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JACOBINA, 2023.
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ARLEN DELWIN DE OLIVEIRA SOUSA
CLEITON MENDES
JACOBINA, 2023
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RESUMO:
O artigo aborda a persistência do trabalho análogo à escravidão no Brasil, com foco na Bahia,
utilizando uma abordagem bibliográfica e o apoio da inteligência artificial (IA). A escravidão
no Brasil começou com os povos nativos e, posteriormente, africanos foram escravizados,
deixando um legado de injustiça. Mesmo após a abolição formal em 1888, o trabalho análogo
à escravidão persiste, especialmente em setores como agricultura, construção, têxteis e
mineração. A metodologia do estudo é bibliográfica, explorando as causas e manifestações do
trabalho análogo à escravidão. Apresenta uma análise crítica da situação contemporânea,
destacando a exploração em diversas regiões do Brasil. Aponta esforços legais e operacionais,
incluindo leis, fiscalização e ações de resgate, mas ressalta desafios persistentes. Destaca-se um
caso recente na Bahia, onde o Grupo Especial de Fiscalização Móvel resgatou trabalhadores
em condições degradantes na produção de sisal. O artigo aborda a impunidade relacionada ao
trabalho escravo, discutindo a morosidade judicial e a complexidade dos processos legais. Além
disso, destaca a legislação brasileira, a criação do Cadastro de Empregadores que submetem
trabalhadores a condições análogas à escravidão (Lista Suja) e a cooperação internacional como
respostas à persistência do problema. Aborda a vulnerabilidade socioeconômica, a falta de
oportunidades dignas e a necessidade de uma abordagem multidisciplinar para erradicar o
trabalho análogo à escravidão. No contexto baiano, mesmo com avanços legais e a atuação de
organizações como o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Comissão Pastoral da Terra
(CPT), o trabalho escravo persiste, demandando esforços contínuos na fiscalização, educação e
mudança cultural para assegurar os direitos fundamentais de todos.
Abstract
The article addresses the persistence of work analogous to slavery in Brazil, focusing
on Bahia, using a bibliographical approach and the support of artificial intelligence (AI).
Slavery in Brazil began with native peoples and, later, Africans were enslaved, leaving a legacy
of injustice. Even after formal abolition in 1888, work similar to slavery persists, especially in
sectors such as agriculture, construction, textiles and mining. The study methodology is
bibliographic, exploring the causes and manifestations of work analogous to slavery. It presents
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a critical analysis of the contemporary situation, highlighting exploration in different regions
of Brazil. It highlights legal and operational efforts, including laws, inspection and rescue
actions, but highlights persistent challenges. A recent case in Bahia stands out, where the
Special Mobile Inspection Group rescued workers in degrading conditions in sisal production.
The article addresses impunity related to slave labor, discussing judicial delays and the
complexity of legal processes. Furthermore, it highlights Brazilian legislation, the creation of
the Registry of Employers who subject workers to conditions analogous to slavery (Dirty List)
and international cooperation as responses to the persistence of the problem. It addresses
socioeconomic vulnerability, the lack of dignified opportunities and the need for a
multidisciplinary approach to eradicate work analogous to slavery. In the Bahian context, even
with legal advances and the work of organizations such as the Public Ministry of Labor (MPT)
and the Pastoral Land Commission (CPT), slave labor persists, demanding continuous efforts
in inspection, education and change culture to ensure the fundamental rights of all.
INTRODUÇÃO:
A escravidão foi uma instituição estabelecida no Brasil por volta da década de 1530,
quando os portugueses implementaram as primeiras medidas coloniais eficazes. Essa
escravização ocorreu primeiro entre os povos nativos e, entre os séculos XVI e XVII, foi
gradativamente substituída pela escravização dos africanos que chegaram ao Brasil através do
comércio de escravos.
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Este é um problema mundial, com inúmeros exemplos de práticas de trabalho em
condições análogas à escravatura encontradas todos os dias, e muitas vezes muito mais
próximos do que as pessoas pensam. O trabalho escravo está presente em todas as regiões do
mundo e em todos os tipos de economia, até mesmo nas de países desenvolvidos e em cadeias
produtivas de grandes e modernas empresas atuantes no mercado internacional. Acabar com o
problema exige não só o comprometimento das autoridades dos governos, como também um
engajamento multifacetado de trabalhadores, empregadores, organismos internacionais e
sociedade civil.
No Brasil, há esforços legais e operacionais para combater essa prática, incluindo leis
que definem o trabalho análogo à escravidão, fiscalização por parte de órgãos como o
Ministério Público do Trabalho e ações de resgate de trabalhadores em situações degradantes.
Este trabalho propõe uma análise crítica e reflexiva sobre a persistência do trabalho
análogo à escravidão nos dias atuais. Ao explorar esse fenômeno complexo e multifacetado,
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pretende-se compreender as diferentes manifestações, causas subjacentes e consequências
devastadoras que afetam milhões de indivíduos em várias regiões do globo.
Por meio de uma abordagem analítica e crítica, este trabalho busca não apenas
conscientizar sobre a persistência desse flagelo, mas também levantar questões cruciais sobre a
responsabilidade coletiva na luta contra o trabalho análogo à escravidão. A análise proposta
visa não somente identificar os problemas, mas também apontar para possíveis soluções e
estratégias eficazes para combater e erradicar essa forma contemporânea de escravidão.
É crucial enfatizar que a busca pela justiça social e pelos direitos humanos fundamentais
deve permanecer como um compromisso global, independentemente das fronteiras geográficas
ou dos interesses econômicos. Este estudo não só ilumina a realidade sombria do trabalho
análogo à escravidão em 2023, mas também visa inspirar ações e transformações significativas
em direção a um mundo mais justo e igualitário para todos.
