança do Trabalho
Figura 8 – Técnico em Segurança do
Trabalho

Fonte: Kerkez/iStock.

A portaria número 3.275, de 21 de setembro de 1989, do Ministério do Trabalho e Emprego atribui


as atividades que podem ser desenvolvidas por técnicos de segurança do trabalho:

I. Informar o empregador, através de parecer técnico, sobre os riscos existentes nos ambientes de trabalho,
bem como orientá-los sobre as medidas de eliminação e neutralização.
II. Informar os trabalhadores sobre os riscos da sua atividade, bem como as medidas de eliminação e
neutralização.
III. Analisar os métodos e os processos de trabalho e identificar os fatores de risco de acidentes do trabalho,
doenças profissionais e do trabalho e a presença de agentes ambientais agressivos ao trabalhador,
propondo sua eliminação ou seu controle.
IV. Executar os procedimentos de segurança e higiene do trabalho e avaliar os resultados alcançados,
adequando estratégias utilizadas de maneira a integrar o processo prevencionista em uma planificação,
beneficiando o trabalhador.
V. Executar programas de prevenção de acidentes do trabalho, doenças profissionais e do trabalho nos
ambientes de trabalho, com a participação dos trabalhadores, acompanhando e avaliando seus resultados,
bem como sugerindo constante atualização e estabelecendo procedimentos a serem seguidos.
VI. Promover debates, encontros, campanhas, seminários, palestras, reuniões, treinamentos e utilizar outros
recursos de ordem didática e pedagógica com o objetivo de divulgar as normas de segurança e higiene do
trabalho, assuntos técnicos, visando evitar acidentes do trabalho, doenças profissionais e do trabalho.
VII. Executar as normas de segurança referentes a projetos de construção, aplicação, reforma, arranjos físicos e
de fluxos, com vistas à observância das medidas de segurança e higiene do trabalho, inclusive por
terceiros.
VIII. Encaminhar aos setores e áreas competentes normas, regulamentos, documentação, dados estatísticos,
resultados de análises e avaliações, materiais de apoio técnico, educacional e outros, de divulgação para
conhecimento e autodesenvolvimento do trabalhador.
IX. Indicar, solicitar e inspecionar equipamentos de proteção contra incêndio, recursos audiovisuais e
didáticos e outros materiais considerados indispensáveis, de acordo com a legislação vigente, dentro das
qualidades e especificações técnicas recomendadas, avaliando seu desempenho.
X. Cooperar com as atividades do meio ambiente, orientando quanto ao tratamento e destinação dos resíduos
industriais, incentivando e conscientizando o trabalhador da sua importância para a vida.
XI. Orientar as atividades desenvolvidas por empresas contratadas, quanto aos procedimentos de segurança e
higiene do trabalho previstos na legislação ou constantes em contratos de prestação de serviço.
XII. Executar as atividades ligadas à segurança e higiene do trabalho utilizando métodos e técnicas científicas,
observando dispositivos legais e institucionais que objetivem a eliminação, controle ou redução
permanente dos riscos de acidentes do trabalho e a melhoria das condições do ambiente, para preservar a
integridade física e mental dos trabalhadores.
XIII. Levantar e estudar os dados estatísticos de acidentes do trabalho, doenças profissionais e do trabalho,
calcular a frequência e a gravidade para ajustes das ações prevencionistas, normas, regulamentos e outros
dispositivos de ordem técnica, que permitam a proteção coletiva e individual.
XIV. Articular-se e colaborar com os setores responsáveis pelos recursos humanos, fornecendo-lhes resultados
de levantamentos técnicos de riscos das áreas e atividades para subsidiar a adoção de medidas de
prevenção em nível de pessoal.
XV. Informar os trabalhadores e o empregador sobre as atividades insalubres, perigosas e penosas existentes
na empresa, seus riscos específicos, bem como as medidas e alternativas de eliminação ou neutralização
desses riscos.
XVI. Avaliar as condições ambientais de trabalho e emitir parecer técnico que subsidie o planejamento e a
organização do trabalho de forma segura para o trabalhador.
XVII. Articular-se e colaborar com os órgãos e entidades ligados à prevenção de acidentes do trabalho, doenças
profissionais e do trabalho.
XVIII. Participar de seminários, treinamento, congressos e cursos visando o intercâmbio e o aperfeiçoamento
profissional (BRASIL, 1989).

1.4.3 Médico do Trabalho

A redação da Norma Regulamentadora NR-04 aponta que o médico do trabalho deve ser portador
de certificado de conclusão de curso de especialização em Medicina do Trabalho, em nível de pós-
graduação, ou portador de certificado de residência médica em área de concentração em saúde
do trabalhador ou denominação equivalente, reconhecida pela Comissão Nacional de Residência
Médica do Ministério da Educação, ambos ministrados por universidade ou faculdade que
mantenha curso de graduação em Medicina.

Figura 9 – Médico do trabalho

Fonte: Nortonrsx/iStock.

Conforme resolução CREMESP n° 156, de 10 de outubro de 2006, são atribuições dos médicos que
exercem a Medicina do Trabalho:

a. Conhecer os processos produtivos e ambientes de trabalho da empresa atuando com vistas essencialmente
à promoção da saúde e prevenção de doenças, identificando os riscos existentes no ambiente de trabalho
(físicos, químicos, biológicos ou outros), atuando junto à empresa para eliminar ou atenuar a nocividade
dos processos de produção e organização do trabalho.
b. Avaliar o trabalhador e a sua condição de saúde para determinadas funções e/ou ambientes, procurando
ajustar o trabalho ao trabalhador; indicando sua alocação para trabalhos compatíveis com sua situação de
saúde, orientando-o, se necessário, no referido processo de adaptação.
c. Reconhecer que existem necessidades especiais determinadas por fatores, tais como sexo, idade, condição
fisiológica, aspectos sociais, barreiras de comunicação e outros fatores, que condicionam o potencial de
trabalho.
d. Comunicar, de forma objetiva, a comunidade científica, assim como as autoridades de Saúde e do Trabalho,
sobre achados de novos riscos ocupacionais, suspeitos ou confirmados.
e. Dar conhecimento, formalmente, aos empresários, comissões de saúde e CIPAs dos riscos existentes no
ambiente de trabalho, bem como dos outros informes técnicos no interesse da saúde do trabalhador,
considerando-se que a eliminação ou atenuação de agentes agressivos é da responsabilidade da empresa.
f. Providenciar junto à empresa a emissão de Comunicação de Acidente do Trabalho, de acordo com os
preceitos legais, independentemente da necessidade de afastamento do trabalho.
g. Notificar o órgão público competente, através de documentos apropriados, quando houver suspeita ou
comprovação de transtornos da saúde atribuíveis ao risco do trabalho, bem como recomendar ao
empregador os procedimentos cabíveis.
h. Motivar os enfermeiros do trabalho, os engenheiros e técnicos de Segurança, os higienistas ocupacionais,
os psicólogos ocupacionais, os especialistas em Ergonomia, em Reabilitação Profissional, em Prevenção de
Acidentes e outros profissionais que se dedicam à pesquisa em Saúde e Segurança no Trabalho em busca
do contínuo melhoramento das condições e ambientes de trabalho.
Recapitulando
Vimos neste capítulo:

A história da Segurança e Saúde no Trabalho percorrendo os principais e importantes momentos


sobre o assunto no mundo e no Brasil.
A formação do SESMT, a formação e os papéis dos profissionais que compõem esse serviço: técnico de
segurança, engenheiro de segurança, enfermeiro do trabalho e médico do trabalho.

