Você está na página 1de 9

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

Procuradoria Regional Eleitoral no Pará

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) RELATOR(A) DO EGRÉGIO TRIBUNAL


REGIONAL ELEITORAL DO ESTADO DO PARÁ

PROCESSO Nº 06005372620206140105

O MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL, por meio do Procurador Regional


Eleitoral que ao final assina, vem perante Vossa Excelência apresentar PARECER nos autos
do processo em epígrafe.

1. DO RELATÓRIO

Na origem, trata-se de ação de investigação judicial eleitoral (AIJE) por fraude


à regra da cota de gênero de 30% no registro de candidatura feminina ajuizada pelo
PARTIDO SOCIAL DEMOCRATICO – PSD em face do PARTIDO AVANTE e seus
candidatos a vereador nas Eleições de 2020 no Município de Juruti/PA.
Relata-se na AIJE que a candidata pelo AVANTE, Maissa Trindade da Silva,
não teria realizado campanha eleitoral e nem recebido nenhum voto a demonstrar que se
tratara de uma candidatura fictícia, apenas para o cumprimento formal da regra de cota de
gênero em registro de candidatura.
O Juízo Zonal em sentença id 20997481 julgou a AIJE improcedente.
Em recurso ordinário id 20997489, o PSD pugna a reforma da sentença para a
procedência da AIJE, porque haveria nos autos provas suficientes da candidatura fraudulenta
de Maissa Trindade da Silva pelo Partido Avante nas eleições 2020 a vereador de Juruti.
Em contrarrazões id 20997493, o Partido Avante e seus candidatos a vereador
postulam a manutenção da sentença de improcedência da AIJE por fraude na cota de gênero
feminino, pois não haveria no processo provas suficientes de fraude na candidatura de Maissa
Página 1 de 9
Trindade da Silva.
Por fim, os autos foram remetidos a este TRE que os encaminhou para esta
PRE para fins de emissão de parecer.

2. DA FUNDAMENTAÇÃO

DA REPRESENTATIVIDADE DAS MULHERES NA POLÍTICA BRASILEIRA

Inicialmente, antes de adentramos no mérito recursal, há de se abordar a


importância da representatividade política das mulheres no Brasil ante a quadra histórica em
que nos encontramos; de afirmação, não só formal, mas também prática, de grupos sociais
historicamente reprimidos, subjugados, ainda que quantitativamente representassem ou
representam uma maioria na sociedade.
Os direitos políticos apenas muito recentemente foram garantidos em
condições de igualdade a homens e mulheres no Brasil. Somente em 1932[1] mulheres
conquistaram direito a voto e apenas na década de 1990 a lei estabeleceu cotas eleitorais de
gênero, a primeira vez no art. 11, §3°, da Lei nº 9.100/1995 (apenas para a realização das
eleições municipais de 1996) e, posteriormente, foi inserido na Lei nº 9.504/1997 (para todas
as eleições), como forma de reduzir a injustificável desigualdade entre homens e mulheres na
Política.
Embora a maioria do eleitorado brasileiro seja composto por mulheres, 52,49%
do total, segundo dados do TSE[2], o Brasil é um dos países com menos mulheres no
Parlamento. De acordo com o IBGE[3], no cenário internacional, o Brasil ocupava em
dezembro de 2020, a 142ª posição entre os 190 países que informaram o percentual. Foi o
pior resultado entre os países sulamericanos.
Adequar a participação feminina nas casas legislativas à proporcionalidade da
sua presença majoritária na população brasileira e à relevância dos papéis desempenhados nos
âmbitos econômico e social, é essencial para superar outros entraves à igualdade de gênero.
Temas como: violência contra a mulher, misoginia, inserção e igualdade no mercado de
trabalho, garantia de direitos reprodutivos, não podem ser adequadamente discutidos sem a
presença efetiva e decisiva de mulheres no Parlamento.
Assim, a cota de gênero, prevista no §3° do art. 10 da Lei nº 9.504/1997, foi
instituída como uma ação afirmativa importante; uma ferramenta de discriminação positiva
para contornar e superar o problema da subrepresentatividade, e consequente subcidadania,
das mulheres no Parlamento. É esperada a correção da hegemonia masculina nas posições de
tomada de decisão e o estabelecimento de uma distribuição mais adequada e equilibrada das
Página 2 de 9
representações de homens e mulheres nas esferas de poder.
A participação política em condições reais de igualdade é imprescindível ao
empoderamento das mulheres e sua afirmação como cidadãs e verdadeiros sujeitos de direito.
Em decorrência dessas constatações e considerando que a falta de recursos
financeiros foi uma das razões identificadas para a pouca efetividade das cotas de gênero no
registro de candidatura, é que o STF julgou procedente uma Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI n° 5.617/DF) e interpretou o art. 9º da Lei nº 13.165/2015 (que
restringia indevidamente, ao máximo de 15%, a possibilidade de reserva de montante do
Fundo Partidário para aplicação em campanhas de candidatas mulheres) e determinou a
equiparação do patamar legal mínimo de candidaturas femininas (hoje o do art. 10, § 3º, da
Lei nº 9.504/1997, isto é, ao menos 30% de cidadãs), ao mínimo de recursos do Fundo
Partidário a lhes serem destinados, que deve ser interpretado como também de 30% do
montante do fundo alocado a cada partido, para eleições majoritárias e proporcionais,
observando o princípio da igualdade:

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. DIREITO


CONSTITUCIONAL E ELEITORAL. ART. 9º DA LEI 13.165/2015.
FIXAÇÃO DE PISO (5%) E DE TETO (15%) DO MONTANTE DO
FUNDO PARTIDÁRIO DESTINADO AO FINANCIAMENTO DAS
CAMPANHAS ELEITORAIS PARA A APLICAÇÃO NAS
CAMPANHAS DE CANDIDATAS. PRELIMINAR DE
IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO. REJEIÇÃO.
INCONSTITUCIONALIDADE. OFENSA À IGUALDADE E À NÃO-
DISCRIMINAÇÃO. PROCEDÊNCIA DA AÇÃO.
1. O Supremo Tribunal Federal, ao examinar as alegações de
inconstitucionalidade de norma, deve fixar a interpretação que
constitucionalmente a densifique, a fim de fazer incidir o conteúdo
normativo cuja efetividade independe de ato do Poder Legislativo.
Precedentes.
2. O princípio da igualdade material é prestigiado por ações afirmativas. No
entanto, utilizar, para qualquer outro fim, a diferença estabelecida com o
objetivo de superar a discriminação ofende o mesmo princípio da igualdade,
que veda tratamento discriminatório fundado em circunstâncias que estão
fora do controle das pessoas, como a raça, o sexo, a cor da pele ou qualquer
outra diferenciação arbitrariamente considerada. Precedente do CEDAW.
3. A autonomia partidária não consagra regra que exima o partido do
respeito incondicional aos direitos fundamentais, pois é precisamente na
artificiosa segmentação entre o público e o privado que reside a principal
forma de discriminação das mulheres.
4. Ação direta julgada procedente para: (i) declarar a inconstitucionalidade
da expressão “três” contida no art. 9º da Lei 13.165/2015; (ii) dar
interpretação conforme à Constituição ao art. 9º da Lei 13.165/2015 de
modo a (a) equiparar o patamar legal mínimo de candidaturas femininas

Página 3 de 9
(hoje o do art. 10, § 3º, da Lei 9.504/1997, isto é, ao menos 30% de
cidadãs), ao mínimo de recursos do Fundo Partidário a lhes serem
destinados, que deve ser interpretado como também de 30% do montante do
fundo alocado a cada partido, para eleições majoritárias e proporcionais, e
(b) fixar que, havendo percentual mais elevado de candidaturas femininas, o
mínimo de recursos globais do partido destinados a campanhas lhes seja
alocado na mesma proporção; (iii) declarar a inconstitucionalidade, por
arrastamento, do § 5º-A e do § 7º do art. 44 da Lei 9.096/95.
(ADI 5617, Relator(a): Min. EDSON FACHIN, Tribunal Pleno, julgado em
15/03/2018, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-211 DIVULG 02-10-2018
PUBLIC 03-10-2018)

