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RESUMO:
O objetivo desta revisão integrativa é identificar na literatura evidências científicas a respeito do atendimento de
enfermagem ao paciente surdo. Método: O trabalho refere-se a uma revisão integrativa da literatura nos períodos
de fevereiro a março de 2020, em bancos de dados virtuais, por meio de seis etapas. Resultado: Foram analisados
dez artigos científicos, os quais concordam que os enfermeiros reconhecem o déficit de comunicação, por não
saberem Libras, encontrando barreiras na tentativa de se comunicar com pacientes surdos, sendo assim a
universalidade, integralidade e a equidade não estão plenamente contempladas no que se refere aos cuidados
ofertados. Por isso, são necessárias medidas para que profissionais de enfermagem se comuniquem adequadamente
com os pacientes surdos. Conclusão: Após análises de evidências conclui-se que a equipe de enfermagem não está
apta para prestar assistência adequada à comunidade surda, dificultando o processo de ações sistematizadas e inter-
relacionadas, impossibilitando a compreensão de ambas as partes.
ABSTRACT:
The objective of this integrative review is to identify scientific evidence in the literature regarding nursing care
for deaf patients. Method: The work refers to an integrative literature review in the periods from February to
March 2020, in virtual databases, through six steps. Result: Ten scientific articles were analyzed, which agree
that nurses recognize the communication deficit, because they do not know pounds, encountering barriers in the
attempt to communicate with deaf patients, thus, universality, comprehensiveness and equity are not fully
contemplated in the regarding the care offered. Therefore, measures are necessary for nursing professionals to
communicate properly with deaf clients. Conclusion: After analyzing the evidence, it can be concluded that the
nursing team is not able to provide adequate assistance to the deaf community,hindering the process of systematic
and interrelated actions, making it impossible for both parties to understand.
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Elaboração: Acadêmicos do 10º período do curso de graduação em enfermagem da Faculdade Unida de
Campinas. danielasantanad@gmail.com, lucicleiaborgessilva@gmail.com, marcilaine.gyn2014@gmail.com
raquelrodruiguesenf@gmail.com - Orientação: Dra. Marislei Espíndula Brasileiro.
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1 INTRODUÇÃO
O tema abordado, “Dificuldade do Enfermeiro na assistência ao surdo no atendimento
à saúde: uma revisão integrativa”, surgiu por meio do contato com um paciente surdo no estágio
de Urgência e Emergência na classificação de risco. Atendemos um paciente com surdez e foi
observado que não havia nenhum profissional habilitado para prestar o atendimento adequado
a este cliente. Por esse motivo, questiona-se a dificuldade na comunicação da equipe de
enfermagem com o paciente surdo.
A Libras, que surgiu na língua de sinais francesa, é uma forma de comunicação dos
surdos. Essa língua ficou reconhecida como a 2ª língua oficial do Brasil pela lei nº 10.436 de
24 de abril de 2002, pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, e regulamentada por meio do
decreto 5626/2005, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que reconhece como meio legal
de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais, e outros recursos a ela associados,
ratifica o dever da garantia, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de
serviços públicos, de forma institucionalizada de apoiar o uso de difusão de Libras como meio
de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil.
Segundo a portaria n° 2.073, de 28 de setembro de 2004, que institui a Política Nacional
de Atenção à Saúde Auditiva. Estabelece o artigo 2°, do parágrafo V, que devemos “promover
a ampla cobertura no atendimento aos pacientes portadores de deficiência auditiva no Brasil
garantindo à universalidade do acesso, a equidade, a integralidade e o controle social a saúde
auditiva” (BRASIL, 2004).
Relacionado a dados mundiais de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde)
466 milhões de pessoas no mundo sofrem com problemas auditivos. A OMS disse ainda que
em 2030 o número de afetados poderá alcançar os 630 milhões (VERAS, 2013).
Segundo o IBGE (2013) as pessoas com deficiência quantitativa contabilizam 1,1% da
população (VILELA, 2015).
Em evidências aos resultados que encontramos em pesquisas de artigos notamos que a
equipe de enfermagem não tem preparo para prestar assistência adequada a comunidade surda,
impossibilitando a compreensão de ambas as partes, profissional x paciente, para um
Estudos de revisão, publicados nos últimos 6 anos evidenciam que a comunicação entre
enfermeiros e surdos é um desafio a ser superado. Em um estudo publicado por Miranda et al
(2014) evidenciou que a comunicação com os surdos é um desafio para os profissionais de
enfermagem. Diante das barreiras encontradas é indispensável que o profissional de
enfermagem encontre formas de interações garantindo uma assistência de qualidade.
