prevista no artigo 14, § 7º da Constituição Federal: são inelegíveis, no território de
jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. O propósito do mandamento constitucional é evitar que o chefe do Poder Executivo utilize o prestígio e a influência do seu cargo para beneficiar a candidatura do cônjuge, companheira ou parente, não causando dessa forma prejuízo ao processo eleitoral e toda a importância que o mesmo tem. O objetivo da norma é evitar a permanência da mesma família no poder, por meio de seu prestígio. Súmula Vinculante n.18/2009: a dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7.º do artigo 14 da Constituição Federal o vedação também inclui as uniões estáveis homoafetivas. Casos de reeleição: se o Chefe do Executivo cumprir o primeiro mandato e se desincompatibilizar seis meses antes do pleito, poderá ser sucedido no pleito seguinte por seu cônjuge ou parente, caso em que, uma vez eleito, esse cônjuge ou parente ficará inelegível a uma eventual reeleição (art. 14, § 2º da Res. TSE 22.156/06 e art, 15, § 2º da Res. TSE 22717/08) o O mesmo acontece se o titular do mandato vier a falecer no primeiro período e for sucedido em pleito seguinte por cônjuge ou parentes, os quais não poderão se reeleger. o Se tais situações ocorrerem no segundo mandato do titular, o cônjuge e parentes não poderão sucedê-lo nas eleições seguintes; porém, poderão se candidatar a outros cargos desde que a cassação ou morte tenha ocorrido seis meses antes do pleito Casos de morte ou divórcio: Em caso de separação, divórcio ou morto do chefe do Executivo durante o exercício do mandato, permanecerá o impedimento do cônjuge separado, divorciado ou viúvo, inclusive dos parentes por afinidade. o A inelegibilidade reflexa também abrange os concubinos, já que visa a permanência de um mesmo grupo familiar no poder o Havendo separação fática consolidada, não mais subsiste a inelegibilidade se os ex-cônjuges passam a conviver publicamente com outras pessoas. Caso contrário, havendo dúvidas, mesmo que a separação seja anterior ao primeiro mandato, a inelegibilidade subsiste. o Quanto ao cônjuge divorciado, a inelegibilidade subsiste apenas no curso do mandato em que o vínculo se dissolveu. o A viuvez torna insubsistente a inelegibilidade reflexa. No entanto, se o falecimento do titular ocorrer nos seis primeiros meses do primeiro mandato, vindo o cônjuge supérstite eleito para o mesmo cargo no pleito seguinte, ele não poderá se candidatar à reeleição. Também são incluídos na vedação e abrange sogros, sogros-avôs, genro, nora, genro-neto, nora-neta, cunhados. Ressalta-se que a vedação não alcança afins do cônjuge, já que não são afins entre si, por exemplo, esposa/companheira do cunhado (concunhado)
PROPORCIONALIDADE DE GÊNERO NAS ELEIÇÕES
Lei 12.034/2009: tornou obrigatório o preenchimento do percentual mínimo de
30% para candidaturas femininas Lei 13.165/15: partidos obrigatoriamente devem empenhar recursos nas campanhas de mulheres o artigo 9:º destinação de um mínimo de 5% dos recursos de campanha e um limite de 15% de todos os recursos do Fundo Partidário Em 2018, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou a ADI e definiu ser inconstitucional o dispositivo da minirreforma eleitoral. A maioria dos ministros entendeu que se deve equiparar o patamar legal mínimo de candidaturas femininas ao mínimo de recursos de fundo partidário a serem destinados, que deve ser interpretado como de 30% do montante do fundo alocado em cada partido para eleições majoritárias e proporcionais. Em caso de haver percentual mais elevado ao mínimo de candidaturas femininas, os recursos devem ser alocados, pelo menos, na mesma proporção. EC nº 97/2017: vedou, a partir de 2020, a celebração de coligações nas eleições proporcionais para as Casas Legislativas. Se antes o preenchimento da cota poderia se dar por coligações, ou seja, pela união de dois ou mais partidos, agora a indicação deverá ser feita por cada partido
CRIAÇÃO DE UM PARTIDO POLÍTICO
Colher, no prazo de dois anos, contados da aquisição da personalidade jurídica, a
assinaturas de eleitores não filiados a um partido político Essas assinaturas devem corresponder a, pelo menos, 0,5% dos votos válidos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, não computados os brancos e nulos Além disso, deverão estar distribuídas em pelo menos nove estados, com um mínimo de 0,1% do eleitorado que haja votado em cada um deles Atualmente, com base no total de votos dados nas Eleições de 2018 para a Câmara dos Deputados, os partidos em formação devem coletar um total de 491.967 assinaturas em pelo menos nove unidades da Federação.
FUNDO PARTIDÁRIO
constituído pela arrecadação de multas eleitorais, recursos financeiros legais,
doações espontâneas privadas e dotações orçamentárias públicas 5% do total do Fundo Partidário são destacados para entrega, em partes iguais, a todos os partidos políticos que tenham seus estatutos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os demais 95% do total desse fundo são distribuídos aos partidos na proporção dos votos obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados.
QUESTÕES
1) A respeito da criação de partidos políticos no Brasil, assinale a opção correta.
a) Os fundadores de partido político em formação, em número máximo de cento e um, são encarregados de subscrever e dirigir os requerimentos de registro do partido para o cartório de registro civil de pessoas jurídicas competente. b) Após obter o seu registro civil, o partido político em formação deverá informar sua criação ao TSE, no prazo de cem dias contados da obtenção desse registro. c) Em até um ano após adquirir personalidade jurídica, o partido político tem de comprovar o apoiamento mínimo de eleitores filiados, no total de, pelo menos, 0,5% dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco e os nulos. d) A apresentação do requerimento de registro de partido político em formação no cartório de registro civil basta para autorizar à nova agremiação o recebimento de recursos do fundo partidário e o acesso gratuito ao rádio e à televisão para propaganda. e) A estrutura interna, a organização e o funcionamento do partido político em formação serão determinados pela justiça eleitoral, até o registro definitivo do partido.
2) Sobre os partidos políticos, de acordo com a Constituição Federal, assinalar a
alternativa CORRETA:
a) Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei
civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Regional Eleitoral. b) Terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação. c) Os partidos políticos devem aplicar no mínimo 50% dos recursos do fundo partidário na criação e na manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres. d) É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos, sobre sua organização e funcionamento, devendo observar a Constituição nos casos de fidelidade partidária.