Práticas profissionais - Segurança e saúde no trabalho: quem é


quem?

Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link:
"https://player.vimeo.com/video/675975502".
Videoaula - Legislação de segurança e saúde ocupacional

Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link:
"https://player.vimeo.com/video/675979808".
2 Legislação
A legislação brasileira é composta por normas que observam uma estrutura hierárquica de
normas nas quais uma é subordinada a outra que tem a Constituição Federal como norma
máxima até contratos e estatutos.

Os tipos de normas são: Constituição Federal (CF), leis complementares, leis ordinárias,
convenções internacionais, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos, resoluções,
instruções normativas, portarias, normas regulamentadoras (NRs) e notas técnicas.

Figura 10 - Pirâmide hierárquica das normas brasileiras

Fonte: Costa e Costa (2012).

Com relação à saúde e segurança do trabalho, temos os seguintes ordenamentos jurídicos que
tratam sobre o tema:

Constituição Federal.
Convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre segurança e saúde do trabalho.
Legislação, Atos e Portarias.
Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego.

A Constituição Federal, dispõe, especificamente, sobre segurança e saúde dos trabalhadores, em


seu Capítulo II (Dos Direitos Sociais) no artigo 7º, incisos:

XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança.
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei.
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que
este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 e de qualquer trabalho a
menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 anos.
Para complementar o conhecimento sobre legislação, além da constituição federal, torna-se
imprescindível para o aprendizado o conhecimento sobre as convenções da Organização
Internacional do Trabalho. Para conhecer, acesse: www.tst.jus.br
[https://www.tst.jus.br/web/trabalhoseguro/normas] .

Um estudo realizado em um hospital-escola de Brasília, teve por objetivo verificar e analisar a


ocorrência de acidentes de trabalho causados por materiais perfurocortantes e fluidos biológicos
em estudantes e trabalhadores da área da saúde. A coleta de dados foi feita a partir dos registros
de acidentes de trabalho mantidos pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar e referentes
ao período de agosto de 1998 a junho de 2000. Verificou-se que 117 pessoas sofreram acidentes
de trabalho, em sua grande maioria, causados por agulhas. Concluiu-se que existe a necessidade
de melhoria nos sistemas de prevenção de acidentes na instituição.

Fonte: www.scielo.br [http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v36n4/v36n4a10] .

No Brasil, o Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, que aprova a consolidação das leis do
trabalho, no seu capítulo V, seção II, já descreve sobre a higiene do trabalho e, na secção III, sobre
a segurança do trabalho.

Em 1988, a Constituição Federal, em seu capítulo II dos direitos sociais da população brasileira, no
artigo 7º, dispõe que são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais a redução dos riscos
inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança.

Figura 11 – Regulamentação – Leis


trabalhistas

Fonte: FG Trade/iStock.
Com base no artigo 7º presente no capítulo II da Constituição Federal, pode-se observar o assunto
Saúde e Segurança no Trabalho presente em diversas esferas legais, incorrendo sobre pessoas e
empresas a responsabilidade em garantir aos trabalhadores condições de trabalho seguro e as
adequadas ao exercício das atividades, prevenindo e controlando os perigos e riscos que podem
considerar o trabalho penoso, insalubre ou perigoso.

O Código Civil brasileiro apresenta diversos artigos sobre o direito à reparação do dano causado a
um trabalhador que sofre um acidente durante exercício da atividade.

O Código Penal dispõe sobre a caracterização de crime expor um trabalhador a condições de risco
ou na ocorrência de um acidente, deixando, nesse caso, de aplicar medidas de proteção
necessárias. Uma pessoa poderá responder de forma culposa na empresa pela imperícia,
imprudência ou negligência de situações que levaram a ou causaram dano a outros.

O INSS cuida da operacionalização e do reconhecimento dos direitos dos segurados do Regime


Geral de Previdência Social – RGPS. Trata-se de uma organização pública prestadora de serviços
previdenciários para a sociedade brasileira. Na segurança e saúde do trabalhador, preocupa-se
com os direitos dos acidentados e doentes no trabalho, afastamentos, reabilitação ou
reintegração de trabalhadores, vigilância à saúde, aposentadoria e aposentadoria especial,
disponível a trabalhadores expostos a condições insalubres do trabalho, conforme anexo IV do
decreto 3048 de 6 de maio de 1999.

2.1 Normas regulamentadoras

No âmbito da segurança e saúde no trabalho, o Ministério da Economia, por meio da Secretaria de


Inspeção do Trabalho, promove a regulamentação das ações de proteção à integridade do
trabalhador, por meio de Normas Regulamentadoras – NR, conforme previsão na Consolidação
das Leis do Trabalho – CLT. Publicada pela lei 6514/77 e regulamentada pela Portaria 3214/78, as
normas regulamentadoras abordam diferentes temas aplicados conforme atividade, operação e
negócios de cada empresa.

As normas regulamentadoras estão em constante mudança, são de domínio público e podem ser
acessadas no site www.gov.br [https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-
br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-
trabalho/ctpp-nrs/normas-regulamentadoras-nrs] .
Além das Normas Regulamentadoras (no site: www.gov.br [https://www.gov.br/trabalho-e-
previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-
e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/normas-regulamentadoras-nrs] ), você pode acessar publicações
e materiais técnicos comentados em Segurança e Saúde no trabalho.

Acesse o site e entenda um pouco mais sobre cada norma regulamentadora.


Recapitulando

Vimos neste capítulo:

A estrutura das leis de Segurança e Saúde, começando pela Constituição Federal de 1988, partindo
para seus desdobramentos, com ênfase nas leis trabalhistas (no governo Bolsonaro a cargo da
Secretaria de Inspeção no Ministério da Economia) e nas leis previdenciárias, aplicáveis aos seus
segurados.

Videoaula - Acidentes do trabalho: cadastro e medidas de controle

Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link:
"https://player.vimeo.com/video/675980849".
3 Prevenção de acidentes no trabalho

3.1 Acidente no trabalho

O artigo 19 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, descreve: “acidente do trabalho é o que ocorre
pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, ou pelo exercício do trabalho do segurado
especial, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, de caráter temporário ou
permanente”. Esse tipo de evento pode causar desde um simples afastamento, perda ou redução
da capacidade para o trabalho, ou até mesmo a morte do segurado.

