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CONVENÇÕES PARTIDÁRIAS
Convenção é a reunião ou assembleia formada
pelos filiados a um partido político – denominados
convencionais – cuja finalidade é eleger os que
concorrerão ao pleito. Em outros termos, é o meio
pelo qual os partidos escolhem os candidatos que
disputarão as eleições.
A natureza da convenção encontra-se em sintonia com
a das eleições. Logo, há tantas modalidades de
convenção quantas são as de eleição, a saber:
nacional, estadual ou regional e municipal ou
zonal.
Na convenção nacional é que se procede à
escolha dos candidatos a Presidente e Vice-
Presidente da República. Na estadual, são escolhidos
os candidatos a Governador, Vice-Governador,
Senador e respectivos suplentes, Deputado Federal,
Estadual e Distrital. Já na municipal são escolhidos
os candidatos a Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador.
A convenção para escolha de candidatos e
deliberação sobre coligação deve ser ultimada no
período de 20 de julho a 5 de agosto do ano em que
se realizarem as eleições (CE, art. 93, § 2º; LE, art.
8º, caput). Conquanto possa ser levada a efeito em
qualquer dia da semana, salvo se o estatuto fixar um,
é conveniente que ocorra em domingo ou dia feriado,
de modo a ensejar que todos os convencionais
compareçam.
No que concerne ao local, a convenção
nacional pode ser realizada fora da capital, em
qualquer Estado da Federação. No mesmo sentido,
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a regional pode ter lugar em Município diverso da


capital do Estado. Já a municipal deve ser
realizada dentro do território do Município.
Faculta-se aos partidos o uso gratuito de prédios
públicos, como escolas, ginásios desportivos, casas
legislativas, desde que as atividades neles
desenvolvidas não fiquem prejudicadas (LE, art. 8º, §
2º; LOPP, art. 51). Em contrapartida, ficam os partidos
responsáveis por eventuais danos que tais bens
sofrerem em decorrência do evento.
A convocação pode ser efetivada por carta,
notificação pessoal, edital ou outro meio. Em geral,
é feita por edital, que deve conter o endereço, o dia,
o horário e a matéria objeto da deliberação. O edital
pode ser publicado na imprensa local.
Entre a data da convocação e a realização da
convenção deve mediar prazo razoável, sob pena de
inviabilizar-se o ato, o que enseja sua invalidação.
A convenção pode ser realizada em recinto aberto,
com ou sem cobertura, ou fechado.
Uma vez instalada a convenção, passa-se às
discussões e deliberações. O quorum a ser observado
na votação deve ser estabelecido no estatuto, já que,
cuidando-se de matéria interna corporis, é reservada à
esfera da autonomia partidária. Normalmente,
estabelece-se como quorum a maioria absoluta dos
convencionais.
A atividade da convenção deve ser registrada
em ata, lavrada em livro previamente aberto e
rubricado pela Justiça Eleitoral, devendo tal ata ser
publicada em 24 horas em qualquer meio de
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comunicação (LE, art. 8º, caput, alterado pela Lei no


13.165/2015)
O controle da Justiça Eleitoral é
eminentemente preventivo e visa conferir
segurança e confiabilidade a esse importante ato,
de sorte a prevenir futuras disputas acerca das
deliberações oficialmente tomadas pelos
convencionais.
Em seguida, a ata deve ser levada a registro na
Justiça Eleitoral, ficando depositada na secretaria
do Tribunal ou do Juízo Eleitoral para conferência
com a cópia que deve ser apresentada por ocasião
dos pedidos de registro de candidatura, conforme
prescreve o artigo 11, § 1º, I, da Lei nº 9.504/97.
Número de candidatos
Quanto ao número de candidatos que cada
partido poderá lançar, nos pleitos proporcionais
(Câmaras Municipais, Assembleias Legislativas e
Câmara dos Deputados), isto é, o número máximo
que as convenções poderão indicar, é fator sempre
relativo ao número de cadeiras em disputa nas
respectivas casa legislativas. Este, por sua vez, tem
por parâmetro os dados populacionais dos municípios
e dos Estados.
Analisaremos, preliminarmente, a questão do
número de cadeiras em seguida o número de
candidatos que cada partido poderá submeter a
registro perante a Justiça Eleitoral.
A matéria está, genericamente, tratada na CF que,
em seu art. 29, IV, alíneas a a x, estabelece o número
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de vereadores entre 9 e 55, com gradações segundo a


população.
Quanto ao número de deputados estaduais de
cada Estado da Federação será o triplo da
representação do Estado na Câmara Federal e,
atingindo o número de 36, será acrescido de tantos
quantos forem os deputados federais desse estado em
número acima de 12 (CF, 27, caput).
Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa corresponderá ao triplo
da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de
trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima
de doze.

O número de deputados federais de cada Estado


da Federação tem suas regras de fixação apenas
apontadas pelo art. 45, § 1º, CF, remetendo-se a
matéria, em sua explicitação numérica, à lei
complementar, com base em todos os dados
populacionais, observados os limites mínimos de 8 e
máximo de 70.
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos,
pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito
Federal.

§ 1º O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo


Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à
população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições,
para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais
de setenta Deputados.

