Você está na página 1de 20

CAPÍTULO 2 - ÓRGÃOS DA JUSTIÇA ELEITORAL

Historicamente, a Justiça Eleitoral foi criada pela Constituição Federal de 1934 como consequência
dos acordos firmados pelo Presidente Getúlio Vargas. Porém, no período do Estado Novo, a mesma
fora extinta e só voltou a ser criada em 1946.
É importante entender que a Justiça Eleitoral não possui corpo judicante próprio, o quadro próprio
se restringe aos servidores (Técnicos e Analistas da Justiça Eleitoral). Ou seja, as demais funções:
promotor eleitoral, oficial de justiça e até mesmo o Juiz Eleitoral são funções temporárias. Audioaula
A Justiça Eleitoral é formada pelos seguintes órgãos:
– Tribunal Superior Eleitoral;
– Tribunais Regionais Eleitorais;
– Juízes Eleitorais;
– Juntas Eleitorais.
Vídeo-Aula
Outrossim, em se tratando de Direito Eleitoral, é importante destacarmos as circunscrições eleitorais. A circunscrição nacional
é o Brasil e refere-se às eleições presidenciais; a circunscrição estadual, será cada Estado e o Distrito Federal e se refere às
eleições de Governador, Deputados e Senador e, finalmente, a circunscrição Municipal, diz respeito às eleições e de Prefeito
e Vereador.

QUESTÃO DE PROVA:
Jailton, em razão do momento político vivido pelo
Brasil, aprofundou-se nos estudos do Direito
Eleitoral. Ao consultar a legislação verificou que
são órgãos da Justiça Eleitoral:
A o Tribunal Superior Eleitoral; os Tribunais
Regionais Eleitorais e as Juntas Eleitorais,
apenas.
B o Tribunal Superior Eleitoral; os Tribunais
Regionais Eleitorais e os Juízes Eleitorais,
apenas.
C o Tribunal Superior Eleitoral; os Tribunais
Regionais Eleitorais; as Juntas Eleitorais e os
Juízes Eleitorais.
D o Tribunal Superior Eleitoral e os Tribunais
Regionais Eleitorais, apenas.
E os Juízes Eleitorais e as Juntas Eleitorais,
apenas.
Resposta: C

Questões
Número de acertos = ______ 19
Questões resolvidas
FICA A DICA
Juízes e Juntas Eleitorais estão no mesmo nível hierárquico da Justiça Eleitoral (01º grau).

ATENÇÃO! Os Juízes Eleitorais não são recrutados na Justiça Federal, e sim escolhidos entre os Juízes de
Direito (Justiça Estadual) da comarca de jurisdição.

Aos membros e órgãos do Poder Judiciário são conferidas garantias funcionais e institucionais, que
visam ao exercício livre e independente de suas funções. As garantias institucionais asseguram a
autonomia administrativa e financeira na atuação dessas entidades. Como exemplo de garantia institu- Audioaula
cional, podemos citar a prerrogativa dos tribunais de elaborarem suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados
na lei de diretrizes orçamentárias. Isso evita, por exemplo, que os tribunais cedam a pressões políticas no julgamento de
ações de grande repercussão para evitar qualquer tipo de restrição orçamentária por parte do Poder Executivo. EXEMPLIFI-
CANDO: Tribunal Superior Eleitoral julgou uma ação que envolvia acusações de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo
políticos e empresários. O julgamento teve grande repercussão nacional e foi acompanhado de perto pela imprensa e pela
opinião pública.Durante o processo, houve diversas tentativas de pressão política sobre o TSE, incluindo a divulgação de
informações sigilosas e a ameaça de impeachment de ministros. No entanto, o tribunal se manteve firme em sua posição,
julgando os réus de acordo com a lei e a Constituição. Uma das razões que explicam a independência do TSE nesse caso é
o fato de que o tribunal possui autonomia orçamentária em relação ao Poder Executivo. Isso significa que o TSE tem o poder
de gerir o seu próprio orçamento, sem depender de recursos ou autorização do Executivo.
As garantias funcionais são aquelas que proporcionam a independência e imparcialidade dos magistrados, tais como:
• Vitaliciedade: é adquirida após dois anos de efetivo exercício e garante que o magistrado não perderá seu cargo, salvo
por determinação de decisão transitada em julgado;
• Inamovibilidade: o magistrado não pode ser removido/transferido antes do fim do seu bienio (mandatos de 2 anos
exercidos pelos Juízes Eleitorais) sem a sua concordância, salvo por procedimento administrativo para apuração de irre-
gularidades.
• Irredutibilidade de subsídios: o valor da remuneração dos magistrados não pode sofrer decréscimo.
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias :
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse
período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em
julgado;
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e
153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Desse modo, no exercício de suas funções os juízes eleitorais gozam das prerrogativas asseguradas
a todos os magistrados em especial a inamovibilidade e a irredutibilidade dos vencimentos. Vade Mecum Virtual

Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas elei-
torais.
§ 1º Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes das juntas eleitorais, no exercício de suas funções, e no
que lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis.
Porém, cumpre ressaltar que no tocante à vitaliciedade, esta não se aplica ao Juiz Eleitoral, uma vez que o mandato do Juiz
Eleitoral é de biênios, assim não fazendo sentido algum falar de vitaliciedade para juízes eleitorais.

TRADUÇÃO JURÍDICA
Os biênios são mandatos de 2 anos exercidos pelos Juízes Eleitorais. Entretanto, esse não é o prazo máximo que
o Juiz poderá exercer a função eleitoral, pois, o biênio pode ser reconduzido.

Vejamos o que disciplina o artigo 121, §2º:

§ 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por
mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo,
em número igual para cada categoria.

Questões
20 Número de acertos = ______
Questões resolvidas
FICA A DICA
Da homologação da respectiva convenção partidária até a diplomação e nos feitos decorrentes do processo
eleitoral, não poderão servir como juízes nos tribunais eleitorais, ou como juiz eleitoral, o cônjuge ou o parente
consanguíneo ou afim, até o segundo grau, de candidato a cargo eletivo registrado na circunscrição.
Assim, além de ser vedado ao Juiz Eleitoral o exercício de qualquer atividade político partidária, ele deverá ser
afastado se seu cônjuge ou parente até segundo grau forem candidatos. A proibição de que cônjuge ou parente
consanguíneo ou afim até o segundo grau de candidato a cargo eletivo registrado na circunscrição sirvam como
juízes nos tribunais eleitorais ou como juiz eleitoral durante o processo eleitoral busca evitar conflitos de interes-
Audioaula
se e assegurar a imparcialidade dos julgamentos.

EXEMPLIFICATIVO: O marido da juiza eleitoral Manuela é candidato a governador. Nesse caso, ela não pre-
cisará afastar-se do cargo, uma vez que os processos referentes à eleição de Governador serão julgados pelo
TRE, de modo que o juiz eleitoral não possuirá ingerência sobre eles. Situação distinta seria se o marido de
Manuela fosse candidato a vereador, ela deveria afastar-se, pois os processos referentes às Eleições Municipais
são de competência originária dos juízes eleitorais.

2. 1 TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL


Composto por, no mínimo, sete ministros, sendo que:
• três são ministros do STF: os próprios ministros elegem, por voto secreto, entre eles, três indicados.
• dois são ministros do STJ: os próprios ministros elegem, por voto secreto, entre eles, três indicados. Dois dos ministros se-
rão oriundos do STJ, eleitos por voto secreto no Superior Tribunal de Justiça. Um deste será escolhido para ocupar a função
de Corregedor Geral da Justiça Eleitoral (CGE).
• dois advogados de notável saber jurídico: o Presidente da República escolhe e nomeia dois advogados, dentro da lista
sêxtupla elaborada pelo STF. Os advogados devem demonstrar notável saber jurídico e reputação ilibada.
Portanto, três dos membros do TSE são ministros do STF, sendo eleitos pelo próprio Supremo Tribunal Federal em eleição
secreta. Dois dos ministros serão oriundos do STJ, eleitos por voto secreto no Superior Tribunal de Justiça. Um deste será
escolhido para ocupar a função de Corregedor Geral da Justiça Eleitoral (CGE). Por fim, as duas últimas cadeiras do tribu-
nal serão ocupadas por juristas. Para tanto, o Supremo Tribunal Federal escolherá, através de votação secreta, lista tríplice
formada por advogados, com notável saber jurídico e idoneidade moral. Formada a lista tríplice compete ao Presidente da
República a escolha e nomeação do ministro do TSE. Por fim, como falado anteriormente, cada ministro será eleito para um
biênio, podendo ser reconduzido uma única vez.
LEMBREM-SE! A organização da Justiça Eleitoral é regulamentada pelo Código Eleitoral, que foi recepcionado pela Cons-
tituição de 1988 com status de Lei Complementar, atendendo ao disposto no art. 121 da CF: Art. 121. Lei complementar
disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais.

