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Direito Eleitoral
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Sumário
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2. Sistemas eleitorais
No Brasil, adotamos dois sistemas: majoritário e proporcional.
O sistema majoritário parte da ideia de que o candidato que obtiver mais votos vence a
eleição. Esse sistema pode ser:
a) Por maioria absoluta: o candidato, para ser eleito, precisa de mais da metade
dos votos válidos. São eleitos por este sistema: Presidente da República;
Governadores dos Estados e do Distrito Federal; Prefeitos nos Municípios com
mais de 200.000 eleitores (possibilidade de 2º turno);
b) Por maioria simples: o candidato, para ser eleito, precisa ter mais votos que os
demais candidatos. São eleitos por esse sistema: Prefeitos nos Municípios com
menos de 200.000 eleitores e Senadores.
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No sistema proporcional adotado no Brasil (sistema proporcional com lista aberta), não
importa apenas quantos votos recebeu o candidato; importa, primeiramente, quantos votos
recebeu o partido político. Após apurado o número total de votos de todos os candidatos do
partido (e do próprio partido político), é definido o número de cadeiras que serão ocupadas pelo
partido político, qualificando-se os mais votados dentro do partido.
Para verificar quais serão os eleitos por esse sistema, utiliza-se o quociente eleitoral e o
quociente partidário, conforme arts. 106 e 107 do Código Eleitoral.
Mas há uma regra importante, prevista no art. 108 do Código Eleitoral, para que não haja
a eleição de candidatos com votação inexpressiva:
Art. 108. Estarão eleitos, entre os candidatos registrados por um partido que tenham
obtido votos em número igual ou superior a 10% (dez por cento) do quociente eleitoral,
tantos quantos o respectivo quociente partidário indicar, na ordem da votação nominal que
cada um tenha recebido.
Caso o candidato não consiga alcançar esse número mínimo de votos, não será eleito.
Ainda, há o chamado sistema eleitoral misto, o qual não é adotado no Brasil. Esse é um
sistema intermediário entre o sistema majoritário e o proporcional, adotado em países como
Alemanha e México.
A organização e a competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais
será disciplinada por lei complementar, conforme dispõe o art. 121 da CF/88.
Nesse âmbito, cumpre informar que o Código Eleitoral (Lei nº 4.737/65), que é lei ordinária,
foi recepcionado pela CF/88 como lei complementar na parte que trata da organização e da
competência da Justiça Eleitoral.
Outra informação importante é que os juízes dos tribunais eleitorais têm investidura por
tempo determinado, ou seja, são cargos temporários. Por isso, esses membros não possuem
vitaliciedade. Essa é previsão do art. 121, § 2º, da CF/88:
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Art. 121, § 2º, da CF/88. Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão
por dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os
substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para
cada categoria.
Falando sobre o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele é o órgão de cúpula da Justiça
Eleitoral. Obviamente, o STF está acima do TSE, mas o STF não é órgão da Justiça Eleitoral.
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O TSE será composto, no mínimo, por sete membros, os quais serão escolhidos:
Assim, cinco membros são eleitos (três do STF e dois do STJ) e dois membros nomeados
pelo Presidente da República (entre advogados).
O Presidente e o Vice-Presidente do TSE serão eleitos entre os ministros do STF. Já o
Corregedor Eleitoral será eleito entre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça (art. 119,
parágrafo único, da CF/88).
Importante notar que, conforme art. 121, § 3º, da CF, são irrecorríveis as decisões do
Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Constituição e as denegatórias de
habeas corpus ou mandado de segurança.
Quanto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), haverá um em cada Estado e um no
Distrito Federal (art. 120 da CF/88).
Os TREs, que terão sete membros, serão compostos (art. 120, § 1º, da CF/88):
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4. Partidos políticos
4.1. Natureza jurídica
Conforme dispõe o art. 1º da Lei n° 9.096/95 (Lei dos Partidos Políticos), o partido político
é pessoa jurídica de direito privado e destina-se a assegurar, no interesse do regime
democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender os direitos fundamentais
definidos na Constituição Federal.
O partido político não se equipara às entidades paraestatais, conforme art. 1º, parágrafo
único, da Lei dos Partidos Políticos.
