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LEI Nº 9.504-97.

LEI Nº 9.504–97 – REGISTRO DE CANDIDATURA.


Registro de Candidatura:
Obs.: todo candidato deve preencher as condições de elegibilidade e
não incidir em nenhuma das hipóteses de inelegibilidade (causas
impeditivas).
A análise dos requisitos do candidato é feita pelo Justiça Eleitoral, com a
formulação do pedido de registro de candidatura.
Na 1ª parte do artigo está definida a quantidade de candidatos que
podem concorrer nas eleições proporcionais.
Nas eleições majoritárias cada partido pode apresentar um candidato a
titular, um candidato a vice, um candidato a titular e dois candidatos a
suplentes. É uma chapa indivisível. Os votos do titular se estendem aos
vices e aos suplentes.
Nas eleições majoritárias, o partido pode apresentar uma quantidade
específica de candidatos, prevista no art. 10.
Obs.: em 2021, houve alteração legislativa, que simplificou esse
procedimento.
Art. 10. Cada partido poderá registrar candidatos para a
Câmara dos Deputados, a Câmara Legislativa, as Assembleias
Legislativas e as Câmaras Municipais no total de até (cem por
cento) do número de lugares a preencher mais um.
Número máximo de candidatos nas eleições proporcionais:
Distrito Federal:
– 8 deputados federais. Cada partido poderá apresentar 100% de 8 + 1 =
9 candidatos;
– Deputados distritais no DF – triplo da representação do Estado na
Câmara dos Deputados, 3 x 8 = 24 deputados distritais (100% de 24 + 1).
Sendo assim, nas eleições para deputado distrital no DF, cada partido
poderá apresentar até 25 candidatos.
SÃO PAULO:
– 70 deputados federais. Cabe ao Congresso Nacional fixar o número de
deputados federais por meio de lei complementar (de 8 a 70 deputados,
considerando-se o número de habitantes).
– deputados estaduais de SP: o número de deputados estaduais
corresponde ao triplo do número de deputados federais (Art. 27 da CRFB
de 1988). Quando atingir o número de 36, devem ser acrescidos os
números de deputados federais acima de 12. Logo, a fórmula é:
(deputados federais x 3) + (deputados federais – 12).
Quando o número de deputados federais da Unidade Federativa for
menor ou igual a doze, o número de deputados estaduais corresponderá
ao triplo do número de deputados federais.
Quando o número de deputados federais da Unidade Federativa for
maior que doze, o número de deputados estaduais será o número de
deputados federais + 24.
Deputados estaduais de SP: 70 + 24 = 94 deputados estaduais.
Quantidade de candidatos que podem ser apresentados nas eleições
para deputado federal: 100% dos deputados federais + 1 = 71
candidatos. Para deputado estadual: 100% de 94 + 1 = 95 candidatos.
O partido pode apresentar quantidade inferior de candidatos, mas não
pode apresentar quantidade superior. Não há mínimo de candidatos.
Número máximo de candidatos nas eleições majoritárias:
Cada partido político poderá apresentar um candidato para cada vaga
(um candidato a presidente, um candidato a vice, por exemplo).
§ 3º. Do número de vagas resultante das regras previstas neste
artigo, cada partido ou coligação (essa expressão deve ser
considerada como “não escrito”, pois não cabe coligação em
eleições proporcionais) preencherá (ordem legal) o mínimo de
trinta por cento e o máximo de setenta por cento para
candidaturas de cada sexo.
Obs.: nas eleições proporcionais, para fomentar a participação das
mulheres na política, a lei passou a determinar que cada partido deve
apresentar, no mínimo, 30% de um sexo e 70% do outro sexo.
Por exemplo, existem 9 deputados federais num Estado (podem ser
apresentados até 10 candidatos). O partido político decide apresentar 10
candidatos, dentre os quais 3 candidatos podem ser mulheres, e 7
candidatos podem ser homens. É o mínimo de candidatura de cada
gênero. Se esse percentual não for observado, o partido será intimado