Questões
Número de acertos = ______ 21
Questões resolvidas
FICA A DICA
A escolha para compor o TSE não afasta as funções originárias, sendo, portanto, as atividades cumuladas com
a atividade judicante de origem.

ATENÇÃO! Súmula 72 - No julgamento de questão constitucional, vinculada a decisão do Tribunal Superior


Eleitoral, não estão impedidos os Ministros do Supremo Tribunal Federal que ali tenham funcionado no mesmo
processo, ou no processo originário.

Acerca dos impedimentos para o exercício da função judicante no TSE, o Código Eleitoral determina: Audioaula
Artigo 16 [...]
§ 1º Não podem fazer parte do Tribunal Superior Eleitoral cidadãos que tenham entre si parentesco, ainda que por
afinidade, até o quarto grau, seja o vínculo legítimo ou ilegítimo, excluindo-se neste caso o que tiver sido escolhido por
último;
§ 2º A nomeação de que trata o inciso II deste artigo não poderá recair em cidadão que ocupe cargo público de que
seja demissível ad nutum; que seja diretor, proprietário ou sócio de empresa beneficiada com subvenção, privilégio,
isenção ou favor em virtude de contrato com a administração pública; ou que exerça mandato de caráter político,
federal, estadual ou municipal.
Cumpre ressaltar que além das diretrizes constantes na legislação eleitoral, a jurisprudência do TSE firmou entendimento no
sentido de que os juristas da corte, devem possuir mais de 10 anos de efetiva atividade profissional.
Ademais, no tocante ao quórum de votação no TSE, tem-se a regra, VOTO SIMPLES, com a presença da MAIORIA AB-
SOLUTA DOS MEMBROS. Contudo, a regra comporta exceções, casos em que se exige a presença de todos os membros:
I- discussão sobre conflito entre a legislação eleitoral e a Constituição;
II- cassação de registros de candidatura;
III- anulação de pleito;
IV- cassação de diploma.

Questões
22 Número de acertos = ______
Questões resolvidas
2.2 – TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL

A Constituição determina que haja um Tribunal Regional Eleitoral na capital de cada Estado e
outro no Distrito Federal, bem como prescreve a composição desses órgãos:
Art. 120, §1º. Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
I - mediante eleição, pelo voto secreto:
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça; Audioaula
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;
II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de
juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo;
III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e
idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
§ 2º. O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente- dentre os desembargadores.
O número de juízes dos Tribunais Regionais não será reduzido, mas poderá ser elevado até nove, mediante proposta do
Tribunal Superior, e na forma por ele sugerida. Ademais, esse número de membros poderá ser aumentado por LEI COMPLE-
MENTAR!

FICA A DICA
Caso não haja Tribunal Regional Federal na Capital do respectivo Estado será escolhido um juiz federal que atue no Estado em alguma
Seção Judiciária pelo respectivo TRF.

Sobre a composição dos tribunais regionais eleitorais, dois membros serão Desembargadores do Tribunal de Justiça do
respectivo Estado ou do DF, eleitos por seus pares. Destes, um será o presidente e ou outro o vice-presidente da corte,
contudo, desta vez a eleição será realizada pelos membros do TRE.
Duas vagas serão ocupadas por Juízes de Direito do respectivo Tribunal de Justiça, escolhidos pelo próprio Tribu-
nal, serão eleitos entre juízes de primeiro grau, não havendo nenhuma exigência específica acerca da lotação deles (capital
ou interior).
Duas vagas competem aos juristas. Segundo as mesmas regras exigidas para os ministros do TSE,
contudo, o processo de escolha é diferente. Os Tribunais de Justiça formarão duas listas tríplices
com os nomes indicados para o cargo e a escolha compete ao Presidente da República.

ATENÇÃO:
No TRE, o ocupante do cargo de Corregedor Regional Eleitoral (CRE) é definido pelo Regimento Interno de
cada Tribunal.

Ademais, no tocante ao quórum de votação, tem-se a regra, VOTO SIMPLES, com a presença da Questões
Número de acertos = ______ 23
Questões resolvidas
MAIORIA ABSOLUTA DOS MEMBROS. Contudo, a regra comporta exceções, casos em que se exige
a presen­ça de todos os membros:
I- cassação de registros de candidatura;
II- anulação de pleito;

III- cassação de diploma.

Audioaula
2.3 JUÍZES ELEITORAIS
Os Juízes Eleitorais são os órgãos da Justiça Eleitoral responsáveis pelas Zonas Eleitorais, unidades jurisdicionais de
primeiro grau e, portanto, aquelas que estão mais próximas dos eleitores. Conforme supramencionado, os magistrados são
Juízes de Direito da Justiça Estadual que exercem a função temporariamente, por um período de um biênio, podendo
ser reconduzido uma vez.
Cabe destacar que aos magistrados eleitorais é vedado o exercício de qualquer atividade político partidária. Ademais, se
houver vínculo de familiar com candidatos (cônjuge, companheiro, parentes e afins até o segundo graus) o magistrado deverá
afastar-se das atividades judicantes. O dispositivo está estampado no Código Eleitoral nos seguintes termos:

Art. 14 [...]

§ 3º Da homologação da respectiva convenção partidária até a diplomação e nos feitos decorrentes do processo eleitoral,
não poderão servir como juízes nos tribunais eleitorais, ou como juiz eleitoral, o cônjuge ou o parente consanguíneo ou
afim, até o segundo grau, de candidato a cargo eletivo registrado na circunscrição.
TRADUÇÃO JURÍDICA
“Prof. O que é zona eleitoral?”

É a menor unidade de circunscrição eleitoral. Em municípios menores geralmente temos uma Zona sendo responsável por várias
cidades! Por sua vez, em cidades maiores, a zona vai corresponder a uma parte do eleitorado local. Elas são divididas em locais de votação
que são divididos em seções eleitorais.

Na hipótese de uma comarca possuir mais de um Juiz de Direito e apenas uma Zona, ou quando o total de Juízes de Direito
for superior ao número de Zonas Eleitorais, competirá ao Tribunal Regional Eleitoral do Estado a designação dos Juízes
Eleitorais.
Em regra, a escolha recairá sobre o juiz com maior tempo de judicatura na circunscrição, sendo que havera um rodízio
entre aqueles que atuam na comarca, de modo que todos possam desfrutar da oportunidade de exercer a atividade eleitoral.
Excepcionalmente, por voto de cinco membros, o TRE poderá afastar o critério da antiguidade e adotar como vetor o mereci-
mento para determinar a escolha dos juízes eleitorais.

QUESTÃO DE PROVA:
Os juízes eleitorais são
considerados órgãos da justiça
eleitoral.
CERTO

EXEMPLIFICANDO: na cidade
de São Paulo existem 77 Zonas
Eleitorais. Trata-se de uma única
cidade que é atendida por várias
Zonas.

