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Historicamente, a Justiça Eleitoral foi criada pela Constituição Federal de 1934 como consequência
dos acordos firmados pelo Presidente Getúlio Vargas. Porém, no período do Estado Novo, a mesma
fora extinta e só voltou a ser criada em 1946.
É importante entender que a Justiça Eleitoral não possui corpo judicante próprio, o quadro próprio
se restringe aos servidores (Técnicos e Analistas da Justiça Eleitoral). Ou seja, as demais funções:
promotor eleitoral, oficial de justiça e até mesmo o Juiz Eleitoral são funções temporárias. Audioaula
A Justiça Eleitoral é formada pelos seguintes órgãos:
– Tribunal Superior Eleitoral;
– Tribunais Regionais Eleitorais;
– Juízes Eleitorais;
– Juntas Eleitorais.
Vídeo-Aula
Outrossim, em se tratando de Direito Eleitoral, é importante destacarmos as circunscrições eleitorais. A circunscrição nacional
é o Brasil e refere-se às eleições presidenciais; a circunscrição estadual, será cada Estado e o Distrito Federal e se refere às
eleições de Governador, Deputados e Senador e, finalmente, a circunscrição Municipal, diz respeito às eleições e de Prefeito
e Vereador.
QUESTÃO DE PROVA:
Jailton, em razão do momento político vivido pelo
Brasil, aprofundou-se nos estudos do Direito
Eleitoral. Ao consultar a legislação verificou que
são órgãos da Justiça Eleitoral:
A o Tribunal Superior Eleitoral; os Tribunais
Regionais Eleitorais e as Juntas Eleitorais,
apenas.
B o Tribunal Superior Eleitoral; os Tribunais
Regionais Eleitorais e os Juízes Eleitorais,
apenas.
C o Tribunal Superior Eleitoral; os Tribunais
Regionais Eleitorais; as Juntas Eleitorais e os
Juízes Eleitorais.
D o Tribunal Superior Eleitoral e os Tribunais
Regionais Eleitorais, apenas.
E os Juízes Eleitorais e as Juntas Eleitorais,
apenas.
Resposta: C
Questões
Número de acertos = ______ 19
Questões resolvidas
FICA A DICA
Juízes e Juntas Eleitorais estão no mesmo nível hierárquico da Justiça Eleitoral (01º grau).
ATENÇÃO! Os Juízes Eleitorais não são recrutados na Justiça Federal, e sim escolhidos entre os Juízes de
Direito (Justiça Estadual) da comarca de jurisdição.
Aos membros e órgãos do Poder Judiciário são conferidas garantias funcionais e institucionais, que
visam ao exercício livre e independente de suas funções. As garantias institucionais asseguram a
autonomia administrativa e financeira na atuação dessas entidades. Como exemplo de garantia institu- Audioaula
cional, podemos citar a prerrogativa dos tribunais de elaborarem suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados
na lei de diretrizes orçamentárias. Isso evita, por exemplo, que os tribunais cedam a pressões políticas no julgamento de
ações de grande repercussão para evitar qualquer tipo de restrição orçamentária por parte do Poder Executivo. EXEMPLIFI-
CANDO: Tribunal Superior Eleitoral julgou uma ação que envolvia acusações de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo
políticos e empresários. O julgamento teve grande repercussão nacional e foi acompanhado de perto pela imprensa e pela
opinião pública.Durante o processo, houve diversas tentativas de pressão política sobre o TSE, incluindo a divulgação de
informações sigilosas e a ameaça de impeachment de ministros. No entanto, o tribunal se manteve firme em sua posição,
julgando os réus de acordo com a lei e a Constituição. Uma das razões que explicam a independência do TSE nesse caso é
o fato de que o tribunal possui autonomia orçamentária em relação ao Poder Executivo. Isso significa que o TSE tem o poder
de gerir o seu próprio orçamento, sem depender de recursos ou autorização do Executivo.