Também são considerados acidentes do trabalho:

a. O acidente ocorrido no trajeto entre a residência e o local de trabalho do segurado, e vice-versa.


b. A doença profissional, assim entendida, produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a
determinada atividade.
c. A doença do trabalho, adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é
realizado e com ele se relaciona diretamente. Nesses dois últimos casos, a doença deve constar da relação
de que trata o Anexo II do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 6 de maio
de 1999.

Figura 12 – Quantidade de acidentes do trabalho no Brasil (1999 a 2018)

Fonte: Brasil (2021).

A quantidade de acidentes está frequentemente relacionada ao tipo de atividade exercida pelas


organizações. Para obter mais informações e conhecer os tipos de acidentes que mais ocorrem,
acesse: dataprev.gov.br [http://www3.dataprev.gov.br/aeat/inicio.htm] .
3.2 Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT)
Figura 13 – Acidente de trabalho

Fonte: doğuhan toker/iStock.

A Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT) é um documento a ser preenchido pela empresa ou


qualquer parte interessada ou envolvida na ocorrência (trabalhador, sindicato, parente), usado
como registro formal para reconhecimento tanto de um acidente de trabalho e suas
caracterizações, bem como uma doença ocupacional ocorridos na empresa. Segundo a Lei nº
8.213 de 24 de Julho de 1991, em seu artigo 22, a empresa ou o empregador doméstico deverão
comunicar o acidente de trabalho à Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da
ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável
entre o limite mínimo e o limite máximo do salário de contribuição, sucessivamente aumentada
nas reincidências, disponibilizado pelo INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) ou em uma das
agências do INSS.

O registro do CAT deve ocorrer via online em sistema da Previdência Social.

Os acidentes de trabalho podem ser classificados pelo número de dias de afastamento da


empresa. Quanto mais grave é o acidente, maior o número de dias que o acidentado ficará
afastado de suas atividades.

3.2.1 Tipos de acidentes


Sem afastamento – Retorno ao trabalho no dia seguinte:
Pequenas lesões: cuidados imediatos sem grandes consequências.
Com afastamento – Afastamento maior ou igual a um dia:
Incapacidade temporária.
Incapacidade permanente.
Parcial – redução parcial da capacidade de trabalho.
Total – incapacidade permanente e total perda da capacidade de trabalho.
Morte.

3.3 Causas dos acidentes de trabalho

Os acidentes são originados em ações ou situações que contribuem para o seu acontecimento.
Dessa forma, todos os acidentes de trabalho têm como antecedentes (conhecidos ou não) uma
variedade de causas, sendo elas enquadradas em dois tipos: atos inseguros ou condições
inseguras de trabalho.

Figura 14 – Causas dos acidentes

Fonte: Tavares (2009).

3.3.1 Atos inseguros

São definidos como as principais causas dos acidentes do trabalho, que reside exclusivamente no
fator humano. Nada mais são que a violação das normas internas de segurança, Código de
Trânsito Brasileiro e Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho.

Em uma pesquisa foi constatado que, em 90% dos casos de acidentes, o motivo principal é o ato
inseguro. A seguir, alguns exemplos de atos inseguros mais conhecidos (PREFEITURA DO
MUNICÍPIO DE TIETÊ, 2015):

Inutilizar dispositivos de segurança.


Dirigir em excesso de velocidade.
Improvisar ou fazer uso de ferramenta inadequada à tarefa exigida.
Não utilizar EPI.
Manipulação inadequada de produtos químicos.
Fumar em lugar proibido.
Consumir drogas ou bebidas alcoólicas durante a jornada de trabalho.

3.3.2 Condições inseguras

São aquelas que estão presentes no ambiente de trabalho, das quais geralmente todos têm a
ciência do risco e que podem levar à ocorrência de acidentes, colocando em risco a integridade
física e mental do colaborador, de terceiros e também do patrimônio da empresa.

As condições inseguras são consequências de erros de projetos, planos de trabalho, falhas ou


incorreções de programas de manutenção e segurança. Alguns exemplos de condições inseguras
mais comumente conhecidas são (PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE TIETÊ, 2015):

Má arrumação/falta de limpeza.
Defeitos nas edificações.
Piso danificado.
Risco de fogo ou explosão.
Falta de manutenção adequada.
Máquinas, equipamentos ou ferramentas com defeitos.

Curiosidades sobre segurança do trabalho

Você já imaginou exatamente quantas pessoas sofrem acidentes de trabalho todos os dias no
Brasil?

Ocorrem mais de 1.500 acidentes de trabalho todos os dias em território nacional. Um acidente a
cada 57,6 segundos.

Segundo dados da Secretaria de Inspeção do Trabalho, em 2019 ocorreram 582.507 acidentes de


trabalho no território nacional que tiveram CAT registrado.

Fonte: protecao.com.br [https://protecao.com.br/estatisticas/previdencia-social-divulga-as-


ultimas-estatisticas-de-acidentes-de-trabalho-no-pais/]

3.4 Riscos ocupacionais

A Portaria 25, de 29 de dezembro de 1994, classifica os riscos ocupacionais conforme natureza


classificando-os em grupos e cores correspondentes a cada tipo de risco.

Os critérios de análise da classificação dos riscos nos ambientes de trabalho devem ser
realizados por profissionais qualificados, como determina a Norma Regulamentadora NR-15
quando aborda os riscos físicos, químicos e biológicos e a Norma Regulamentadora NR-17, ao
abordar os riscos ergonômicos.

A Norma Regulamentadora NR-09 considera:

Agentes físicos como “as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores,
tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes,
radiações não ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom”.
Agentes químicos como “as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo
pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela
natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da
pele ou por ingestão”.
Agentes biológicos “as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros”.

A Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO) define a ergonomia como “uma disciplina


científica relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos
ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos, a fim de otimizar o
bem estar humano e o desempenho global do sistema”. A ergonomia é dividida em três grandes
áreas do conhecimento, sendo elas: ergonomia física, ergonomia cognitiva e ergonomia
organizacional.

Já os riscos de acidentes são situações ou condições de trabalho com potencial para causar
danos à integridade física das pessoas.

Com base nos entendimentos e classificações, apresenta-se a tabela de riscos ocupacionais,


conforme Portaria 25, de 29 de dezembro de 1994:

Quadro 1 - Grupos de riscos ocupacionais

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5


Verde Vermelho Marrom Amarelo Azul

Riscos Riscos químicos Riscos Riscos ergonômicos Riscos de acidentes


físicos Biológicos

Ruídos Poeiras Vírus Esforço físico intenso Arranjo físico inadequado


Vibrações Fumos Bactérias Levantamento e Máquinas e equipamentos
Radiações Névoas Protozoários transporte manual de sem proteção
ionizantes Neblinas Fungos peso Ferramentas inadequadas
Radiações Gases Parasitas Exigência de postura ou defeituosas
não Vapores Bacilos inadequada Iluminação inadequada
ionizantes Substâncias, Controle rígido de Eletricidade
Frio compostos ou produtividade Probabilidade de incêndio
Calor produtos químicos Imposição de ritmos ou explosão
Pressões excessivos Armazenamento
anormais Trabalho em turno e inadequado
Umidade noturno Animais peçonhentos
Jornadas de trabalho Outras situações de risco
prolongadas que poderão contribuir para
Monotonia e a ocorrência de acidentes
repetitividade
Outras situações
causadoras de stress
físico e/ou psíquico

Fonte: Portaria 25, de 29 de dezembro de 1994.