Diante do número mínimo e máximo de cadeiras a


preencher por cada partido ou coligação poderá
escolher em convenção a apresentar para registro
perante a Justiça Eleitoral, serão indicados estes
candidatos proporcionais obedecendo o que assevera a
LE em seu art. 10.
Art. 10. Cada partido ou coligação poderá registrar candidatos para a Câmara dos
Deputados, a Câmara Legislativa, as Assembleias Legislativas e as Câmaras Municipais
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no total de até 150% (cento e cinquenta por cento) do número de lugares a preencher,
salvo: (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)

I - nas unidades da Federação em que o número de lugares a preencher para a


Câmara dos Deputados não exceder a doze, nas quais cada partido ou coligação poderá
registrar candidatos a Deputado Federal e a Deputado Estadual ou Distrital no total de até
200% (duzentos por cento) das respectivas vagas; (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)

II - nos Municípios de até cem mil eleitores, nos quais cada coligação poderá
registrar candidatos no total de até 200% (duzentos por cento) do número de lugares a
preencher. (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)

§ 3o Do número de vagas resultante das regras previstas neste artigo, cada partido
ou coligação preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta
por cento) para candidaturas de cada sexo. (Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009)

§ 4º Em todos os cálculos, será sempre desprezada a fração, se inferior a meio, e


igualada a um, se igual ou superior.

§ 5o No caso de as convenções para a escolha de candidatos não indicarem o


número máximo de candidatos previsto no caput, os órgãos de direção dos partidos
respectivos poderão preencher as vagas remanescentes até trinta dias antes do pleito.
(Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)

Em consulta dirigida ao TSE assim se


posicionou: “Não se pode preencher o número de
vagas destinadas às mulheres com candidaturas de
homens, ainda que inexistentes candidatas
femininas, em número suficiente, sob pena de
esvaziamento da norma legal”.

Número dos candidatos


Questão diversa do número de candidatos é a do
número dos candidatos; número este que identificará
o candidato, tanto quanto seu próprio nome, seja na
votação, seja na apuração dos votos.
Esse número deverá ser sorteado na própria
convenção partidária, assegurando-se aqueles
candidatos à reeleição – para o mesmo cargo – pelo
mesmo partido, o direito de, se desejar, conservar o
número que lhe foi atribuído no pleito anterior e com o
qual concorreu.
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Cada partido político possui um número


identificador de 2 (dois) algarismos que lhe é
atribuído pelo TSE. É a dezena identificadora do
partido.
Essas mesmas dezenas, normalmente,
identificarão os candidatos do partido aos cargos
executivos: Presidente da República, Governador e
Prefeito.
Na eleição para o Senado, a dezena
identificadora do partido será acrescido um
número que varia de “0” a “9”, conforme se deva
candidatar um ou dois senadores.
Nas eleições proporcionais, os candidatos a
vereador, deputado estadual e federal, terão seus
números sorteados na convenção, salvo a
circunstância já referida do candidato a reeleição, pelo
mesmo partido, ao qual se assegura a manutenção,
desde que seja desejada pelo candidato, do número
com o qual foi registrado, votado, eleito e diplomado.
Os deputados estaduais e vereadores
concorrem com números de cinco algarismos, dos
quais os dois primeiros são as dezenas
identificadoras do partido, não sendo, portanto,
sorteado; o sorteio é feito para os três últimos
algarismos.
Para os deputados federais, que concorrem
com números de quatro algarismos, os dois
primeiros são igualmente a dezena identificadora
do partido, sendo sorteado apenas, os dois últimos.
Documentos da Convenção
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Todos esses atos deverão ser documentados e, no


tocante ao desenrolar da convenção, dois documentos
são imprescindíveis:
A lista de presença é documento de dupla
função: a primeira se exerce na própria organização
dos trabalhos. Os filiados que se apresentam devem
assinar a lista de presença e, identificando-se,
comprovar sua habilitação, como delegado, como
parlamentar, como dirigente partidário.
A ata da convenção é seu histórico, devendo
conter as matérias submetidas aos convencionais para
a votação, as eventuais decisões sobre coligações, o
número de chapas concorrentes, os nomes dos
candidatos e o número que lhes foi sorteado.
COLIGAÇÃO PARTIDÁRIA
Das Coligações

Art. 6º É facultado aos partidos políticos, dentro da mesma circunscrição, celebrar


coligações para eleição majoritária, proporcional, ou para ambas, podendo, neste último
caso, formar-se mais de uma coligação para a eleição proporcional dentre os partidos que
integram a coligação para o pleito majoritário.

§ 1º A coligação terá denominação própria, que poderá ser a junção de todas as


siglas dos partidos que a integram, sendo a ela atribuídas as prerrogativas e obrigações
de partido político no que se refere ao processo eleitoral, e devendo funcionar como um
só partido no relacionamento com a Justiça Eleitoral e no trato dos interesses
interpartidários.

§ 1º-A. A denominação da coligação não poderá coincidir, incluir ou fazer referência


a nome ou número de candidato, nem conter pedido de voto para partido
político. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

§ 2º Na propaganda para eleição majoritária, a coligação usará, obrigatoriamente,


sob sua denominação, as legendas de todos os partidos que a integram; na propaganda
para eleição proporcional, cada partido usará apenas sua legenda sob o nome da
coligação.

§ 3º Na formação de coligações, devem ser observadas, ainda, as seguintes normas:

I – (...)

II – (...)
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III - os partidos integrantes da coligação devem designar um representante, que terá


atribuições equivalentes às de presidente de partido político, no trato dos interesses e na
representação da coligação, no que se refere ao processo eleitoral;

IV - a coligação será representada perante a Justiça Eleitoral pela pessoa designada


na forma do inciso III ou por delegados indicados pelos partidos que a compõem,
podendo nomear até:

a) três delegados perante o Juízo Eleitoral;

b) quatro delegados perante o Tribunal Regional Eleitoral;

c) cinco delegados perante o Tribunal Superior Eleitoral.