Questões
24 Número de acertos = ______
Questões resolvidas
2.4 JUNTAS ELEITORAIS
As juntas eleitorais são órgãos jurisdicionais de primeiro grau, que existem apenas em períodos elei-
torais, sendo, portanto, temporárias. As juntas são responsáveis por apurar e totalizar os votos de
uma cidade e diplomar os eleitos em um pleito municipal. Elas são compostas por 3 ou 5 membros,
sendo presidida, necessariamente, por um Juiz de Direito. Além disso, a Junta Eleitoral será com-
posta por 2 ou 4 cidadãos de notória idoneidade, sendo todos eles nomeados pelo Tribunal Re-
gional Eleitoral até 60 dias antes da eleição. Os membros da Junta são indicados pelo Juiz Eleitoral
Audioaula
ao TRE e após a indicação os nomes são publicados no Diário de Justiça para que sejam submetidos
ao escrutínio público e possam ser impugnados. O prazo para impugnação é de 3 dias. Aprovados os indicados, o presidente
do TRE designará as Juntas Eleitorais.
Cumpre ressaltar que não podem ser nomeados membros das juntas, escrutinadores ou auxiliares:
I – os candidatos e seus parentes, ainda que por afinidade, até o segundo grau, inclusive, e bem assim o cônjuge;
II – os membros de diretórios de partidos políticos devidamente registrados e cujos nomes tenham sido oficialmente
publicados;
III – as autoridades e agentes policiais, bem como os funcionários no desempenho de cargos de confiança do Executivo;
IV – os que pertencerem ao serviço eleitoral;
Por fim, a Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997) complementa o rol limitativo em seu artigo 64, afirmando ser vedada a partici-
pação de parentes em qualquer grau ou de servidores da mesma repartição pública ou empresa privada na mesma
mesa, turma ou junta eleitoral.

ATENÇÃO:
O Juiz Presidente não será obrigatoriamente um Juiz Eleitoral, pois as Juntas Eleitorais não são coincidentes com as Zonas Eleitorais.
EXEMPLIFICANDO: a seção eleitoral é o local onde os eleitores votam, geralmente instalado em escolas, igrejas ou outros espaços
públicos. Zona eleitoral é a divisão territorial estabelecida pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para facilitar a organização e a
fiscalização do processo eleitoral em uma determinada região. E junta eleitoral é o órgão colegiado responsável por tomar decisões
importantes durante o processo eleitoral.

Questões
Número de acertos = ______ 25
Questões resolvidas
CAPÍTULO 3 - FUNÇÕES DA JUSTIÇA ELEITORAL
Segundo o filósofo Montesquieu, o exercício do poder estatal de forma centralizada sempre leva ao
seu abuso, sendo necessária uma composição na qual o poder possa controlar o próprio poder. Nesse
sentido, o filósofo apresenta o Princípio da Separação dos Poderes, que estabelece ser o poder
estatal UNO E INDIVISÍVEL, entretanto, o exercício desse poder deve ser dividido entre três poderes
estruturais, quais sejam: Executivo, Legislativo e Judiciário. Nesse modelo, cada um dos poderes
terá um conjunto de atribuições próprias e típicas a serem obrigatoriamente desenvolvidas, sendo
Audioaula
que nenhum deles poderá sobrepor-se aos outros, ou seja, os poderes atuam de forma harmônica e
independente entre si de modo a tornar inviável qualquer abuso de poder
Destaca-se que essa é uma mera divisão estrutural e funcional com vistas a garantir a especialização
interna de competências, no intuito de coibir a concentração e o abuso de poder. Desse modo, compete
ao Poder Legislativo promover a edição das leis, inovar no ordenamento jurídico e fiscalizar as
contas públicas, ao Poder Executivo realizar a administração da máquina pública no sentido de
alcançar o interesse público em fiel observância à lei e ao Poder Judiciário solucionar as contro-
vérsias apresentadas em sociedade.
Vídeo-Aula
Entretanto, cumpre ressaltar que a separação dos poderes não é absoluta, cada um desses poderes
desempenha funções típicas e atípicas, ou seja, cada poder poderá exercer atipicamente uma função que é típica do outro
poder, conforme previsto na Constituição Federal (modelo flexível). A título exemplificativo, podemos citar o fato de que o
Poder Legislativo tem como função atípica a realização de atividades administrativas e a condução de determinado proces-
so licitatório, desempenhando, nesse caso, função que é correlata à função típica desempenhada pelo Poder Executivo. O
Poder Judiciário, por sua vez, tem como função atípica realizar a gestão de seus órgãos, função esta que se refere à uma
atividade que é típica do Poder Executivo.
O exercício de funções atípicas possui caráter excepcional e só é possível porque a tripartição de poderes no Estado não é
absoluta. Portanto, a separação de funções entre os três poderes é realizada a partir do CRITÉRIO DE PREPONDERÂNCIA
e não de exclusividade, isto é, os poderes desempenham preponderantemente suas respectivas funções típicas e, em de-
terminadas situações admitidas na Constituição Federal, realizam atividades atípicas. Cumpre destacar que as funções dos
Poderes são reciprocamente INDELEGÁVEIS – somente o texto constitucional pode estabelecer as hipóteses relacionadas
às funções atípicas de cada poder .
EXEMPLIFICANDO: O Poder Legislativo tem a função típica de promover a inovação no ordenamento e fiscalizar as contas
públicas, mas atipicamente o referido poder também irá desempenhar funções similares às desempenhadas pelo Poder Ju-
diciário (quando processa e julgar o Presidente da República nos crimes de responsabilidade) e do Poder Executivo (quando
por exemplo promove a organização dos serviços internos e de seus agentes públicos).
Em se tratando da Justiça Eleitoral também podemos afirmar que existem funções típicas e atípicas. A típica é a função
precípua, ou seja, o exercício da jurisdição em matéria eleitoral. Atípica são as funções administrativa, normativa e consultiva.

3.1 FUNÇÃO ADMINISTRATIVA


Trata-se de espécie de função atípica da Justiça Eleitoral que representa a sua forma de se auto-
organizar e organizar as eleições. Como exemplos dessa atividade temos: a realização de concursos
públicos, contratações feitas pelo Tribunal, cursos promovidos aos servidores, preparação das urnas
Questões
26 Número de acertos = ______
Questões resolvidas
eletrônicas, convocação de mesários, agregação de seções eleitorais, palestra para instrução de can-
didatos, dentre outros.
Ademais, no exercício da Função Administrativa temos também a atuação do Poder de Polícia Elei-
toral, uma vez que os Juízes Eleitorais fiscalizam a regularidade dos atos de propaganda eleitoral.
Vejamos:

Art. 40. O uso, na propaganda eleitoral, de símbolos, frases ou imagens, associadas ou semel-
hantes às empregadas por órgão de governo, empresa pública ou sociedade de economia mista
Audioaula
constitui crime, punível com detenção, de seis meses a um ano, com a alternativa de prestação de
serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa no valor de dez mil a vinte mil UFIR.
Art. 41 da Lei das Eleições: A propaganda exercida nos termos da legislação eleitoral não poderá ser objeto de multa
nem cerceada sob alegação do exercício do poder de polícia ou de violação de postura municipal, casos em que se deve
proceder na forma prevista no art. 40.
§ 1º O poder de polícia sobre a propaganda eleitoral será exercido pelos juízes eleitorais e pelos juízes designados pelos
Tribunais Regionais Eleitorais.
§ 2º O poder de polícia se restringe às providências necessárias para inibir práticas ilegais, vedada a censura prévia sobre
o teor dos programas a serem exibidos na televisão, no rádio ou na internet.
Nesse sentido, o poder de polícia eleitoral possui caráter fiscalizatório e objetiva a manutenção da igualdade entre os
candidatos que participam do processo eleitoral, evitando que manifestações de propagandas realizadas à margem da lei
desequilibrem o pleito. EXEMPLIFICANDO: Suponha que em uma cidade fictícia, durante a campanha eleitoral, um candi-
dato esteja colocando cartazes em locais proibidos por lei, como em postes de energia elétrica e em monumentos públicos.
Nesse caso, uma equipe de fiscalização da propaganda eleitoral, formada por policiais militares e fiscais do Tribunal Regional
Eleitoral (TRE), poderia ser acionada para agir. Os policiais, munidos do poder de polícia, poderiam retirar os cartazes colo-
cados de forma irregular e aplicar as sanções previstas em lei, como multas.

ATENÇÃO:
O Poder de Polícia Eleitoral não é absoluto, pois existem algumas ações que só podem ser realizadas pelo Juiz Eleitoral mediante o
exercício da função judicial.

