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REGIMENTO INTERNO DO TSE

Características da Justiça Eleitoral


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CARACTERÍSTICAS DA JUSTIÇA ELEITORAL

A Resolução do TSE de n. 4.510 de 1952 trata sobre o Regimento Interno do TSE, antes
de adentrar no estudo do regimento interno é necessário fazer um breve estudo da Justiça
Eleitoral, de suas funções e características previstas na Constituição Federal, a fim de que
permita uma maior compreensão das disposições contidas no regimento interno.
Após, analisa-se o conceito de Regimento Interno, o qual é de suma importância para o
estudo de várias normas integrantes do Regimento Interno.
Analisa-se também o que a Constituição Federal fala sobre o que o Regimento Interno
pode ou não tratar.

ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA ELEITORAL

O artigo 92 da Constituição Federal previu o Poder Judiciário, o qual tem o poder de


resolver os conflitos, de julgar os conflitos de interesses, dizer qual a parte tem o direito, e de
executar suas próprias decisões.
Dentre os órgãos do Poder Judiciário, encontra-se a Justiça Eleitoral.
O artigo 92 da Constituição Federal, inciso V, dispõe que são Órgãos do Poder Judiciário
os Tribunais e Juízes Eleitorais, desse modo os:
Órgãos que compõem a Justiça Eleitoral (art. 118 da CF/1988) são, os quais fazem parte
de uma justiça especializada:

TSE

Tribunais Regionais Eleitorais


Juízes Eleitorais
Juntas Eleitorais
Quando se trata de poder judiciário, temos a Justiça Comum e a Justiça Especializada. A
Justiça Eleitoral faz parte da Justiça Especializada, integrando o Poder Judiciário da União.
Os funcionários da Justiça Eleitoral fazem parte do Poder Judiciário da União.
A Justiça Eleitoral é especializada no julgamento dos feitos eleitorais e no julgamento dos
litígios eleitorais, e os órgãos que compõem a Justiça Eleitoral:
Primeira Instância: Juízes Eleitorais e Juntas Eleitorais.
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Segunda Instância: Tribunais Regionais Eleitorais. No Brasil há vinte e sete Tribunais


Regionais Eleitorais.
Instância Especial: Tribunal Superior Eleitoral.

ATENÇÃO
Muitas questões de prova vem cobrando os órgãos da Justiça Eleitoral.

Dentre os Órgãos da Justiça Eleitoral, o Tribunal Superior Eleitoral, os Tribunais Regio-


nais Eleitorais e as Juntas Eleitorais são Órgãos Colegiados. Já os juízes eleitorais são
órgãos monocráticos, um único membro integra os Juízes Eleitorais.
Uma característica dos órgãos da Justiça Eleitoral é que a sua existência não depende
das eleições. Há uma série de serviços que são executados fora do período eleitoral.
A programação de propaganda eleitoral fora do período eleitoral é de responsabilidade da
justiça eleitoral. As distribuições de recursos aos partidos eleitorais é feito pelo TSE.
O alistamento eleitoral, transferência eleitoral e demais atribuições da justiça eleitoral
exercidas fora do período eleitoral.
Os órgãos da Justiça eleitoral possuem existência permanente, independentemente do
período eleitoral.

CARACTERÍSTICAS

a) Adoção do sistema jurisdicional: a justiça especializada exerce função jurisdicional,


julga os litígios eleitorais.
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Cada um dos poderes possui funções típicas e atípicas. O poder Judiciário tem como
função típica a função jurisdicional. Tendo como objetivo julgar litígios de matéria de direito
eleitoral.
b) Justiça Especializada: não julga litígios que não sejam de matéria eleitoral, por exem-
plo, litígios partidários. A título de exemplo, em meados de 2009 foi levado ao Tribunal Supe-
rior Eleitoral, houve um caso chamado mensalinho do DF, onde um governador do Distrito
Federal foi flagrado, filmado contando uma determinada quantia em dinheiro. Depois que os
vídeos criaram destaque nacional, abriu-se um processo contra o governador no seu próprio
partido político. O partido político gerou discussões sobre a expulsão do governador, ao final
da discussão ele foi expulso do partido político, pelo diretório nacional desse partido político.
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Após a expulsão, o governador impetrou mandado de segurança no TSE e trouxe a afirma-


ção de que foi expulso do partido político sem direito ao contraditório e a ampla defesa, sendo
nulo a expulsão. Nesse caso, o filiado foi expulso do partido político e impetra mandado de
segurança no TSE e a solução foi: o TSE não julga litígios partidários. Os litígios partidários
são julgados pela justiça comum estadual, primeira instância.
c) Inexistência de magistratura (ou promotoria) própria na Justiça Eleitoral: composição
híbrida:
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Obs.: não há concurso próprio para Juiz de Direito da Justiça Eleitoral, não tendo uma
carreira própria. Desse modo, os membros da Justiça Eleitoral são formados por
membros de demais Órgãos do Poder Judiciários, por advogados e por cidadãos.