Coligação é o consórcio de partidos políticos


formado com o propósito de atuação conjunta e
cooperativa na disputa eleitoral.
A teor da EC nº 95/2017 – que deu nova redação ao §
1º do artigo 17:
“É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e
provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de
escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração
nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer
normas de disciplina e fidelidade partidária.”

Dessa forma, acabam-se com as coligações


partidárias em eleições proporcionais, a ser aplicada a
partir das eleições municipais de 2020, os partidos
não poderão mais se coligar na disputa das vagas para
deputados (federais, estaduais e distritais) e
vereadores.
PROCESSO DE REGISTRO

Do Registro de Candidatos

Art. 10. (...)

Art. 11. Os partidos e coligações solicitarão à Justiça Eleitoral o registro de seus


candidatos até as dezenove horas do dia 15 de agosto do ano em que se realizarem as
eleições. (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)

§ 1º O pedido de registro deve ser instruído com os seguintes documentos:


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I - cópia da ata a que se refere o art. 8º;

II - autorização do candidato, por escrito;

III - prova de filiação partidária;

IV - declaração de bens, assinada pelo candidato;

V - cópia do título eleitoral ou certidão, fornecida pelo cartório eleitoral, de que o


candidato é eleitor na circunscrição ou requereu sua inscrição ou transferência de
domicílio no prazo previsto no art. 9º;

VI - certidão de quitação eleitoral;

VII - certidões criminais fornecidas pelos órgãos de distribuição da Justiça Eleitoral,


Federal e Estadual;

VIII - fotografia do candidato, nas dimensões estabelecidas em instrução da Justiça


Eleitoral, para efeito do disposto no § 1º do art. 59.

IX - propostas defendidas pelo candidato a Prefeito, a Governador de Estado e a


Presidente da República. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

§ 2o A idade mínima constitucionalmente estabelecida como condição de


elegibilidade é verificada tendo por referência a data da posse, salvo quando fixada em
dezoito anos, hipótese em que será aferida na data-limite para o pedido de
registro. (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)

§ 3º Caso entenda necessário, o Juiz abrirá prazo de setenta e duas horas para
diligências.

§ 4o Na hipótese de o partido ou coligação não requerer o registro de seus


candidatos, estes poderão fazê-lo perante a Justiça Eleitoral, observado o prazo máximo
de quarenta e oito horas seguintes à publicação da lista dos candidatos pela Justiça
Eleitoral. (Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009)

§ 5º Até a data a que se refere este artigo, os Tribunais e Conselhos de Contas


deverão tornar disponíveis à Justiça Eleitoral relação dos que tiveram suas contas
relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade
insanável e por decisão irrecorrível do órgão competente, ressalvados os casos em que a
questão estiver sendo submetida à apreciação do Poder Judiciário, ou que haja sentença
judicial favorável ao interessado.

§ 6o A Justiça Eleitoral possibilitará aos interessados acesso aos documentos


apresentados para os fins do disposto no § 1o. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

§ 7o A certidão de quitação eleitoral abrangerá exclusivamente a plenitude do gozo dos


direitos políticos, o regular exercício do voto, o atendimento a convocações da Justiça Eleitoral
para auxiliar os trabalhos relativos ao pleito, a inexistência de multas aplicadas, em caráter
definitivo, pela Justiça Eleitoral e não remitidas, e a apresentação de contas de campanha
eleitoral. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

§ 8o Para fins de expedição da certidão de que trata o § 7o, considerar-se-ão quites


aqueles que: (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

I - condenados ao pagamento de multa, tenham, até a data da formalização do seu


pedido de registro de candidatura, comprovado o pagamento ou o parcelamento da dívida
regularmente cumprido; (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
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II - pagarem a multa que lhes couber individualmente, excluindo-se qualquer modalidade


de responsabilidade solidária, mesmo quando imposta concomitantemente com outros
candidatos e em razão do mesmo fato. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

III - o parcelamento das multas eleitorais é direito dos cidadãos e das pessoas
jurídicas e pode ser feito em até sessenta meses, salvo quando o valor da parcela
ultrapassar 5% (cinco por cento) da renda mensal, no caso de cidadão, ou 2% (dois por
cento) do faturamento, no caso de pessoa jurídica, hipótese em que poderá estender-se
por prazo superior, de modo que as parcelas não ultrapassem os referidos limites;
(Redação dada pela Lei nº 13.488, de 2017)

IV - o parcelamento de multas eleitorais e de outras multas e débitos de natureza não


eleitoral imputados pelo poder público é garantido também aos partidos políticos em até
sessenta meses, salvo se o valor da parcela ultrapassar o limite de 2% (dois por cento) do
repasse mensal do Fundo Partidário, hipótese em que poderá estender-se por prazo superior, de
modo que as parcelas não ultrapassem o referido limite. (Incluído pela Lei nº 13.488, de 2017)

§ 9o A Justiça Eleitoral enviará aos partidos políticos, na respectiva circunscrição, até o dia
5 de junho do ano da eleição, a relação de todos os devedores de multa eleitoral, a qual
embasará a expedição das certidões de quitação eleitoral. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

§ 10. As condições de elegibilidade e as causas de inelegibilidade devem ser


aferidas no momento da formalização do pedido de registro da candidatura, ressalvadas
as alterações, fáticas ou jurídicas, supervenientes ao registro que afastem a
inelegibilidade. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

§ 11. A Justiça Eleitoral observará, no parcelamento a que se refere o § 8o deste artigo, as


regras de parcelamento previstas na legislação tributária federal. (Incluído pela Lei nº 12.034, de
2009)

§ 13. Fica dispensada a apresentação pelo partido, coligação ou candidato de


documentos produzidos a partir de informações detidas pela Justiça Eleitoral, entre eles os
indicados nos incisos III, V e VI do § 1o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.891, de 2013)

§ 14. É vedado o registro de candidatura avulsa, ainda que o requerente tenha


filiação partidária. (Incluído pela Lei nº 13.488, de 2017)

Art. 12. O candidato às eleições proporcionais indicará, no pedido de registro, além


de seu nome completo, as variações nominais com que deseja ser registrado, até o
máximo de três opções, que poderão ser o prenome, sobrenome, cognome, nome
abreviado, apelido ou nome pelo qual é mais conhecido, desde que não se estabeleça
dúvida quanto à sua identidade, não atente contra o pudor e não seja ridículo ou
irreverente, mencionando em que ordem de preferência deseja registrar-se.

