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Faculdade Luciano Feijão – FLF

Aluna – Ana Lílian Osterno


Professor – Guilherme Rolim
Curso – Administração
Disciplina – Direito e Legislação Social
Assunto – Trabalho para compor nota de AP1 2022.2

O trabalho escravo contemporâneo.

Sobral, 2022.
Introdução –

O Brasil e o mundo é uma formação econômica e social complexa e acarreta


muitas contradições. Brasil é a sétima maior economia do mundo, lidera no mercado
internacional ao produzir etanol da cana de açúcar. Diante desse cenário, o trabalho
escravo contemporâneo é uma das duas maiores problemáticas sociais.
É muito vergonhoso e triste dizer que ainda existe trabalho escravo no mundo,
ele está presente em todas as regiões e em todos os tipos de economia, em todas as
áreas. Infelizmente, milhões de pessoas ainda são exploradas no trabalho.
A escravidão contemporânea é um problema mundial. A sua definição propõem
três situações centrais: trabalho forçado, condições degradantes de trabalho e imposição
destas condições pela violência ou ameaça. Infelizmente ainda é uma realidade para
muitas pessoas no Brasil e no mundo. No Brasil, esse crime geralmente é identificado nas
regiões rurais, especificamente em áreas de expansão agropecuária, mas ainda é de se ver
muitos casos nos centros urbanos da maioria de estados, em trabalhos como a construção
civil e têxtil, entre diversas outras. De acordo com o último dado levantado no ano de
2021 pela Organização Internacional do trabalho (OIT), afirma que existem, no mínimo,
21 milhões de pessoas escravizadas e aproximadamente 27 milhões de pessoas trabalham
em condições análogas à escravidão no mundo. No Brasil, a Constituição Federal de 1988
proíbe em seu artigo 5 a pena de “trabalhos forçados”. A OTI define trabalho estravo
como :
“Qualquer trabalho ou serviço requerido de um indivíduo sob ameaça de
qualquer penalidade e para o qual esse indivíduo não seja voluntario.”

Metodologia –

O trabalho escravo contemporâneo acontece, quando:


• Há trabalho forçado: O trabalhador não tem a opção de deixar o emprego, seja
por, ameaças, isolamento, violência psicológica ou fisica, apreensão dos seus
entes queridos ou fraudes.
• Há jornada exaustiva: O empregado é obrigado a colocar pesos excessivos que
causam e danos a sua saúde e integridade física, não se tratando apenas da cargo
horária.
• Há servidão por dívida: O trabalhador é obrigado a continuar o trabalho para pagar
um débito devido ao patrão. Na maioria das vezes, isso ocorre de forma ilegal,
devido aos preços abusivos em cima da alimentação e moradia do trabalhador.
• Há condições degradantes: Má alimentação, má higiene, maus tratos, falta de
assistência médica, dentre outros fatores.
Eis o questionamento de 99% das pessoas: “Porque ainda existe escravidão em
pleno século XXI?”
Pelo simples fato que falta qualificação profissional, falta educação… O trabalho escravo
demanda política públicas sociais que garantam aos cidadãos educação formal e
habitação. Por exemplo, que se um trabalhador libertado da escravidão, volta para a
mesma situação de miséria que se encontrava antes da escravidão, ele tem alta chances
de novamente entrar no ciclo do trabalho escravo.
Muitas pessoas se questionam também sobre o porque a cadeia produtiva
incentiva esse tipo de atividade?
Segundo o pesquisador Tiago Rangel, que investigou afundo o trabalho escravo, chegou
à conclusão que:
“Paga-se por peça produzida, não há estabilidade na demanda e todo
risco relacionado à sazonalidade do setor é repassado para o elo mais
fraco na cadeia: as oficinas de costura.”
Explica ele.
Não da para negar que o motivo predominante que “incentiva” o trabalho escravo
no mundo, é o interesse econômico, onde é notório observar que a maioria das pessoas
que vivem nessa situação, são pessoas humildes, pobres ou desempregadas, que acabam
agravando a situação.

Resultado e discursão –

O reconhecimento dessa problemática no Brasil, ocorreu apenas em 1995, após a


repercussão internacional acerca do caso José Pereira. Desde então, o poder público
realiza ações afim de acabar com a prática, que mesmo após mais de 20 anos de
enfrentamento, atinge diversos trabalhadores brasileiros. Portanto, A única solução
cabível para esse problema, visto que, até hoje nada adiantou, seria uma postura mais dura
do poder público. É de suma importância, que haja uma rigorosa fiscalização nas
empresas ou onde houver privatização de liberdade das pessoas e que os infratores sejam
gravemente punidos e que nunca voltem a realizar tamanho ato de crueldade.

Conclusão –
Portanto, destaca-se que o drama enfrentado pelos escravos, pós capitalismo, não
está perto de acabar, tendo o Estado, como um dos maiores apoiadores. A escravidão é a
forma mais decadente de trabalho. É dever do ministério do trabalho fiscalizar e ver se as
leis estão sendo respeitadas, e com a ajuda da mídia propagar as leis para que o maior
número de pessoas fiquem atualizadas e cientes de seus direitos, incentivar a sociedade a
denunciar qualquer resquício de escravidão.
O conhecimento e a divulgação a cerca desse caso é essencial, para que no colégio
os alunos já aprendam o que não deve-se ser permitido.
Entretanto, precisamos de um acordo urgente entre estado e mídia com a
finalidade de combater o trabalho escravo hodiernamente. Além disso, o governo deve-
se intensificar a fiscalização para identificar essa prática. Com isso, as relações pessoais
e interpessoais estarão fortificadas novamente.

Referências –

MTE. Ministério do Trabalho e Emprego. Erradicação do Trabalho Escravo é


discutida em seminário, em Brasília. 'IV Seminário Internacional do Pacto Nacional pela
Erradicação do Trabalho Escravo', Brasilia, maio 2011.

CRANE, A. Modern slavery as a management practice: exploring the conditions


and capabilities for human exploitation. Academy of Management Review, 38:1, p. 49 –
69, 2013.

BALES, K., TRODD, Z., WILLIAMSON, A., K.. Modern slavery: the secret
world of 27 million people. England: Modern Slavery, 2009.

BALES, K.; ROBBINS, P.T. No One Shall Be Held in Slavery or Servitude: A


critical analysis of international slavery conventions. Human Rights Review, 2(2), pp.
18–45, 2001.

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