3.2 FUNÇÃO NORMATIVA E FUNÇÃO JULGADORA


A função normativa do Justiça Eleitoral é aquela relacionada a criação das normas que regulamentam a sua atuação na seara
administrativa, tais como Portarias, as Resoluções e os Ofícios-Circulares.
Por sua vez, a função julgadora é a responsável por intermediar e resolver os conflitos relacionados aos direitos políti-
cos, propagandas, registros de candidaturas, ações eleitorais, etc.

3.3 FUNÇÃO CONSULTIVA


Essa é uma função exclusiva da Justiça Eleitoral. Vejamos:
Art. 23. Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior:
XII – responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas em tese por autoridade com jurisdição federal ou
órgão nacional de partido político;
Art. 30. Compete, ainda, privativamente, aos tribunais regionais:
VIII –responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas, em tese, por autoridade pública ou partido político;
Quanto as consultas devemos observar que:
I- poderão ser respondidas pelo TSE e pelos TRE’s;
II- só podem referir-se a questões abstratas, sendo, portanto, vedado aos tribunais responder
questionamentos relacionados com casos concretos;

III- podem ser formuladas por autoridades públicas ou partidos políticos;


IV- possuem efeito vinculante. Questões
Número de acertos = ______ 27
Questões resolvidas
Audioaula

FICA A DICA
As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança jurídica na aplicação das normas, inclusive por meio de regulamen-
tos, súmulas administrativas e respostas a consultas. Ressalta-se que os instrumentos previstos no caput deste artigo terão caráter
vinculante em relação ao órgão ou entidade a que se destinam, até ulterior revisão.

3.5 COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL


No exercício da sua função típica os órgãos da Justiça Eleitoral exercem atribuições determinadas pelo Código Eleitoral.
Essas atribuições são denominadas de competências e são dividias em três grandes grupos: 1- competências originárias
-> processo que se iniciam naquele órgão, 2- competências recursais (processos que já sofreram escrutínio prévio)
e 3- competências administrativas.
a) Competência do TSE
O TSE possui competências judiciais originárias, recursais e administrativas.
As competências judiciais originárias estão definidas no artigo 22 do Código Eleitoral:
I - Processar e julgar originariamente: Entenda a Lei Seca

a) o registro e a cassação de registro de partidos políticos, dos seus diretórios nacionais e de candidatos à PRESIDÊN-
CIA E VICE-PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA; EXEMPLIFICANDO: TSE julga registros de candidatura em face de condena-
ções por improbidade administrativa
b) os conflitos de jurisdição entre Tribunais Regionais e juízes eleitorais de Estados diferentes;
c) a suspeição ou impedimento aos seus membros, ao Procurador Geral e aos funcionários da sua Secretaria; TRADU-
ÇÃO JURÍDICA: As causas de impedimento e suspeição estão previstas nos artigos 134 a 138 , do Código de Processo
Civil (CPC) e dizem respeito à imparcialidade do juiz no exercício de sua função. É dever do juiz declarar-se impedido
ou suspeito, podendo alegar motivos de foro íntimo. O impedimento tem caráter objetivo, enquanto que a suspeição tem
relação com o subjetivismo do juiz. A imparcialidade do juiz é um dos pressupostos processuais subjetivos do processo. No
impedimento há presunção absoluta de parcialidade do juiz em determinado processo por ele analisado, enquanto na suspei-
ção há apenas presunção relativa. EXEMPLIFICANDO: o magistrado está proibido de exercer suas funções em processos
de que for parte ou neles tenha atuado como advogado. O juiz será considerado suspeito por sua parcialidade quando for
amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes, receber presente antes ou depois de iniciado o processo, aconselhar
alguma das partes sobre a causa, entre outros.
d) os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos cometidos pelos seus próprios juízes e
pelos juízes dos Tribunais Regionais; EXEMPLIFICANDO: Um exemplo em que o TSE julgou um cri-
me eleitoral foi o caso da chapa Dilma-Temer nas eleições presidenciais de 2014. Na ocasião, a chapa
foi acusada de abuso de poder econômico e político, além de acusada de ter recebido doações ilegais
de empresas investigadas na Operação Lava Jato. Após a eleição, o Partido da Social Democracia
Brasileira (PSDB) impetrou uma ação no TSE pedindo a cassação da chapa eleita. A ação foi julgada
pelo TSE em 2017, e a maioria dos ministros decidiu pela absolvição da chapa, por 4 votos a 3.
Questões
28 Número de acertos = ______
Questões resolvidas
e) o habeas corpus ou mandado de segurança, em matéria eleitoral, relativos a atos do Presidente
da República, dos Ministros de Estado e dos Tribunais Regionais; ou, ainda, o habeas corpus,
quando houver perigo de se consumar a violência antes que o juiz competente possa prover sobre a
impetração;
f) as reclamações relativas a obrigações impostas por lei aos partidos políticos, quanto à sua
contabilidade e à apuração da origem dos seus recursos;
g) as impugnações a apuração do resultado geral, proclamação dos eleitos e expedição de diploma na
Audioaula
eleição de Presidente e Vice-Presidente da República;
h) os pedidos de desaforamento dos feitos não decididos nos Tribunais Regionais dentro de trinta dias da conclusão ao
relator, formulados por partido, candidato, Ministério Público ou parte legitimamente interessada. EXEMPLIFICANDO: O
desaforamento consiste no deslocamento da competência de uma comarca para outra.
i) as reclamações contra os seus próprios juízes que, no prazo de trinta dias a contar da conclusão, não houverem julgado
os feitos a eles distribuídos.
j) a ação rescisória, nos casos de inelegibilidade, desde que intentada dentro de cento e vinte dias de decisão irrecorrível,
possibilitando-se o exercício do mandato eletivo até o seu trânsito em julgado.

TRADUÇÃO JURÍDICA
Ação rescisória é um tipo de ação judicial utilizada para desconstituir uma decisão judicial transitada em julgado, ou seja, que não cabe mais
recurso. Ela tem como objetivo corrigir eventuais erros, vícios ou fraudes que tenham afetado a decisão anterior.

A ação rescisória é uma via excepcional, e sua finalidade é garantir a segurança jurídica e a estabilidade das decisões judiciais. Ela só pode
ser ajuizada em casos específicos, previstos em lei, e está sujeita a prazos e condições próprias.

Para ajuizar uma ação rescisória, é necessário demonstrar que a decisão anterior é ilegal, injusta ou foi proferida com base em documentos
ou provas falsas. Além disso, é preciso que a decisão anterior tenha transitado em julgado e que não exista outra forma de questioná-la.

ATENÇÃO:
O texto da alínea d não foi recepcionado pela Constituição de 1988, que atribui ao STF (artigo 102, I, c) a competência para julgamento
dos ministros do TSE e ao STJ a competência para julgar os juízes dos TRE’s (artigo 105, I, a).
Quanto à alínea j cabe anotar que o STF declarou inconstitucional a locução “possibilitando-se o exercício do mandato eletivo até o seu
trânsito em julgado”. Além disso, a Súmula 33 do TSE limitou o espectro de ação das Ações Rescisórias aos temas relacionados com
as causas de inelegibilidade.
SÚMULA nº 33-TSE: Somente é cabível ação rescisória de decisões do Tribunal Superior Eleitoral que versem sobre a incidência de
causa de inelegibilidade.