§ 1º Verificada a ocorrência de homonímia, a Justiça Eleitoral procederá atendendo


ao seguinte:

I - havendo dúvida, poderá exigir do candidato prova de que é conhecido por dada
opção de nome, indicada no pedido de registro;

II - ao candidato que, na data máxima prevista para o registro, esteja exercendo


mandato eletivo ou o tenha exercido nos últimos quatro anos, ou que nesse mesmo prazo
se tenha candidatado com um dos nomes que indicou, será deferido o seu uso no
registro, ficando outros candidatos impedidos de fazer propaganda com esse mesmo
nome;
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III - ao candidato que, pela sua vida política, social ou profissional, seja identificado por um
dado nome que tenha indicado, será deferido o registro com esse nome, observado o disposto
na parte final do inciso anterior;

IV - tratando-se de candidatos cuja homonímia não se resolva pelas regras dos dois
incisos anteriores, a Justiça Eleitoral deverá notificá-los para que, em dois dias, cheguem a
acordo sobre os respectivos nomes a serem usados;

V - não havendo acordo no caso do inciso anterior, a Justiça Eleitoral registrará cada
candidato com o nome e sobrenome constantes do pedido de registro, observada a ordem de
preferência ali definida.

§ 2º A Justiça Eleitoral poderá exigir do candidato prova de que é conhecido por


determinada opção de nome por ele indicado, quando seu uso puder confundir o eleitor.

§ 3º A Justiça Eleitoral indeferirá todo pedido de variação de nome coincidente com


nome de candidato a eleição majoritária, salvo para candidato que esteja exercendo
mandato eletivo ou o tenha exercido nos últimos quatro anos, ou que, nesse mesmo
prazo, tenha concorrido em eleição com o nome coincidente.

§ 4º Ao decidir sobre os pedidos de registro, a Justiça Eleitoral publicará as variações de


nome deferidas aos candidatos.

§ 5º A Justiça Eleitoral organizará e publicará, até trinta dias antes da eleição, as seguintes
relações, para uso na votação e apuração:

I - a primeira, ordenada por partidos, com a lista dos respectivos candidatos em ordem
numérica, com as três variações de nome correspondentes a cada um, na ordem escolhida pelo
candidato;

II - a segunda, com o índice onomástico e organizada em ordem alfabética, nela constando


o nome completo de cada candidato e cada variação de nome, também em ordem alfabética,
seguidos da respectiva legenda e número.

Art. 13. É facultado ao partido ou coligação substituir candidato que for considerado
inelegível, renunciar ou falecer após o termo final do prazo do registro ou, ainda, tiver seu
registro indeferido ou cancelado.

§ 1o A escolha do substituto far-se-á na forma estabelecida no estatuto do partido a


que pertencer o substituído, e o registro deverá ser requerido até 10 (dez) dias contados
do fato ou da notificação do partido da decisão judicial que deu origem à substituição.
(Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009)

§ 2º Nas eleições majoritárias, se o candidato for de coligação, a substituição deverá


fazer-se por decisão da maioria absoluta dos órgãos executivos de direção dos partidos
coligados, podendo o substituto ser filiado a qualquer partido dela integrante, desde que o
partido ao qual pertencia o substituído renuncie ao direito de preferência.

§ 3o Tanto nas eleições majoritárias como nas proporcionais, a substituição só se


efetivará se o novo pedido for apresentado até 20 (vinte) dias antes do pleito, exceto em
caso de falecimento de candidato, quando a substituição poderá ser efetivada após esse
prazo. (Redação dada pela Lei nº 12.891, de 2013)

Art. 14. Estão sujeitos ao cancelamento do registro os candidatos que, até a data da
eleição, forem expulsos do partido, em processo no qual seja assegurada ampla defesa e sejam
observadas as normas estatutárias.
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Parágrafo único. O cancelamento do registro do candidato será decretado pela Justiça


Eleitoral, após solicitação do partido.

Art. 15. A identificação numérica dos candidatos se dará mediante a observação dos
seguintes critérios:

I - os candidatos aos cargos majoritários concorrerão com o número identificador do


partido ao qual estiverem filiados;

II - os candidatos à Câmara dos Deputados concorrerão com o número do partido ao qual


estiverem filiados, acrescido de dois algarismos à direita;

III - os candidatos às Assembleias Legislativas e à Câmara Distrital concorrerão com o


número do partido ao qual estiverem filiados acrescido de três algarismos à direita;

IV - o Tribunal Superior Eleitoral baixará resolução sobre a numeração dos candidatos


concorrentes às eleições municipais.

§ lº Aos partidos fica assegurado o direito de manter os números atribuídos à sua legenda
na eleição anterior, e aos candidatos, nesta hipótese, o direito de manter os números que lhes
foram atribuídos na eleição anterior para o mesmo cargo.