Equiparar o mínimo legal de vagas de registro de candidatura ao mínimo de


valores do Fundo Partidário garantirá efetividade ao regime de cotas eleitorais de gênero, na
medida em que funcionará como barreira ao frequente falseamento de candidaturas
femininas, ou seja, lançamento de candidaturas femininas inanes, sem apoio concreto do
partido, meramente para cumprir a exigência legal.
Para o Pleito de 2020, o Tribunal Superior Eleitoral impôs aos partidos
políticos o acesso reservado ao percentual mínimo de 30% (trinta por cento) para as
candidaturas de gênero feminino no espaço de rádio e televisão; deliberação fruto da Consulta
TSE 0600252-18.2018 e inserida na Resolução TSE 23.610/2019, art. 77:

Art. 77. Competirá aos partidos políticos e às coligações distribuir entre os


candidatos registrados os horários que lhes forem destinados pela Justiça
Eleitoral.
§ 1º A distribuição do tempo de propaganda eleitoral gratuita na rádio e na
televisão para as candidaturas proporcionais deve observar os percentuais
mínimos de candidatura por gênero estabelecidos no art. 10, § 3º, da Lei nº
9.504/1997(vide ADI nº 5617 e Consulta TSE nº 0600252-18.2018).
§ 2º Para fins do disposto no § 1º deste artigo, no caso de percentual de
candidaturas por gênero superior ao mínimo legal, impõe-se o acréscimo do
tempo de propaganda na mesma proporção (vide ADI nº 5617 e Consulta
TSE nº 0600252-18.2018).

Real equidade de gênero na Política, que dê materialidade ao direito


fundamental à igualdade substantiva entre homens e mulheres, representa, a um só tempo,
objetivo a ser alcançado e meio essencial para assegurar que a definição das ações e
prioridades do Estado Brasileiro contemple perspectivas e necessidades da população
feminina. Isto é o que se espera.

DA FRAUDE NA COTA DE GÊNERO

Página 4 de 9
O §3° do art. 10 da Lei nº 9.504/1997, alterado pela Lei 12.034/2009, prevê
que em relação às eleições proporcionais, cada partido ou coligação preencherá o mínimo de
30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta por cento) para candidaturas de cada
sexo:
Art. 10. Cada partido ou coligação poderá registrar candidatos para a
Câmara dos Deputados, a Câmara Legislativa, as assembleias legislativas e
as câmaras municipais no total de até 150% (cento e cinquenta por cento) do
número de lugares a preencher, salvo:
(…)
§ 3º Do número de vagas resultante das regras previstas neste artigo, cada
partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento) e o
máximo de 70% (setenta por cento) para candidaturas de cada sexo.

Tal regra preconiza não apenas a reserva de vagas, mas o efetivo


preenchimento do percentual das candidaturas apresentadas pelos partidos, com o que se
busca evitar situações que, em burla ao comando, retiram eficácia aos seus termos.
No mesmo sentido, a Resolução TSE no 23.609/2019, no art. 17, §4º,
estabelece que “O cálculo dos percentuais de candidatos para cada gênero terá como base o
número de candidaturas efetivamente requeridas pelo partido político, com a devida
autorização do candidato ou candidata, e deverá ser observado nos casos de vagas
remanescentes ou de substituição".
Assim, o atendimento à cota de gênero na proporção mínima de 30% deve ser
observado em todos os momentos do registro de candidatura.
Além disso, não basta o registro de meras candidaturas formais (fictícias) de
mulheres pelos partidos e coligações, apenas para o cumprimento formal do dispositivo legal,
mas, sim, de candidaturas materiais (reais), ou seja, de mulheres que efetivamente tenham
interesse e suporte dos partidos e coligações para participarem da disputa eleitoral como
candidatas de fato, e não apenas de direito.
A inobservância de tais pressupostos caracteriza fraude e pode ser objeto tanto
de ação de investigação judicial eleitoral (art. 22 da LC nº 64/1990) quanto de ação de
impugnação de mandato eletivo (art. 14, §10, da CRFB/1988); além de que em qualquer
dessas ações judiciais eleitorais apenas entre os candidatos eleitos que há litisconsórcio
passivo necessário, sem prejuízo de que partido político, coligação, suplentes e candidatos
não eleitos possam figurar como litisconsortes passivos facultativos, na medida em que,
indiretamente, possuem algum tipo de interesse na causa. Nesse contexto, vejamos um
julgado do TSE:

Página 5 de 9
DIREITO ELEITORAL. AGRAVO INTERNO EM RECURSO ESPECIAL
ELEITORAL. ELEIÇÕES 2016.AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL
ELEITORAL. VEREADORES. FRAUDE. COTA DE GÊNERO.
SUPLENTES. LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO.
INEXISTÊNCIA. PROVIMENTO.
1. Agravo interno contra decisão que negou seguimento a recurso especial
eleitoral interposto para impugnar acórdão do TRE/MT que extinguiu o
feito por decadência do direito de ação. 2. O acórdão regional amparou-se
na tese de que o polo passivo deveria ter sido integrado por todos os
candidatos vinculados ao Demonstrativo de Regularidade dos Atos
Partidários (DRAP), em litisconsórcio necessário.
PREMISSAS DO JULGAMENTO
3. O plenário do Tribunal Superior Eleitoral não havia, até o momento,
enfrentado a tese de que suplentes seriam litisconsortes passivos necessários
em ação de investigação judicial eleitoral (AIJE) ou ação de impugnação de
mandato eletivo (AIME) que tem por objeto a fraude à cota de gênero
prevista no art. 10, §3º, da Lei nº 9.504/1997. 4. Evidenciada a fraude, todas
as candidaturas vinculadas ao DRAP são atingidas pela invalidação deste.
Isso não significa, contudo, que todos os candidatos registrados devam
compor o polo passivo da AIJE ou AIME como litisconsortes passivos
necessários.
TESE MAJORITÁRIA DA CORRENTE VENCEDORA
5. Os suplentes não suportam efeito idêntico ao dos eleitos em decorrência
da invalidação do DRAP, uma vez que são detentores de mera expectativa
de direito, e não titulares de cargos eletivos. Enquanto os eleitos sofrem,
diretamente, a cassação de seus diplomas ou mandatos, os não eleitos são
apenas indiretamente atingidos, perdendo a posição de suplência.
Não há obrigatoriedade de que pessoas apenas reflexamente atingidas pela
decisão integrem o feito. Os suplentes são, portanto, litisconsortes
meramente facultativos. Embora possam participar do processo, sua
inclusão no polo passivo não é pressuposto necessário para a viabilidade da
ação.
CONCLUSÃO
7. Ações que discutem fraude à cota de gênero, sejam AIJE ou AIME, não
podem ser extintas com fundamento na ausência dos candidatos suplentes
no polo passivo da demanda.
8. Agravo interno a que se dá provimento para prover o recurso especial, a
fim de afastar a decadência e determinar o retorno dos autos à origem para
que o TRE/MT prossiga no julgamento como entender de direito.
(Recurso Especial Eleitoral nº 68565, Acórdão, Relator(a) Min. Jorge
Mussi, Relator(a) designado(a) Min. Luís Roberto Barroso, Publicação:
DJE - Diário da justiça eletrônica, Tomo 174, Data 31/08/2020, Página
665-690)

DO CASO CONCRETO

Página 6 de 9
Como já dito, a ação de investigação judicial eleitoral sob exame deduz que
nas Eleições de 2020 para vereador do Município de Juruti, o Partido Avante teria lançado a
candidatura fraudulenta de Maissa Trindade da Silva apenas para atingir formalmente a cota
de gênero feminino de 30% de registro de candidaturas.
Analisando os dados da Justiça Eleitoral
(https://www.tse.jus.br/eleicoes/estatisticas/estatisticas-eleitorais) se verifica que o
Partido Avante lançou um total de 23 candidaturas, mas apenas 21 foram julgadas
aptas para as eleições, sendo 15 homens e 6 mulheres, de modo que nessa proporção,
respectivamente, de 71,43% para 28,57% não se atinge a cota de gênero feminino de no
mínimo 30%. Isso, por si só, à evidência, já geraria o indeferimento do DRAP do Avante
de Juruti nas Eleições de 2020 para vereador.