A competência recursal do TSE decorre de determinação do Código Eleitoral:


Artigo 22 [...]
II - julgar os recursos interpostos das decisões dos Tribunais Regionais nos termos do Art. 276 inclusive os que
versarem matéria administrativa.
O referido artigo 276 explicita as competências:
Art. 276. As decisões dos Tribunais Regionais são terminativas, salvo os casos seguintes em que cabe recurso para o
Tribunal Superior:
I - especial:
quando forem proferidas contra expressa disposição de lei;
quando ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais.
II - ordinário:
quando versarem sobre expedição de diplomas nas eleições federais e estaduais;
b) quando denegarem habeas corpus ou mandado de segurança.EXEMPLIFICANDO:O Recurso
Ordinário deve ser apresentado dentro do prazo de três dias, contados a partir da data da publicação
da decisão que denegou o mandado de segurança. Ele deve conter as razões pelas quais o interessa-
do considera que a decisão foi equivocada e deve ser reformada pelo TSE.
Por fim, as competências administrativas do TSE estão referidas no artigo 23 do Código Eleitoral. Questões
Número de acertos = ______ 29
Questões resolvidas
Art. 23 - Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior,
I - elaborar o seu regimento interno;
II - organizar a sua Secretaria e a Corregedoria Geral, propondo ao Congresso Nacional a criação
ou extinção dos cargos administrativos e a fixação dos respectivos vencimentos, provendo-os na
forma da lei;
III - conceder aos seus membros licença e férias assim como afastamento do exercício dos cargos
efetivos; Audioaula
IV - aprovar o afastamento do exercício dos cargos efetivos dos juizes dos Tribunais Regionais Eleitorais;
V - propor a criação de Tribunal Regional na sede de qualquer dos Territórios;
VI - propor ao Poder Legislativo o aumento do número dos juizes de qualquer Tribunal Eleitoral, indicando a forma
desse aumento;
VII - fixar as datas para as eleições de Presidente e Vice-Presidente da República, senadores e deputados federais,
quando não o tiverem sido por lei:
VIII - aprovar a divisão dos Estados em zonas eleitorais ou a criação de novas zonas;
IX - expedir as instruções que julgar convenientes à execução deste Código;
X - fixar a diária do Corregedor Geral, dos Corregedores Regionais e auxiliares em diligência fora da sede;
XI - enviar ao Presidente da República a lista tríplice organizada pelos Tribunais de Justiça nos termos do art. 25;
XII - responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas em tese por autoridade com jurisdição, federal
ou órgão nacional de partido político;
XIII - autorizar a contagem dos votos pelas mesas receptoras nos Estados em que essa providência for solicitada
pelo Tribunal Regional respectivo;
XIV - requisitar a força federal necessária ao cumprimento da lei, de suas próprias decisões ou das decisões dos Tri-
bunais Regionais que o solicitarem, e para garantir a votação e a apuração;
XV - organizar e divulgar a Súmula de sua jurisprudência;
XVI - requisitar funcionários da União e do Distrito Federal quando o exigir o acúmulo ocasional do serviço de sua
Secretaria;
XVII - publicar um boletim eleitoral; EXEMPLIFICANDO: O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem competência para
publicar o Boletim Eleitoral, que é uma publicação oficial que contém informações relevantes sobre o processo eleitoral,
como o calendário eleitoral, as normas e procedimentos para a realização das eleições, as estatísticas sobre o eleitorado
e os resultados das eleições.
Um exemplo de momento em que o TSE publica o Boletim Eleitoral é durante as eleições, quando são divulgadas informa-
ções sobre as candidaturas, as seções eleitorais, as mesas receptoras de votos, entre outras. O Boletim Eleitoral é uma
ferramenta importante para garantir a transparência e a lisura do processo eleitoral, permitindo que os eleitores e demais
interessados tenham acesso às informações necessárias para participar ativamente das eleições.
XVIII - tomar quaisquer outras providências que julgar convenientes à execução da legislação eleitoral.
FICA A DICA
NOVIDADE LEGISLATIVA!!

Art. 23-A. A competência normativa regulamentar prevista no parágrafo único do art. 1º e no inciso IX do caput
do art. 23 deste Código restringe-se a matérias especificamente autorizadas em lei, sendo vedado ao Tribunal
Superior Eleitoral tratar de matéria relativa à organização dos partidos políticos.

Art. 23-A acrescido pelo art. 1º da Lei nº 14.211/2021.