§ 2º Aos candidatos a que se refere o § 1º do art. 8º, é permitido requerer novo número ao
órgão de direção de seu partido, independentemente do sorteio a que se refere o § 2º do art. 100
da Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral.

§ 3º Os candidatos de coligações, nas eleições majoritárias, serão registrados com o


número de legenda do respectivo partido e, nas eleições proporcionais, com o número de
legenda do respectivo partido acrescido do número que lhes couber, observado o
disposto no parágrafo anterior.

Art. 16. Até vinte dias antes da data das eleições, os Tribunais Regionais Eleitorais
enviarão ao Tribunal Superior Eleitoral, para fins de centralização e divulgação de dados,
a relação dos candidatos às eleições majoritárias e proporcionais, da qual constará
obrigatoriamente a referência ao sexo e ao cargo a que concorrem. (Redação dada pela
Lei nº 13.165, de 2015)

§ 1o Até a data prevista no caput, todos os pedidos de registro de candidatos,


inclusive os impugnados e os respectivos recursos, devem estar julgados pelas
instâncias ordinárias, e publicadas as decisões a eles relativas. (Redação dada pela Lei nº
13.165, de 2015)

§ 2o Os processos de registro de candidaturas terão prioridade sobre quaisquer outros,


devendo a Justiça Eleitoral adotar as providências necessárias para o cumprimento do prazo
previsto no § 1o, inclusive com a realização de sessões extraordinárias e a convocação dos
juízes suplentes pelos Tribunais, sem prejuízo da eventual aplicação do disposto no art. 97 e de
representação ao Conselho Nacional de Justiça. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

Art. 16-A. O candidato cujo registro esteja sub judice poderá efetuar todos os atos
relativos à campanha eleitoral, inclusive utilizar o horário eleitoral gratuito no rádio e na
televisão e ter seu nome mantido na urna eletrônica enquanto estiver sob essa condição,
ficando a validade dos votos a ele atribuídos condicionada ao deferimento de seu registro
por instância superior. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)

Parágrafo único. O cômputo, para o respectivo partido ou coligação, dos votos


atribuídos ao candidato cujo registro esteja sub judice no dia da eleição fica condicionado
ao deferimento do registro do candidato. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
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Art. 16-B. O disposto no art. 16-A quanto ao direito de participar da campanha eleitoral,
inclusive utilizar o horário eleitoral gratuito, aplica-se igualmente ao candidato cujo pedido de
registro tenha sido protocolado no prazo legal e ainda não tenha sido apreciado pela Justiça
Eleitoral. (Incluído pela Lei nº 12.891, de 2013)

Rito
O procedimento de registro de candidatura pode
ser esquematizado da seguinte forma:
Pedido de registro de candidatura (até 15 de
agosto, às 19 h) → publicação do edital →
(impugnação via AIRC em 5 dias) → diligências (72
h) → decisão (3 dias depois das diligências) →
recurso ao TRE (3 dias) → recurso ao TSE (3 dias) →
recurso ao STF (3 dias).
A marcha processual inicia-se com a
apresentação à Justiça Eleitoral de pedido ou
requerimento de registro de candidatura, que deve
ser feito pelos partidos e coligações interessados em
lançar candidatos ao pleito.
O pedido de registro é gerado e processado por
sistema de informática desenvolvido pelo TSE, o qual é
denominado CANDex (Sistema de Candidaturas –
Módulo Externo). Deve ser acompanhado de dois
formulários principais, a saber: Demonstrativo de
Regularidade dos Atos Partidários (DRAP) e
Requerimento de Registro de Candidatura (RRC).
Além disso, ao pedido de registro devem ser anexados
todos os documentos listados nos incisos do § 1º do
artigo 11 da Lei no 9.504/97.
O pedido de registro provoca a instauração de
um processo de registro de candidatura. É complexa
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a natureza desse processo, podendo ser desdobrado


em pelo menos duas dimensões.
A primeira dimensão é materializada no
Demonstrativo de Regularidade dos Atos
Partidários (DRAP), podendo ser compreendida como
um processo principal – também chamado de
“processo raiz” ou geral. Esse processo é dotado de
numeração própria.
Seu objeto consiste em propiciar a análise de atos
e situações pressupostos pelo registro de candidatura,
tais como regularidade da agremiação e dos atos por
ela praticados com vistas à disputa eleitoral. Nele
são debatidos temas, como a situação jurídica do
partido na circunscrição do pleito, validade da
convenção, deliberação sobre a formação de
coligação.
O deferimento do registro do DRAP abre o
caminho para a apreciação individualizada dos
pedidos de registro dos pré-candidatos.
A segunda dimensão é expressa pelo conjunto de
requerimentos de registro de candidaturas (RRC).
Refere-se especificamente aos filiados lançados
no certame eleitoral pela agremiação. Aqui, o RRC
é qualificado como “coletivo”, porque no mesmo
ato e momento o partido pleiteia o registro de
candidatura de todos os seus filiados escolhidos na
convenção previamente realizada.
No âmbito dessa segunda dimensão, são
instaurados tantos processos quantas forem as
candidaturas a serem registradas.
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Nas eleições municipais, tanto o processo