3.5 Medidas de proteção: coletiva e individual

3.5.1 Equipamentos de proteção coletiva

Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) é todo equipamento utilizado para proteger inúmeros
trabalhadores ao mesmo tempo e se caracteriza em beneficiar um grupo de trabalhadores
indistintamente. Eles eliminam ou reduzem os riscos na própria fonte. São exemplos de EPCs:
bandeja de proteção contra queda de pessoas, tela de proteção contra quedas de materiais,
extintores de incêndio, enclausuramento acústico de fontes de ruído etc.

Figura 15 – Segurança contra incêndio

Fonte: Timyee/iStock.

3.5.2 Equipamentos de proteção individual

Segundo a Norma Regulamentadora (NR-6), o EPI é todo dispositivo ou produto de uso individual
utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a
saúde no trabalho.

Os equipamentos de proteção individual podem ser agrupados em EPIs para cabeça, proteção de
olhos e face, proteção auditiva, proteção respiratória, proteção para o tronco, proteção para
membros superiores, proteção para membros inferiores, proteção para o corpo inteiro proteção
contra quedas com diferença de nível (SALIBA, 2016).
Figura 16 – Equipamento de proteção

Fonte: nipastock/iStock.

Quadro 2 – Relação dos principais EPIs

Capacete
Proteção da cabeça:
Capuz ou balaclava

Óculos

Proteção de olho e faces: Protetor facial

Máscara de Solda

Proteção auditiva: Protetor auditivo

Respirador purificador de ar não motorizado

Respirador purificador de ar motorizado

Proteção respiratória: Respirador de adução de ar tipo linha de ar comprimido

Respirador de adução de ar tipo máscara autônoma

Respirador de fuga

Vestimentas
Proteção do tronco:
Colete à prova de balas
Luvas

Creme protetor

Proteção dos membros superiores: Manga

Braçadeira

Dedeira

Calçado

Meia
Proteção dos membros inferiores:
Perneira

Calça

Macacão
Proteção do corpo inteiro:
Vestimenta de corpo inteiro

Cinturão de segurança com dispositivo trava-queda


Proteção contra quedas com diferença de nível:
Cinturão de segurança com talabarte

Fonte: Brasil (2001a).

Para aprofundamento sobre cada tipo de proteção mencionada no Quadro 2, bem como suas
descrições, acesse o site: www.gov.br [https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-
br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-
trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-6-nr-6] .

3.5.3 Medidas de controle aos riscos

Importante destacar que, conforme texto da nova norma regulamentadora NR-01, as medidas de
controle aos riscos identificados nos ambientes de trabalho devem priorizar a aplicação da
hierarquia de controle ao risco, que segue a seguinte sequência:

Eliminação ou substituição do perigo.


Controle de engenharia.
Medidas administrativas.
Uso de EPI.

Note que o equipamento de proteção individual é sempre o último recurso a ser empregado para o
controle do risco ocupacional.

3.6 Avaliações ambientais – Programa de Gerenciamento de Riscos

A nova redação da Norma Regulamentadora 9 estabelece os requisitos para a avaliação das


exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos e biológicos (BRASIL, 2020).
É exigida das empresas a elaboração de um Programa de Gerenciamento de Riscos, que envolve a
aplicação das seguintes etapas:

a. Levantamento dos perigos existentes nas tarefas, atividades e processos.


b. Reconhecimento dos riscos ocupacionais para essas situações.
c. Avaliação dos riscos.
d. Medidas de controle aos riscos.

O Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) deve considerar as situações de riscos e


exposição atuais e futuras na empresa, e usa como base os levantamentos e análises de
exposição ambiental aos riscos apresentados em laudos técnicos em atendimento às NRs 09 e
15, e avaliação ergonômica do trabalho em atendimento à NR-17.

Conforme novo texto da NR-01, a empresa deve manter à disposição das partes interessadas
evidência documental de elaboração do PGR, contendo:

Inventário dos riscos ambientais.


Resultado das avaliações ambientais e análise ergonômica.
Plano de ação de melhorias.

Além da norma regulamentadora NR-01, existem diversas normas nacionais e internacionais que
podem ser usadas como referência para a implementação de modelos de gestão, assim como
normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Occupational Health and Safety
Assessment Series (OHSAS), International Organization for Standardization (ISO), British Standard
(BS), Standards Australia and New Zeland (AS/NZS), entre outras.

Independentemente da norma utilizada, todas elas são estruturadas seguindo o padrão do ciclo
de melhoria contínua, também conhecido como ciclo PDCA (do inglês: plan; do; check; act ou
adjust). A Figura 17 apresenta o modelo da estrutura PDCA aplicada na norma de Gestão,
seguindo estrutura do Anexo SL.
Figura 17 – Anexo SL aplicado no ciclo PDCA

Fonte: ISO45001:2018.

Nota-se pela figura que a estrutura e o planejamento do sistema de gestão começam pelo
reconhecimento e a análise dos elementos internos e externos à organização que podem, de
alguma forma, impactar a segurança e a saúde do trabalhador na empresa. Isso pode estar
relacionado ao ramo de atividade, tecnologia empregada, exigências legais, requisitos de mercado,
sindicato, órgãos de classe, interesse de acionistas ou investidores, cultura local, clima, fatores
sociais, entre outros elementos que podem determinar a forma de trabalho e como elas interagem
com as partes envolvidas no sistema de gestão.

Com base nesse levantamento inicial, a empresa pode estabelecer os limites ou a abrangência do
seu Sistema de Gestão, determinando o escopo de gestão e partindo para as fases de aplicação
do PDCA propriamente dito.

Destaca-se que, em qualquer fase do PDCA, deve haver o envolvimento e participação da


liderança da empresa, iniciando pela alta direção, que é responsável por definir uma política de
gestão, os objetivos a serem atingidos, as responsabilidades das partes envolvidas e prover os
recursos necessários para o bom funcionamento do sistema de gestão.
Os trabalhadores também devem participar de forma ativa do processo de aplicação do PDCA e
serem consultados em todos os momentos críticos.

Em todos os momentos do PDCA, a mentalidade de risco deve estar presente. Trata-se das
situações que podem comprometer o negócio da empresa.

A fase de planejamento do sistema de gestão de saúde e segurança no trabalho (SST) envolve a


identificação de perigos, análise de riscos e requisitos legais e outros, aplicáveis à organização.
Envolve também o estabelecimento de programas para que seja cumprida a Política de Gestão e
para que os objetivos sejam atingidos.

A definição e a preparação dos recursos necessários, de documentos, assim como a formação de


pessoal, também fazem parte da fase de planejamento.