b) Competência dos TRE’s


As competências jurisdicionais originárias dos Tribunais Regionais Eleitorais é determinada pelo artigo
29, I:
Questões
30 Número de acertos = ______
Questões resolvidas
I - processar e julgar originariamente:
o registro e o cancelamento do registro dos diretórios estaduais e MUNICIPAIS DE PARTIDOS
POLÍTICOS, bem como de candidatos a GOVERNADOR, VICE-GOVERNADORES, E MEMBRO DO
CONGRESSO NACIONAL E DAS ASSEMBLEIAS LEGISLATIVAS; OBSERVAÇÃO: TRE possui
competência para registro e cancelamento do diretorios estaduais e municipais, o TSE por sua vez
trata acerca dos diretórios nacionais e dos candidatos à PRESIDÊNCIA E VICE-PRESIDÊNCIA
DA REPÚBLICA;
Audioaula
c) a suspeição ou impedimentos aos seus membros ao Procurador Regional e aos funcionários
da sua Secretaria assim como aos juízes e escrivães eleitorais;
d) os crimes eleitorais cometidos pelos juízes eleitorais; EXEMPLIFICANDO: Um exemplo pode ser o de um juiz eleitoral
que tenha praticado algum ato ilícito com o objetivo de favorecer um determinado candidato ou partido político, como mani-
pular resultados de votações ou aceitar propina para beneficiar um candidato. Essas condutas configuram crimes eleitorais
previstos na legislação brasileira, e podem ser punidas com multa, cassação de registro ou diploma, inelegibilidade e até
mesmo prisão.
e) o habeas corpus ou mandado de segurança, em matéria eleitoral, contra ato de autoridades que respondam pe-
rante os Tribunais de Justiça por crime de responsabilidade e, em grau de recurso, os denegados ou concedidos pelos
juízes eleitorais; ou, ainda, o habeas corpus quando houver perigo de se consumar a violência antes que o juiz competente
possa prover sobre a impetração;
f) as reclamações relativas a obrigações impostas por lei aos partidos políticos, quanto a sua contabilidade e à apuração
da origem dos seus recursos;
g) os pedidos de desaforamento dos feitos não decididos pelos juízes eleitorais em trinta dias da sua conclusão para julga-
mento, formulados por partido candidato Ministério Público ou parte legitimamente interessada sem prejuízo das sanções
decorrentes do excesso de prazo.
A competência recursal dos Tribunais Regionais Eleitorais decorre, igualmente de determinação do Código Eleitoral:
II - julgar os recursos interpostos:
dos atos e das decisões proferidas pelos juízes e juntas eleitorais. EXEMPLIFICANDO: suponha que um candidato
impugne o registro de candidatura de outro candidato perante o juiz eleitoral, que decide pelo deferimento do registro. Nesse
caso, o candidato que apresentou a impugnação pode interpor um recurso eleitoral perante o TRE, contestando a decisão do
juiz eleitoral e buscando a reforma da decisão.
b) das decisões dos juízes eleitorais que concederem ou denegarem habeas corpus ou mandado de segurança.
Por fim, as competências administrativas dos TRE’s estão referidas no artigo 30 do Código Eleitoral.
Art. 30. Compete, ainda, privativamente, aos Tribunais Regionais:
I - elaborar o seu regimento interno;
II - organizar a sua Secretaria e a Corregedoria Regional provendo-lhes os cargos na forma da lei, e propor ao Congresso
Nacional, por intermédio do Tribunal Superior a criação ou supressão de cargos e a fixação dos respectivos vencimentos;
III - conceder aos seus membros e aos juízes eleitorais licença e férias, assim como afastamento do exercício dos cargos
efetivos submetendo, quanto aqueles, a decisão à aprovação do Tribunal Superior Eleitoral;
IV - fixar a data das eleições de Governador e Vice-Governador, deputados estaduais, prefeitos, vice-prefeitos, verea-
dores e juízes de paz, quando não determinada por disposição constitucional ou legal;
V - constituir as juntas eleitorais e designar a respectiva sede e jurisdição;
VI - indicar ao tribunal Superior as zonas eleitorais ou seções em que a contagem dos votos deva
ser feita pela mesa receptora;
VII - apurar com os resultados parciais enviados pelas juntas eleitorais, os resultados das elei-
ções de Governador e Vice-Governador de membros do Congresso Nacional e expedir os
respectivos diplomas, remetendo dentro do prazo de 10 (dez) dias após a diplomação, ao Tribu-
nal Superior, cópia das atas de seus trabalhos;
VIII - responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas, em tese, por autoridade
Questões
Número de acertos = ______ 31
Questões resolvidas
pública ou partido político;
IX - dividir a respectiva circunscrição em zonas eleitorais, submetendo essa divisão, assim
como a criação de novas zonas, à aprovação do Tribunal Superior;
X - aprovar a designação do Ofício de Justiça que deva responder pela escrivania eleitoral durante
o biênio;
XII - requisitar a força necessária ao cumprimento de suas decisões solicitar ao Tribunal Superior
a requisição de força federal; Audioaula
XIII - autorizar, no Distrito Federal e nas capitais dos Estados, ao seu presidente e, no interior, aos juízes eleitorais, a
requisição de funcionários federais, estaduais ou municipais para auxiliarem os escrivães eleitorais, quando o exigir o
acúmulo ocasional do serviço;
XIV - requisitar funcionários da União e, ainda, no Distrito Federal e em cada Estado ou Território, funcionários dos res-
pectivos quadros administrativos, no caso de acúmulo ocasional de serviço de suas Secretarias;
XV - aplicar as penas disciplinares de advertência e de suspensão até 30 (trinta) dias aos juízes eleitorais;
XVI - cumprir e fazer cumprir as decisões e instruções do Tribunal Superior;
XVII - determinar, em caso de urgência, providências para a execução da lei na respectiva circunscrição;
XVIII - organizar o fichário dos eleitores do Estado.
XIX - suprimir os mapas parciais de apuração mandando utilizar apenas os boletins e os mapas totalizadores, desde que
o menor número de candidatos às eleições proporcionais justifique a supressão, observadas as seguintes normas:
a) qualquer candidato ou partido poderá requerer ao Tribunal Regional que suprima a exigência dos mapas parciais de
apuração;
b) da decisão do Tribunal Regional qualquer candidato ou QUESTÃO DE PROVA:
Compete aos Tribunais Regionais Eleitorais apurar os
partido poderá, no prazo de três dias, recorrer para o Tri-
resultados finais e expedir os respectivos diplomas nas
bunal Superior, que decidirá em cinco dias; eleições para:
A Vereadores
c) a supressão dos mapas parciais de apuração só será
B Prefeito Municipal
admitida até seis meses antes da data da eleição; C Presidente da República
D Vice-Presidente da República
d) os boletins e mapas de apuração serão impressos pe-
E Membros do Congresso Nacional
los Tribunais Regionais, depois de aprovados pelo Tribunal Resposta: E
Superior;
e) o Tribunal Regional ouvira os partidos na elaboração dos modelos dos boletins e mapas de apuração a fim de que estes
atendam às peculiaridades locais, encaminhando os modelos que aprovar, acompanhados das sugestões ou impugna-
ções formuladas pelos partidos, à decisão do Tribunal Superior.
c) Competência das Juntas Eleitorais
As competências das Juntas Eleitorais são estabelecidas pelo art. 40 e são elas:
I – apurar, no prazo de 10 (dez) dias, as eleições realizadas nas zonas eleitorais sob a sua jurisdição; EXEMPLIFI-
CANDO: Suponha que há uma zona eleitoral com 1000 eleitores, que contou com 3 candidatos disputando uma vaga para
prefeito. Após o encerramento da votação, a urna eletrônica imprime um boletim de urna com os resultados parciais, que é
afixado em um local público. A partir daí, a junta eleitoral da zona começa a apuração. Os votos são digitados em um sistema
informatizado, que soma os votos de cada candidato. Esse processo é repetido para todas as urnas da zona eleitoral. Em
seguida, os votos de todas as urnas são somados e o resultado é divulgado como apuração parcial.
Para garantir a segurança do processo, os fiscais dos partidos políticos podem acompanhar a apuração, conferir as infor-
mações e fazer observações se encontrarem alguma inconsistência. Também é feita uma conferência
dos números digitados no sistema, para garantir que não houve erro de digitação. Após a apuração
parcial, a junta eleitoral envia os resultados para a Justiça Eleitoral. A partir daí, a apuração passa para
a esfera estadual ou federal, dependendo do cargo disputado. Nesse nível, são somados os votos de
todas as zonas eleitorais do estado ou do país, e o resultado final é divulgado.
II – resolver as impugnações e demais incidentes verificados durante os trabalhos da contagem e da
apuração;
Questões
32 Número de acertos = ______
Questões resolvidas
III – expedir os boletins de apuração mencionados no art. 179;
IV – expedir diploma aos eleitos para cargos municipais.
d) Competência das Juízes Eleitorais
Por fim, o artigo 35 do Código Eleitoral contempla as competências jurisdicionais e administrativas dos
Juízes Eleitorais.
I – cumprir e fazer cumprir as decisões e determinações do Tribunal Superior e do Regional;
Audioaula
II – processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe forem conexos, ressalvada a com-
petência originária do Tribunal Superior e dos tribunais regionais;
III – decidir habeas corpus e mandado de segurança, em matéria eleitoral, desde que essa competência não esteja atribuí-
da privativamente à instância superior; EXEMPLIFICANDO: Digamos que um habeas corpus tenha sido impetrado por um
candidato que havia sido preso em flagrante por suposto crime eleitoral durante as eleições municipais de 2016. O candidato
alegou que a prisão foi ilegal, uma vez que não houve flagrante delito nem ordem judicial de prisão. O juiz eleitoral, ao analisar
o caso, concedeu o habeas corpus, determinando a imediata soltura do candidato, por entender que não havia justificativa
legal para a sua prisão.
IV – fazer as diligências que julgar necessárias à ordem e presteza do serviço eleitoral;
V – tomar conhecimento das reclamações que lhe forem feitas verbalmente ou por escrito, reduzindo-as a termo, e deter-
minando as providências que cada caso exigir;
VI – indicar, para aprovação do Tribunal Regional, a serventia de Justiça que deve ter o anexo da escrivania eleitoral;
VII – (Revogado pelo art. 14 da Lei nº 8.868/1994);
VIII – dirigir os processos eleitorais e determinar a inscrição e a exclusão de eleitores;
IX – expedir títulos eleitorais e conceder transferência de eleitor;
X – dividir a zona em seções eleitorais;
XI – mandar organizar, em ordem alfabética, relação dos eleitores de cada seção, para remessa à mesa receptora, juntamen-
te com a pasta das folhas individuais de votação;
XII – ordenar o registro e cassação do registro dos candidatos aos cargos eletivos municipais e comunicá-los ao Tribunal
Regional;
XIII – designar, até 60 (sessenta) dias antes das eleições, os locais das seções;
XIV – nomear, 60 (sessenta) dias antes da eleição, em audiência pública anunciada com pelo menos 5 (cinco) dias de ante-
cedência, os membros das mesas receptoras;
XV – instruir os membros das mesas receptoras sobre as suas funções;
XVI – providenciar para a solução das ocorrências que se verificarem nas mesas receptoras;
XVII – tomar todas as providências ao seu alcance para evitar os atos viciosos das eleições;
XVIII – fornecer aos que não votaram por motivo justificado e aos não alistados, por dispensados do alistamento, um certifi-
cado que os isente das sanções legais;
XIX – comunicar, até as 12 horas do dia seguinte à realização da eleição, ao Tribunal Regional e aos delegados de par-
tidos credenciados, o número de eleitores que votarem em cada uma das seções da zona sob sua jurisdição, bem como o
total de votantes da zona.