principal ou geral quanto os particulares a ele
relacionados são distribuídos ao juiz eleitoral da
circunscrição. Já nas federais e estaduais – em que
os registros são feitos junto aos TRE –, o processo
principal é distribuído a um juiz-relator, o qual fica
prevento para todos os processos particulares
vinculados àquele.
O processo geral é prejudicial em relação aos
particulares. A decisão, por exemplo, que indefira o
registro do DRAP (porque concluiu pela invalidade
da convenção) prejudica todos os pedidos parciais
de registro que se lhe encontrem ligados. Logo, os
processos particulares só podem ser apreciados
depois do julgamento do geral.
Dada a urgência reclamada pelas eleições, o
processo em foco é amplamente influenciado pelo
princípio da celeridade. Até 20 dias antes da data do
pleito todos os pedidos de registro de candidatos,
inclusive os impugnados, e os respectivos recursos
nas instâncias ordinárias devem estar julgados, e
publicadas as decisões a eles relativas (CE, art. 93, §
1º; LE, art. 16, § 1º). Por isso, o processo de registro
de candidatura tem prioridade sobre quaisquer
outros.
O pedido de registro deve ser protocolizado na
Justiça Eleitoral até as 19 horas do dia 15 de
agosto do ano em que as eleições se realizarem (CE,
art. 93, caput; LE, art. 11, caput).
A partir da publicação do edital, inicia-se a
contagem do prazo de cinco dias para que
16

candidato, partido político, coligação ou o


Ministério Público apresentem impugnação (AIRC).
Com ou sem impugnação, poderá o juiz abrir o
prazo de 72 horas para a realização das diligências
que entender pertinentes. À vista de sua função
constitucional de defensor da ordem jurídica, também
ao Ministério Público é dado requerer diligências, o
que poderá fazer no prazo comum de cinco dias
depois da publicação dos editais.
Encerrada a fase de diligências, os autos são
conclusos ao juiz eleitoral ou ao juiz-relator (nas
eleições presidenciais, federais e estaduais), para
julgamento.
A decisão apresenta natureza meramente
declaratória, pois apenas pronuncia a ausência de
condição de elegibilidade ou a presença de causa de
inelegibilidade. Não condena o postulante ao registro,
nem constitui inelegibilidade, mas tão só a reconhece e
afirma.
Se houver sido ajuizada ação de impugnação, a
sentença nela proferida deve ser comum à do
processo de registro.
Pedido de Registro
O pedido ou requerimento de registro tem de
ser subscrito pelo representante do partido a tanto
autorizado pelo estatuto (presidente do respectivo
diretório, comissão diretora provisória ou delegado)
ou, no caso de coligação, por seu representante (LE,
art. 6º, § 3º, III). É desnecessária a representação por
advogado.
17

Nas eleições presidenciais, o pedido é dirigido


ao TSE, órgão competente para efetuar o registro
de candidatos a Presidente e Vice-Presidente da
República. Nas regionais ou estaduais, os
candidatos aos cargos de Senador, Governador,
Vice-Governador, Deputado Federal, Deputado
Estadual e Deputado Distrital devem requerer o
registro junto ao TRE do respectivo Estado ou do
Distrito Federal. Por fim, nas municipais, em que
se concorre aos cargos de Prefeito, Vice-Prefeito e
Vereador, o registro é feito junto ao juiz titular da
zona eleitoral em que a circunscrição se situa.
Nas três esferas do Poder Executivo, o registro
é sempre efetivado em chapa única e indivisível.
Caso o pedido de registro de um dos integrantes da
chapa (titular ou vice) seja indeferido antes do pleito,
pode-se efetuar sua substituição. Não havendo
substituição e mantido o indeferimento, à chapa será
negado o registro.
Há mister, ainda, formar-se chapa única para o
cargo de Senador, a qual é composta pelo titular e
dois suplentes, nos termos do artigo 46, § 3º, da Lei
Maior.
Documentos necessários ao registro
Com vistas a aferir os requisitos necessários à
implementação da candidatura, impõe a lei que o
pedido de registro seja acompanhado de alguns
documentos.
O artigo 11, § 1º, da Lei no 9.504/97 elenca os
documentos que devem acompanhar o pedido de
registro de candidatura. a saber: I – cópia da ata da
18

convenção; II – autorização escrita do candidato;


III – prova de filiação partidária; IV – declaração de
bens, assinada pelo candidato; V – cópia do título
eleitoral ou certidão, fornecida pelo cartório
eleitoral, de que o candidato é eleitor na
circunscrição ou requereu sua inscrição ou
transferência de domicílio no ano anterior; VI –
certidão de quitação eleitoral; VII – certidões
criminais fornecidas pelos órgãos de distribuição
da Justiça Eleitoral, Federal e Estadual; VIII –
fotografia do candidato, nas dimensões
estabelecidas em instrução da Justiça Eleitoral; IX
– propostas defendidas pelo candidato a Prefeito, a
Governador de Estado e a Presidente da República.
Além disso, é ainda necessário que o requerente
apresente: X – comprovante de escolaridade; XI –
prova de desincompatibilização, quando for o caso.
E mais: é ainda conveniente juntar certidão do
Poder Judiciário acerca da existência de ação de
improbidade administrativa.
Identificação do candidato
É fundamental que cada candidato seja
adequadamente identificado no cenário da disputa
eleitoral, de sorte a não ser confundido com outro.
A identificação é feita nominal e numericamente.
A primeira é disciplinada no artigo 12 da LE. Ao
requerer sua candidatura, deve o pré-candidato
indicar, além de seu próprio nome, “as variações
nominais com que deseja ser registrado, até o
máximo de três opções, que poderão ser o prenome,
sobrenome, cognome, nome abreviado, apelido ou
19