para regularizar o percentual. Se o partido, ainda assim mantiver o
percentual incorreto, o registro do partido será indeferido e todas as
candidaturas desse partido serão canceladas.
Obs.: candidatura laranja ou simulada, somente para “preencher as
quotas” – configura “fraude à quota de gênero”. A consequência dessa
fraude é a cassação de todos os eleitos do partido. Aqueles que
contribuíram para o ato ilícito serão cassados e ficarão inelegíveis.
Ac.-TSE, de 11.11.2021, no AgR- nº 060040024: hipótese de
indeferimento do Drap e possibilidade de cassação da coligação quando
verificada fraude à quota de gênero.
Ac.-TSE, de 17.9.2019, no REspe nº 19392: caracterizada a fraude na
cota de gênero, prescinde-se, para fim de perda de diploma, de prova
inconteste da participação ou da anuência de todos os candidatos
beneficiários que compuseram as coligações. Tal comprovação é
imprescindível apenas para impor aos beneficiários sua inelegibilidade
para eleições futuras.
Ac.-STF, de 15.3.2018, na ADI nº 5.617: o patamar legal mínimo (30 % e
70%) de candidaturas femininas previsto neste dispositivo equipara-se ao
mínimo de recursos do Fundo Partidário alocado a cada partido, para
eleições majoritárias e proporcionais.
Por exemplo, o partido, A, pode apresentar 20 candidatos. Ele
apresenta 10 candidatas mulheres e 10 candidatos homens (não violou a
regra, pois respeitou o mínimo). Quando os recursos dos fundos forem
distribuídos, o partido deve destinar 500000 para as campanhas das
mulheres e 500000 para as campanhas dos homens. A distribuição deve
observar o percentual do gênero. Se o partido apresentar 6 candidatas
(30%) e 14 candidatos (70%), deverá destinar 300000 para as mulheres
e 700000 para os homens.
Ac.-TSE, de 11.11.2014, no AgR-REspe nº 160892: “os percentuais de
gênero devem ser observados no momento do registro de candidatura,
em eventual preenchimento de vagas remanescentes ou na substituição
de candidatos”.
Por exemplo, o partido poderia apresentar 20 candidatos, mas decide
apresentar apenas 10. Assim, há 10 vagas remanescentes. Das 10
vagas apresentadas, 3 devem ser de um sexo e 7 de outro sexo.
Posteriormente, o partido decide apresentar candidatos remanescentes
(apresenta mais 10). Nessa apresentação para vagas remanescentes, o
partido é obrigado a observar os percentuais mínimo e máximo de cada
gênero.
Ac.-TSE, de 6.11.2012, no REspe nº 2939: na impossibilidade de registro
de candidaturas femininas no percentual mínimo de 30%, o partido ou a
coligação deve reduzir o número de candidatos do sexo masculino para
adequar-se os respectivos percentuais.
Se não houver candidatas em número suficiente – por exemplo, o partido
tinha de apresentar de 15 a 35 candidatas mulheres. Caso não exista a
quantidade mínima de candidatas, o partido deverá reduzir o número de
candidatos do sexo masculino, a fim de se adequar ao percentual.
§ 4º. Em todos os cálculos, será sempre desprezada a fração,
se inferior a meio, e igualada a um, se igual ou superior.
Por exemplo, o partido pode apresentar até 11 candidatos, sendo 3,3
homens e 7,7 mulheres: 3 homens e 8 mulheres. No total, são 11
candidatos. Porém, 3 é menor que 30%.
Nesse caso o arredondamento deve ser feito para cima, a fim de ter, no
mínimo, 30% de cada gênero.
§ 5º. No caso de as convenções para a escolha de candidatos
não indicarem o número máximo de candidatos previsto no
caput, os órgãos de direção dos partidos respectivos poderão
preencher as vagas remanescentes até trinta dias antes do
pleito.
Por exemplo, o partido pode apresentar 20 candidatos, mas apresenta
apenas 10. Em até 30 dias das eleições, ele pode apresentar outros
candidatos para suprirem essas vagas remanescentes. Nesta situação, a
exigência de, no mínimo, 30% e 70% da candidatura de cada gênero
deve ser observada.

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