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[“O que precisa ocorrer do ponto de vista jurídico para que isso nunca mais aconteça é
que as vinícolas sejam expropriadas e o valor seja direcionado a indenizar essas pessoas, num valor milionário”
JORGE LUIZ SOUTO MAIOR, desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região e professor de
Direito do Trabalho na Universidade de São Paulo (USP)]
Além disso, muitos casos passam despercebidos ou não são denunciados, seja por falta
de conhecimento ou recursos por parte das vítimas, medo de retaliação ou até mesmo
por falta de investigação rigorosa por parte das autoridades responsáveis que muitas
vezes fecham os olhos e não fazem valer a esses infratores o vigor da lei.
Um problema recorrente para essas vítimas é a falta de amparo e de um tratamento
psicológico para a recuperação da vida dessas pessoas que estavam em condições de
vulnerabilidade. Já que passam por experiências traumáticas e muitas vezes ficam com
sequelas psicológicas que afetam seu bem-estar e sua capacidade de se reintegrar à
sociedade.
Muito tem sido feito, e uma das iniciativas foi a criação de uma Comissão Nacional de
Erradicação do Trabalho Escravo (CONATRAE).
Essa Comissão Nacional que possui um trabalho voltado ao amparo dessas vítimas, vem
exercendo um papel fundamental e de suma importância onde foi criado o Fluxo
nacional de atendimento às vítimas de trabalho escravo.
O atendimento à essas vítimas tem sido uma importante iniciativa para garantir amparo
e assistência às pessoas que passaram por essa situação traumática. O fluxo de
atendimento envolve uma rede de organizações e instituições governamentais e não
governamentais, que trabalham em conjunto para garantir o acesso das vítimas aos
direitos previstos em lei, como assistência social, jurídica, psicológica e médica.
Entre as organizações que atuam nesse fluxo de atendimento, destacam-se o Ministério
Público do Trabalho, a Defensoria Pública da União, a Polícia Federal, o Ministério do
Trabalho e Emprego, a Secretaria de Direitos Humanos e a Comissão Nacional para a
Erradicação do Trabalho Escravo.
O amparo às vítimas de trabalho escravo também pode incluir medidas de proteção,
como o encaminhamento para abrigos e a adoção de medidas de segurança para evitar
represálias por parte dos empregadores ou dos responsáveis pelo trabalho escravo.
É importante destacar que esse fluxo é um processo contínuo, que envolve não apenas a
assistência imediata às vítimas, mas também o acompanhamento e o suporte para sua
reintegração social e econômica. Para isso, são necessários o comprometimento e a
articulação de diversos atores sociais, incluindo o poder público, a sociedade civil e o
setor empresarial, na prevenção e combate ao trabalho escravo.
Bem como uma ampla divulgação para que as pessoas como um todo tenha ciência das
ações voltadas a essa demanda a fim de encorajar e fazer com que elas se sintam
capazes de lutar ainda mais contra esse problema recorrente de uma sociedade em
constante evolução.
Conclusão
Por meio da interpretação dos dados coletados nesta pesquisa de Iniciação cientifica
sobre trabalho análogo a escravidão, constatou-se a existência de políticas públicas para
coibição de tais infrações, todavia, a recorrência desses atos infracionais não advém da
inexistência de leis punitivas, mas sim da parcialidade daqueles que tem o dever de
fazer cumprir a lei. Portanto, nota-se uma relação de causalidade entre a falta de eficácia
da lei e o desgaste da fé pública da população quanto ao Estado.