Mas para que seja possível essa criação, será necessário obter uma quantidade mínima
de eleitores que assinem uma declaração de apoio a esse novo partido. É o chamado
apoiamento mínimo de eleitores, que vem disposto no art. 7º, § 1º, da Lei dos Partidos Políticos:
Art. 7º, § 1º. Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter
nacional, considerando-se como tal aquele que comprove, no período de dois anos, o
apoiamento de eleitores não filiados a partido político, correspondente a, pelo menos,
0,5% (cinco décimos por cento) dos votos dados na última eleição geral para a
Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos
por um terço, ou mais, dos Estados, com um mínimo de 0,1% (um décimo por cento)
do eleitorado que haja votado em cada um deles.
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Nota-se que, com isso, garante-se o caráter nacional do partido político, exigido pelo art.
17, inciso I, da Constituição Federal. Nota-se, ainda, que o apoiamento deve se dar por pessoas
não filiadas a nenhum partido e que tal deve ocorrer no prazo de dois anos.
Para um partido político participar de um pleito eleitoral, deverá ter existência mínima de
6 meses, conforme art. 4º da Lei n° 9.504/97:
Art. 4º. Poderá participar das eleições o partido que, até seis meses antes do pleito, tenha
registrado seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral, conforme o disposto em lei, e tenha,
até a data da convenção, órgão de direção constituído na circunscrição, de acordo com o
respectivo estatuto.
Ainda, assegura-se aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e
provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o
regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições
proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional,
estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e
fidelidade partidária (art. 17, § 1º, da CF/88 e art. 3º da Lei dos Partidos Políticos).
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Art. 11-A. Dois ou mais partidos políticos poderão reunir-se em federação, a qual, após
sua constituição e respectivo registro perante o Tribunal Superior Eleitoral, atuará como
se fosse uma única agremiação partidária.
Ressalte-se que o STF, na ADI 7022, decidiu que a figura da federação partidária é
compatível com a Constituição Federal.
A federação assemelha-se à coligação, mas com ela não se confunde. Ambas são
maneiras de união de partidos que irão funcionar com uma unidade. Mas há três distinções:
1) Tempo de duração: a coligação tem duração mais curta, pois existirá entre a
convenção e a eleição; já a federação perdurará, no mínimo, por 4 anos.
2) Abrangência: a coligação somente pode ocorrer em eleições majoritária; a federação
pode ocorrer em eleição majoritária ou proporcional.
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Em relação ao terceiro requisito (federação ser constituída até a data final do período
das convenções), o STF entendeu, na já ADI 7021, que esse prazo viola o princípio da
isonomia. Diante disso, o STF entendeu que se deve exigir que as federações obtenham
o registro de seu estatuto junto ao TSE com a mesma antecedência exigida dos partidos
(até 6 meses antes do pleito).
A não permanência pelo prazo de 4 anos na federação acarretará ao partido vedação de
ingressar em federação, de celebrar coligação nas duas eleições seguintes e, até completar o
prazo mínimo remanescente, de utilizar o fundo partidário (art. 11-A, § 4º, da Lei n° 9.096/95).
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A) coligação, que se extinguirá ao fim do prazo para o ajuizamento da ação de impugnação de mandato
eletivo.
B) gestão colegiada, somente utilizada nas eleições proporcionais, que deve perdurar até o fim do prazo
do mandato eletivo obtido.
C) ajuntamento partidário, que se extinguirá após a diplomação dos eleitos.
D) federação, sendo que os partidos devem permanecer filiados por no mínimo quatro anos, contados da
data do respectivo ingresso.
A) estão incluídos no limite de gastos de campanha, sendo tidos como despesas eleitorais.
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B) são considerados gastos eleitorais e não estão incluídos no limite de gastos de campanha.
C) pela sua essência alimentar, não têm correlação com os gastos eleitorais, o que afasta a possibilidade
de serem enquadrados em qualquer limitador de despesas.
D) podem ser considerados gastos eleitorais, caso o candidato assim os declare, e estão incluídos no
limite de gastos de campanha.
I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
V - a filiação partidária;
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-
Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.
Para o exercício absoluto do direito de ser votado, o candidato não pode incorrer em
nenhuma das causas de inelegibilidade.
Importante notar que o conceito de domicílio é mais elástico no Direito Eleitoral que o
Direito Civil. É possível que haja um domicílio civil em um local e um eleitoral em outro. Isso
porque o domicílio eleitoral satisfaz-se com vínculos de natureza política, econômica, social,
familiar, afetiva, conforme art. 23 da Res. 23.659/2021 do TSE.