3.6 MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL


Conforme o art. 128 da nossa Constituição Federal, o Ministério Público abrange o Ministério Pú-
blico dos Estados e o Ministério Público da União, que compreende, por sua vez, o Ministério
Público Federal, o Ministério Público do Trabalho, o Ministério Público Militar e o Ministério Público do
Distrito Federal e Territórios. Desse modo, depreende-se que a existência do Ministério Público Eleito-
ral NÃO resta expressa no texto da nossa Lei Maior.
Questões
Número de acertos = ______ 33
Questões resolvidas
Entretanto, a Lei Complementar nº 75/93 e, residualmente, o próprio Código Eleitoral (artigos 18, 24 e
27) fundamentam a existência e importância do Ministério Público Eleitoral. Ademais, existem duas
correntes que objetivam justificar a existência do Ministério Público Eleitoral. A primeira corrente ba-
seia-se na missão institucional que a Constituição delegou ao Ministério Público de “defesa da ordem
jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis” (artigo 127). A
segunda, por outro lado, escora-se na Lei Orgânica do Ministério Público da União (Lei Complementar
n° 75/93):
Art. 72. Compete ao Ministério Público Federal exercer, no que couber, junto à Justiça Eleitoral, Audioaula
as funções do Ministério Público, atuando em todas as fases e instâncias do processo eleitoral.
Parágrafo único. O Ministério Público Federal tem legitimação para propor, perante o juízo competente, as ações para
declarar ou decretar a nulidade de negócios jurídicos ou atos da administração pública, infringentes de vedações legais
destinadas a proteger a normalidade e a legitimidade das eleições, contra a influência do poder econômico ou o
abuso do poder político ou administrativo.
No tocante aos seus membros, conforme já estudamos, o Ministério Público Eleitoral não possui quadro próprio de fun-
cionários, sendo esses exercidos por membros de outros órgãos ministeriais.
No exercício destas atividades, dois princípios institucionais vigem: o da federalização e o da delegação. De acordo com o
princípio da federalização do Ministério Público Eleitoral, previsto no art. 37, I c/c art. 72 da LC 75/93, compete ao Ministério
Público Federal, a princípio, a atribuição de oficiar junto à Justiça Eleitoral, em todas as fases do processo. Por sua vez,
de acordo com o princípio da delegação, cuja base legal é o artigo 78 da LC 75/93, delega-se aos membros dos Ministérios
Públicos dos Estados (promotores de justiça) a atribuição de oficiar junto aos juízos eleitorais de primeira instância (juízes
eleitorais e juntas eleitorais). É o princípio da delegação, assim, exceção ao princípio da federalização, marcante na organi-
zação do Ministério Público Eleitoral.
Cabe destacar que até 1993, a revogada lei nº 1.341/51 previa, no seu artigo 78, parágrafo único, que membros dos Minis-
térios Públicos Estaduais poderiam oficiar junto aos Tribunais Regionais Eleitorais, auxiliando os Procuradores Regionais
Eleitorais. Contudo, a referida atuação era excepcional, daí a nomenclatura “princípio da excepcionalidade”e a Lei Comple-
mentar nº 75/93, no seu artigo 77, parágrafo único revogou o princípio da excepcionalidade, impedindo que promotores dos
Ministérios Públicos Estaduais possam atuar junto à segunda instância da Justiça Eleitoral.
Portanto, atualmente, os membros do MP estaduais atuam, tão somente, na primeira instância da Justiça Eleitoral, oficiando
junto aos Juízes e juntas eleitorais. Nessa medida, junto aos tribunais regionais eleitorais, por sua vez, oficiam os Procura-
dores Regionais Eleitorais (um para cada TRE), a quem incumbe exercer as funções do Ministério Público nas causas de
competência do Tribunal Regional Eleitoral respectivo.
Ressalta-se que a escolha dos promotores estaduais que atuarão como promotores eleitorais junto aos juízes e juntas elei-
torais, tem sua designação feita por ato do Procurador Regional Eleitoral, com base em indicação do chefe do Ministério
Público local. Essa indicação recairá sobre o membro lotado em localidade integrante de Zona Eleitoral que por último houver
exercido a função eleitoral. Em outras palavras, o chefe do Ministério Público local indica um membro do MP que tenha atu-
ado recentemente em questões eleitorais na zona eleitoral correspondente, e o Procurador Regional Eleitoral designa esse
membro como Promotor Eleitoral para atuar na próxima eleição.
Nas indicações e designações subsequentes, obedecer-se-á, para efeito de titularidade ou substituição, à ordem decrescente
de antiguidade na titularidade da função eleitoral, prevalecendo, em caso de empate, a antiguidade na zona eleitoral.
A designação será feita pelo prazo ininterrupto de dois anos, nele incluídos os períodos de férias, licenças e afasta-
mentos, admitindo-se a recondução apenas quando houver um membro na circunscrição da zona eleitoral.
É obrigatório destacar que não poderá ser indicado para exercer a função eleitoral o membro do Ministério Público:
I – lotado em localidade não abrangida pela zona eleitoral perante a qual este deverá oficiar, salvo em caso de ausência,
impedimento ou recusa justificada, e quando ali não existir outro membro desimpedido;
II – que se encontrar afastado do exercício do ofício do qual é titular, inclusive quando estiver
exercendo cargo ou função de confiança na administração superior da instituição; ou
III – que estiver respondendo a processo administrativo disciplinar por atraso injustificado no serviço.
Junto aos Tribunais Regionais Eleitorais, por sua vez, oficiam os Procuradores Regionais Eleitorais
(um para cada TRE), a quem incumbe exercer as funções do Ministério Público nas causas de com-
petência do Tribunal Regional Eleitoral respectivo, além de dirigir, no Estado, as atividades do setor. O Questões
34 Número de acertos = ______
Questões resolvidas
Procurador Regional Eleitoral, juntamente com o seu substituto, será designado pelo Procura-
dor-Geral Eleitoral, dentre os Procuradores Regionais da República no Estado e no Distrito Federal,
ou, onde não houver, dentre os Procuradores da República Vitalícios, para um mandato de dois anos,
podendo ser reconduzido uma vez e destituído, antes do término do mandato, por iniciativa do Procu-
rador-Geral Eleitoral, anuindo a maioria absoluta do Conselho Superior do Ministério Público Federal.
Junto ao Tribunal Superior Eleitoral, finalmente, atua o Procurador-Geral Eleitoral, que será o próprio
Procurador Geral da República (chefe do Ministério Público da União), a quem compete exercer as
funções do Ministério Público nas causas de competência do Tribunal Superior Eleitoral. Audioaula

Os Promotores Eleitorais são responsáveis por exercer algumas funções, dentre elas:
a) Na fase preparatória do pleito: opinar em todos os processos de pedidos de registro de candidaturas, inclusive pro-
movendo impugnações; fiscalizar o exercício da propaganda política, zelando pelo cumprimento da lei eleitoral; acom-
panhar o processo de nomeação de mesários e de membros das juntas eleitorais; ajuizar Ação de Investigação Judicial
Eleitoral.
b) Na fase da eleição (dia do pleito): impugnar atuação de mesário, fiscal ou delegado de partido político; fiscalizar a
entrega das urnas; opinar, oralmente ou por escrito, em todos os casos surgidos nesse dia, em sua esfera de atribuição.
EXEMPLIFICANDO: promotor eleitoral da cidade impugnou a atuação de um mesário que teria cometido irregularidades
durante a votação.
Segundo a acusação, o mesário teria permitido que um eleitor votasse sem apresentar um documento de identificação com
foto, o que é obrigatório por lei. Além disso, ele teria orientado outros eleitores a votar em determinado candidato, configuran-
do uma conduta vedada pela legislação eleitoral.
c) Na fase de apuração: fiscalizar a instalação da junta eleitoral; acompanhar a apuração dos votos; zelar pela con-
cessão do direito de ampla fiscalização do processo pelos partidos políticos; impugnar votos ou urnas; atuar como custos
legis.
d) Na fase de Diplomação: fiscalizar a expedição dos diplomas eleitorais; ajuizar Ação de Impugnação de Mandato Eletivo
e Recurso Contra a Diplomação. EXEMPLIFICANDO: Um exemplo de um promotor eleitoral que ajuizou uma Ação de Im-
pugnação de Mandato Eletivo ocorreu nas eleições municipais de 2020 no município de Santa Luzia. O promotor eleitoral da
cidade entrou com uma ação de impugnação do mandato do prefeito eleito, alegando que ele teria cometido abuso de poder
econômico e político durante a campanha eleitoral.
Segundo a acusação, o prefeito teria distribuído cestas básicas e combustível para eleitores em troca de votos, além de ter
utilizado a máquina pública para beneficiar sua candidatura. A ação foi acatada pela Justiça Eleitoral, que determinou a cas-
sação do mandato do prefeito eleito e a realização de novas eleições no município.