As garantias funcionais são aquelas que proporcionam a independência e imparcialidade dos magistrados, tais como:
• Vitaliciedade: é adquirida após dois anos de efetivo exercício e garante que o magistrado não perderá seu cargo, salvo
por determinação de decisão transitada em julgado;
• Inamovibilidade: o magistrado não pode ser removido/transferido antes do fim do seu bienio (mandatos de 2 anos
exercidos pelos Juízes Eleitorais) sem a sua concordância, salvo por procedimento administrativo para apuração de irre-
gularidades.
• Irredutibilidade de subsídios: o valor da remuneração dos magistrados não pode sofrer decréscimo.
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias :
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse
período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em
julgado;
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e
153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Desse modo, no exercício de suas funções os juízes eleitorais gozam das prerrogativas asseguradas
a todos os magistrados em especial a inamovibilidade e a irredutibilidade dos vencimentos. Vade Mecum Virtual
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas elei-
torais.
§ 1º Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes das juntas eleitorais, no exercício de suas funções, e no
que lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis.
Porém, cumpre ressaltar que no tocante à vitaliciedade, esta não se aplica ao Juiz Eleitoral, uma vez que o mandato do Juiz
Eleitoral é de biênios, assim não fazendo sentido algum falar de vitaliciedade para juízes eleitorais.
TRADUÇÃO JURÍDICA
Os biênios são mandatos de 2 anos exercidos pelos Juízes Eleitorais. Entretanto, esse não é o prazo máximo que
o Juiz poderá exercer a função eleitoral, pois, o biênio pode ser reconduzido.
§ 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por
mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo,
em número igual para cada categoria.
Questões
20 Número de acertos = ______
Questões resolvidas
FICA A DICA
Da homologação da respectiva convenção partidária até a diplomação e nos feitos decorrentes do processo
eleitoral, não poderão servir como juízes nos tribunais eleitorais, ou como juiz eleitoral, o cônjuge ou o parente
consanguíneo ou afim, até o segundo grau, de candidato a cargo eletivo registrado na circunscrição.
Assim, além de ser vedado ao Juiz Eleitoral o exercício de qualquer atividade político partidária, ele deverá ser
afastado se seu cônjuge ou parente até segundo grau forem candidatos. A proibição de que cônjuge ou parente
consanguíneo ou afim até o segundo grau de candidato a cargo eletivo registrado na circunscrição sirvam como
juízes nos tribunais eleitorais ou como juiz eleitoral durante o processo eleitoral busca evitar conflitos de interes-
Audioaula
se e assegurar a imparcialidade dos julgamentos.
EXEMPLIFICATIVO: O marido da juiza eleitoral Manuela é candidato a governador. Nesse caso, ela não pre-
cisará afastar-se do cargo, uma vez que os processos referentes à eleição de Governador serão julgados pelo
TRE, de modo que o juiz eleitoral não possuirá ingerência sobre eles. Situação distinta seria se o marido de
Manuela fosse candidato a vereador, ela deveria afastar-se, pois os processos referentes às Eleições Municipais
são de competência originária dos juízes eleitorais.
Questões
Número de acertos = ______ 21
Questões resolvidas
FICA A DICA
A escolha para compor o TSE não afasta as funções originárias, sendo, portanto, as atividades cumuladas com
a atividade judicante de origem.
Acerca dos impedimentos para o exercício da função judicante no TSE, o Código Eleitoral determina: Audioaula
Artigo 16 [...]
§ 1º Não podem fazer parte do Tribunal Superior Eleitoral cidadãos que tenham entre si parentesco, ainda que por
afinidade, até o quarto grau, seja o vínculo legítimo ou ilegítimo, excluindo-se neste caso o que tiver sido escolhido por
último;
§ 2º A nomeação de que trata o inciso II deste artigo não poderá recair em cidadão que ocupe cargo público de que
seja demissível ad nutum; que seja diretor, proprietário ou sócio de empresa beneficiada com subvenção, privilégio,
isenção ou favor em virtude de contrato com a administração pública; ou que exerça mandato de caráter político,
federal, estadual ou municipal.
Cumpre ressaltar que além das diretrizes constantes na legislação eleitoral, a jurisprudência do TSE firmou entendimento no
sentido de que os juristas da corte, devem possuir mais de 10 anos de efetiva atividade profissional.