INSPEÇÃO DO TRABALHO
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Grupo Móvel resgata 11 trabalhadores em Jacobina e Várzea Nova, no interior da Bahia
O grupo cortava folhas do sisal, extraindo a fibra com o auxílio de motores rudimentares,
sendo submetidos a condições degradantes de trabalho, vida e moradia
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pessoas de origem humilde, com baixa escolaridade e recursos limitados, perpetuando o ciclo
de pobreza e exclusão social”, avaliou.
Coordenada pelo MTE, a ação fiscal contou com a participação do Ministério Público
do Trabalho (MPT), Defensoria Pública da União (DPU) e a Polícia Federal (PF). Os dados
oficiais das ações de combate ao trabalho análogo ao de escravo no Brasil estão disponíveis no
Radar do Trabalho Escravo da SIT, no seguinte endereço: https://sit.trabalho.gov.br/radar/.
No entanto, a legislação por si só não é suficiente para erradicar essa prática, mesmo
adotando uma série de medidas e estratégias para combater o trabalho escravo, baseadas nos
preceitos constitucionais tais como: Fiscalização e Resgate sendo feitas por órgãos como o
Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Polícia Federal, cadastro de Empregadores que
tenham submetido trabalhadores a condições análogas à escravidão, empregadores registrados
nesse cadastro podem sofrer restrições, como a impossibilidade de obter crédito junto a
instituições financeiras, programas educacionais e campanhas de conscientização para informar
trabalhadores e empregadores sobre seus direitos e responsabilidades, cooperação Internacional
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ajudando com apoio técnico para aprimorar suas políticas de combate ao trabalho escravo.
Apesar desses esforços, desafios persistem, como a vastidão do território brasileiro, a falta de
recursos em alguns órgãos fiscalizadores e a necessidade de conscientização contínua.
Portanto o trabalho forçado ainda é uma problemática nefasta que assola o histórico e a
realidade da sociedade brasileira.
A questão da escravidão tem sido um aspecto lúgubre das práticas empresariais e ainda
é um tema pouco explorado nas pesquisas em Administração.
A pena para quem submete alguém à escravidão moderna vai de dois a oito anos de
reclusão e multa. O empregador também é incluído por dois anos em um documento público
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chamado de Cadastro de Empregadores que tenham submetido trabalhadores a condições
análogas à escravidão, popularmente conhecido como Lista Suja.
A pauta sobre a expropriação de terras como punição a quem pratica trabalho escravo é
anterior à emenda de 2014. Segundo o MPT, a discussão vem desde a década de 1990, com a
Lei da Reforma Agrária (Lei 8.629), mas nunca avançou por causa de pressões da bancada
ruralista.
Vale ressaltar que o artigo 149 do Código Penal estabelece que o trabalho análogo ao
de escravo ocorre em quatro modalidades, bastando a ocorrência de uma delas para que seja
configurado o crime.
SÃO ELAS:
Dos 1.937 trabalhadores resgatados em 2021, 89% (1.727) estavam no trabalho rural e
11%, no urbano.
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Entre as cinco atividades econômicas com mais ocorrências de trabalho análogo ao de
escravo, todas estão ligadas à produção agrícola e agropecuária, segundo dados do MPT.
Os projetos de lei que tramitam atualmente no Senado preveem que a expropriação das
propriedades onde houve trabalho escravo será aplicada somente após o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória. Ou seja, esperar a sentença penal condenatória poderá contribuir
para a impunidade nessa situação. Por tamanho retardo em demasia, podendo até prescrever.
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TRABALHO ESCRAVO NO ESTADO DA BAHIA
Entre pessoas físicas e empresas, nove condenações são citadas pelo órgão federal. A
“Lista Suja do Trabalho Escravo”, elaborada pelo MTE com o registro de todos os
empregadores que realizaram o trabalho escravo contemporâneo, entre 2011 e 2022, também
mostra a Bahia no sexto lugar da lista nacional.
LEGISLAÇÃO E FISCALIZAÇÃO
Desde 2005 até 2023 foram resgatadas, segundo Ministério do Trabalho e Emprego
(TEM), 61.711 pessoas em situação análoga à escravidão no estado
Num recorte, o trabalho doméstico tem sido uma das maiores ocorrências.
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SETORES DE RISCO
CONCLUSÃO
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O estudo enfatiza os esforços legais, operacionais e as ações de resgate realizadas no
Brasil, apontando casos recentes, como o resgate de trabalhadores na produção de sisal na
Bahia. Além disso, são discutidos desafios, incluindo a morosidade judicial e a complexidade
dos processos legais, destacando a impunidade associada ao trabalho escravo.
Na Bahia, o trabalho escravo ainda apresenta desafios significativos, apesar dos avanços
legais e das ações de organizações como o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Comissão
Pastoral da Terra (CPT). A conclusão reforça a importância da continuidade dos esforços
conjuntos, envolvendo fiscalização, educação e parcerias entre órgãos governamentais e
organizações da sociedade civil, para garantir que todos os indivíduos tenham seus direitos
fundamentais respeitados e erradicar definitivamente o trabalho escravo.
REFERÊNCIAS
https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/noticias-e-conteudo/2023/novembro/grupo-
movel-resgata-11-trabalhadores-em-jacobina-e-varzea-nova-no-interior-da-bahia
https://www.correio24horas.com.br/bahia/resgate-de-pessoas-em-trabalho-analogo-a-
escravidao-cresce-em-290-na-bahia-
0323#:~:text=Traficados%20para%20o%20trabalho%20escravo,registros%20entre%202018
%20e%202021
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