Como se não bastasse essa circunstância, se verifica que a candidata Maissa


Trindade da Silva, considerada apta a concorrer, não obteve nenhum voto, nem mesmo o seu,
e não há registro de que tenha feito algum tipo de campanha eleitoral em seu favor, embora o
Juízo Zonal não tenha reconhecido todas essas circunstâncias fáticas como suficientes para a
configuração de fraude.

Sentença id 20997481
No caso em tela, verifica-se que o Partido AVANTE requereu 23 (vinte e
três) candidaturas, sendo 16 (dezesseis) masculinas e 7 (sete) Femininas,
neste contexto o Partido obteve os percentuais de 70% e 30%,
respectivamente, restando claro que a referida agremiação cumpriu, neste
Página 7 de 9
momento, as determinações contida na norma acima citada, com
consequente deferimento do DRAP da agremiação, por sentença transitada
em julgado.
(...)
Quanto a alegada ausência de campanha para obtenção de votos, inclusive
em redes sociais, e ausência de prestação de contas, embora evidencie
negligência e menosprezo pela candidata MAISSA em relação à seriedade
do processo eleitoral, além de demonstrar o manifesto descaso do Partido
AVANTE, não conduz necessariamente à candidatura fictícia, sob pena de
restringir-se o exercício de direitos políticos com base em mera presunção.
(...)
Por fim, quanto ao resultado da apuração dos fatos, pelo qual se demonstra
que a candidata não obteve votos, é assente que não é motivo, por si só, para
caracterizar burla ou fraude à norma de cota de gênero, prevista no art. 10, §
3º, da Lei nº 9.504/97.

Em verdade, o Juízo Zonal levou em consideração um total de 23


candidaturas, quando na verdade deveria ter considerado apenas as 21 aptas a
concorrer nas eleições, e dentre as aptas estava a candidatura de Maissa Trindade da
Silva, que não recebeu nenhum voto e não realizou atos de campanha eleitoral em seu
favor.
Com efeito, considerando que somente 20 candidaturas foram reais
(retirando duas inaptas/indeferidas e uma fraudulenta), com 15 homens e 5 mulheres,
respectivamente, numa proporção de 75% para 25%, se constata o não atendimento e a
não observância da cota de gênero feminino de no mínimo 30%.

3. DA CONCLUSÃO

Ante o exposto, a Procuradoria Regional Eleitoral manifesta-se pelo


provimento do recurso ordinário para a reforma da sentença no sentido da procedência da
AIJE por fraude na cota de gênero feminino nas Eleições proporcionais de 2020 do
Município de Juruti/PA.

Belém/PA, 2 de março de 2022.

- Assinatura Eletrônica -
JOSE AUGUSTO TORRES POTIGUAR
Procurador Regional Eleitoral
Página 8 de 9
Trav. Dom Romualdo de Seixas, 1476, Umarizal – Belém/PA – CEP 66.055-200
www.mpf.mp.br/pa (91) 3299-0157

Notas

1. ^ https://www.tse.jus.br/eleitor/glossario/termos/voto-da-mulher
2. ^ https://www.tse.jus.br/imprensa/noticias-tse/2020/Agosto/brasil-tem-147-9-milhoes-de-eleitores-aptos-a-
votar-nas-eleicoes-2020
3. ^ https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/30172-
estatisticas-de-genero-ocupacao-das-mulheres-e-menor-em-lares-com-criancas-de-ate-tres-anos

Página 9 de 9

Você também pode gostar