Ademais, no tocante ao quórum de votação no TSE, tem-se a regra, VOTO SIMPLES, com a presença da MAIORIA AB-
SOLUTA DOS MEMBROS. Contudo, a regra comporta exceções, casos em que se exige a presença de todos os membros:
I- discussão sobre conflito entre a legislação eleitoral e a Constituição;
II- cassação de registros de candidatura;
III- anulação de pleito;
IV- cassação de diploma.
Questões
22 Número de acertos = ______
Questões resolvidas
2.2 – TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL
A Constituição determina que haja um Tribunal Regional Eleitoral na capital de cada Estado e
outro no Distrito Federal, bem como prescreve a composição desses órgãos:
Art. 120, §1º. Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
I - mediante eleição, pelo voto secreto:
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça; Audioaula
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;
II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de
juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo;
III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e
idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
§ 2º. O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente- dentre os desembargadores.
O número de juízes dos Tribunais Regionais não será reduzido, mas poderá ser elevado até nove, mediante proposta do
Tribunal Superior, e na forma por ele sugerida. Ademais, esse número de membros poderá ser aumentado por LEI COMPLE-
MENTAR!
FICA A DICA
Caso não haja Tribunal Regional Federal na Capital do respectivo Estado será escolhido um juiz federal que atue no Estado em alguma
Seção Judiciária pelo respectivo TRF.
Sobre a composição dos tribunais regionais eleitorais, dois membros serão Desembargadores do Tribunal de Justiça do
respectivo Estado ou do DF, eleitos por seus pares. Destes, um será o presidente e ou outro o vice-presidente da corte,
contudo, desta vez a eleição será realizada pelos membros do TRE.
Duas vagas serão ocupadas por Juízes de Direito do respectivo Tribunal de Justiça, escolhidos pelo próprio Tribu-
nal, serão eleitos entre juízes de primeiro grau, não havendo nenhuma exigência específica acerca da lotação deles (capital
ou interior).
Duas vagas competem aos juristas. Segundo as mesmas regras exigidas para os ministros do TSE,
contudo, o processo de escolha é diferente. Os Tribunais de Justiça formarão duas listas tríplices
com os nomes indicados para o cargo e a escolha compete ao Presidente da República.
ATENÇÃO:
No TRE, o ocupante do cargo de Corregedor Regional Eleitoral (CRE) é definido pelo Regimento Interno de
cada Tribunal.
Ademais, no tocante ao quórum de votação, tem-se a regra, VOTO SIMPLES, com a presença da Questões
Número de acertos = ______ 23
Questões resolvidas
MAIORIA ABSOLUTA DOS MEMBROS. Contudo, a regra comporta exceções, casos em que se exige
a presença de todos os membros:
I- cassação de registros de candidatura;
II- anulação de pleito;
Audioaula
2.3 JUÍZES ELEITORAIS
Os Juízes Eleitorais são os órgãos da Justiça Eleitoral responsáveis pelas Zonas Eleitorais, unidades jurisdicionais de
primeiro grau e, portanto, aquelas que estão mais próximas dos eleitores. Conforme supramencionado, os magistrados são
Juízes de Direito da Justiça Estadual que exercem a função temporariamente, por um período de um biênio, podendo
ser reconduzido uma vez.
Cabe destacar que aos magistrados eleitorais é vedado o exercício de qualquer atividade político partidária. Ademais, se
houver vínculo de familiar com candidatos (cônjuge, companheiro, parentes e afins até o segundo graus) o magistrado deverá
afastar-se das atividades judicantes. O dispositivo está estampado no Código Eleitoral nos seguintes termos:
Art. 14 [...]
§ 3º Da homologação da respectiva convenção partidária até a diplomação e nos feitos decorrentes do processo eleitoral,
não poderão servir como juízes nos tribunais eleitorais, ou como juiz eleitoral, o cônjuge ou o parente consanguíneo ou
afim, até o segundo grau, de candidato a cargo eletivo registrado na circunscrição.
TRADUÇÃO JURÍDICA
“Prof. O que é zona eleitoral?”