Outro estudo, publicado por Oliveira et al (2015) concluiu que a comunicação ainda é
uma problemática importante no acesso dos surdos às informações e aos serviços de saúde, e
como tal, constitui também uma limitação à autonomia das pessoas com deficiência auditiva.
Diante desta problemática sugerimos uma qualificação em Libras, sendo uma estratégia
que irá possibilitar o profissional de enfermagem a agir conforme o seu código de ética, visando
à proteção, promoção e à recuperação da saúde interagindo com os surdos através de um
planejamento específico que será norteador para direcioná-lo a um atendimento adequado a fim
de obter uma assistência qualificada e humanizada.
2 OBJETIVO
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Este estudo refere-se a uma Revisão Integrativa da Literatura que, de acordo com Soares
et al (2014), é qualificada como busca e achados de estudos já existentes, desenvolvidos através
de diversas metodologias, disponíveis em diferentes fontes, ofertando aos pesquisadores a
síntese e a extração dos resultados sem afetar a referência dos estudos abrangidos e utilizados.
Esta pesquisa ocorreu nos períodos de fevereiro a março de 2020. A revisão está
desenvolvida por meio de seis etapas em concordância com Mendes, Silveira e Galvão (2008).
1- Primeira etapa: Designação do tema e escolha da tese ou indagação de pesquisa para
elaboração da revisão integrativa.
O tema, “Dificuldade do Enfermeiro na assistência ao surdo no atendimento à saúde: uma
revisão integrativa”, surgiu por meio do contato com um paciente surdo no estágio de
Urgência e Emergência na classificação de risco em Goiânia, notamos que a equipe de
enfermagem não tem preparo para prestar assistência adequada à comunidade surda.
2- Segunda etapa: Definição de medidas para a seleção de estudos de amostragem ou
busca na literatura.
A pesquisa dos artigos foi realizada nas fontes da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS),
biblioteca digital Scientific Electronic Library Online (SciELO), Centro Latino-Americano e
do Caribe de informações em Ciências da Saúde (BIREME), Conselho Federal de
Enfermagem
(COFEN). Para o levantamento dos artigos, os descritores de saúde (DECS) utilizados foram:
assistência de enfermagem, comunicação não verbal, língua de sinais. Os Decs escolhidos têm
relação direta com o tema proposto e são reconhecidos como descritores de ciência. Os critérios
de inclusão para o presente estudo foram artigos publicados no período de 2010 a 2019,
disponíveis nos idiomas português e inglês, nas fontes de pesquisas já referidas.
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4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para elaboração e alcance dos objetivos propostos, foram analisados dez artigos
científicos, selecionados previamente pelos critérios de inclusão estabelecidos. Dentre esses,
foram utilizados sete artigos de caráter descritivo exploratório com abordagem qualitativa,
descritivo exploratório transversal com abordagem quanti-qualitativa, descritivo tipo relato de
experiência, esses estudos foram utilizados para a identificação da problemática. A amostra
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N° REFERÊNCIAS RESULTADOS
01 Pessoas portadoras de deficiência auditiva podem enfrentar
CORRÊA, Carolina da Silva et al. O problemas concernentes à comunicação efetiva no
despertar do enfermeiro em relação ao atendimento em saúde e que a dificuldade que o enfermeiro
paciente portador de deficiência auditiva. apresenta em se deparar com o paciente deficiente auditivo
Rev. de Pesquisa cuidado é fundamental interfere negativamente em seu cuidar.
On line, v.2, n.2, p.758-769 abr./jun. 2010.
02 MACHADO, Wiliam César Alves et al. Ao se perguntar sobre domínio de Libras, 100% dos
Língua de sinais: como a equipe de participantes informaram não dominar a Língua de Sinais
enfermagem interage para cuidar de Brasileira. Entre os entrevistados 16 (43%) relataram já ter
clientes surdos?. Journal research prestado cuidados a algum cliente surdo, enquanto a maioria
fundamental care On line, Rio de Janeiro, 21 (57%) informou nunca ter prestado cuidados de
v.5, n.3, p.283-292 jul./set. 2013. enfermagem a essas pessoas.
05 SANCHE, Isline Carizia Borges et al. O O paciente precisa de pessoas que interprete e traduza suas
papel do enfermeiro frente ao paciente emissões para os profissionais e vice-versa, fortalecendo a
surdo, Rev enferm UFPE on line, Recife, ideia da necessidade de uma terceira pessoa para que haja
v.13, n.3, n.58-62, mar.2019. êxito no processo de acolhimento.