5.2. Inelegibilidade
A inelegibilidade significa a existência de causas negativas que impedem o cidadão de
exercer a sua capacidade eleitoral passiva, ou seja, impede o indivíduo de ser votado. A
inelegibilidade pode ser vista como um impedimento ao exercício da cidadania passiva, ficando
o sujeito impossibilitado de ser escolhido para ocupar cargo público eletivo.
Importante notar que a inelegibilidade não impede o indivíduo de votar, só impede de ser
votado.
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a) De acordo com o art. 14, § 4º, da CF/88, são absolutamente inelegíveis o inalistável
e o analfabeto.
b) Inelegibilidade por motivos funcionais: são duas hipóteses.
• Inelegibilidade para os mesmos cargos, num terceiro mandado subsequente: o
Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os
Prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no curso dos mandatos não
poderão ser reeleitos para um terceiro mandato sucessivo (art. 14, § 5º, da CF/88);
• Inelegibilidade para concorrerem a outros cargos: para concorrerem a outros
cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito
Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses
antes do pleito (art. 14, § 6º, da CF/88).
c) Inelegibilidades por motivos de parentesco: de acordo com o art. 14, § 7º, da CF/88,
são inelegíveis, no território da circunscrição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos
ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, do Governador de
Estado, Território ou Distrito Federal, do Prefeito ou quem os haja substituído dentro dos 6 meses
anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
Importante ressaltar que o STF pacificou sua jurisprudência, por meio da edição da
Súmula Vinculante nº 18, no sentido de que a dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal,
no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7.º do artigo 14 da Constituição
Federal.
d) Inelegibilidades previstas em lei complementar: de acordo com o art. 14, § 9º, da
CF/88, lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade. Essa LC é a 64/90, que
traz um extenso rol com hipóteses de inelegibilidades. Essa lei complementar sofreu importantes
alterações pela LC 135/2010, que ficou conhecida como Lei da Ficha Limpa. A mais importante
previsão é a do art. 1º, inciso I, alínea “e”, da LC 64/90, que diz: São inelegíveis os que forem
condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, desde
a condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena, pelos
crimes:
• Contra a economia popular, a fé pública, a administração pública e o patrimônio
público;
• Contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado de capitais e os
previstos na lei que regula a falência;
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6. Propaganda eleitoral
6.1. Propaganda antecipada (extemporânea)
A propaganda eleitoral somente é lícita quando realizada após 15 de agosto do ano das
eleições, conforme art. 36 e seguintes da Lei n° 9.504/97. Quando ela é realizada antes dessa
data é uma propaganda irregular chamada de propaganda antecipada.
No entanto, algumas condutas praticadas até 15 de agosto do ano das eleições são
permitidas pela legislação eleitoral. São os atos de pré-campanha. O art. 36-A na Lei n° 9.504/97
traz um rol de condutas que não configuram propaganda antecipada. Como se verifica, há uma
visão bem liberal dos atos preparatórios para as campanhas eleitorais, praticamente vinculando
a caracterização da propaganda eleitoral antecipada ao pedido explícito de voto.
Art. 36-A. Não configuram propaganda eleitoral antecipada, desde que não envolvam
pedido explícito de voto, a menção à pretensa candidatura, a exaltação das qualidades
pessoais dos pré-candidatos e os seguintes atos, que poderão ter cobertura dos meios de
comunicação social, inclusive via internet:
I - a participação de filiados a partidos políticos ou de pré-candidatos em entrevistas,
programas, encontros ou debates no rádio, na televisão e na internet, inclusive com a
exposição de plataformas e projetos políticos, observado pelas emissoras de rádio e de
televisão o dever de conferir tratamento isonômico;
II - a realização de encontros, seminários ou congressos, em ambiente fechado e a
expensas dos partidos políticos, para tratar da organização dos processos eleitorais,
discussão de políticas públicas, planos de governo ou alianças partidárias visando às
eleições, podendo tais atividades ser divulgadas pelos instrumentos de comunicação
intrapartidária;
III - a realização de prévias partidárias e a respectiva distribuição de material informativo,
a divulgação dos nomes dos filiados que participarão da disputa e a realização de debates
entre os pré-candidatos;
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Nota-se que, como regra, não é permitida a veiculação de propaganda eleitoral em bens
públicos ou particulares. No entanto, é permitida essa propaganda se for(em) (art. 37, § 2º, da
Lei n° 9.504/97):
• Bandeiras ao longo de vias públicas, desde que móveis e que não dificultem o bom
andamento do trânsito de pessoas e veículos;
• Adesivo plástico em automóveis, caminhões, bicicletas, motocicletas e janelas
residenciais, desde que não exceda a 0,5 m² (meio metro quadrado).