É a menor unidade de circunscrição eleitoral. Em municípios menores geralmente temos uma Zona sendo responsável por várias
cidades! Por sua vez, em cidades maiores, a zona vai corresponder a uma parte do eleitorado local. Elas são divididas em locais de votação
que são divididos em seções eleitorais.
Na hipótese de uma comarca possuir mais de um Juiz de Direito e apenas uma Zona, ou quando o total de Juízes de Direito
for superior ao número de Zonas Eleitorais, competirá ao Tribunal Regional Eleitoral do Estado a designação dos Juízes
Eleitorais.
Em regra, a escolha recairá sobre o juiz com maior tempo de judicatura na circunscrição, sendo que havera um rodízio
entre aqueles que atuam na comarca, de modo que todos possam desfrutar da oportunidade de exercer a atividade eleitoral.
Excepcionalmente, por voto de cinco membros, o TRE poderá afastar o critério da antiguidade e adotar como vetor o mereci-
mento para determinar a escolha dos juízes eleitorais.
QUESTÃO DE PROVA:
Os juízes eleitorais são
considerados órgãos da justiça
eleitoral.
CERTO
EXEMPLIFICANDO: na cidade
de São Paulo existem 77 Zonas
Eleitorais. Trata-se de uma única
cidade que é atendida por várias
Zonas.
Questões
24 Número de acertos = ______
Questões resolvidas
2.4 JUNTAS ELEITORAIS
As juntas eleitorais são órgãos jurisdicionais de primeiro grau, que existem apenas em períodos elei-
torais, sendo, portanto, temporárias. As juntas são responsáveis por apurar e totalizar os votos de
uma cidade e diplomar os eleitos em um pleito municipal. Elas são compostas por 3 ou 5 membros,
sendo presidida, necessariamente, por um Juiz de Direito. Além disso, a Junta Eleitoral será com-
posta por 2 ou 4 cidadãos de notória idoneidade, sendo todos eles nomeados pelo Tribunal Re-
gional Eleitoral até 60 dias antes da eleição. Os membros da Junta são indicados pelo Juiz Eleitoral
Audioaula
ao TRE e após a indicação os nomes são publicados no Diário de Justiça para que sejam submetidos
ao escrutínio público e possam ser impugnados. O prazo para impugnação é de 3 dias. Aprovados os indicados, o presidente
do TRE designará as Juntas Eleitorais.
Cumpre ressaltar que não podem ser nomeados membros das juntas, escrutinadores ou auxiliares:
I – os candidatos e seus parentes, ainda que por afinidade, até o segundo grau, inclusive, e bem assim o cônjuge;
II – os membros de diretórios de partidos políticos devidamente registrados e cujos nomes tenham sido oficialmente
publicados;
III – as autoridades e agentes policiais, bem como os funcionários no desempenho de cargos de confiança do Executivo;
IV – os que pertencerem ao serviço eleitoral;
Por fim, a Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997) complementa o rol limitativo em seu artigo 64, afirmando ser vedada a partici-
pação de parentes em qualquer grau ou de servidores da mesma repartição pública ou empresa privada na mesma
mesa, turma ou junta eleitoral.
ATENÇÃO:
O Juiz Presidente não será obrigatoriamente um Juiz Eleitoral, pois as Juntas Eleitorais não são coincidentes com as Zonas Eleitorais.
EXEMPLIFICANDO: a seção eleitoral é o local onde os eleitores votam, geralmente instalado em escolas, igrejas ou outros espaços
públicos. Zona eleitoral é a divisão territorial estabelecida pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para facilitar a organização e a
fiscalização do processo eleitoral em uma determinada região. E junta eleitoral é o órgão colegiado responsável por tomar decisões
importantes durante o processo eleitoral.