06 SOARES, Imaculada Pereira et al. Como eu Os 20 entrevistados afirmaram ter prestado assistência a
falo com você? a comunicação do usuários com deficiência auditiva durante sua vida
enfermeiro com o usuário surdo. Rev profissional. E por não saberem Libras, demonstraram em
baiana enferm. Arapiraca, Alagoas, v.32, suas falas, dificuldade de comunicação com o usuário
n.25978. 2018. surdo. Um dos entrevistados, inclusive, disse que nem
presta assistência, caso o usuário venha sozinho.
07 Nesta perspectiva, verificou-se que a dificuldade de
VIANNA, N.G.; CAVALCANTI, M.L.T.; comunicação entre profissionais e usuários em função do
ACIOLI, M.D. Princípios de desconhecimento da Libras, além de dificultar o acesso
universalidade, integralidade e equidade destes prejudica a relação profissional-paciente. Nessas
em um serviço de atenção a saúde auditiva. circunstâncias, a interação entre ambos tende a não
Rev. Ciências & saúde coletiva, Rio de favorecer a identificação, por parte do profissional, das
Janeiro, v.19 n.7, p.2179 – 2188, jul. 2014. demandas de ações e serviços de saúde adequadas para
cada sujeito.
Fonte: as autoras.
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Vianna et al ( 2014), neste estudo foram selecionados como sujeitos da pesquisa, uma
assistente social, três fonoaudiólogas, uma otorrinolaringologista e uma psicóloga do serviço
estudado. Todos profissionais pertencentes às categorias previstas na Portaria nº 587/0412 que
normatiza e regulamenta a PNASA, ocorreu análise das entrevistas. A pesquisa mostrou que a
universalidade, a integralidade e a equidade não estão plenamente contempladas no que se
refere aos cuidados ofertados no serviço estudado, surgiu então a importância de aprimorar a
atenção para que, efetivamente, venha a atender as necessidades da população, na maioria das
dificuldades e limitações evidenciadas está relacionada à organização dos processos de
trabalho, à gestão e à capacidade instalada.
Com base nos estudos os profissionais de saúde encontram alguns desafios como
dificuldades em se expressar com o paciente surdo, pois não dominam a Língua de Sinais
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Brasileira, por este motivo usam métodos inadequados de comunicação: falam rápido ou usam
termos técnicos que os surdos não compreendem. Contudo, os profissionais das instituições de
saúde não estão preparados para atender a clientela surda, é notório que o surdo que procura o
atendimento de saúde em grande parte precisa de pessoas que interpretem e traduzam suas
emissões para os profissionais de saúde e vice-versa.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após as análises de evidências conclui-se que a equipe de enfermagem não está apta
para prestar assistência adequada à comunidade surda, dificultando o processo de ações
sistematizadas e inter-relacionadas, impossibilitando a compreensão de ambas as partes.
É possível identificar que a falha se inicia nos cursos de graduações em que a disciplina
de libras na matriz curricular é ofertada como optativa e não obrigatória. E os serviços de saúde
deveriam promover cursos para qualificações quanto ao atendimento de pacientes surdos.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, Camila Crisse Justino et al. Consulta de enfermagem às pessoas surdas: uma análise
contextual, Rev. ABCS Health Sciences. v.40, n.1, p.38-44, 2015.
BRASIL. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002- Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais-
Libras e dá outras providências. Diário Oficial da União: Brasília, DF, 24 abril, 2002.
MACHADO, Wiliam César Alves et al. Língua de sinais: como a equipe de enfermagem
interage para cuidar de clientes surdos? Journal research fundamental care On line, Rio de
Janeiro, v.5, n.3, p.283-292 jul./set. 2013.
MORAIS, Isabela. Não deixe seu mundo silenciar, ago. 2012. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/2506-surdez Acesso em: 25 jun. 2020.
SANCHE, Isline Carizia Borges et al. O papel do enfermeiro frente ao paciente surdo, Rev
enferm UFPE on line, Recife, v.13, n.3, n.58-62, mar.2019.
SOARES, Imaculada Pereira et al. Como eu falo com você? A comunicação do enfermeiro com
o usuário surdo. Rev baiana enferm. Arapiraca, Alagoas, v.32, n.25978. 2018.
VERAS, C. OMS adverte que 900 milhões de pessoas podem ter surdez até 2050. Rio de
Janeiro, Agência Brasil, p. 2018-2020, 2018.
VILELA, F. IBGE: 6,2 % da população tem algum tipo de deficiência. Rio de Janeiro,
Agência Brasil, 2015.
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Eu Marcilaine Candido Vieira RA 22835 Declaro, com o aval de todos os componentes do grupo a:
AUTORIZAÇÃO (X)
NÃO AUTORIZAÇÃO ( )
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Assinatura do Orientador (a):
Obs: O aval do orientador poderá ser representado pelo envio desta declaração pelo email pessoal do mesmo.