nome pelo qual é mais conhecido, desde que não se


estabeleça dúvida quanto à sua identidade, não
atente contra o pudor e não seja ridículo ou
irreverente, mencionando em que ordem de
preferência deseja registrar-se”.
Se o nome indicado puder confundir o eleitor,
é facultado à Justiça Eleitoral exigir do candidato
prova de que é conhecido por ele. O § 3º do
dispositivo em apreço autoriza a Justiça Eleitoral a
indeferir “todo pedido de variação de nome
coincidente com nome de candidato a eleição
majoritária, salvo para candidato que esteja
exercendo mandato eletivo ou o tenha exercido nos
últimos quatro anos, ou que, nesse mesmo prazo,
tenha concorrido em eleição com o nome
coincidente”.
Da identificação numérica cuida o artigo 15 da Lei
no 9.504/97.
O § 1º desse dispositivo também assegura aos
partidos “o direito de manter os números atribuídos
à sua legenda na eleição anterior, e aos candidatos,
nesta hipótese, o direito de manter os números que
lhes foram atribuídos na eleição anterior para o
mesmo cargo”.
Pedido individual de registro de candidatura
Em regra, o pedido de registro de candidatura é
feito pelo partido ou pela coligação de forma conjunta
ou coletiva, englobando todos os filiados escolhidos em
convenção para disputar as eleições.
Por razões diversas, pode ocorrer que um ou outro
filiado não seja relacionado no formulário respectivo
20

(RRC), o que significa que a candidatura do “ausente”


não será concretizada. Nesse caso, o artigo 11, §4º, da
LE faculta ao interessado requerer, ele próprio, o
registro de sua candidatura, o qual é denominado
individual, porque feito isoladamente pelo filiado
preterido. O requerimento de registro de
candidatura individual (RRCI) deverá ser feito nas 48
horas seguintes à publicação da lista dos
candidatos pela Justiça Eleitoral. É justa a fixação
desse termo. Com a publicação, a lista com os pedidos
de registro de todos os candidatos torna-se pública,
viabilizando-se, pois, a consulta pelos interessados,
mormente aqueles que, escolhidos em convenção, não
tiveram seus nomes contemplados.
Vagas renascentes
Se a convenção selecionar menos candidatos que
o número que o partido ou a coligação tem direito de
registrar, as vagas remanescentes poderão ser
preenchidas posteriormente. O artigo 10, § 5º, da Lei
nº 9.504/97 faculta aos “órgãos de direção” ultimar tal
providência até 30 dias antes do pleito. Conforme já
salientado, desnecessária será a realização de nova
convenção para se proceder à escolha de um nome.
Mas, se esta tiver fixado diretrizes, deverão ser
atendidas. Não há óbice a que a vaga seja preenchida
por alguém indicado na convenção, cujo registro,
porém, não tenha sido requerido na oportunidade
própria. Note-se que eventual interessado não possui
legitimidade para, sozinho, pleitear seu próprio
registro, porquanto a indicação só pode ser feita pelo
órgão de direção.
21

Sendo indicado servidor público, nem por isso


fica dispensada sua desincompatibilização pelo
prazo legal. O afastamento ocorrido após esse lapso
torna o indicado inelegível.
Substituição de candidatos
Tanto o candidato quanto aquele cujo registro
ainda se encontra sob apreciação podem ser
substituídos. Diversos podem ser os fundamentos
invocados para a substituição, a saber: (a)
indeferimento do pedido de registro por decisão
prolatada seja no processo de registro, seja em
ação de impugnação (LC nº 64/90, arts. 3º e 17); (b)
cassação do registro em ação eleitoral (LC no
64/90, art. 22, XIV; LE, arts. 41-A e 73, § 5º); (c)
cancelamento do registro em razão de expulsão do
partido (LE, art. 14); (d) renúncia; (e) falecimento.
Cada qual desses pressupostos exige a presença
de requisitos próprios. Nos dois primeiros casos, é
preciso que haja decisão judicial nos respectivos
processos. A substituição poderá ser promovida pelo
respectivo partido, ainda que não haja renúncia formal
à candidatura.
A expulsão do candidato das fileiras da
agremiação política é ato de cunho sancionatório.
Logo, deve ser antecedida de processo em que sejam
assegurados ao filiado o contraditório e a ampla
defesa; também as regras estatutárias hão de ser
observadas. Tais exigências decorrem da incidência do
direito fundamental inscrito no artigo 5º, LV, da Lei
Maior.
22

A renúncia apresenta natureza de negócio


jurídico unilateral, não prescindindo, portanto, de
manifestação de vontade. Deve ser externada em
documento escrito, datado e assinado, com firma
reconhecida por tabelião. Outrossim, para que valha e
seja eficaz, deve ser homologada pelo juiz ou Tribunal
eleitoral competente.
Já no caso de falecimento, extingue-se a própria
personalidade da pessoa do candidato, porquanto a
existência da pessoa natural termina com a morte. Há
mister que o pedido de substituição se faça
acompanhar da respectiva certidão de óbito.
Nas hipóteses de renúncia e falecimento, o
cancelamento do registro – acaso já deferido – pode ser
feito ex officio pela Justiça Eleitoral. Esta, aliás, não
possui alternativa diante de tais ocorrências. Com
efeito, no primeiro caso, é o próprio candidato que
manifesta seu desejo de não mais disputar o pleito.
No segundo, a inscrição no corpo de eleitores deve
ser cancelada (CE, art. 71, IV). Nada impede, porém,
que o cancelamento seja pleiteado pelo interessado ou
pelo Ministério Público.
Diferentemente, no caso de expulsão, é
necessário que o partido requeira o cancelamento
“até a data da eleição”, nos termos do artigo 14 da
LE. Omitindo-se o partido, o requerimento poderá ser
ultimado pelo Ministério Público, já que a matéria
interessa à ordem pública, pois a filiação partidária é
condição de elegibilidade instituída na Lei Maior.
23