3.7 PROCURADOR GERAL ELEITORAL


O Procurador Geral Eleitoral (PGE) será o Procurador Geral da República e terá atuação no TSE.
Conforme determinado pela Lei Complementar nº 75/93:
Art. 73. O Procurador-Geral Eleitoral é o Procurador-Geral da República.
Questões
Número de acertos = ______ 35
Questões resolvidas
Parágrafo único. O Procurador-Geral Eleitoral designará, dentre os Subprocuradores-Gerais da
República, o Vice-Procurador-Geral Eleitoral, que o substituirá em seus impedimentos e exercerá
o cargo em caso de vacância, até o provimento definitivo.
Compete ao PGE, regra geral:
Art. 74. Compete ao Procurador-Geral Eleitoral exercer as funções do Ministério Público nas cau-
sas de competência do Tribunal Superior Eleitoral.
Parágrafo único. Além do Vice-Procurador-Geral Eleitoral, o Procurador-Geral poderá designar, por Audioaula
necessidade de serviço, membros do Ministério Público Federal para oficiarem, com sua aprova-
ção, perante o Tribunal Superior Eleitoral.
Art. 75. Incumbe ao Procurador-Geral Eleitoral:
I - designar o Procurador Regional Eleitoral em cada Estado e no Distrito Federal;
II - acompanhar os procedimentos do Corregedor-Geral Eleitoral;
III - dirimir conflitos de atribuições;
IV - requisitar servidores da União e de suas autarquias, quando o exigir a necessidade do serviço, sem prejuízo dos
direitos e vantagens inerentes ao exercício de seus cargos ou empregos.
Além disso, conforme determinação do Código Eleitoral:
Art. 24. Compete ao Procurador Geral, como Chefe do Ministério Público Eleitoral;
I - assistir às sessões do Tribunal Superior e tomar parte nas discussões;
II - exercer a ação pública e promovê-la até final, em todos os feitos de competência originária do Tribunal;
III - oficiar em todos os recursos encaminhados ao Tribunal;
IV - manifestar-se, por escrito ou oralmente, em todos os assuntos submetidos à deliberação do Tribunal, quando solicita-
da sua audiência por qualquer dos juízes, ou por iniciativa sua, se entender necessário;
V - defender a jurisdição do Tribunal;
VI - representar ao Tribunal sobre a fiel observância das leis eleitorais, especialmente quanto à sua aplicação uniforme
em todo o País;
VII - requisitar diligências, certidões e esclarecimentos necessários ao desempenho de suas atribuições;
VIII - expedir instruções aos órgãos do Ministério Público junto aos Tribunais Regionais;
IX - acompanhar, quando solicitado, o Corregedor Geral, pessoalmente ou por intermédio de Procurador que designe, nas
diligências a serem realizadas.

3.8 PROCURADOR REGIONAL ELEITORAL


Os Procuradores Regionais Eleitorais (PRE’s) atuam nos TRE’s e são indicados pelo PGE. Devem ser escolhidos dentre
os Procuradores Regionais da República naqueles Estados que são sede de Tribunais Regionais Federais (Rio de Ja-
neiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Pernambuco) e no Distrito Federal, nos demais estados, serão escolhidos dentre os
Procuradores da República atuantes.
Diversamente do PGE, possuem mandato de dois anos, sendo possível uma recondução (artigo 76, §1º, LC nº 75/93).
Poderão, ainda, ser destituídos antes do término do mandato, por iniciativa do Procurador-Geral Eleitoral, com a anuência da
maioria absoluta do Conselho Superior do Ministério Público Federal (§2º deste mesmo artigo).
Art. 76. O Procurador Regional Eleitoral, juntamente com o seu substituto, será designado pelo
Procurador-Geral Eleitoral, dentre os Procuradores Regionais da República no Estado e no Distrito
Federal, ou, onde não houver, dentre os Procuradores da República vitalícios, para um mandato
de dois anos.
§ 1º O Procurador Regional Eleitoral poderá ser reconduzido uma vez.

Questões
36 Número de acertos = ______
Questões resolvidas
3.9 PROMOTOR ELEITORAL
O Promotor Eleitoral atua na Zona Eleitoral e deve ser recrutado dentre os Promotores de Jus-
tiça, membros do Ministério Público Estadual, sendo escolhidos pelo PRE. Sua nomeação é ato
complexo e segue as seguintes etapas, com base nos artigos 78 e 79, ambos da Lei Complementar
75/93 e no artigo 10, inciso IX, alínea “h” e artigo 73, ambos da Lei nº 8.625/93 (LOMP):
Art. 78. As funções eleitorais do Ministério Público Federal perante os Juízes e Juntas Eleitorais
serão exercidas pelo Promotor Eleitoral. Audioaula
Art. 79. O Promotor Eleitoral será o membro do Ministério Público local que oficie junto ao Juízo incumbido do serviço
eleitoral de cada Zona.
Parágrafo único. Na inexistência de Promotor que oficie perante a Zona Eleitoral, ou havendo impedimento ou recusa
justificada, o Chefe do Ministério Público local indicará ao Procurador Regional Eleitoral o substituto a ser designado.
§ 2º O Procurador Regional Eleitoral poderá ser destituído, antes do término do mandato, por iniciativa do Procurador-Ge-
ral Eleitoral, anuindo a maioria absoluta do Conselho Superior do Ministério Público Federal.
São competências do PRE:
Art. 77. Compete ao Procurador Regional Eleitoral exercer as funções do Ministério Público nas causas de competência
do Tribunal Regional Eleitoral respectivo, além de dirigir, no Estado, as atividades do setor.
Parágrafo único. O Procurador-Geral Eleitoral poderá designar, por necessidade de serviço, outros membros do Ministério
Público Federal para oficiar, sob a coordenação do Procurador Regional, perante os Tribunais Regionais Eleitorais.
MACETE:
QUESTÃO DE PROVA:
Esta relacionado a
Assinale a opção que relaciona, sequencialmente, órgãos do MPE, o grau de jurisdição em que
PRESIDENTE E VICE –
eles atuam e as matérias que lhes competem originariamente.
Competência do TSE
A promotores eleitorais — tribunais regionais eleitorais — eleições federais, estaduais e distritais
B promotores eleitorais — tribunais regionais eleitorais — eleições municipais
Esta relacionado a
C promotores eleitorais — juízes eleitorais — eleições federais, estaduais e distritais
MAIORIA DOS CARGOS–
D procuradores regionais eleitorais — tribunais regionais eleitorais — eleições federais, estaduais
Competência do TRE
e distritais
E procuradores regionais eleitorais — juízes eleitorais — eleições municipais
Esta relacionado a
MUNICIPAL– Competência
Resposta: D
do JUIZ ELEITORAL

FICA A DICA
Os procuradores eleitorais atuam no MPE e têm competência para
atuar em processos eleitorais de âmbito nacional, como as elei-
ções para Presidente da República, Senadores e Deputados Fe-
derais, por exemplo. Eles são responsáveis por fiscalizar o cum-
primento das leis eleitorais e processar eventuais irregularidades
e crimes eleitorais.

Os promotores eleitorais, por sua vez, atuam nos MPEs estaduais


e têm competência para atuar em processos eleitorais de âmbito
regional, como as eleições para Prefeitos, Vereadores e Deputa-
dos Estaduais. Eles são responsáveis por fiscalizar a propaganda
eleitoral e processar eventuais infrações cometidas por candida-
tos e partidos políticos.

Um exemplo que ilustra a diferença entre a atuação dos procu-


radores eleitorais e dos promotores eleitorais seria a fiscalização
das doações de campanha. Os procuradores eleitorais são res-
ponsáveis por fiscalizar as doações de campanha realizadas para
as eleições presidenciais, enquanto os promotores eleitorais são Questões
responsáveis por fiscalizar as doações de campanha realizadas
para as eleições municipais em cada Estado.

Dessa forma, enquanto o procurador eleitoral atua em processos


eleitorais de abrangência nacional, o promotor eleitoral atua em
processos eleitorais de âmbito estadual, cada um com suas com-
petências específicas e responsabilidades diferenciadas.
Número de acertos = ______ 37
Questões resolvidas
Capacidade eleitoral Alistamento e voto Alistamento na resolução Transferência na resolução
23.659/21 23.659/21

Cancelamento Revisão do Multa, fiscalização Duplicidades/Pluralidades


da inscrição eleitorado e justificativa

38 Número de acertos = ______


Questões resolvidas

Você também pode gostar