A fase de execução do sistema de gestão de SST envolve a implementação e operação,


preparação e resposta à emergência, aplicável para pessoal próprio na empresa, assim como
contratados.

A fase de controle do sistema de gestão de SST envolve: o monitoramento e medição de


desempenho, a revisão da avaliação do atendimento aos requisitos legais e outros, registro e
investigação de incidentes, auditoria interna e análise crítica do sistema de gestão por parte da
alta direção.

Por fim, a fase de ação do sistema de gestão envolve a análise de todo o sistema de gestão para
que novas decisões sejam tomadas a fim de melhorar o seu desempenho: análise dos itens de
controle, estabelecimento de ações corretivas e definição das melhorias que formam tal etapa.

Como o ciclo PDCA é contínuo, é importante lembrar que as etapas aqui apresentadas estão
sempre ocorrendo com o objetivo de melhorar o sistema de gestão.

3.7 Serviços Especializados em Segurança e em Medicina do Trabalho

O SESMT é regulamentado pelo artigo 162 da CLT, que dispõe:


As empresas, de acordo com normas a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, estarão

obrigadas a manter serviços especializados em segurança e em medicina do trabalho.

Parágrafo único – As normas a que se refere este artigo estabelecerão:

a) classificação das empresas segundo o número de empregados e a natureza do risco de suas

atividades;

b) o número mínimo de profissionais especializados exigido de cada empresa, segundo o grupo em

que se classifique, na forma da alínea anterior;

c) a qualificação exigida para os profissionais em questão e o seu regime de trabalho;

d) as demais características e atribuições dos serviços especializados em segurança e em medicina

do trabalho, nas empresas. (BRASIL, 1943)

O Ministério do Trabalho e Emprego através da Norma Regulamentadora NR-4, regulamentou a


matéria e estabeleceu a forma na qual o SESMT deve ser dimensionado, quais profissionais
devem compô-lo e sua jornada de trabalho. Veja detalhes no Quadro 3.
Quadro 3 – Informativo: Grau de Risco

Fonte: Brasil (2001c).

A relação da classificação nacional de atividades econômicas (CNAE), com correspondente grau


de risco (GR), é usada para fins de dimensionamento do SESMT e se encontra no quadro I da NR-
4.

Os profissionais integrantes da SESMT devem possuir formação e registro profissional em


conformidade com o disposto na regulamentação da profissão e nos instrumentos normativos
emitidos pelo respectivo Conselho Profissional, quando existente.

A NR-4 atribui aos profissionais que participam do SESMT as seguintes responsabilidades:

a. Aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança e de medicina do trabalho ao ambiente de trabalho


e a todos os seus componentes, inclusive máquinas e equipamentos, de modo a reduzir até eliminar os
riscos ali existentes à saúde do trabalhador.
b. Determinar, quando esgotados todos os meios conhecidos para a eliminação do risco e ele persistir, mesmo
reduzido, a utilização, pelo trabalhador, de EPI, de acordo com o que determina a NR 6, desde que a
concentração, a intensidade ou característica do agente assim o exija.
c. Colaborar, quando solicitado, nos projetos e na implantação de novas instalações físicas e tecnológicas da
empresa, exercendo a competência disposta na alínea “a”.
d. Responsabilizar-se tecnicamente pela orientação quanto ao cumprimento do disposto nas NRs aplicáveis
às atividades executadas pela empresa e/ou seus estabelecimentos.
e. Manter permanente relacionamento com a CIPA, valendo-se ao máximo de suas observações, além de
apoiá-la, treiná-la e atendê-la, conforme dispõe a NR 5.
f. Promover a realização de atividades de conscientização, educação e orientação dos trabalhadores para a
prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, tanto através de campanhas quanto de
programas de duração permanente.
g. Esclarecer e conscientizar os empregadores sobre acidentes de trabalho e doenças ocupacionais,
estimulando-os em favor da prevenção.
h. Analisar e registrar em documento(s) específico(s) todos os acidentes ocorridos na empresa ou
estabelecimento, com ou sem vítima, e todos os casos de doença ocupacional, descrevendo a história e as
características do acidente e/ou da doença ocupacional, os fatores ambientais, as características do agente
e as condições do(s) indivíduo(s) portador(es) de doença ocupacional ou acidentado(s)
i. Registrar mensalmente os dados atualizados de acidentes do trabalho, doenças ocupacionais e agentes de
insalubridade, preenchendo, no mínimo, os quesitos descritos nos modelos de mapas constantes nos
Quadros III, IV, V e VI, devendo o empregador manter a documentação à disposição da inspeção do trabalho.
j. Manter os registros de que tratam as alíneas “h” e “i” na sede dos Serviços Especializados em Engenharia
de Segurança e em Medicina do Trabalho ou facilmente alcançáveis a partir dela, sendo de livre escolha da
empresa o método de arquivamento e recuperação, desde que sejam asseguradas condições de acesso aos
registros e entendimento de seu conteúdo, devendo ser guardados somente os mapas anuais dos dados
correspondentes às alíneas “h” e “i” por um período não inferior a 5 (cinco) anos.
k. As atividades dos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho são essencialmente prevencionistas, embora não seja vedado o atendimento de
emergência, quando se tornar necessário. Entretanto, a elaboração de planos de controle de efeitos de
catástrofes, de disponibilidade de meios que visem ao combate a incêndios e ao salvamento e de imediata
atenção à vítima deste ou de qualquer outro tipo de acidente estão incluídos em suas atividades (BRASIL,
2001c).

3.8 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)

O objetivo da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) é a prevenção de acidentes e


doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com
a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador (BRASIL, 2001d).

Figura 18 – Prevenção – Consulta


periódica

Fonte: senivpetro/Freepik.

A CIPA deve ser constituída em associações recreativas, cooperativas, empresas privadas,


empresas públicas, instituições beneficentes, sociedades de economia mista, órgãos da
administração direta e indireta, bem como outras instituições que admitam trabalhadores como
empregados. A CIPA é composta de representantes dos empregados e do empregador, de acordo
com o dimensionamento previsto no Quadro I NR-5, excluindo-se setores econômicos específicos
que sejam disciplinados em atos normativos próprios (BRASIL, 2001d).

Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, serão por eles nomeados e os


representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em votação secreta, da qual
participam exclusivamente os empregados interessados. O mandato dos membros eleitos da CIPA
tem duração de um ano, permitida uma reeleição e é vedada a dispensa arbitrária ou sem justa
causa do empregado eleito para cargo de direção de CIPA, desde o registro de sua candidatura até
um ano após o final de seu mandato (BRASIL, 2001d).