A substituição de candidato é direito


assegurado à organização partidária (LE, art. 13,
caput), e só por ela pode ser exercido.
Esse direito só pode ser exercido “até 20 (vinte)
dias antes do pleito, exceto em caso de falecimento
de candidato, quando a substituição poderá ser
efetivada após esse prazo” (LE, art. 13, § 3º)
Tal limite temporal se justifica em razão de
que 20 dias é o tempo mínimo necessário para que
a Justiça Eleitoral faça as alterações necessárias na
urna eletrônica.
Além disso, deve-se também observar o lapso
de 10 dias contados do fato ou da notificação da
decisão judicial que propiciou a substituição (LE,
art. 13, § 1º, in fine). A toda evidência, trata-se de
prazo decadencial, não podendo ser alterado pelos
particulares. Logo, o requerimento feito a destempo
deve ser indeferido.
Substituição de candidato majoritário
Extrai-se do há pouco citado § 3º do artigo 13
da LE: (a) “até 20 (vinte) dias antes do pleito”, pode
haver substituição de candidato por qualquer
causa; (b) dentro desse lapso, excepcionalmente, só
pode haver substituição se o candidato falecer.
O falecimento deve ser comprovado por certidão
de óbito, pois somente por esse documento se
comprova o estado das pessoas.
Diante da existência de dois turnos de votação no
sistema majoritário, será preciso distinguir se o
24

problema da substituição comparece no primeiro ou


no segundo.
No primeiro turno, a discussão da substituição só se
torna relevante se se pretender efetivá-la nos vinte dias
que antecedem o pleito. Em tal caso, como visto, a
regra legal só permite substituição se o candidato
falecer.
Ainda assim, o registro do novo candidato deve
ser pleiteado no prazo de dez dias, contado do fato (LE,
art. 13, § 1º), sob pena de operar-se a decadência.
Diante disso, é de se indagar: e se a morte ocorrer
a menos de dez dias da data designada para a eleição,
de modo que o prazo de dez dias vença quando já
realizado o pleito? Nessa hipótese, por óbvio, o pedido
deve ser feito em tempo útil, antes do pleito, já que a
data marcada para a eleição é fatal, impostergável.
Presente esse contexto, em tese, o pedido de
substituição poderá ser feito até o dia da eleição.
Havendo coligação, “a substituição deverá
fazer-se por decisão da maioria absoluta dos órgãos
executivos de direção dos partidos coligados,
podendo o substituto ser filiado a qualquer partido
dela integrante, desde que o partido ao qual
pertencia o substituído renuncie ao direito de
preferência” (LE, art. 13, § 2º).
Se a substituição ocorrer após a preparação das
urnas, o substituto concorrerá com o nome, o
número e a fotografia do substituído, computando-
se-lhe os votos a este atribuídos. Nesse caso, convém
seja o fato amplamente repercutido nos meios de
comunicação de massa, de maneira que os eleitores
25

saibam com antecedência que os votos dados ao


candidato falecido, cujos nome e imagem aparecerão
na tela da urna eletrônica, serão redirecionados a seu
substituto.
Já no segundo turno, por determinação
constitucional expressa, não é possível a
substituição de candidato. É o que determina o
artigo 77, § 4º, da Constituição Federal, consoante o
qual: “Se, antes de realizado o segundo turno,
ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de
candidato, convocar-se-á, entre os remanescentes,
o de maior votação.” Essa regra é reiterada pelo
artigo 2º, § 2º, da Lei no 9.504/97. Assim,
patenteando-se uma dessas hipóteses, convoca-se o
terceiro colocado, desfazendo-se a chapa vitoriosa no
primeiro turno, mas que, para o segundo, ficou
desfalcada de um de seus integrantes.
Havendo empate no terceiro lugar, qualificar-
se-á o mais idoso.
Note-se que os dispositivos citados empregam o
termo candidato sem distinguir entre titular e vice na
chapa majoritária. Todavia, sendo o “vice” o
substituído, o TSE já entendeu não haver óbice a essa
operação. Confira-se:
“Consulta. Candidato a vice-governador de estado. Substituição anterior ao
segundo turno por morte, desistência ou impedimento legal. Hipótese de
aplicação do art. 13, § 2º, da Lei nº 9.504/97 [...]” (TSE – Ac. no 20.141, de
26-3-1998 – JURISTSE 7:243).

“Consulta. Deputado federal. Substituição, no segundo turno, de candidato


a vice-presidente ou vice-governador que falecer, desistir ou for impedido
legalmente, por candidato eleito ou não em 3 de outubro. É possível a
substituição desde que o substituto seja de partido já integrante da
coligação no primeiro turno” (TSE – Ac. no 14.340, de 12-5-1994 –
JURISTSE 7:244).
26

Assim, a chapa só seria desfeita se o


substituído fosse o titular.

Substituição de candidato proporcional


No sistema proporcional só há um turno de
votação. Vigoram, aqui, as regras já aludidas a
respeito de substituição de candidatos.
O § 3º do artigo 13 da LE (com a redação da Lei nº
12.891/2013) derroga o § 1º do artigo 101 do CE
notadamente na parte em que este prevê que “o novo
pedido [de registro] seja apresentado até 60
(sessenta) dias antes do pleito”. É evidente a
incompatibilidade dos sentidos desses dois
dispositivos, devendo prevalecer o primeiro (que
estabelece o prazo de 20 dias) em razão do princípio
lex posterior derogat priori.
Não é demais reiterar que o pedido de
substituição há de ser feito dentro do prazo
decadencial de dez dias, contados do fato ou da
notificação ao partido da decisão judicial que lhe
ensejou (LE, art. 13, § 1º).

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