Questões
Número de acertos = ______ 25
Questões resolvidas
CAPÍTULO 3 - FUNÇÕES DA JUSTIÇA ELEITORAL
Segundo o filósofo Montesquieu, o exercício do poder estatal de forma centralizada sempre leva ao
seu abuso, sendo necessária uma composição na qual o poder possa controlar o próprio poder. Nesse
sentido, o filósofo apresenta o Princípio da Separação dos Poderes, que estabelece ser o poder
estatal UNO E INDIVISÍVEL, entretanto, o exercício desse poder deve ser dividido entre três poderes
estruturais, quais sejam: Executivo, Legislativo e Judiciário. Nesse modelo, cada um dos poderes
terá um conjunto de atribuições próprias e típicas a serem obrigatoriamente desenvolvidas, sendo
Audioaula
que nenhum deles poderá sobrepor-se aos outros, ou seja, os poderes atuam de forma harmônica e
independente entre si de modo a tornar inviável qualquer abuso de poder
Destaca-se que essa é uma mera divisão estrutural e funcional com vistas a garantir a especialização
interna de competências, no intuito de coibir a concentração e o abuso de poder. Desse modo, compete
ao Poder Legislativo promover a edição das leis, inovar no ordenamento jurídico e fiscalizar as
contas públicas, ao Poder Executivo realizar a administração da máquina pública no sentido de
alcançar o interesse público em fiel observância à lei e ao Poder Judiciário solucionar as contro-
vérsias apresentadas em sociedade.
Vídeo-Aula
Entretanto, cumpre ressaltar que a separação dos poderes não é absoluta, cada um desses poderes
desempenha funções típicas e atípicas, ou seja, cada poder poderá exercer atipicamente uma função que é típica do outro
poder, conforme previsto na Constituição Federal (modelo flexível). A título exemplificativo, podemos citar o fato de que o
Poder Legislativo tem como função atípica a realização de atividades administrativas e a condução de determinado proces-
so licitatório, desempenhando, nesse caso, função que é correlata à função típica desempenhada pelo Poder Executivo. O
Poder Judiciário, por sua vez, tem como função atípica realizar a gestão de seus órgãos, função esta que se refere à uma
atividade que é típica do Poder Executivo.
O exercício de funções atípicas possui caráter excepcional e só é possível porque a tripartição de poderes no Estado não é
absoluta. Portanto, a separação de funções entre os três poderes é realizada a partir do CRITÉRIO DE PREPONDERÂNCIA
e não de exclusividade, isto é, os poderes desempenham preponderantemente suas respectivas funções típicas e, em de-
terminadas situações admitidas na Constituição Federal, realizam atividades atípicas. Cumpre destacar que as funções dos
Poderes são reciprocamente INDELEGÁVEIS – somente o texto constitucional pode estabelecer as hipóteses relacionadas
às funções atípicas de cada poder .
EXEMPLIFICANDO: O Poder Legislativo tem a função típica de promover a inovação no ordenamento e fiscalizar as contas
públicas, mas atipicamente o referido poder também irá desempenhar funções similares às desempenhadas pelo Poder Ju-
diciário (quando processa e julgar o Presidente da República nos crimes de responsabilidade) e do Poder Executivo (quando
por exemplo promove a organização dos serviços internos e de seus agentes públicos).
Em se tratando da Justiça Eleitoral também podemos afirmar que existem funções típicas e atípicas. A típica é a função
precípua, ou seja, o exercício da jurisdição em matéria eleitoral. Atípica são as funções administrativa, normativa e consultiva.
Art. 40. O uso, na propaganda eleitoral, de símbolos, frases ou imagens, associadas ou semel-
hantes às empregadas por órgão de governo, empresa pública ou sociedade de economia mista
Audioaula
constitui crime, punível com detenção, de seis meses a um ano, com a alternativa de prestação de
serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa no valor de dez mil a vinte mil UFIR.
Art. 41 da Lei das Eleições: A propaganda exercida nos termos da legislação eleitoral não poderá ser objeto de multa
nem cerceada sob alegação do exercício do poder de polícia ou de violação de postura municipal, casos em que se deve
proceder na forma prevista no art. 40.
§ 1º O poder de polícia sobre a propaganda eleitoral será exercido pelos juízes eleitorais e pelos juízes designados pelos
Tribunais Regionais Eleitorais.
§ 2º O poder de polícia se restringe às providências necessárias para inibir práticas ilegais, vedada a censura prévia sobre
o teor dos programas a serem exibidos na televisão, no rádio ou na internet.