A NR-5 apresenta as 15 atribuições para a CIPA:

a. Identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior
número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver.
b. Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de segurança e saúde
no trabalho.
c. Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção necessárias, bem como
da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho.
d. Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho visando a identificação de
situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores.
e. Realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu plano de trabalho e discutir
as situações de risco que foram identificadas.
f. Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho.
g. Participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo empregador, para avaliar os
impactos de alterações no ambiente e no processo de trabalho relacionados à segurança e saúde dos
trabalhadores.
h. Requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquina ou setor onde considere
haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores.
i. Colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outros programas relacionados à
segurança e saúde no trabalho.
j. Divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como cláusulas de acordos e
convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde no trabalho.
k. Participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador, da análise das causas das
doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos problemas identificados.
l. Requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que tenham interferido na segurança e
saúde dos trabalhadores.
m. Requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas.
n. Promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de Prevenção de
Acidentes do Trabalho (SIPAT).
o. Participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevenção da AIDS (BRASIL, 2001d).

3.9 Cadastro de acidentes do trabalho

A ABNT NBR 14280:2001 tem como objetivo estabelecer critérios para registro, comunicação,
estatística, investigação e análise de acidentes do trabalho, suas causas e consequências,
aplicando-se a quaisquer atividades de trabalho, sendo aplicada a qualquer organização que
queira investigar os acidentes de trabalho para entender suas causas e consequências.

Figura 19 – Avaliação da frequência e


da gravidade

Fonte: SDI Productions/iStock.

A avaliação da frequência e da gravidade deve ser feita em função de três fatores:

a. Número de acidentes ou de acidentados.


b. Horas-homem de exposição ao risco.
c. Tempo computado.

A empresa é obrigada a informar à Previdência Social todos os acidentes de trabalho ocorridos


com seus empregados, mesmo que não haja afastamento das atividades, até o primeiro dia útil
seguinte ao da ocorrência. Em caso de morte, a comunicação deverá ser imediata. A empresa que
não informar o acidente de trabalho dentro do prazo legal estará sujeita a aplicação de multa. Se
a empresa não fizer o registro da CAT, o próprio trabalhador, o dependente, a entidade sindical, o
médico ou a autoridade pública poderão efetivar a qualquer tempo o registro desse instrumento
junto à Previdência Social, o que não exclui a possibilidade da aplicação da multa à empresa.

Para maior comodidade, o INSS disponibiliza um site que permite o Registro da CAT de forma
online, desde que preenchidos todos os campos obrigatórios. Através do sistema, também é
possível gerar o formulário da CAT em branco para, em último caso, ser preenchido manualmente.

Fonte: www.gov.br [https://www.gov.br/inss/pt-br/saiba-mais/auxilios/comunicacao-de-


acidente-de-trabalho-cat] .
Práticas profissionais - Programa de Gerenciamento de Riscos
(PGR)

Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link:
"https://player.vimeo.com/video/675975868".

Vimos neste capítulo:

A caracterização do acidente do trabalho e a forma de registro.


As medidas de controle individual e coletiva.
Outras ações de controle e elementos de atendimento aos requisitos legais.
Videoaula - Estatísticas e indicadores de segurança e saúde no
trabalho

Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link:
"https://player.vimeo.com/video/675973568".
4 Cálculos estatísticos

4.1 Cálculo de horas-homem de exposição ao risco

As horas-homem são calculadas pelo somatório das horas de trabalho de cada empregado, mas
quando o número de horas trabalhadas varia de grupo para grupo, calculam-se os vários produtos
que devem ser somados para obtenção do resultado final.

Figura 20 – Exposição ao risco

Fonte: lamontak590623/iStock.

Primeiro exemplo: em um período, se todos trabalham o mesmo número de horas, é o produto do


número de homens pelo número de horas. Por exemplo: 10 homens trabalhando, cada um, 150
horas por mês, totalizam 1500 horas-homem.

Segundo exemplo: 40 homens, dos quais 20 homens trabalham, cada um, 200 horas por mês, 10
homens trabalham 180 horas por mês e 10 homens trabalham 160 horas por mês, totalizam 7400
horas-homem.

a. Horas de exposição ao risco:

As horas de exposição são retiradas das folhas de pagamento ou quaisquer outros registros de
ponto, consideradas apenas as horas trabalhadas, inclusive as horas extras.

b. Horas estimadas de exposição ao risco:

Quando não é possível determinar o total de horas efetivamente trabalhadas, elas devem ser
estimadas multiplicando-se o total de dias de trabalho pela média do número de horas
trabalhadas por dia.
4.2 Dias perdidos por incapacidade temporária total
Figura 21 – Trabalhador com
incapacidade temporária

Fonte: Dragonimagens/iStock.

São considerados como dias perdidos por incapacidade temporária total os seguintes:

a. Os dias subsequentes ao da lesão, em que o empregado continua incapacitado para o trabalho (inclusive
dias de repouso remunerado, feriados e outros dias em que a empresa, entidade ou estabelecimento
estiverem fechados).
b. Os dias subsequentes ao da lesão, perdidos exclusivamente devido à não disponibilidade de assistência
médica ou recursos de diagnóstico necessários.

NOTA – Não são computáveis o dia da lesão e o dia em que o acidentado é considerado apto para
retornar ao trabalho.

4.3 Dias a debitar

São os dias que se debitam, por incapacidade permanente ou morte, para o cálculo do tempo
computado.

Quadro 4 – Cálculo: Dias a debitar x tempo computado

I – Morte 6000

II – Incapacidade permanente total 6000

III – Perda de membro:

a) Membro superior:

acima do punho até o cotovelo, exclusive 3600

do cotovelo até a articulação do ombro, inclusive 4500

b) Mão:

Amputação, atingindo todo o osso ou Quirodáctilos (dedos da mão)


parte1)
1/ 2/ 3/ 4/ 5/
(Polegar) (Indicador) (Médio) (Anular) (Mínimo)
3ª falange – distal - 100 75 60 50

2ª falange – medial (distal para o 300 200 150 120 100


polegar)

1ª falange – proximal 600 400 300 240 200

Metacarpianos 900 600 500 450 400

Mão, no punho (carpo) 3000

c) Membro inferior:

acima do joelho 4500

Acima do tornozelo até a articulação do joelho, exclusive 3000

d) Pé:

Amputação, atingindo todo o osso ou parte1) Pododáctilos (dedos do pé)

1⁄ Cada um dos demais

3ª falange – distal - 35

2ª falange – medial (distal para o 1º (pododáctilo) 150 75

1ª falange – proximal 300 150

Metatarsianos 600 350

Pé, no tornozelo (tarso) 2400

IV – Perturbação funcional:

Perda de visão de um olho haja ou não visão no outro 1800

Perda de visão de ambos os olhos em um só acidente 6000

Perda de audição de um ouvido haja ou não audição no outro 600

Perda da audição de ambos os ouvidos em um só acidente 3000

1) Se o osso não é atingido, usar somente os dias perdidos e classificar como incapacidade temporária.

Fonte: ABNT (2001).