Para fins eleitorais, bens de uso comum são os assim definidos pelo Código Civil e,
também, aqueles a que a população em geral tem acesso, tais como cinemas, clubes, lojas,
centros comerciais, templos, ginásios, estádios, ainda que de propriedade privada (art. 37, § 4º,
da Lei n° 9.504/97).
Nas árvores e nos jardins localizados em áreas públicas, bem como em muros, cercas e
tapumes divisórios, não é permitida a colocação de propaganda eleitoral de qualquer natureza,
mesmo que não lhes cause dano (art. 37, § 5º, da Lei n° 9.504/97).
Mais relativizações acerca das regras do caput vem nos § 3º e 6º do art. 37:
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pedir votos para seu candidato ou partido. A legislação eleitoral proíbe a realização de atividades
de aliciamento de eleitores e quaisquer outras que tenham o objetivo de convencer o cidadão
mediante boca de urna.
Essa conduta é criminalizada pela Lei n° 9.504/97, em seu art. 39, § 5º.
Importa referir que é permitida, no dia das eleições, a manifestação individual e silenciosa
da preferência do eleitor por partido político, coligação ou candidato, revelada exclusivamente
pelo uso de bandeiras, broches, dísticos e adesivos (art. 39-A da Lei n° 9.504/97).
Apesar disso, não é permitido, até o término do horário de votação, a aglomeração de
pessoas portando vestuário padronizado, pois tal caracteriza manifestação coletiva, o que é
vedado (art. 39-A, § 1º, da Lei n° 9.504/97).
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A) I, II e III.
B) apenas em I e II.
C) apenas em I e III.
D) Apenas em II e III.
7. Ações eleitorais
7.1. Ação de Impugnação de Registro de Candidatura (AIRC)
A ação de impugnação de registro de candidatura (AIRC) é o instrumento hábil a impedir
que candidato escolhido em convenção partidária seja registrado, em virtude do não
atendimento de algum requisito legal ou constitucional.
Isso pode ocorrer pela:
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Quem possui legitimidade para a AIRC? A legitimidade ativa, ou seja, quem pode
ingressar com a ação eleitoral, cabe a qualquer candidato, partido, coligação ou ao Ministério
Público (art. 3º da LC 64/90). Importante notar que, quando a lei fala em candidato, na verdade
se refere à pré-candidato, porquanto só se fala em candidato após o deferimento do pedido de
registro de candidatura. Já a legitimidade passiva, ou seja, contra quem deve ser proposta a
AIRC, recai sobre o pré-candidato impugnado.
Qual o prazo para ajuizar a AIRC? A AIRC precisa ser ajuizada no prazo de 5 dias, a
contar da publicação do pedido de registro. Ou seja, o prazo não tem relação com a data-limite
do registro (15/08), mas, sim, com a publicação desses pedidos (art. 3º da LC 64/90).
Quem é competente para o julgamento da AIRC? Isso vai depender de qual o cargo
pleiteado:
• Juiz eleitoral julga AIRC em face de candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador;
• TRE julga AIRC em face de candidatos a governador, vice-governador, senador,
suplentes de senador, deputado-federal, deputado-estadual e deputado-distrital;
• TSE julga AIRC em face de candidato a presidente da república e vice-presidente
da república.
Art. 22. Qualquer partido político, coligação, candidato ou Ministério Público Eleitoral
poderá representar à Justiça Eleitoral, diretamente ao Corregedor-Geral ou Regional,
relatando fatos e indicando provas, indícios e circunstâncias e pedir abertura de
investigação judicial para apurar uso indevido, desvio ou abuso do poder econômico ou do
poder de autoridade, ou utilização indevida de veículos ou meios de comunicação social,
em benefício de candidato ou de partido político, obedecido o seguinte rito:
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Essa ação, conforme Zilio, tem por finalidade a apuração de abuso de poder político (ou
de autoridade) ou econômico, cuja gravidade possa influir na normalidade e na legitimidade do
exercício do poder de sufrágio popular, bem como para apuração de da utilização indevida de
veículos ou meios de comunicação social e a transgressão de valores pecuniários1.