Nesse sentido, o poder de polícia eleitoral possui caráter fiscalizatório e objetiva a manutenção da igualdade entre os
candidatos que participam do processo eleitoral, evitando que manifestações de propagandas realizadas à margem da lei
desequilibrem o pleito. EXEMPLIFICANDO: Suponha que em uma cidade fictícia, durante a campanha eleitoral, um candi-
dato esteja colocando cartazes em locais proibidos por lei, como em postes de energia elétrica e em monumentos públicos.
Nesse caso, uma equipe de fiscalização da propaganda eleitoral, formada por policiais militares e fiscais do Tribunal Regional
Eleitoral (TRE), poderia ser acionada para agir. Os policiais, munidos do poder de polícia, poderiam retirar os cartazes colo-
cados de forma irregular e aplicar as sanções previstas em lei, como multas.
ATENÇÃO:
O Poder de Polícia Eleitoral não é absoluto, pois existem algumas ações que só podem ser realizadas pelo Juiz Eleitoral mediante o
exercício da função judicial.
FICA A DICA
As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança jurídica na aplicação das normas, inclusive por meio de regulamen-
tos, súmulas administrativas e respostas a consultas. Ressalta-se que os instrumentos previstos no caput deste artigo terão caráter
vinculante em relação ao órgão ou entidade a que se destinam, até ulterior revisão.
a) o registro e a cassação de registro de partidos políticos, dos seus diretórios nacionais e de candidatos à PRESIDÊN-
CIA E VICE-PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA; EXEMPLIFICANDO: TSE julga registros de candidatura em face de condena-
ções por improbidade administrativa
b) os conflitos de jurisdição entre Tribunais Regionais e juízes eleitorais de Estados diferentes;
c) a suspeição ou impedimento aos seus membros, ao Procurador Geral e aos funcionários da sua Secretaria; TRADU-
ÇÃO JURÍDICA: As causas de impedimento e suspeição estão previstas nos artigos 134 a 138 , do Código de Processo
Civil (CPC) e dizem respeito à imparcialidade do juiz no exercício de sua função. É dever do juiz declarar-se impedido
ou suspeito, podendo alegar motivos de foro íntimo. O impedimento tem caráter objetivo, enquanto que a suspeição tem
relação com o subjetivismo do juiz. A imparcialidade do juiz é um dos pressupostos processuais subjetivos do processo. No
impedimento há presunção absoluta de parcialidade do juiz em determinado processo por ele analisado, enquanto na suspei-
ção há apenas presunção relativa. EXEMPLIFICANDO: o magistrado está proibido de exercer suas funções em processos
de que for parte ou neles tenha atuado como advogado. O juiz será considerado suspeito por sua parcialidade quando for
amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes, receber presente antes ou depois de iniciado o processo, aconselhar
alguma das partes sobre a causa, entre outros.
d) os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos cometidos pelos seus próprios juízes e
pelos juízes dos Tribunais Regionais; EXEMPLIFICANDO: Um exemplo em que o TSE julgou um cri-
me eleitoral foi o caso da chapa Dilma-Temer nas eleições presidenciais de 2014. Na ocasião, a chapa
foi acusada de abuso de poder econômico e político, além de acusada de ter recebido doações ilegais
de empresas investigadas na Operação Lava Jato. Após a eleição, o Partido da Social Democracia
Brasileira (PSDB) impetrou uma ação no TSE pedindo a cassação da chapa eleita. A ação foi julgada
pelo TSE em 2017, e a maioria dos ministros decidiu pela absolvição da chapa, por 4 votos a 3.