4.4 Fórmulas e cálculos estatísticos

A Norma Regulamentadora NR-04, apresenta em seus quadros III, IV, V e VI alguns elementos a
serem preenchidos pelas organizações. São dados estatísticos de acidentes cuja fórmulas para
cálculo são apresentadas a seguir:

a. ÍNDICE RELATIVO/TOTAL DE EMPREGADOS: resultado da divisão do número de acidentes pelo número


total de empregados do estabelecimento, multiplicado por 100.
b. TAXA DE FREQUÊNCIA: aplicar a seguinte fórmula:

Sendo,
N = número de acidentes com lesão ou número absoluto;
H = homens/hora de exposição ao risco. Produto da multiplicação desse número de empregados
pela jornada de trabalho normal da empresa vezes o número de dias úteis do ano (variável);
= constante da fórmula.

c. ÍNDICE DE AVALIAÇÃO DA GRAVIDADE: divisão do número de dias/homem perdidos pelo número de


acidentes com lesão ou número absoluto

d. TAXA DE GRAVIDADE: aplicar a seguinte fórmula:

Sendo,
DP = número de dias perdidos em acidentes;
DD = número de dias debitados em acidentes;
H = homens/hora de exposição ao risco. Produto da multiplicação desse número de empregados
pela jornada de trabalho normal da empresa vezes o número de dias úteis do ano (variável);
1.000.000 = constante da fórmula.

e. INDICADORES NIOSH

Algumas empresas, principalmente aquelas com origem fora do Brasil, classificam os acidentes
em categorias para melhor definição e análise de gravidade. O Instituto Americano de Segurança e
Saúde Ocupacional (NIOSH – National Institute of Occupational Safety and Health), o órgão do
trabalho nos Estados Unidos, adota a seguinte classificação:

Acidentes reportáveis

Fatal: acidentes fatais.


CPT (Com Perda de Tempo): acidentes com registro de afastamento.
SPT (Sem Perda de Tempo): acidentes com restrição para o trabalho, mas que não caracterizam
afastamento.
Incidentes não reportáveis

PS (Primeiros Socorros): simples ocorrências de incidente com atendimento sem restrição ao trabalho
ou afastamento. Sem lesão ao trabalhador.

f. CÁLCULO DO TRIR

O acidentes reportáveis compõem um indicador chamado TRIR (Total Recordable Incident Rate),
formado pela seguinte fórmula:

Vimos neste capítulo:

Os principais indicadores de monitoramento e controle utilizados pelas empresas.

Videoaula - Considerações Finais

Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link:
"https://player.vimeo.com/video/416134726".
Conclusão
A saúde e a segurança do trabalhador nas organizações, de todos os ramos, segmentos e
tamanhos, têm sido objeto de preocupação constante e de atenção.

A busca pelo desenvolvimento do trabalho de forma segura não somente é uma boa prática, mas
também uma exigência constante da legislação nacional e um tema que, quando negligenciado,
pode causar prejuízo à imagem, perdas produtivas e financeiras às organizações.

Cada vez mais, o enfoque dado às partes interessadas tem obrigado as organizações a tomar
ações de prevenção a lesões e doenças, bem como estabelecer rígidos critérios de controle para
evitar acidentes ou ocorrências anormais no ambiente laboral.

Dessa forma, tem sido necessário um estudo cada vez mais aprofundado na medicina do trabalho,
na engenharia de segurança e na higiene ocupacional pelo engenheiro de produção, uma vez que
esses estudos alinhados ao próprio processo produtivo levariam a uma condição controlada e
salubre do desenvolvimento de suas atividades e do desempenho organizacional.
Autoria
Marcelo Martins
Autor
Mestre em Administração (2016), possui Graduação em Engenharia Mecânica pela Universidade
Presbiteriana Mackenzie (1998), Pós Graduação em Gestão e Tecnologias Ambientais (FAAP) e
Pós Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho na Universidade Nove de Julho. Tem
experiência na área de consultoria e auditoria em meio ambiente e segurança do trabalho,
sustentabilidade e Ciência da Computação. É conteudista e professor de graduação e pós-
graduação nas modalidades presencial e EAD.

Cristiano Silveira Ribeiro


Autor revisor
Engenheiro Eletricista, com pós-graduação em Engenharia de Segurança no Trabalho, Ergonomia
e Gestão da Qualidade. Mestrado em Gestão Ambiental e Sustentabilidade.

Mais de 20 anos de experiência em Sistemas de Gestão (Qualidade, Meio Ambiente e Segurança e


Saúde Ocupacional), atuando como gestor de Sistema de Gestão Integrado, Engenheiro de
Segurança compondo o SESMT e em consultoria e auditoria.

Trabalhou e prestou serviços nas áreas de Qualidade, Meio Ambiente e Segurança Ocupacional
em empresas de diversos portes e segmentos.

Professor conteudista e professor de pós-graduação nas modalidades presencial e a distância em


diversas instituições de ensino.
Glossário
Arbitrar

Julgar como árbitro: arbitrar um litígio. Controlar a regularidade de um jogo: arbitrar uma partida
de futebol. Fonte: www.dicio.com.br/arbitrar [https://www.dicio.com.br/arbitrar] .

Arcabouço

Esboço; o que contém os direcionamentos iniciais para: arcabouço de um livro. Fonte:


www.dicio.com.br/arcabouco [https://www.dicio.com.br/arcabouco/] .

Clérigo

Sujeito que faz parte da classe eclesiástica; aquele que alcançou as ordens sacras; cristão que
exerce o sacerdócio. Tem como sinônimos, padre, pároco, prior, arcebispo e vigário. Fonte:
www.dicio.com.br/clerigo [https://www.dicio.com.br/clerigo] .

Corroborar

Confirmar a existência ou a verdade de; dar provas de; comprovar: corroborar declarações alheias;
dados que corroboram um estudo quantitativo. Obter força; tornar forte; fortalecer: este
medicamento corrobora o sistema nervoso; corroborou-se com exercícios físicos. Fonte:
www.dicio.com.br/corroborar [https://www.dicio.com.br/corroborar/] .

Dolo

Fraude; modo de agir fraudulento de uma pessoa em relação à outra. Ato criminoso da pessoa que
age de má-fé, buscando induzir alguém à prática de uma ação, sendo a pessoa lesada
responsável pelos prejuízos causados por ela. Violação deliberada da lei, por ação ou omissão,
tendo consciência plena do crime que está cometendo. Fonte: www.dicio.com.br/dolo
[https://www.dicio.com.br/dolo/] .

Embargo

O que pode causar impedimento; em que há obstáculo ou dificuldade; empecilho. Capaz de impor
um obstáculo à vontade do adversário na obtenção de um direito; que impede a obtenção de
algum direito. Proibição provisória que, sendo realizada pelo Estado, faz com que um navio de
origem estrangeira não saia do porto em que está ancorado. Fonte: www.dicio.com.br/embargo
[https://www.dicio.com.br/embargo/] .

Iminente

Imediato; que pode acontecer em um momento muito próximo; que está prestes a ocorrer; que se
pode realizar a qualquer momento: tragédia iminente. Fonte: www.dicio.com.br/iminente
[https://www.dicio.com.br/iminente/] .
Insalubre

Que não faz bem à saúde; diz-se do local cujas condições são prejudiciais à saúde. Que provoca
doenças; insalutífero. Que pode causar danos à saúde do trabalhador; diz-se das circunstâncias
de trabalho. Fonte: www.dicio.com.br/insalubre [https://www.dicio.com.br/insalubre/] .