Na composição da Justiça Eleitoral, há juízes de outros tribunais, de outros ramos do


poder judiciário, até mesmo cidadãos e advogados.
O artigo 119 da Constituição Federal é de suma importância, pois trata da composição
do Tribunal Superior Eleitoral, um dos pontos mais cobrados em concursos sobre Regimento
Interno. Ao tratar da organização da composição do Tribunal Superior Eleitoral, a Constitui-
ção Federal diz o seguinte:

Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos:
I – mediante eleição, pelo voto secreto:
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;
II – por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber
jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.
Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal.
Parágrafo primeiro- Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
I – mediante eleição, pelo voto secreto:
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;
II – de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal,
ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal
respectivo;
III – por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável
saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
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Obs.: os dois órgãos mencionados na Constituição, que integram a justiça eleitoral, têm na
sua composição membros de outros órgãos do Poder Judiciário e advogados. Não
tem membros próprios, mas tem membros que integram outros Tribunais. Tendo uma
hipótese de acumulação lícita de cargos públicos, além daquelas lícitas do artigo 37,
inciso XVI da Constituição Federal, o qual enumera os casos em que se admite a
acumulação remunerada de cargos públicos.

Os ministros que integram o TSE são ao mesmo tempo os ministros do STF. Também
ocorre com os demais membros do Poder Judiciário que integram a Justiça Eleitoral.
Composição híbrida, na composição do TSE tem-se três categorias de membros: minis-
tros do STF, ministros do STJ e advogados. Segundo a doutrina, a composição híbrida traz a
formação de decisões mais democráticas, já que membros de origem distintos participam na
formação dessas decisões.
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Parágrafo segundo do art. 121 da Constituição Federal:
§ 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e
nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião
e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria.

Obs.: os membros escolhidos para integrar a Justiça Eleitoral por um mandato de dois
anos, salvo motivo justificado, tem que permanecer os dois anos, encerrado o pri-
meiro biênio, admite-se uma única recondução consecutiva para um único biênio
consecutivo.

Quando o membro é escolhido pode ficar na Justiça Eleitoral por dois anos mais dois
anos, depois, deve-se deixar a Justiça Eleitoral, desse modo, não há vitaliciedade.
d) Periodicidade da investidura dos Juízes: princípio da temporariedade e princípio da im-
parcialidade.

Obs.: as bancas examinadoras em concurso anteriores da Justiça Eleitoral dizem que os


Ministros do Tribunal Superior Eleitoral são vitalícios, a vitaliciedade é uma proteção
da perda do cargo, os juízes são protegidos contra perda de cargos mais intensa do
que a proteção de servidores públicos. O servidor tem estabilidade, os juízes têm
vitalidade. E no que se refere a vitaliciedade, depois de dois anos de exercício das
funções jurisdicionais no primeiro grau, os membros adquirem vitaliciedade só po-
dendo perder o cargo mediante sentença judicial transitada em julgado. No âmbito
da Justiça eleitoral, não há vitaliciedade, pois tem mandato.
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ORGANIZAÇÃO E COMPETÊNCIA
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes
de direito e das juntas eleitorais.

Obs.: as normas que tratam da composição da Justiça Eleitoral se encontram em Lei Com-
plementar, o qual é cumprido pelo Código Eleitoral.

ATENÇÃO
leitura do artigo 16 do Código Eleitoral, o qual descreve a composição do TSE. Os artigos
22 e 23 descrevem as competências do TSE. As bancas, em se tratando de questões de
Regimento Interno, em muitas delas abordará as competências do Órgãos, do Presidente,
do Vice-Presidente, do Corregedor.
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Desse modo é de suma importância o estudo de competência.

GARANTIAS DA MAGISTRATURA ELEITORAL


O artigo 121, parágrafo primeiro, da Constituição Federal dispõe que: os membros dos
tribunais, os juízes de direito e os integrantes das juntas eleitorais, no exercício de suas fun-
ções, e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis.
As garantias são instrumentos para as atribuições de independência de liberdade para
o exercício de suas funções. No entanto, a Constituição ao prever os membros de tribunais
eleitorais, ou seja, do TSE, dos tribunais regionais eleitorais no exercício das suas funções
e no que lhes for aplicável a verdade, o reconhecimento de que eles têm as garantias da
magistratura, no que lhes for aplicável.
Quais garantias? As previstas no artigo 95: vitaliciedade, irredutibilidade de subsídios e
a inamovibilidade. A vitaliciedade e a irredutibilidade de subsídios não são aplicáveis na jus-
tiça eleitoral. O valor ganho para atuação na justiça eleitoral é o subsídio referente aos dias
em que atuou, caso o juiz esteja com atestado, os dias do atestado não contam para rece-
bimento dos valores. Inamovibilidade: não podem ser removidos de Ofício, porque há uma
proteção, para que tenham liberdade e independência no exercício de suas funções.
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MANDATO
Quem é escolhido para integrar a Justiça eleitoral é para atuar por dois anos mais dois anos.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos de acordo com a aula pre-
parada e ministrada pelo professor Weslei Machado Alves.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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