Questões
28 Número de acertos = ______
Questões resolvidas
e) o habeas corpus ou mandado de segurança, em matéria eleitoral, relativos a atos do Presidente
da República, dos Ministros de Estado e dos Tribunais Regionais; ou, ainda, o habeas corpus,
quando houver perigo de se consumar a violência antes que o juiz competente possa prover sobre a
impetração;
f) as reclamações relativas a obrigações impostas por lei aos partidos políticos, quanto à sua
contabilidade e à apuração da origem dos seus recursos;
g) as impugnações a apuração do resultado geral, proclamação dos eleitos e expedição de diploma na
Audioaula
eleição de Presidente e Vice-Presidente da República;
h) os pedidos de desaforamento dos feitos não decididos nos Tribunais Regionais dentro de trinta dias da conclusão ao
relator, formulados por partido, candidato, Ministério Público ou parte legitimamente interessada. EXEMPLIFICANDO: O
desaforamento consiste no deslocamento da competência de uma comarca para outra.
i) as reclamações contra os seus próprios juízes que, no prazo de trinta dias a contar da conclusão, não houverem julgado
os feitos a eles distribuídos.
j) a ação rescisória, nos casos de inelegibilidade, desde que intentada dentro de cento e vinte dias de decisão irrecorrível,
possibilitando-se o exercício do mandato eletivo até o seu trânsito em julgado.
TRADUÇÃO JURÍDICA
Ação rescisória é um tipo de ação judicial utilizada para desconstituir uma decisão judicial transitada em julgado, ou seja, que não cabe mais
recurso. Ela tem como objetivo corrigir eventuais erros, vícios ou fraudes que tenham afetado a decisão anterior.
A ação rescisória é uma via excepcional, e sua finalidade é garantir a segurança jurídica e a estabilidade das decisões judiciais. Ela só pode
ser ajuizada em casos específicos, previstos em lei, e está sujeita a prazos e condições próprias.
Para ajuizar uma ação rescisória, é necessário demonstrar que a decisão anterior é ilegal, injusta ou foi proferida com base em documentos
ou provas falsas. Além disso, é preciso que a decisão anterior tenha transitado em julgado e que não exista outra forma de questioná-la.
ATENÇÃO:
O texto da alínea d não foi recepcionado pela Constituição de 1988, que atribui ao STF (artigo 102, I, c) a competência para julgamento
dos ministros do TSE e ao STJ a competência para julgar os juízes dos TRE’s (artigo 105, I, a).
Quanto à alínea j cabe anotar que o STF declarou inconstitucional a locução “possibilitando-se o exercício do mandato eletivo até o seu
trânsito em julgado”. Além disso, a Súmula 33 do TSE limitou o espectro de ação das Ações Rescisórias aos temas relacionados com
as causas de inelegibilidade.
SÚMULA nº 33-TSE: Somente é cabível ação rescisória de decisões do Tribunal Superior Eleitoral que versem sobre a incidência de
causa de inelegibilidade.
Art. 23-A. A competência normativa regulamentar prevista no parágrafo único do art. 1º e no inciso IX do caput
do art. 23 deste Código restringe-se a matérias especificamente autorizadas em lei, sendo vedado ao Tribunal
Superior Eleitoral tratar de matéria relativa à organização dos partidos políticos.
Os Promotores Eleitorais são responsáveis por exercer algumas funções, dentre elas:
a) Na fase preparatória do pleito: opinar em todos os processos de pedidos de registro de candidaturas, inclusive pro-
movendo impugnações; fiscalizar o exercício da propaganda política, zelando pelo cumprimento da lei eleitoral; acom-
panhar o processo de nomeação de mesários e de membros das juntas eleitorais; ajuizar Ação de Investigação Judicial
Eleitoral.
b) Na fase da eleição (dia do pleito): impugnar atuação de mesário, fiscal ou delegado de partido político; fiscalizar a
entrega das urnas; opinar, oralmente ou por escrito, em todos os casos surgidos nesse dia, em sua esfera de atribuição.
EXEMPLIFICANDO: promotor eleitoral da cidade impugnou a atuação de um mesário que teria cometido irregularidades
durante a votação.