Laboral

Que se refere à labuta, ao labor, ao trabalho, trabalhista, ambiente laboral tranquilo. Fonte:
www.dicio.com.br/laboral [https://www.dicio.com.br/laboral/] .

Oriundo

Procedente; que tem sua origem em; que provém de; que tem determinada proveniência: ex.
produto oriundo do Sul da África. Fonte: www.dicio.com.br/oriundo
[https://www.dicio.com.br/oriundo/] .

Patologia

Derivado do grego pathos, sofrimento, doença e logia, ciência, estudo) é um ramo da biologia e
medicina primariamente dedicado à análise e estudo de órgãos, tecidos e fluidos corporais, com a
finalidade de fazer um diagnóstico das doenças. Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/Patologia
[https://pt.wikipedia.org/wiki/Patologia] .

Silicose

A silicose é uma forma de pneumoconiose causada pela inalação de finas partículas de sílica
cristalina e caracterizada por inflamação e cicatrização em forma de lesões nodulares nos lóbulos
superiores do pulmão. Provoca, na sua forma aguda, dificuldades respiratórias, febre e cianose.
Pode ser confundida como edema pulmonar, pneumonia ou tuberculose. Fonte:
pt.wikipedia.org/wiki/Silicose [https://pt.wikipedia.org/wiki/Silicose] .

Subsidiar

Financiar; dar apoio financeiro a: a empresa subsidiava a campanha do candidato; sua mãe
subsidiou suas viagens. Ajudar; oferecer qualquer tipo de auxílio, ajuda, subsídio: ela subsidiava
campanhas filantrópicas; o professor subsidiava os projetos educacionais. Fonte:
www.dicio.com.br/subsidiar [https://www.dicio.com.br/subsidiar/] .

Tripartite

1. Que se partiu. 2. Dividido em três partes. Fonte: www.aulete.com.br/tripartite


[http://www.aulete.com.br/tripartite] .
Bibliografia
Bibliografia Geral

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). NBR 14280. Cadastro de acidente do trabalho -
Procedimento e classificação. Rio de Janeiro: ABNT, 2001. Disponível em:
www.alternativorg.com.br [http://www.alternativorg.com.br/wdframe/index.php?
&type=arq&id=MTE2Nw] . Acesso em: 30 nov. 2017.

BARBOSA FILHO, Antonio Nunes. Segurança do Trabalho & Gestão Ambiental. 4. ed. São Paulo:
Atlas, 2011.

BRASIL. Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943. Diário Oficial [da] República Federativa do
Brasil, Rio de Janeiro, 1 maio 1943. Disponível em www.planalto.gov.br
[http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm] . Acesso em: 26 out. 2017.

BRASIL. Base de Dados Históricos de Acidente de Trabalho. 2021. Disponível em:


www3.dataprev.gov.br [http://www3.dataprev.gov.br/AEAT/greg/reg02/reg02.PHP] . Acesso em: 6
set. 2021.

BRASIL. Portaria n. 25, de 15 de outubro de 2001. Altera a Norma Regulamentadora que trata de
Equipamento de Proteção Individual - NR 6 e dá outras providências. 2001a. Disponível em:
trabalho.gov.br [http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR6.pdf] . Acesso em: 27
out. 2017.

BRASIL. Programa de prevenção de riscos ambientais. 2001b. Disponível em: www.pncq.org.br


[https://www.pncq.org.br/uploads/2016/NR_MTE/NR%209%20-%20PPRA.pdf] . Acesso em: 27
out. 2017.

BRASIL. Serviços especializados em engenharia de segurança e em medicina do trabalho. 2001c.


Disponível em: www.guiatrabalhista.com.br
[http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr4.htm] . Acesso em: 27 out. 2017.

BRASIL. Comissão interna de prevenção de acidentes. 2001d. Disponível em: trabalho.gov.br


[http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR6.pdf] . Acesso em: 27 out. 2017.

BRASIL. Lei n. 7.410, de 27 de novembro de 1985. Dispõe sobre a especialização de Engenheiros e


Arquitetos em Engenharia de Segurança do Trabalho, a profissão Técnico de Segurança do
Trabalho e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 27
nov. 1985. Disponível em: www.camara.gov.br
[http://www.camara.gov.br/sileg/integras/920163.pdf] . Acesso em: 27 out. 2017.
BSI Brasil. 2014. Disponível em: www.bsigroup.com [https://www.bsigroup.com/pt-BR/OHSAS-
18001-Saude-e-Seguranca-Ocupacional/] . Acesso em: 13 ago. 2017.

COSTA, Paulo Roberto da; COSTA, Laísa Quadros da. Normalização e Legislação Aplicada. Santa
Maria: UFSM, CTISM, Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil, 2012.

ESTADOS UNIDOS. Introduction to occupational health. USA: National Oceanic and Atmospheric
Administration, 2017.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro:
Nova fronteira, 1997.

FUNDACENTRO. Introdução à higiene ocupacional. São Paulo: [s.n.], 2004.

GRÃ-BRETANHA. Factory and Workshop Act. 1901. Disponível em: archive.org


[https://archive.org/details/b22416365] . Acesso em: 27 out. 2017.

Georgius Agricola. In: WIKIPÉDIA: a enciclopédia livre. Disponível em: en.wikipedia.org


[https://en.wikipedia.org/w/index.php?title=Georgius_Agricola&oldid=783102374] . Acesso em:
30 nov. 2017.

OHSAS 18001. Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho. Associação Brasileira de


Normas Técnicas, 2007.

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT). História da OIT (OIT Brasília). 2011.


Disponível em: www.ilo.org [http://www.ilo.org/brasilia/conheca-a-oit/hist%C3%B3ria/lang--
pt/index.htm] . Acesso em: 10 jul. 2017.

PARLAMENTO BRITÂNICO. Early factory legislation. Disponível em: www.parliament.uk


[http://www.parliament.uk/about/living-
heritage/transformingsociety/livinglearning/19thcentury/overview/earlyfactorylegislation/] .
Acesso em: 11 jul. 2017.

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE TIETÊ. Atos e condições inseguras: conceitos e exemplos. 2015.


Disponível em: www.tiete.sp.gov.br [http://www.tiete.sp.gov.br/scripts/download.php?
arquivo=../arquivos/81/dss_atos_e_condicoes_inseguras_pdf_201510021443797629.pdf] .
Acesso em: 30 nov. 2017.
SALIBA, Tuffi Messias Curso Básico de Segurança e Higiene Ocupacional. 7. ed. São Paulo: LTR,
2016.

SALIBA, Tuffi Messias. Manual Prático de Higiene Ocupacional e PPRA: Avaliação e controle dos
Riscos Ambientais. 8. ed. São Paulo: LTR, 2017.

TAVARES, Cláudia Regina Gomes. Acidentes de trabalho: conceitos básicos. Brasília: Secretaria de
Educação a Distância, 2009.

Você também pode gostar