Quem possui legitimidade para AIJE? A legitimidade ativa é igual à da AIRC (qualquer
candidato, partido, coligação ou o Ministério Público), conforme caput do citado art. 22. A
legitimidade passiva é do candidato (ou pré-candidato) e o cidadão que não é candidato, mas
que concorreu para prática do abuso de poder econômico ou político. Há entendimento reiterado
do TSE no sentido de que pessoa jurídica não possui legitimidade para estar no polo passivo da
AIJE.
Qual o prazo para propor a AIJE? A legislação eleitoral não fixou o prazo para o
ajuizamento da AIJE, de modo que coube a doutrina essa tarefa. Entende-se que a AIJE deve
ser ajuizada após o registro de candidatura. O termo final para o ajuizamento dessa ação é
a diplomação dos eleitos, quando se opera a decadência do direito de se utilizar a AIJE.
Quem é competente para julgar a AIJE?
• No caso de AIJE manejada em face do Presidente da República ou do Vice-
Presidente, a competência é do Corregedor-Geral Eleitoral;
• Caso os legitimado passivos sejam os Governadores, Vice-Governadores,
Deputados Federais, Senadores, ou Deputados Estaduais/ Distritais o julgamento
será feito pelo Corregedor-Regionar Eleitoral;
• No caso de os legitimados serem Prefeitos, Vice-Prefeitos ou Vereados, a
competência será do juiz eleitoral (art. 24 da LC 64/90).
Se for procedente, o acusado será declarado inelegível para as eleições que se realizarem
nos 8 anos subsequentes à eleição em que se verificou o abuso, e terá seu registro ou diploma
cassado, conforme art. 22, XIV, da LC 64/90.
Da decisão do juiz eleitoral, caberá recurso ao TRE no prazo de três dias.
Se a decisão for do TRE, caberá recurso ao TSE no mesmo prazo de 3 dias.
1
ZILIO, Rodrigo López. Direito Eleitoral. 9ª ed. São Paulo: JusPodivm, 2023, p. 687.
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Art. 14. § 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo
de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder
econômico, corrupção ou fraude.
Art. 14. § 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça,
respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
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como advogado, para saber se há alguma medida judicial que pode ser buscada. Você, corretamente,
responde que:
A) como já houve a diplomação, não é mais possível o ajuizamento de nenhuma ação eleitoral.
B) é possível ajuizar a ação de investigação judicial eleitoral, o que deve ocorrer nos quinze dias
subsequentes à diplomação.
C) é possível ajuizar a ação de impugnação de registro de candidatura, que pode ocorrer a qualquer
momento, desde que antes da posse.
D) é possível ajuizar a ação de impugnação de mandato eletivo, o que deve ocorrer nos quinze dias
subsequentes à diplomação.
Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas
tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais:
I - ceder ou usar, em benefício de candidato, partido político ou coligação, bens móveis ou
imóveis pertencentes à administração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Territórios e dos Municípios, ressalvada a realização de convenção partidária;
II - usar materiais ou serviços, custeados pelos Governos ou Casas Legislativas, que
excedam as prerrogativas consignadas nos regimentos e normas dos órgãos que
integram;
III - ceder servidor público ou empregado da administração direta ou indireta federal,
estadual ou municipal do Poder Executivo, ou usar de seus serviços, para comitês de
campanha eleitoral de candidato, partido político ou coligação, durante o horário de
expediente normal, salvo se o servidor ou empregado estiver licenciado;
IV - fazer ou permitir uso promocional em favor de candidato, partido político ou coligação,
de distribuição gratuita de bens e serviços de caráter social custeados ou subvencionados
pelo Poder Público;
V - nomear, contratar ou de qualquer forma admitir, demitir sem justa causa, suprimir ou
readaptar vantagens ou por outros meios dificultar ou impedir o exercício funcional e,
ainda, ex officio, remover, transferir ou exonerar servidor público, na circunscrição do
pleito, nos três meses que o antecedem e até a posse dos eleitos, sob pena de nulidade
de pleno direito, ressalvados:
a) a nomeação ou exoneração de cargos em comissão e designação ou dispensa de
funções de confiança;
b) a nomeação para cargos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos Tribunais ou
Conselhos de Contas e dos órgãos da Presidência da República;
c) a nomeação dos aprovados em concursos públicos homologados até o início daquele
prazo;
d) a nomeação ou contratação necessária à instalação ou ao funcionamento inadiável de
serviços públicos essenciais, com prévia e expressa autorização do Chefe do Poder
Executivo;
e) a transferência ou remoção ex officio de militares, policiais civis e de agentes
penitenciários;
VI - nos três meses que antecedem o pleito:
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