Segundo a acusação, o mesário teria permitido que um eleitor votasse sem apresentar um documento de identificação com
foto, o que é obrigatório por lei. Além disso, ele teria orientado outros eleitores a votar em determinado candidato, configuran-
do uma conduta vedada pela legislação eleitoral.
c) Na fase de apuração: fiscalizar a instalação da junta eleitoral; acompanhar a apuração dos votos; zelar pela con-
cessão do direito de ampla fiscalização do processo pelos partidos políticos; impugnar votos ou urnas; atuar como custos
legis.
d) Na fase de Diplomação: fiscalizar a expedição dos diplomas eleitorais; ajuizar Ação de Impugnação de Mandato Eletivo
e Recurso Contra a Diplomação. EXEMPLIFICANDO: Um exemplo de um promotor eleitoral que ajuizou uma Ação de Im-
pugnação de Mandato Eletivo ocorreu nas eleições municipais de 2020 no município de Santa Luzia. O promotor eleitoral da
cidade entrou com uma ação de impugnação do mandato do prefeito eleito, alegando que ele teria cometido abuso de poder
econômico e político durante a campanha eleitoral.
Segundo a acusação, o prefeito teria distribuído cestas básicas e combustível para eleitores em troca de votos, além de ter
utilizado a máquina pública para beneficiar sua candidatura. A ação foi acatada pela Justiça Eleitoral, que determinou a cas-
sação do mandato do prefeito eleito e a realização de novas eleições no município.
Questões
36 Número de acertos = ______
Questões resolvidas
3.9 PROMOTOR ELEITORAL
O Promotor Eleitoral atua na Zona Eleitoral e deve ser recrutado dentre os Promotores de Jus-
tiça, membros do Ministério Público Estadual, sendo escolhidos pelo PRE. Sua nomeação é ato
complexo e segue as seguintes etapas, com base nos artigos 78 e 79, ambos da Lei Complementar
75/93 e no artigo 10, inciso IX, alínea “h” e artigo 73, ambos da Lei nº 8.625/93 (LOMP):
Art. 78. As funções eleitorais do Ministério Público Federal perante os Juízes e Juntas Eleitorais
serão exercidas pelo Promotor Eleitoral. Audioaula
Art. 79. O Promotor Eleitoral será o membro do Ministério Público local que oficie junto ao Juízo incumbido do serviço
eleitoral de cada Zona.
Parágrafo único. Na inexistência de Promotor que oficie perante a Zona Eleitoral, ou havendo impedimento ou recusa
justificada, o Chefe do Ministério Público local indicará ao Procurador Regional Eleitoral o substituto a ser designado.
§ 2º O Procurador Regional Eleitoral poderá ser destituído, antes do término do mandato, por iniciativa do Procurador-Ge-
ral Eleitoral, anuindo a maioria absoluta do Conselho Superior do Ministério Público Federal.
São competências do PRE:
Art. 77. Compete ao Procurador Regional Eleitoral exercer as funções do Ministério Público nas causas de competência
do Tribunal Regional Eleitoral respectivo, além de dirigir, no Estado, as atividades do setor.
Parágrafo único. O Procurador-Geral Eleitoral poderá designar, por necessidade de serviço, outros membros do Ministério
Público Federal para oficiar, sob a coordenação do Procurador Regional, perante os Tribunais Regionais Eleitorais.
MACETE:
QUESTÃO DE PROVA:
Esta relacionado a
Assinale a opção que relaciona, sequencialmente, órgãos do MPE, o grau de jurisdição em que
PRESIDENTE E VICE –
eles atuam e as matérias que lhes competem originariamente.
Competência do TSE
A promotores eleitorais — tribunais regionais eleitorais — eleições federais, estaduais e distritais
B promotores eleitorais — tribunais regionais eleitorais — eleições municipais
Esta relacionado a
C promotores eleitorais — juízes eleitorais — eleições federais, estaduais e distritais
MAIORIA DOS CARGOS–
D procuradores regionais eleitorais — tribunais regionais eleitorais — eleições federais, estaduais
Competência do TRE
e distritais
E procuradores regionais eleitorais — juízes eleitorais — eleições municipais
Esta relacionado a
MUNICIPAL– Competência
Resposta: D
do JUIZ ELEITORAL
FICA A DICA
Os procuradores eleitorais atuam no MPE e têm competência para
atuar em processos eleitorais de âmbito nacional, como as elei-
ções para Presidente da República, Senadores e Deputados Fe-
derais, por exemplo. Eles são responsáveis por fiscalizar o cum-
primento das leis eleitorais e processar eventuais irregularidades
e crimes eleitorais.